Mortágua acusa Costa de “chutar” responsabilidades para BdP e Passos Coelho no Novo Banco

António Costa sugeriu uma comissão de inquérito à atuação do Banco de Portugal no Novo Banco. Bloco de Esquerda avisa que "o que está em causa é a venda" do NB ao Lone Star feita pelo atual Governo.

“O Governo não pode chutar para o Banco de Portugal e para o anterior Governo todas as responsabilidades”, diz Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, ao ECO, numa reação à sugestão do primeiro-ministro para que seja criada uma comissão parlamentar de inquérito que aprecie a atuação do Banco de Portugal no Novo Banco.

O Novo Banco apresentou na sexta-feira prejuízos de 1.412 milhões de euros e um pedido de injeção de capital público (do Fundo de Resolução e do Tesouro) de 1.149 milhões de euros. O Ministério das Finanças defendeu uma auditoria ao processo de concessão de créditos incluídos no mecanismo de capital contingente. Ou seja, ao passado do banco. O primeiro-ministro sugeriu esta quinta-feira uma comissão de inquérito à atuação do Banco de Portugal no Novo Banco.

Mas o Bloco não parece alinhar nesta proposta. “Há muito que questionamos o Banco de Portugal e que defendemos o seu escrutínio, o que pode começar pelo acesso à auditoria interna no âmbito do caso BES”, diz a deputada bloquista, acrescentando também a necessidade de conhecer o “papel do Banco de Portugal na resolução do Novo Banco”.

No entanto, Mariana Mortágua avisa que “outra coisa é a responsabilidade do Governo” na operação de venda do Novo Banco à Lone Star que envolveu uma garantia pública de 3.900 milhões de euros, que aconteceu em 2017 já com o atual Governo.

“O que está em causa é o negócio de venda do Novo Banco. O Governo não pode chutar para o Banco de Portugal e para o anterior Governo as responsabilidades”, diz, lembrando que o Bloco sempre avisou que esta venda iria dar problemas, porque o privado iria usar a garantia.

Mais: Mariana Mortágua lembra que quando o Novo Banco foi vendido a atuação do Banco de Portugal já era conhecida. “O que mudou foi a venda. No que respeita ao Banco de Portugal nada mudou”.

O Bloco tem ainda dúvidas sobre a capacidade da Assembleia de fazer mais uma comissão de inquérito quando decorre uma sobre a Caixa Geral de Depósitos e a quatro meses do fim dos trabalhos parlamentares, que fecha em julho e só reabre com o Governo que sair das eleições de 6 de outubro.

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Faturação dos serviços de telecomunicações deverá crescer menos de 1% em 2018

  • Lusa
  • 6 Março 2019

O setor dos serviços de telecomunicações registou 5.905 milhões de euros de faturação em 2017 e deverá subir menos de 1% em 2018, de acordo com um estudo da Informa D&B.

O setor dos serviços de telecomunicações registou 5.905 milhões de euros de faturação em 2017, mais 0,9% do que no período homólogo, sendo esperado para 2018 um crescimento abaixo de 1%, segundo um estudo da Informa D&B.

“O volume de negócios do setor de serviços de telecomunicações confirmou em 2017 a retoma iniciada em 2016, situando-se em 5.905 milhões de euros, valor com um crescimento em relação ao ano anterior de 0,9%. Para o ano 2018 estimou-se um crescimento semelhante, com uma taxa abaixo de 1%”, disse hoje, em comunicado, a consultora.

De acordo com o estudo “Serviços de Telecomunicações” divulgado esta quarta-feira, a faturação associada aos serviços fixos individualizáveis e ao serviço telefónico móvel “sofreu uma evolução negativa em 2017, mantendo a tendência observada em exercícios precedentes. Pelo contrário, a faturação que derivou da comercialização dos serviços oferecidos em pacote cresceu 4,9%”.

Por sua vez, o tráfego do serviço telefónico móvel registou, em 2017, um aumento de 6% para cerca de 38.500 milhões de minutos, enquanto o segmento de serviço telefónico fixo teve um retrocesso de 6%. Já o número de acessos de banda larga “manteve a sua tendência crescente”, no período de referência, com 3,38 milhões, mais 5,3% do que em 2016.

Segundo os dados da Informa D&B, o número de empresas no setor de serviços de telecomunicações mantém-se, desde 2015, em cerca de 95 e o volume de emprego situou-se me torno de 14.300 trabalhadores em 2017. “A estrutura empresarial do setor caracteriza-se pela notável contração da oferta, reforçada nos últimos anos depois de se terem registado importantes operações corporativas por parte dos principais operadores, de maneira que os três de maior dimensão geraram conjuntamente cerca de 80% da faturação global em 2017”, lê-se no documento.

Para a realização deste estudo, a Informa D&B analisou as 40 principais empresas que operam no setor, como a AR Telecom, a Meo, a Nos, a Vodafone e a Claranet.

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Indie Campers fecha contrato de 70 milhões com empresa alemã. Vai “alargar” frota de autocaravanas

  • Lusa
  • 6 Março 2019

A startup portuguesa de aluguer autocaravanas fechou um contrato de 70 milhões de euros com a empresa alemã Knaus Tabber. Acordo vai permitir "alargar substancialmente" a frota da Indie Campers.

A portuguesa Indie Campers, de aluguer de autocaravanas, fechou um contrato com a alemã Knaus Tabber, fabricante destes veículos, para aumentar a frota, no valor de 70 milhões de euros.

Numa nota enviada à Lusa, a empresa revelou que este acordo tem um prazo de quatro anos, permitindo à sociedade “aumentar substancialmente a sua frota atual, recorrendo a soluções flexíveis, com modelos especificamente concebidos para a rede Indie, designadamente carrinhas topo de gama para segmentos ‘prime’”.

Citado no mesmo comunicado, Hugo Oliveira, fundador e presidente executivo da Indie Campers, explicou que a parceria com a Knaus Tabbert vai “permitir alargar substancialmente” a frota e “continuar a crescer no mercado europeu, mantendo a qualidade de serviço”.

Por sua vez, Gerd Adamietzki, líder da empresa alemã, referiu que as duas marcas “ambicionam alcançar o mesmo objetivo: garantir aos seus clientes a melhor relação serviço – qualidade”.

A Indie Campers foi fundada em 2013 pelo português Hugo Oliveira e pelo austríaco Stefan Koeppl, estudantes universitários, tendo passado de uma pequena presença local, com dois colaboradores e três carrinhas, “para um universo europeu com 100 colaboradores efetivos e 650 carrinhas”, de acordo com a mesma nota.

A empresa está presente em 13 mercados: Portugal, Espanha, França, Bélgica, Holanda, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Itália, Croácia e nas ilhas da Córsega, da Sardenha e da Sicília. Este ano, a Indie Campers irá abrir delegações na Escócia, Irlanda e Islândia.

Por sua vez, a Knaus Tabber foi criada em 2001, como resultado da fusão de duas empresas alemãs construtoras de autocaravanas: a Knaus GmbH e uma parte da Tiag Tabbert-Industrie AG. O grupo emprega 2.700 pessoas e no ano passado registou receitas de mais de 720 milhões de euros e uma produção de 23.643 caravanas e outros veículos do género.

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Check o CHECKPOINT da ModaLisboa

O espaço que celebra a criatividade, a inovação e o espírito colaborativo da moda nacional

Na edição em que a ModaLisboa tem como tema Insight, ou seja, em que faz uma convocatória à reflexão e à introspeção sobre a moda que hoje se faz, o Ecoolhunter junta-se ao desafio como parceiro no espaço CHECKPOINT. O lugar onde se estimula a criatividade através de workshops, masterclasses, reflexões e até com um atelier ao vivo.

“A missão do CHECKPOINT é a de ser um meeting point da indústria — um sítio para fomentar a aprendizagem e o networking, para promover projetos inovadores e empreendedores, falar de novas tendências e de outras maneiras de fazer, sejam negócios, iniciativas, sejam visões, por exemplo” explica Graziela Sousa, responsável pelos projetos especiais da Moda Lisboa.

Já no SPEAKERSCORNER, o Ecoolhunter, enquanto parceiro do evento, junta-se à reflexão a partir da apresentação de projetos inovadores e de provocações para a indústria. “É uma primeira edição onde se espera dar palco a um conjunto de projetos que representam assuntos urgentes e emergentes para a conjuntura atual — sustentabilidade, tecnologia, saber fazer, inovação social, empreendedorismo, entre outros. Espera-se dar voz aos projetos convidados e aproximá-los dos participantes, potenciar que se façam pontes, que daqui possam nascer mais coisas que contribuam para mais sucesso ainda e para uma indústria que refloresce”, acrescenta Graziela Sousa.

E entre os speakers que no próximo dia 10 de março às 16h30 vão estar a refletir sobre novos paradigmas da indústria estará Diogo Melo da GUC Agency, Rita Curica da Unii Bio, o projeto Manicómio, a Vicara e Les Filles.

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Autoeuropa vai investir 110 milhões de euros este ano

O objetivo é aumentar a capacidade de produção do T-Roc e reforçar unidades para produzir peças para carros eléticos da Volkswagen já em maio. Não haverá reforço de pessoal.

A Autoeuropa pretende investir 110 milhões de euros na fábrica de Palmela. O objetivo é aumentar a capacidade de produção do T-Roc que está a ter grande aceitação no mercado, mas também a produção de para-lamas, capots e tampas da torre do amortecedor dos novos automóveis elétricos do grupo Volkswagen, anunciou a empresa.

“Em 2019, a empresa planeia investir 110 milhões de euros. Deste plano fazem parte o aumento da capacidade de produção do T-Roc, dando resposta à crescente aceitação deste modelo no mercado, e a expansão da unidade de cunhos e cortantes, responsável por vários projetos para o Grupo Volkswagen”, sublinha o comunicado enviado às redações.

A expansão desta unidade de cunhos e cortantes, já em maio, foi avançada pelo Dinheiro Vivo esta segunda-feira. Em causa está não só a produção de pelas como os capots e as partes laterais mas também a produção de moldes para o fabrico dessas mesmas peças, explicou ao ECO fonte oficial da Autoeuropa.

A Volkswagen Autoeuropa encerrou o ano de 2018 com “os melhores resultados de sempre”, que representaram “1,6% do PIB e 5% do valor de exportações de bens, respetivamente mais 60% e 67% em relação a 2017″, refere a mesma nota, remetendo para os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A fábrica de Palmela teve um crescimento de 106% no volume de produção, face ao ano anterior, que correspondeu a 223.200 unidades, ou seja, o “equivalente a 75% de toda a produção automóvel em Portugal”, refere o comunicado. No entanto, este desempenho ficou abaixo da meta inicialmente definida (240 mil carros em 2018). “Da unidade de prensas saíram para exportação cerca de 20 milhões de peças, resultado que reforçou o papel da Volkswagen Autoeuropa como segundo maior exportador nacional”, acrescenta a mesma nota.

A importância da Autoeuropa para economia nacional revela-se ainda ao nível do mercado de trabalho. A empresa conta com “cerca de 5.800 colaboradores, o que a coloca entre os maiores empregadores nacionais, tendo em 2018 sido aprovados por larga maioria dois acordos laborais que garantem estabilidade social à empresa“. E o ECO sabe que este novo investimento não vai implicar a contratação de mais funcionários.

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António Costa abre porta à nona comissão de inquérito à banca. Agora o alvo é o Banco de Portugal

O primeiro-ministro diz que a auditoria ao Novo Banco não vai analisar o período após a resolução, como quer Marcelo. Mas sugere um inquérito parlamentar para avaliar o papel do Banco de Portugal.

O Estado vai injetar capital no Novo Banco pelo segundo ano consecutivo e vários políticos começaram a questionar o peso da ajuda ao banco para as contas públicas. O ministério das Finanças lançou o repto para uma auditoria e Marcelo Rebelo de Sousa concordou, dizendo que esta deve incidir sobre o período “desde que foi determinada a resolução”. A diferença é que o Governo quer analisar o período antes da resolução. António Costa considera, por isso, que para realizar a análise que o Presidente da República quer, faria mais sentido uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). A concretizar-se será a nova à banca em Portugal.

“Temos de ir à raiz do problema, a auditoria que foi ordenada pelo Governo será em tudo idêntica à da Caixa Geral de Depósitos e sobre a fase anterior à resolução”, afirmou o primeiro-ministro, em declarações esta quarta-feira, citadas pela agência Lusa.

António Costa confirmou que esta auditoria irá incidir sobre a fase anterior à resolução da instituição porque a fase posterior foi “conduzida diretamente” pelo BdP e “não cabe ao governo supervisionar o Banco de Portugal, nem seria correto o Governo ordenar uma auditoria ao Banco de Portugal”. Em alternativa, sugeriu que, “porventura, uma Comissão Parlamentar de Inquérito seria mais adequada para fazer a apreciação da atuação do BdP neste processo”.

O Novo Banco fechou 2018 com prejuízos de 1.412 milhões de euros e anunciou, na sexta-feira passada, que vai pedir 1.149 milhões de euros do Fundo de Resolução, no âmbito do mecanismo de capital contingente criado aquando da venda ao Lone Star, em 2017, para compensar as perdas avultadas que teve com a venda de ativos problemáticos.

Entre este empréstimo e do ano passado, o montante totaliza 1,9 mil milhões de euros, sendo que o limite máximo global a que o banco liderado por António Ramalho pode ter acesso é de 3,89 mil milhões de euros. Como o Fundo de Resolução (cujos fundos provêm das contribuições pagas pelos vários bancos portugueses) não tem a totalidade do dinheiro necessário para injetar no Novo Banco, irá recorrer a um empréstimo do Tesouro (no âmbito da garantia do Estado ao fundo).

O PSD quer ouvir o ministro das Finanças, Mário Centeno, no Parlamento sobre o assunto. Já o PS admitiu chamar Pedro Passos Coelho, Maria Luís de Albuquerque e Sérgio Monteiro à Assembleia da República para dar novas explicações sobre o processo de resolução do Banco Espírito Santo (BES), em 2014, e sobre a venda falhada do Novo Banco, em 2015. Mas o primeiro-ministro sugere que os deputados vão mais longe.

Se o Parlamento seguir a sugestão de António Costa, será a nova Comissão Parlamentar de Inquérito a um banco. A primeira aconteceu há mais de 11 anos e procurou investigar o papel que os reguladores tiveram (ou não tiveram) para evitar casos como o das offshores do BCP que, com financiamento do próprio banco, compraram e venderam ações próprias, numa espécie de contabilidade paralela ao escrutínio do Banco de Portugal.

Desde então, já passaram pelo Parlamento a nacionalização do BPN, o colapso do grupo Espírito Santo, a resolução do Banif e a venda ao Santander, bem como a Caixa Geral de Depósitos (três vezes).

Atualmente está ainda em curso uma comissão à CGD, o que poderá ser um dos entraves à realização de uma outra ao Novo Banco já que há três Comissões Parlamentares de Inquérito em simultâneo no Parlamento a funcionar: além da ao banco público estão ainda sob escrutínio as rendas excessivas na energia (os CMEC) e Tancos. Além disso, o facto de se estarem a aproximar eleições legislativas — que vão ter lugar em outubro — também poderá atrasar o processo.

Na última década foram gastos 16,7 mil milhões de euros dos contribuintes para ajudar a banca, sendo que os dados do Tribunal de Contas não incluem ainda a nova injeção de capital no Novo Banco. Entre os bancos que mais recursos públicos absorveram estão a CGD, o BES/Novo Banco, o BPN, o Banif e o BCP, embora neste último caso o banco até tenha dado lucro ao Estado já que devolveu a ajuda pública e ainda remunerou as obrigações de capital contingente (CoCos) com juros elevados, de quase dois dígitos.

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Nova declaração de IRS é a melhor forma para lidar com devolução de taxas, diz Fisco

  • Lusa
  • 6 Março 2019

Para os contribuintes envolvidos em casos em que decisões judiciais impliquem a devolução de valores pagos, a nova declaração de substituição do IRS será a melhor solução.

O fisco considera que a entrega de uma declaração de substituição de IRS é a solução mais simples, eficaz e com menos custos para o contribuinte fazer face a casos em que decisões judiciais impliquem a devolução de valores pagos.

Esta posição da Autoridade Tributária e Aduaneira (AT) consta de uma nota informativa, conhecida nesta quarta-feira, elaborada por este organismo a propósito dos projetos de lei do PSD e do CDS/PP que propõe a criação de um mecanismo de revisão oficiosa das declarações do IRS em caso de decisões judiciais que impliquem devoluções aos contribuintes de valores indevidamente cobrados.

Na origem destas propostas dos social-democratas e dos populares estão os casos que envolveram a declaração de inconstitucionalidade da taxa de proteção civil cobrada pela Câmara de Lisboa, o que implicou a sua devolução e posterior correção das declarações de IRS por parte dos senhorios que tinham deduzido esta taxa aos rendimentos de rendas.

Para que esta revisão oficiosa possa ocorrer, ambos os partidos propõem que a entidade pública envolvida (independentemente de se tratar da administração central, regional ou local) comunique à AT todos os elementos necessários que esta solicitar para que possa ser feito o respetivo apuramento. A AT considera, no entanto, que o que se propõe não é exequível pelo facto de se pretender que não haja intervenção do contribuinte.

“O obstáculo à concretização da medida reside no facto de a AT, bem como as entidades que procedem à restituição das prestações tributárias, só por si, sem a intervenção do sujeito passivo, não disporem de todos os elementos necessários para a regularização automática das declarações“, precisa o documento.

Durante uma audição nesta quarta-feira na Comissão de Orçamento, Finanças e Modernização Administrativa, a diretora-geral da AT, Helena Borges, lembrou que neste processo não é possível dispensar o contributo do contribuinte, exemplificando que uma pessoa pode ter pago uma taxa sobre cinco imóveis, mas ter rendimentos [prediais] de apenas um.

Para que numa declaração de IRS pudessem ser discriminadas todas as taxas pagas e deduzidas como custo seria necessário aumentar significativamente o número de campos a preencher o que, como referiu o deputado do PS Rocha Andrade, redundaria num agravamento da complexidade de preenchimento para todos os contribuintes em nome de alguns casos como que ocorreu com a taxa de proteção civil de Lisboa.

Tudo isto leva a nota informativa da AT a concluir que “o meio mais idóneo, simples, eficaz e com menos custos de contexto para o sujeito passivo, para a regularização das situações em análise, é a entrega da declaração modelo 3 de IRS de substituição, relativa aos anos em causa.”.

Ao longo da audição foi ainda sugerido um alargamento do prazo de entrega da substituição de declaração, que é atualmente de 30 dias, de forma a dar mais tempo aos contribuintes para regularizarem a situação.

Outra das sugestões é que, tratando-se de uma situação de pagamento e devolução de valores indevidamente cobrados que abranja vários anos, a correção seja feita numa única declaração dividindo os valores pela soma do número de anos a que respeitem.

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Privados acusam ADSE de pagar a 240 dias. Lei limita prazo a 60 dias

  • Lusa
  • 6 Março 2019

Os hospitais privados afirmam que o prazo médio de pagamento por parte da ADSE ronda os 240 dias, quatro vezes mais do que o que define a lei. Acusam ADSE de "grande sobranceria".

Os hospitais privados afirmam que o prazo médio de pagamento por parte da ADSE ronda os 240 dias, o dobro do que foi imposto e quatro vezes o que define a lei.

Na comissão parlamentar de saúde, o presidente da Associação Portuguesa de Hospitalização Privada foi esta quarta-feira questionado pelo CDS sobre os prazos de pagamento da ADSE aos prestadores privados. Óscar Gaspar indicou que a ADSE (subsistema de saúde dos funcionários públicos) impôs a sua própria regra quanto ao prazo médio de pagamento em 120 dias, quando a lei define um prazo máximo de 60 dias.

Contudo, o responsável referiu que nem os 120 dias são cumpridos, rondando atualmente o dobro, 240 dias, sem pagamento de juros de mora.

Óscar Gaspar queixou-se ainda de que a ADSE, ao conferir faturas, as devolve sistematicamente sem apontar qualquer justificação ou chegando a devolver mais de uma vez a mesma fatura, mas por motivos diferentes.

O responsável da associação que representa os hospitais privados voltou a mostrar-se contra a regra da regularização de faturas, que fez a ADSE exigir no final do ano passado aos privados o pagamento de 38 milhões de euros que alegadamente terão sido cobrados a mais em atos ou itens sem preço fixo. Esta exigência por parte da ADSE fez algumas unidades privadas ameaçarem que deixarão de ter convenção com a ADSE e de receber os seus beneficiários através do regime convencionado.

Sobre aos 38 milhões exigidos aos privados pela ADSE, Óscar Gaspar afirmou estar convencido de que a situação vai acabar por ser dirimida em tribunal.

O responsável adiantou que dados que lhe foram apresentados mostram que em “90% dos casos não há nenhum fundo de verdade” em relação ao que é argumentado pela ADSE. Óscar Gaspar acusou a ADSE de ter uma “atitude de grande sobranceria”, definindo regras sem qualquer diálogo, e avisou que “ainda se está longe de um desfecho positivo” entre privados e o subsistema de saúde.

“A ADSE sempre teve uma atitude de grande sobranceria em relação aos privados, com as regras que muito bem entende e normalmente sem nenhum tipo de diálogo”, afirmou aos deputados da comissão parlamentar de Saúde.

No mês passado, alguns grupos privados ameaçaram romper as convenções com a ADSE, sobretudo pela exigência de pagamento de 38 milhões de euros por regularização de faturas de anos anteriores. Óscar Gaspar disse que até hoje não houve qualquer tipo de diálogo entre a ADSE e a Associação de Hospitalização Privada sobre a questão da regularização de faturas.

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Custos com IPO agravam prejuízos da Raize. Negócio continua a crescer

Os custos com o marketing durante o IPO da Raize agravaram os prejuízos da empresa, que fechou 2018 a perder mais de 66 mil euros. Mas o negócio cresceu, assim como as receitas.

A Raize fechou 2018 com prejuízos de 66,4 mil euros. Os resultados foram penalizados por despesas superiores a 91,5 mil euros com marketing, relacionadas com o IPO concluído em julho. Apesar do desempenho ao nível do resultado líquido, a plataforma cresceu em popularidade e as receitas aumentaram.

Liderada por José Maria Rego, a Raize gere uma bolsa de empréstimos a pequenas e médias empresas (PME) dedicada aos pequenos investidores. Estes podem licitar juros e conceder microempréstimos às PME que procurem fontes alternativas e diversificadas de financiamento. A empresa entrou na bolsa de Lisboa a 18 de julho.

A operação ajudou a empresa a conquistar mercado. “A Raize aumentou a sua base de investidores (…). Para esse efeito, contribuiu o investimento realizado no lançamento da Oferta Pública de Venda (IPO) durante o primeiro semestre de 2018, o que levou a um aumento de notoriedade e reconhecimento do serviço e da marca por parte de um universo alargado de investidores”, sublinha a startup, no relatório e contas divulgado esta quarta-feira, através da CMVM.

Concretamente, o número de utilizadores particulares registados subiu de 22,7 mil em 2017 para 44,4 mil em 2018. A empresa processou quase 40 milhões de euros em pagamentos (carregamentos e levantamentos, novos financiamentos, cobranças e transações) e ajudou as PME a financiarem-se em quase 21,8 milhões de euros. O crescimento do negócio ajudou as receitas a aumentaram 75%, para 474.479 euros.

Para este ano, a empresa quer apostar num novo negócio: vai lançar um mercado virtual de depósitos com juros atrativos. Por outras palavras, vai juntar as poupanças dos utilizadores e negociar depósitos a prazo mais vantajosos com os bancos de menor dimensão. A data para o lançamento deste novo serviço ainda não está fechada.

“Será lançado durante o ano de 2019 o marketplace de depósitos bancários da Raize. O marketplace de depósitos vai permitir aos milhares de clientes da Raize aplicar as suas poupanças com taxas de juro mais atrativas junto de bancos nacionais e com o capital abrangido pelo Fundo de Garantia de Depósitos”, reconhece a empresa

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Problema da dívida “asfixiante” da CP está em vias de resolução

  • Lusa
  • 6 Março 2019

Empresa está a caminhar para resultados positivos “com a reestruturação financeira, investimento em material circulante, o tráfego a crescer e o contrato de serviço público".

O presidente da CP – Comboios de Portugal, Carlos Gomes Nogueira, diz que o problema da dívida “asfixiante” está em “vias de resolução” e que a empresa está a caminhar para resultados positivos.

A CP ainda não divulgou resultados relativos ao exercício de 2018, mas em 2017 o prejuízo da empresa baixou em 32,6 milhões de euros para 112 milhões de euros, segundo o relatório e contas publicado.

Falando na comissão de Economia, Inovação e Obras Pública, Carlos Gomes Nogueira, disse que a empresa está a caminhar para resultados positivos “com a reestruturação financeira, investimento em material circulante, o tráfego a crescer e o contrato de serviço público”.

Isto, apesar de lamentar a falta de investimento público na ferrovia nos últimos anos.

Segundo Carlos Gomes Nogueira, a CP também não tem sentido “o sufoco das cativações”, referindo que “quem cativa descativa”.

“Temos uma dívida asfixiante de 2,6 mil milhões de euros”, disse o responsável, referindo que “o problema está em vias de resolução para o saneamento financeiro da CP”, tendo sido apresentado à tutela um plano de reestruturação financeira para a redução dessa dívida.

“Tem existido uma melhoria substancial nos resultados líquidos”, disse ainda, acrescentando que está em curso o contrato de serviço público que permitirá que a empresa volte a receber compensações pelo serviço público.

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Défice comercial dos EUA toca máximo de dez anos

  • Lusa
  • 6 Março 2019

O défice de bens e serviços atingiu 621 mil milhões de dólares em 2018, mais 12,5% do que em 2017.

O défice comercial dos Estados Unidos subiu para o nível mais alto dos últimos dez anos, apesar da política protecionista do Presidente, Donald Trump, anunciou o departamento do Comércio norte-americano.

As importações norte-americanas provenientes da China, México e União Europeia atingiram valores máximos de sempre.

O défice de bens e serviços atingiu 621 mil milhões de dólares em 2018, mais 12,5% do que em 2017, com as exportações a atingirem um máximo de 2,5 biliões de dólares, mais 6,3%, e as importações também a subirem para o máximo de 3,121 biliões de dólares, mais 7,5%, segundo os dados hoje divulgados com um mês de atraso devido ao shutdown.

Sem o excedente das trocas de serviços (270,2 mil milhões de dólares), o défice comercial atinge mesmo 891,3 mil milhões de dólares, mais 10,4% e também um recorde absoluto.

Só no mês de dezembro, o saldo negativo da balança de bens e serviços subiu até 59.800 milhões de dólares, impulsionado pelo auge das importações e pela queda das exportações, mais 18,8%, superior às previsões dos analistas que apontavam para um valor próximo de 57,8 mil milhões de dólares.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, lançou uma guerra comercial contra os principais parceiros do país para reduzir os desequilíbrios das trocas.

Em 2018, a administração Trump impôs — em seis ocasiões diferentes — tarifas adicionais de 10% para 50% sobre o equivalente a 283 mil milhões de importações norte-americanas.

Os parceiros comerciais dos Estados Unidos, em particular a China, replicaram com a imposição de tarifas de 16% em média sobre cerca de 121 mil milhões de dólares de exportações norte-americanas.

Esta guerra comercial não foi inócua para a economia chinesa, que recuou em 2018 para o crescimento mais baixo dos últimos 28 anos. O crescimento mundial no ano passado também foi menos forte do que o previsto.

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Governo aprova esta quinta-feira reforma da supervisão financeira

  • Lusa
  • 6 Março 2019

Conselho de Ministros irá aprovar uma nova lei de supervisão bancária que, entre outras matérias, fará a separação entre quem faz a supervisão e as entidades de regulação.

António Costa anunciou que, na quinta-feira, o Conselho de Ministros irá aprovar uma nova lei de supervisão bancária que, entre outras matérias, fará a separação entre quem faz a supervisão e as entidades de regulação.

“Corta pela raiz o problema, porque faz a separação que deve existir entre Banco de Portugal (BdP), entidade de supervisão, e as entidades de resolução que têm de administrar e gerir bancos que estejam em eventual resolução”, anunciou, em declarações aos jornalistas no parlamento, em Lisboa, no final da tomada de posse da nova presidente do Conselho das Finanças Públicas.

O objetivo, explicou, é que haja “uma separação de águas e não confusão como existiu ao longo destes anos”, em que o BdP “simultaneamente gere um banco em resolução e supervisiona o mesmo banco”.

Este diploma, acrescentou, visa também garantir uma “melhor coordenação entre as diferentes entidades regulatórias do setor financeiro”, como os seguros, a banca ou o mercado de capitais.

“Melhor articulação entre BdP, Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, entidade dos seguros de forma a haver menos buracos negros e melhor supervisão que permita prevenir repetições futuras dos eventos vários que tivemos ocasião de, infelizmente, testemunhar nestes anos, e que esperemos que estejam definitivamente terminados”, afirmou.

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