Parvalorem reduz prejuízos. Tem buraco de 3,9 mil milhões

  • ECO
  • 20 Março 2019

O veículo que ficou com ativos tóxicos do BPN apresentou prejuízos de 78,75 milhões em 2017. Perdeu menos, mas o buraco aumentou.

A Parvalorem divulgou finalmente as contas referentes a 2017. Teve prejuízos de 78,75 milhões de euros, um valor bastante inferior ao registado no ano anterior, beneficiando do encaixe com os Miró. No entanto, os capitais próprios agravaram-se. Apresentava um buraco de mais de 3,9 mil milhões de euros.

De acordo com o Público (acesso condicionado), os resultados líquidos de 2017, que ainda não tinham sido revelados, acabaram por ser melhores que os de 2016 fruto da venda ao Estado da coleção de trabalhos do pintor catalão Miró, por um valor de 44 milhões de euros. Assim, os prejuízos encolheram para menos de metade, face aos 190 milhões um ano antes.

Apesar da melhoria nos resultados, a situação líquida deste veículo público que ficou com ativos tóxicos do BPN deteriorou-se ligeiramente. Os capitais próprios estavam negativos em mais de 3,9 mil milhões de euros, podendo pesar nas contas públicas.

A Parvalorem, agora liderada por Sofia Torres, ex-responsável pela gestão da dívida pública, e atual quadro da CGD, apresentava, no final de 2017, uma carteira de créditos de 3,9 mil milhões, dos quais recuperou 712 milhões entre janeiro de 2011 e dezembro de 2017. Soma imparidades de 2,8 milhões.

O ativo líquido, que incluindo terrenos, imóveis, obras de arte e instrumentos financeiros, ascendia a 592 milhões, sendo que deste montante poderá vir a recuperar 385 milhões de euros, uma vez retiradas as imparidades.

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Uma das maiores ilhas artificiais do mundo vai nascer em Hong Kong. Vai custar 70 mil milhões de euros

  • Lusa
  • 20 Março 2019

As autoridades da região administrativa especial chinesa disseram que esperam iniciar o trabalho do aterro em 2025, com o objetivo de instalar os primeiros habitantes em 2032.

Hong Kong quer construir uma das maiores ilhas artificiais do mundo, um projeto que tem um custo estimado de 70 mil milhões de euros, noticiou esta quarta-feira o jornal South China Morning Post (SCMP). Na terça-feira, as autoridades da região administrativa especial chinesa disseram que esperam iniciar o trabalho do aterro em 2025, com o objetivo de instalar os primeiros habitantes em 2032.

O objetivo é ganhar mil hectares ao mar perto de Lantau, a maior ilha de Hong Kong, onde se situa o aeroporto internacional, uma solução para lidar com os graves problemas de habitação naquele território de sete milhões de habitantes, onde o metro quadrado é um dos mais caros do mundo.

A construção vai custar 624 mil milhões de dólares de Hong Kong (70 mil milhões de euros), um investimento que Hong Kong garante que vai ser recuperado, indicou o SCMP. A ilha artificial, a infraestrutura mais cara alguma vez construída por Hong Kong, custará quatro vezes mais do que o aeroporto internacional da cidade, inaugurado em 1998.

O projeto vai superar em muito a famosa ilha artificial do Dubai, Palm Jumeirah, cujo investimento foi estimado pela imprensa em cerca de dez mil milhões de euros. A ilha terá quase o triplo do tamanho do Central Park em Nova Iorque. Serão construídas até 260 mil unidades habitacionais, das quais mais de 70% serão habitações sociais.

Os opositores ao projeto denunciaram os elevados custos financeiros e ambientais, especialmente o impacto na vida marinha. Por outro lado, criticaram o Governo por tomar a decisão sem consultar a população.

Quando os serviços públicos e a infraestrutura de Hong Kong estiverem à beira do colapso, o [projeto Lantau], a panaceia do Governo, resolverá os problemas ou criará uma crise mais séria?”, questionou o deputado democrata Eddie Chu na sua página na rede social Facebook. Chu estimou que a despesa total poderia exceder 100 mil milhões de euros até 2025, a data do lançamento do trabalho de aterro.

Hong Kong também planeia criar outra ilha artificial de 700 hectares perto de Lantau, mas não forneceu detalhes sobre esse projeto. Lantau já abriga a maior ponte marítima do mundo, que liga Hong Kong, Macau e Zhuhai, na China continental. Em outubro de 2018, quase seis mil pessoas da ilha de Lantau protestaram em Hong Kong contra a criação dos planos das autoridades.

“Primeiro, há o ambiente, segundo, eles estão efetivamente a atacar os cofres públicos, e seria mais prudente gastar o dinheiro em áreas como a saúde e educação”, defendeu então uma manifestante citada pelo SCMP, numa alusão ao facto do investimento estimado representar cerca de metade das reservas fiscais daquele território administrado pela China.

Outros opositores ao projeto sugeriram também impulsionar o aproveitamento dos terrenos de forma mais rentável para a ilha, incluindo o desenvolvimento de mil hectares de terras agrícolas ou de 1.300 hectares de áreas industriais abandonadas.

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Navigator procura terras com eucalipto em Espanha. Já tem um projeto na Galiza

  • ECO
  • 20 Março 2019

A estratégia segue em linha com os objetivos traçados em 2017, quando o grupo divulgou a intenção de explorar mais terras em Espanha e menos em Portugal devido às restrições ao eucalipto.

A Navigator procurou em Espanha alternativas às restrições portuguesas à área destinada à plantação de eucaliptos. A Galiza e a Andaluzia são duas regiões estratégicas para a aquisição de madeira do grupo, que já iniciou com um projeto de arrendamento para gestão florestal, diz esta quarta-feira o Jornal de Negócios (acesso pago).

“Aqui mesmo ao lado, em Espanha, encontramos duas regiões estratégicas para a aquisição de madeira: Galiza e Andaluzia”, revela o relatório e contas de 2018 da Navigator, que será apresentado na assembleia-geral da empresa a 9 de abril, citado pelo Negócios. “Por se situar a uma grande proximidade e apresentar características, em termos de terrenos florestais muito semelhantes ao Norte de Portugal, a Galiza foi alvo, em 2018, de um projeto específico, explica.

A estratégia segue em linha com os objetivos traçados em 2017, quando o grupo divulgou a intenção de explorar mais terras em Espanha e menos em Portugal devido às restrições à plantação de eucaliptos decretadas em Portugal. A Navigator gere, em território português, um total de 110 mil hectares de floresta. Na apresentação dos resultados, o grupo acrescentou que pretende “arrendar novas matas a proprietários que optem por não gerir, eles próprios, os seus terrenos”.

A Navigator fechou o ano passado com lucros de 225,1 milhões de euros, um aumento de 8,4% face ao verificado no ano anterior. A papeleira suporta o aumento do resultado alcançado em 2018 com a “evolução muito favorável dos preços” que ajudou a compensar as perdas sofridas devido a paragens de produção que afetaram a sua atividade no ano passado, revela em comunicado enviado ao mercado.

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Utentes querem mais transportes públicos em todo o país

  • Lusa
  • 20 Março 2019

Redução do tarifário é um passo positivo, mas é importante que seja alargado a todo país, dizem os utentes. Pedem também mais transportes públicos em todo o território nacional.

O Movimento de Utentes dos Serviços Públicos (MUSP) defende o reforço da oferta de transportes públicos em todo o território nacional e o alargamento a todo o país do passe intermodal único.

“O MUSP considera que as medidas assumidas no Orçamento do Estado para 2019 visando a redução do tarifário são um passo positivo que importa alargar a todo país, nomeadamente criando um passe para cada uma das comunidades intermunicipais (CIM) com um valor que não ultrapasse os 40 euros e cubra todos os operadores que intervêm nessas regiões”, sustentou o movimento em comunicado.

Saudando a “criação do passe intermodal único nas áreas metropolitanas” de Lisboa e do Porto, uma medida que classificou como “uma vitória de todos aqueles que lutaram pelo seu direito à mobilidade ao longo das últimas décadas”, o MUSP exigiu “um reforço de verbas” para que o Programa de Apoio à Redução do Tarifário nos Transportes Públicos possa estender-se a todo o país, “de modo a que todos os utentes de transportes públicos usufruam das mesmas condições, independentemente do local em que residam, estudem ou trabalhem”.

Para o movimento, “nenhum título de transporte mensal para circular na mesma área metropolitana ou na mesma CIM deve ter um custo superior a 40 euros [e] nenhuma família deve pagar mais de 80 euros por mês para aceder aos transportes públicos da sua zona”.

Por considerar que “as diferentes velocidades e alcance na implementação deste Programa de Apoio à Redução Tarifária frustram as expetativas criadas nos utentes e populações”, o MUSP “reclama o reforço de verbas neste programa para a efetiva concretização destas medidas em todo o território nacional”.

Além disso, o movimento exige mais e melhores transportes públicos, insistindo em que “é imperioso o reforço do investimento em novo material circulante, na manutenção do que está atualmente ao serviço e na modernização da frota e reforço do pessoal operacional”.

“Urge um sério reforço da oferta de transporte público em todos os modos de transporte”, lê-se no comunicado.

“Os utentes e as suas comissões alcançaram uma grande vitória com a criação do passe único, mas vão continuar a levantar a sua voz na exigência de um transporte público com qualidade (fiável, frequente, seguro e confortável) em todo o território nacional”, sublinha o MUSP.

Na segunda-feira, dia em que o Governo e os presidentes dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa (AML) assinaram na capital os contratos para a entrada em vigor, em abril, de um passe único nos 18 concelhos da AML, que custará no máximo 40 euros, o primeiro-ministro, António Costa, frisou que a redução dos preços dos transportes é um programa nacional e vai beneficiar, a partir de 01 de abril, 85% dos portugueses.

“Ao contrário do que muitas vezes tenho ouvido dizer, não é verdade que esta oportunidade de redução tarifária seja exclusiva de Lisboa ou do Porto, nem sequer destas áreas metropolitanas: este programa é um programa nacional, ao qual, felizmente, aderiram todas as 23 comunidades intermunicipais”, salientou António Costa, no encerramento da cerimónia de assinatura dos novos preços dos transportes públicos na AML.

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Certificação do Boeing 737 MAX 8 vai ser objeto de auditoria

  • Lusa
  • 20 Março 2019

Auditoria, que surge depois de dois acidentes, visa “reunir um histórico factual e objetivo sobre as ações que conduziram à certificação do 737 MAX 8”.

O Departamento dos Transportes do Governo dos EUA confirmou ter lançado uma auditoria à certificação do Boeing 737 MAX 8, aparelho ligado a duas tragédias, a mais recente em 10 de março na Etiópia.

Esta auditoria, ordenada pela secretária dos Transportes, Elaine Chao, visa “reunir um histórico factual e objetivo sobre as ações que conduziram à certificação do 737 MAX 8”, conforme comunicado do Departamento, que confirmou informações avançadas pela comunicação social.

O Departamento da Justiça, por sua parte, abriu um inquérito criminal sobre o desenvolvimento deste avião, segundo o Wall Street Journal.

“A segurança é a prioridade número um do Departamento e estamos muito entristecidos pelos dramas dos recentes acidentes de dois Boeing 737 MAX 8, na Indonésia e na Etiópia”, avançou o secretário da Justiça.

Um 737 MAX 8 da Etiópia Airlines despenhou-se em 10 de março a sudeste de Adis Abeba, provocando a morte dos 157 ocupantes.

Este foi o segundo acidente mortífero em menos de cinco meses deste avião, que entrou em serviço em maio de 2017, depois do que envolveu o aparelho da Lion Air, em outubro, que provocou 189 mortos, na Indonésia.

As similitudes entre os dois acidentes permitiram a especulação com a possibilidade de a Boeing ter tardado a corrigir um sistema de assistência ao voo conhecido pelo acrónimo de MCAS, destinado a impedir o avião de “desligar”, por falta de capacidade de carga suficiente.

Aquelas parecenças suscitaram interrogações sobre a certificação do avião, do qual só uma parte foi examinada, uma vez que o 737 MAX não é um avião totalmente novo, mas uma versão melhorada do 737 NG, o monocolor que é um sucesso de vendas da Boeing.

O dispositivo MCAS foi desenvolvido para o MAX devido aos motores mais pesados, que o fazem correr o risco de “desligar”.

A agência federal de aviação (FAA, na sigla em inglês) está sob pressão porque confiou a empregados da Boeing a tarefa de inspecionar e aprovar o avião.

“A Boeing solicitou uma emenda deste tipo de certificação em janeiro de 2012 e a agência federal da aviação concedeu-a em março de 2017”, detalhou o Departamento dos Transportes.

A auditoria vai ser entregue a uma autoridade independente, que pode transmitir as suas conclusões às autoridades judiciais.

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Jerónimo Martins vai limitar bónus dos gestores. Não poderão receber em prémios mais do dobro do salário

Comissão de vencimentos propõe limitar remuneração variável ao dobro da componente fixa, mas valor só foi ultrapassado uma vez desde 2009, isto se forem considerados pagamentos para Plano de Pensões.

A comissão de vencimentos da Jerónimo Martins quer estabelecer um teto máximo para as remunerações variáveis pagas pelo grupo aos seus administradores, tendo avançado com uma proposta nesse sentido para ser votada na próxima assembleia-geral, a 11 de abril. A ser aprovada, os gestores do grupo que detém o Pingo Doce não poderão receber em prémios mais do dobro do salário fixo anual.

A questão dos salários dos administradores é particularmente sensível na Jerónimo Martins, que nos últimos anos tem sido apontada como o exemplo máximo da disparidade salarial existente no país. Em 2017, o CEO da dona do Pingo Doce auferiu uma remuneração superior a dois milhões de euros, ganhando 160 vezes mais do que o salário médio dos trabalhadores da empresa. Ainda assim, o salário global do administrador-delegado da Jerónimo Martins fica aquém do recebido por António Mexia, CEO da EDP — quase 2,3 milhões de euros. Já alargando a análise a todo o PSI-20, vê-se que a remuneração atribuída aos gestores representou 22,8 vezes o salário médio anual que foi pago aos trabalhadores em 2017.

A proposta da comissão de vencimentos da Jerónimo Martins agora conhecida surgiu depois de este órgão ter procedido “a uma análise e revisão cuidadas dos princípios da política de remunerações dos órgãos sociais da sociedade que têm vindo a ser aplicados”, conforme se lê nos documentos divulgados pelo grupo em preparação da AG anual do próximo mês.

Remuneração de Pedro Soares dos Santos

Considerando esta análise, assim como “o atual modelo organizativo” e os “princípios da política de remunerações”, a comissão de vencimentos optou por propor que “a componente variável” das remunerações dos administradores corresponda “a um montante anual fixado pela comissão de vencimentos” e que este será “limitado ao dobro da componente fixa”.

Contactada pelo ECO, fonte oficial da Jerónimo Martins confirmou a alteração. “No que diz respeito à fixação de um limite para a proporção entre a remuneração fixa e a remuneração variável, verifica-se, efetivamente, a alteração que refere. No nosso entendimento, tal alteração vai ao encontro das atuais recomendações sobre o governo das sociedades“, apontou ao ECO. A mesma fonte lembrou ainda que a comissão de vencimentos é “eleita pelos acionistas e independente da administração”.

Disparidade, salários e prémios

Olhando para as remunerações globais auferidas pelo administrador-delegado da Jerónimo Martins, Pedro Soares dos Santos, conclui-se que a definição de um teto máximo equivalente ao agora proposto apenas teria sido “ativado” uma vez desde 2009 — isto se forem tidas em conta as contribuições para o Plano de Pensões do gestor como remuneração variável.

No ano passado, por exemplo, Soares dos Santos ganhou um total de 1,62 milhões de euros, dos quais 630 mil euros de remuneração fixa e 990 mil euros em remuneração variável — cujo valor está dependente do grau de cumprimento de objetivos quantitativos e de natureza qualitativa consideradas relevantes para a sustentabilidade do negócio. A remuneração variável, em 2018, foi assim equivalente a 157% da fixa, o valor mais alto desde 2009, com exceção do ano de 2017.

Segundo o relatório e contas da Jerónimo Martins referente ao exercício de 2017, nesse ano Pedro Soares dos Santos recebeu 220,5 mil euros brutos de salário fixo, aos quais se somaram 378 mil euros em remuneração variável e 299,5 mil euros em contribuições para o Plano de Pensões, elevando o total para pouco mais de dois milhões de euros. Considerando que a verba que se destinou ao Plano de Pensões é também remuneração variável, então esta rubrica totalizou perto de 1,38 milhões de euros, ou seja, 219% (mais do dobro) da componente fixa.

Além deste caso registado em 2017 pelo administrador-delegado da Jerónimo Martins, nos últimos anos mais nenhum administrador do grupo recebeu em remuneração variável mais do dobro do vencimento anual fixo.

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5 coisas que vão marcar o dia

Nesta quarta-feira Portugal vai aos mercados, com um leilão de bilhetes do Tesouro a seis e 12 meses. O presidente do Fundo de Resolução é ouvido no Parlamento sobre o Novo Banco.

Portugal vai ao mercado de dívida pública de curto prazo, numa altura em que os juros estão em queda. No Parlamento, o presidente do Fundo de Resolução vai ser ouvido numa audição sobre o Novo Banco. A OCDE vai apresentar um relatório onde avalia o sistema de pensões em Portugal, e faz algumas recomendações. A Fed termina a reunião do Comité que define as políticas monetárias norte-americanas, e daqui poderão sair decisões que influenciam os mercados. Os acionistas do grupo Dia, dono do Minipreço, decidem nesta quarta-feira qual a estratégia a aplicar para garantir o futuro da empresa.

Portugal quer emitir até 1,5 mil milhões de euros em dívida de curto prazo

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) vai realizar nesta quarta-feira de manhã um leilão de bilhetes do Tesouro, a seis e 12 meses, num montante indicativo entre 1.250 e 1.500 milhões de euros. Este será o último leilão de Bilhetes do Tesouro no primeiro trimestre do ano, e acontece numa altura de queda dos juros da dívida, que permitiu que Portugal se financiasse ao custo mais baixo de sempre em Obrigações do Tesouro a dez anos, na semana passada.

Presidente do Fundo de Resolução fala sobre Novo Banco

O presidente do Fundo de Resolução, Luís Augusto Máximo dos Santos, vai ser ouvido na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa. Esta audição acontece no âmbito do requerimento apresentado pelo grupo parlamentar do PSD, que chamou várias personalidades para se pronunciarem sobre o Novo Banco. O banco liderado por António Ramalho fechou 2018 com prejuízos de 1.412 milhões de euros, e pede 1.149 milhões de euros do Fundo de Resolução.

OCDE publica relatório sobre sistema de pensões em Portugal

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) vai divulgar um relatório onde analisa e avalia o sistema de pensões em Portugal, que será apresentado no Auditório da Citeforma com o diretor do trabalho da OCDE, Stefano Scarpetta, e o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. O documento apresenta os pontos fortes e fracos do sistema português, que caracteriza como uma “rede de segurança para a velhice”, e faz recomendações a partir de casos de sucesso de outros países.

Fed confirma política de juros?

Chega ao fim a reunião do Comité do Mercado Aberto (FOMC), da Reserva Federal norte-americana, que é o principal órgão decisório da política monetária dos Estados Unidos. A expectativa nos mercados é de que a Fed confirme nesta quarta-feira uma posição de maior cautela sem aumento das taxas de juro este ano, face aos dados económicos pouco animadores que têm sido publicados pelas autoridades norte-americanas ao longo deste mês. Alguns investidores apostam até numa redução dos juros em 2020.

Grupo Dia decide estratégia para evitar a falência

O grupo espanhol Dia, que em Portugal detém os supermercados Minipreço, vai realizar uma assembleia-geral para decidir o futuro da empresa, que está perto da falência. A escolha será entre o plano apresentado pelo multimilionário russo Mikhail Fridman, que propõe uma recapitalização de 500 milhões de euros, condicionada ao êxito da OPA e a um acordo com a banca credora para alargar os prazos de vencimento da dívida do grupo, e a proposta do Conselho de Administração, que prevê uma redução de capital e um posterior aumento de 600 milhões de euros.

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Bolsonaro não descarta apoio a possível intervenção dos EUA na Venezuela

  • ECO
  • 19 Março 2019

Bolsonaro afirmou que o Brasil e os Estados Unidos "farão o possível" no combate à ditadura de Maduro. Não descartou ceder o território brasileiro para uma eventual intervenção dos EUA na Venezuela.

Depois de se ter reunido nesta terça-feira com o presidente americano Donald Trump, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil e os Estados Unidos “farão o possível” no combate à ditadura de Nicolás Maduro. O presidente do Brasil não descartou ceder o território brasileiro para uma possível intervenção militar norte-americana na Venezuela, segundo adianta o site brasileiro UOL.

Bolsonaro não detalhou as ações a tomar em conjunto e deu resposta evasiva quando questionado por um jornalista se permitiria a fixação de uma base militar americana no Brasil para dar apoio à intervenção na Venezuela. Em janeiro, Bolsonaro tinha descartado essa possibilidade.

“Tem certas questões que, se você divulgar, deixam de ser estratégicas”, afirmou o brasileiro para justificar a falta de resposta à questão. “Essas questões reservadas, que podem ser discutidas, se já não foram, não poderão se tornar públicas”, afirmou Bolsonaro ao lado de Trump, em frente da Casa Branca.

Depois, já fora da Casa Branca, Bolsonaro minimizou a intenção bélica. Questionado por uma jornalista se vai privilegiar a diplomacia ou a intervenção na Venezuela, Bolsonaro disse: “Diplomacia em primeiro lugar, até as últimas consequências.”

Donald Trump quer Brasil como aliado na NATO

Já o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que deseja ter o Brasil como um aliado dentro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), organização militar comum de defesa, que conta com 29 países-membros.

“Tenho a intenção de designar o Brasil como um aliado especial fora da NATO e até mesmo como um aliado dentro da NATO. Isso poderia melhorar nossa cooperação. As nossas nações estão a trabalhar juntas para proteger o povo do terrorismo do crime transnacional e do tráfico de drogas, armas e pessoas, algo que é prioridade”, disse Donald Trump, na conferência de imprensa conjunta com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, na Casa Branca, em Washington.

O Brasil poderá assim tornar-se no segundo país da América Latina, depois da Argentina, e apenas o décimo oitavo país do mundo a obter o estatuto especial de aliado militar estratégico dos EUA fora da NATO.

Ao longo de toda a conferência de imprensa, Trump elogiou o percurso de Bolsonaro, tanto durante a campanha eleitoral como já no cargo de Presidente, declarando que os dois países têm “valores em comum”, como a importância da “família”, e a “fé no país”.

Donald Trump lembrou que os EUA foram o primeiro país a apoiar a independência do Brasil e que na segunda guerra mundial aquele país apoiou os EUA no conflito, acrescentando que os dois chefes de Estado pensam “de forma muito parecida”, referindo o apoio brasileiro ao povo venezuelano.

“Conversamos muito de nossas prioridades mútuas. O Brasil tem sido um líder extraordinário para ajudar o povo da Venezuela. Junto com os EUA, o Brasil foi um dos primeiros a reconhecer Juan Guaidó como presidente interino”, lembrou.

“Expresso a minha gratidão profunda ao Presidente Bolsonaro pelo Brasil ter permitido a passagem de ajuda humanitária para os venezuelanos pelo território brasileiro”, declarou Trump, na Casa Branca.

O governante dos EUA manifestou-se também acerca do acordo, firmado nesta segunda-feira, que permite aos Estados Unidos da América o lançamento de satélites a partir da base de Alcântara, no Estado brasileiro do Maranhão.

“Depois de 20 anos de conversações, finalmente terminamos o acordo para lançamento de satélites. (…) Economizaremos dinheiro com isso”, frisou Trump.

No início do encontro na Casa branca, o chefe de Estado norte-americano afirmou que apoia a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

“Eu estou a apoiar os esforços deles [brasileiros] para entrar [na OCDE]“, disse Trump, ao lado de Bolsonaro, sem dar mais detalhes sobre o assunto.

Bolsonaro está em visita oficial aos Estados Unidos desde o passado domingo e deverá regressar ao Brasil ainda esta terça-feira.

O encontro entre os dois Presidentes é considerado um primeiro passo para uma reconfiguração das relações entre Washington e Brasília.

Jair Bolsonaro admitiu que escolheu os Estados Unidos como o primeiro destino para uma visita oficial desde que assumiu a Presidência do Brasil, em 1 de janeiro, para deixar claro o desejo do seu Governo de se aproximar e alinhar-se as políticas de Donald Trump, de quem afirma ser um confesso admirador.

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Novo Banco: António Ramalho insiste que “todas as auditorias são bem-vindas”

  • Lusa
  • 19 Março 2019

O CEO do Novo Banco voltou a insistir que “todas as auditorias são bem-vindas” e que a instituição já tem duas auditoras, sendo um terceiro auditor “sempre positivo”.

O presidente do Novo Banco insistiu esta terça-feira que “todas as auditorias são bem-vindas” e que a instituição já tem duas auditoras, sendo um terceiro auditor “sempre positivo”.

“Desde a primeira hora que nós temos dito que todas as auditorias são bem-vindas. É essa a nossa maneira de estar na gestão e, portanto, esta também será”, afirmou esta terça-feira António Ramalho, em reação ao pedido do Presidente da República e do PSD para que a auditoria ao Novo Banco seja feita não só relativamente ao período anterior à resolução do banco mas também na atualidade.

“O Novo Banco em 2017 foi auditado pela Price [PricewaterhouseCoopers – PwC], este ano está a ser auditado pela Ernst & Young, que está a terminar a auditoria, e naturalmente teremos todo o gosto em ter um terceiro auditor que nos faça a análise de toda a nossa atividade, é sempre positivo”, frisou o presidente do Novo Banco.

António Ramalho falava à margem da inauguração da exposição “Ficção e fabricação. Fotografia de arquitetura após a Revolução Digital”, no MAAT – Museu Arte Arquitetura Tecnologia, em Lisboa, depois de o presidente do PSD ter defendido esta terça-feira que a auditoria ao Novo Banco deveria incluir o “que neste momento” se passa naquela instituição, considerando ser “de bom tom” certificar se o dinheiro dos contribuintes está a ser devidamente aplicado.

A este propósito, António Ramalho recordou que “os créditos que fazem parte do mecanismo de capital contingente são todos eles anteriores à resolução”.

“Naturalmente, a análise dos processos e procedimentos, que é comum também na auditoria da Caixa, faz todo o sentido que seja feita também no caso do Novo Banco”, referiu, adiantando que “todas as auditorias também a períodos posteriores podem ser de utilidade”.

“Nós naturalmente já hoje auditamos e auditamos até com duas auditoras, uma terceira auditora é bem-vinda”, reforçou.

Questionado sobre se o Novo Banco já tem a aprovação para a injeção dos 1.149 milhões de euros, anunciada no início de março, António Ramalho respondeu que “essa injeção será apenas solicitada formalmente após a aprovação das contas na assembleia-geral”, que decorrerá no início do próximo mês.

“É esse o procedimento. Depois há uma verificação dos dados apresentados e, no prazo de um mês, é então realizada a injeção”, explicou.

Questionado sobre se o preocupa o ritmo das injeções solicitadas pelo Novo Banco ao mecanismo contingente, uma vez que, considerando a injeção de 1.149 milhões de euros o total de injeções nos dois primeiros anos [2018 e 2019] atingirá cerca de metade dos 3,89 mil milhões de euros acordados para um prazo de oito anos, o presidente do banco respondeu que “também metade dos problemas já estão totalmente resolvidos”.

“Estaria preocupado se as injeções fossem demasiadamente lentas. Isso significaria que teríamos oito anos de dificuldades na recuperação do banco”, indicou.

O presidente do PSD defendeu hoje que a auditoria ao Novo Banco deveria incluir o “que neste momento” se passa naquela instituição, considerando ser “de bom tom” certificar se o dinheiro dos contribuintes está a ser devidamente aplicado.

No dia 1 de março, o Novo Banco anunciou que vai pedir uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros ao Fundo de Resolução. No ano passado, para fazer face a perdas de 2017, este banco já tinha recebido uma injeção de capital de 792 milhões de euros do Fundo de Resolução.

Em 6 de março, a propósito do período em que incidirá a auditoria anunciada pelo Governo ao Novo Banco, o primeiro-ministro declarou que será sobre a fase anterior à resolução do Banco Espírito Santo (BES), salientando que a fase posterior foi “conduzida diretamente” pelo Banco de Portugal.

Na altura, questionado sobre a posição do Presidente da República a favor de uma auditoria ao período “desde que foi determinada a resolução”, António Costa disse perceber a posição de Marcelo Rebelo de Sousa, mas sugeriu que “porventura uma comissão parlamentar de inquérito seria mais adequada para fazer a apreciação da atuação do Banco de Portugal neste processo”.

Três dias antes, o Presidente da República tinha-se manifestado de acordo com o pedido de auditoria anunciado pelo Governo às contas do Novo Banco, defendendo que “os portugueses têm o direito de saber o que se passou desde que foi determinada a resolução, já lá vão muitos anos, com sucessivas gestões, e saber concretamente qual o destino do dinheiro dos contribuintes”.

O Novo Banco foi criado em 2014 para ficar com parte dos ativos do BES e é desde outubro de 2017 detido em 75% pelo fundo norte-americano Lone Star, sendo os restantes 25% propriedade do Fundo de Resolução gerido pelo Banco de Portugal.

A Lone Star não pagou qualquer preço, tendo acordado injetar 1.000 milhões de euros no Novo Banco, e negociou um mecanismo que prevê que, durante oito anos, o Fundo de Resolução injete até 3,89 mil milhões de euros no banco, por perdas que venha a registar num conjunto de ativos ‘tóxicos’ e alienações de operações não estratégicas, caso ponham em causa os rácios de capital da instituição.

Em 2018 o Novo Banco registou prejuízos de 1.412 milhões de euros.

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Ex-procuradora Joana Marques Vidal acusa PJ Militar de agir ilegalmente no caso de Tancos

  • Lusa
  • 19 Março 2019

Joana Marques Vidal revelou que a Polícia Judiciária Militar atuou de forma ilegal no processo que levou ao “achamento” do material militar furtado dos paióis de Tancos, em 2017.

A antiga procuradora-geral da República Joana Marques Vidal revelou esta terça-feira que a Polícia Judiciária Militar (PJM) atuou de forma ilegal no processo que levou ao “achamento” do material militar furtado dos paióis de Tancos, em 2017.

A PJM “fez diligências” e prosseguiu uma “investigação criminal quando não tinha competência para isso”, pois “estava entregue à PJ [Polícia Judiciária]”, afirmou Joana Marques Vidal na comissão de inquérito ao furto de Tancos, na Assembleia da República, em Lisboa.

Ao longo da audição, a procuradora em funções à data do furto chegou a dizer, por diversas vezes, que os inspetores da PJM “não têm formação”, não conhecem o Código de Processo Penal “nem interiorizaram” qual a sua missão nesta investigação, que era liderada pela PJ e pelo Ministério Público.

“Denota alguma leitura não adequada da lei e das suas obrigações”, afirmou a antiga procuradora-geral da República (2012-2018), recordando que a PJM é um órgão de polícia criminal que “tem de obedecer ao Ministério Público nos processos em que intervém”, o que não aconteceu.

Joana Marques Vidal relatou que, no dia em que se soube do reaparecimento de parte do material furtado, que soube através do comunicado da PJM, tentou por diversas vezes contactar o diretor desta polícia, Luís Vieira.

Tanto Marques Vidal como Amadeu Guerra, à data diretor do Departamento Central de Investigação e Ação Penal, tentaram falar com Luís Vieira, deixando recados na sede da polícia, ligando para o telemóvel ou através de SMS, sem sucesso.

Por isso, Joana Marques Vidal ligou ao então ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, para protestar contra a atitude de Luís Vieira.

Azeredo Lopes, que “estava bastante feliz por terem aparecido as armas”, disse-lhe que “ia ter isso em atenção”, o protesto, e que iria falar com o militar que dirigia a PJM e mais tarde detido no processo.

A antiga procuradora não sabe o resultado das diligências do antigo ministro, mas sabe que nunca Luís Vieira lhe devolveu a chamada, nem a ela nem a Amadeu Guerra, confessou.

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Costa recusa “protecionismo” a investimentos chineses. Defende Huawei

  • Lusa
  • 19 Março 2019

O primeiro ministro frisou que “países exigentes” como o Reino Unido e a Alemanha aceitaram o fornecimento de equipamentos pela chinesa Huawei para as redes 5 e 5G.

O primeiro-ministro português recusou esta terça-feira “protecionismos” em relação aos investimentos chineses e frisou que “países exigentes” como o Reino Unido e a Alemanha aceitaram o fornecimento de equipamentos pela chinesa Huawei para as redes 5 e 5G.

António Costa, que falava na Assembleia da República durante o debate preparatório do Conselho Europeu desta semana, respondia a uma pergunta da deputada do PSD Rubina Berardo sobre se acompanha as preocupações da Comissão Europeia em matéria de regulamentação e fiscalização dos investimentos chineses em setores decisivos.

Na resposta, o primeiro-ministro disse “louvar” o seu antecessor, o social-democrata Pedro Passos Coelho, “que foi capaz de atrair dois importantes investidores chineses no quadro de processo de privatização da EDP e REN” e esperar que o PSD, agora na oposição, “não tenha passado a ter essa visão de diabolização do investimento chinês”.

“Deste lado ninguém defende a quebra de segurança. O que não aceito é que, a pretexto segurança, se introduzam mecanismos de protecionismo que desfavorecem as condições de contratação dos países que têm de contratar a sua modernização tecnológica”, disse António Costa.

“Verifico aliás que países exigentes como o Reino Unido, há uma semana, e hoje mesmo a Alemanha, declararam, com toda a informação que têm disponível, que não têm nenhuma razão para excluir a Huawei do acesso ao mercado relativamente às 5 ou 5G”, acrescentou.

As relações económicas com a China vão estar na agenda do próximo Conselho Europeu, quinta e sexta-feira em Bruxelas, no qual a Comissão Europeia espera obter o apoio dos Estados-membros a uma proposta para assegurar maior reciprocidade nos mercados públicos, uma medida que visa não apenas a China como também os Estados Unidos.

O Conselho servirá também para preparar a próxima Cimeira UE-China, prevista para 9 de abril, cuja realização António Costa disse hoje “apoiar e verificar com satisfação”.

“A cooperação significa respeitar os interesse de cada um e convergir para cima nos standards que têm de ser exigidos”, afirmou, frisando que Portugal “tem relação secular com china [que] é um bom exemplo de relação sadia”.

“A Europa não se reforçará se adotar uma atitude protecionista, reforçar-se-á se se abrir ao mundo”, disse.

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Wall Street misto entre tensão comercial e confiança na Fed

O principais índices dos EUA tiveram rumos distintos. Enquanto antecipam um desfecho positivo da reunião da Fed, investidores receiam novos falhanços nas negociações comerciais com a China.

Os principais índices bolsistas norte-americanos encerraram sem um rumo bem definido, a refletir sinais distintos para os investidores. Por um lado, mostram-se confiantes de que a reserva Federal (Fed) dos EUA vai revelar uma posição “paciente” relativamente à política monetária no desfecho da reunião que termina nesta quarta-feira. Mas ao mesmo tempo lidaram com novos sinais de alerta no que respeita às negociações sobre o comércio com a China.

O S&P 500 desvalorizou 0,37%, para os 2.832,57 pontos, em linha com as perdas de 0,1%, para os 25.887,38 pontos, do Dow Jones. Rumo distinto teve o Nasdaq, que somou 0,12%, para os 7.723,95 pontos.

O setor financeiro destacou-se pela negativa na sessão bolsista norte-americana desta terça-feira, depois de a Bloomberg ter reportado que a China não está a ceder aos pedidos dos EUA nas conversações sobre as tarifas comerciais.

“A China parece estar a recusar alguns dos termos para as negociações comerciais”, disse Bucky hellwig, presidente da gestora de fortunas BB&T, salientado que “os receios sobre o comércio voltaram a aparecer”.

Receios que ainda assim parecem ter sido travados pela expectativa de que nesta quarta-feira a Fed opte por não mexer nos juros de referência da maior economia do mundo. Cenário que ganha força depois de dados do Departamento do Comércio dos EUA terem revelado um aumento aquém do esperado das encomendas das fábricas.

Entre os melhores desempenhos da sessão, referência para a Ford Motor cujas ações somaram 1,5%, depois de a empresa anunciar que vai aumentar a produção dos SUV.

Já a NVIDIA avançou 4% após notícias a darem conta que a empresa fez uma parceria com o Softbank para um negócio no Japão e Coreia do Sul.

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