O poder de atração dos mercados abastecedores

  • Isabel Cristina Costa
  • 27 Fevereiro 2019

A nova plataforma logística de Braga é uma espécie de parceria público-privada, junta a Bosch e a Rangel no espaço do mercado abastecedor da região, controlado pela SIMAB.

Podemos dizer que todos os caminhos vão dar a Braga quando a temática é logística industrial e mercados abastecedores. Sob o imperativo da expansão e do regresso aos resultados positivos, os mercados abastecedores estão apostados em atrair capital nacional e estrangeiro. O Mercado Abastecedor da Região de Braga (MARB) é a prova disso mesmo através da construção da nova plataforma de logística industrial, que tem a Rangel Logistics Solutions como responsável e a Bosch como cliente. Um investimento de 8,5 milhões de euros a cinco anos num pólo industrial com mais de seis mil metros quadrados.

“Os mercados abastecedores devem partir de uma base local e tornarem-se globais. Há que potenciar isso. O que temos aqui em Braga é uma parceria público-privada das boas e queremos ter mais no resto do país”, atirou Rui Paulo Figueiredo, presidente do grupo SIMAB, a rede pública de mercados abastecedores (o MARL, em Lisboa, o MARB, em Braga, o MARÉ, em Évora e o MARF, em Faro), durante o debate “Infraestruturas logísticas industriais enquanto factor der atração de investimento”, realizado no MARB, em Braga.

“Às vezes é mais importante ajudar regiões e empresas a crescer lá fora do que diminuir a dívida e aumentar resultados”, continuou Rui Paulo Figueiredo. Mesmo assim, sempre foi dizendo que “daqui a seis, sete anos o grupo SIMAB terá zero de dívida”.

O SIMAB tem como objetivo diminuir o endividamento, sendo que em 2017 obteve os melhores resultados líquidos de sempre e 2018 “não foi diferente”. É que “há muito investimento privado a ser feito nos mercados abastecedores”. Rui Paulo Figueiredo termina agora o mandato, mas não quis antecipar se vai continuar em funções nesta empresa de capital público.

Depois de “elogiar o facto de terem sido cumpridos os prazos e sem desvios financeiros”, Rui Paulo Figueiredo, provocado pelo diretor do ECO, António Costa, que foi o moderador do debate, concluiu: “Conseguimos o que é raro nas obras públicas porque os poderes públicos remaram todos para o mesmo lado”.

Entre os elogiados estava o presidente da Câmara Municipal de Braga e da Invest Braga, Ricardo Rio, que enalteceu a feliz articulação entre todos os agentes na concretização do projeto do MARB e da Rangel. E a propósito do seu papel de facilitador aproveitou para dizer que “nos últimos dois, três anos, a Bosch duplicou a capacidade instalada em Braga”.

Do lado do investimento privado, o CEO da Rangel Logistics Solutions, Nuno Rangel, revelou sem falsa modéstia: “Viemos para Braga pela mão da Bosch, que nos confiou a sua operação logística chave. Queremos alargar o projeto. Estamos aqui para ficar e a longo prazo”.

O administrador técnico da Bosch, Carlos Ribas, explicou que “a operação logística da Bosch é muito complexa. A variabilidade do mercado automóvel é muito grande, a Rangel não vai ter a vida fácil”. E Lutz Welling, administrador comercial da Bosch, completou: “A Bosch está em Braga para ficar, duplicámos a fábrica e com isso aumentará a logística. Para nós, foi lógico esta parceria com a Rangel”.

A Rangel Logistics Solutions vai assegurar serviços de receção de importação de matéria-prima e produto acabado dos fornecedores nacionais e internacionais da Bosch, de armazenamento e de abastecimento da fábrica. Lutz Welling explicou que “o desafio principal tem a ver, por um lado, com mais de 150 clientes mundiais da Bosch e, por outro, com os fornecedores, sendo que mais de 50% dos materiais são comprados na Ásia. Os tempos de resposta e a variabilidade constante do mercado automóvel são o grande desafio para a fábrica e para a Rangel”.

Mas Nuno Rangel mostrou-se seguro e otimista: “A Bosch é um corpo humano e a Rangel Logistics Solutions será um pulmão. Estimámos que dentro de cinco anos poderemos estar a falar de uma outra plataforma logística para servir outros parceiros para além da Bosch”.

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Parlamento vota hoje exoneração. Carlos Costa escapa, mas pode haver novas regras para os sucessores

A proposta do Bloco só deverá contar com o apoio do PCP. PS, PSD e CDS já se opuseram à exoneração de Carlos Costa, mas poderá haver mudanças ao modelo de nomeação do governador do Banco de Portugal.

A Assembleia da República vai votar, esta tarde, o projeto de resolução de Bloco de Esquerda que propõe a exoneração do governador de Carlos Costa. O projeto deverá cair no Parlamento, com o chumbo de PS, PSD e CDS-PP, mas o modelo de nomeação do governador do Banco de Portugal poderá mudar em breve.

O projeto de resolução do Bloco de Esquerda recomenda ao Governo que exonere o governador do Banco de Portugal, argumentando que, “sem a possibilidade de aferir a sua idoneidade face ao comprovado envolvimento na Caixa Geral de Depósitos, Carlos Costa não cumpre as condições de escrutínio e isenção para o desempenho das funções de governador do Banco de Portugal”.

A proposta deverá acabar por contar com o apoio apenas do PCP, o único partido que se mostrou disponível para acompanhar a iniciativa dos bloquistas.

De resto, o PS admitiu ter “suspeitas” quanto à conduta de Carlos Costa quando foi administrador da Caixa, mas considerou ser “precipitado” pedir a sua exoneração. Já PSD e CDS garantem que vão escrutinar as responsabilidades de Carlos Costa na concessão de créditos ruinosos enquanto administrador do banco público, mas querem que estas sejam analisadas na comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa, que já arrancou.

Ainda assim, podem estar para breve alterações à lei orgânica do Banco de Portugal. Este mês, o CDS fez saber que quer recuperar uma ideia já defendida no passado pelo PS e avançar com uma proposta para que o governador do Banco de Portugal passe a ser nomeado pelo Presidente da República. Assunção Cristas disse já que o partido deverá avançar com essa proposta ainda nesta legislatura. Esta semana, no Parlamento, o deputado João Almeida insistiu nesta ideia, defendendo que um modelo em que o governador seja proposto pelo Governo, aprovado pelo Parlamento e nomeado pelo Presidente da República permitiria que fosse “mais fácil resolver os problemas com este tipo de cargos”.

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A manhã num minuto

Não sabe o que se passou durante a manhã? Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais relevantes, em apenas um minuto.

Há, pelo menos, 11 grandes devedores do banco público que também têm dívidas de milhões aos principais bancos privados portugueses. Artlant, Grupo Lena, PFR Investe, Finpro e Opway são alguns deles.

A elevada dívida pública e privada e a percentagem de crédito malparado constituem as principais vulnerabilidades da economia portuguesa. A Comissão Europeia quer ver a produtividade a crescer.

O valor médio da avaliação bancária arrancou o ano a bater um novo máximo: fixou-se em 1.226 euros por metro quadrado. Algarve e Lisboa são as duas regiões mais caras do país.

O fundo soberano da Noruega, o maior do mundo, foi castigado pela turbulência nas bolsas, no ano passado. A forte aposta em ações ditou uma perda de 50 mil milhões de euros.

A plataforma de arrendamento online Uniplaces revelou que os preços de aluguer de quartos e casas em Lisboa, Porto e Coimbra subiram 8,6% em 2018.

 

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ADSE vai apresentar “dentro de muito pouco tempo” tabela com preços fechados

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2019

“A nossa expectativa é que dentro de muito pouco tempo estejamos em condições de poder apresentar uma tabela com preços fechados para dialogar com os prestadores", afirma Sofia Portela.

A presidente do conselho diretivo da ADSE, Sofia Portela, disse esta quarta-feira no Parlamento que “dentro de muito pouco tempo” irá apresentar aos prestadores de saúde privados a nova tabela do regime convencionado com preços fechados.

“A nossa expectativa é que dentro de muito pouco tempo estejamos em condições de poder apresentar uma tabela com preços fechados para dialogar com os prestadores e que esta tabela seja uma tabela que seja justa e equitativa”, disse Sofia Portela na audição parlamentar de Saúde, onde esteve a ser ouvida a pedido do CDS-PP, BE e PSD.

A responsável garantiu que o conselho diretivo do instituto público que gere o sistema de saúde da função pública tem estado a fazer “um trabalho muito sério e muito rigoroso a preparar as novas tabelas” cujo objetivo é que os preços abertos deixem de existir.

Para o futuro, o caminho “deve ser diferente”, disse Sofia Portela, defendendo que, “com preços fechados, a regra das regularizações deixa de fazer qualquer sentido” e que o rigor e a transparência “ficam assegurados”.

Nas últimas semanas alguns grupos privados de saúde ameaçaram suspender as convenções com a ADSE, depois de o instituto público presidido por Sofia Portela ter exigido o pagamento de 38 milhões de euros em regularizações, por excesso de faturação.

Proença diz que novas tabelas devem ser publicadas com ou sem acordo

O presidente do Conselho Geral e de Supervisão da ADSE, João Proença, defendeu esta quarta-feira no parlamento que as tabelas com os novos preços do subsistema de saúde da função pública devem ser publicadas, com ou sem acordo dos privados.

Em audição na comissão parlamentar de saúde, realizada a pedido BE e do PSD, sobre a situação atual da ADSE, João Proença reafirmou que é fundamental que as novas tabelas de preços, tanto para o regime livre como para o convencionado, sejam publicadas. “Esperemos que haja uma proposta rápida, que o conselho geral seja consultado, que haja diálogo com os prestadores privados todos e que haja publicação da tabela havendo ou não acordo global”, afirmou João Proença perante os deputados.

Segundo João Proença, as tabelas ainda não foram publicadas por “falta de cooperação” de alguns grandes grupos privados e, além disso, há um levantamento “demasiado demorado” que está a ser feito por parte do conselho diretivo sobre custos de próteses e medicamentos.

Sobre o alargamento da ADSE a novos beneficiários, nomeadamente aos contratos individuais de trabalho no Estado, João Proença considerou “um abuso” o facto de Sofia Portela ter anunciado nesta quarta-feira, na mesma comissão, que está a fazer um estudo adicional sobre o assunto, depois de o CGS ter já realizado um sobre a sustentabilidade do sistema.

João Proença referiu, aliás, que no geral, a relação entre o conselho diretivo e o CGS tem sido “razoável”. “Não a classificaria como boa”, disse o presidente do CGS.

Segundo disse José Abraão, membro do CGS presente na audição parlamentar, em causa está um universo potencial de 80 mil novos beneficiários, a maioria dos quais contratos individuais do Estado.

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Comissão do PE quer uma força policial financeira europeia

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2019

A comissão especial do Parlamento Europeu (PE) sobre os crimes financeiros e a elisão e evasão fiscais propôs a criação de uma "força policial financeira europeia".

A comissão especial do Parlamento Europeu (PE) sobre os crimes financeiros e a elisão e evasão fiscais propôs esta quarta-feira a criação de uma “força policial financeira europeia” e de um quadro europeu para inquéritos fiscais transfronteiriços.

O relatório final da comissão especial do PE sobre os crimes financeiros e a elisão e evasão fiscais (TAX3), esta quarta-feira aprovado por 34 votos a favor, quatro contra e três abstenções, defende que a União Europeia (UE) deve criar uma “força policial financeira europeia” no âmbito da Europol, com as suas próprias capacidades de investigação.

A TAX3 diz que a UE deve ainda constituir um mecanismo que assegure uma melhor coordenação das medidas contra o branqueamento de capitais tomadas pelas autoridades de supervisão relativamente às entidades do setor financeiro.

Os eurodeputados sugerem uma “possível centralização da supervisão da luta contra o branqueamento de capitais através de um organismo da União já existente ou novo que disponha dos poderes para aplicar regras e práticas harmonizadas”.

Sete Estados-Membros (Bélgica, Chipre, Hungria, Irlanda, Luxemburgo, Malta e Países Baixos) devem ser considerados como facilitadores do planeamento fiscal agressivo a nível global, diz o relatório, deplorando a falta de vontade política no Conselho da UE para que sejam dados passos substanciais no domínio da luta contra o branqueamento de capitais, a fraude fiscal, a elisão fiscal e o planeamento fiscal agressivo.

Os eurodeputados apelam também para uma melhor proteção dos denunciantes e dos jornalistas que investigam e revelam estes casos, instando, por exemplo, à criação de um fundo da UE para assegurar um apoio financeiro adequado aos denunciantes cuja subsistência fica ameaçada com a revelação de atividades criminosas ou de factos com claro interesse público.

No relatório, aquela comissão saúda ainda a contribuição dada pela Comissão ao propor “a votação por maioria qualificada para questões específicas e urgentes no domínio da política fiscal, sempre que dossiês legislativos e iniciativas essenciais destinados a combater a fraude fiscal, a evasão fiscal, o planeamento fiscal agressivo ou os crimes financeiros tenham sido bloqueados no Conselho, em detrimento de uma larga maioria dos Estados-membros”.

Os eurodeputados pedem ao Conselho Europeu que inclua este assunto na agenda de uma cimeira de líderes antes do final deste ano, para que possa haver um debate frutífero sobre como facilitar a tomada de decisões em matéria fiscal.

O relatório final da comissão especial do PE sobre os crimes financeiros e a elisão e evasão fiscais (TAX3), que é fruto de um ano de audições, debates com responsáveis europeus e nacionais e missões de apuramento de factos em vários países, menciona ainda ‘en passant’ a investigação aprofundada lançada pela Comissão Europeia sobre a aplicação do regime de auxílios regionais da Zona Franca da Madeira por Portugal.

O texto refere que esta investigação está a ser conduzida para se verificar se as isenções fiscais concedidas por Portugal a empresas estabelecidas na zona franca estão em conformidade com as decisões da Comissão de 2007 e 2013 e com as regras da UE em matéria de auxílios estatais.

“A Comissão está a verificar se Portugal cumpriu os requisitos estabelecidos nos regimes, ou seja, se os lucros das empresas que beneficiam das reduções do imposto sobre o rendimento provieram exclusivamente de atividades realizadas na Madeira e se as empresas beneficiárias criaram e mantiveram os postos de trabalho na Madeira”, salienta o documento.

O relatório da comissão especial TAX3 será votado na sessão plenária de 25 a 28 de março, em Estrasburgo.

A TAX3 deu seguimento ao trabalho das anteriores comissões TAXE e PANA, criadas após as revelações dos LuxLeaks, Panama Papers, Paradise Papers e Football Leaks.

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CTT vão enviar “dinheiro” para a sua caixa do correio. É para vender certificados

Os CTT e o IGCP lançaram uma nova campanha de promoção dos certificados, que prevê o envio de folhetos informativos para quatro milhões de casas. Promovem o "Rendimento e segurança" destes produtos.

Os CTT e o IGCP querem incentivar os portugueses a investirem nos produtos de dívida pública. Para isso, lançaram uma nova campanha promocional assente no envio “notas” para quatro milhões de casas, onde promovem as virtudes de investir nos produtos de poupança do Estado.

A empresa liderada por Francisco de Lacerda explica que se trata de “uma iniciativa que pretende recordar aos portugueses a rentabilidade e a segurança do investimento em dívida pública à venda nas lojas da empresa“, e cativar o respetivo interesse para os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC) e em certificados de aforro.

Para chamar à atenção dos aforradores, a campanha assenta em “criar um efeito muito visual nas caixas de correio”, como explicam os CTT. Objetivo que é conseguido com o efeito visual do folheto informativo que simula “notas” de euro penduradas no exterior das caixas do correio.

A campanha que agora arranca representa a segunda fase de uma ação iniciada em dezembro pelos CTT e pelo Estado com vista a promover os produtos de poupança públicos. A promoção do investimento em certificados acontece num ano em que o Estado prevê uma procura líquida negativa pelos certificados na ordem dos mil milhões de euros, com as Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável (OTRV) a compensarem essa perda de investimento.

A previsível diminuição das aplicações em certificados insere-se num contexto em que começam a vencer os primeiros investimentos em Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM). Este produto tem um prazo máximo de cinco anos, sendo que as primeiras aplicações realizaram-se há pouco mais de cinco anos. O efeito do resgate das primeiras aplicações nesse produto foram visíveis em novembro, mês em que o investimento em certificados do Tesouro registaram a primeira saída líquida de dinheiro em cinco anos.

Para os CTT, as aplicações em certificados do Estado representam uma fonte de receita, já que consoante o produto em causa — certificados de aforro, CTPM e CTPC — recebem comissões pelas subscrições ou pelos saldos aplicados pelos aforradores.

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CMS Rui Pena & Arnaut nomeia dois novos sócios

Fernando Cruz Trinca e Nuno Figueirôa Santos são os novos sócios do escritório. Reforçam as áreas de direito comercial e de direito fiscal, respetivamente.

Fernando Cruz Trinca e Nuno Figueirôa Santos são os novos sócios da CMS Rui Pena & Arnaut, uma aposta da sociedade no reforço das áreas de direito comercial e de direito fiscal, respetivamente.

Nos últimos 20 anos, Fernando Cruz Trinca especializou-se nos setores da distribuição e consumo. Já Nuno Figuerôa Santos dedica-se, em particular, a reorganizações societárias de cariz nacional e internacional e ao planeamento e consultoria fiscal recorrente. Os dois recém-sócios acumulam uma longa experiência de advocacia com foco tanto no mercado português como no internacional.

Para José Luís Arnaut, managing partner da CMS Rui Pena & Arnaut, a nomeação dos novos sócios é “um reconhecimento do seu percurso profissional e qualidade técnica notáveis, bem como do seu contributo para a sociedade e para o caminho de crescimento trilhado até aqui”, diz, citado em comunicado.

“É claro para nós que um crescimento sustentável e de longo prazo depende da convocação da geração mais nova de advogados para a contínua construção e implementação da nossa visão. Nesse sentido, os novos sócios são uma aposta segura que nos permitirá continuar a responder aos nossos clientes com os valores que caracterizam a CMS Rui Pena & Arnaut: qualidade e profissionalismo”, conclui.

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Gigante espanhol que anda às compras em Lisboa de olho nas SIGI em Portugal

A Merlin Properties, uma SOCIMI espanhola que tem comprado vários imóveis em Lisboa, admite que investir através das SIGI é uma possibilidade que está a ser estudada.

Investir através das Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI), ferramentas criadas recentemente pelo Governo, é uma possibilidade que está a ser estudada pela Merlin Properties, uma SOCIMI espanhola bastante reconhecida em Espanha e com vários imóveis adquiridos em Lisboa. João Cristina, responsável em Portugal, reconhece o problema da falta de oferta de habitação no país, mas acredita que as SIGI serão capazes de “fechar o gap entre a oferta e a procura”.

“Olhamos com bastante interesse para o mercado nacional. Há uma dinâmica inegável dentro do mercado imobiliário e o regime das SIGI é uma possibilidade”, admitiu esta quarta-feira João Cristina, diretor da Merlin Properties em Portugal, durante uma conferência sobre as SIGI, organizada pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) e pela consultora Worx.

Com cerca de 12 mil milhões de euros em ativos sob gestão, o responsável da SOCIMI espanhola explica que, de todos os investimentos que tem vindo a realizar em território nacional — com quase mil milhões de euros em ativos sob gestão –, são feitos através de SPV [sociedades-veículo]. E o regime das SIGI simplificaria bastante societariamente o nosso investimento e, obviamente, a questão fiscal é importante. A questão do imposto de selo é uma dúvida que temos“, continuou.

A Merlin Properties investe, sobretudo, em imobiliário comercial. É atualmente proprietária de imóveis como o Almada Fórum, que comprou por mais de 400 milhões de euros, ou a Torre Fernão Magalhães, no Parque das Nações. Mas João Cristina reconhece que, “infelizmente, Portugal é um país que necessita muito de investimento estrangeiro”.

“Há um desequilíbrio claro do lado da oferta, no residencial é evidente, mas também noutros [setores]. E criando esta figura, naturalmente o capital acabará por fluir e por se fechar este gap entre a oferta e a procura“.

E é por acreditar nestas figuras que está em cima da mesa o investimento nas mesmas: “Ainda estamos a analisar. Essa análise está a acontecer, mas ainda existem algumas dúvidas”, rematou.

(Notícia atualizada às 13h43 com mais informação)

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Comissão especial do PE propõe abolição dos vistos gold

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2019

A comissão especial da Assembleia Europeia sobre os crimes financeiros e a elisão e evasão fiscais propõe a abolição dos vistos gold, por considerar que os riscos são superiores aos benefícios.

A comissão especial do Parlamento Europeu sobre os crimes financeiros e a elisão e evasão fiscais aprovou esta quarta-feira um relatório no qual propõe a abolição dos vistos gold, por considerar que os riscos daqueles programas são superiores aos eventuais benefícios económicos.

No relatório, aprovado por 34 votos a favor, quatro contra e três abstenções, a comissão parlamentar considera que os potenciais benefícios económicos dos regimes de vistos gold “não compensam os riscos graves de segurança, de branqueamento de capitais e de evasão fiscal que apresentam”.

Por isso, apelam aos Estados-membros para que “revoguem de forma progressiva todos os regimes de cidadania pelo investimento e de residência para atividade de investimento o mais rapidamente possível”.

Até abolirem os vistos gold, os Estados-membros devem assegurar que as medidas de diligência reforçada quanto à clientela, exigidas pela diretiva contra o branqueamento de capitais, sejam devidamente aplicadas àqueles que apresentam pedidos de cidadania ou residência ao abrigo destes regimes, diz o relatório, recordando que esta diretiva impõe medidas de diligência adicionais para as pessoas politicamente expostas.

Os eurodeputados instam a Comissão Europeia a “acompanhar de forma rigorosa e contínua a correta execução e aplicação das medidas de diligência devida quanto à clientela no âmbito dos regimes de cidadania pelo investimento e de residência para atividade de investimento, até terem sido revogados por todos os Estados-membros”.

Em 23 de janeiro, o executivo comunitário reconheceu que os vistos gold apresentam riscos para a União Europeia (UE), nomeadamente em termos de segurança, lavagem de dinheiro, corrupção e evasão fiscal, e alertou para a falta de transparência destes esquemas nos Estados-membros.

Num relatório sobre os programas de autorizações de residência (vistos gold) e de cidadania por investimento (passaportes gold), a Comissão alertou para a falta de transparência e supervisão dos programas de atribuição de vistos gold, criticando a ausência de monitorização e de estatísticas relativamente ao número de pessoas a quem foi concedida autorização de residência, e também para a escassez de informação disponível sobre os candidatos, que suscita preocupações de segurança.

“As autorizações de residência obtidas em virtude de um investimento, que exijam apenas uma presença física limitada ou mesmo nula do investidor no Estado-membro em causa, são suscetíveis de ter um impacto na aplicação do estatuto de residente de longa duração na UE e dos direitos a ele associados, podendo mesmo assegurar um procedimento acelerado para a obtenção da cidadania nacional e, por conseguinte, da cidadania da UE”, notou o executivo comunitário.

Sem nunca mencionar diretamente o caso de Portugal, que aparece referido apenas com um dos 20 países onde existe um programa de vistos gold, Bruxelas declarou que estes “esquemas” apresentam “riscos sérios de segurança” para os Estados-membros e para o bloco comunitário.

Desde a criação do programa de Autorização de Residência para a Atividade de Investimento (ARI) em Portugal, em outubro de 2012, e até janeiro deste ano, já foram atribuídas 7.107 autorizações de residência, 4.127 dos quais a cidadãos chineses, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Contabilizando as autorizações de residência a familiares reagrupados, o número ascende aos 12.056.

De acordo com os dados do SEF, os vistos gold já renderam aos cofres do Estado 4,335 mil milhões de euros, com cerca de 3,928 mil milhões a resultarem da aquisição de bens imóveis e pouco mais de 400 mil de transferência de capital.

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CIP: Banca está a falhar no financiamento do investimento em Portugal e no estrangeiro

  • Lusa
  • 27 Fevereiro 2019

Na opinião de António Saraiva, as dificuldade de acesso ao financiamento têm dificultado o relançamento mais forte do investimento das empresas portuguesas em Portugal e no estrangeiro.

O presidente da CIP – Confederação Empresarial de Portugal, António Saraiva, defendeu, esta quarta-feira, que o setor bancário está a falhar na sua missão de financiar o investimento das empresas portuguesas do setor produtivo em Portugal e no estrangeiro.

“As dificuldades de acesso ao financiamento têm constituído um sério constrangimentos a um relançamento mais forte do investimento das empresas portuguesas em Portugal e no estrangeiro”, disse António Saraiva na abertura da conferência “Financing Investment in Africa”, em parceria com o Banco Europeu de Investimento (BEI) e a SOFID – Sociedade para o Desenvolvimento do Financiamento, que decorre esta manhã em Lisboa.

“O sistema bancário, apesar de mais capitalizado e dispondo de mais liquidez, continua a não cumprir cabalmente a sua função de intermediação entre poupança e investimento, falhando na canalização de recursos financeiros para o setor produtivo“, acrescentou o industrial.

Esta situação, continuou, “é particularmente perturbadora porque uma das fragilidades estruturais do nosso tecido empresarial é a excessiva dependência de crédito bancário, sobretudo de curto prazo”.

Para a CIP, “tendo em conta o volume de financiamentos disponibilizado pelas organizações internacionais para a cooperação e o desenvolvimento nestes mercados, era evidente que estávamos a passar ao lado de oportunidades que não podiam ser desperdiçadas”.

Na abertura da conferência, António Saraiva argumentou que “os países africanos precisam de explorar os mercados globais de forma mais eficaz a fim de fortalecer suas economias” e salientou que os países “necessitam de capacitar a sua população através do investimento na capacitação e na tecnologia adequadas para impulsionar o desenvolvimento, e participar de forma mais eficaz na produção global de bens e serviços originando, simultaneamente, um impacto positivo na vida das pessoas”.

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Portugal cresce, mas Bruxelas ainda vê desequilíbrios na economia

A elevada dívida pública e privada e a percentagem de crédito malparado constituem as principais vulnerabilidades da economia portuguesa. A Comissão Europeia quer ver a produtividade a crescer.

A economia portuguesa está a crescer, mais até do que a média dos seus parceiros comerciais, o défice está a corrigir, mas a Comissão Europeia ainda vê desequilíbrios macroeconómicos e sociais. Numa análise aos progressos económicos e sociais dos estados-membros, Bruxelas avisa Portugal que as elevadas dívidas pública e privada bem como o peso do crédito malparado constituem “vulnerabilidades” para a economia num contexto de baixo crescimento da produtividade.

O executivo comunitário publica esta quarta-feira uma avaliação aos avanços económicos e sociais feitos pelos estados-membros da União Europeia, um trabalho que deverá ser tido em conta pelos vários países em abril quando atualizarem o Programa Nacional de Reformas e o Programa de Estabilidade. Depois disso, a Comissão Europeia volta a fazer recomendações específicas para cada um dos países. Um trabalho que faz parte do ciclo de avaliação do semestre europeu.

Na avaliação anual à situação económica e social dos estados-membros, a Comissão Europeia defende a necessidade de promover o investimento, continuar políticas orçamentais responsáveis e implementar reformas bem desenhadas. Alguns desequilíbrios que os Estados-membros enfrentam têm sido minimizados ou resolvidos, graças ao crescimento económico e a políticas dos Estados-membros, mas há desafios futuros para resolver, mais ainda quando a Europa está perante um abrandamento económico. A redução da dívida, o aumento da produtividade, um investimento maior e melhor e a redução das desigualdades são as áreas em que Bruxelas quer ver respostas dos países.

Em reação ao relatório da Comissão, ao final do dia, o Ministério das Finanças emitiu um comunicado no qual garante que, “em linha com o Programa Nacional de Reformas, o Governo prosseguirá os esforços de transformação estrutural da economia portuguesa, garantindo fundamentos sólidos para a convergência europeia, no equilíbrio das contas públicas, na promoção de um crescimento sustentável e inclusivo e no reforço da competitividade externa da economia”.

Para Portugal, a Comissão recomenda reforço do investimento relacionado com eficiência de recursos e prevenção de riscos climáticos.

Tal como em 2018, este ano Portugal faz parte do grupo de países com desequilíbrios macroeconómicos. Desta lista fazem parte 10 países, entre eles a Alemanha, a Espanha e a França. Três países apresentam desequilíbrios excessivos: Chipre, Grécia e Itália.

Esta avaliação centrada na frente económica e social complementa a que a Comissão faz para a frente orçamental. Neste campo, Portugal saiu do braço corretivo do Pacto de Estabilidade e Crescimento quando deixou de ter um défice acima de 3% do PIB, encontrando-se atualmente no braço preventivo do Pacto. Ou seja, continua a ter de cumprir regras, mas a vigilância não é tão apertada.

“Portugal enfrenta desequilíbrios. O elevado stock de responsabilidades com o exterior, a dívida pública e privada, a elevada percentagem de crédito malparado constituem vulnerabilidades no contexto de baixo crescimento da produtividade”, diz o resumo da Comissão Europeia sobre o relatório para Portugal.

Bruxelas explica que a balança corrente está globalmente equilibrada mas desafia Portugal a manter uma “posição prudente” e “ganhos de competitividade” para assegurar um ajustamento das responsabilidade dos país face ao exterior.

Dados recentes do Banco de Portugal indicam que a dívida externa baixou no ano passado para 101,3% do PIB, mas o excedente da balança corrente e de capital encolheu para 0,4% do PIB, o pior registo desde 2012.

O executivo comunitário reconhece os esforços de redução do endividamento público e privado, bem como os esforços para reduzir os “riscos” em torno do setor financeiro. No entanto, deixa o alerta: “O elevado peso do crédito malparado diminui mas ainda está relativamente alto”.

“Dizemos que houve progressos consideráveis, mas ainda há um pouco, não um pouco, algum trabalho a ser feito, que esperamos que seja prosseguido”, disse Pierre Moscovici, o comissário para os Assuntos Económicos, na conferência de imprensa de apresentação da avaliação de Bruxelas à situação económica e social dos Estados-membros, citado pela Lusa.

“Garantir um crescimento mais elevado da produtividade é a chave para melhorar as perspetivas em torno da competitividade, da desalavancagem e do crescimento potencial”, diz a Comissão.

Bruxelas assinala a descida do desemprego e os ajustamentos no mercado de trabalho, mas destaca falhas no mercado do produto e dos serviços. “A adoção e implementação de vários planos de reforma, incluindo reformas estruturais a nível orçamental destinadas a melhorar a sustentabilidade das finanças públicas, precisam de ser acompanhadas”, afirma a Comissão.

(Artigo atualizado às 19h47 com a reação do Ministério das Finanças)

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Football Leaks. António Cluny desmente “conflito de interesses” por causa do filho, advogado da Morais Leitão

  • ECO
  • 27 Fevereiro 2019

O procurador da Eurojust não declarou que o filho, João Lima Cluny, era advogado da Morais Leitão, que tem em mãos processos ligados a visados da fuga de informação. Jornais falam em imparcialidade.

António Cluny, representante de Portugal na Eurojust, rejeitou a hipótese de um conflito de interesses entre a função que desempenha e as investigações do organismo europeu de cooperação judiciária aos casos denunciados pelo ‘Football Leaks’, segundo declarações suas à Lusa esta terça-feira.

Em causa está o facto de não ter declarado que o filho, João Lima Cluny, é advogado associado da Morais Leitão, escritório que tem em mãos processos ligados a visados pela fuga de documentos e que representa Cristiano Ronaldo, José Mourinho e outros agentes do mundo do futebol. A questão foi levantada pelo alemão Der Spiegel e pelo jornal francês Mediapart.

“Não tive nenhuma intervenção processual nesses processos, apenas de relações públicas, explicando numa conferência de imprensa [em Haia, a 19 de fevereiro] a posição portuguesa relativamente à cooperação judiciária nos casos que deram origem à reunião de coordenação na Eurojust”, explicou António Cluny.

Segundo o procurador-geral-adjunto português, o sistema de distribuição automática de processos na instância europeia é prova de que não interveio em nenhum, assumindo apenas um papel de “porta-voz do gabinete português na Eurojust, de natureza não processual”.

Segundo o Mediapart, esta situação põe mesmo “em causa a imparcialidade de Portugal em relação ao denunciante” — o ‘hacker’ português, Rui Pinto, identificado como um dos responsáveis pelo ‘Football Leaks’.

António Cluny desmentiu qualquer envolvimento do filho, justificando que este “não tem nenhuma procuração em nenhum dos processos” em investigação, bem como do escritório da Morais Leitão. “O Der Spiegel faz uma interpretação de factos”, disse. “Não afirmam, sequer, que eu ou o meu filho tivemos intervenção no processo, mas dá jeito vir criar uma nuvem de suspeição”.

O procurador disse ainda que os processos “foram despachados por outro colega”, assim como o mandado de detenção europeu de Rui Pinto, detido desde janeiro e atualmente em prisão domiciliária na Hungria.

Entretanto, João Lima Cluny também já fez saber que não existe “qualquer situação de conflito de interesses” no âmbito das investigações aos casos do ‘Football Leaks’, pelo facto de ser filho do representante português no Eurojust, disse, em comunicado enviado à Lusa, esta quarta-feira.

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