Rio no Parlamento, Montenegro e Pinto Luz na internet. Os palcos escolhidos pelos candidatos à liderança no PSD

Na corrida à liderança do PSD, os candidatos definem estratégias e apostam em palcos que lhes possam dar visibilidade. Rio, Montenegro e Pinto Luz têm cerca de dois meses para convencer militantes.

A corrida à liderança do PSD obriga os candidatos a esforços redobrados para tentar passar a mensagem aos militantes. Afinal são eles que votam. A data das eleições e do congresso será conhecida no próximo fim de semana. Rio, Montenegro e Pinto Luz têm cerca de dois meses para convencer militantes e por isso reforçam os palcos onde se querem mostrar.

Rui Rui já estava ativo na rede social Twitter. Foi por lá que passou mensagens durante a campanha eleitoral para as legislativas de 6 de outubro. Perante os maus resultados das eleições, Rio decidiu candidatar-se à liderança do partido e apostou tudo num regresso em força ao Parlamento, depois de 18 anos fora dos corredores do Palácio de São Bento.

No dia em que disse presente para a disputa do poder no PSD, Rio anunciou que assumiria a liderança da bancada parlamentar até ao congresso que servirá para eleger os novos órgãos saídos das eleições diretas em janeiro.

E no debate do Programa de Governo, Rio não deixou para outros as intervenções principais do partido. Foi ele quem confrontou António Costa na primeira ronda de pedidos de esclarecimento e foi também Rui Rio quem fez a intervenção final no encerramento.

Rui Rio interpela o Governo durante o debate sobre o Programa do XXII Governo Constitucional, na Assembleia da República.TIAGO PETINGA/LUSA

Ao garantir o lugar de líder da bancada, Rio assume mais protagonismo e mais visibilidade. E a estratégia parece ter resultado. Miguel Pinto Luz, um dos adversários, elogiou o desempenho do presidente do PSD no primeiro frente-a-frente com António Costa na Assembleia da República.

Mas se Rio acrescenta esta nova camada de comunicação, Luís Montenegro e Miguel Pinto Luz estão para já apostados em chegar aos militantes através da internet.

O antigo líder da bancada parlamentar de Passos Coelho divulgou esta sexta-feira que tem uma página na internet, onde disponibiliza um perfil seu, escreve uma mensagem com o título “Conto com a força de todos”, numa tentativa de destacar uma mensagem de unidade, e exibe três apoios — Maria Luís Albuquerque, a ex-ministra das Finanças de Passos, nome lançado pelo ex-Presidente da República Cavaco Silva, o ex-deputado José Matos Correia e Pedro Duarte, um dos nomes visto como possível futuro candidato à liderança dos sociais-democratas.

Longe dos holofotes e dos corredores do poder em Lisboa, Luís Montenegro conta com a página para mostrar a sua agenda e partilhar o que vai fazendo na campanha para a liderança no PSD.

Também Miguel Pinto Luz se socorre da internet — no caso das redes socais — para chegar aos militantes. Foi através da sua página na rede social Facebook que o vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais anunciou que seria candidato à liderança do partido. Nesta página aproveita também para divulgar as suas intervenções.

As datas das eleições diretas e do congresso do partido serão marcadas no Conselho Nacional do PSD marcado para a próxima sexta-feira, 8 de novembro. Os meses já são conhecidos. A escolha do líder por eleição direta é feita em janeiro e o congresso que define a estratégia política e os órgãos do partido ocorre em fevereiro.

Segundo o Expresso, há menos militantes em condições de votar: cerca de 20 mil contra os 62 mil das eleições de janeiro de 2018, que colocaram Rio contra Santana Lopes.

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Bolsa de Nova Iorque em alta após dados do emprego

  • Lusa
  • 1 Novembro 2019

Em outubro, a maior economia mundial criou 128.000 novos postos de trabalho, acima das expectativas dos analistas, que antecipavam a criação de 75.000 novos postos.

A bolsa de Nova Iorque estava a negociar em alta, após terem sido divulgados os dados do emprego nos Estados Unidos, com o índice Dow Jones Industrial a subir 152 pontos, ou 0,6%, para 27.202.

Pouco depois da abertura, o Nasdaq seguia a subir 41 pontos, ou 0,5%, para 8.335 pontos, enquanto o S&P 500 valorizava 0,5%, para 3.053.

A taxa de desemprego nos Estados Unidos subiu para 3,6% em outubro, mês em que foram criados 128.000 novos postos de trabalho, contra 3,5% em setembro, anunciou hoje o departamento de Trabalho.

A criação de 128.000 novos postos de trabalho está acima das expectativas dos analistas, que tinham antecipado 75.000, e traduz a solidez do mercado laboral dos Estados Unidos.

O salário médio cresceu para 28,18 dólares (cerca de 25,26 euros) à hora em outubro, mais seis cêntimos de dólar do que em setembro.

Nos últimos 12 meses, os salários aumentaram 3%.

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Táxis perderam clientes com entrada das plataformas mas estão a recuperar, adianta Federação

  • Lusa
  • 1 Novembro 2019

Começaram por perder clientes, mas já estão a recuperar. Este é o balanço feito pela Federação Portuguesa do Táxi, um ano depois da entrada em vigor da lei da Uber.

O presidente da Federação Portuguesa do Táxi reconhece que o setor “perdeu clientes” com a chegada das plataformas de veículos descaracterizados ao mercado nacional e a existência de uma “certa crispação” entre os dois serviços de transporte.

Quando se assinala um ano da entrada em vigor da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte que operam em Portugal (1 de novembro), Carlos Ramos diz, contudo, que, depois da perda de clientes, o setor do táxi “está a recuperar”.

Houve muita gente nova que testou as plataformas e que diz que não há assim tantas diferenças. Estamos a recuperar muitos clientes que contam experiências interessantes que tiveram com os TVDE [transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica]”, explicou, em declarações à Lusa.

De acordo com Carlos Ramos, a “crispação entre os dois setores mantém-se, mas está mais contida”. Os responsáveis do setor do táxi deram inclusive indicações aos seus associados “para haver contenção de ânimos”.

O último grande protesto dos taxistas aconteceu entre 19 e 26 de setembro de 2018, em Lisboa, Porto e Faro, contra, precisamente, a entrada em vigor, em 01 de novembro, da lei que regulamenta as plataformas eletrónicas de transporte, como a Uber ou a Cabify, depois de longos meses de discussão parlamentar e da contestação do setor do táxi.

O protesto, que juntou milhares de taxistas, só terminou com a promessa do PS de levar à comissão de descentralização uma proposta para as autarquias regularem contingentes para as plataformas eletrónicas de transporte, processo que já leva vários meses.

Carlos Ramos assegurou à Lusa que a luta dos taxistas não está esquecida e que irá agora questionar os grupos parlamentares sobre os compromissos assumidos, depois da tomada de posse dos novos deputados na Assembleia da República.

“Vamos perguntar se as coisas mudaram em relação aos compromissos que o PS tinha tomado connosco, para nós nada mudou. Era garantia por parte do Partido Socialista que os contingentes dos TVDE passavam a ser da responsabilidade das autarquias e isso ainda não aconteceu”, precisou o responsável.

“O Governo tem de cumprir aquilo com que se comprometeu connosco”, avisou.

Carlos Ramos disse ainda que nas reuniões com os grupos parlamentares vai “tentar evangelizar para os problemas do setor”.

Entre estes, o responsável referiu a questão da reestruturação do sistema tarifário, sublinhando a “urgência em estruturar o sistema do setor para poder concorrer com as plataformas”.

“Não estamos aqui para impedir aumentos, mas queremos ter um preço mais acessível ao cliente”, sublinhou.

Urgente para Carlos Ramos é também a definição dos contingentes nos táxis: “Já devíamos estar a discutir se devem continuar ou não com este regime concelhio ou se devem ser os contingentes intermunicipais ou municípios agregados, em que os táxis possam circular livremente dentro destes, de forma a que o cliente pague menos pelo serviço prestado”.

Aquela que ficou conhecida como a ‘lei Uber’ estabelece, pela primeira vez em Portugal, um regime jurídico aplicável à atividade de transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica.

Em Portugal operam atualmente quatro destas plataformas, que ligam motoristas e utilizadores através de uma aplicação ‘online’ descarregada para o telemóvel: Uber, Cabify, Bolt (antiga Taxify) e Kapten (anterior Chauffeur Privé).

Atualmente há mais três operadores de plataforma eletrónica de TVDE com licença emitida pelo Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), mas ainda sem o serviço operacional: Its my ride, Vemja e Biguride.

Segundo a lei 45/2018, o início da atividade de operador de TVDE está sujeito a licenciamento do IMT, licença essa que será válida por 10 anos.

Para ser parceiro e poder ter automóveis ao serviço das plataformas, é obrigatório constituir uma empresa, pois a lei só permite a atividade a pessoas coletivas.

Os motoristas têm de fazer um curso de formação inicial de 50 horas, com componente prática e teórica, e um contrato escrito com um parceiro, que passa a ser a sua entidade empregadora.

Ao contrário dos taxistas, os motoristas de TVDE estão impedidos de recolher passageiros na rua sem serem chamados ou circular em faixas ‘bus’ e também não podem parar em praças de táxis. Estão proibidos de estar mais de 10 horas por dia ao volante, independentemente da aplicação para a qual trabalhem.

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Há mais de 18 mil motoristas um ano depois da ‘lei Uber’

  • Lusa
  • 1 Novembro 2019

Quase um ano após a entrada em vigor da lei que regula as plataformas eletrónicas de transporte existiam 18.265 motoristas oficialmente certificados.

De acordo com dados do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), em 15 de outubro estavam certificados 18.265 motoristas, enquanto em 01 de março deste ano (data limite do período transitório para as plataformas eletrónicas de transporte de passageiros se adaptarem à lei que entrou em vigor em 01 de novembro de 2018) estavam aptos 5.929 motoristas.

Em relação ao setor do táxi, segundo dados do mesmo organismo referentes a 01 de outubro, o número de pessoas com certificado de motoristas de táxi (CMT) era de 25.785.

A informação do IMT indica que são quase 10 mil as empresas com licença válida para a atividade de táxi (9.951), enquanto o número de veículos com licença válida para a atividade é de 12.553.

Em relação aos contingentes dos táxis, o artigo 13 do decreto-lei 251/98, alterado e republicado pela lei 106/2001, prevê que os mesmos sejam fixados pelos municípios.

A maioria dos motoristas — tanto de táxi como de TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica) — são portugueses.

Contudo, segundo o presidente da Associação Nacional Parceiros Plataformas Alternativas de Transportes (ANPPAT), há uma grande parcela de cidadãos brasileiros. Miguel Colaço explicou este cenário com o facto de haver em comum a língua portuguesa e a facilidade de comunicação entre todos.

Aquela que ficou conhecida como a ‘lei Uber’ estabeleceu, pela primeira vez em Portugal, um regime jurídico aplicável à atividade de TVDE.

A lei 45/2018, que regulamenta as plataformas eletrónicas de transporte em veículos descaracterizados, entrou em vigor em 01 de novembro do ano passado, depois de longos meses de discussão parlamentar e da contestação do setor do táxi.

O diploma permitiu um período transitório de quatro meses de adaptação aos operadores de plataformas, estando os quatro que operam em Portugal – Uber, Cabify, Bolt (anteriormente Taxify) e Kapten (anterior Chauffeur Privé) – todos legalizados.

Atualmente há mais três operadores de plataforma eletrónica de TVDE com licença emitida pelo IMT, mas ainda não estão em funcionamento: Its my ride, Vemja e Biguride.

Para ser parceiro e poder ter automóveis ao serviço das plataformas, é obrigatório constituir uma empresa, pois a lei só permite a atividade a pessoas coletivas, também estas sujeitas a uma licença do IMT (válida por 10 anos) para poderem operar, estando certificados perto de seis mil operadores (5.948), de acordo com dados da autoridade dos transportes.

Também os motoristas (a título individual) estão obrigados por lei a ter a sua atividade certificada pelo IMT, depois de permanência obrigatória de uma formação de no mínimo de 50 horas.

É de 500 euros a taxa para o pedido do licenciamento das plataformas, enquanto a emissão e revalidação do licenciamento da atividade das empresas com frotas de carros (que trabalham para as plataformas) custará 200 euros.

Os motoristas ligados às plataformas têm de fazer um curso de formação inicial de 50 horas, com componente prática e teórica, e um contrato escrito com um parceiro, que passa a ser a sua entidade empregadora.

Ao contrário dos taxistas, estão impedidos de recolher passageiros na rua sem serem chamados ou circular em faixas ‘bus’ e também não podem parar em praças de táxis. Estão proibidos de estar mais de 10 horas por dia ao volante, independentemente da aplicação para a qual trabalhem.

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Montijo: Cientistas alertam para “4 graves falhas” no estudo sobre aeroporto

  • Lusa
  • 1 Novembro 2019

Risco de inundações por subida da água do mar, por tsunami, perigo de sismo e aumento de emissões de gases por efeito de estufa são as falhas graves apontadas.

Onze cientistas universitários anunciaram hoje uma contestação ao Estudo de Impacte Ambiental (EIA) sobre o novo aeroporto no Montijo, em que, durante a discussão pública, reclamaram a rejeição e não aprovação do estudo, devido a “quatro graves falhas”.

O risco de inundação devido à subida do nível médio do mar, a perigosidade sísmica, a suscetibilidade a inundação por ‘tsunami’ e o aumento das emissões dos gases de efeito estufa da aviação foram os quatro problemas apontados pelos cientistas, identificados e fundamentados com base no conhecimento e convicção científica, no sentido de permitir “a correta e adequada avaliação de risco” do projeto do aeroporto complementar do Montijo e respetivas acessibilidades.

Considerando que houve um “claro incumprimento” do regime jurídico da avaliação de impacte ambiental dos projetos públicos e privados suscetíveis de produzirem efeitos significativos no ambiente, os signatários defenderam “a rejeição e a não aprovação do EIA”.

A contestação “EIA do aeroporto do Montijo e suas acessibilidades”, redigida e subscrita pelos onze cientistas da academia, com experiência nas áreas de geografia, física, geologia, geofísica, física da atmosfera, energia e ambiente e engenharia civil, foi submetida na plataforma de discussão pública em 18 de setembro.

Numa nota de imprensa enviada hoje, os onze cientistas, signatários do documento de contestação ao EIA alertaram para “a completa omissão do EIA sobre as emissões de gases de efeito estufa da aviação em fase de voo e seu impacto nas metas do Roteiro para a Neutralidade Carbónica (RNC2050), comprometendo o seu cumprimento”.

Outras das falhas apontadas são os erros de cálculo na análise de risco da subida do nível médio do mar e a omissão da análise de vários cenários face à situação de alterações climáticas, as lacunas e omissões da avaliação da ação sísmica, nomeadamente por esta ter sido avaliada à luz de um regulamento desatualizado (RSA de 1983), e a subestimação do risco elevado associado à inundação por ‘tsunami’ e ausência de avaliação da respetiva vulnerabilidade combinada com os cenários de subida do nível médio do mar.

Face à análise apresentada, os cientistas defendem que “os riscos associados deveriam ter sido avaliados ao nível dos impactos e das medidas de adaptação/mitigação, pelo que deveriam constar na análise de risco e, consequentemente, na matriz síntese de impactos do EIA com a respetiva caracterização dos impactos (com e sem medidas de mitigação)”.

Neste sentido, os académicos lembram que “faz hoje 264 anos que uma das maiores catástrofes atingiu a cidade de Lisboa, o terramoto de 01 de novembro de 1755”, em que a capital sofreu um abalo sísmico, seguido de ondas de ‘tsunami’, o que resultou em mais de 10 mil mortos, o que “à data terá representado uma percentagem significativa da população da cidade”.

“Manter esta memória viva é fundamental na definição de estratégias de ordenamento do território. Deve-se, pois, como estratégia de mitigação dos riscos, abandonar os locais mais vulneráveis e não os ocupar”, afirmaram os cientistas, em comunicado.

Os onze cientistas que subscreveram a contestação, todos professores ou investigadores universitários, são Carlos Antunes, Filipe Agostinho Lisboa, João Mata, João Cabral, Luis Matias, Maria da Graça Silveira, Nuno Afonso Dias, Pedro Costa, Pedro Soares, Pedro Nunes e Rui Ferreira.

Em 30 de outubro, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) emitiu a proposta de Declaração de Impacte Ambiental (DIA) relativa ao aeroporto do Montijo e respetivas acessibilidades, tendo a decisão sido “favorável condicionada”, viabilizando o projeto.

“A DIA é favorável condicionada, viabilizando assim o projeto na vertente ambiental. A DIA inclui um pacote de medidas de minimização e compensação ambiental que ascende a cerca de 48 milhões de euros”, refere a APA em comunicado.

Entre as principais preocupações ambientais estão a avifauna, ruído e mobilidade.

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Fábrica de Chocolates Casa Grande nas lojas da Hussel

A Fábrica de Chocolates Casa Grande vai estar nas lojas da Hussel a partir deste mês. Oprah Winfrey é cliente e fã desta marca premium que produz cerca de três toneladas de chocolate por dia.

A Fábrica de Chocolates Casa Grande vai estar representada nas lojas da Hussel, o maior distribuidor de chocolate gourmet em Portugal, a partir deste mês. Os chocolates premium da Casa Grande vão estar disponíveis nas 24 lojas da marca espalhadas de norte a sul.

“A Casa Grande vai passar a ser a marca oficial da Hussel em Portugal. É uma negociação que já dura há vários meses e vem reforçar o trabalho que temos vindo a fazer até aqui”, revela ao ECO João Pinho Vítor, business director da Fábrica de Chocolates Casa Grande.

“A Imagem, a originalidade da embalagem e a qualidade do chocolate” são, aos olhos do João Pinho, “os principais motivos que fizeram com que a Hussel escolhesse a empresa nortenha para fazer esta parceria” refere o business director da empresa. Para além de Portugal e Espanha, a prestigiada marca alemã está presente em mais 300 lojas na Alemanha e algumas na Áustria.

A Fábrica de Chocolates localiza-se em Vila Nova de Famalicão e produz cerca de três toneladas de chocolate por dia entre tabletes, bombons, trufas e chocolates personalizados. Em 2017 eram apenas seis colaboradores, atualmente são 34.

Com foco na sustentabilidade, a Fábrica de Chocolate nacional tem a certificação UTZ, que assegura que o cacau utilizado no processo de fabrico não utiliza óleo de palma. A Casa Grande é uma marca que está à venda apenas em mercados premium como department store, aeroportos, lojas de shopping e mercados mais exclusivos.

Oprah Winfrey, figura internacionalmente reconhecida, é fã e cliente do chocolate premium produzido na Casa Grande, revela com o orgulho João Pinho Vítor.

Hoje em dia o consumidor quer o melhor dos dois mundos, quer nutrição positiva e prazer sensorial.

João Pinho Vítor

Business director da Fábrica de Chocolates Casa Grande

A marca Casa Grande já está presente no mercado dos EUA através de um acordo de distribuição com os supermercados da Whole Foods que pertence ao grupo Amazon. Atualmente os chocolates premium da Casa Grande já estão em Nova Iorque, Boston e Texas. “Neste momento estamos em negociações para alargar para a Califórnia”, refere João Pinho.

Lançamento de uma marca menos “guilty”

Como degustar cada pedaço de chocolate “sem culpa” é uma das principais premissas da empresa, no início do ano a Fábrica de Chocolates lançou no mercado a sua segunda marca – Not Guilty – The Right Way – com um posicionamento e um consumidor diferente da marca premium Casa Grande.

A marca Not Guilty é uma marca que aposta apenas no chocolate negro e vegan. Segundo João Pinho, “é uma marca a pensar no futuro. Esta é a nova tendência, o desenvolvimento de chocolates funcionais disruptivos alinhados com os novos hábitos alimentares”. Os chocolates da Not Guilty estão à venda nos supermercados.

Fundada em 2009, a Fábrica de Chocolates Casa Grande tem atualmente duas marcas, a premium Casa Grande e a trendy Not Guilty. “Quando se fala em goumet, personalização, falamos na Casa Grande, quando falamos em ‘Not Gulty’ falamos em consumo diário, consumo de chocolate mais consciente com menos açúcar”, explica João Pinho Vítor.

Refere ainda que “hoje em dia o consumidor quer o melhor dos dois mundos, quer nutrição positiva e prazer sensorial”, destaca o business director da Fábrica de Chocolates Casa Grande, que prevê faturar este ano cerca de 1,2 milhões de euros.

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Da McDonald’s à H&M, quando as marcas metem o pé na argola

  • ECO
  • 1 Novembro 2019

Não foi só a McDonald's a criar uma campanha que deu para o torto. Outras marcas já passaram por crises semelhantes por causa de anúncios que não deram certo. Recorde alguns desses casos.

Há campanhas publicitárias que ganham prémios. Outras que têm frases que nunca nos vão sair da memória. Depois há também aquelas que ficam para história… pelos piores motivos.

A McDonald’s Portugal foi a última empresa a ter de gerir uma crise por causa de um anúncio que não deu certo. Esta quinta-feira, por ocasião do Dia das Bruxas, a marca desenhou uma campanha na qual oferecia um gelado Sundae na compra de outro. Para tal, a McDonald’s usou a frase “Sundae Bloody Sundae”, uma alusão à música “Sunday Bloody Sunday”, da banda de rock irlandesa U2.

Mas a faixa do álbum “War” é uma homenagem às vítimas do incidente que marcou o domingo de 30 de janeiro de 1972 na Irlanda do Norte, em que soldados britânicos dispararam sobre 28 civis desarmados, matando 14 pessoas. A polémica instalou-se nas redes sociais e a empresa viu-se obrigada a retirar os cartazes, bem como a pedir desculpa.

Este está longe de ser um caso único. A popularidade das redes sociais tornou mais fácil transmitir mensagens e facilitou a vida a muitos anunciantes, mas também é mais difícil prever e antecipar todos os efeitos que um anúncio publicitário pode vir a ter. Abaixo, recorde outros casos em que ações promovidas por marcas fizeram fizeram o tiro sair pela culatra.

ANA manda fugir do Algarve e ir passar férias a França

Foi este verão. A ANA – Aeroportos de Portugal levou a cabo uma campanha publicitária no Aeroporto de Faro que recomendava aos portugueses irem passar férias a França. A frase: “Foge da confusão algarvia e descansa em França!”, acompanhada por uma imagem de Marselha.

O caso chegou ao Governo, que pediu que a publicação fosse retirada de imediato. “O Governo, assim que tomou conhecimento da situação, pediu explicações à ANA e pediu de imediato que fossem tomadas medidas para retirar uma publicação que é contrária aos interesses do país, dos portugueses e da economia nacional”, disse na altura fonte oficial do Ministério das Infraestruturas e Habitação.

Nas redes sociais também surgiram críticas, muito pelo facto de a ANA ser detida pela Vinci, que é uma empresa francesa.

Câmara de Lisboa ataca Trump… com erro

As Presidenciais dos EUA que elegeram Donald Trump coincidiram com o Web Summit em Lisboa, a primeira edição em que a feira se realizou em Portugal. A Câmara Municipal de Lisboa quis picar o ponto e espalhou pela cidade uma mensagem irónica e anti-Trump.

Ma a campanha acabou por ser viral por outro motivo: um erro ortográfico. “In the free world, you can still find a city to live, invest and build your future. Making brigdes. Not walls.” A autarquia queria passar a mensagem: “No mundo livre ainda pode encontrar uma cidade para viver, investir e construir o seu futuro. Construindo pontes, não muros”, uma alusão ao muro para travar a imigração, que foi uma das promessas eleitorais do presidente.

O problema está na palavra brigdes, onde deveria estar escrito bridges. A palavra inglesa para “pontes”.

O cartaz com erro no Web Summit 2016.Paula Nunes / ECO

Olá! “Ganhas-te” um brinde

E por falar em erros, a marca de gelados Olá enfrentou uma situação semelhante. “Ganhas-te um brinde Olá!”, lia-se num material publicitário da marca, referente ao Dia da Criança.

Noutro material da mesma campanha, a marca colocava outra questão. E, novamente, lá estava o erro ortográfico: “Já experimentas-te os chocolates Olá?”

O caso gerou críticas à marca nas redes sociais, por promover um erro junto das crianças. A Unilever, dona da marca, acabou por decidir pôr fim à campanha.

“O macaco mais cool da selva”

A H&M esteve debaixo de fogo no ano passado por causa de uma camisola, à venda no site da marca, que foi considerada racista.

A marca recorreu a uma criança africana para promover uma hoodie verde com a inscrição: “Coolest monkey in the jungle” — ou, em português, “o macaco mais cool da selva”.

Nas redes sociais, o caso foi apelidado de “inapropriado”, “nojento” e “negligente”.

Pepsi fez “vudu” a Portugal e a Ronaldo

A Pepsi promoveu uma campanha na Suécia com um boneco de vudu vestido com as cores da seleção. A intenção era o boneco ser semelhante a Cristiano Ronaldo e mostrava a figura a ser atropelada por um comboio ou esmagada por uma lata.

“Vamos passar por cima de Portugal!” era o título do anúncio, que foi divulgado pouco antes de a seleção portuguesa de futebol defrontar a seleção sueca.

A marca viu-se obrigada a pedir desculpa a Portugal e a Cristiano Ronaldo… e a Suécia foi batida pela seleção nacional por três bolas a duas.

Cerveja Tagus promove o “orgulho hetero”

Lembra-se da cerveja Tagus? A marca envolveu-se numa polémica em 2007 com uma campanha em múpis que promovia o “orgulho heterossexual” e o “convívio” masculino com o sexo oposto.

Havia até um portal online, em www.orgulhohetero.com. O objetivo? “Criar uma comunidade que se orgulha de ser heterossexual estabelecendo relações no site”.

O caso gerou gerou muita polémica e chegou a motivar queixas no então Instituto Civil da Autodisciplina da Publicidade (ICAP).

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Fisco apanhou quase um milhão de contas secretas no estrangeiro. E já rendem impostos

  • ECO
  • 1 Novembro 2019

O Expresso avança que as poupanças que no final de 2016 estavam no estrangeiro estão a ser analisadas pela Autoridade Tributária e que 71% dos contribuintes corrigiram as declarações.

O Fisco já está a passar a pente fino contas de portugueses no estrangeiro que não tinham sido declaradas em Portugal. A avaliação feita pela Administração Tributária incide sobre as poupanças acumuladas até ao final de 2016, avança o jornal Expresso.

Trata-se de contribuintes com rendimentos mais elevados que se esqueceram de declarar os rendimentos que têm no estrangeiro ou que declaram montantes inferiores aos que foram reportados ao Fisco através da troca automática de informações.

O Expresso cita um balanço feito pela Autoridade Tributária a que teve acesso onde não é quantificado o universo de faltosos nem o tipo de falhas identificadas, mas onde o Fisco acrescenta que com estes projetos-piloto “já foram conseguidas cerca de 71% regularizações voluntárias”. O Fisco acrescenta que o valor sai reforçado porque os contribuintes “regularizaram a sua situação tributária do ano em causa e dos anos subsequentes”.

 

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Bolsa de Lisboa em alta com Semapa a liderar os ganhos ao subir 2,44%

  • Lusa
  • 1 Novembro 2019

Na quarta-feira, a Semapa anunciou resultados líquidos atribuíveis a acionistas de 112,1 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, um crescimento de 14,9% face ao período homólogo.

A bolsa de Lisboa estava hoje a negociar em alta, com a Semapa a liderar os ganhos, a subir 2,44% para 12,62 euros.

Cerca das 09:25 em Lisboa, o principal índice da bolsa, o PSI20, subia 0,10% para 5.124,63 pontos, com oito ‘papéis’ a subirem, sete a desceram e três inalterados (BCP, Sonae Capital e Ramada Investimentos).

Além das ações da Semapa, as dos CTT, Navigator e Jerónimo Martins eram outras das que mais se valorizavam, designadamente 0,63% para 2,88 euros, 0,56% para 3,25 euros e 0,37% para 15,10 euros.

Na quarta-feira, a Semapa anunciou ter registado resultados líquidos atribuíveis a acionistas de 112,1 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, um crescimento de 14,9% face ao período homólogo, segundo um comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Já as ações da Galp Energia e da Sonae avançavam 0,37% para 14,32 euros e 0,17% para 0,90 euros.

Em sentido contrário, as ações da Ibersol, Pharol e Corticeira Amorim desciam, respetivamente, 1,33% para 7,40 euros, também 1,33% para 0,10 euros e 1,04% para 9,55 euros.

Os ‘papéis’ da EDP e da REN também estavam a cair, nomeadamente 0,59% para 10,16 euros e 0,38% para 2,65 euros.

Na Europa, as principais bolsas europeias estavam hoje em alta, confiantes nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China, apesar de ser feriado em vários países do Velho Continente.

Apesar da comemoração do Dia de Todos os Santos em vários países europeus, os investidores esperam notícias e mostram-se confiantes nas negociações para solucionar a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China.

A incerteza do resultado das negociações provocou na véspera um recuo na bolsa de Nova Iorque apesar da divulgação de resultados positivos da Apple e do Facebook.

Na quinta-feira, o Dow Jones terminou a descer 0,52% para 27.046,23 pontos, contra o atual máximo desde que foi criado em 1896, de 27.359,16 pontos, registado em 15 de julho.

No mesmo sentido, o Nasdaq fechou a recuar 0,14% para 8.292,36 pontos, contra o atual máximo, de 8.330,21 pontos, registado em 26 de julho.

A nível cambial, o euro abriu hoje a subir no mercado de câmbios de Frankfurt, a cotar-se a 1,1159 dólares, contra 1,1146 dólares na quinta-feira.

O barril de petróleo Brent para entrega em dezembro abriu hoje em baixa, a cotar-se a 60,23 dólares no Intercontinental Exchange Futures (ICE) de Londres, contra 60,61 dólares na quinta-feira.

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Gasóleo desce 0,5 cêntimos e gasolina sobe 1,5 cêntimos a partir de segunda-feira

  • ECO
  • 1 Novembro 2019

Os preços dos combustíveis vão ter comportamentos mistos na próxima segunda-feira. O gasóleo fica mais barato e a gasolina mais cara.

Depois de terem permanecido inalterados esta semana, o preço do litro de gasóleo vai aliviar 0,5 cêntimos na próxima semana, disse uma fonte do setor ao ECO. O diesel é o combustível mais usado pelas famílias portugueses.

Já a gasolina continuará a senda de subidas. Depois de um ciclo de cinco semanas de quedas, esta semana aumentou e a partir de segunda-feira haverá um novo agravamento de preços, de 1,5 cêntimos.

A evolução dos preços dos combustíveis leva em conta o comportamento da cotação do petróleo e derivados nos mercados internacionais e ainda a cotação do euro face ao dólar na última semana.

Os preços ao consumidor final podem diferir de posto de abastecimento para posto de abastecimento.

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Governo vai premiar funcionários públicos que faltem menos dias

  • ECO
  • 1 Novembro 2019

Na primeira entrevista que dá como ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão diz ao jornal Público que este será "um ministério de ação".

A criação do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública foi uma das novidades do novo Governo de António Costa. Para esta pasta o primeiro-ministro escolheu Alexandra Leitão que antes era secretária de Estado da Educação.

Numa entrevista ao jornal Público, Alexandra Leitão afirma que “este ministério não pode ser simbólico, nem de pensamento ou de estudos. Este é um ministério de ação. A ideia é mesmo fazer mais coisas”.

E que coisas pretende fazer a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública? Uma delas é negociar com os sindicatos um acordo com metas plurianuais e a outra é premiar os funcionários públicos que faltem menos dias.

Gostaria muito que conseguíssemos negociar com as frentes sindicais um pacote plurianual, que meta várias coisas. Além das valorizações salariais, coisas que têm a ver com o rejuvenescimento utilizando a figura da pré-reforma, que têm a ver com incentivos à assiduidade, que foi algo que já existiu e que caiu no tempo da troika”, afirma Leitão.

A ministra acrescenta ainda que “na medida em que temos uma taxa de absentismo muito elevada, se é verdade que ela pode ser atacada através das juntas médicas, também um incentivo à assiduidade é importante. Outra coisa muito importante é fornecer, a custo do Estado, formação nas áreas em que as pessoas precisam. Portanto, fazer aqui um pacote plurianual de valorização dos trabalhadores de emprego público, que não tem só a componente salarial e que tem também rejuvenescimento, assiduidade, formação”.

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Onde pára a Comissão de Ursula?

Três comissários chumbados, Brexit por concretizar e falta de maioria no Parlamento Europeu impediram nova Comissão de arrancar, e pode deixá-la sem orçamento para as suas prioridades.

Foi uma escolha de última hora, resultado de um processo difícil e que deixou muitas feridas abertas: entre as instituições europeias, entre os líderes dos governos, entre as famílias políticas europeias e até entre as diferentes regiões da União Europeia. O resultado da autêntica batalha campal que resultou na sua nomeação já está a ter consequências. A nova Comissão Europeia de Ursula von der Leyen ainda não tomou posse, já teve de substituir comissários e ainda tem (pelo menos) três por aprovar. O resultado é uma Comissão interina sem poder para legislar mudanças importantes e um orçamento comunitário que pode não acautelar as prioridades da nova Comissão.

Desde a primeira hora que se faziam antever dificuldades. Manfred Weber, o cabeça-de-lista do Partido Popular às europeias (o partido com mais votos) já tinha sido descartado da presidência da Comissão Europeia pela França ainda antes sequer de os europeus irem às urnas. Frans Timmermans, o spitzenkandidat dos socialistas, tinha demasiada oposição a leste devido aos confrontos com os países do grupo de Visegrado devido ao desrespeito da Polónia e da Hungria pelo Estado de Direito. Margrethe Vestager, candidata dos liberais, nunca foi uma real opção pelo resultado eleitoral, por não ser de um país da Zona Euro e porque tinha demasiados anticorpos em Paris, depois de barrar a fusão entre a Siemens e a Alstom.

A mais longa das cimeiras que reuniu os chefes dos governos da União Europeia revelou estas divisões profundas. Primeiro entre as principais famílias políticas europeias, depois dentro das próprias (em especial entre os primeiros-ministros do PPE), e mais tarde entre os países. França quis tomar conta do processo, mas esbarrou nos primeiros-ministros do PPE que contrariam Merkel (uma ocasião rara na Europa) — e mais tarde nos países do chamado Grupo de Visegrado — composto pela Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia –, que tiveram a ajuda de um governo italiano do qual a Liga do Norte de Salvini ainda fazia parte.

Ursula von der Leyen foi a solução de recurso encontrada por Macron e Merkel à última hora. A ministra da Defesa da Alemanha conseguiu reunir o consenso dos líderes, não tanto pelo seu perfil, mas não tanto pelo que representava: não era Manfred Weber; não era socialista; não era Frans Timmermans; França conseguia a presidência do Banco Central Europeu; os liberais conseguiam a presidência do Conselho Europeu; e os países do Centro e Leste da Europa teriam a presidência do Parlamento Europeu nos primeiros dois anos e meio, com Manfred Weber a receber um ‘rebuçado’, que seria a presidência nos outros dois anos e meio.

Mas o primeiro sinal de que a sua vida não seria fácil chegou logo no dia seguinte à sua escolha ser anunciada. Depois de os líderes fecharem os quatro nomes para as presidências das instituições Europeias, transmitiram informalmente ao Parlamento quem deveria ser a escolha para a sua presidência: o búlgaro Sergei Stanishev. Mas o Parlamento Europeu rejeitou a sugestão e promoveu o socialista italiano David-Maria Sassoli.

A demonstração de força do Parlamento Europeu perante o Conselho, com muitos dos membros do Partido Popular Europeu e dos socialistas contra o abandono do processo do spitzenkandidaten – em que os cabeças-de-lista são candidatos à Comissão Europeia –, não se ficaria por aqui. Quando foi ao Parlamento Europeu para que o seu nome fosse votado, Ursula von der Leyen conseguiu passar no primeiro teste, mas com apenas mais nove votos que o necessário, uma maioria muito curta, e com o maior número de votos desfavoráveis de sempre: 327, mais 76 que Durão Barroso, o anterior recordista.

Candidatos investigados, pastas polémicas e indefinição

Passado o primeiro teste, Ursula von der Leyen apresentou os seus 26 comissários (o Reino Unido não apresentou um nome devido ao Brexit, mas com o adiamento ainda pode vir a ter de o fazer), entre os quais Elisa Ferreira, vice-governadora do Banco de Portugal e antiga eurodeputada socialista.

A equipa manteve vários nomes fortes, como os três vice-presidentes executivos Margrethe Vestager, Frans Timmermans e Valdis Dombrovskis, mas encontrou complicações logo na primeira etapa. Quando a Comissão de Assuntos Jurídicos do Parlamento Europeu se reuniu para avaliar as declarações financeiras e de interesses dos comissários designados, dois deles foram chumbados.

A romena Rovana Plumb — nomeada para a pasta dos Transportes — foi declarada incapaz de desempenhar a sua função devido a questões relativas a dois empréstimos de quase 1 milhão de euros que não havia declarado, e de um donativo de 170 mil euros que deu ao seu próprio partido através de um empréstimo de “uma pessoa física a operar profissionalmente na área do turismo”, mas cujas condições de reembolso não claras.

O húngaro Lázló Trócsányi — nomeado para a pasta do Alargamento da União Europeia — ficou pelo caminho devido às ligações dúbias entre a sua sociedade de advogados e o trabalho que fez para o Governo da Hungria, do qual Trócsányi era ministro da Justiça, além de alegadas ligações à Rússia. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban, disse que o seu ministro ajudou a proteger a Hungria dos refugiados e foi por isso que foi bloqueado.

Mas o maior tombo foi o da escolha de Emmanuel Macron para ocupar o posto de comissária europeia por França. Sylvie Goulard passou a primeira avaliação na Comissão de Assuntos Jurídicos, mas caiu com estrondo nas audições (duas) nas comissões que iriam acompanhar as suas pastas. A vice-governadora do Banco central de França foi rejeitada por motivos éticos, na sequência de uma investigação do gabinete anti-fraude da União Europeia (OLAF) pelo uso indevido de fundos europeus quando estava à frente do seu antigo partido e era eurodeputada. Sylvie Goulard demitiu-se de ministra da Defesa em 2017 devido à investigação, e voltou a ser interrogada em setembro pela polícia francesa.

A francesa tinha sido nomeada para uma das pastas mais poderosas da futura Comissão Europeia, acumulando o Mercado Único com a Defesa e a Política Espacial, todos eles mercados do interesse de França, o maior exportador de armas na Europa.

Mas estes não foram os únicos casos. O candidato da Polónia também estava sob investigação pelo uso indevido de fundos europeus, mas o caso foi encerrado antes da sua audição. O belga, Didier Reynders, antigo ministro dos Negócios Estrangeiros, estava a ser investigado num caso de corrupção na Bélgica, mas o caso foi encerrado na semana em que as audições começaram.

Uma Comissão adiada, sem maioria e que pode ficar sem dinheiro para as suas prioridades

Os atrasos na entrada em funções da Comissão Europeia não são inéditos, mas no caso da Comissão de Ursula von der Leyen podem trazer problemas acrescidos.

Ursula von der Leyen já tem os novos nomes dos candidatos por França, Thierry Breton, e pela Hungria, Olivér Várhelyi, mas da Roménia ainda não há fumo branco, porque o Governo caiu e não há ninguém para aprovar o próximo nome.

Os problemas podem ainda aumentar caso Ursula von der Leyen insista na posição de pedir ao Reino Unido para nomear um comissário, devido ao adiamento do Brexit para 31 de janeiro. Os dois primeiros já esperam uma receção pouco amigável no Parlamento Europeu, mas um candidato britânico (cuja pasta teria de ser criada do zero) ainda seria mais difícil de justificar aos eurodeputados.

Mas são são apenas os nomes que trazem problemas à presidente indigitada. Antes de tomar posse, Ursula von der Leyen não pode colocar as suas propostas para os próximos cinco anos em cima da mesa e pedir financiamento no âmbito do próximo orçamento comunitário.

Nesta altura, o Conselho Europeu já comunicou ao Parlamento Europeu que não aceita o aumento dos compromissos para 171 mil milhões de euros, como propõe Estrasburgo, e diz que não vai além dos 166,8 mil milhões. As duas partes terão de negociar agora num processo de conciliação que durará três semanas, mas sem uma nova Comissão em funções, as iniciativas que Ursula von der Leyen quer avançar, como o Pacto Verde, não terão dinheiro para avançar.

Com os comissários que ainda faltam, não só não vai tomar posse a 1 de novembro como era suposto, como se arrisca a entrar em funções apenas em 2020.

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