Justiça brasileira retira passaporte e impede Lula da Silva de sair do país

  • Lusa
  • 26 Janeiro 2018

A decisão foi tomada algumas horas antes da viagem do antigo Chefe de Estado à Etiópia, para participar numa conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

Um juiz federal de Brasília ordenou quinta-feira a retirada do passaporte ao ex-Presidente Lula da Silva, que foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção, proibindo-o de sair do país, confirmaram fontes oficiais.

A decisão, já comunicada à Polícia Federal, que tem a responsabilidade de controlar os aeroportos, foi tomada algumas horas antes da viagem do antigo Chefe de Estado à Etiópia, para participar numa conferência da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

“O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, comunicou por telefone na noite de hoje ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, a decisão da Justiça Federal de impedir que o ex-Presidente saía do país”, refere o Ministério da Justiça brasileiro em comunicado. De acordo com a mesma fonte, o ministro pediu ao diretor da Polícia Federal que informasse Lula da decisão na sua residência, para evitar situações embaraçosas.

O diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, comunicou por telefone na noite de hoje ao ministro da Justiça, Torquato Jardim, a decisão da Justiça Federal de impedir que o ex-Presidente saía do país.

Comunicado do Ministério da Justiça

A ordem de retenção de passaporte foi emitida pelo juiz em Brasília que está a investigar as acusações contra Lula da Silva por suposto tráfico de influências no processo que culminou com a decisão do Governo brasileiro de adquirir 36 bombardeiros da empresa sueca Saab.

Este é um dos sete processos judiciais que o ex-Presidente enfrenta, na sua maioria por alegados casos de corrupção, tendo sido condenado na quarta-feira em segunda instância em um desses processos. Um coletivo de três juízes confirmou na quarta-feira, por unanimidade, a condenação do ex-Presidente Lula da Silva, por corrupção e branqueamento de capitais, num julgamento em Porto Alegre, aumentando a pena para 12 anos e um mês de prisão.

O primeiro foi o desembargador federal João Pedro Gerbran Neto, e o segundo foi o juiz Leandro Paulsen, revisor do processo, que também deu como comprovado o pagamento de suborno a Lula da Silva, em forma de um apartamento triplex no Guarujá, em troca do favorecimento da OAS em contratos na petrolífera estatal Petrobras. Por último, o magistrado Victor Laus confirmou também a condenação do ex-Presidente em 1.ª instância, considerando que Lula da Silva tirou “proveito desta situação” de corrupção da Petrobras, sendo uma atitude que não é a esperada de um Presidente.

O juiz federal Sérgio Moro, em 1.ª instância, deu como provado que a construtora brasileira OAS entregou a Lula da Silva um apartamento no Guarujá, em São Paulo, em troca de favorecimento em contratos com a Petrobras, condenando o ex-Presidente a nove anos e meio de prisão em julho de 2017.

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650 famílias em casas sociais arrendadas arriscam despejo

Em 2017, havia 4.519 arrendatários de casas do Instituto da Habitação e Reabilitação Urbana (IHRU) com pelo menos uma renda em falta. Destes, 650 foram levados a tribunal para "resolução do contrato".

Há 650 famílias a viver em casas do Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IHRU) que foram levadas a tribunal por falta de pagamento de rendas. O instituto quer a resolução destes contratos. Considerando todas as famílias que já faltaram com o pagamento de rendas, pelo menos uma vez, e não apenas as que estão em tribunal, o número dispara para mais de quatro mil.

A informação consta de uma resposta dada pela Secretaria de Estado da Habitação a uma pergunta colocada pela deputada Paula Santos, do PCP, que questionou o Governo sobre a aplicação do regime de renda apoiada. “Reportando-se a questão a situações de incumprimento do contrato, por falta de pagamento de rendas que o IHRU não conseguiu regularizar através de acordo com os arrendatários, tendo recorrido à via judicial para resolução do contrato com esse fundamento, a informação é a de que, num universo de 13.275 arrendatários do IHRU com contratos ativos, há 650 arrendatários nessa situação“, pode ler-se na resposta datada de 19 de janeiro.

O número de famílias que não conseguem pagar pelo menos uma renda é bastante mais elevado. “Se a informação pretendida é relativa a quaisquer casos registados de não pagamento da renda, independentemente do número de rendas em dívida, em dezembro de 2017 existia um total de 4.519 arrendatários com uma, duas ou mais prestações de renda em dívida, número esse que, porém, é variável, já que inclui situações cuja regularização é efetuada por iniciativa dos próprios arrendatários no mês seguinte”, esclarece o Governo.

A resposta detalha ainda que, “nas situações de dívidas por falta de pagamento das rendas, além de não dispor de enquadramento legal para o perdão dos montantes em dívida, a política do IHRU tem sido de recorrer aos tribunais apenas em última instância, envidando todos os esforços junto dos arrendatários para a regularização consensual da situação, em especial através da celebração de acordos de regularização de dívidas cujas condições são definidas casuisticamente, tendo em consideração a situação económica e social da família”. Atualmente, estão em vigor 1.062 acordos desta natureza.

"Nas situações de dívidas por falta de pagamento das rendas, além de não dispor de enquadramento legal para o perdão dos montantes em dívida, a política do IHRU tem sido de recorrer aos tribunais apenas em última instância, envidando todos os esforços junto dos arrendatários para a regularização consensual da situação.”

Secretaria de Estado da Habitação

Apesar desta “política” de só recorrer aos tribunais em última instância, as decisões têm sido favoráveis ao IHRU. Ao todo, o instituto instaurou cerca de 370 ações nos tribunais comuns e cerca de 280 ações nos tribunais administrativos (totalizando as tais 650 famílias em incumprimento) contra arrendatários que não pagaram rendas. “Nos casos em que já existe sentença, esta tem sido favorável ao IHRU”.

Seja como for, sublinha ainda o Governo, “mesmo nas situações de contencioso”, o IHRU celebra frequentemente “acordos de regularização e/ou novos contratos de arrendamento”.

O novo regime de renda apoiada, que veio alterar a fórmula de cálculo do valor daquela prestação, entrou em vigor em 2017. Desde então, o cálculo do valor da renda apoiada passou a considerar o rendimento líquido do agregado familiar, em vez do valor bruto, reduzindo o valor das rendas pagas pelos cerca de 120 mil inquilinos a viver em fogos sociais. A Câmara de Lisboa é a maior senhoria do país, com cerca de 23 mil fogos municipais. Seguem-se o IHRU, com mais de 13 mil fogos, e a Câmara do Porto, com cerca de 12 mil. Em 2016, as rendas em atraso devidas ao IHRU ultrapassavam os oito milhões de euros, dos quais 2,2 milhões estavam em acordos de regularização e um milhão em contencioso.

Quando o novo regime de renda apoiada foi aprovado, pelo PS, PCP e Bloco de Esquerda, o objetivo era diminuir a taxa de incumprimento das rendas, o qual se deve, em muitos casos, a quebras no rendimento das famílias, justificou então a deputada socialista Helena Roseta. A resposta agora dada pela Secretaria de Estado da Habitação não especifica, porém, se as 4.519 famílias que faltaram com o pagamento de rendas até dezembro de 2017 correspondem a uma diminuição ou aumento em relação a anos anteriores.

129 famílias continuam à espera que a renda seja revista

Desde que a nova lei entrou em vigor, o IHRU já celebrou 1.218 contratos ao regime do arrendamento apoiado, com rendas recalculadas em função do rendimento líquido destas famílias. Mas ainda há 129 pedidos de revisão de renda à espera de resposta do IHRU, indica a Secretaria de Estado da Habitação.

“Dos referidos 129 pedidos, 27 encontram-se em fase de decisão e há quatro processos que aguardam atualização da caderneta predial urbana. Entre os restantes 102 pedidos, 98 estão pendentes da entrega pelos arrendatários de documentação necessária”, indica o Governo, que salienta que não “atraso na decisão dos pedidos de reavaliação, mas sim na realização do cálculo do valor da renda, por falta dos documentos solicitados aos arrendatários e indispensáveis para esse efeito, nomeadamente a declaração de rendimentos respeitante ao ano anterior”.

“Existem inúmeros processos no IHRU pendentes da entrega desses documentos (numa dezena de casos, há mais de um ano), sem os quais não é possível apurar o novo valor da renda”, refere.

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5 coisas que vão marcar o dia

Inquérito ao investimento empresarial, stock de empréstimos e fim do Fórum Mundial de Davos. Agenda de sexta-feira será preenchida e para acompanhar ao longo do dia aqui no ECO.

Como vai o investimento das empresas? E quanto é que os bancos portugueses têm emprestados à economia? São dados para conhecer ao longo desta sexta-feira, dia em que termina o mundialmente conhecido Fórum de Davos.

Como vai o investimento?

É tido como um dos calcanhares de Aquiles da economia portuguesa: o investimento (ou melhor, a falta dele). E por isso os dados que o INE se prepara para revelar sobre o Inquérito de Conjuntura ao Investimento ganham relevância. No inquérito anterior, as empresas tinham dado boas indicações: o investimento empresarial deveria ter aumentado 5,1% em 2017. E agora?

Termina o Fórum Mundial de Davos

De 23 a 26 de janeiro, a pequena aldeia de Davos, na Suíça, recebe mais de 340 políticos de topo, 1.900 líderes de empresas e 900 líderes de Organizações Não Governamentais. É o Fórum Mundial de Davos que termina já esta sexta-feira.

Euro nas alturas. Vai continuar a acelerar?

O euro quebrou esta quinta-feira a barreira dos 1,25 dólares, algo que já não acontecia desde novembro de de 2014. Isto depois de Mario Draghi ter notado que a economia da Zona Euro cresceu mais do que o esperado na segunda metade do ano. Mas o presidente do BCE mostrou algum desconforto com o facto de o secretário de Estado do Tesouro americano ter feito comentários sobre o impacto positivo da desvalorização do dólar. Como vai prosseguir a moeda única depois do pedido de um dólar forte por parte de Trump?

BCE revela empréstimos e depósitos nos bancos

No setor bancário, o BCE atualiza dados relativos ao stock de empréstimos e depósitos em Portugal. Estas informações são divulgadas mensalmente e o reporte desta sexta-feira vai permitir perceber a posição dos bancos portugueses no final do ano passado em termos de crédito concedido à economia e de dinheiro que depositado pelos clientes.

Banco de fomento assina protocolo com BEI

A Instituição Financeira de Desenvolvimento (IFD), o chamado banco de fomento, assina um protocolo com o Banco Europeu de Investimento. A cerimónia decorre pelas 10h30 e vai contar com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e do secretário de Estado adjunto e do Comércio, Paulo Alexandre Ferreira.

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Davos 2018: Lagarde prevê “doce” momento na economia

A edição de 2018 da reunião anual do Fórum Económico Mundial conta com a presença de nomes como Donald Trump, Christine Lagarde e Carlos Moedas.

De 23 a 26 de janeiro, a pequena aldeia de Davos, na Suíça, vai receber mais de 340 políticos de topo, 1.900 líderes de empresas e 900 líderes de Organizações Não Governamentais. Todos para marcarem presença na de 2018 da reunião anual do Fórum Económico Mundial.

Donald Trump, Angela Merkel, Christine Lagarde, Carlos Moedas e António Guterres são os nomes mais sonantes que vão pisar o palco para abordar os assuntos que têm marcado a agenda mundial, desde a política, à economia, às alterações climáticas.

O ECO vai acompanhar em direto estes quatro dias, no encontro dos mais ricos e mais poderosos do mundo.

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Amazon negoceia entrada em Portugal. Quer ir para o Porto

  • ECO
  • 26 Janeiro 2018

A gigante Amazon poderá entrar no mercado português já neste primeiro trimestre, segundo o Jornal de Negócios. Estará a negociar um espaço numa zona nobre do Porto.

Vinda da Amazon para Portugal estará a ser negociada e poderá ser oficializada ainda neste trimestre.DR

A Amazon estará a preparar um investimento em Portugal, passando a operar também no mercado português. A notícia é avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que cita “fonte próxima do processo”. Segundo o jornal, a gigante norte-americana das compras online estará já a negociar um espaço no Porto, na zona nobre da Boavista. A empresa não comenta, mas a mesma fonte indica que a entrada no país poderá ser oficializada ainda no primeiro trimestre deste ano.

Atualmente, como lembra o Negócios, os portugueses podem fazer compras na versão espanhola, mas não existe uma oferta direcionada ao mercado nacional. Mas, em dezembro de 2017, a empresa passou a disponibilizar também em Portugal um dos seus principais produtos tecnológicos: as colunas inteligentes Echo, Echo Dot e Echo Plus, equipadas com a assistente virtual Alexa. Desde essa altura, confirmou o ECO, o sistema passou a permitir o registo destes aparelhos em moradas portuguesas, algo que não era possível até então.

Ao final da tarde, porém, o Expresso já escrevia que o negócio que a Amazon procuraria no Porto seria não de retalho nem de distribuição mas sim para a Amazon Web Services, o maior operador mundial de serviços de cloud (ou nuvem), fornecendo plataformas de acolhimento e gestão de servidores para empresas.

Há muito que é esperada a entrada da Amazon em Portugal, quer pelos consumidores, quer pelos analistas. A empresa liderada pelo multimilionário Jeff Bezos conta já com operações em Espanha e tem vindo a expandir-se a grande velocidade. Com uma capitalização bolsista na ordem dos 664 mil milhões de dólares, já tinha lançado em 2016 uma ferramenta para permitir a pequenas e médias empresas a disponibilização dos seus produtos na plataforma de compras na internet. Nem o Governo nem a Câmara Municipal do Porto se pronunciaram sobre este assunto.

A notícia da eventual vinda da Amazon para o Porto surge na mesma semana em que o primeiro-ministro, António Costa, deu conta da criação de um “centro de serviços” e um hub tecnológico da Google em Oeiras, no Lagoas Park, um investimento que deverá criar mais de 500 postos de trabalho. A informação foi confirmada pela Google.

Também esta semana, Eurico Brilhante Dias, secretário de Estado da Internacionalização, confirmou que existem negociações em curso com outras multinacionais com vista à instalação de centros em Portugal. Uma hipótese que também já tinha sido levantada por Paddy Cosgrave, líder do Web Summit, numa publicação no Twitter. Cosgrave falou de “rumores” de que outras conhecidas empresas tecnológicas estariam a preparar-se para entrar em Portugal.

Notícia atualizada às 20.00 com a informação avançada pelo Expresso.

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Trump puxa pelo dólar. Dow Jones em máximos

No dia em que Donald Trump chegou a Davos, o dólar valorizou após comentários contraditórios da Casa Branca. O Dow Jones renovou máximos numa sessão mista para Wall Street.

Trump falou em Davos para contradizer o seu secretário de Estado do Tesouro e o resultado foi claro: o dólar voltou a subir. Em Wall Street, a sessão foi mista com o Nasdaq a fechar em terreno negativo e o S&P 500 a ficar na linha de água. Já o Dow Jones continua a renovar máximos.

Steven Mnuchin disse que os Estados Unidos querem um dólar mais fraco o que, em teoria, beneficiaria as trocas comerciais. As declarações do secretário do Tesouro norte-americano foram proferidas esta quarta-feira em Davos. Como consequência o dólar começou a desvalorizar face às outras moedas.

Um dia depois, Donald Trump chegou à Suíça com uma mensagem diferente: “Eu quero um dólar forte“, disse numa entrevista à CNBC à margem do Fórum Económico Mundial. Se a divisa tinha vindo a perder força, as palavras de Trump inverteram o jogo. Neste momento, o dólar está a valorizar. Também esta quinta-feira o presidente do BCE tinha criticado os EUA por entrarem na guerra cambial.

Já Wall Street fechou esta quinta-feira sem uma direção definida. Numa altura em que as cotadas estão a apresentar resultados, o Dow Jones renovou máximos: o índice valorizou 0,54% para os 26.392,79 pontos. Já o S&P 500 ficou praticamente inalterado com uma subida ligeira de 0,06% para os 2.839,25 pontos. O mesmo aconteceu ao Nasdaq com uma variação negativa ligeira de 0,053% para os 7.411,16 pontos.

A Caterpillar foi a grande empresa a apresentar as suas contas trimestrais esta quinta-feira. Os resultados surpreenderam os mercados pela positiva, sendo que a cotada chegou a valorizar 2,8%. No entanto, os títulos fecharam com uma queda de 0,41% para os 169,37 dólares. Segundo dados da Reuters, 78% das cotadas divulgaram resultados mais positivos face ao esperado.

Depois de o mercado fechar, a Starbucks apresentou os seus resultados. A empresa anunciou falhou as metas para as vendas e as ações caíram mais de 3% na negociação eletrónica após o fecho do mercado. Por outro lado, as ações da Intel estão a subir mais de 4% depois dos resultados trimestrais da tecnológica terem superado as expectativas dos investidores.

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Marcelo promulga comercialização obrigatória de garrafas de gás nos postos de combustível

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2018

Com a promulgação do Presidente, vai passar a ser obrigatório vender garrafas de gás e a possibilidade de os consumidores trocarem as garrafas de gás.

O Presidente da República promulgou esta quinta-feira o diploma do Governo que torna obrigatória a comercialização de garrafas de gás nos postos de abastecimento de combustível, possibilitando ainda que os consumidores as troquem em qualquer posto de venda. Na página da Presidência da República foram publicadas as promulgações de dois diplomas do Governo, ambos aprovados no Conselho de Ministros de 4 de janeiro.

Marcelo Rebelo de Sousa deu assim ‘luz verde’ ao diploma do executivo que estabelece a obrigatoriedade dos postos de abastecimento de combustível para automóveis venderem e comercializarem as garrafas de gás de petróleo liquefeito (GPL) e a possibilidade de os consumidores trocarem as garrafas de gás em qualquer posto de venda, independentemente de ser ou não da mesma marca que compraram.

O Presidente da República “promulgou ainda o diploma do Governo que cria um incentivo destinado a promover a substituição de combustíveis fósseis por energia elétrica para o abastecimento de veículos de transporte público municipais de passageiros”.

No final do Conselho de Ministros de 4 de janeiro, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, explicou que o diploma referente às garrafas de gás permite “alargar a rede e aumentar assim também a concorrência”.

Já em relação aos incentivos para substituir combustíveis fósseis por energia elétrica, o Governo aprovou um a criação de um desconto no preço da energia elétrica utilizada no abastecimento dos autocarros e camiões do lixo da frota municipal que substituam veículos a combustível, desde que seja produzida a nível local.

O objetivo, segundo o executivo, é “incentivar os municípios a, por um lado, procederem à renovação da sua frota de transportes públicos de passageiros e de recolha de resíduos, substituindo os veículos consumidores de combustíveis fósseis por veículos elétricos sem emissões, e, por outro, a instalarem centros eletroprodutores renováveis que abasteçam a frota municipal”.

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Privados admitem atender doentes da ADSE… a preços mais elevados

  • Marta Santos Silva
  • 25 Janeiro 2018

A APHP equaciona receber beneficiários da ADSE fora das tabelas do regime convencionado, a que se opõe. João Proença, representante dos beneficiários, lamenta que estes possam vir a ser prejudicados.

A Associação Portuguesa da Hospitalização Privada (APHP) pesa a hipótese de vir a atender beneficiários da ADSE fora do regime convencionado, ou seja, dos acordos celebrados entre os hospitais e médicos com o subsistema de saúde dos funcionários públicos, por discordar da revisão em baixa dos preços dos atos clínicos proposta pelo Conselho Diretivo da ADSE.

Num comunicado de tomada de posição enviado esta quinta-feira, a que o ECO teve acesso, a APHP, liderada por Óscar Gaspar, assinalava: “Esta posição da ADSE não é aceitável. A prestação de cuidados de saúde não pode ser instrumento para cortes cegos e administrativos de preços – neste caso com impacto de cerca de 42 milhões de euros – e, sobretudo, sem qualquer critério clínico subjacente.” Para a APHP, “simplesmente não é possível compatibilizar estes preços com os padrões e a forma como diariamente nos responsabilizamos pelo bem-estar de todos os que nos confiam a sua saúde.”

A APHP considera, assim, que os preços mais baixos propostos pelo Conselho Diretivo da ADSE, que não foram ainda publicados mas que deveriam entrar em vigor a 1 de março, são demasiado limitados para permitir cuidados médicos de qualidade, afirmando que nalguns casos foram fixados abaixo do preço de custo do ato clínico. À agência Lusa, o presidente da APHP, Óscar Gaspar, disse que “pode haver soluções que permitam, ainda que não no regime convencionado, que os mesmos beneficiários tenham acesso à rede” de hospitais privados.

Pode haver soluções que permitam, ainda que não no regime convencionado, que os mesmos beneficiários tenham acesso à rede.

Óscar Gaspar

Presidente da APHP, à Lusa

Além do regime convencionado, através do qual um hospital ou um médico formam acordos com a ADSE de maneira a reduzir o preço pago pelo beneficiário por consulta, com a ADSE a fazer o pagamento adicional ao cuidador, existe também o regime livre. Qualquer beneficiário da ADSE pode ir a um médico que não tenha convenção com o subsistema, através do regime livre, caso em que suporta o custo total da consulta e recebe, depois, um reembolso da ADSE no valor de 20,45 euros. Muitas vezes, este regime não é tão vantajoso para o utente.

João Proença, presidente do Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE, disse que o regime livre “é uma possibilidade” para o beneficiário da ADSE, mas que muitas vezes resulta numa baixa comparticipação, especialmente tendo em conta que os funcionários públicos pertencentes ao subsistema já descontam 3,5% dos seus salários como contribuição.

“Se [as declarações de Óscar Gaspar são] uma ameaça de alguns grandes hospitais deixarem de estar no regime convencionado, é uma opção que têm de analisar”, afirmou, salientando que a preferência do CGS, que inclui representantes eleitos pelos beneficiários e escolhidos pelos sindicatos, seria sempre uma expansão e não uma redução da rede convencionada.

João Proença, ao ECO, relembrou que o parecer do CGS sobre as novas tabelas propostas pelo Conselho Diretivo do subsistema, dirigido por Carlos Liberato Baptista, já incluíra esta preocupação. No parecer, lê-se que “o CGS considera fundamental o alargamento da rede de cuidados convencionados, quer em termos gerais, quer em termos geográficos”, e ainda que “a ADSE deverá procurar aumentar o número de prestadores no regime convencionado, diversificando a oferta quer em termos geográficos quer de especialidades, designadamente onde se registarem maiores carências”.

À Agência Lusa, porém, Óscar Gaspar deu a entender que poderia haver opções fora do regime livre para que os beneficiários da ADSE pudessem aceder aos hospitais privados que rescindissem as convenções. Em análise, terá dito à agência, estão “várias opções”, prometendo “novidades nas próximas semanas”. O ECO tentou contactar Óscar Gaspar para tentar esclarecer essas “várias opções”, mas não foi possível até à hora de publicação deste artigo. Sobre estas declarações, João Proença não escolheu palavras delicadas. “É completamente ridículo”, afirmou, falar da possibilidade de uma alternativa aos regimes convencionado e livre.

Novas tabelas entram em vigor a 1 de março

As novas tabelas, ainda por publicar, estão agora nas mãos do Conselho Diretivo da ADSE, que já disse ter abertura para as negociar, perante um protesto dos prestadores privados de serviços clínicos que não se fez esperar. A sua entrada em vigor está apontada para dia 1 de março. O ECO tentou contactar Carlos Liberato Baptista mas ainda não obteve resposta.

As tabelas de preços propostas introduzem muitas alterações no regime convencionado, incluindo a introdução de limites ao que pode ser cobrado pelos privados, por exemplo nas cirurgias, e também limites aos lucros que estes podem retirar, por exemplo no caso de medicamentos. “Há casos em que um comprimido de paracetamol é faturado por 0,25 cêntimos e noutros por 10 euros”, exemplificou já Carlos Liberato Baptista aos meios de comunicação. Agora, no caso dos medicamentos, os hospitais passariam a só poder cobrar, no máximo, o preço de venda ao público do medicamento, com uma margem nunca superior a 40%. A soma da margem de 40% ao preço não poderia, ainda, exceder os 50 euros por unidade.

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Costa diz em Davos que economia cresceu em 2017 mais do que o previsto

  • Lusa e ECO
  • 25 Janeiro 2018

O défice reduziu-se mais em 2017 "porque a economia cresceu mais e por essa via aumentou a receita", argumentou o primeiro-ministro em Davos.

O primeiro-ministro considerou esta quinta-feira que o défice verificado em 2017 demonstra que a economia portuguesa cresceu mais do que a previsão inicial “otimista” do Governo e que a redução alcançada não resultou de cortes ou cativações. António Costa assumiu esta posição em Davos, na Suíça. A última previsão do Executivo dada em outubro apontava para um crescimento de 2,6% em 2017.

O défice das Administrações Públicas, em contas públicas, foi de 2.574 milhões de euros até dezembro do ano passado, menos 1.607 milhões de euros do que em 2016. Para António Costa, estes dados da Direção-Geral do Orçamento revelam “bons sinais”, segundo os quais “não só houve uma boa gestão orçamental, como, sobretudo, se verificou que a economia portuguesa cresceu mais do que o otimismo do Governo previa que se crescesse em 2017”.

“Estes dados demonstram que o défice desceu não por más razões, como, por exemplo, por cortes excessivos na despesa com cativações – algo que se perdeu tanto tempo a discutir -, ou por cortes que não existiram no Serviço Nacional de Saúde ou na escola pública”, sustentou o líder do executivo.

Pelo contrário, de acordo com o primeiro-ministro, o défice reduziu-se mais em 2017 “porque a economia cresceu mais e por essa via aumentou a receita”. “Como o emprego cresceu mais também aumentaram as contribuições sociais. É designadamente pelo saldo da Segurança Social e pelo aumento das receitas fiscais em consequência da atividade económica que resulta o défice verificado em 2017. São duas boas notícias: Uma boa execução orçamental e um excelente desempenho da economia“, acentuou António Costa.

Interrogado se o resultado estimado agora pelo Ministério das Finanças permite manter a estimativa em contabilidade nacional de um défice de 1,2% em 2017, o primeiro-ministro disse apenas que o resultado deixará o país “muito confortável em relação ao cumprimento dos objetivos orçamentais”.

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A tarde num minuto

  • Rita Frade
  • 25 Janeiro 2018

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

A tarde desta quinta-feira ficou marcada pelo anúncio, por parte do Ministério das Finanças, de que o Governo fechou o ano de 2017 com um défice em contabilidade pública de 2.574 milhões de euros. O presidente do Banco Central Europeu garantiu, na primeira conferência de imprensa do ano, que ainda não prepara terreno para acabar com os estímulos monetários.

O Governo fechou o ano de 2017 com um défice em contabilidade pública de 2.574 milhões de euros, o que representa um corte de 1.607 milhões de euros face ao ano anterior — três vezes mais do que no ano passado. Os dados foram antecipados esta quinta-feira pelo Ministério das Finanças.

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, vê poucas hipóteses de uma subida das taxas de juro ainda este ano e afastou a ideia de inversão no discurso oficial que sinalizasse o fim dos estímulos monetários.

O ECO foi falar com algumas das maiores empresas do país, para perceber que há muito mais para lá de creches com apoios do Estado. Desde subsídios de estudo até dispensa de assiduidade para acompanhar os filhos, o BCP, o Santander Totta, a EDP, a Altice, a Sonae, e a Jerónimo Martins apresentam várias soluções.

O Bankinter tem revisto em baixa a margem a exigida nos créditos para a casa, passando a oferecer a o spread mais baixo do mercado. Mas não está a pensar baixar mais. Alberto Ramos garante que o banco espanhol já oferece um valor “competitivo” e, por isso, deve manter esta margem.

Enquanto a Google faz as malas para vir abrir um novo hub tecnológico, em Oeiras — segundo adiantou o primeiro-ministro, esta quarta-feira, em Davos (ou um call center, de acordo com o guru das tecnologias, Mike Butcher) — a Microsoft aproveita para lembrar que já anda por terras lusitanas há 27 anos.

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As quatro prioridades do Portugal 2030 da inovação à energia

  • Marta Santos Silva
  • 25 Janeiro 2018

Pedro Marques referiu ainda que o Governo vai consultar os partidos políticos para a criação de um Conselho Superior das Obras Públicas já ao longo das próximas semanas.

O ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, apresentou esta quinta-feira na Assembleia da República as prioridades que o Governo definiu para servirem de base para a preparação do desenvolvimento de Portugal na década que se seguirá ao período Portugal 2020.

O debate no plenário desta quinta-feira foi resultado de uma interpelação ao Governo feita pelo Partido Socialista (PS) sobre o planeamento do Portugal 2030, e Pedro Marques respondeu com as quatro prioridades do Governo, afirmando ainda que ao longo das próximas semanas o Governo vai começar a consultar os partidos políticos sobre a implantação e as funções de um Conselho Superior das Obras Públicas que o Executivo pretende trazer de volta.

Após louvar o trabalho do Governo com o programa Portugal 2020, Pedro Marques afirmou: “Abraçamos agora um desafio extremamente exigente: a definição estratégica do país que queremos ser em 2030, e de como a política pública pode cumprir essa ambição”. Os principais desafios, afirmou, que Portugal e a Europa enfrentam são a perda de competitividade relativamente a outras regiões mundiais, a diminuição demográfica, as alterações climáticas e a transição energética. Perante eles, o Governo delineou quatro “agendas temáticas” para responder aos constrangimentos mais significativos para Portugal.

  1. As pessoas. O ministro explicou que neste tema a ação terá de saber responder “aos desafios demográficos mas concretizando igualmente o forte investimento na melhoria das qualificações da população”.
  2. A inovação. Pedro Marques defendeu a transformação da economia por via da digitalização, em três dimensões principais: a investigação empresarial, com uma ligação crescente ao mundo científico; a inovação no capital humano, com investimento na formação profissional digital da mão de obra; e a inovação e qualificação das instituições do Estado.
  3. A sustentabilidade e valorização dos recursos endógenos. “Temos de valorizar e explorar as potencialidades do território”, afirmou o ministro, reforçando que a floresta deve ser protegida e explorada, e também o mar abre novas oportunidades. Aqui, Pedro Marques aproveita para referir a importância da descarbonização da economia.
  4. O desenvolvimento do território. Pedro Marques referiu a importância de ter um país internamente coeso, entre o Interior e o Litoral, o Continente e as Ilhas, e externamente preparado para ser competitivo.

Estas linhas gerais foram desenvolvidas após “a audição de um vasto conjunto de entidades”, acrescentou Pedro Marques na sua intervenção. “Havemos de convocar o melhor da sociedade portuguesa para refletir sobre” o tema, assinalou ainda.

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CPAS. Governo responde a 24 horas da manifestação

Advogados e solicitadores protestam em frente à Ordem dos Advogados contra o regime da CPAS. Governo diz que a principal preocupação é a da "sustentabilidade da Caixa".

“Tendo como preocupação última assegurar a sustentabilidade da CPAS, o Ministério da Justiça e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social encontram-se a analisar a proposta avançada pela instituição”, disse à Advocatus fonte oficial do Governo.

Em causa a polémica que envolve os 35 mil beneficiários da CPAS – advogados e solicitadoresque se queixam dos aumentos graduais das contribuições mensais desde que as novas regras entraram em vigor, em 2015, com a revisão do Regulamento da CPAS. Como forma de protesto, amanhã, um grupo de advogados reúne-se em frente à sede da Ordem dos Advogados, no Largo de São Domingos, em Lisboa. O grupo será recebido pelo bastonário Guilherme de Figueiredo. A meio da tarde está ainda previsto um protesto junto ao Ministério da Justiça, onde irão entregar um documento onde constam as principais preocupações dos manifestantes.

“A Caixa de Previdência dos Advogados e Solicitadores e Agentes de Execução é uma instituição de previdência autónoma com personalidade jurídica e gestão privada, com fins previdenciais dos Advogados e Solicitadores e Agentes de Execução, únicos profissionais liberais que dispõem de um sistema próprio de previdência”, explica fonte do Ministério da Justiça. Até aqui, o Governo remeteu-se ao silêncio relativamente aos protestos públicos da advocacia.

a Ordem dos Advogados, através de um comunicado do Conselho Geral, atribuiu ao Governo os atrasos nestas alterações. O presidente da Caixa, em declarações ao ECO na semana passada, sublinha que “a par dos benefícios previstos nesta sede, a CPAS oferece, anual e gratuitamente, aos beneficiários um seguro de acidentes pessoais e um seguro de assistência médica permanente (que representa um custo anual de cerca de 340 mil euros)”, explica o advogado. Adiantando ainda que está “em desenvolvimento um procedimento, que se prevê venha a ser concluído no início do segundo trimestre de 2018, relativo à contratação de um seguro de saúde, também gratuito, para todos os beneficiários cumpridores da respetiva obrigação contributiva”.

Uma resposta dada depois da carta aberta assinada por 600 subscritores e enviada ao Chefe de Estado, primeiro-ministro António Costa, ministra da Justiça Francisca Van Dunem, ministro do Trabalho Vieira de Silva e ao bastonário da Ordem dos Advogados Guilherme de Figueiredo. António Faustino garantiu que em dezembro que enviou ao Ministério da Justiça um conjunto de alterações mas que, para já, está tudo na gaveta.

“O Regulamento da CPAS foi objeto de revisão em Junho de 2015, tendo sido criado um grupo de trabalho para a avaliação desse Regulamento – integrado designadamente por representantes da Ordem dos Advogados e da Ordem dos Solicitadores de Execução. Este grupo de trabalho apresentou o respetivo relatório em novembro de 2017″. Acrescentando ainda que em dezembro de 2017, há cerca de um mês, foram entregues propostas de alteração pelo presidente da instituição, António Faustino. “Já após a entrega do relatório do grupo de trabalho, a direção da CPAS propôs a redução das taxas contributivas para os anos de 2018 e 2019, medida cujo impacto na sustentabilidade da CPAS não foi ponderada por aquele grupo de trabalho nem objeto de avaliação independente”.

“Tendo como preocupação última assegurar a sustentabilidade da CPAS”, o Ministério da Justiça e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social encontram-se a analisar a proposta avançada pela CPAS no final do mês passado, “que carece de uma avaliação rigorosa e independente do seu impacto na sustentabilidade da CPAS”.

A sustentabilidade da CPAS foi aliás a razão de fundo para a revisão levada a cabo pela ministra da Justiça Paula Teixeira da Cruz. Atualmente esta sustentabilidade continua ameaçada por dívidas relativas a contribuições de associados que, em 2017, atingiam cerca de 132 milhões de euros. O Ministério da Justiça relembra ainda que “relativamente a essas dívidas, por opção de gestão da CPAS, não foi promovido o pagamento coercivo”.

 

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