António Costa defende que Europa tem um papel importante como promotora de consensos

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

O primeiro-ministro português, António Costa, defendeu este domingo que a Europa tem um papel crucial na promoção de consensos. Isto depois de Trump ter rejeitado as conclusões da cimeira do G7.

O primeiro-ministro, António Costa, defendeu este domingo que a Europa assume um papel importante como promotor de consensos, numa altura em que o mundo enfrenta novos desafios, que colocam em causa “valores humanistas”. “É preciso uma Europa forte para que objetivos tão importantes como o cumprimento do Acordo de Paris seja possível, para que a liberdade comece e possa persistir, para que os valores humanistas que recusam a construção de muros continuem”, salientou.

António Costa falava, em Ponta Delgada, à margem das comemorações do 10 de Junho, depois de questionado sobre o facto de o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, se ter dissociado do comunicado final da cimeira do G7, este sábado.

Para o primeiro-ministro é preciso combater desafios que se julgavam já “enterrados no passado”, como o naturalismo e as barreiras à liberdade de comércio e à circulação de pessoas, que não se colocam só nas relações com os Estados Unidos, mas com outros países, inclusive dentro da Europa. “Tudo o que se passa no mundo demonstra bem que nós precisamos de uma Europa cada vez mais forte, uma Europa que seja capaz de ser um motor de consenso, uma ponte de ligação entre todos e não um corpo que se isole”, frisou.

António Costa defendeu ainda que Portugal tem um “enorme contributo a dar”, salientando que não se deve “confundir o que são as conjunturas dos governos ou dos presidentes que estão em funções aqui ou ali com os vínculos permanentes, históricos, duradouros, que existirão sempre”. Quanto à relação entre Portugal e os Estados Unidos, o primeiro-ministro disse que é possível criar “outras formas de cooperação” para além da base das Lajes, nos Açores, porque “as realidades vão mudando”, destacando dois projetos de parceria entre os dois países: o Centro de Defesa Atlântico e o Air Center.

“A ciência será seguramente uma nova ponte e os grandes desafios que a humanidade enfrenta, as alterações climáticas e a descoberta da profundeza do mar”, salientou, realçando a “enorme valia que os Açores podem representar” nessas áreas. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o primeiro-ministro partem, à tarde, para os Estados Unidos da América, onde darão continuidade às comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, em Boston e Providence.

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Suíços rejeitam proposta que impedia os bancos comerciais de fabricarem dinheiro

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

Os suíços rejeitaram este domingo, em referendo, uma proposta que visava dar ao Banco Nacional a competência exclusiva de emitir moeda. Bancos comerciais podem continuar a fabricar dinheiro.

Os suíços rejeitaram este domingo, em referendo, uma iniciativa popular que dava ao Banco Nacional da Suíça (BNS) poderes plenos e exclusivos de fabrico de moeda, e que, segundo os defensores da proposta, garantia a estabilidade financeira do país. A proposta foi recusada de forma clara, com 75% de votos contra, segundo as últimas previsões oficiais, noticia a agência de notícias espanhola Efe.

A iniciativa implicava uma reforma radical do atual sistema monetário suíço, em que o BNS emite notas e moedas que representam apenas 10% da massa monetária em circulação. O restante dinheiro designa-se como “escritural”, já que existe apenas a nível contabilístico e de forma eletrónica em contas bancárias. Os bancos comerciais vão criando esse dinheiro através dos créditos que aprovam, quer a empresas, quer a particulares, em vez de utilizarem o dinheiro dos depósitos.

O referendo tinha sido proposto por um comité que incluía personalidades de diferentes formações — economistas, especialistas financeiros, docentes e grupos sindicais –, que conseguiu reunir as 100.000 assinaturas necessárias para que fosse convocado. Os defensores da iniciativa pretendiam acabar com o sistema existente, substituindo-o por outro que, defendiam, protege melhor o dinheiro dos clientes dos bancos e previne novas crises financeiras.

Face ao fracasso do referendo, um dos coordenadores nacionais da campanha pelo “Sim”, Jean-Marc Heim, considerou que apesar da derrota a iniciativa permitiu generalizar um amplo debate e “despertar consciências” na população sobre o poder que os bancos comerciais têm graças à capacidade de fabricarem moeda. “Não abandonaremos o combate”, assegurou, acrescentando que os que lideraram o referendo sobre este tema continuarão a trabalhar por uma reforma do sistema bancário e pela regulamentação das criptomoedas.

No que respeita aos defensores do “Não”, a iniciativa aglutinou amplos setores políticos e económicos, que consideravam que a iniciativa enfraquecia os bancos e acarretava custos suplementares que acabariam por ser pagos pelos contribuintes. Sustentavam ainda que dar capacidade plena e exclusiva de produção de moeda ao Banco Nacional da Suíça ameaçava a independência da instituição.

Para o deputado de direita liberal-radical Olivier Feller (PLR/VD), copresidente do comité contra o referendo, o “povo não quis que a Suíça se convertesse num laboratório de experiências em matéria de política monetária”. O Governo suíço opôs-se, desde o início, a esta mudança pelo impacto que tinha na atividade comercial dos bancos, um setor do qual dependem 5,6% do emprego e 9,1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

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Alemanha acusa Donald Trump de destruir “confiança” entre EUA e Europa

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

A Alemanha também já reagiu à decisão de Donald Trump de retirar o apoio ao relatório final da cimeira do G7. Acusa-o de destruir a "confiança" que existia entre os EUA e a Europa.

A Alemanha acusou Donald Trump de “destruir” uma grande parte da confiança entre os Estados Unidos e a Europa, ao remover, com um tweet, o apoio ao acordo final da cimeira de G7, no Canadá. O ministro dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Heiko Maas, afirmou que “a Europa unida é a resposta para os Estados Unidos em primeiro lugar”, pois, assinalou, “pode-se rapidamente destruir uma incrível dose de confiança num tweet“. Por isso, Maas escreveu na rede social Twitter que se torna “ainda mais importante para a Europa manter-se unida e defender os seus interesses de forma ainda mais agressiva”.

Esta madrugada, o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, dissociou-se do comunicado final da cimeira do G7, chamando ao primeiro-ministro do Canadá, país anfitrião da reunião, de “muito desonesto e fraco” por este ter classificado como insultuosas as tarifas americanas. “Face às falsas declarações de Justin [Trudeau, primeiro-ministro do Canadá] na sua conferência de imprensa e ao facto de o Canadá estar a impor enormes taxas sobre os nossos agricultores, trabalhadores e empresas americanas, pedi aos nossos representantes americanos que retirassem o apoio ao comunicado enquanto consideramos taxar os automóveis que estão a inundar o mercado americano”, escreveu Trump, na rede social Twitter.

Numa outra mensagem na mesma rede social, o Presidente dos Estados Unidos criticou o primeiro-ministro do Canadá por ter uma conduta “suave” durante a cimeira do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7), mas de ter criticado as tarifas aduaneiras americanas sobre o aço e o alumínio. “Muito desonesto e fraco. As nossas tarifas são uma resposta aos seus 270% sobre os produtos lácteos”, justificou Donald Trump, citado pela agência France Presse.

Na conferência de imprensa, Justin Trudeau explicou que no decurso da cimeira, que decorreu em La Malbaie, disse ao Presidente dos Estados Unidos que as tarifas deste país eram “para os canadianos que lutaram ao lado dos soldados americanos bastante insultuosas”. “Será com pesar, mas com certeza e firmeza absolutas, que aplicaremos as tarifas no dia 01 de julho em retaliação àquelas impostas injustamente pelos americanos contra nós”, referiu o Justin Trudeau.

Igualmente este domingo, a Presidência francesa defendeu que “a cooperação internacional não pode depender de raiva ou palavras”, lamentando a “incoerência” e “inconsistência” do chefe de Estado norte-americano sobre o comunicado final da cimeira do G7. “Resumimos dois dias [de cimeira] num texto final de compromissos. Nós vamos cumpri-los e quem quiser voltar atrás revela-se incoerente e inconsistente”, informa a Presidência francesa em comunicado, citado pela agência France-Presse. De acordo com aquele país, “a cooperação internacional não pode depender de raiva ou de palavras”.

Os líderes do G7 assinaram no sábado um texto, no qual defendem um comércio internacional com “regras” e se comprometem a tentar “reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios”. Apesar de persistir a disputa sobre taxas alfandegárias com os Estados Unidos, os sete países mais industrializados do mundo conseguiram assinar um “texto comum” depois de dois dias de cimeira em La Malbaie, na província canadiana do Quebeque. Apenas as questões ambientais não contaram com a assinatura do Presidente norte-americano.

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Do crescimento económico sustentável à inclusão social. O ECO resumiu as 28 conclusões da cimeira do G7

O documento final com as conclusões da cimeira do G7 (rejeitado pelos EUA) debruça-se sobre questões como a inclusão, os conflitos, o ambiente e o crescimento sustentável. O ECO resumiu-as em tópicos.

A foto de grupo após a cimeira de líderes do G7. Donald Trump já não se encontrava presente.G7/Twitter

Já são conhecidas as conclusões da cimeira do G7, um encontro que reúne os líderes das sete maiores economias desenvolvidas do mundo que, juntas, representam mais de 62% da riqueza mundial. A reunião de dois dias ficou marcada pelas divisões entre os vários representantes e, sobretudo, pelas controversas ideias do Presidente dos EUA, Donald Trump.

Como é habitual, os países divulgaram um comunicado sumarizando as ideias gerais deste encontro, que começou na sexta-feira e terminou este sábado. São 28 tópicos no total, que tratam assuntos que vão desde o crescimento económico sustentado e inclusivo, o combate à pobreza e à discriminação, a igualdade de género, os conflitos armados em várias regiões do globo, o sistema fiscal e de segurança social ou até mesmo a saúde dos oceanos e as alterações climáticas.

Este comunicado foi inicialmente assinado por todos os países representados (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA). Donald Trump, em representação dos EUA, decidiu afastar-se do documento pouco depois da sua divulgação. Abaixo, o ECO resume os pontos principais do documento, que já não conta com o apoio da representação norte-americana. Conheça-os.

Comércio mundial, o tema mais quente

  • É consensual: o comércio mundial foi o tema que marcou a reunião do G7 este ano. No relatório final, as nações do G7 comprometem-se a fazer “um esforço” para “reduzir” as barreiras tributárias e não tributárias, como forma de promover um comércio mais livre e aberto.
  • “Reconhecemos que o comércio e o investimento livre, justo e mutuamente benéfico, ao mesmo tempo que cria benefícios recíprocos, são motores chave para o crescimento e criação de emprego”, lê-se no relatório do G7.
  • As nações do G7 reconhecem ainda a “importância” de se firmarem acordos “bilaterais, regionais e plurilaterais” na promoção desses objetivos, ao mesmo tempo que se comprometem a “modernizar” a Organização Mundial do Comércio (WTO).

Crescimento inclusivo, precisa-se

  • O G7 admite, no documento, que “o crescimento económico é fundamental para aumentar os padrões de vida” da sociedade. No entanto, confessa que a aceleração da economia, verificada nos últimos tempos, não tem beneficiado todos, como seria de esperar. “As perspetivas económicas globais têm melhorado, mas muito poucos cidadãos têm beneficiado desse crescimento económico”, reconhecem as maiores economias do mundo.
  • “Assumimos a responsabilidade de trabalhar em conjunto para estimular crescimento económico sustentável que beneficie toda a gente e, em particular, aqueles que correm mais risco de serem deixados para trás”, refere o relatório final da cimeira do G7.
  • Segundo os líderes do G7, a melhoria da produção económica “é insuficiente” para medir o sucesso das políticas e, por isso, frisam que é “importante” monitorizar “outros indicadores económicos e sociais para medir a prosperidade e o bem-estar”.
  • Na sequência disto, os países do G7 apontam que, “por forma a garantir que todos contribuem de forma justa”, serão tomadas abordagens que “suportem os esforços internacionais de desenvolver sistemas fiscais justos, progressivos e eficazes”. “Vamos continuar a combater a fuga e a evasão fiscal”, alertam.
  • Um crescimento económico mais inclusivo também se faz de participação igualitária de agentes na sociedade e de sistemas de saúde que ajudem os cidadãos a terem vidas mais saudáveis e produtivas, aponta o relatório. “Comprometemo-nos a apoiar sistemas de saúde fortes e sustentáveis, que promovam o igual acesso a cuidados de saúde acessíveis e de qualidade e de prestar mais atenção à saúde mental”, dizem.

Tecnologia, não como ameaça mas como oportunidade

  • O relatório do G7 também se foca no desenvolvimento tecnológico, que tem potencial para apoiar as nações na perseguição dos objetivos propostos. Desde logo, o G7 “reconhece que uma abordagem mais humana à inteligência artificial tem o potencial de introduzir novas fontes de crescimento económico, trazer benefícios significativos às sociedades e ajudar a endereçar alguns dos desafios mais críticos”.
  • Contudo, para que a tecnologia não venha romper com o mercado de trabalho, o G7 indica que tomará medidas para “garantir que todos os trabalhadores têm acesso às capacidades e à educação necessárias para se adaptarem e prosperarem no novo mundo do trabalho, trazido pela inovação através das tecnologias emergentes”, reitera o relatório.
  • Ao mesmo tempo, o G7 indica que é importante garantir sistemas de segurança social mais eficazes e eficientes, de forma a “criar ambientes de trabalho de qualidade”.

Mais igualdade de género

  • “Reconhecemos que a igualdade de género é fundamental para a promoção dos direitos humanos e é um imperativo social e económico”, indica o G7, reconhecendo, porém, que a desigualdade neste campo ainda “persiste”. “Vamos continuar a trabalhar para remover barreiras à participação e poder decisório das mulheres nas esferas sociais, económicas e políticas”, lê-se no documento.
  • “O acesso igual à educação é vital para se atingir o fortalecimento e igualdade de oportunidades das raparigas e mulheres, especialmente em contextos de desenvolvimento e países que se veem a braços com conflitos”, continua o G7.

À procura de solução para os conflitos

  • No campo dos conflitos, o G7 debruça-se especialmente sobre o caso da Coreia do Norte e suas ambições nucleares, o comportamento da Rússia (que outrora fazia parte desta cimeira), o Estado Islâmico, o conflito israelo-palestiniano, o caso do continente africano, o Irão e o regime sírio.
  • “Continuamos a apelar à Coreia do Norte para que desmantele de forma completa, verificável e irreversível, todas as suas armas de destruição maciça e mísseis balísticos, bem como os programas e instalações relacionadas”, refere o G7, após a cimeira e numa altura em que Donald Trump se prepara para a reunião histórica com o homólogo norte-coreano esta terça-feira.
  • O G7 continua: “Apelamos à Rússia para que pare com o seu comportamento destabilizador de enfraquecer os sistemas democráticos e com o apoio ao regime sírio”.
  • Os países condenam ainda os ataques a civis, alegadamente por forças apoiantes do regime sírio de Bashar al-Assad e reitera os esforços de impedir a propagação do Estado Islâmico e do terrorismo.
  • No caso do Irão, o G7 indica que continua, de forma “permanente”, a “garantir que o programa nuclear do Irão continua pacífico e em linha com as suas obrigações internacionais”.
  • “Continuamos preocupados com o conflito israelo-palestiniano, especialmente à luz dos recentes eventos”, indica o relatório do G7. Isto depois da decisão de Donald Trump de instalar em Jerusalém a embaixada dos EUA em Israel, decisão que fez incendiar os ânimos numa região que é assumida como capital pelos dois países (Israel e Palestina).
  • “A segurança, estabilidade e desenvolvimento sustentável do continente africano é uma prioridade para nós”, aponta ainda o G7, reiterando o compromisso de participar em iniciativas encabeçadas pelos países desta região. O objetivo é promover e potenciar o continente africano.

A questão ambiental, uma ameaça silenciosa

  • O relatório inclui ainda vários tópicos que se debruçam sobre a saúde dos oceanos, o aquecimento global e as alterações climáticas no geral, reconhecendo-as como fenómenos provocados pela atividade humana.
  • “Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia reafirmam o compromisso de implementar o Acordo de Paris, através de ações climáticas ambiciosas”, lê-se no documento.
  • Outro aspeto de relevo é, por fim, a transição para fontes energéticas sustentáveis, pelo que o G7 assume o compromisso de criar um “mercado baseado em tecnologias que usem energia limpa”.

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Marcelo prefere “paciência dos acordos”, mesmo se difíceis

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

Numa altura em que começam as negociações para o Orçamento do Estado, o Presidente da República disse, nas cerimónias do Dia de Portugal, que o país prefere a "paciência dos acordos" a uma rutura.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sinalizou este domingo, no Dia de Portugal, que o país prefere a “paciência dos acordos, mesmo se difíceis”, à “volúpia das roturas, mesmo se tentadoras”. Numa intervenção curta, de cerca de cinco minutos, o chefe de Estado elogiou a diáspora portuguesa e o “abraço” que Portugal dá “a quem chega, migrantes ou refugiados”, e a cultura de “pontes, diálogos, entendimentos”.

“Preferimos a paciência dos acordos, mesmo se difíceis, à volúpia das roturas, mesmo se tentadoras. O multilateralismo realista ao unilateralismo revivalista”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa, falando em Ponta Delgada, nos Açores, nas comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

O chefe de Estado teceu ainda elogios aos “muitos Portugais” que garantem “riqueza” ao país e frisou que não pode ser tolerada discriminação nesta diversidade identitária. No discurso do 10 de Junho, nos Açores, o chefe de Estado valorizou “um só Portugal” que existe, mas que é “feito de muitos Portugais, que podem e devem ser diversos”.

“Não toleraremos que [os vários Portugais] sejam discriminados naquilo que de essencial assinala o estatuto da nossa cidadania cívica, económica, social e cultural”, sublinhou. As comemorações do Dia de Portugal, que se iniciaram no sábado, continuam este domingo em Ponta Delgada, nos Açores, estendendo-se a Boston e Providence, nos Estados Unidos da América, ao final do dia.

A habitual Cerimónia Militar, que decorreu no centro da maior cidade açoriana, contou com a participação de mais de mil militares dos três ramos das Forças Armadas. O Presidente da República e o primeiro-ministro, António Costa, partem esta tarde para os Estados Unidos da América.

É fundamental rever o Estatuto da Madeira sem revisão constitucional, diz representante

O representante da República da Madeira disse este domingo ser fundamental finalizar a revisão do Estatuto Político Administrativo desta Região Autónoma, referindo que este projeto não deve ser condicionado pela alteração da Constituição. “Entendo ser muito importante — digo mesmo, fundamental — completar o processo de revisão do Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira”, declarou Ireneu Barreto no discurso da cerimónia de entrega de três condecorações, no dia 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, no Palácio de São Lourenço, no Funchal.

O juiz conselheiro declarou que “este processo não foi ainda concluído, 14 anos volvidos sobre a revisão constitucional de 2004, que deu o último grande impulso autonómico às Regiões”, defendendo que a sua conclusão “deve ser separada de qualquer novo projeto ou processo” de alteração da Constituição. “Não há, a meu ver, justificação para uma subordinação desse tipo, que em nada beneficiará a autonomia da Região”, opinou.

Para o representante importa “consolidar o nível de autonomia constitucionalmente consagrado, através da revisão do Estatuto, para, a partir daí, se analisarem novas formas de incrementação da mesma”, o que passa pelo melhor conhecimento da realidade regional pelos órgãos de soberania. Ireneu Barreto falou do esforço dos portugueses que deram ao país uma dimensão continental e de ilhéus, tendo evidenciado ao longo dos tempos a “capacidade e facilidade de estabelecer relações com outros” que é “impar na história de outros Estados”.

O juiz conselheiro apontou que “nos últimos anos, Portugal tem sido forçado a rever vários aspetos dos seus paradigmas tradicionais”, sendo necessário ter “uma economia estruturalmente forte e consolidada e não apenas conjunturalmente mais animada”. “Aqui, creio, temos ainda um longo caminho pela frente a nível nacional e regional”, disse, destacando a importância do Centro Internacional de Negócios da Madeira (CINM).

Nesta área, mencionou os que encaram o CINM de “forma negativa”, porque “desconhecem o real impacto por este produzido na economia regional e nacional”, apontando que tem “uma enorme importância, não apenas para a Região, mas também para o país.” “Estamos face a um eixo fundamental da economia regional e nacional que deve ser acarinhado e defendido por todos, incluindo aqueles que, no exercício do poder político, têm responsabilidades nesta matéria”, realçou.

O representante ainda salientou o papel do turismo na economia da Madeira, considerando “urgente a revisão das condições de operabilidade do Aeroporto do Funchal” e instando o Governo Regional a “exigir que os constrangimentos sejam revisitados, repensados e, se possível, mitigados, para que ele venha a cumprir cabalmente a sua função de sustentabilidade” do setor. Deixou uma palavra às vitimas das catástrofes que a assolaram a região, às comunidades espalhadas pelo mundo, em especial aos emigrantes na Venezuela que passam uma situação difícil.

Ireneu Barreto destacou igualmente “o contributo” do Presidente da República no reerguer e na reafirmação da dimensão humana e afetiva dos portugueses”, opinando que “a sua ação tem-nos permitido fazer compreender que somos um povo e uma nação capaz de se superar, mesmo nas mais graves adversidades”. Neste dia 10 de Junho, por sugestão do representante, foram condecorados uma empresária da área hoteleira Muriel Dilly Henriques de Freitas Santos Ribeiro, o velejador olímpico João Rodrigues e a associação musical e cultural Xarabanda.

O programa comemorativo do 10 de Junho na Madeira incluiu, entre outros momentos, o hastear da bandeira nacional, no Palácio de São Lourenço, uma cerimónia de colocação de flores junto ao Monumento do Emigrante Madeirense “Monumento ao Emigrante Madeirense”, alguns momentos musicais.

(Notícia atualizada às 13h17 com mais declarações do Presidente da República)

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Trump retira apoio ao relatório final do G7. Emmanuel Macron acusa-o de “incoerência”

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

Donald Trump decidiu retirar o apoio ao documento com as conclusões finais da cimeira do G7. Agora, num comunicado, Emmanuel Macron acusa o homólogo norte-americano de "incoerência".

A Presidência francesa defendeu este domingo que “a cooperação internacional não pode depender de raiva ou palavras”, lamentando a “incoerência” e “inconsistência” do chefe de Estado norte-americano, Donald Trump sobre o comunicado final da cimeira do G7. “Resumimos dois dias [de cimeira] num texto final de compromissos. Nós vamos cumpri-los e quem quiser voltar atrás revela-se incoerente e inconsistente”, informa a Presidência francesa em comunicado, citado pela agência France Presse.

De acordo com aquele país, “a cooperação internacional não pode depender de raiva ou de palavras”. A reação surge depois de, no sábado, o Presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, se ter dissociado do comunicado final da cimeira do G7, chamando ao primeiro-ministro do Canadá, país anfitrião da reunião, de “muito desonesto e fraco” por este ter classificado como insultuosas as tarifas americanas.

“Face às falsas declarações de Justin [Trudeau, primeiro-ministro do Canadá] na sua conferência de imprensa e ao facto de o Canadá estar a impor enormes taxas sobre os nossos agricultores, trabalhadores e empresas americanas, pedi aos nossos representantes americanos que retirassem o apoio ao comunicado enquanto consideramos taxar os automóveis que estão a inundar o mercado americano”, escreveu na rede social Twitter Donald Trump.

Numa outra mensagem na mesma rede social, o Presidente dos Estados Unidos criticou o primeiro-ministro do Canadá por ter uma conduta “suave” durante a cimeira do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7), mas de ter criticado as tarifas aduaneiras americanas sobre o aço e o alumínio. “Muito desonesto e fraco. As nossas tarifas são uma resposta aos seus 270% sobre os produtos lácteos”, justificou Donald Trump, citado pela agência France Presse.

Na conferência de imprensa, Justin Trudeau explicou que no decurso da cimeira, que decorreu em La Malbaie, disse ao Presidente dos Estados Unidos que as tarifas deste país eram “para os canadianos que lutaram ao lado dos soldados americanos bastante insultuosas”. “Será com pesar, mas com certeza e firmeza absolutas, que aplicaremos as tarifas no dia 01 de julho em retaliação àquelas impostas injustamente pelos americanos contra nós”, referiu o Justin Trudeau.

O primeiro-ministro salientou, ainda, que “os canadianos são educados e razoáveis”, mas não se deixarão pressionar, mostrando-se na ocasião satisfeito por, apesar das diferenças, os sete países do G7 (onde também se incluem Japão, Itália, Alemanha, Reino Unido e França) concordarem com o texto do comunicado final.

Os líderes do G7 assinaram no sábado um texto no qual defendem um comércio internacional com “regras” e se comprometem a tentar “reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios”. Apesar de persistir a disputa sobre taxas alfandegárias com os Estados Unidos, os sete países mais industrializados do mundo conseguiram assinar um “texto comum” depois de dois dias de cimeira em La Malbaie, no Canadá. Apenas as questões ambientais não contaram com a assinatura do presidente norte-americano.

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Esta vai ser a semana mais importante do ano na economia

  • ECO
  • 10 Junho 2018

Vão ser cinco dias úteis marcados por eventos com poder para influenciar os mercados financeiros e a economia mundial. Veja a agenda preparada pela Bloomberg.

A semana que agora se inicia deverá ser a mais importante do ano em termos económicos. Há pelo menos um evento por dia com potencial impacto económico em grande escala, ainda que, por cá, a capital portuguesa pare para o feriado dos Santos Populares, que decorre na próxima quarta-feira.

Esta semana foi eleita pelos clientes do Bank of America como a que mais impacto terá na economia mundial durante todo o ano, escreve a Bloomberg (acesso condicionado). “Cada dia tem potencial de mexer com os mercados financeiros e toldar as perspetivas de crescimento global, depois dos sinais de que a economia abrandou no primeiro trimestre”, indica a agência. Saiba porquê.

Segunda-feira, 11

Este será o dia em que os investidores terão a primeira oportunidade de negociar nos mercados financeiros já com o sentimento instalado após o encontro dos líderes mundiais do G7. A reunião ficou marcada pelas tensões comerciais entre os vários países, com ameaças do Presidente Donald Trump na reunião e no Twitter e com a sugestão final de criação de uma zona livre de comércio.

Terça-feira, 12

Será um dia histórico. É para esta terça-feira que está marcada a cimeira entre os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte, que têm tido um comportamento hostil de parte a parte. Donald Trump e Kim Jong-un têm encontro marcado em Singapura e os investidores vão estar atentos a potenciais desenvolvimentos nas relações entre as duas nações. Sabe-se que o Presidente norte-americano deverá instar Kim Jong-un a não prosseguir com as ambições de armamento nuclear.

Como aponta a Bloomberg, é também o dia em que a legislação do Brexit regressa para ser votada na Câmara dos Comuns, depois de ter sido alterada 15 vezes na Câmara dos Lordes.

Quarta-feira, 13

Esta quarta-feira, 13 de junho, é o dia em que se espera que a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos suba as taxas de juro pela segunda vez este ano. Jerome Powell deverá dar uma conferência de imprensa e divulgar projeções às quais os investidores irão estar atentos, na expectativa de encontrarem indícios que lancem alguma luz sobre o que a Fed poderá fazer nas próximas reuniões.

Quinta-feira, 14

Os responsáveis do Banco Central Europeu (BCE) vão reunir nesta quarta-feira. Numa altura em que o programa de compra de ativos entra na reta final, este será o primeiro encontro para discutir a data e a forma de terminar o quantitative easing. Numa sondagem realizada pela Bloomberg, um terço dos economistas inquiridos considera que este é o dia em que Mario Draghi vai revelar a data do fim do programa.

Neste dia, o Presidente russo Vladimir Putin vai também reunir com o príncipe árabe Mohammed bin Salam, ao abrigo do arranque do Mundial de futebol. Este encontro ganha ainda mais relevância pois acontece uma semana antes de se realizar uma reunião crítica dos países da OPEP. Os dois líderes poderão chegar a um consenso acerca do ritmo de produção de petróleo, o que poderá ter impacto no preço da matéria-prima.

Sexta-feira, 15

Esta é a data limite para os Estados Unidos revelarem a lista de produtos chineses sujeitos às novas tarifas de 50 mil milhões de dólares. A avançar, as tarifas poderão entrar em vigor pouco tempo depois, segundo a Bloomberg, o que poderá desencadear ou acelerar uma guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. É ainda o dia em que o banco central russo atualiza os juros.

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Vinho Verde prepara-se para nova fase de promoção nos EUA

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

O Vinho Verde vai ser mais promovido no mercado norte-americano. A Comissão dos Vinhos Verdes conseguiu atrair mil pessoas para uma prova e já pensa em repetir o feito em Chicago.

A Comissão dos Vinhos Verdes prepara-se para aprofundar a promoção no mercado norte-americano, depois de ter conseguido atrair mais de mil pessoas a uma ação em Nova Iorque onde puderam ser provados 200 vinhos de 31 produtores nacionais. “Tem-se falado, por exemplo, de fazermos no próximo ano uma ação em Chicago”, disse Manuel Pinheiro, presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes, no final da segunda edição da Vinho Verde Wine Experience que decorreu que nos CanoeStudios de Nova Iorque.

O responsável adiantou que no âmbito do orçamento de 2018 para promoção dos Vinhos Verdes nos Estados Unidos, de 414 mil euros, estão previstas deslocações de importadores e jornalistas norte-americanos a Portugal. A sessão de promoção em Manhattan, a segunda nos Estados Unidos depois de outra em 2017 em Brooklyn, contou com um público maioritariamente jovem e norte-americano, o que surpreendeu Manuel Pinheiro: “Esperava pessoas mais velhas e pertencentes à comunidade portuguesa”, disse.

Apesar de a estratégia de penetração dos vinhos verdes naquele país ainda estar nos seus primeiros anos, Manuel Pinheiro assinalou que, na perspetiva da comissão, as primeiras etapas estão conquistadas. “Num primeiro momento conseguimos chegar aos importadores e à distribuição. Neste momento, o Vinho Verde já está nas lojas, pelo que a fase atual de construção do mercado norte-americano é fazer com que o grande público vá lá procurá-lo”, disse. “É nessa estratégia que se enquadra este evento”, explicou, referindo que os grandes produtores de Vinho Verde entram no mercado norte-americano com preços mais competitivos, enquanto os pequenos apostam nos segmentos mais caros.

Lorena Ascensios, da Aston, uma loja de bebidas alcoólicas especializada em vinhos, refere que os verdes rosé são os mais procurados, seguidos dos brancos, “principalmente no verão”, onde os colocam nos frigoríficos para os vender frescos. Este distribuidor prefere vinhos de produtores mais pequenos, pelo que os campeões de vendas dos verdes não se encontram nas suas prateleiras. “A nossa filosofia passa pelos pequenos produtores de qualidade”, diz.

No Le Dû’s, outro distribuidor de Nova Iorque, os verdes que se encontram à venda “não estão na prateleira pela sua categoria, mas porque foram considerados vinhos de qualidade”. Novamente os rosés sobrepõem-se aos brancos, dadas as características do mercado norte-americano, sendo aconselhados para pratos de peixe.

Charles Springfield, especialista presente na sessão de promoção dos verdes como “educador” dos visitantes, explica como trabalha os norte-americanos para os levar a entender as especificidades destes vinhos. “Uso uma linguagem do dia-a-dia para que entendam os Vinhos Verdes. A que cheiram? Que sabores sentem? Com perguntas destas vou guiando-os na abordagem ao vinho”, explicou.

As exportações de Vinho Verde para os Estados Unidos aumentaram em dez anos de 4,9 milhões de euros para 13,4 milhões de euros, fazendo com que este mercado corresponda atualmente, em termos de valor, a 21,8 % das exportações desta bebida. Isto torna aquele país no primeiro mercado de exportação de Vinho Verde em valor há vários anos, mas apesar disso o presidente da comissão espera que as vendas para os Estados Unidos venham a aumentar.

“O mercado de vinhos norte-americano está ele próprio ele próprio em crescimento, dado o consumo per capita ainda ser menor do que em muitos outros países. Será mais fácil aumentar as vendas num mercado em crescimento do que num estagnado”, frisou.

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Donald Trump e Kim Jong-un já estão em Singapura

Donald Trump e Kim Jong-un chegaram mais cedo a Singapura. A reunião entre os líderes está marcada para terça-feira, num momento histórico, que deverá ficar marcado pela desnuclearização.

Donald Trump e Kim Jong-un já estão em Singapura. Após três meses de preparativos (mercados por avanços e recuos), os líderes dos Estados Unidos e da Coreia do Norte estão agora prontos para para se reunirem. A cimeira histórica deverá acontecer esta terça-feira.

De acordo com a imprensa local, Kim Jong-un aterrou no aeroporto de Changi, Singapura, pouco depois das 15h00 locais (8h00 de Lisboa). O aeroporto, tal como toda a cidade de Singapura, está rodeado de medidas de segurança.

Donald Trump chegou um pouco mais tarde ao mesmo país, acompanhado de Mike Pompeo (secretário de Estado), John R. Bolton (Conselheiro de Segurança Nacional) e John Kelly (chefe de Gabinete da Casa Branca), avança a Bloomberg.

A organização do encontro entre Trump e Kim Jong-un foi uma corrida contra o tempo — com uma frenética atividade diplomática em Washington, Singapura, Pyongyang e na fronteira entre as duas Coreias –, em que houve anúncios, ameaças, cancelamentos e retratações surpreendentes.

A cimeira desta terça-feira deverá ficar marcada pelo tema da desnuclearização: o Presidente dos Estados Unidos quer o completo e irreversível desmantelamento das armas deste tipo detidas pela Coreia do Norte, enquanto que Kim exige o fim da proteção concedida pelos Estados Unidos ao Japão e à Coreia do Sul. Jong-un e Trump vão reunir-se sozinhos, apenas com o auxílio dos seus tradutores.

Donald Trump e Justin Trudeau estão de costas viradas.Andrew Harrer/Bloomberg

Trump ataca Trudeau e isola-se

A menos de 24 horas do encontro com o líder da Coreia do Norte, a administração de Donald Trump decidiu atacar um dos seus parceiros mais próximos, o Canadá. Um dos conselheiros económicos da Casa Branca acusou, esta segunda-feira, Justin Trudeau de ter “apunhalado pelas costas” os Estados Unidos.

Donald Trump ficou assim isolado, num dos momentos mais delicados do seu mandato, sublinha o The New York Times. Isto depois de retirado o seu apoio ao relatório final do G7 e de ter, consequentemente, recolhido críticas não só do Canadá, mas também da Alemanha e de França, que o acusam de “inconsistência” e consideram a sua decisão “um insulto”.

Putin disponível para encontro com Trump

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse este domingo estar pronto para se encontrar com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, assim que os Estados Unidos “estiverem prontos” para a reunião.

“Assim que o lado do norte-americano estiver pronto, esse encontro acontecerá, mediante a minha agenda”, declarou Vladimir Putin, que falava aos jornalistas à margem da Organização de Cooperação de Xangai, na cidade portuária de Qingdao, norte da China.

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Final do G7: “Faremos todos os possíveis para reduzir barreiras alfandegárias”

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

Os países do G7 assinaram o documento final onde assumem um compromisso de fazer "todos os possíveis" por reduzir barreiras alfandegárias e abrir comércio internacional.

Os líderes do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) assinaram este sábado um texto no qual defendem um comércio internacional com “regras” e se comprometem a tentar “reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios”.

Apesar de persistir a disputa sobre taxas alfandegárias com os Estados Unidos, os sete países mais industrializados do mundo conseguiram assinar um “texto comum” depois de dois dias de cimeira em La Malbaie, no Canadá. Apenas as questões ambientais não contaram com a assinatura do presidente norte-americano, Donald Trump.

“Faremos todos os possíveis para reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios”, diz o comunicado final de 28 pontos e oito páginas assinado pelos Estados Unidos da América, Alemanha, Canada, França, Reino Unido, Itália e Japão. “Nós enfatizamos o papel crucial de um sistema de comércio internacional baseado em regras e continuamos a lutar contra o protecionismo”, refere o documento, que menciona a importância de existirem “regras” coletivas tal como vinha sendo defendido pelos europeus, que têm denunciado constantemente as ameaças da guerra comercial levada a cabo por Donald Trump.

Os sinais de tensões comerciais foram sendo percetíveis ao longo da cimeira em várias declarações de governantes, tais como a feita este sábado no final do encontro pelo primeiro-ministro do Canada e anfitrião da cimeira, Justin Trudeau, que disse que a partir do dia 1 de julho o Canadá começará a impor represálias comerciais aos Estados Unidos.

Também o presidente francês Emmanuel Macron confirmou que as taxas decididas pela União Europeia contra os Estados Unidos vão começar a ser aplicadas no próximo mês. Já ausente da cimeira, Donald Trump afirmou no Twitter que “os Estados Unidos não permitirão que outros países imponham tarifas e tarifas massivas aos seus agricultores, seus trabalhadores e suas empresas”.

Faremos todos os possíveis para reduzir as barreiras alfandegárias, barreiras não alfandegárias e subsídios.

No comunicado divulgado, os líderes do G7 dizem-se ainda “comprometidos com a modernização da Organização Mundial de Comércio, de forma a torná-la mais justa o mais rapidamente possível”. Segundo o documento final, comprometeram-se ainda a defender o papel das “regras comerciais coletivas” e a denunciar situações de protecionismo. Outro dos pontos em que os líderes conseguiram chegar a acordo diz respeito à questão do Irão: os países do G7 comprometem-se a impedir que o Irão consiga obter armas nucleares.

Tal como a chanceler alemã Angela Merkel já havia anunciado anteriormente, também o presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou que a reunião no Canadá “conseguiu uma declaração conjunta sobre o comércio”, mas “não resolve tudo”: “O nosso desejo é continuar a trabalhar nos próximos meses”, disse o presidente francês. Entre as questões mais fraturantes destaca-se a última medida comercial imposta unilateralmente pelos norte-americanos, que veio impor taxas alfandegárias às importações de aço e alumínio da União Europeia, Canadá e México.

Ainda durante a cimeira, Trump anunciou o desejo de ver o G7 “remover as taxas, remover as barreiras não tarifárias e remover outros mecanismos”, tendo ainda enaltecido a qualidade das relações com os outros dirigentes que integram o G7, nomeadamente com o primeiro ministro canadiano, o presidente francês e a chanceler alemã.

Mundo está a perder batalha contra poluição dos oceanos, diz Guterres na cimeira do G7

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, disse, num evento no âmbito da cimeira do G7, que o mundo está a perder a batalha contra a poluição dos oceanos em todas as frentes. António Guterres falava numa sessão subordinada ao tema “Oceanos, mares, costas e comunidades saudáveis, produtivas e resistentes”, realizada durante a cimeira do G7.

Nesta sessão em que participaram os líderes do G7, países convidados e organizações internacionais, o chefe da ONU, num discurso divulgado pelo jornal da organização, lembrou que todos os anos são lançadas aos oceanos oito milhões de toneladas de plástico e sublinhou que, se nada for feito, até 2050 os oceanos terão mais plástico do que peixes. Guterres acrescentou que atualmente são encontrados plásticos “nas áreas mais remotas do planeta” e que, no oceano Pacífico, já existe uma massa de plástico “maior do que a França”. “Todos precisam de fazer mais, não apenas em relação aos plásticos, mas em todos os assuntos sobre oceanos”, alertou.

Pesca em excesso, descargas de água sem tratamento, acidificação dos oceanos e mudanças climáticas foram outros dos temas abordados pelo secretário-geral da ONU na sua intervenção. Referiu ainda o facto de 40% da população mundial residir a menos de 100 quilómetros da costa, o que faz com que “muitas dessas pessoas sejam vulneráveis não apenas a tempestades, mas também à subida dos oceanos e erosão da costa”.

Todavia, o chefe da ONU afirmou que o mundo tem um plano para melhorar esta situação, exemplificando com a Agenda 2030, os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável e a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar. “Nenhuma destas iniciativas e declarações tem valor se não se admitir que esta é uma emergência global”, sustentou, justificando a sua presença no encontro com a necessidade de “fazer soar o alarme” e “injetar um sentimento de urgência nas deliberações e processos de decisão”. No final do discurso, Guterres apelou aos líderes presentes na cimeira do G7 para encararem estas “ameaças com seriedade e percebam que o futuro coletivo está em risco”.

 

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Depois das ameaças, Trump sugere criação de uma zona livre de comércio

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

O Presidente dos Estados Unidos sugeriu aos membros do G7 a criação de uma zona livre de comércio. E diz que será "um erro" retaliar com impostos contra os EUA.

O Presidente dos Estados Unidos revelou este sábado que instou à reflexão os restantes membros do G7, o grupo de sete países mais industrializados do mundo, para a criação de uma zona livre de comércio. Antes de abandonar a cimeira do G7, em Charlevoix, na província canadiana do Quebeque, Donald Trump afirmou que não sabe “se vai funcionar” uma zona livre de comércio, mas apresentou a proposta aos restantes membros — Canadá, Japão, França, Alemanha, Reino Unido e Itália.

“Tivemos debates extremamente produtivos sobre o que é necessário para ter trocas comerciais justas”, referiu, em conferência de imprensa, na qual começou por ameaçar parar as exportações dos Estados Unidos, especialmente no setor agrícola, para países que mantêm a aplicação de direitos aduaneiros a produtos norte-americanos, como retaliação pelas medidas comerciais unilaterais dos EUA.

“Remover as tarifas, remover as barreiras não tarifárias e remover outros mecanismos” consubstanciaram a ideia de Trump, que enalteceu a qualidade das relações com outros dirigentes que integram o G7, citando particularmente o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, o Presidente de França, Emmanuel Macron, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

A imposição de taxas aduaneiras às importações dos Estados Unidos de aço e alumínio da União Europeia, Canadá e México foram uma linha de fratura que pairou na cimeira do G7, que abordou também as relações com o Irão, depois de os norte-americanos terem abandonado o acordo nuclear iraniano. Sobre este tema também fraturante, Trump afirmou que “os Estados do G7 estão decididos a controlar as ambições nucleares” de Teerão.

Trump avisa que será “um erro” retaliar a taxas à importação de aço e alumínio

Em contrapartida, Donald Trump também avisou que será “um erro” o Canadá, o México e a União Europeia aplicarem taxas à importação de produtos norte-americanos, em retaliação pelas tarifas alfandegárias impostas pelos Estados Unidos sobre o aço e alumínio daqueles países. “Se retaliarem, será um erro”, asseverou o Presidente dos Estados Unidos em conferência de imprensa em Malbaia, na província canadiana do Quebeque, palco da cimeira do G7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo.

Depois de ter ameaçado parar as exportações dos Estados Unidos, especialmente no setor agrícola, para países que mantêm a aplicação de direitos aduaneiros a produtos norte-americanos, Donald Trump voltou a afirmar que o comércio global se tem “aproveitado” dos norte-americanos. “Somos como o cofre que todo o mundo rouba”, afirmou o Presidente do Estados Unidos, que viajou hoje para Singapura, onde, na terça-feira, encontra-se com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, para tentar um acordo de desnuclearização daquele país asiático.

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António Costa: “Tem sido sempre possível construir bons orçamentos”

  • Lusa
  • 10 Junho 2018

O primeiro-ministro considerou que, todos os anos, tem sido possível "construir bons orçamentos". E disse que "cada ano é um ano" no que toca às negociações com a esquerda.

O primeiro-ministro considerou no sábado à noite que as negociações dos últimos anos com PCP e Bloco garantiram “bons orçamentos”, mas vincou que “cada negociação é uma negociação” e estas, para o documento de 2019, terão o “seu tempo”. “Cada negociação é uma negociação e cada uma a seu tempo. Como temos podido verificar, ano após ano, as negociações têm corrido bem, tem sido sempre possível construir bons orçamentos, que têm assegurado estabilidade e bons resultados económicos”, declarou António Costa.

O chefe do Governo falava aos jornalistas em Ponta Delgada, nos Açores, onde chegou na tarde de sábado para as comemorações do Dia de Portugal, que hoje se assinala. “Cada ano é um ano”, prosseguiu o governante, lembrando que o importante é “continuar a assegurar” Orçamentos que garantam que o “país continue a crescer, a convergir com a União Europeia, e a criar emprego”.

No sábado, também nos Açores, o Presidente da República considerou que haverá “bom senso” entre os partidos na Assembleia da República para não criar uma crise política, numa altura em que a União Europeia vive um momento difícil. “Todos sabem como este momento europeu é um momento difícil, que obriga a decisões difíceis, que são complicadas para todos, também para Portugal. Ninguém quer juntar às complicações que vêm de fora complicações de dentro. Esse bom senso faz com que não haja a temer qualquer tipo de crise ou qualquer tipo de problema com o Orçamento de Estado” de 2019, disse.

PCP e Bloco de Esquerda já sinalizaram que no Orçamento para o próximo ano, último do atual Governo, com apoio parlamentar à esquerda, as negociações poderão ser mais tensas que nos anos recentes. Já quando questionado sobre o próximo quadro comunitário de apoio, António Costa sublinhou ser necessário o país bater-se para ter “o melhor resultado possível”, sendo que já houve uma “grande evolução” nas propostas da Comissão Europeia, que começaram com um corte de 30% do Fundo de Coesão e vão nesta fase numa queda de 7%.

Este ano cabe aos Açores, mais concretamente a Ponta Delgada, receber a primeira parte das comemorações do Dia de Portugal, viajando depois o Presidente da República e o chefe do executivo para os Estados Unidos, país onde vivem cerca de 1,4 milhões de portugueses e lusodescendentes, estimando-se que 70% sejam de origem açoriana. O primeiro-ministro e o Presidente da República, ladeados pelo líder do executivo dos Açores, Vasco Cordeiro, assistiram na noite de sábado em Ponta Delgada a um fogo-de-artifício de cerca de dez minutos, último momento de agenda do primeiro dia das comemorações do Dia de Portugal.

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