Costa lança dúvidas sobre os precários admitidos no Estado. “É algo que terá de ser esclarecido”, diz o primeiro-ministro

  • Marta Santos Silva
  • 10 Outubro 2018

O primeiro-ministro regressou ao plenário para defender as escolhas que têm sido apontadas para este Orçamento. Foi pressionado sobre os combustíveis, a escolha para a ERSE e os precários.

Na próxima segunda-feira o Governo deverá dar a conhecer a sua proposta de Orçamento do Estado para 2019 aos eleitores, mas os partidos já tiveram acesso a algumas das linhas gerais,. Este debate quinzenal, o último antes da apresentação do documento, foi um fórum possível para confrontar o Governo com críticas às suas escolhas. O PSD pressionou o Governo sobre a nomeação para a ERSE, o CDS-PP questionou-o sobre os impostos sobre os combustíveis e Jerónimo de Sousa interrogou o que se passa com o caso dos precários do Estado.

Não surpreende então que o Governo tenha escolhido como tema para o debate duas das áreas em que tem tido mais vitórias: economia e emprego. Releia abaixo o debate, minuto a minuto.

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Greve de comboios adiada. IP reagenda paragem para 31 de outubro

A greve da Infraestruturas de Portugal agendada para sexta-feira foi adiada para 31 de outubro tendo em conta o resultado da reunião de hoje entre o Governo e a administração da empresa.

Afinal, sexta-feira os comboios vão circular normalmente. A greve da Infraestruturas de Portugal (IP) agendada para esta sexta-feira foi adiada para 31 de outubro na sequência da reunião que houve esta quarta-feira entre o Governo e a administração da empresa, anunciou em comunicado a Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

“Na sequência da reunião de hoje e face à posição fechada do Governo/Administração da IP, as organizações sindicais decidiram reformular as formas de luta em curso, começando pelo adiamento da greve marcada para a próxima sexta-feira, para o próximo dia 31 de outubro, nos mesmos moldes”, pode ler-se no site do sindicato.

Em causa está a necessidade de esperar pelo Orçamento do Estado parta 2019 para poder avançar nas negociações. José Manuel Oliveira, responsável da Fectrans, explicou ao ECO que “os responsáveis do Governo defenderam que só depois da apresentação do Orçamento do Estado terão todos os elementos necessários para trabalhar as propostas”. O líder sindical avançou ainda que os vários sindicatos que avançaram para a greve “fizeram uma leitura da posição” do Governo e “para no futuro não terem desculpas” para que o processo não avance, decidiram adiar a greve para 31 de outubro.

Está assim assegurado o normal funcionamento dos comboios esta sexta-feira. Isto depois do tribunal arbitral ter decidido que não haveria serviços mínimos obrigatórios.

Os responsáveis do Governo defenderam que só depois da apresentação do Orçamento do Estado terão todos os elementos necessários para trabalhar as propostas.

José Manuel Oliveira

Dirigente da Fectrans

Para segunda-feira está já agendada uma reunião das organizações de trabalhadores, para analisar “a organização da greve de dia 31 de outubro e outras ações a desenvolver”, avança ainda a Fectrans, explicando que os trabalhadores lutam “em defesa da negociação de um Acordo Coletivo de Trabalho e um Regulamento de Carreiras que abranja todos os trabalhadores da IP e empresas participadas”, ou seja, IP-Telecom, IP-Engenharia, IP-Património.

José Manuel Oliveira revelou ainda que a 25 de outubro o Governo deverá apresentar as suas propostas. “Se houver uma evolução positiva avaliaremos a pertinência da greve a 31 de outubro”, concluiu.

(Artigo atualizado com as declarações do responsável da Fectrans)

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Tancos: Ex-chefe de gabinete de Azeredo Lopes admite receção de documento

  • ECO
  • 10 Outubro 2018

Pela primeira vez, Martins Pereira admite estar na posse desde novembro de 2017 de documentação sobre a recuperação do material roubado dos Paióis de Tancos.

Martins Pereira, ex-chefe de gabinete do ministro da Defesa, admitiu pela primeira vez ter recebido um documento sobre a recuperação do material roubado em Tancos. Essa receção foi confirmada pelo próprio, esta quarta-feira, em declarações à RTP. O tenente-general admite estar na posse, desde novembro de 2017, de documentação sobre a recuperação do material roubado dos Paióis Nacionais de Tancos. “A documentação verdadeira foi entregue hoje [quarta-feira] no início da tarde, no DCIAP, pelos serviços do meu advogado”, adiantou Martins Pereira à televisão pública.

Este novo desenvolvimento surge depois de o ex-chefe de gabinete do ministro Azeredo Lopes ter admitido a existência de uma reunião com os antigos elementos da Polícia Judiciária Militar, mas na qual não teria sido revelada qualquer indicação de encobrimento de eventuais culpados naquele furto.

As declarações do ex-gabinete contrariavam a garantia dada em tribunal pelo antigo porta-voz da PJ Militar de que depois das armas serem recuperadas, o ministro da Defesa teria sido informado da encenação alegadamente combinada com a GNR de Loulé. Agora, Martins Pereira vem admitir ter recebido documentos relacionados com o roubo.

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Juros da dívida disparam. Wall Street treme

Apesar da revisão em baixa das estimativas por parte do FMI, a economia dos EUA continua a dar sinais de fortalecimento. Com a expetativa de novas subidas de juros da Fed, os juros da dívida disparam.

A economia norte-americana continua a dar sinais de fortalecimento. E perante a perspetiva de que a Fed responda, com novas subidas da taxa de juro, os juros das obrigações dos EUA estão a disparar. Tocam máximos de vários anos, fazendo tremer os investidores que se afastam do mercado acionista. Wall Street está em queda.

O principal índice, o S&P 500, está a desvalorizar 0,22% para 2.873,94 pontos. Igual desempenho está a ser registado pelo industrial Dow Jones, que está a descer 0,11% para 26.402,50 pontos. O índice tecnológico, que na última sessão tinha contrariado a tendência negativa, segue as quedas. O Nasdaq recua 0,48% para 7.701,20 pontos.

No relatório publicado na terça-feira, o FMI reviu em baixa o crescimento mundial, estimando que a economia global crescerá 3,7% em 2018, o que fica em linha com o ano passado, mas abaixo dos 3,9% perspetivados em julho.

Quanto aos Estados Unidos, o organismo de Christine Lagarde manteve a previsão já adiantada em julho (isto é, um crescimento de 2,9%), mas adiantou que, no próximo ano, o crescimento da maior economia mundial deverá cair para 2,5%. Isto por causa da guerra comercial com a China.

No entanto, a cada novo indicador económico que é conhecido, aumentam os sinais de fortalecimento da maior economia do mundo. Desta vez foram os preços no produtor a espoletar os receios dos investidores quanto a novas subidas de juros por parte da Reserva Federal dos EUA — contra as quais Trump se tem insurgido.

A perspetiva de juros mais altos reflete-se na escalada dos juros das Treasuries, os títulos de dívida norte-americanos. Estão a tocar máximos, levando à queda das ações. O setor financeiro acaba por ser o mais castigado neste contexto.

A juntar à banca há outras empresas com sinal negativo, desta feita em resultado das renovadas ameaças do presidente norte-americano à China. Em declarações aos jornalistas citadas pela Reuters, Donald Trump disse que as potências em causa não estão prontas para chegar a acordo e garantiu que os norte-americanos estão preparados para retaliar caso Pequim decida responder às taxas aduaneiras impostas no mês passado.

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Rui Rio: “Temo que o Orçamento do Estado possa ter um perfil eleitoralista. Temo o pior”

O líder do PSD diz que os receios de que a proposta de Orçamento do Estado para 2019 seja eleitoralista "agravaram-se" com a revelação de que a meta do défice é de 0,2%.

O líder do PSD, Rui Rio, diz temer “o pior” quando for conhecida a proposta de Orçamento do Estado para 2019, que está a ser elaborada pelo Governo. O social-democrata afirmou que os receios de que o Ministério das Finanças apresente um Orçamento eleitoralista “agravaram-se” com a revelação de que foi definida uma meta do défice de 0,2% para o próximo ano — defende um excedente. As declarações do presidente do PSD foram transmitidas pela SIC Notícias.

Questionado acerca da meta do défice já conhecida para 2019, Rui Rio sublinhou que teme que a proposta, que será conhecida na segunda-feira, repita “outros orçamentos” apresentados pelo PS no passado, relativos a ano de eleições — como em 2009 e 1999, exemplificou.

“Os temores que eu penso que não somos só nós que temos — acho que toda a gente tem — de que o Orçamento possa ter um perfil eleitoralista agravaram-se com estas últimas declarações. Na exata medida de que membros do Governo vendem o Orçamento de uma tal maneira… muito popular, de facilidades, [como se fosse] uma coisa fantástica. Vamos ver agora o conteúdo, mas eu temo o pior”, disse o presidente do PSD.

Questionado sobre se se referia aos aumentos salariais na Função Pública, Rui Rio optou por não responder diretamente. “Estou a pensar que só se veem medidas todas elas populares, todas elas muito boas, todas elas para conquistar votos. E nós temos é de ver medidas viradas para o futuro de Portugal. Isso é que é essencial”, referiu. E acrescentou: “Vamos ver, quando apresentarem o Orçamento na segunda-feira.”

Rio critica nomeação de um deputado do PS para a ERSE

O presidente do PSD aproveitou a oportunidade para criticar a nomeação pelo Governo do deputado do PS, Carlos Pereira, para ocupar a função de vogal na ERSE, a entidade que regula o setor energético em Portugal.

“Aquilo que me preocupa hoje é uma questão — que não é uma questão eleitoralista — de o Governo nomear para uma entidade reguladora uma pessoa que tem nenhuma formação na área da energia, que é um deputado do PS, antigo presidente do PS Madeira. As entidades reguladoras não são para partidarizar”, criticou Rui Rio, antes de participar na conferência O Futuro de Portugal e as relações com os EUA, em Lisboa.

O social-democrata concluiu, apontando que um regulador “não é propriamente o local onde devemos meter um político”. “Devemos meter uma pessoa com conhecimentos técnicos, neste caso na área da energia, porque estamos a falar da ERSE”, rematou.

(Notícia atualizada às 13h58 com mais informações)

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

De acordo com o FMI, Portugal só conseguirá um excedente orçamental em 2022, o que contraria as estimativas do Governo. Quanto à dívida pública, as perspetivas estão alinhadas com as de Mário Centeno. Christine Lagarde está preocupada com o elevado endividamento. Teme o impacto negativo que pode ter na estabilidade financeira global, pelo que pede mais ação dos reguladores.

Ao contrário do que tem sido estimado pelo Executivo de António Costa, Portugal só deverá conseguir um excedente orçamental em 2022, acredita o Fundo Monetário Internacional (FMI). No relatório Fiscal Monitor, o organismo liderado por Christine Lagarde prevê que, em 2021, Portugal conseguirá atingir o equilíbrio das suas contas (0% de défice), atingindo um excedente orçamental de 0,2% do produto interno bruto (PIB) no ano seguinte.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com excesso de endividamento, tanto das empresas como das famílias. Teme o impacto negativo que tal pode ter na estabilidade financeira global. São receios que ganham ainda maior relevância num contexto de subida dos juros, alerta a entidade liderada por Christine Lagarde que pede políticas que permitam garantir a resiliência do setor financeiro.

Portugal teve de pagar mais para emitir dívida a 10 anos. O IGCP foi esta manhã ao mercado e obteve um financiamento de apenas 782 milhões de euros em obrigações do Tesouro com maturidade em 2028, com a taxa de juro a subir face ao anterior leilão para 1,939%.

Em agosto, as exportações de bens subiram 2,6%, em termos homólogos. Já as importações aceleraram 8,6%, agravando-se o défice da balança comercial, mostra o Instituto Nacional de Estatística (INE). A paragem em agosto da Autoeuropa justifica essa quebra.

A comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas aprovou esta quarta-feira, por unanimidade, o adiamento da audição ao deputado socialista Carlos Pereira, escolhido pelo Governo para a administração do regulador da energia, pretendendo ouvir também o executivo.

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Greve de sexta-feira na IP sem serviços mínimos. CP alerta para “fortes perturbações” na circulação de comboios

  • Lusa
  • 10 Outubro 2018

A Justiça decidiu não decretar serviços mínimos na greve dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal, agendada para esta sexta-feira. Tribunal considera que existem outros meios de transporte.

A greve de sexta-feira dos trabalhadores da Infraestruturas de Portugal (IP) não vai ter serviços mínimos, além dos obrigatórios por lei, segundo decisão do tribunal arbitral tomada por maioria. Antecipa-se que a paralisação provoque “fortes perturbações” na circulação de comboios da CP.

Segundo o acórdão sobre o pré-aviso de greve subscrito por 14 organizações sindicais para dia 12 de outubro, “não se afigura adequado, ao abrigo dos critérios constitucionais e legais, a definição de serviços mínimos proposta pelas entidades patronais por se tratar de uma greve de curta duração, de um dia apenas”.

Na lista de argumentos está também a avaliação de que os serviços mínimos não iriam “mostrar-se aptos às necessidades sociais impreteríveis à satisfação em matéria de acesso aos cuidados de saúde, às escolas e a serviços de segurança nesse concreto contexto, havendo outros meios alternativos de transporte com aptidão à satisfação daquelas necessidades”.

Neste contexto, a IP deve assegurar, como habitualmente em dias de greve, que cheguem aos seus destinos os comboios que estejam em marcha à hora do início da greve, assim como o funcionamento do comboio de socorro e de transporte de matérias perigosas, combustível, carvão e bens perecíveis.

No voto de vencido do árbitro da parte empregadora, refere-se a discordância da “estatuição de uma mera percentagem de serviços mínimos obrigatórios”. “Visto que a empresa apresenta uma proposta concreta de cerca de 30% do serviço total previsto — que se propõe reduzir para 25%, o ‘mínimo de segurança’, nas suas palavras — concordar-se-ia com a adoção desta proposta pelo Tribunal. Segundo esclarecimento da empresa, este volume de trabalho não põe em causa a segurança dos utentes”, refere a mesma declaração de voto.

Na segunda-feira, a CP-Comboios de Portugal informou sobre as “fortes perturbações” na circulação de comboios devido ao protesto dos trabalhadores.

“Por motivo de greve convocada por organizações sindicais da Infraestruturas de Portugal [gestor da infraestrutura ferroviária], a CP informa que se preveem supressões em todos os serviços no dia 12 de outubro”, anuncia a empresa em comunicado.

Para quem já adquiriu bilhetes para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, InterRegional, Regional e Celta que não se venham a realizar devido à greve, a CP afirma que a empresa “permitirá o reembolso no valor total do bilhete adquirido, ou a sua revalidação, sem custos”.

Os sindicatos que convocaram a greve exigem “respostas às propostas sindicais tanto da parte da empresa como do Governo” em relação à negociação do acordo coletivo, disse o coordenador do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF), José Manuel Oliveira, à Lusa.

“A empresa e o Governo pretendem fazer uma negociação sem a valorização salarial e profissional dos trabalhadores”, defendeu o dirigente sindical, acrescentando que, nesta altura, “há uma grande distância” entre as posições dos sindicatos e da IP para que seja possível um acordo. Segundo José Manuel Oliveira, além dos aumentos salariais, em causa estão divergências sobre matérias como a duração do tempo de trabalho, o repouso e descanso semanal ou a regulamentação de carreiras.

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Roma faz soar alarmes. Itália paga 80% mais do que Portugal nos mercados

Economista-chefe da Moody's deixou Roma em alerta após sugerir redução do rating italiano. Ministro da Economia já garantiu que vai colaborar com Bruxelas, travando desconfiança dos investidores.

Itália volta a fazer soar os alarmes nos mercados esta quarta-feira, sobretudo depois de um analista da Moody’s Analytics ter dito a um jornal italiano que os planos do Governo para o orçamento do Estado são um “erro”, direcionando a atenção dos investidores para a sensível questão do rating da dívida do país.

A yield associada às obrigações italianas a 10 anos sobe 11 pontos para 3,528%, mas o agravamento dos juros atinge os mercados de dívida de toda a região da Zona Euro. Em Portugal, os juros na mesma maturidade avançam 1,982% e foi neste clima de instabilidade que o IGCP viu os custos da dívida agravarem-se no leilão desta manhã.

A situação em Itália é mais delicada, ainda assim. A diferença entre juros italianos e portugueses (hoje nos 150 pontos base) faz com que o Governo de Itália tenha de pagar atualmente 77% mais do que Portugal para se financiar nos mercados de dívida, um cenário que era altamente improvável até há pouco tempo. Foi em dezembro do ano passado que as taxas da dívida italiana superaram as taxas portugueses e, desde então, o diferencial entre os dois países foi agravando em favor de Portugal. O sinal dos mercados é de fácil interpretação: os investidores confiam mais em Portugal do que em Itália.

Investidores confiam mais em Portugal do que em Itália

Fonte: Reuters

O mesmo disse Mark Zendi, economista-chefe da Moody’s Analytics (da agência de rating Moody’s), esta quarta-feira ao jornal La Stampa (acesso pago/conteúdo em italiano): “É lógico que as preocupações com a Itália que foram expressas pelos mercados também se reflitam na próxima avaliação das agências de rating“. E explicou os receios: “A avaliação dos mercados, como das agências de rating, não se baseia na política, mas nos números, que são objetivos e iguais para todos”, acrescentou.

“Os investidores estão muito sensíveis relativamente às perspetivas do rating“, referiu Rene Albrecht, estratega da DZ Bank, citado pela agência Reuters. “Qualquer notícia sobre ações de rating mexem com as obrigações italianas. Roma não está em rota de colisão apenas com Bruxelas, mas também com as agências de rating“, disse ainda.

Tanto a Moody’s como a Standard & Poor’s avaliam a dívida italiana com uma notação de risco dois níveis acima de “lixo”, e vão voltar a rever o rating do país na segunda metade deste mês. Os analistas dizem que os mercados já incorporaram a descida em um nível.

Para travar a desconfiança dos mercados (e analistas), o ministro da Economia falou esta manhã a partir do Parlamento para dizer que Roma vai adotar uma atitude de colaboração com Bruxelas no que toca às ambições orçamentais do Governo italiano para os próximos anos. As palavras de Giovanni Tria ajudaram a contar o risco, pelo menos num primeiro momento.

Para já, o spread da dívida italiana (um indicador do risco calculado através da diferença dos juros italianos com os juros alemães) mantém-se acima dos 300 pontos base, depois de ter atingido o valor mais elevado em cinco anos esta terça-feira.

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Uber Eats atravessa o Tejo e chega à margem sul

A aplicação de entrega de refeições ao domicílio Uber Eats alargou a área de cobertura a todas as freguesias de Almada, e ao Seixal (Corroios, Amora, Seixal e Arrentela).

A Uber Eats expandiu-se para a margem sul do Tejo. O serviço já cobre Almada e Seixal.Uber Eats

A Uber continua a expandir o serviço de entrega de refeições em Portugal e anunciou que já é possível fazer encomendas com a aplicação Uber Eats na margem sul, nomeadamente em todas as freguesias de Almada e também no Seixal, de Corroios a Amora, passando por Arrentela. A informação foi avançada pela empresa em comunicado.

“A partir de hoje [quarta-feira], o Uber Eats está disponível nos concelhos de Almada e Seixal. No concelho de Almada a cobertura inclui todas as freguesias e no Seixal abrange as freguesias de Corroios, Amora, Seixal e Arrentela. A nova seleção de restaurantes de Almada e Seixal inclui opções favoritas como o Mercado da Romeira, Estaminé 1955, Home Sweet Sushi, Pastéis de Al-Madan e Mundet Factory, assim como a parceria exclusiva com a McDonald’s”, indica a empresa na mesma nota.

Com mais esta fase de expansão concluída, a aplicação da Uber está já disponível em dez cidades em Portugal, nomeadamente Lisboa, Porto, Oeiras, Cascais, Amadora, Loures, Leça da Palmeira, Matosinhos e, a partir de agora, Almada e Seixal. Desde que chegou ao mercado nacional, em novembro de 2017, o serviço já fechou parcerias com “mais de 800 restaurantes”.

A Uber Eats concorre em Portugal com o serviço da Glovo. No cardápio de restaurantes, o serviço da Uber garantiu a vantagem de ter a parceria exclusiva com a McDonald’s, a conhecida cadeia de fast food. Em contrapartida, a Glovo, sedeada em Espanha, também tem vindo a crescer no mercado nacional, fazendo entregas de outros bens para além das refeições (medicamentos, mercearia e por aí em diante). Esta segunda-feira, a Glovo anunciou uma parceria exclusiva com a cadeia de restauração KFC.

(Notícia atualizada às 12h36 com mais informações)

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Vendas da IKEA Portugal sobem 14% para 457 milhões de euros

  • Lusa
  • 10 Outubro 2018

As vendas da IKEA em Portugal no ano fiscal terminado em agosto subiram 14% face ao período homólogo, para 457 milhões de euros. "Melhoria do clima económico" favoreceu a empresa.

As vendas da IKEA em Portugal cresceram 14% no ano fiscal terminado em agosto, face a igual período do ano anterior, para 457 milhões de euros, disse à Lusa a diretora-geral da subsidiária portuguesa, Helen Duphorn.

“Tivemos um ano fantástico no ano passado, o nosso negócio cresceu 14% para um nível de vendas de 457 milhões de euros e acho que este crescimento foi possível pela melhoria do clima em Portugal, as pessoas estão a ter mais confiança e também um desejo de melhorar a sua vida do dia-a-dia em casa. A IKEA é uma boa combinação com as necessidades de muitos portugueses em termos de oferta de alta qualidade e ‘design’ funcional a preços acessíveis”, afirmou a diretora-geral.

Questionada sobre o plano de expansão no mercado português, Helen Duphorn, que assumiu o cargo de diretora-geral em setembro do ano passado, afirmou: “Acreditamos em Portugal e planeamos aumentar o negócio nos próximos anos”. Mas, “atualmente, estamos a avaliar e a acompanhar o comportamento dos clientes e os seus desejos em como comprar e quando comprar, por isso, se os nossos clientes preferirem ir às nossas lojas, construiremos novas lojas; se mais portugueses escolherem comprar ‘online’, iremos construir esse canal de vendas”, acrescentou.

“Estamos já a vender online e estamos a construir os canais e as ferramentas para oferecer a melhor experiência aos nossos clientes, iremos seguir os clientes muito de perto e assegurar que estamos onde os clientes querem que estejamos”, disse.

No ano fiscal terminado em agosto, o peso do comércio eletrónico nas vendas era de cerca de 2,8%. Relativamente a objetivos da IKEA para Portugal, Helen Duphorn adiantou que o grupo não fala sobre metas de longo prazo. “Mas de certeza que o nosso negócio em Portugal tem muito boas possibilidades de crescer, pessoalmente considero que num prazo de 10 anos, mais ou menos, poderemos dobrar as vendas aqui”, apontou. Desde 2004, a IKEA investiu em Portugal mais de 844 milhões de euros, o que inclui as cinco lojas, os investimentos nas energias renováveis, entre outros.

A nível global, as vendas atingiram 34,1 mil milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 4,7% ajustada do impacto cambial. A IKEA, que opera na área do mobiliário e decoração, é também conhecida pelas suas responsabilidades no que respeita à sustentabilidade.

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Suíços da Axpo reforçam em Portugal. Compram Goldenergy ao grupo Dourogás

A empresa pública suíça Axpo comprou a posição de 75% que ainda não detinha na Goldenergy ao grupo Dourogás, garantindo o controlo total da terceira maior empresa de energia do país.

Depois de entrar no capital da Goldenergy em 2016, a empresa pública suíça Axpo acabou por ficar com a totalidade da empresa de energia portuguesa ao grupo Dourogás. A Axpo já controlava 25% da Goldenergy, mas assinou a 25 de setembro um acordo para a compra dos 75% que ainda não detinha, segundo a agência Europa Press. A informação já foi confirmada por ambas as empresas, que não revelam o montante envolvido na operação.

“A Axpo, que detinha 25% da Goldenergy desde 2016, é agora o acionista único da Goldenergy. O acordo de compra e venda contempla manutenção da totalidade dos postos de trabalho e a manutenção da sede em Portugal”, assumem as duas companhias, num comunicado conjunto enviado ao ECO. “A Goldenergy irá continuar a abordar o mercado de forma inovadora e dinâmica, focando a sua oferta e serviço na qualidade a preço baixo, nos segmentos doméstico, comercial e industrial”, frisa a companhia.

A compra de 100% da Goldenergy pela Axpo, encontra-se a aguardar aprovação da Autoridade da Concorrência (AdC). A intenção da companhia pública suíça é o reforço da sua presença no mercado português de energia e enquadra-se numa estratégia de diversificação do portefólio, garantindo, desta forma, o controlo da terceira maior empresa comercializadora de energia no mercado nacional.

Em contrapartida, segundo a agência, a Dourogás encontra-se a reorientar a sua estratégia e operações no mercado energético em Portugal. A empresa encontra-se a “consolidar operações de investimento” que já estão em curso, nomeadamente em redes de distribuição de energia em 18 municípios do país, nos distritos de Vila Real e Bragança. O projeto, segundo a Europa Press, tem financiamento direto do Banco Europeu de Investimento.

(Notícia atualizada às 15h12 com comunicado conjunto das duas empresas)

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Metas para reduzir emissões de CO2 ainda são um risco para a “competitividade da indústria” automóvel

  • Lusa
  • 10 Outubro 2018

As empresas do setor automóvel alertaram que as metas de Bruxelas para reduzir as emissões de CO2 são "menos agressivas" do que as do Parlamento Europeu, mas que acarretam riscos para a indústria.

Os fabricantes de automóveis defenderam esta quarta-feira que os objetivos de redução das emissões poluentes votados na terça-feira pelos países da União Europeia são “menos agressivos” face à votação no Parlamento Europeu, mas continua o risco de impactos negativos.

Em comunicado, o secretário-geral da Associação Europeia de Construtores de Automóveis (ACEA, em inglês), Erik Jonnaert, referiu que, “apesar dos níveis de redução de CO2 [dióxido de carbono] acordados pelos Estados membros ontem (terça-feira) serem menos agressivos do que os votados pelo PE [Parlamento Europeu] na semana passada, ainda constituem um risco de impacto negativo na competitividade da indústria, para os trabalhadores e consumidores”.

Os países da União Europeia (UE) chegaram a acordo para reduzirem em 35% as emissões de CO2 das viaturas novas em 2030, após uma reunião prolongada, realizada no Luxemburgo. Alguns dos participantes, contudo, lamentaram a falta de ambição, pensando no relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o aquecimento global, divulgado recentemente.

Num comunicado divulgado na manhã desta quarta-feira, o responsável da ACEA garantiu que a redução das emissões continua a ser uma das “principais prioridades da indústria automóvel da União Europeia”. “Todos os fabricantes estão ativamente a expandir e a investigar os seus portefólios de carros e carrinhas com energias alternativas, particularmente os elétricos”, referiu Jonnaert.

No mesmo comunicado lê-se que a ACEA classifica como “sinal certo” à indústria e consumidores a proposta da Comissão Europeia e dos países para um sistema que incentive os veículos zero ou de baixas emissões. “Porém, a associação continua preocupada com o sistema de sanções apoiado por membros do PE na semana passada – combinado com as elevadas quotas de vendas – não esteja em linha com a realidade e que interfira no princípio da neutralidade tecnológica”.

A ACEA inclui 15 dos maiores grupos fabricantes na Europa: BMW Group, DAF Trucks, Daimler, Fiat Chrysler Automobiles, Ford of Europe, Honda Motor Europe, Hyundai Motor Europe, Iveco, Jaguar Land Rover, PSA Group, Renault Group, Toyota Motor Europe, Volkswagen Group, Volvo Cars, e Volvo Group.

Na reunião de terça-feira, a presidência austríaca do Conselho da União Europeia obteve o voto favorável de 20 dos 28 Estados-membros para o seu compromisso em que propôs uma descida de 35% das emissões médias das viaturas novas em 2030 e de 30% para os camiões, em relação a 2021.

Este objetivo é mais ambicioso do que o proposto pela Comissão Europeia no final de 2017, que apontava para uma redução média de 30% em 2030, mas está aquém dos 40% aprovados no início de outubro, pelo Parlamento Europeu.

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