ADSE: Hospitais privados enviam carta ao Governo a falar em “perdas incomportáveis”

  • ECO
  • 15 Janeiro 2018

Associação envia carta ao Governo indicando que as novas tabelas da ADSE podem pôr em causa o acesso dos beneficiários aos cuidados de saúde.

As novas tabelas da ADSE representam “perdas incomportáveis” para os privados e podem pôr em causa o acesso dos beneficiários aos cuidados de saúde. Quem o diz é a Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), que enviou uma carta aos ministros das Finanças e da Saúde, depois de o Conselho Geral e de Supervisão (CGS) da ADSE ter validado a nova tabela que deverá entrar em vigor a 1 de março.

A notícia é avançada esta segunda-feira pelo Público, mas já no sábado o Expresso tinha adiantado que as unidades privadas de saúde ameaçavam, através de carta enviada ao Executivo, deixar de prestar cuidados aos beneficiários da ADSE. Hoje, o Público precisa que a missiva é semelhante a outra que já tinha sido endereçada ao presidente da CGS, João Proença. Aí, a APHP deixava vários alertas.

As novas tabelas podem colocar em causa a qualidade e acesso dos serviços prestados aos beneficiários e traduzem-se em perdas incomportáveis para os prestadores privados”, refere a carta, que acrescentava que apresentar um “documento unilateral”, que altera “de forma substancial a relação com os prestadores privados, é uma metodologia que claramente não pretende assumir os prestadores como parceiros”.

As novas tabelas podem colocar em causa a qualidade e acesso dos serviços prestados aos beneficiários e traduzem-se em perdas incomportáveis para os prestadores privados.

Associação Portuguesa de Hospitalização Privada

Ao Público, o presidente da ADSE, Carlos Liberato Baptista, afirmou que “foram realizadas várias reuniões com diversas associações representativas de prestadores de cuidados de saúde, entre os quais a APHP”, mas notou igualmente que o instituto “não negoceia qualquer tabela com prestadores individuais ou entidades coletivas” e que só adere quem está de acordo com ela.

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Bancos passam no teste do BCE. Novo Banco não foi a exame

  • Rita Atalaia
  • 15 Janeiro 2018

CGD, BCP, BPI, Santander e Montepio revelaram os resultados do teste à sua solidez. Todos passaram no exame do BCE. O carimbo de banco de transição deixou o Novo Banco de fora desta avaliação.

O Banco Central Europeu (BCE) levou os bancos europeus a exame. Os portugueses — excluindo o Novo Banco por ser uma instituição financeira de transição — não faltaram à chamada, nem chumbaram no teste. CGD, BCP, BPI, Santander e, finalmente, o Montepio demonstraram, todos, uma solidez acima do mínimo exigido, tendo uns notas melhores do que os outros. E, apesar de não serem obrigados a comunicá-lo, vieram publicamente dar esse sinal ao mercado, procurando conquistar a confiança de investidores e aforradores.

O BPI foi o primeiro a revelar os resultados do Supervisory Review and Evaluation Process, ou simplesmente SREP, ainda em dezembro. Mas, apesar de tal como os restantes bancos do sistema, ter passado, não foi aquele que conseguiu a melhor nota — avaliando o diferencial entre o rácio Common Equity Tier 1 (CET1) faseado apresentado e o mínimo exigido pela instituição liderada por Mario Draghi. Quem brilhou? O BCP. A entidade liderada por Nuno Amado tem um rácio Common Equity Tier 1 (CET1) de 13,2%, face ao mínimo de 8,8125%. Ou seja, fica 4,39% acima dos mínimos impostos.

A CGD, por seu lado, supera as exigências do BCE por uma margem “significativa”, disse o banco liderado por Paulo Macedo quando apresentou o resultado desta avaliação. E confirma-se. A instituição financeira tem um rácio de 13%, mais de quatro pontos percentuais acima do que é pedido pelo regulador.

O BPI, o primeiro banco a apresentar o SREP, pode não ter um diferencial tão elevado como a CGD ou o BCP, mas tem igualmente níveis confortáveis. “Tendo em conta os rácios observados em 30 de setembro de 2017, o Banco BPI cumpre os novos rácios mínimos exigidos em matéria de CET 1 (Common Equity Tier 1), Tier 1 e rácio total”, revelou a entidade, que apresenta um CET1 de 12,5%, faseado, e um rácio total de 13,9%. O mínimo exigido pelo BCE era 8,75% e 12,25%, respetivamente.

O Grupo Santander, onde se inclui o Santander Totta (que tem um CET1 faseado de 16,6%, mas não revelou o mínimo exigido pelo BCE), conseguiu igualmente passar no exame, embora o diferencial face ao mínimo de exigência do BCE tenha sido menor do que o apresentado pelo Montepio, o último a comunicar aos investidores o resultado do teste.

Enquanto o Santander, com um rácio CET1 faseado de 12,18% apresenta uma margem de 3,52 pontos percentuais face aos 8,655% exigidos por Mario Draghi, o banco ainda liderado por Félix Morgado garantiu um diferencial de 3,6 pontos. O banco, agora totalmente controlado pela Associação Mutualista, revelou um CET1 faseado de 13% (só superado pelo BCP), acima do limite mínimo de 9,4%, o mais alto de todos os bancos portugueses que participaram no exame.

O Novo Banco não foi ao teste. O banco liderado por António Ramalho ainda era um banco de transição quando este exame foi feito, pelo que foi dispensado. Ainda assim, o BCE exige que a instituição tenha, durante o próximo ano, um rácio CET1 faseado de 10,5% e um rácio total de 14%, sabe o ECO. Até ao final do ano passado, o banco recebeu mil milhões de euros com a entrada do Lone Star.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • Margarida Peixoto
  • 15 Janeiro 2018

Esta segunda-feira haverá dados sobre emprego, turismo e consumo. A Mobinov apresenta um estudo sobre a indústria automóvel e começa uma conferência internacional de energia.

O dia será marcado por indicadores determinantes para perceber a evolução da economia portuguesa, como é o caso do crédito ao consumo, emprego e turismo. Haverá informação fresca sobre a indústria automóvel e arranca uma conferência internacional dedicada à inovação na área da energia.

Banco de Portugal divulga dados de crédito ao consumo

O Banco de Portugal vai divulgar informação relativa a novembro do crédito ao consumo. Os dados avançados pelo banco central estarão discriminados por finalidade, permitindo avaliar o comportamento dos consumidores no final do ano passado. O indicador será relevante para perceber se o crescimento do PIB poderá estar demasiado impulsionado pelo recurso ao crédito e se as famílias se estão a endividar excessivamente.

INE publica dados sobre atividade turística

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica informação sobre a atividade turística relativa a novembro. A publicação dá dados sobre o número de hóspedes, dormidas, estada média, proveitos das empresas, entre outros. O turismo tem sido um dos setores mais dinâmicos da economia nacional, ajudando às exportações e a equilibrar a balança comercial do país.

Estudo sobre emprego por conta própria

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publica um destaque ocasional sobre o emprego por conta própria, relativo a 2017. Os dados sobre o mercado de trabalho têm mostrado uma diminuição consistente da taxa de desemprego e o Governo tem sublinhado o forte contributo dos contratos permanentes para esta tendência. Contudo, não tem sido dado grande destaque ao comportamento do emprego por conta própria.

Mobinov apresenta estudo sobre indústria automóvel

A Associação do Cluster Automóvel, Mobinov, apresenta um estudo sobre a indústria automóvel portuguesa, em Leiria. O primeiro-ministro António Costa, e o ministro da Economia Manuel Caldeira Cabral vão estar presentes no evento. De acordo com o INE, o setor automóvel fundamenta em grande medida as boas perspetivas de exportações para 2018.

Arranca o World Future Energy Summit

Começa no World Future Energy Summit, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. Esta é uma conferência dedicada à inovação, digitalização e transformação no mercado global da energia. O evento vai contar com centenas de fornecedores internacionais, decisores e líderes do setor e deverá trazer pistas sobre os próximos desenvolvimentos na área da energia.

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Banca ao ataque no crédito à habitação. Até a CGD vende “solução rápida”

A concessão de crédito para a compra de casa está em máximos da década, com a banca a apostar em força neste segmento com campanhas agressivas. Há risco de facilitismo?

Agilidade e solução rápida. A linguagem remete para as campanhas agressivas de crédito ao consumo, mas está a ser usada para vender crédito à habitação. Até a Caixa Geral de Depósitos (CGD) entrou na corrida, com uma campanha em que promove uma “solução rápida” para crédito à habitação. Estarão os bancos a facilitar demasiado na concessão deste tipo de empréstimos? Os bancos dizem que não, apesar dos alertas que já surgiram. Tanto o Presidente da República como o Primeiro-Ministro já mostraram preocupação face à escalada do crédito.

A maior agressividade nas campanhas de captação de clientes surge num contexto de forte crescimento da concessão de crédito à habitação. Nos primeiros 11 meses de 2017, os bancos disponibilizaram 7.441 milhões de euros em empréstimos para a compra de casa. Um aumento de 44%, em termos homólogos, que já faz de 2017 um recorde da década.

Crédito à habitação em máximos da década

A CGD é o exemplo mais recente que sinaliza o novo crescendo da agressividade na concessão de crédito. Tem em vigor uma campanha de crédito à habitação, em que se compromete a oferecer uma “solução rápida”, expressão que sublinha a vermelho. Trata-se do crédito à habitação “Caixa Casa Fast”, onde a CGD diz ser possível assegurar a respetiva contratação em até 15 dias úteis, o intervalo de tempo entre a simulação e a tomada de decisão.

A vontade de captar clientes para o seu crédito à habitação levou ainda a CGD a anunciar que vai passar a isentar o pagamento da comissão de reembolso antecipado do crédito à habitação a quem solicitar um novo empréstimo para a compra de casa nos três meses seguintes. Alterações que serão válidas em operações de crédito realizadas a partir de julho.

Mas os outros bancos também apostam em força neste segmento, bastando visitar os respetivos sites para constatá-lo. Por exemplo, o banco CTT, que se iniciou há um ano na oferta de crédito à habitação, também promete “agilidade” no processo até à contratação. Agilidade que é possível através da utilização da app Casa BCTT, a partir da qual é possível acompanhar todas as etapas do processo até à contratação do crédito à habitação.

Rapidez não é uma expressão que combine bem quando está em causa um compromisso financeiro que assume valores muito elevados e prolongado no tempo, como acontece com o crédito à habitação.

"O que receámos e estamos a ver é, apesar de não estarmos num nível idêntico ao que foi antes da crise, a repetição de algumas das práticas na banca.”

Nuno Rico, Deco Proteste

“O que receámos e estamos a ver é, apesar de não estarmos num nível idêntico ao que foi antes da crise, a repetição de algumas das práticas na banca, como a política agressiva na concessão de credito ou a disponibilização imediata através do homebanking, por exemplo”, diz a esse propósito Nuno Rico da Deco Proteste. Relativamente à campanha em vigor na CGD, o economista alerta que “devia haver mais cautela neste tipo de políticas” por parte do banco de capitais públicos.

Não há risco, dizem os bancos

Questionados sobre o risco de este tipo de estratégias de promoção dos respetivos créditos à habitação poder conduzir a uma avaliação errada do risco dos clientes em causa ou a decisões precipitadas, tanto a CGD como o Banco CTT descartam essa possibilidade.

A Caixa disponibiliza ao mercado, mas nunca impõe ou condiciona, os atributos de rapidez na resposta a nível do serviço que oferece aos clientes.

Caixa Geral de Depósitos

“A Caixa disponibiliza ao mercado, mas nunca impõe ou condiciona, os atributos de rapidez na resposta a nível do serviço que oferece aos clientes”, começa por explicar a instituição financeira liderada por Paulo Macedo, acrescentando que a avaliação dos créditos dessa campanha é feita com “rigor”, do ponto de vista da sua elegibilidade e do risco associado. A CGD explica ainda que essa avaliação de risco é “assente em modelos robustos de scoring”.

O banco CTT reage de uma forma similar, dizendo que na disponibilização da sua app “não há qualquer risco”. “O processo de crédito à habitação é muito longo e não se fecha na primeira interação com o banco. Um pedido de crédito desde a sua entrada até à sua conclusão com a escritura do imóvel não demora menos de 20-30 dias”, esclarece fonte oficial do banco, alertando que “a decisão não depende se o pedido foi feito online ou numa loja” e que “existe uma política de decisão de crédito definida e que tem por base rigorosos critérios de avaliação de risco“.

Regulador não pode pronunciar-se, mas está atento

Confrontado com este tipo de estratégias de promoção de crédito à habitação, o Banco de Portugal diz que não se pode pronunciar sobre campanhas de publicidade concretas, mas demonstra estar atento a esta realidade. “O Banco de Portugal, no exercício das suas funções de supervisão comportamental, fiscaliza todas as campanhas de publicidade e produtos de crédito à habitação e a sua conformidade com as normas legais e regulamentares em vigor”, diz a esse propósito.

O regulador diz que “tem acompanhado de perto a crescente comercialização e utilização de produtos e serviços bancários de retalho através de canais digitais”, tendo como objetivo “garantir que a inovação financeira nos serviços bancários não cria novos riscos e que as práticas comerciais das instituições cumprem elevados padrões de diligência e respeitam os interesses dos clientes bancários”.

A recente alteração do enquadramento legislativo do crédito à habitação que entrou em vigor no início deste ano é um dos elementos que o Banco de Portugal considera poder ajuda a proteger os consumidores. “Uma das alterações introduzidas veio fixar um período mínimo obrigatório de reflexão para o cliente bancário”, destaca o banco central português. O cliente passa a dispor de sete dias para analisar as implicações do crédito, sendo o contrato de crédito celebrado apenas após esse prazo.

A importância da nova legislação também é salientada por Nuno Rico. “A entrada em vigor da diretiva de crédito hipotecário veio atribuir maior responsabilidade às instituições financeiras”, considera o especialista da Deco. Mas este defende que é necessário fazer mais: “queremos medidas mais concretas, como maior avaliação do risco de cada cliente e da construção da publicidade que deveria ser feita de forma muito mais especificada, sobretudo tendo em conta os elevados níveis de iliteracia financeira dos portugueses que não foram corrigidos com a crise”.

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Catroga deve assumir cargo internacional num grande grupo económico

Para Marques Mendes, António Mexia ganhou a guerra com António Costa ao ser reconduzido no cargo, um anúncio feito com quase cinco meses de antecedência. Catroga não comenta a novidade.

Eduardo Catroga, que não será reconduzido na cúpula da EDP por limitação de mandatos, deverá dentro do dois meses assumir um cargo internacional num grande grupo económico, anunciou Luís Marques Mendes no seu habitual espaço de comentário na Sic.

Sem revelar a que grupo se estava a referir, Marques Mendes limitou-se a garantes que o social-democrata, Eduardo Catroga, “está aí para as curvas”.

O ECO questionou Eduardo Catroga sobre qual o grupo para o qual iria trabalhar, mas o chairman da elétrica recusou-se a avançar qualquer informação. “Sobre isso não falo”, disse ao ECO, sem desmentir a informação avançada. “O que posso dizer em relação ao meu futuro? Que me sinto cheio de energia e com vontade de trabalhar”, acrescentou.

Marques Mendes revelou ainda que Eduardo Catroga já teve “vários convites”, já que a sua saída da EDP era certa, porque “os chineses não podiam exercer por mais tempo a presidência daquele órgão. Catroga confirma: “Há mais do que um candidato a ter os meus serviços. São funções que ultrapassam Portugal. No dia 5 de abril irei tomar uma opção”.

“Com 75 anos está aí para as curvas e acho que daqui a dois meses vai assumir um cargo internacional num grande grupo económico internacional. Sempre cheio de energia. E energia é mesmo a palavra adequada”, acrescentou Marques Mendes.

No capítulo da energia, o comentador da Sic defendeu que a recondução de António Mexia à frente da EDP, “de certa forma é uma derrota pesada para António Costa”.

“O Governo tem estado em grande conflito com a EDP e António Costa nos últimos meses assumiu mesmo esse conflito e ficou a sensação de que estava a fazer pressão para que António Mexia não fosse reconduzido. E de repente é reconduzido com o apoio de todos os acionistas e não apenas os chineses”, sublinhou o advogado. Mas frisou ainda que a assembleia geral da EDP é só em abril, mas a decisão foi anunciada agora, o que representa “uma posição de força”. Mexia “ganhou este braço de ferro com António Costa”.

Mas, para Marques Mendes o mais importante é definir “o que vai ser o futuro da EDP”, algo que é “fundamental para Portugal”. “Cada vez mais está afastada a ideia de uma fusão com uma empresa espanhola ou de outro país”, disse o advogado numa referência aos rumores de uma fusão com a espanhola Gás Natural. “Cada vez mais a ideia dos chineses, o principal acionista, é estudarem a possibilidade de a EDP funcionar como plataforma para os seus investimentos quer na Europa, quer o Brasil, quer na América Latina. Ou seja, a EDP ser uma plataforma para os investimentos internacionais dos chineses“.

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Um dia na vida do presidente Trump, segundo “Fire and Fury”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Janeiro 2018

Noites passadas ao telefone, reuniões sem papéis e sem atenção e hábitos incomuns. O ECO reconstruiu a rotina de Donald Trump na Casa Branca a partir do novo livro de Michael Wolff.

“É melhor não fazer mais ameaças aos Estados Unidos ou terão como resposta fogo e fúria como o mundo nunca viu.” Com esta ameaça a Pyongyang, Trump cravou na pedra aquela que seria a expressão que caracteriza o seu primeiro ano como inquilino da Casa Branca. Michael Wolff, jornalista do The Hollywood Reporter, pegou na expressão e transformou-a num livro que voou das prateleiras e se estreou em primeiro nos tops de vendas.

“Fire and Fury: Inside the Trump White House” — em português Fogo e Fúria: Dentro da Casa Branca de Trump — retrata os primeiros meses da presidência de Donald Trump e mostra um cenário ainda mais caótico do que aquele que passava cá para fora. A desorganização interna, a teimosia e imprudência do presidente e as incoerências eram já conhecidas. Mas este livro, construído através de mais de 200 entrevistas a membros da administração e até ao próprio presidente, mostra uma Casa Branca que praticamente vive para o presidente.

A capa do livro de Michael Wolff.Grupo Almedina

Não demorou até que os meios de comunicação social pegassem em muitos dos episódios que eram retratados, começando no facto de nenhum dos membros da campanha de Trump — nem sequer o próprio candidato e a sua família — acreditarem que havia alguma hipótese deste se tornar presidente. O empresário queria apenas utilizar esta exposição como publicidade grátis para engrandecer a sua marca.

As ligações com a Rússia, a vida de casado e a relação com o poder são também os tópicos que mais manchetes têm feito nos últimos dias. Mas acompanhar estes primeiros meses de presidência através desta vista privilegiada permite também reconstruir uma imagem daquele que é o seu dia-a-dia, de como é a vida na Casa Branca e na Sala Oval. O ECO leu as mais de 300 páginas que compõem o livro que vendeu 29 mil exemplares no primeiro fim de semana e marcou os hábitos do homem mais poderoso do mundo.

Acordar numa cama que não é sua

Para falar do dia-a-dia do presidente dos Estados Unidos da América é preciso ter em conta a mudança abrupta que aconteceu. Uma vez que Trump nem sequer acreditava que ia ganhar a eleição, quanto mais abandonar a sua vida, as suas rotinas e, especialmente, a Trump Tower. Aliás, a mudança para a Casa Branca é apontada por Wolff como um processo pelo qual Trump nunca tinha passado.

"Nos primeiros dias, encomendou duas televisões para juntar à que já lá estava e uma fechadura para a porta, causando um impasse com os Serviços Secretos que insistiram que tinham de ter acesso livre ao quarto.”

Michael Wolff

“O septuagenário Trump era uma criatura de hábitos a um nível que poucas pessoas sem poder despótico do seu ambiente conseguem alguma vez imaginar”, narra o jornalista. Afirma também que, desde que entrou na Trump Tower, o empresário nunca mais mudou de casa, fez sempre as mesmas deslocações e manteve o seu escritório como se fosse uma “cápsula do tempo”. As mesmas caras, as mesmas vozes, a mesma vida.

Trump no seu escritório na Trump Tower.Washington Post/YouTube

Assim, na primeira vez que ficou por sua conta na Casa Branca, visto que Melania se manteve em Nova Iorque durante muito tempo, Trump sentiu-se “incomodado” e “até assustado”. O espaço, já antigo e raramente renovado, fazia o magnata da hotelaria sentir-se fora do seu ambiente, algo que até foi visto com surpresa pelos seus amigos mais chegados.

Nada como uma boa remodelação no quarto para que Trump se voltasse a sentir em casa. “Nos primeiros dias, encomendou duas televisões para juntar à que já lá estava e uma fechadura para a porta, causando um impasse com os Serviços Secretos que insistiram que tinham de ter acesso livre ao quarto”, escreve Wolff.

Também os hábitos dos funcionários da Casa Branca mudaram para se adaptar às exigências do novo presidente. “Advertiu as empregadas domésticas por terem apanhado uma camisa do chão: ‘Se a minha camisa está no chão é porque eu a quero no chão’. Ninguém tocava em nada, especialmente na sua escova de dentes. Além disto, avisou as empregadas domésticas que quando quisesse a cama feita, ele próprio tirava os lençóis”, conta.

O seu medo de ser envenenado é a justificação para todas estas imposições. Wolff relembra que esta é também a razão pela qual Donald Trump gosta de comer no McDonald’s: “Ninguém sabe que ele está a pedir e a comida foi pré-cozinhada de uma forma segura.” Este tipo de refeições são muitas vezes o almoço e o jantar do presidente norte-americano.

Reuniões sem papel e com ouvidos moucos

Sendo agora o homem mais poderoso do mundo, quem é eleito para presidente do Estados Unidos da América acaba por passar a maior parte do tempo em reuniões, desde briefings diários, a encontros com parceiros e simples cerimónias protocolares. Trump, assim que foi eleito, bateu o pé e afirmou que não precisava de briefings diários pois estes eram repetitivos. “Eu sou uma pessoa inteligente, não preciso de ouvir as mesmas coisas todos os dias durante oito anos”, afirmou numa entrevista.

"Para Steve Mnuchin e Reince Priebus ele era um ‘idiota’. Para Gary Cohn, era ‘burro como a merda’. Para H.R. McMaster ele era ‘imbecil’. E a lista continuava”

Michael Wolff

Ainda que a Casa Branca não tenha cedido em relação a estas reuniões, Trump também não recuou totalmente. “Trump não lê. Nem sequer passa os olhos”, escreve Wolff, em relação aos documentos que lhe são entregues. “Se está impresso, mais vale não existir. Alguns acreditam que, por todas as razões práticas, ele tem um baixo nível de literacia.

As justificações multiplicam-se, nunca abonatórias para Trump. “Outros acham que é disléxico, mas certamente a sua compreensão é limitada. Outros concluem que ele não lê porque não tem de o fazer e isso é um dos seus atributos como populista. Ele está além da literacia — totalmente televisivo.”

E o leitor pode dizer: ‘não é preciso ler os documentos para perceber o que se fala numa reunião’. Wolff continua ainda: “Não só ele não lê como também não ouve. Prefere ser a pessoa a falar. E confia na sua própria sabedoria — não importa o quão insignificante ou irrelevante ela seja — mais do que na de qualquer pessoa. Tem também défice de atenção, mesmo quando pensa que alguém merece a sua atenção.”

O livro dá ainda conta que a própria equipa que está por trás do presidente considera que ele não tem capacidades para o ser. “Toda a gente, à sua maneira, tenta expressar de uma maneira crua o facto óbvio de que o presidente não sabia o suficiente, não se importava particularmente e que estava confiante, se não sereno, das suas certezas inquestionáveis”, aponta o jornalista.

Junta-se ainda uma lista de nomes que os seus braços direitos utilizavam para se referir a ele: “Para Steve Mnuchin e Reince Priebus ele era um ‘idiota’. Para Gary Cohn, era ‘burro como a merda‘. Para H.R. McMaster ele era ‘imbecil’. E a lista continuava”. Era então assumido que eles próprios tinham de, de qualquer forma, “compensar pelas falhas de Trump”.

Um serão de contactos

Após um dia de reuniões e compromissos presidenciais, Trump não para. A última refeição do dia é passada com o seu conselheiro favorito, Steve Bannon. Por volta das 18h30, “Bannon junta-se a Trump em todos os jantares, ou pelo menos disponibiliza-se para tal — um solteirão a apoiar outro”. Este hábito ficou órfão quando o fundador do jornal de extrema-direita Breitbart abandonou a Casa Branca.

Ainda assim, esta não é a forma favorita de Trump passar a sua hora de jantar. Como refere Wolff, se não jantasse com Bannon, e “mais ao seu agrado, estaria na cama a essa hora com um cheeseburguer, a ver televisão nos seus três ecrãs e a fazer chamadas.”

E sendo o presidente um homem que gosta de estar perto daqueles que mais o admiram, quer seja através de rallys — grandes convenções espalhadas pelo país — ou da sua conta oficial do Twitter, as chamadas ao serão não servem só para distração, mas também para este se manter próximo daqueles que acha seus aliados. “O telefone é o seu ponto de contacto real com o mundo — [usa-o] para falar com um grupo pequeno de amigos”, lê-se em Fire and Fury. Este grupo foi ficando maior ao longo do tempo, incluindo não só empresários, como conselheiros externos, republicanos e até fontes secretas.

"Quando o presidente falava ao telefone depois do jantar, tinha habitualmente um discurso incoerente. De uma forma sádica e paranóica, especulava sobre as falhas e fragilidades da sua equipa. Bannon era desleal. Priebus era fraco. Kushner era um ‘lambe-botas’. Spicer era estúpido. Conway era uma choramingas. Jared e Ivanka nunca deviam ter vindo para Washington.”

Michael Wolff

“Quando o presidente falava ao telefone depois do jantar, tinha habitualmente um discurso incoerente. De uma forma sádica e paranóica, especulava sobre as falhas e fragilidades da sua equipa. Bannon era desleal. Priebus era fraco. Kushner era um ‘lambe-botas’. Spicer era estúpido. Conway era uma choramingas. Jared e Ivanka nunca deviam ter vindo para Washington”, enumera ainda, justificando assim muita da informação confidencial que vinha a público.

Trump ligava para discutir pontos de vista, exteriorizar preocupações ou só mesmo falar. Só que “nas suas conversas noite dentro na cama, frequentemente falava com pessoas que não tinham razão para manter as suas confidências”. Terá sido assim que a informação de que Trump andava em roupão às escuras durante a noite porque não sabia mexer nos interruptores foi conhecida. E tantas outras.

O dia termina então, com este a adormecer numa cama que pouco é ocupada por Melania Trump. Adormecia para, muitas vezes, acordar muito cedo e começar as suas discussões no Twitter.

Com este cenário pouco colorido, parece óbvio que Trump não queria que estas páginas vissem a luz do dia. Ainda que a sua equipa de advogados tenha tentado parar a publicação deste cocktail de fogo e fúria, o esforço não teve sucesso e a bomba rebentou com efeitos que se estendem aos antigos aliados. Na Amazon, há utilizadores que afirmam que este foi um dos principais motivos pelos quais compraram o livro.

Em Portugal, o livro será editado pela Actual Editora, do Grupo Almedina, que garante ao ECO a chegada às livrarias já em fevereiro. Entretanto, Trump continua afirmar que ter ganho as eleições à primeira tentativa não mostra que ele é “inteligente”, mas sim “genial”. “E um génio muito estável”, remata.

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Ryanair corta nas malas, mas pode levar mais peso na cabine

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Janeiro 2018

As alterações às regras de bagagem de cabine são implementadas segunda-feira, dia 15. Foram adiadas em outubro para que os passageiros se pudessem "familiarizar".

É uma diferença de cinco quilos, mas pode fazer a diferença na altura do embarque. A Ryanair vai implementar na próxima segunda-feira, 15 de janeiro, as novas regras da bagagem de cabine, permitindo que as malas tenham até 20 quilos, em vez de 15 quilos. Mas apenas vai poder levar uma (mala pessoal conta como mala) na cabine. A segunda, a de maior peso, vai ter de ir obrigatoriamente para o porão.

 

Os clientes que têm voos a partir desta data estão a ser avisados de que, não só podem levar mais peso na bagagem de cabine, como pagam menos dez euros por uma mala de porão — de 35 euros para 25 euros por mala. Os passageiros sem embarque prioritário continuam a ter direito a duas malas, sendo que lhes irá ser solicitado para colocar a maior no porão, sem qualquer custo adicional.

A decisão foi tomada na sequência do aumento dos atrasos causados pela falta de espaço nas cabines para acomodar todas as malas trazidas pelos passageiros. “Esperamos que os nossos clientes apreciem estas novas políticas de bagagem que se centram em preços mais baixos e aumento no peso permitido em bagagem de porão”, declara Kenny Jacobs, diretor de marketing da companhia aérea.

A implementação das regras estava marcada para outubro do ano passado, mas foi adiada para janeiro, com a empresa a afirmar que este adiamento permite “aos clientes mais tempo para se familiarizarem com as mudanças”. A empresa aponta para que estas alterações custem 50 milhões de euros à própria.

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China não está preocupada com dívida de Angola

  • Lusa
  • 14 Janeiro 2018

Chefe da diplomacia chinesa realizou este domingo uma visita de 24 horas a Angola. Tema da dívida foi abordado com responsáveis angolanos, mas não motiva preocupação aos chineses.

O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse este domingo em Luanda, que não existe qualquer preocupação sobre a dívida de Angola para com a China, cujo valor não revelou.

O chefe da diplomacia chinesa, que realizou uma visita de 24 horas a Angola, falava em conferência de imprensa, no final de negociações entre os dois países, que serviram para a discussão sobre as obrigações de cada uma das partes sobre os vários acordos existentes, particularmente, a dívida de Angola para com a China.

“Tal como qualquer país em desenvolvimento, numa fase inicial da sua economia, é muito natural que pretenda mais financiamentos. A China também experimentou este processo, esses são problemas temporários e não tenho nenhuma preocupação, não estou preocupado de maneira nenhuma, porque tanto o partido no poder como o Governo em Angola estão a achar o caminho que corresponde à situação doméstica de Angola, que é a diversificação da economia e industrialização acelerada”, disse o chefe da diplomacia chinesa.

Esta posição surge numa altura em que o Governo angolano estuda formas de reestruturar o peso da dívida pública, que ronda os 60% do Produto Interno Bruto (PIB).

"Tal como qualquer país em desenvolvimento, numa fase inicial da sua economia, é muito natural que pretenda mais financiamentos. A China também experimentou este processo, esses são problemas temporários e não tenho nenhuma preocupação, não estou preocupado de maneira nenhuma, porque tanto o partido no poder como o Governo em Angola estão a achar o caminho que corresponde à situação doméstica de Angola, que é a diversificação da economia e industrialização acelerada”

Wang Yi

Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês

Wang Yi garantiu que a China vai continuar a apoiar Angola a acelerar a sua estratégia de diversificação da economia e o seu processo de industrialização e modernização em prol da paz e unidade do continente africano.

Durante a última semana, na antecipação desta visita, o embaixador chinês em Luanda, Cui Aimin, informou que os empréstimos da China a Angola totalizam mais de 60 mil milhões de dólares (50 mil milhões de euros), concedidos desde que os dois países estabeleceram relações diplomáticas, em 1983.

Já o ministro chinês recordou que a China foi o país que concedeu financiamento a Angola para a sua reconstrução, após fim da guerra em 2002, tendo já apoiado na recuperação e construção de mais de 20.000 quilómetros de estradas, 2.800 quilómetros de ferrovias, além de outras infraestruturas básicas, nomeadamente escolas, hospitais e habitações sociais.

“Tudo isso são os nossos resultados muito tangíveis, ontem [sábado] disse ao Presidente da República que o investimento chinês em Angola é com resultados reais. Esses comentários dos media ocidentais são infundados, não vale a pena comentar”, frisou.

Segundo Wang Yi, as relações bilaterais existentes há 35 anos são baseadas na amizade, honestidade, e Angola é um parceiro estratégico da China no continente africano.

 

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Nova revista de administrativo já está disponível

Destinada a todos os profissionais que trabalham e operam na área do Direito Administrativo – advogados, magistrados, professores, juristas e ainda funcionários da administração pública.

Cerca de 250 pessoas estiveram presentes na passada sexta-feira, dia 11 de janeiro, na Sociedade de Geografia de Lisboa, para assistirem ao evento de apresentação da nova Revista de Direito Administrativo (RDA). Destinada a todos os profissionais que trabalham e operam na área do Direito Administrativo – advogados, magistrados, professores, juristas e ainda funcionários da administração pública, terá uma periodicidade quadrimestral.

A presente publicação foi apresentada em conferência subordinada ao tema “Ilegalidade sem consequências?”, promovida pela Ordem dos Advogados, que teve como oradores os professores Paulo Otero, Catedrático da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa e Pedro Costa Gonçalves, professor Associado da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, moderada por António Jaime Martins, Presidente do Conselho Regional de Lisboa.

O diretor da RDA, Pedro Fernández Sánchez, fez a abertura do evento, efetuando uma breve apresentação da estrutura e conteúdos que o leitor poderá encontrar no número inaugural da revista, que se refere ao período de janeiro a abril, salientando que o presente periódico ”é a revista que faltava na comunidade jurídica lusófona, pois contém uma dimensão intercontinental ao destinar-se também aos profissionais dos países lusófonos, assumindo-se como um meio informativo que possui um caráter verdadeiramente transversal ao universo do Direito Administrativo: para além de um elevado rigor científico, mostra-se essencialmente vocacionada para a resolução dos problemas práticos sentidos pelos operadores jurídicos em geral”.

A RDA publica informação especializada em matéria jurídica, maioritariamente na área do direito administrativo, sendo a a estrutura composta por secções doutrinárias, mas também por anotações a legislação, de comentários a jurisprudência relevante, bem como secções práticas dedicadas à boa aplicação da legislação administrativa fundamental.

A propriedade e edição da RDA são da responsabilidade dos membros da Comissão Fundadora e que integram o seu Conselho Executivo: Pedro Fernández Sánchez (Diretor), Tiago Serrão e Marco Caldeira (Diretores Adjuntos), Luís Alves, Luís Verde de Sousa e Pedro Santos Azevedo, elementos do meio académico e profissional, afirmando-se como uma nova geração na área do Direito Administrativo.

 

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Carro, avião, comboio ou autocarro. Quanto custa ir de Lisboa ao Porto?

Ligar Lisboa ao Porto não tem de ser um golpe sério no seu orçamento. Como conseguir o melhor preço? Esteja atento, seja flexível e aproveite as promoções nos transportes.

Viajar da capital até à invicta e regressar não tem de custar muito dinheiro. Tradicionalmente, o carro é a opção preferida, embora nem sempre a mais barata. Há autocarros, comboios e até ligações aéreas que podem poupar alguns euros, ou mesmo centenas de euros, especialmente se for um dos “sortudos” ao apanhar as várias promoções que vão sendo lançadas. A CP, por exemplo, permite viajar entre Lisboa e o Porto por apenas dez euros, mas não é fácil apanhar estes lugares.

Visitar o Porto não tem de ser um golpe severo no seu orçamento.Pixabay

Não é inédito — já o tem feito noutras ocasiões –, mas sempre que a empresa transporte ferroviário portuguesa faz uma campanha, são muitos os que aproveitam a oportunidade. Desta vez foram tanto que o site “crashou”, levando a CP a prolongar o preço promocional de cinco euros por viagem. E mesmo assim estão já quase esgotados todos os bilhetes, pelo que terá de se preparar para abrir os cordões à bolsa ou estar atento e ser flexível para conseguir fazer os melhores negócios.

De comboio, os títulos são disponibilizados 60 dias antes da data da viagem com preços promocionais, pelo que com bom olho e preparação consegue visitar a segunda maior cidade portuguesa com pouco mais de 20 euros — se não conseguir os dez euros. De avião, os preços podem ser ainda mais baixos: começam nos 19,98 euros, mas facilmente engordam para centenas de euros. Neste caso, o melhor é mesmo estar atento e disposto a escolher datas ou horários menos desejáveis.

Se escolher viajar de autocarro, o puzzle que é montar uma deslocação aérea desfaz-se: os preços são os mesmos para qualquer data ou horário e o trajeto fica-lhe a 34 euros (ida e volta). A opção mais económica não é, no entanto, nenhum destas referidas: vá de carro, partilhe a viagem e vai fazer a maior poupança. Ir de boleia significa desembolsar 36 euros.

A opção mais cara acaba por ser a mais tradicional: ir de carro. A viagem (ida e volta) custa 88,61 euros. Mas num carro de cinco lugares cheio, e se em vez de ir à boleia optar por dar boleia, pode ter lucro.

Contas feitas, resta-lhe ponderar os restantes fatores, fazer as malas e conquistar esta rota. Para que melhor decida como quer fazer esta viagem, o ECO recolheu abaixo todos os truques, vantagens e desvantagens de cada meio de transporte.

Se quer ir de Lisboa ao Porto, levantar voo é uma das opções mais em conta.Pixabay

Quer ganhar asas e poupar? Esteja atento

Bom olho, jogo de cintura e preparação. São essas as qualidades do cliente que consegue arrebatar os melhores preços. Ir de Lisboa ao Porto de avião pode ser uma das opções mais baratas… mas também pode ser das mais caras. Os preços começam nos 20 euros e facilmente levantam voo. Para conseguir as tarifas mais baixas deve marcar a viagem com antecedência e estar disposto a regressar alguns dias depois do previsto ou num horário menos desejável. Do ponto de vista das transportadoras aéreas e face ao sucesso da rota Lisboa-Porto, há apenas dois desejos: consolidar a oferta e aumentar a procura.

Vantagens de escolher ir de avião:

  • A viagem de avião é a mais rápida. É possível ir de Lisboa ao Porto em apenas uma hora.

Desvantagens:

  • Os bilhetes apenas incluem bagagem de mão, isto é, se desejar levar mais bagagem consigo terá de pagar uma tarifa extra para os volumes de bagagem adicionais. Mesmo na TAP, a classe mais económica não inclui um volume maior.
  • Tem de chegar ao aeroporto com pelo menos uma hora de antecedência para cumprir todos os requisitos e passos exigidos.

Milhares de Portugueses continuam a efetuar reservas todas as semanas na nossa rota entre o Porto e Lisboa.

Ryanair
  • Ryanair

Ligar a capital à invicta fica, no mínimo, a 9,99 euros por viagem, na Ryanair. Para conseguir esta tarifa terá, no entanto, de se preparar com algumas semanas ou meses de antecedência. Por exemplo, uma viagem para o fim de semana de 17 a 18 de fevereiro (ou seja, com mais de um mês de antecedência) terá apenas de desembolsar, no total, 19,98 euros… mas terá de regressar a meio do dia de domingo — estes eram os preços na simulação realizada a 9 de janeiro. Se quiser voltar à noite, o preço cresce para 33,30 euros. Para gozar a noite de domingo no Porto e manter o preço em 19,98 euros, poderá sempre regressar na segunda-feira, às 6h25 e aproveitar o resto do dia de volta a casa.

Para viagens mais espontâneas, marcadas com, por exemplo, apenas com dez dias de antecedência, o caso muda. No melhor cenário para o fim de semana de 20 a 21 de janeiro, o preço ronda os 40 euros. Mais uma vez, os horários mais baratos deixam pouco tempo ao visitante para aproveitar a cidade. Por isso, se quiser chegar cedo e sair tarde do Porto, terá de desembolsar 146,26 euros. Mais uma vez, escolher regressar à capital na segunda de manhã e não no domingo à noite é bastante proveitoso: o preço final desce para 59,98 euros.

Milhares de portugueses continuam a efetuar reservas todas as semanas na nossa rota entre o Porto e Lisboa“, avançou ao ECO a transportadora aérea irlandesa. Segundo a companhia, desde o lançamento dessa rota que a sua frequência já aumentou para três voos diários (à exceção de terça-feira e sábado, em que apenas se registam dois voos por dia).

TAP oferece 18 voos diários entre Lisboa e Porto.
  • TAP

Na transportadora aérea portuguesa, ir um fim de semana ao Porto sem gastar muito exige flexibilidade de horários e bom olho. Por exemplo, para o mesmo fim de semana considerado no caso da Ryanair (17 a 18 de fevereiro, ou seja, marcado com um mês de antecedência), as tarifas (na classe mais económica) variam entre os 66,28 euros e os 165,92 euros. Na primeira opção, a chegada à Invicta só acontece ao meio-dia e a partida fica pelas 19h30. Se quiser chegar mais cedo (e regressar à mesma hora), o preço cresce quase 100 euros. E se quiser voltar mais tarde? Se escolher o primeiro voo do dia 17, não conseguirá comprar o último voo do dia 18, porque as tarifas “não são combináveis”. Para poupar dinheiro e ter mais tempo na histórica cidade, pode sempre chegar às 10h00 ao Porto e regressar à capital só na manhã de segunda. Nesse caso, o preço é de 86,42 euros.

Planear uma viagem com apenas dez dias de antecedência é, do mesmo modo, um verdadeiro puzzle. A tarifa mais baixa (55,68 euros) para o fim de semana de 20 a 21 de janeiro dá-lhe pouco mais de 15 horas no destino. Chegar às 08h00 e regressar às 16h30 custa-lhe, por outro lado, 257,08 euros. Como poupar? Regressar na segunda-feira significa uma poupança de quase 100 euros (em relação à tarifa apontada anteriormente).

“A Ponte Aérea Lisboa Porto foi a rota na qual a TAP transportou mais passageiros em 2017, atingindo um total de 726 mil passageiros, mais 8% que em 2016″, revelou ao ECO a companhia portuguesa. O trajeto foi lançado em 2015 e um ano depois (isto é, em 2016) já tinha crescido 80%.

Com 18 voos diários entre Lisboa e Porto — ou seja, voos hora a hora — a TAP tem como perspetivas “a manutenção do volume de oferta e o crescimento na procura”. ” Permite as ligações mais rápidas entre as duas cidades, que ficam a menos de uma hora de voo de distância, e a ligação a toda a rede de destinos TAP”, acrescenta a mesma fonte.

Dado que a venda de bilhetes para os comboios da CP está disponível com 60 dias de antecedência relativamente à data da viagem, todos os dias são colocados à venda novos lugares com preços promocionais.

Ana Portela

Comboios de Portugal

Ir de comboio pode ser um das opções mais dispendiosas… a menos que aproveite os saldos.

Pouco terra, muitos euros?

Até 20 de janeiro, pode marcar uma viagem de comboio ao Porto com partida em Lisboa por apenas dez euros (ida e volta). A campanha promocional da Comboios de Portugal aplica-se a bilhetes em 2ª classe ou classe turística em Alfa Pendular ou Intercidades. A adesão tem sido “massiva”, garantiu a porta-voz da empresa ao ECOtanto que a bilheteira online falhou, no primeiro dia, e a CP acabou por alargar o período de compra até 20 de janeiro, bem como disponibilizar mais 700 bilhetes promocionais. Até esta segunda-feira, 80% dos títulos com preço reduzido já tinham voado das bilheteiras. Por isso, se quiser mesmo ir de comboio à invicta vai ter de abrir os cordões à bolsa.

No mesmo fim de semana em janeiro usado nos exemplos anteriores, a viagem fica-lhe, no total (isto é, ida e volta), a 29 euros. Chega às 14h00 ao Porto e parte para Lisboa pouco antes das 06h00 do dia seguinte. Se, por outro lado, preferir esticar a visita ao máximo, terá de desembolsar 61,60 euros. Nesse caso, viaja em ambas as ocasiões em Alfa Pendular, chegando ao destino às 09h30 e partindo às 20h47.

“Dado que a venda de bilhetes para os comboios da CP está disponível com 60 dias de antecedência relativamente à data da viagem, todos os dias são colocados à venda novos lugares com preços promocionais“, realça a porta-voz da CP. Antecedência é, assim, sinónimo de emagrecimento dos preços das viagens, sendo, no cenário mais barato (para o fim de semana de 03 a 04 de março), possível ir ao Porto por apenas 20,50 euros (ida e volta). Nesse caso, o visitante passa apenas nove horas na cidade. Para alargar a visita ao máximo, terá de investir 49,30 euros, mesmo aproveitando a promoção mencionada pela companhia.

O crescimento do segmento de longo curso (viagens Alfa Pendular e Intercidades para todos os destinos) entre 2013 e 2017 foi da ordem dos 37%“, garante a CP. Em 2017, 6,15 milhões de pessoas (valor estimado pela companhia) escolheram viajar com esta empresa. “A CP manterá a aposta numa dinâmica comercial que dedica atenção especial às necessidades dos seus clientes nos vários segmentos”, promete a Comboios de Portugal.

Vantagens de escolher ir de comboio:

  • Ao contrário do que acontece com a primeira opção, viajar de comboio não implica o mesmo complexo aparato: não há check-in, revista pela segurança ou horas de antecedência passadas no aeroporto. Basta chegar à estação e partir.
  • As duas horas de viagem podem ser aproveitadas para apreciar a bela paisagem portuguesa e relaxar, sem se preocupar com nada.
  • A estação de comboios no destino (Porto-Campanhã) fica bastante perto da estação de metro, o que facilita a circulação na cidade.

Desvantagens:

  • Não pode despachar os maiores volumes de bagagem para o porão. Terá de os içar para a carruagem e lutar por um espaço livre.
  • Terá de planear as suas atividades em torno dos horários disponibilizados pela empresa, ou seja, não tem a liberdade que encontra, por exemplo, ao usar carro próprio.
Ligar as duas cidades de autocarro fica a pouco mais de 34 euros.Pixabay

Vamos de autocarro?

O seu orçamento é curto e quer fazer a ligação entre as duas viagens dentro de poucos dias? O autocarro é uma boa opção. Para viagens marcadas com pouca antecedência, este meio de transporte é um dos mais económicos, já que os preços não variam ao longo do mês nem de acordo com o horário. No total, a deslocação sai-lhe a 34 euros (tanto na data usada como exemplo em janeiro, como num fim de semana de fevereiro). A companhia que faz a ligação Lisboa-Porto é a Rede de Expressos.

Vantagens de escolher o autocarro:

  • A viagem é económica mesmo quando marcada com pouca antecedência, já que os bilhetes não variam consoante o dia.
  • Pode também escolher os horários que lhe apetecer, sem pensar no aumento da tarifa (que não acontece, ao contrário do registado no transporte aéreo).
  • É uma escolha amiga do ambiente. Os transportes coletivos são sempre a opção mais ecológica (ao contrário, por exemplo, do uso do carro próprio).

Desvantagens:

  • Demora mais tempo do que as restantes opções já apresentadas, quase atingindo as três horas e meia (quase o mesmo que se usar o seu carro ou for de boleia).
A vantagem de ir de carro? Pode repartir o custo por quantas pessoas lhe couberem o carro.

312 km ao volante. Está preparado?

A viagem dura quase quatro horas e sai-lhe, no total (ida e volta), entre 36 euros — se for de boleia — e 88,61 euros — caso use o seu próprio carro e não o partilhe. Fora de questão estão os táxis, Uber ou Cabify. Nesses serviços, o trajeto chega a custar-lhe 300 euros por viagem.

Se estiver interessado em fazer a deslocação de automóvel com outros viajantes, pode recorrer a plataformas como a BlaBla Car. Pode ir de boleia ou dar boleia, o que pode até gerar lucro. Se levar quatro ocupantes a 18 euros cada um, recebe 144 euros no trajeto ida e volta. Resultado? Retirados os custos, ganha 55,39 euros.

No primeiro semestre do ano passado, o tráfego médio diário na A1 aumentou 6,3%, o que significa que por dia mais de 30.300 veículos circularam na autoestrada que liga Lisboa ao Porto. Segundo o comunicado à enviado à Comissão do Mercados dos Valores Imobiliários pela Brisa Concessão Rodoviária, 46% da circulação registada nas suas vias acontece exatamente na A1.

Vantagens de escolher o carro:

  • É mais cómodo. O conforto oferecido por um automóvel é superior ao de, por exemplo, um autocarro. Por outro lado, essa comodidade reflete-se na liberdade de simplesmente agarrar no carro e ir, sem horários estipulados, longas horas de espera ou marcações com antecedência significativa.
  • Quando chegar ao destino ficará, automaticamente, com um meio de deslocação na cidade.
  • No caso de usar o seu próprio carro, o custo só é desvantajoso se fizer a viagem sozinho. Imagine que partilha o carro com mais quatro pessoas, a deslocação sai a 17,72 euros (ida e volta) por passageiro. Nenhum outro meio de transporte é tão barato, nesta ligação.

Desvantagens:

  • Quem vai de carro leva mais tempo a fazer este percurso. São quatro horas contra os 60 minutos de avião ou as duas horas do comboio.
  • É cansativo. Conduzir por quatro horas exige alguma atenção e acaba por se tornar exaustivo.
  • Implica considerável nível de poluição. O uso de transportes individuais não é tão ecológico como aquele implicado nos transportes coletivos.

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E se Rui Rio fosse primeiro-ministro?

Rui Rio ainda não apresentou um programa económico mas ideias para pôr Portugal a crescer não lhe faltam. Pensões a variar consoante a economia? É uma ideia. Imposto para a dívida? É outra.

Rui Rio ainda não apresentou um programa económico. Mas já deixou uma ideia do que pretende fazer para por Portugal a crescer.Paula Nunes / ECO

Rui Rio tem bem claro. A melhor forma de colocar Portugal a crescer será através da redução dos impostos às empresas e de uma política orçamental disciplinada que dê fôlego ao Governo para investir em tempos de crise. Só assim se cria um ambiente favorável para uma economia mais exportadora e amiga do investimento e do emprego.

Opõe-se à reposição acelerada dos rendimentos feita pelo atual Executivo de António Costa e que tem apoio parlamentar do Bloco de Esquerda e do PCP — embora tenha concordado com a devolução do dinheiro que Passos cortou nos salários e pensões. Isto porque para Rio mais importante do que dar já tudo o que foi retirado às pessoas, é ter a certeza de que o futuro será mais próspero. E sugeriu que uma parte das pensões dependesse do andamento da economia e do emprego.

Bem-vindo ao futuro programa económico do próximo líder do PSD que quer ser uma alternativa de Governo firme e sem demagogias face à frente de esquerda que se formou no Parlamento.

1. Baixar impostos. IRC incluído

Num modelo económico assente nas exportações e no investimento, Rui Rio pretende assegurar um melhor ambiente para os empresários e investidores e quer uma rutura com as atuais políticas do Governo de António Costa, que “são contrárias àquilo que Portugal precisa no futuro”. Mas o que quer fazer de diferente?

Se pensassem no futuro, em vez de subir, desciam o IRC, para que haja mais investimento e criação de emprego”, disse Rui Rio durante a campanha, criticando as opções tomadas no último Orçamento do Estado, nomeadamente a subida da derrama estadual sobre as grandes empresas.

“Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para baixar a carga fiscal, desde logo aquela que é fundamental para o investimento. Isto significa eu investir no futuro, significa eu preparar o futuro e não distribuir já aquela pequena folga que eu possa conseguir”, frisou em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF em dezembro.

Ainda em matéria de impostos, Rio não acredita que os impostos diretos sejam socialmente mais justos que os indiretos. “Isso é verdade até certo ponto”, chegou a explicar.

Vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para baixar a carga fiscal, desde logo aquela que é fundamental para o investimento. Isto significa eu investir no futuro, significa eu preparar o futuro e não distribuir já aquela pequena folga que eu possa conseguir.

Rui Rio

Futuro presidente do PSD

2. Devolução de rendimentos mais lenta

Rui Rio foi um dos mais duros críticos da política de corte de salários e pensões de Passos Coelho durante a crise, até chegou a elogiar a devolução de rendimentos que Costa e os partidos esquerda estão a promover desde que estabeleceram um acordo parlamentar para a formação de um Governo. Mas não está de acordo com o ritmo de reposição.

Para o próximo presidente do PSD, “o que é importante para as pessoas, mais do que conseguirem receber qualquer coisa mais rapidamente, é terem a certeza de que no futuro vão seguramente receber mais” e, se o PSD estivesse no Governo, “as margens que conseguíssemos obter por via do maior crescimento económico seriam aproveitadas de uma forma mais equilibrada para a redução do défice e para a redistribuição”, através de uma “cadência mais lenta” de devolução de rendimentos”.

Rui Rio quer criar uma alternativa sem demagogias que defronte a atual “frente de esquerda” que comanda o país.Fernando Veludo/EPA

3. Excedente na bonança para gastar na crise

Quando abandonou a Câmara do Porto, em 2013, Rui Rio disse que era “quase antipatriótico” pensar que era negativo para o país “pôr as contas direitas”. E sublinhava: “Com o país neste estado, haver quem ainda não entende que não pode ser assim porque conduz a isto [crise] já é um problema de inteligência”.

Há muito que se percebeu que Rui Rio pretende ter uma mão de ferro nas contas públicas — como diz que teve na Câmara do Porto –, mas ele não é insensível à questão do ajustamento orçamental gradual. “Não digo que devemos ir de um défice de 5% para 0%, porque isso desequilibra tudo. Tem de ser uma descida cadenciada”, frisou Rio durante a última campanha para as diretas do PSD.

Ainda assim, o próximo líder dos sociais-democratas que ter um Governo a gerar excedentes orçamentais durante os anos de melhor momento económico. Com isto, cria uma almofada financeira que pode usar para proteger o país numa situação de crise. “As contas devem ter um ligeiro superavit quando a economia está a subir, para poderem ter défice quando a economia está a cair”, disse.

As contas devem ter um ligeiro superavit quando a economia está a subir, para poderem ter défice quando a economia está a cair.

Rui Rio

Futuro presidente do PSD

4. Pensões a variar consoante o PIB

Durante a campanha, Rui Rio defendeu que o valor da pensão pago aos reformados deve ter um limite mínimo mas, ao mesmo tempo, poderia contar com uma componente variável ligada ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao desemprego.

“Uma parte pequena da reforma — mas com efeito no total — pode estar indexada, por exemplo, a uma taxa de desemprego, a uma taxa de crescimento do PIB — pode estar indexada a três ou quatro fatores. E, portanto, [o pensionista] sabe que a sua pensão abaixo de ‘x’ nunca desce, mas depois pode ser um bocadinho mais ou um bocadinho menos”, afirmou Rui Rio. E exemplificou: “Imagine que a sua pensão é de mil euros — ninguém mexe aí — mas num ano pode ser de 1.100, noutro ano de 1.200, noutro de 1.150 em função de indicadores económicos”.

Atualmente, as pensões são atualizadas através de uma fórmula que tem por base o avanço da economia e da inflação.

5. Imposto para a vida… perdão, imposto para a dívida

Também é conhecida a proposta para a criação de um imposto para a dívida “brutal”, como Rui Rio a classifica.

Para ele, só assim os portugueses conseguem ter uma noção exata do fardo do endividamento público para os cofres do Estado, o que teria uma vantagem do ponto de vista da responsabilização política: qualquer Governo que aumente a dívida irá provocar um indesejável e impopular aumento de impostos.

Em concreto, a proposta passava pela redução de um qualquer imposto para que, em contrapartida, seja criado um imposto “consignado ao pagamento dos juros da dívida pública. “Assim as pessoas passariam a perceber melhor os efeitos nocivos de um défice público”, explicou então.

6. Descentralizar para poupar

“Se a coisa for bem feita”, pode diminuir a despesa pública. Essa coisa é a regionalização, uma ideia que Rui Rio há muito defende. Aliás, o próximo presidente do PSD não tem dúvidas: “Quem deu cabo das finanças públicas deste país não foram as autarquias, foi a Administração Central”, disse em maio do ano passado.

O argumento de Rio é este: estar mais perto das pessoas consegue-se fazer mais com menos, poupando dinheiro aos cofres do Estado.

Se para Rui Rio, Portugal precisa de implementar várias reformas, “não há nenhuma reforma tão grande que possa dar um abanão ao regime” que não seja a regionalização. Palavra de um economista que geriu as finanças da segunda maior cidade do país durante 12 anos.

Não consigo descortinar nenhuma grande reforma que possa dar esse abanão no regime. A única que eu vejo é a regionalização.

Rui Rio

Futuro presidente do PSD

 

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Marcelo diz que a associação de Tondela cumpria requisitos para atividade

  • Lusa
  • 14 Janeiro 2018

O Presidente da República deslocou-se este domingo a Vila Nova da Rainha, após o incêndio numa associação ter causado oito mortos. Marcelo diz que casa cumpria todos os requisitos de atividade.

A Associação Cultural, Recreativa e Humanitária de Vila Nova da Rainha, em Tondela, onde no sábado à noite houve um incêndio, cumpria os requisitos para a sua atividade, disse este domingo o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Em declarações aos jornalistas no final de uma visita ao piso de baixo da associação, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que, segundo o presidente da Câmara de Tondela, a associação “tinha os licenciamentos e o que era preciso para este tipo de atividade”.

Questionado sobre o facto de as pessoas que estavam dentro da associação terem tentado fugir por uma porta que abria para dentro, o Presidente da República explicou que “havia ao lado uma porta que abria precisamente para fora”.

“Como a que ficava em frente das escadas era a mais óbvia, a mais utilizada, e a outra normalmente estava fechada, aquela que podia ter dado saída para o piso que ficou praticamente incólume (o piso de baixo), não foi utilizada”, contou.

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