Investimento no Montepio arrisca voltar à Santa Casa

  • ECO
  • 17 Dezembro 2018

A Santa Casa não terá como justificar, em termos contabilísticos, o investimento de 75 mil euros para entrar no capital do Montepio caso este não se concretize até ao final do ano.

A entrada da Santa Casa no capital do Montepio está em causa. Seis meses após a sua formalização, a entrada daquela entidade no capital do banco ainda não se concretizou. E se tal não acontecer até ao final do ano, os 75 mil euros investidos poderão ter de ser devolvidos à Santa Casa por dificuldades em justificar, em termos contabilísticos, esse “cheque”, dá conta o Jornal de Negócios (acesso pago).

Àquele jornal, fonte oficial do Montepio adiantou que apesar de concluídas as negociações, “a operação ainda não está formalizada”, não adiantando qualquer data para que tal possa acontecer.

O dinheiro já foi transferido para a Associação Mutualista mas, caso o acordo não seja assinado nos próximos dias, poderá ter de ser devolvido à Santa Casa. “Em termos hipotéticos” esse é “um cenário possível”, disse a Santa Casa ao Jornal de Negócios.

“Na ausência de qualquer acordo, estamos perante uma questão contabilística e aí o dinheiro tem de ser devolvido”, explicou ao diário o bastonário da Ordem dos Contabilistas Certificados, Paulo Franco, já que a entidade liderada por Edmundo Martinho terá dificuldade em explicar a saída do dinheiro.

Contudo, a Santa Casa disse acreditar que a situação estará resolvida “muito em breve”, evitando assim a devolução do dinheiro.

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CP demite diretor em desacordo com decisão que ameaça segurança ferroviária

  • ECO
  • 17 Dezembro 2018

Diretor de material da CP alertou para riscos de se adiar a manutenção de rodados e foi demitido pela administração da empresa, que decidiu que manutenção dos rodados seria feita mais tarde.

O diretor de material circulante da CP foi afastado a 6 de dezembro deste ano, depois de ter alertado para os riscos de um adiamento da manutenção dos rodados e contra a gestão da empresa, escreve esta segunda-feira o Público (acesso condicionado). Em comunicado, a CP sublinha, contudo, que, ao contrário do que foi avançado por esse jornal, a “exoneração do diretor” não teve qualquer ligação a essa decisão.

Em causa está a decisão de prolongar o ciclo de manutenção dos rodados das Unidades Triplas Eléctrica (UTE), que deveria ser feita depois de 1,7 milhões de quilómetros, por mais 300 mil, até aos dois milhões.

A manutenção e vistoria das automotoras é feita de maneira a que possam ser substituídos ou reperfilados para, em segurança, voltarem aos carris. No entanto, escreve o jornal, a atual falta de material da CP — que a empresa tem apresentado como justificação para as sucessivas supressões de comboios — significaria ter parada uma das frotas mais importantes da empresa e poderia “lançar o caos” sobretudo no serviço regional.

“As operações de manutenção e reparação do material circulante da CP obedecem a pareceres técnicos e decisões que, em contacto permanente com os fabricantes, asseguram os padrões de segurança ferroviária”, garante a empresa, em comunicado. No que concerne ao ciclo de manutenção das unidades UTE 2240, a CP reforça que “os pareceres técnicos da Direção de Material Circulante da CP e da EMEF foram naturalmente concordantes e suportaram a decisão do Conselho de Administração da CP, tendo concluído que esta alteração não coloca em causa a segurança da operação ou dos passageiros”.

Por fim, a CP esclarece: “Importa salientar que a exoneração do diretor de material “circulante da CP não tem qualquer ligação com tal decisão [o adiamento da manutenção], mas tão somente com a não verificação de condições objetivas para o exercício da função”.

(Notícia atualizada com a reação da CP)

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EDP Renováveis ganha novo contrato de energia na Grécia

A empresa eólica ganhou um contrato de 20 anos num leilão de energia grego para a venda de energia eólica. Projeto está localizado na região norte da Grécia e começa a funcionar até 2021.

A EDP Renováveis assegurou um novo contrato para a produção de energia eólica na Grécia. Depois de se ter estreado naquele mercado em julho, a empresa liderada por Manso Neto ganhou um leilão de energia eólica para um parque situado no norte da Grécia. A energética prevê que este projeto entre em funcionamento no máximo dentro de três anos, revelou esta segunda-feira a empresa ao mercado.

A EDP Renováveis assegurou um Contract for Diference (CfD) de 20 anos, na sequência do leilão de energia Grego, para a venda de geração eólica produzida pelo parque Aerorrachi com 15 MW de capacidade. O projeto, localizado na região norte da Grécia, deverá entrar em operação até 2021″, diz o comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A conquista deste contrato acontece cinco meses depois de a empresa se ter estreado no mercado helénico. Foi a 4 de julho de 2018 que a EDP Renováveis anunciou a entrada na Grécia com a atribuição de um CfD de 20 anos para o parque eólico Livadi de 45 MW.

Relativamente a este novo negócio, a empresa liderada por Manso Neto diz que “reforça a sua presença num novo mercado com um desenvolvimento sustentável do seu recurso de energia renovável“.

Refere também que “continua a analisar oportunidades de crescimento, enquanto desenvolve projetos rentáveis focados em países com perfil de baixo risco e estabilidade regulatória”.

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5 coisas que vão marcar o dia

Banco de Portugal dá conta da evolução do crédito aos consumidores. O INE divulga a Conta Satélite do Turismo onde revela o impacto do setor na economia. Lá fora, o Eurostat diz como vão os preços.

Por cá, o Banco de Portugal dá conta da evolução do crédito ao consumo concedido pelos bancos e financeiras no mês de outubro, isto depois do travão no mês anterior. O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga a Conta Satélite do Turismo em que revela o impacto do setor na economia nacional. Lá fora, o Eurostat mostra a evolução dos preços no consumidor. E parabéns ao Ministério das Finanças: celebra 230 anos.

Como evolui o crédito ao consumo?

O Banco de Portugal divulga o crédito ao consumo concedido pelos bancos e financeiras no mês de outubro. Os dados relativos ao mês anterior mostraram um travão dos empréstimos aos consumidores, tendo sido concedidos 556 milhões de euros para este fim. Foi o valor mais baixo num ano, acontecendo depois de o supervisor bancário ter colocado restrições no financiamento bancários aos particulares.

Eurostat atualiza inflação

O Eurostat atualiza os dados relativos à evolução dos preços no consumidor na Zona Euro e na União Europeia no mês de novembro. Em outubro, a taxa de inflação anual fixou-se nos 2,2% tanto na região da moeda única como no espaço comunitário, representando uma aceleração face a setembro.

Quanto vale o turismo nacional?

O INE publica a Conta satélite do Turismo com primeira estimativa para 2017 em relação ao impacto do setor na economia nacional. Valor Acrescentado Bruto, consumo de turismo em função do PIB, peso das exportações de turismo face ao total das vendas de bens e serviços de Portugal e emprego no turismo são alguns dos indicadores que vão ser atualizados.

Finanças celebram 230 anos

O Ministério das Finanças vai celebrar os 230 anos da criação Secretaria de Estado da Fazenda. Criada a 15 de dezembro de 1788, através de decreto da rainha D. Maria I, a Secretaria de Estado da Fazenda deu origem ao Ministério da Fazenda em 1849, passando a designar-se, posteriormente, Ministério das Finanças em 1910.

Gasóleo desce, gasolina fica na mesma

Se tem automóvel a gasóleo, há boas notícias. Os preços do diesel vão baixar na próxima semana, estando prevista uma descida de um cêntimo por litro. Já a gasolina não vai registar qualquer alteração.

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Défice da França derrapa para 3,2% do PIB com resposta aos ‘coletes amarelos’

  • Lusa
  • 16 Dezembro 2018

A resposta do governo francês às exigências dos 'coletes amarelos' vai fazer derrapar o défice público para 3,2% do PIB em 2019. Bruxelas garante mesmo tratamento a todos os países.

O défice das contas públicas francesas deverá atingir 3,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2019 por causa das medidas anunciadas para responder à crise dos ‘coletes amarelos’, admite o primeiro-ministro Edouard Philippe. A estimativa foi feita numa entrevista ao jornal Les Echos (em francês), divulgada online este domingo à noite.

Para tentar acalmar as manifestações do movimento ‘coletes amarelos’, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou um conjunto de medidas, incluindo o aumento em 100 euros do ordenado mínimo nacional, pago pelo próprio Estado, e a redução de alguns impostos.

Para atenuar o impacto das medidas nas Finanças Públicas, o Governo decidiu limitar, no próximo ano, a redução do imposto sobre as empresas àquelas com menos de 250 milhões de euros de volume de negócios. Para as outras empresas, a redução do imposto será adiada um ano.

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Edouard Phillipe explicou que o aumento de 100 euros no salário mínimo será pago “a partir de 5 de fevereiro para completar o salário de janeiro”, adiantando que não abrangerá todos os trabalhadores com salário mínimo, porque o cálculo tem em conta o vencimento global dos agregados familiares. “Vamos alargar o número de agregados elegíveis, que passará de 3,8 milhões para cinco milhões”, disse o primeiro-ministro francês.

A estimativa de Edouard Philippe coloca o défice da França acima dos 3% estipulados pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento da União Europeia, que mantém atualmente um “braço de ferro” com Itália por causa dos valores do défice das suas contas públicas.

O comissário europeu dos Assuntos Económicos, Pierre Moscovici, garantiu na semana passada que a França não receberá tratamento preferencial relativamente a Itália em caso de derrapagem do seu défice. Bruxelas, recorde-se, chumbou o plano orçamental de Itália para 2019, por não estar conforme com as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento, e recomendou a abertura de um procedimento por défice excessivo.

Embora tenha rejeitado um tratamento diferenciado para França, Moscovici lembrou que as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento autorizam em alguns casos derrapagens orçamentais.

Um desvio “temporário, limitado e excecional” das regras europeias que limitam o défice público de um país a 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) é “concebível”, desde que a derrapagem não aconteça durante dois anos consecutivos e não exceda os 3,5%, disse.

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Governo francês admite erros na gestão da crise dos ‘coletes amarelos’

  • Lusa
  • 16 Dezembro 2018

"Nós não ouvimos suficientemente os frances", admitiu o primeiro-ministro.

O primeiro-ministro francês, Edouard Philippe, admitiu que o Governo não “ouviu suficientemente os franceses” e “cometeu erros” na gestão da crise dos “coletes amarelos”, numa entrevista ao jornal Les Echos (em francês), que será publicada na segunda-feira. “Nós não ouvimos suficientemente os franceses. Estou convencido de que eles querem que nós transformemos este país. Digo-lhes que a sua impaciência é a minha. Vamos continuar a reparar o país contando mais com eles”, sublinhou Philippe na entrevista divulgada ‘online’ este domingo à noite, na qual pormenoriza as medidas anunciadas pelo Presidente, Emmanuel Macron, para apaziguar a ira dos milhares de manifestantes que, desde 17 de novembro, saíram à rua em todo o país para exigir melhores condições de vida.

O chefe do executivo francês anunciou igualmente a realização de um debate sobre o referendo de iniciativa cidadã (RIC), uma das principais reivindicações dos “coletes amarelos”, que afirmou ser “um bom instrumento numa democracia”.

“Não vejo como é que se pode ser contra o princípio que lhe subjaz. O referendo pode ser um bom instrumento numa democracia, mas não sobre qualquer assunto, nem em quaisquer condições. É um bom tema para o debate que vamos realizar em toda a França. Como o é o voto em branco”, sustentou o primeiro-ministro na mesma entrevista.

O movimento dos “coletes amarelos”, convocado por cidadãos comuns nas redes sociais, começou por ser um protesto contra o aumento dos combustíveis em França, mas depois tornou-se mais abrangente, à medida que aumentou a adesão popular, transformando-se num movimento de contestação social por melhores condições de vida, cujas principais queixas eram impostos demasiado altos e quebra do poder de compra.

Desde 17 de novembro, e ao longo de cinco sábados consecutivos, muitos milhares de manifestantes invadiram as ruas, com alguma violência, incendiando viaturas e contentores do lixo, arrombando e pilhando lojas por todo o país e entrando em confronto direto com as forças policiais, o que causou centenas de feridos e milhares de detenções.

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Marques Mendes: “Há dois políticos iguais na vontade de controlar a comunicação social: Sócrates e Rio”

No habitual comentário de domingo, Marques Mendes comparou o líder do partido ao antigo primeiro-ministro na vontade de controlar Justiça e media.

Marques Mendes diz que uma das coisas que liga Rui Rio a José Sócrates é a “vontade de controlar a Justiça e a comunicação social”. No seu habitual comentário de domingo, na Sic, Marques Mendes sublinhou que “as propostas do PSD” têm, como objetivo, “tentar controlar a ação do Ministério Público. E não surpreende que venham do lado de Rui Rio”.

“Em Portugal há dois políticos iguais na vontade de controlar a justiça e a comunicação social: José Sócrates e Rui Rio. Nessa matéria, eles são verdadeiros irmãos siameses. Podem até ser diferentes nas intenções e no caráter, mas nas ideias são iguais. Um e outro gostavam de poder dizer o que se investiga, como se investiga e quando se investiga”, assinalou.

Marques Mendes disse ainda que, da parte de Rio, há três coisas que o surpreendem: o combate à corrupção, porque “Rio é um homem sério e, apesar disso, nunca é capaz de ter uma palavra firme” face ao tema, a posição do líder social democrata face a Joana Marques Vidal já que “nunca Rui Rio teve uma palavra clara de apoio. Foi sempre ambíguo” e, em terceiro, aquilo que considera “prioridades invertidas”. “A grande prioridade no que ao Ministério Público diz respeito é dotá-lo de meios para um combate mais eficaz e mais rápido à corrupção e ao crime em geral”.

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Milionário francês compra Torres de Lisboa por 100 milhões

  • ECO
  • 16 Dezembro 2018

O grupo Castel do francês Pierre Castel, comprou parte do centro de escritórios conhecido como Torres de Lisboa. Negócio terá sido fechado por mais de 100 milhões de euros, avança o Expresso.

Poucos dias após a aquisição dos terrenos da antiga Feira Popular de Lisboa pela Fidelidade, mais um grande negócio do setor imobiliário português foi fechado. Desta vez o alvo são as Torres de Lisboa que terão sido compradas em parte pelo grupo Castel do milionário francês, Pierre Castel. A notícia é avançada pelo Expresso (acesso grátis) neste domingo que adianta ainda que o grupo terá desembolsado mais de 100 milhões de euros pelos ativos.

De acordo com aquela publicação, o negócio envolve quatro edifícios, duas torres de 16 pisos cada e mais dois de cinco pisos cada, todos eles arrendados quase na totalidade com contratos de longa duração a empresas como o Cetelem, o BPI, a Manpower, o British Hospital ou, mais recentemente, o Diário de Notícias e a TSF (Global Media Group).

Fora da operação ficaram os restantes edifícios que estão ocupados pela Galp Energia, sendo que uma das torres pertence à petrolífera e a outra, a Torre A, pertence à empresa espanhola Merlin.

Os ativos agora alienados pertenceram à Chamartín – que entrou em insolvência em 2015 – e estavam atualmente nas mãos da espanhola ECS, gestora de fundos de recuperação e reestruturação de ativos.

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The Thinker and The Sinner: A startup que cria almofadas a partir de retalhos, só para “pecadores”

António Peres e Paulo Julião criaram a "The Thinker and The Sinner", uma startup que cria almofadas a partir de pedaços de tecido. Mas, no futuro, ambicionam parcerias com marcas da alta costura.

Dois apaixonados por moda juntaram-se para criar almofadas a partir de pedaços de tecidos, muitos deles com poucos milímetros. Através de gravatas usadas e lenços, a ideia foi criar almofadas decorativas e vendê-las, com os lucros a reverterem para instituições sociais. E assim nasceu a startup The Thinker and The Sinner, com poucos meses, mas com objetivos bem definidos: aproveitar roupas de marcas de alta-costura e convertê-las em produtos de luxo. E tudo a partir do patchwork.

António Peres ouviu “falar de roupa a vida toda”, mas esteve sempre ligado a outras áreas. A mãe trabalhou em Paris como consultora na casa Chanel e, de olhos postos nela, “trabalhar produtos era uma coisa que sempre quis fazer”. Para além do exemplo materno, inspirou-se nos povos africanos, “que utilizavam muito os trapos e pedaços de vestidos para se vestirem”, conta ao ECO. Numa altura em que engordava e emagrecia constantemente, surgiu a ideia de criar roupas a partir de retalhos. “No fundo faz-se uma reciclagem pura e é uma forma de preservar roupa”, diz.

Foi assim que nasceu aTheThinkerandTheSinner que, em português, significa “o pensador e o pecador”. Os primeiros passos desta startup começaram a ser dados há cerca de um ano, mas só agora o projeto vai arrancar a sério. E os primeiros produtos foram almofadas. “A primeira almofada a ser feita foi pela minha mãe, em brincadeira. Porque eu falava-lhe no conceito e na história e ela um dia quis experimentar. Foi feita a partir de três ou quatro gravatas e quando eu vi o resultado achei espetacular“, conta o fundador.

A partir daí criou um ateliê, na zona das Olaias, em Lisboa, onde tem atualmente uma equipa de sete funcionários, entre os quais três costureiras ucranianas, “as melhores do mundo”. Mas costurar almofadas a partir de pequenos pedaços de tecidos — o chamado patchwork — não é fácil, sublinha. “É um trabalho muito minucioso e moroso, os métodos são os mais artesanais possíveis e isso dá trabalho”, diz António. Há almofadas que podem demorar dois dias a fazer, outras até quatro ou cinco, depende dos cortes, explica.

Os tecidos, esses foram doados por associações e amigos ou familiares. O maior contributo veio do próprio fundador, que doou centenas de gravatas logo no nascimento deste projeto. A António juntou-se, pouco depois, Paulo Julião, especialista na área e que já passou por vários ateliês do país. Ao ECO, o chefe do ateliê da The Thinker and The Sinner conta que viu nesta startup “algo que já não via há muito em Portugal, que era a qualidade com que as almofadas eram feitas”.

“Comprar uma almofada destas é um pecado”

Em cerca de seis meses, os dois empreendedores e a restante equipa já fizeram cerca de 80 peças. Mas porquê almofadas? António responde, entre risos: “Porque gosto de dormir”. Nesta primeira linha de produtos, o investimento feito foi de cerca de 50 mil euros, revelou ao ECO. “Eu próprio fiquei surpreendido que se tenha conseguido chegar a este resultado só com este investimento, e tudo através de fundos próprios”, diz, embora não descarte a possibilidade de, no futuro, vir a recorrer a fundos comunitários.

As almofadas são pouco comuns, tanto no estilo como no preço. Os preços arrancam nos 90 euros e vão até aos 200 euros, “são para um público aspiracional”, diz António. Mas a startup tem uma cujo valor ascende aos 3.000 euros devido ao “terço com 28 gramas de ouro”, mas essa será oferecida à Madonna, “para agradecer tudo o que ela feito pelo país e, de preferência, para a ter como cliente”.

“Comprar uma almofada destas é um pecado, mas é um pecado perdoado”, atira o fundador entre risos, quando questionado pelo nome dado à startup, que faz alusão a um pecador.

Os produtos da The Thinker and The Sinner vão começar a ser vendidos apenas em janeiro através de um site online e canais multimarcas, cujas negociações estão a decorrer. Mas, para o futuro, os dois empreendedores ambicionam trabalhar em parceria com grandes marcas de alta-costura, como Dior, Gucci, Chanel, etc. “Sabemos que a política de reciclagem das grandes marcas está atrasada”, diz António, acrescentando que, como estas coleções não podem entrar em saldos ou promoções, acabam por ser queimadas. “Os princípios do movimento zero têm dificuldades em chegar à moda, é um caminho que ainda está a ser percorrido”.

Em termos de faturação, as previsões apontam para vendas na ordem dos 40 mil euros, “com um acréscimo de três dígitos em 2020”, revelou a equipa ao ECO. Nesta fase inicial, as almofadas serão leiloadas e o dinheiro arrecadado com as vendas será doado a duas instituições de solidariedade — Associação Mulheres de Vermelho e Associação de Apoio à Vítima (APAV) –, algo que Paulo Julião pretende que se mantenha.

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“Olá, Mercedes”. Sim, o Classe A fala consigo

Se esteticamente o Classe A sofreu apenas uma atualização, a tecnologia embutida no pequeno familiar é toda nova. Parece um iPhone de última geração.

Não, o Classe A não nos vem receber à porta. Não nos cumprimenta quando entramos, mas está lá pronto para ajudar quando precisamos dele. Ou melhor, dela. Só temos de a chamar. Basta um simples “Olá, Mercedes” para que as nossas dúvidas sejam respondidas e, mais importante, que os nossos pedidos sejam satisfeitos.

“Olá, Mercedes”. “Em que posso ajudar?”, responde-nos a assistente virtual da fabricante germânica incluída no novo Classe A. “Como está o tempo em Lisboa?” Rapidamente ela faz-nos a descrição da meteorologia, tanto a atual como a dos dias que aí vêm. Se pedimos um tipo de música, ela sintoniza. E se tivermos frio, ela liga o aquecimento. É só pedir, sempre com um simpático “Olá” antes de cada desejo.

Faz tudo isto — e até abre a cortina do tejadilho — mostrando o que se pediu num ecrã gigante que é, sem dúvida, o ex-libris deste novo Classe A. Vai no centro do tablier até quase à janela do condutor, conferindo um toque high tech ao novo modelo. Se no centro do automóvel há muito infotainment, na parte que fica por detrás do volante privilegia-se a informação para o condutor. Mas é tudo configurável ao gosto do dono.

Mas onde está o manual?

É possível usar a voz para fazer um sem número de tarefas, mas para outras convém dar uso aos botões. E há muitos. Mesmo muitos. Desde o pad entre os bancos dianteiros até aos muitos outros que tomam conta de todo o espaço ao redor do airbag de quem tem o volante do A nas mãos. São tantos — e ainda mais se contarmos com os da climatização.

Para quem faz o ensaio é desafiante. Para quem usa diariamente, o desafio é menor. E com o passar do tempo, os toques nos botões no volante, ou no pad na consola central tornam-se automáticos. A partir desse momento passamos a contemplar todo aquele ecrã, a forma como se funde no tablier. E o olhar deixa-se conquistar pelo jogo de luzes personalizável que vem com este Mercedes, isto enquanto o resto do corpo aprecia as curvas dos bancos, mas também as da estrada.

Um bom com compromisso

Botão Start pressionado, seletor no Drive e o A ganha vida, desfilando a nova vestimenta — mais arrojada graças aos conjuntos óticos dianteiros mais rasgados, entradas de ar de maiores dimensões e uma grelha gigante — pelo asfalto. E há várias motorizações disponíveis, algumas delas partilhadas com a Renault. Um desses motores é o 1.4 litros de 163 cv, desenvolvido pela Mercedes e que pode ser encontrado também no Renault Scénic — que se junta ao 2.0 litros de 224 cv, da fabricante alemã.

Depois há o best seller, o A 180d, com um motor de origem Renault, o 1.5 DCi, com 116 cv. O diesel, equipado com caixa de velocidades automática 7G-DCT de dupla embraiagem, mostra-se um bom aliado para este pequeno motor, permitindo rápidas respostas ao pé direito.

Reponde bem, especialmente quando se coloca se seleciona o modo de condução mais desportivo, mas principalmente revela-se um bom compromisso tendo em conta os consumos. É extremamente comedido, conseguindo-se facilmente ficar na casa dos 5 litros/100 km. Em termos de preços, começam nos 27 mil euros, mas com algum equipamento extra facilmente chega aos 32 mil.

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Emissão de obrigações do Novo Banco eleita a melhor operação do ano na Europa

  • ECO
  • 16 Dezembro 2018

A primeira dívida subordinada emitida pelo Novo Banco no valor de 400 milhões de euros realizada em junho marcou o regresso da instituição financeira aos mercados. Agora foi premiada na Europa.

A emissão de 400 milhões de euros de obrigações do Novo Banco foi eleita pela IFR – International Financial Review como a melhor operação de instituições financeiras europeias. Em causa está a primeira emissão de dívida do banco liderado por António Ramalho realizada em junho deste ano e que marcou o regresso da instituição ao mercado da dívida.

O Novo Banco foi a única instituição portuguesa, e Ibérica, a receber esta distinção europeia da IFR – a mais prestigiada publicação financeira neste tipo de emissões – sendo premiada conjuntamente com outros emitentes relevantes e diversificados como o Lloyds, a Nestlé, a Bayer, a Uber ou a Universidade de Cambridge.

Esta emissão de dívida subordinada a 10 anos “veio provar a confiança dos investidores no projeto do Banco, tendo sido a primeira emissão de dívida desde a sua criação“, dá conta o banco liderado por António Ramalho em comunicado.

Esta deu resposta a uma exigência de Bruxelas no quadro da venda do banco ao Lone Star, tendo incluído a troca de obrigações sénior, com maturidade de dez anos e a possibilidade de reembolso a partir do final do quinto ano. Na altura foi colocada junto de investidores privados com uma taxa de juro de 8,5%. Mas como houve uma larga adesão na troca de obrigações cupão zero de longo prazo (mais de 80%), pelo que o custo marginal para o banco acabou por ser um quarto daquele valor, veio mais tarde adiantar o banco.

“A operação, que teve como bookrunners o JP Morgan e o Morgan Stanley, foi concluída à taxa anual mínima previamente definida, tendo havido uma larga adesão na troca de obrigações cupão zero de longo prazo, provando mais uma vez, a confiança dos investidores institucionais, nacionais e internacionais, na instituição”, vem agora dar nota o Novo Banco.

Esta operação concretizou-se depois de em outubro do ano anterior o banco ter sido vendido ao Lone Star, numa operação que envolveu um reforço de capital próprio pelo fundo norte-americano de 1.000 milhões de euros. “De referir que a 4 de outubro, o Novo Banco tinha concretizado com enorme sucesso a compra e reembolso antecipado de 4.743 milhões de euros de obrigações, uma operação que permitiu o cumprimento dos objetivos de capital e ganhos equivalentes num valor acima de 500 milhões de euros”, acrescenta ainda o Novo Banco.

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Novo Banco vende carteira de malparado de 1.750 milhões ao fundo KKR

Está vendida a maior carteira de malparado de sempre em Portugal. O fundo KKR ganhou a corrida pelos 1.750 milhões em crédito problemático do Novo Banco. NPL do banco caem para 6,8 mil milhões.

Está vendida a maior carteira de crédito malparado alguma vez colocada à venda em Portugal. Foi o fundo KKR quem ganhou a corrida pelos 1.750 milhões de euros em NPL (Non Performing Loans) que o Novo Banco pôs à venda em setembro, apurou o ECO junto de fonte do mercado. Tudo aponta para que o contrato seja assinado no final desta semana. E assim António Ramalho vai baixar o nível de malparado do banco para menos de 7.000 milhões de euros ainda este ano.

Em causa está o projeto “Nata”, que consiste numa carteira de empréstimos no valor de 1.750 milhões de euros e cuja cobrança pelo banco é considerada improvável. Eram três os candidatos que estavam na corrida para comprar este portefólio: o fundo de private equity KKk, um consórcio formado pelo Deutsche Bank, a Arrow Global e a Carval, e a Cerberus Capital Management. A decisão foi tomada este fim-de-semana.

Com o KKR estão ainda os servicers Hipoges, de António Nogueira Leite, e LXPartners. Não é o primeiro investimento da KKR em Portugal, tendo em conta que este fundo comprou recentemente as operadores de telecomunicações Nowo e Oni à Apax e tem um investimento na Outsystems.

Contactado, o Novo Banco não esteve disponível para comentar a informação.

Este processo foi desencadeado em setembro, mas só agora conhece um desfecho final. A operação deverá concretizar-se em duas tranches, conforme havia explicado a publicação Debtwire em setembro: a primeira totaliza um montante de 550 milhões de euros com empréstimos de 54 grandes empresas, enquanto a segunda tranche de 1,2 mil milhões se refere a malparado de mais de 62 mil empresas.

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O Novo Banco, detido em 75% pelo Lone Star e em 25% pelo Fundo de Resolução, apresenta elevados níveis de crédito malparado e comprometeu-se junto do Banco de Portugal a reduzir a sua exposição a este tipo de ativos problemáticos nos próximos anos que tem provocado prejuízos volumosos. De acordo com as últimas contas apresentadas pela instituição, o Novo Banco detinha cerca de 8,5 mil milhões de euros em NPL no final de setembro deste ano, menos 784 milhões de euros face ao final do ano passado. Este montante correspondia a um rácio de crédito não produtivo de 27,7%.

Com a venda da “Nata”, o nível de malparado do Novo Banco baixará assim para cerca de 6.700 milhões de euros este ano. Mas poderá cair ainda mais tendo em conta que se prepara para alienar em breve outra carteira de malparado, desta vez em Espanha. Está em curso a venda do projeto Albatros, que inclui empréstimos problemáticos no valor de 400 milhões de euros, e a transação pode também ficar fechada ainda este ano.

Nas contas até setembro, o Novo Banco explicava: “O rácio de NPLs (non-performing loans) situou-se nos 27,7% (-3,8 pontos percentuais face a setembro de 2017) devido à continuada redução do crédito não produtivo, com o rácio de cobertura a atingir os 63,5% (+11,6 p.p. face ao período homólogo). O rácio de NPLs líquido de imparidades desceu de 18,1% em setembro de 2017 para 12,3%, uma redução de cerca de 5,8 p.p.”.

Recentemente, o banco também vendeu uma carteira de 9.000 imóveis aos americanos do Anchorage Capital Group por 716 milhões de euros, com a gestão deste portefólio a ficar a cargo das sociedades de servicing Finsolutia e da Hipoges.

A venda deste conjunto de imóveis explicou em grande medida os prejuízos de 420 milhões de euros que o Novo Banco registou no exercício entre janeiro e setembro deste ano. Teve um impacto negativo de quase 160 milhões de euros nas perdas que o banco registou naquele período.

Isto depois dos prejuízos de 1.395 milhões de euros registados em 2017, um valor que obrigou o Fundo de Resolução à injeção de cerca de 800 milhões no capital do banco, com o Estado a emprestar cerca de 400 milhões ao Fundo de Resolução.

Para proceder à limpeza do seu balanço, o Novo Banco conta com uma espécie de almofada de capital do Estado, que se comprometeu a amparar os maus resultados da instituição aquando da alienação de 75% do capital ao fundo americano Lone Star.

Uma vez que a venda de NPL e de imóveis geram imparidades, acabando por debilitar financeiramente a instituição, sempre que os rácios de capital do Novo Banco baixarem da fasquia de 12,5%, é ativado o Mecanismo de Capital Contingente, através do qual o Estado garante, sempre que necessário, empréstimos para o Fundo de Resolução se financiar. Mas isto se a erosão dos rácios for provocada pelas imparidades resultantes da alienação de uma carteira de ativos que a Lone Star negociou previamente com o Governo.

No relatório e contas semestral, a instituição fez um cálculo e estimou em 726 milhões de euros as necessidades do mecanismo de capital contingente para 2019.

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