Like & Dislike: Disfuncionalidade cognitiva temporária

Todos sentimos um certo embaraço quando Ricardo Mourinho Félix, a representar Portugal, foi conversar com Jeroen Dijsselbloem.

Quando se candidatou a deputado pelo PS, suscitou curiosidade por parte da imprensa por ser primo de José Mourinho, o atual treinador do Manchester United. Ainda era candidato a deputado, e os espanhóis do diário ABC davam conta da chegada do “El Mourinho de los socialistas portugueses” à política portuguesa.

O próprio nunca enjeitou as comparações, muito pelo contrário, até as incentivou. Quando chegou disse que queria dar o seu contributo “na área económica” e “não ser o special two”.

Chegou a secretário de Estado das Finanças, mas cedo percebeu-se que não era o special one, nem o special two, nem o special three. Quando deu nas vistas, não ficou propriamente bem na fotografia.

Foi o caso do triste episódio no Parlamento, em novembro, quando se estava a discutir a banca e Ricardo Mourinho Félix vira-se para um vice-presidente da bancada social-democrata e diz: “Ou o deputado Leitão Amaro tem um profundo desconhecimento do RGIC [Regime Geral das Instituições de Crédito] ou uma disfuncionalidade cognitiva temporária”.

O episódio naturalmente levou à exaltação dos ânimos na Assembleia da República e o secretário de Estado foi imediatamente aconselhado a pedir desculpas, e fê-lo: ” Não foi minha intenção ofender ninguém, se ofendi peço desculpa por isso”.

Exigir um pedido de desculpas. Esta era precisamente a missão que o secretário de Estado levava, na semana passada, ao Eurogrupo, que se realizou em Malta, e que iria ser chefiado por Jeroen Dijsselbloem, o tal holandês que sugeriu que os países do sul da Europa gastavam o dinheiro em copos e mulheres.

É difícil descrever a forma atabalhoada, tímida, acanhada e desajeitada com que Mourinho Félix encarou Jeroen Dijsselbloem. Mais vale ver o vídeo.

Depois desta breve conversa, ficámos mais tarde a saber que não só Jeroen Dijsselbloem não pediu desculpas, como continua a fazer alarde do facto de ninguém na reunião do Eurogrupo, nem mesmo Mourinho Félix, ter pedido a sua demissão.

Houve aqui uma disfuncionalidade temporária qualquer no Governo. O primeiro-ministro António Costa exigiu, e bem, a demissão do presidente do Eurogrupo, e chamou-o de “racista, xenófobo e sexista”. O seu representante na reunião do Eurogrupo nem sequer coloca a questão da demissão em cima da mesa?

Quando Mourinho Félix chegou à política portuguesa foram perguntar a José Mourinho sobre o seu primo. Ao que o special one respondeu: “Somos primos, mas isso não significa que sejamos muito íntimos ou que compartilhemos ideais políticos.”

Quando os portugueses viram o vídeo de Mourinho Félix frente a Jeroen Dijsselbloem, além de um certo embaraço, a todos apeteceu repetir a frase de José Mourinho: “É o nosso secretário de Estado, mas isso não significa que sejamos muito íntimos.”

O Like & Dislike é um espaço de opinião.

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Grandes credores do Novo Banco já avançaram para Tribunal

A primeira ação dos grandes credores para travar a venda do Novo Banco deu entrada ontem no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa.

O grupo de grandes investidores que tinha ameaçado Portugal com um processo para travar a venda do Novo Banco já avançou para tribunal. A primeira ação destes investidores, liderados pelas gigantes BlackRock e Pimco, deu ontem entrada no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa, sabe o ECO.

Em causa está a transferência de cinco linhas de dívida do Novo Banco para a massa falida do BES, ou o chamado “banco mau”. Este grupo de grandes investidores tinha investido 2,2 mil milhões de euros em obrigações seniores do Novo Banco. No final de 2015, o Banco de Portugal decidiu transferir essa parte do crédito do Novo Banco para a esfera dos ativos do BES, medida que resultou em perdas de 1,5 mil milhões de euros para os clientes destas gestoras de ativos.

Foi no dia 22 de março que este grupo anunciou que ia “intentar procedimentos legais contra o Banco de Portugal, numa tentativa de recuperar as perdas dos seus clientes”. Esta foi a justificação apresentada: “A 29 de dezembro de 2015, o Banco de Portugal levou a cabo um ato ilegal e discriminatório ao transferir cinco séries de títulos no total de 2,2 mil milhões de euros do Novo Banco para a massa falida do Banco Espírito Santo”.

Numa nota da Pimco e da BlackRock enviada à imprensa, lia-se ainda que “outras 38 séries de títulos classificadas simultaneamente com os títulos transferidos foram deixadas intactas no Novo Banco”. Esta medida “arbitrária e injustificada provocou perdas em torno de 1,5 mil milhões de euros para os investidores de retalho e pensionistas que confiaram as suas poupanças a instituições que investiram, em seu nome, em títulos que o Banco de Portugal escolheu de forma desigual”, referem os investidores.

Já na semana passada, a 3 de abril, os investidores anunciaram que iriam avançar com um processo para travar a venda do Novo Banco. Nesse dia, a BlackRock encorajou “fortemente” as autoridades portuguesas a procurarem “uma conclusão construtiva e atempada para esta questão”. Ou seja, aconselha Portugal a chegar a acordo. E o Governo está, de facto, a tentar chegar a um acordo amigável com estes credores, já que, tradicionalmente, também são grandes investidores em dívida pública e a sua ausência do mercado pode afetar negativamente os juros e o spread as obrigações do Tesouro.

Foi isso mesmo que reconheceu o primeiro-ministro António Costa no dia em que anunciou a venda do Novo Banco aos norte-americanos da Lone Star: “Acho que é manifesto hoje que se há algo que penaliza os custos da República, os custos do sistema financeiro, é o facto de os investidores internacionais terem recebido particularmente mal a decisão do Banco de Portugal de, unilateralmente e de uma forma discricionária, ter imposto sacrifícios a certos obrigacionistas em dezembro de 2015”.

As palavras foram bem recebidas por este grupo de credores. “A nossa posição é legal e não misturamos a política. No entanto, a posição do primeiro-ministro agrada-nos. Revela que, tal como sempre pensámos, as autoridades portuguesas seguem estritamente as regras internacionais e que podemos contar com elas para que se corrijam erros cometidos em momentos e por entidades que, numa situação de stress, não avaliaram corretamente o impacto das suas decisões”, disse ao ECO um responsável que representa esse grupo de investidores.

Uma “posição legal” cujo primeiro efeito foi a ação que deu entrada este domingo no Tribunal Administrativo de Círculo de Lisboa.

Apesar dos esforços do Governo, a primeira proposta apresentada não está a convencer os investidores. O acordo em cima da mesa prevê uma compensação de 600 milhões de euros aos grandes investidores, valor que estes já disseram que “nunca aceitarão”. Os investidores argumentam que os 600 milhões correspondem apenas ao valor que lhes é legalmente devido, mas não chega.

Notícia atualizada pela última vez às 18h04.

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Procura por obrigações de retalho supera 1.400 milhões

Mais de 95% da quarta emissão de obrigações para o retalho foi comprada por investidores portugueses, com a procura a superar os 1.400 milhões de euros.

Foi o prémio mais baixo de sempre mas nem por isso a quarta emissão de obrigações para o retalho (OTRV) deixou de registar uma forte procura da parte dos investidores, maioritariamente nacionais. O IGCP recebeu ordens de compra 1,42 vezes superior aos 1.000 milhões de euros que pretendia obter, com a quase totalidade do “empréstimo” a ficar nas mãos de investidores nacionais, revelou esta segunda-feira a Euronext Lisbon.

De acordo com os dados apurados pela gestora da bolsa portuguesa, 96% do montante emitido ficou em mãos portuguesas. Em concreto, foram cerca de 63 mil investidores nacionais que acorreram às subscrições de OTRV entre 27 de março e 7 de abril. Os restantes 4% ficaram em mãos de estrangeiros. Em média, cada investidor ficou com 15.870 mil euros em OTRV.

É verdade que o Tesouro pagou o prémio mais baixo desde que, em abril de 2016, arrancou com a primeira das quatro emissões de obrigações dirigidas para os pequenos investidores que efetuou até hoje. E talvez por isso a procura tenha ficado abaixo da anterior emissão, realizada em novembro, quando registou ordens de subscrição superior a 2.000 milhões de euros, com cada um dos mais de 90 mil investidores a ficarem em média com 16.600 mil euros.

Prémio sempre a descer

Fonte: IGCP

Ainda assim, em virtude das poucas alternativas de investimento, num ambiente de baixos juros promovido pela ação do Banco Central Europeu (BCE), desde o primeiro dia que a agência liderada por Cristina Casalinho registou uma procura suficientemente sólida para que as obrigações esgotassem logo no primeiro dia em que foram colocadas no mercado, ajudando a que o Tesouro duplicasse o valor da oferta dos 500 milhões para os 1.000 milhões.

Assim, face ao nível de interesse, foi necessário um rateio. O montante atribuído através de rateio, que deu prioridade à data da ordem, atingiu os 45,3 milhões de euros, enquanto quatro milhões foram atribuídos por sorteio.

Mais de 56 mil investidores (perto de 90%) subscreveram montantes entre 1.000 euros e 20.000 euros em OTRV, enquanto 6.300 investidores subscreveram entre 20.000 e 50.000 euros. Com montantes mais elevados, 154 investidores subscreveram entre 50.000 euros e 100.000 euros e apenas 81 investidores comprou obrigações entre 100.000 euros e 500.000 euros.

Estado garante 4.450 milhões com retalho

Com esta operação, o Tesouro aumentou para 4.450 milhões de euros o financiamento obtido junto do retalho apenas com OTRV, depois das anteriores três emissões com este instrumento de dívida, permitindo uma maior diversificação das fontes de financiamento junto das famílias portuguesas.

E isto numa altura em que os pequenos investidores continuam a retirar as suas aplicações dos Certificados de Aforro (CA) com o fim do prémio extra. Fevereiro marcou o quarto mês consecutivo de resgates nos CA, tendo registado saídas de 164 milhões de euros. Em sentido contrário, os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM) continuam a atrair poupanças, tendo permitido ao IGCP arrecadar pouco mais de 375 milhões de euros.

Assim, no final de fevereiro, os CA apresentavam um saldo de 12.635 milhões de euros. Quase tanto como os mais recentes CTPM, cujo saldo totalizava os 12.066 milhões de euros. Desde o início do ano, a agência já conseguiu amealhar um total de 500 milhões com CA e CTPM. O objetivo passa por obter aproximadamente 2.000 milhões em 2017.

(Notícia atualizada às 17h09)

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REN afunda 5% com aumento de capital

Gestora da rede elétrica nacional registou a pior sessão em dez meses, depois de ter anunciado na passada sexta-feira um aumento de capital de 250 milhões de euros para financiar compra à EDP.

As ações da REN negociaram esta segunda-feira sob forte pressão vendedora, levando o índice português para as quedas no arranque da semana. Os títulos da gestora da rede elétrica nacional afundaram quase 5%, após ter anunciado na sexta-feira um aumento de capital de 250 milhões de euros como parte de uma estrutura de financiamento para comprar a EDP Gás à EDP.

A REN caiu 4,93% para 2,78 euros, a maior queda em dez meses, tratando-se do pior desempenho em Lisboa. O PSI-20, o principal índice português, caiu 0,34% para 4.963,8 pontos, com mais oito cotadas no vermelho.

A pressionar a cotada liderada por Rodrigo Costa esteve o aumento de capital no montante de 250 milhões de euros que vai realizar para financiar a compra dos ativos de gás à EDP. A operação foi anunciada na passada sexta-feira, atribuindo um enterprise value à EDP Gás de 432 milhões de euros. O reforço de capital acontecerá por via da emissão de novas ações, o que vai implicar um efeito de diluição acionista.

“A REN irá comprar a rede de distribuição de gás natural da EDP, recorrendo a um aumento de capital e financiamento. O anúncio desta operação está pressionar a cotação das ações da REN, através do efeito psicológico do aumento do número de ações”, referiu Henrique Romão Dias, gestor de ativos da XTB. “No entanto, dado que a empresa irá adquirir um ativo com a capacidade de criar valor, é esperado que a cotação possa recuperar no médio prazo”, acrescentou.

"A REN irá comprar a rede de distribuição de gás natural da EDP, recorrendo a um aumento de capital e financiamento. O anúncio desta operação está pressionar a cotação das ações da REN, através do efeito psicológico do aumento do número de ações.”

Henrique Romão Dias

Gestor da XTB

REN afunda

Ainda por Lisboa, a Mota-Engil registou a segunda pior performance. Caiu mais de 3% para 2,12 euros, corrigindo da forte valorização da última sessão.

Na Europa, a sessão acabou por fechar em terreno tendencialmente misto. Em Madrid, as perdas foram superiores a 0,7%. E em Paris e Milão, tanto o CAC-40 como o FTSE-Mib cederam em torno de 0,5%. Já o Stoxx 600 registou uma alta tímida de 0,04%.

No mercado petrolífero, o Brent (Londres) e o WTI (Nova Iorque) aceleravam mais de 1% para 55,85 dólares e 52,93 dólares, respetivamente, com o aumento do risco geopolítico após o ataque norte-americano às bases do regime de Assad na Síria.

“O intensificar de ataques nos últimos dias e a resposta por parte dos EUA veio trazer alguma incerteza ao mercado, deixando os investidores algo receosos. Mesmo com o petróleo em alta, os índices não estão a conseguir responder na positiva embora haja boas perspetivas para que os índices comecem a valorizar outra vez e a testar os máximos atingidos, nas últimas duas semanas”, justificou Romão Dias.

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Popular pode recorrer a aumento de capital

O presidente do Banco Popular avisou hoje os acionistas que a instituição poderá ter que recorrer a um aumento de capital para resolver as graves dificuldades. Um processo de fusão é também hipótese.

“Vale a pena lutar pelo Popular”. Foi desta forma que o presidente do Banco Popular anunciou, esta manhã, durante a assembleia geral de acionistas, que o banco poderá está à beira de um aumento de capital ou de participar numa fusão. O objetivo é resolver as graves dificuldades do grupo.

Emilio Saracho, segundo escreve hoje o jornal espanhol Expansión, adiantou que o “diagnóstico é unânime, estamos condenados a ampliar o capital“. Para o presidente do Popular, “primeiro há que definir as necessidades de capital e as características da operação, que deverá ser explicada em profundidade, depois de decidir a magnitude e o momento de executá-la”.

Saracho afirma mesmo: “Não acredito na geração de capital mediante estruturas complexas”, para acrescentar: “sei que necessitamos de capital, o montante vai depender de como iremos vender os ativos e como evolua o negócio”.

"sei que necessitamos de capital, o montante vai depender de como iremos vender os ativos e como evolua o negócio”

Emilio Saracho

Presidente do Banco Popular

Mas o aumento de capital não é a única hipótese que Saracho tem sobre a mesa: a participação do banco num processo de fusão é também uma alternativa. Saracho reconhece que uma operação destas só será analisada na ótica de criação de riqueza para o acionista.

“Posso assegurar que não vamos gerir o banco para o preparar para uma fusão. Não devemos depender de terceiros. O nosso plano deve estar nas nossas mãos”, referiu.

“Merece a pena lutar pelo Popular. Definitivamente sim, mas acredito que devemos tomar medidas rápidas e decisivas. Ainda que sejam difíceis, não podemos arranjar desculpas nem sentimentalismos”, afirmou Emílio Saracho.

A assembleia geral de acionistas aconteceu depois de, na semana passada, o banco ter reconhecido que teria de fazer ajustamentos nas contas do exercício de 2016 e de ter assistido à demissão do presidente executivo do banco, Pedro Larena.

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Hostelworld chegou ao Porto… e está a recrutar

  • Juliana Nogueira Santos
  • 10 Abril 2017

A plataforma de booking de hostels vai abrir um escritório na "Cidade Invicta" e já está à procura de candidatos.

O Grupo Hostelworld, que detém três plataformas de reservas em hostels, anunciou que vai expandir a sua rede de escritórios à cidade do Porto. A empresa, que conta com um portefólio de mais de 33.000 propriedades e mais de 170 países, prevê que o novo escritório abra portas ainda esta primavera e está já em processo de recrutamento, principalmente na área tecnológica.

Porque é que o Porto foi a cidade escolhida? John O’Donnell, diretor de tecnologia da empresa explica: “O Hostelworld é uma empresa móvel que compreende a importância da inovação tecnológica. Faz sentido, que escolhêssemos um centro tecnológico crescente como o Porto para localizar o nosso novo escritório de desenvolvimento”.

Mas não é só a cena tecnológica que agradou à empresa cujos escritórios principais se localizam em Dublin. “O Porto e Portugal têm hostels de alta qualidade, tornando o Porto ainda mais adequado para a nossa marca”, justifica O’Donnell.

A jovialidade, a criatividade e a inovação que corre nas veias da “Cidade Invicta” cativou esta plataforma de booking, que tem, por si só, uma carteira de clientes que com as mesmas características. Se acha que este seria um bom sítio para trabalhar, o Hostelworld tem várias posições disponíveis na área do desenvolvimento, da automação e do software. As candidaturas podem ser feitas através do LinkedIn, aqui.

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Férias da Páscoa? Saiba os destinos onde os seus euros rendem mais

Londres, Manila, Estocolmo e a Cidade do México podem ser as escolhas mais acertadas para viajar nesta Páscoa. Estas são as capitais dos países cujas moedas mais desvalorizaram no último ano.

Destinos paradisíacos podem ser uma boa opção para as férias da Páscoa.Pixabay

Quer ir de férias para fora na Páscoa e ainda não sabe para onde? Se no seu leque de prioridades estiver ainda encontrar o destino mais em conta, Londres, Manila, Estocolmo e a Cidade do México podem ser as escolhas mais acertadas. Estas são as capitais dos países cujas moedas mais valor perderam no último ano, o que as torna em destinos de férias financeiramente mais atrativos.

As contas foram feitas pela Ebury, empresa especializada em pagamentos internacionais e gestão de câmbios, que fez um ranking de volatilidade ao longo dos últimos 12 meses, de abril de 2016 ao mesmo mês deste ano, refletindo as moedas que mais desvalorizaram, ou as que mais recuperaram nesse período, face ao euro. “A evolução seguida pelo mercado cambial nos últimos doze meses impactou o mapa turístico internacional, num período em que muitos cidadãos planeiam as suas férias de Páscoa, pois alguns países sofreram uma forte desvalorização da moeda em relação ao euro, tornando-os destinos muito mais atraentes “, explica a Ebury.

"A evolução seguida pelo mercado cambial nos últimos doze meses impactou o mapa turístico internacional, num período em que muitos cidadãos planeiam as suas férias de Páscoa, pois alguns países sofreram uma forte desvalorização da moeda em relação ao euro, tornando-os destinos muito mais atraentes.”

Ebury

E não é só na hora de fazer compras nos países de destino que a desvalorização de uma moeda pesa na fatura das férias. A Ebury explica que a volatilidade das moedas é um fator essencial para as agências de viagens, que contratam e pagam serviços em diversos locais do mundo. Ou seja, o próprio pacote de férias pode sair mais barato quando o adquirir na agência de viagens se optar por um destino cuja moeda sofreu uma maior quebra de valor.

O mais e o menos da força do euro face às moedas concorrentes

Fonte: Ebury | Variação entre 1 de abril de 2016 e 30 de março de 2017

Segundo as informações recolhidas pela Ebury, a moeda mais utilizada pelas agências para reservar pacotes turísticos são o euro e a libra, na Europa. Já no resto do mundo, a moeda de pagamento mais comum é o dólar, embora haja exceções, como o real brasileiro, o dólar australiano e o baht tailandês.

De acordo com a análise da empresa especializada na gestão de câmbios, a libra surge como a moeda que mais valor perdeu ao longo do último ano, quando comparada com a divisa comunitária. A divisa britânica desvalorizou 9,19% nos últimos 12 meses, uma quebra de valor que surge no seguimento da decisão de saída do Reino Unido da União Europeia após a vitória do “Sim” ao Brexit no referendo de junho do ano passado. Ou seja, viajar hoje para Londres sai muito mais em conta do que há um ano.

Para quem pretenda ficar pela Europa, mas prefira não rumar à capital britânica, sempre pode seguir de viagem para Estocolmo, a capital da Suécia que tradicionalmente é vista como um dos destinos turísticos mais caros na Europa. A desvalorização de 3,33% registada pela coroa sueca nos últimos 12 meses torna este destino numa opção mais em conta nesta Páscoa.

Já quem prefira seguir para destinos um pouco mais longínquo o México e as Filipinas pode ser uma boa alternativa. Nos últimos 12 meses, o peso filipino desvalorizou 3,34%, enquanto o peso mexicano perdeu 2,46% face ao euro.

Destinos a evitar

Se uma das hipóteses que está a ponderar seja visitar a Rússia, e conhecer de mais perto o país das Matrioskas mas também dos famosos ovos de Páscoa de Fabergé, o melhor será esperar por uma melhor oportunidade. No ranking elaborado pela Ebury, o rublo surge como a divisa que mais valor ganhou no último ano. A moeda russa valorizou nesse período acima de 20%.

O mesmo tipo de decisão deverá tomar quem gostasse de visitar o Brasil nesta quadra. Desde abril do ano passado, o real acumula uma valorização de 17,69% face ao euro, o que torna esse destino de férias financeiramente menos apelativo. Bem mais atrativo seria se tivesse viajado rumo ao país do samba em setembro de 2015, ocasião em que o real atingiu um mínimo que coincidiu com um período muito conturbado da economia brasileira.

Também fará sentido, adiar para uma melhor ocasião visitar, por exemplo, também a Tailândia ou a Índia. As moedas dos dois países — o bath e a rupia — desvalorizaram 7,31% e 7,5%, respetivamente no último ano.

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DBRS: Banca está a fechar balcões… mas tem de fazer mais

Os bancos europeus estão a fechar balcões, mas os cortes não têm sido significativos. É preciso mais, diz a DBRS. Em Portugal há pouca margem para reduzir custos.

Os bancos europeus continuam com encargos demasiado elevados. A conclusão é da DBRS. Apesar de reconhecer que foram feitos progressos a nível da reestruturação do setor desde a crise, a agência de notação alerta que o corte de custos também não foi significativo desde então. Apesar de as instituições estarem a apostar no fecho de balcões, é preciso mais. Tanto lá fora como em Portugal, ainda que no mercado nacional seja já muito difícil emagrecer a banca.

“Apesar da redução de 17% do número de balcões e de 13% dos trabalhadores, os bancos europeus não reduziram os seus custos de forma significativa desde 2008.” É assim que a DBRS avalia os esforços do setor bancário do Velho Continente para reforçar a solidez e a rentabilidade. A agência de notação reconhece que têm sido feitos esforços, mas que são insuficientes: os custos operacionais continuam muito elevados. “Os bancos têm de dar continuidade aos seus esforços de redução”, defende.

Apesar da redução de 17% do número de balcões e de 13% dos trabalhadores, os bancos europeus não reduziram os seus custos de forma significativa desde 2008.

DBRS

A agência de notação refere que há progressos a nível da “otimização do número de balcões e funcionários”, mas alerta que os “custos operacionais dos bancos não caíram na mesma proporção“. Os custos operacionais no sistema bancário coberto pela DBRS aumentaram, em média, 6%, seja devido às multas, investimentos e aquisições. Isto numa altura em que a rentabilidade está queda.

“A rentabilidade dos bancos europeus continua sob pressão devido a um conjunto de obstáculos estruturais e cíclicos. O crescimento económico limitado e as taxas de juro historicamente baixas representam o maior desafio para a geração de receita da maioria dos bancos europeus”, lê-se na nota enviada pela DBRS, que também destaca o peso do “crédito malparado” em alguns países. Chipre, Grécia e Portugal, por esta ordem, são os países europeus onde o malparado tem maior peso.

O desafio é grande para o setor financeiro. O futuro terá de ser digital, mas o contexto não é favorável. “Tendo em conta o enorme esforço financeiro necessário para a transformação digital, poderá demorar algum tempo até que a redução de custos [fruto da passagem dos balcões físicos para o online] comece a ter um impacto positivo nos lucros. Além disso, muitos bancos continuam a ver o digital como um extra e não um substituto dos balcões físicos”, remata a DBRS.

Cortar custos em Portugal? É difícil

O alerta é deixado numa altura em que a banca europeia está a fechar agências e a despedir funcionários. Portugal não é exceção. Entre o final de 2011 e o primeiro semestre de 2016, o último período para o qual a Associação Portuguesa de Bancos (APB) tem dados disponíveis, o número de balcões caiu em 1.620, para um total de 4.686.

Só a Caixa Geral de Depósitos (CGD) terá, no âmbito do plano de recapitalização, de despedir mais de dois mil trabalhadores e encerrar cerca de 170 balcões. “Em Portugal, os bancos continuam a focar-se na redução dos custos, mas um corte mais significativo através da consolidação da banca é improvável, considerando que o sistema bancário já está bastante concentrado”, refere a DBRS, que vai pronunciar-se sobre o rating do país a 21 de abril.

Na vizinha Espanha, o cenário é semelhante. A agência nota que é “menos provável” uma redução adicional dos balcões, “tendo em conta a reestruturação profunda e significativa que foi feita desde o início da crise financeira”.

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A Tesla acelerou. E bateu a General Motors na bolsa

A fabricante de automóveis elétricos continua a ultrapassar a concorrência em valor de mercado. Esta segunda-feira bateu a General Motors e é agora a mais valiosa fabricante norte-americana.

No mundo das empresas, existem dois circuitos: o da bolsa e o das contas. São diferentes, com curvas apertadas e onde só correm as melhores empresas. No das contas, a Tesla fica para trás face à maioria das fabricantes automóveis. Mas, no da bolsa, o caso é diferente: a firma segue a todo o gás e, este mês, acelerou. Mas acelerou muito.

Acelerou tanto que já vale mais do que a General Motors, o que significa que a Telsa é agora a mais valiosa fabricante automóvel dos Estados Unidos. O valor de mercado da empresa tem vindo a aumentar este mês, praticamente desde a apresentação de números positivos sobre as vendas no primeiro trimestre do ano. Logo no início de abril, o salto foi suficiente para ultrapassar a Ford em capitalização bolsista.

Esta segunda-feira, a firma de Elon Musk deu um pulo de 3,4% no início da sessão, com o conjunto das ações a valerem qualquer coisa como 51 mil milhões de dólares. São mais 1,7 mil milhões de dólares do que a General Motors, considerada uma empresa histórica nos Estados Unidos e cujas contas, outrora, influenciavam em muito a economia do país, recorda a Bloomberg.

Isto mostra que os investidores continuam confiantes no potencial da Tesla, mesmo tendo em conta que os elétricos Chevrolet Bolt da General Motors já andam na estrada e os Model 3, da Tesla, ainda nem sequer saíram da fábrica. São automóveis que concorrem ao mesmo nível de preço e de tipo, mas o da Tesla só chegará ao mercado lá mais para o final do ano.

Mas este é só um número. Olhando para a paisagem geral, a General Motors deverá ter lucros de nove mil milhões este ano, enquanto os da Ford deverão rondar os 6,3 mil milhões. Em contrapartida, da Tesla esperam-se prejuízos de 950 milhões. Em 2016, empresa registou um prejuízo de 2,3 mil milhões de dólares e gerou apenas sete mil milhões de dólares de receita, vendendo 80.000 automóveis. A General Motors entregou mais de dez milhões.

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Wall Street a subir, mas timidamente

  • ECO
  • 10 Abril 2017

A bolsa americana não reage agressivamente às subidas do petróleo. Populismo europeu e estatísticas de desemprego decepcionantes poderão explicar a timidez.

O grande otimismo verificado no mercado do crude não espoleta grandes oscilações em Wall Street, com os três índices principais a registarem subidas ligeiras. Os números do emprego foram dececionantes e o populismo crescente na Europa podem exercer uma influência negativa.

Wall Street abriu no verde, mas os números são tímidos. O Nasdaq, referente às empresas de tecnologia, registou a maior subida, de apenas 0,11%, fixando-se nos 5.883,86 pontos. Seguiu-se o Dow Jones, com mais 0,07 pontos percentuais, totalizando 2.357,06 pontos. O S&P500 apresentou uma subida de 0,06% correspondente a 2.357,06 pontos. Estima-se, contudo, que os lucros das empresas do S&P500 tenham aumentado em 10,1 % no primeiro trimestre de 2017.

A Bloomberg aponta as revelações de sexta-feira relativamente ao mercado de trabalho nos EUA, que ficaram aquém das expectativas, como um dos travões ao otimismo. Por outro lado, o populismo que se afirma na Europa poderá também ter uma influência negativa na bolsa americana.

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Segurança Social: Prestações sociais levam 93% dos recursos

  • Lusa
  • 10 Abril 2017

“O comportamento destas despesas está em linha com as medidas de política aplicadas e a evolução do ciclo económico”, sinaliza o Tribunal de Contas.

As prestações sociais absorveram no primeiro semestre do ano passado 93,3% dos recursos da Segurança Social, com uma execução de 46,4% face ao previsto, segundo dados divulgados hoje pelo Tribunal de Contas (TdC).

De acordo com o Relatório de Acompanhamento da Execução do Orçamento da Segurança Social janeiro a junho de 2016, estas despesas apresentaram uma variação homóloga de 0,8%, “influenciadas pelo decréscimo acentuado das prestações imediatas substitutivas dos rendimentos do trabalho, que recuaram 15,3%”.

Já as prestações sociais diferidas (pensões e complementos) apresentaram uma variação homóloga crescente (mais 2,7%), assim como as prestações sociais que consubstanciaram as políticas destinadas ao combate à pobreza e à exclusão social, (Rendimento Social de Inserção com 13,4% e Complemento Solidário para Idosos com 6,3%).

As prestações destinadas ao apoio familiar cresceram (abono de família, 2,1%; deficiência, 9,3%, parentalidade, 9,0%), à exceção do subsídio por morte, que regrediu face ao período homólogo (menos 10,6%). “O comportamento destas despesas está em linha com as medidas de política aplicadas e a evolução do ciclo económico”, sinaliza o TdC.

A despesa com pensões e complementos totalizou os 7,458,3 mil milhões de euros, mais 2,7% que no período homólogo anterior (66,1% da despesa efetiva), abaixo da variação implícita ao OE/2015 (mais 3,2%), na sua maior parte (78,1%) destinada a fazer face aos encargos com pensões de velhice.

As pensões de invalidez e sobrevivência representaram, no seu conjunto, no período em referência, 21,9% do total da despesa com pensões, continuando as pensões de invalidez a constituir a menor parcela (8,1%).

O OE para 2016 manteve as medidas com vista à redução da despesa pública e à recuperação da receita fiscal e contributiva, tendo introduzido outras, direcionadas ao crescimento económico e ao reforço da coesão social, de que se destacam as relativas a política salarial pública e prestações sociais (rendimento social de inserção, complemento social para idosos, prestações familiares e pensões).

De acordo com o TdC, o comportamento das receitas efetivas durante o período de vigência do PAEF (entre 2011 e 2014) ficou a dever-se sobretudo às transferências do Orçamento do Estado, que foram sendo sucessivamente reforçadas. Durante o mesmo período, a despesa com pensões e complementos foi sendo objeto de um conjunto de medidas de natureza regressiva com o objetivo de a colocar e manter num contexto estrutural sustentável.

Porém, refere, “a rigidez do sistema, o meio social e económico que o envolve e a precariedade das medidas aplicadas, mais centradas no objetivo de curto prazo, constituíram fatores determinantes para que esta despesa não regredisse de forma consistente e continuada”.

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As contas de Twitter alternativas que estão a desafiar Trump

  • Juliana Nogueira Santos
  • 10 Abril 2017

Autointitulam-se "governo alternativo" e afirmam que vão resistir às medidas de Trump. Conheça as contas alternativas das organizações governamentais que estão a desafiar a Casa Branca.

É conhecida de todos a relação próxima entre Donald Trump e a sua conta de Twitter. O Presidente dos Estados Unidos aproveita bem os 140 carateres disponíveis para expressar os seus pontos de vista sobre tudo, desde a atuação dos líderes mundiais, até à prestação de Arnold Schwarzenegger no programa de televisão “The Apprentice”. Donald Trump chegou até a assumir que poderia não ser Presidente se a rede social não existisse.

O Chefe de Estado considera que este meio lhe permite divulgar as suas ideias sem que os “media desonestos” as distorçam. Mas parece que o feitiço se está a virar contra o feiticeiro.

A perseguição das contas alternativas

Se Donald Trump conseguiu conquistar 306 votos do colégio eleitoral, os suficientes para que fosse proclamado o 45º Presidente dos Estados Unidos da América, não é tão claro que tenha conquistado também a confiança daqueles que trabalham no seu Governo. Assim que este tomou posse, começaram a nascer várias contas de Twitter alternativas das organizações governamentais, criadas pelos supostos “resistentes”.

Autointitulam-se “governo alternativo” e querem lutar contra os “factos alternativos” repetidos vezes sem conta pela nova Administração, contando o que realmente se passa. Atualmente, a lista já é extensa, havendo contas alternativas de mais de 40 organizações governamentais, desde as mais pequenas, como o Parque Nacional de Yellowstone até ao próprio staff do Presidente.

Esta última conta, a @RoguePOTUSStaff, revelou supostos detalhes das primeiras semanas do mandato de Trump, nomeadamente a posição de destaque de Steve Bannon, seu assessor, em decisões tão importantes como a lei da imigração e a relação dos EUA com a Rússia.

Twitter vs Casa Branca

A semana passada, a relação entre Trump e a rede social passou para o estado “é complicado”. O Departamento de Segurança Nacional emitiu uma ordem que pressupunha que a Twitter tinha de revelar a identidade do utilizador da conta denominada @ALT_uscis, que aparentemente seria um funcionário da divisão de Serviços de Cidadania e Imigração do mesmo departamento. A rede não cedeu à pressão executiva e instaurou um processo contra a Casa Branca para bloquear tal ordem.

A conta, criada em janeiro deste ano, tem atacado insistentemente as políticas da Administração Trump, principalmente aquelas que afetam os movimentos migratórios. O processo instaurado pelo Twitter foi imediatamente apoiado por movimentos democráticos e defensores da liberdade de expressão, como é o caso da ACLU.

Estes que apoiam o processo afirmam que o pedido do Executivo, que incluía a divulgação de dados como o nome, o IP e o número de telemóvel do utilizador, vai contra o direito ao anonimato e à liberdade de expressão e a própria Constituição. Ainda assim, e segundo as informações mais recentes, o Governo acabou por deixar cair a ordem, o que levou a Twitter a retirar também o processo.

Inimigos ou trolls?

A ação da Administração de tentar obter os dados pessoais do responsável por esta conta deixa perceber que esta e todas as outras contas alternativas são consideradas contas inimigas, que criticam e que têm de ser paradas. A existência de um delator dentro das próprias instituições governamentais será uma traição não tolerável por Trump.

Ainda assim, é importante perceber que a veracidade da informação que é veiculada por estas contas não pode ser confirmada, uma vez que não se sabe quem está realmente por detrás delas. Podem ser funcionários que resistem e que formam o “governo alternativo” ou trolls da internet que se alimentam da criação de buzz à volta desta figura tão controversa do nosso tempo.

Inimigos ou trolls, a certeza é que estes não vão dar descanso à Administração Trump.

É conhecida de todos a relação próxima entre Donald Trump e a sua conta de Twitter. Mas parece que o feitiço se está a virar contra o feiticeiro.Raquel Sá Martins

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