Bruxelas opina sobre projetos orçamentais mas de Portugal só tem ‘rascunho’

  • Lusa
  • 19 Novembro 2019

A Comissão Europeia publica esta quarta-feira as análises aos orçamentos dos países da Zona Euro. Portugal só enviou um esboço, por isso a análise só poderá ser feita depois de apresentada a proposta.

A Comissão Europeia publica esta quarta-feira o “pacote de outono” do semestre europeu, que inclui pareceres sobre os projetos orçamentais dos países da zona euro, sendo que no caso português Bruxelas continua a ter apenas um ‘rascunho’.

O “pacote de outono”, uma das principais etapas do semestre europeu de coordenação de políticas económicas e orçamentais, inclui ainda o relatório sobre o mecanismo de alerta de desequilíbrios macroeconómicos – sendo Portugal um dos países abrangidos -, a análise anual do crescimento, que passa em revista a economia europeia, uma recomendação sobre a política económica da zona euro e, por fim, um relatório sobre o emprego.

Relativamente aos pareceres sobre os projetos de orçamento dos Estados-membros para 2020, Bruxelas ainda não pode verdadeiramente pronunciar-se sobre Portugal, dado só ter para análise o projeto de plano orçamental enviado, em 15 de outubro passado, ainda pelo anterior executivo.

Na sequência das eleições legislativas de 06 de outubro, o novo Governo liderado por António Costa ainda não tinha tomado posse por ocasião da data-limite dada aos Estados-membros para enviarem para Bruxelas os seus projetos orçamentais para o ano seguinte (15 de outubro), razão pela qual Lisboa enviou apenas um plano com base em “políticas inalteradas”, que deverá complementar e apresentar à Comissão assim que houver um projeto orçamental, que está agora a ser discutido.

Bruxelas deverá por isso limitar-se a repetir as advertências que deixou já em 22 de outubro, quando, após uma análise preliminar ao ‘esboço’ orçamental, considerou que o mesmo aponta para o risco de um desvio das metas fixadas a nível de saldo estrutural e dívida pública, solicitando por isso a apresentação, o mais brevemente possível, de um documento atualizado que “garanta o cumprimento” das regras europeias.

No projeto de plano orçamental, o Governo antecipou que o défice fique este ano em 0,1% do PIB, menos uma décima do que o previsto no Programa de Estabilidade 2019-2023, apresentado em abril, prevendo para 2020 um saldo orçamental nulo, menos três décimas face ao excedente de 0,3% previsto no Programa de Estabilidade.

Já mais recentemente, nas suas previsões económicas de outono, a Comissão Europeia ‘alinhou’ as suas previsões com as do Governo, antecipando um défice de 0,1% do PIB este ano e ‘défice zero’ no próximo, com base num cenário de políticas invariantes, “e na ausência de um Projeto de Plano Orçamental completo para 2020”.

O “pacote de outono” da Comissão Europeia será discutido na reunião do colégio na quarta-feira de manhã e apresentado logo a seguir, na sede do executivo comunitário, pelos comissários Valdis Dombrovskis (Euro) e Pierre Moscovici (Assuntos Económicos), poucos dias antes de a ‘Comissão Juncker’ passar o testemunho à nova Comissão de Ursula von der Leyen.

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Quase 500 emigrantes pediram apoio financeiro para voltar a Portugal

Desde o arranque do Programa Regressar, em julho, deram entrada quase quatro mil pedidos de esclarecimento, mas só 481 emigrantes apresentaram candidaturas.

O Instituto do Emprego e da Formação Profissional (IEFP) recebeu, nos primeiros quatro meses do Apoio ao Regresso de Emigrantes a Portugal, 481 candidaturas. Desde o final de julho, deram entrada quase quatro mil pedidos de esclarecimento sobre o programa, mas só cerca de cinco centenas de emigrantes candidataram-se efetivamente ao apoio, que pode chegar aos 6.500 euros por agregado familiar. A esses 481 candidatos, somam-se 544 elementos dos respetivos agregados familiares, que também poderão ser abrangidos por esta medida.

O Programa Regressar tem como objetivo apoiar o retorno dos emigrantes que foram forçados a sair do país durante a crise, estando previstas uma série de medidas, de um desconto de 50% no IRS para esses portugueses a uma linha de crédito específica para investidores emigrados, passando por um apoio financeiro.

A 22 de julho, arrancaram as candidaturas a esse último apoio, que inclui não só a comparticipação das despesas de viagens de regresso (até 1.307,28 euros), das despesas de transporte de bens (até 871,52 euros) e das despesas com o reconhecimento das qualificações académicas e profissionais (até 435,76 euros), mas também uma ajuda financeira direta no valor de seis vezes o Indexantes dos Apoios Sociais, ou seja, 2.614,5 euros. O IEFP tem um orçamento de dez milhões de euros para esta medida este ano, estando em causa um universo potencial de 1.500 pessoas.

Os destinatários desta medida têm de ter emigrado até 31 de dezembro de 2015, tendo residido por, pelo menos, 12 meses no estrangeiro, onde devem ter exercido uma atividade remunerada por conta própria ou de outrem. Além disso, estes emigrantes interessados em regressar têm de iniciar atividade laboral em Portugal (até dezembro do próximo ano) mediante contrato sem termo e por conta de outrem (a tempo parcial ou completo) de modo a conseguirem estes apoios. Acresce ainda que os interessados têm de ter a situação contributiva e tributária regularizada e não estar em incumprimento de outros apoios concedidos pelo IEFP.

As candidaturas a este apoio são feitas através do portal online do IEFP, plataforma na qual decorre todo o processo. Nos primeiros quatro meses deste programa, quase 500 emigrantes seguiram todos estes passos e completaram com sucesso a sua candidatura. Dessas 481 candidaturas, 70% dizem respeito a pessoas que saíram de Portugal entre 2011 e 2015; 45% são relativas por pessoas com o ensino superior; e cerca de 83% dos candidatos têm entre 25 e 44 anos, informa o Ministério do Trabalho.

O gabinete de Ana Mendes Godinho nota ainda que aos 481 candidatos juntam-se 544 elementos dos respetivos agregados familiares, totalizando 1.025 pessoas potencialmente abrangidas por este apoio.

“Uma parte significativa dos candidatos estava emigrada no Reino Unido (19%), França (17%), Suíça (14%), Brasil (8%), Espanha (6%) e Angola (6%)”, salienta ainda o Ministério. As 481 candidaturas comparam, por outro lado, com os 3.850 pedidos de informação recebidos pelo IEFP.

(Notícia atualizada às 12h43 com mais informação)

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Dabox, da CGD, “chega” aos clientes dos outros bancos

  • ECO
  • 19 Novembro 2019

A Dabox, a nova app da CGD, já pode ser utilizada por clientes de outros bancos. Permite, numa única plataforma, ter aceso a todas as contas bancárias.

Cerca de um mês e meio depois de ter sido lançada, a Dabox está agora aberta a clientes de outros bancos para além da Caixa Geral de Depósitos (CGD). A nova app do banco público, que conta já com mais de 20 mil downloads só de clientes do banco público, chega agora aos smartphones dos restantes clientes bancários nacionais, prometendo ser uma ajuda na gestão das finanças pessoais.

A Dabox, destinada a todos os clientes que sejam, ou não, clientes da CGD, e é a resposta da CGD a aplicações financeiras emergentes como a da Revolut. De acordo com o banco, o objetivo é “ajudar os portugueses a tirarem partido do seu dinheiro”.

Em termos práticos, a nova aplicação permite a consulta dos saldos e movimentos das contas à ordem de diferentes bancos, sem que para tal tenham de consultar outras apps.

Além disso, possibilita aos utilizadores o acesso a funcionalidades que permitem compreender o destino que é dado ao dinheiro e ajudar nessa gestão. Tal é feito através de funcionalidades como a categorização automática de movimentos efetuados nas diferentes contas bancárias que reúne, bem como a definição de orçamentos e objetivos de poupança, e a partilha de dicas.

Ainda durante este ano, a CGD vai ter algumas novidades, desde melhorias ao nível da experiência de utilizador, serviço de iniciação de pagamentos e disponibilização de agregação de mais bancos.

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Direito a desligar? Quase 40% dos trabalhadores são contactados fora do horário

De acordo com o INE, quase 40% dos trabalhadores são contactados por motivos profissionais fora do horário do trabalho. E quase 30% dizem trabalhar sempre ou muitas vezes sob pressão de tempo.

Nos últimos dois meses, quase 40% da população empregada portuguesa foi contactada por motivos profissionais durante o período de descanso. De acordo com os dados divulgados, esta terça-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), 13,2% dos trabalhadores que foram contactados pelos empregadores foram mesmo levados a trabalhar fora do horário normal.

Segundo o Inquérito ao Emprego, 55,3% da população empregada nunca foi contactada profissionalmente fora do horário de trabalho, nos últimos dois meses. Em sentido inverso, quase 40% dos trabalhadores receberam este tipo de contactos: 20,2% uma ou duas vezes; 5,3% mais do que duas vezes, mas sem expectativas de diligências; 13,2% mais do que duas vezes e com expectativas de diligências.

“Por atividade económica, a maior percentagem verificou-se na agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca (83,3%) e a menor nas atividades imobiliárias (31%)”, observa o INE.

Este dado é especialmente relevante num momento em que o direito a desligar está em discussão, depois de ter ficado inscrito na lei francesa. Em Portugal, vários partidos (PS, PCP e BE) tentaram seguir o exemplo de França no âmbito revisão do Código do Trabalho, mas a norma acabou por ser chumbada, por divergências na formulação desta medida.

Ainda que não esteja previsto na lei, o direito à desconexão já está inscrito no acordo de empresa do Banco de Portugal, que estipula a proibição de o empregador “exigir que o trabalhador se mantenha conectado durante os seus períodos de descanso”.

Portugueses trabalham sob pressão

Os dados divulgados, esta terça-feira, pelo INE indicam que 28,8% dos trabalhadores dizem trabalhar sempre, ou muitas vezes, sob pressão de tempo, “tendo de terminar tarefas e trabalhos ou tomar decisões dentro de prazos considerados insuficientes”.

“Nos três níveis de escolaridade considerados, a percentagem é maior entre aqueles que têm ensino superior (41,8%) e menor entre aqueles com escolaridade até ao ensino básico – 3º ciclo (18,6%). Entre as atividades económicas com valores significativos, a maior percentagem verificou-se nas atividades financeiras e de seguros (52,3%)“, destaca o INE.

Ainda assim, 63,3% dos trabalhadores garantem que o seu horário diário é apenas pontualmente alterado (apenas uma vez por mês ou nunca) devido às exigências do trabalho, dos clientes ou dos superiores hierárquicos. Em sentido inverso, 19,6% dos trabalhos veem os seus horários mudados por essas razões todas as semanas e 5,3% todos os meses.

“São mais as mulheres quem menos frequentemente tem de alterar as suas horas habituais de trabalho (66,4%, contra 60,2% dos homens)”, detalha o INE, referindo que é nas indústrias transformadoras que se regista o maior número destas situações.

Tirar uns dias de férias “é fácil”

Quem define o horário? Para 64,7% dos trabalhadores o horário é decidido pelo empregador, clientes ou disposições legais e não pelo próprio. Ainda assim, 67,6% dizem que é fácil ou muito fácil ausentar-se, por motivos pessoais ou familiares, do seu local de trabalho por um curto período de tempo (uma ou duas horas), avisando no próprio dia ou na véspera.

Para 42,8% da população empregada (46,2% entre os homens e 39,4% entre as mulheres) é fácil ou muito fácil tirar um ou dois dias de férias planeados com pouca antecedência. Esta percentagem é mais baixa entre os trabalhadores por conta de outrem (39,9%)”, acrescenta o INE.

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Morreu o músico José Mário Branco

  • Lusa
  • 19 Novembro 2019

José Mário Branco nasceu em 1942 no Porto e foi considerado um dos artistas mais importantes da música portuguesa, especialmente no perído da Revolução de Abril de 1974. Faleceu aos 77 anos.

O músico José Mário Branco morreu aos 77 anos, disse esta terça-feira à agência Lusa o seu ‘manager’, Paulo Salgado.

Nascido no Porto, em maio de 1942, José Mário Branco é considerado um dos mais importantes autores e renovadores da música portuguesa, em particular no período da Revolução de Abril de 1974, cujo trabalho se estende também ao cinema, ao teatro e à ação cultural.

Foi fundador do Grupo de Ação Cultural (GAC), fez parte da companhia de teatro A Comuna, fundou o Teatro do Mundo, a União Portuguesa de Artistas e Variedades e colaborou na produção musical para outros artistas, nomeadamente Camané, Amélia Muge, Samuel e Nathalie.

Em 2018, José Mário Branco cumpriu meio século de carreira, tendo editado um duplo álbum com inéditos e raridades, gravados entre 1967 e 1999. A edição sucede à reedição, no ano anterior, de sete álbuns de originais e um ao vivo, de um período que vai de 1971 e 2004.

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Multinacionais pagam mais 395 euros de salário que as portuguesas

Pagam mais e empregam, em média, mais trabalhadores. São assim as empresas estrangeiras que no ano passado tinham uma filial em Portugal.

O número de filiais de empresas estrangeiras em Portugal aumentou 1,8% no ano passado para 6.825, revelou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Estas empresas, que empregam quase meio milhão de trabalhadores, pagam em média um salário mensal de 1.354 euros, mais 395 que as nacionais.

Apesar do aumento do número de filiais face ao ano anterior, os dados do INE mostram um abrandamento, já que entre 2016 e 2017 o número de multinacionais tinha aumentado 4,4%.

A tendência de desaceleração é transversal a praticamente todos os setores de atividade, havendo mesmo dois onde o número de filiais estrangeiras se reduziu face ao ano anterior. São eles o comércio (com uma queda de 0,6% entre 2017 e 2018, o que compara com uma subida de 0,2% no ano anterior) e os transportes e armazenagem (um recuou de 0,3% entre 2017 e 2018, o que compara com um crescimento de 4,3% no ano anterior).

Na ponta oposta está o setor do alojamento e restauração, onde o número de filais registou um crescimento superior ao do ano anterior (11% contra 10%) – um movimento em contraciclo que não deverá ser indiferente à evolução do setor do turismo.

Embora este setor tenha apresentado este desempenho favorável ao nível do número de filiais criadas, o Valor Acrescentando Bruto (VAB) por elas gerado está a perder força. “Por atividade económica, os Outros serviços e a Construção e atividades imobiliárias evidenciaram as taxas de crescimento mais elevadas do VAB (+10,7% e +8,9%, respetivamente) das filiais estrangeiras, em 2018. O Alojamento e restauração, que entre 2016 e 2017 tinha apresentado a maior taxa de crescimento do VAB das filiais (+37,9%), registou uma desaceleração no crescimento do VAB (+1,3%) entre 2017 e 2018”, diz o INE.

Com uma dimensão habitualmente superior à das empresas nacionais, as empresas estrangeiras revelam capacidade para empregar um maior número de pessoas. “Em termos médios, cada filial estrangeira empregava cerca de 71 pessoas, em 2018 (+3,3 pessoas face ao ano anterior), número muito superior ao das sociedades nacionais que empregavam em média apenas cerca de 8 pessoas”, escreve o INE.

Mais produtividade. Salário mais alto

Ao mesmo tempo que são mais produtivas quando comparadas com as empresas nacionais, as estatísticas sobre as filias de empresas estrangeiras em Portugal revelam também que estas pagam remunerações mais altas.

“A produtividade aparente do trabalho das filiais estrangeiras aumentou de 43.237 euros em 2010 para 44.487 euros em 2018. Entre 2010 e 2018, as filiais estrangeiras registaram, em média, uma produtividade aparente do trabalho superior à das sociedades nacionais em cerca de 18,1 mil euros”, escreve o INE numa análise a uma série de nove anos.

“Tal como observado para a produtividade, também a remuneração média mensal foi sempre superior nas filiais estrangeiras, em média +394,7 euros do que nas sociedades nacionais. A remuneração mensal por pessoa ao serviço remunerada das filiais de empresas estrangeiras, em 2018, atingiu 1.354 euros, bem acima do valor correspondente para as sociedades nacionais (966 euros)“, afirma o instituto estatístico, acrescentando que o valor do salário médio nas empresas estrangeiras em Portugal atingiu em 2018 o valor mais alto desde 2010.

No entanto, esta diferença de salários entre as filiais estrangeiras e as empresas nacionais, de 388 euros em 2018, encurtou face ao ano anterior, quando esta divergência era de 408 euros.

Os dados do INE mostram ainda que as filiais estrangeiras em Portugal têm taxas de investimento superiores às das empresas nacionais, mas enquanto as primeiros estão a recuar as segundas estão a aumentar.

Analisando a origem das sociedades que escolhem Portugal, o INE revela que 22,1% das empresas têm origem em Espanha, mas são as francesas que geram mais riqueza em Portugal, quando medido pelo VAB (24,7%).

(Notícia atualizada às 12h23 com mais informação)

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Banco de Espanha sugere que é melhor comprar casa do que arrendar

  • ECO
  • 19 Novembro 2019

Comprar ou arrendar casa? O Banco de Espanha sugere que o primeiro é mais vantajoso, já que a subida das rendas tem pesado cada vez mais sobre os rendimentos dos inquilinos.

É mais vantajoso comprar ou arrendar casa? O Banco de Espanha apoia a primeira opção, avança o El Economista, esta terça-feira. A subida dos preços das rendas sentida nos últimos anos ajuda a explica esta conclusão, já que face a essa tendência os inquilinos têm vindo a dedicar uma porção mais considerável dos seus rendimentos a esse gasto, tornando a compra através de um crédito habitação mais apelativa.

De acordo com o Banco de Espanha, os agregados familiares que escolheram comprar as suas casa, durante o período de crise, tiveram de reservar uma parte maior dos seus rendimentos para essa despesa. Isto porque os espanhóis nestas circunstâncias prefeririam mesmo adiar algumas despesas de modo a garantir que o pagamento do crédito em causa.

Por outro lado, nos últimos anos — que ficaram marcados pela recuperação da economia — o mercado imobiliário começou a registar maior atividade, o que foi acompanhado por uma subida significativa dos preços das rendas. O custo médio de um imóvel arrendado subiu mesmo 16,3%, o que está a obrigar os inquilinos a reservar mais dinheiro para fazer face a essa despesa.

O estudo salienta ainda a relação entre o tipo de contrato de trabalho e a taxa de poupança, indicando que a aproximação do fim de um contrato a termo implica uma redução de 8% dos gastos de um determinado agregado familiar. Já a conversão de um contrato a termo num contrato sem termo aparece ligada a um aumento dos gastos.

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Maioria dos bancos alemães já cobra taxa nos depósitos dos grandes clientes

  • ECO
  • 19 Novembro 2019

Na Alemanha há bancos a aplicar juros negativos nos depósitos acima de 100 mil euros. A prática é polémica, mas as críticas vão para Draghi, ou para o Conde Draghila, o "vampiro que suga poupanças".

Quase 60% dos bancos alemães já estão a cobrar uma taxa de juro nos depósitos dos grandes clientes. E mais de 20% já aplica mesmo taxas negativas aos clientes de retalho.

O Bundesbank realizou um inquérito junto dos 220 bancos no final de setembro, ou seja, duas semanas depois de o BCE ter cortado a taxa de depósitos para -0,5%, tendo criado um sistema de dois escalões em que uma parte do excesso de liquidez do banco fica isenta deste encargo.

Os resultados mostram que 58% dos bancos responderam que estão a impor juros negativos em alguns depósitos corporate e 23% disseram que estão a fazer o mesmo nos depósitos de clientes do segmento do retalho, segundo adianta o Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês) citando dados do inquérito do Bundesbank.

A prática não é pacífica na Alemanha. Por cá, a discussão pública em torno do tema é mais recente, mas igualmente pouco consensual. A Associação Portuguesa de Bancos está a discutir com o Banco de Portugal a possibilidade de cobrar uma comissão nos depósitos de multinacionais e empresas públicas, deixando de fora as famílias, tendo em conta que a lei portuguesa não permite a aplicação de juros negativos aos clientes — que o Governo não vai mexer, segundo disse ao ECO fonte das Finanças.

Tanto cá como na Alemanha, a discussão surge por causa da política do BCE, que é visto, entre os alemães, como uma entidade que penaliza quem poupa. O FT dá como exemplo um artigo no jornal alemão Bild, em que Mario Draghi, que se abandonou recentemente a liderança do BCE, surge retratado como o “Conde Draghila”, o vampiro que suga as poupanças das famílias.

O CFO do Deutsche Bank, James von Moltke, revelou no mês passado aos analistas que o maior banco alemão está a acelerar os esforços para passar as taxas de juro negativas para os clientes depois de concluir que poderia fazê-lo em relação a cerca de um quinto dos seus depósitos de retalho. O Commerzbank disse este mês que vai começar a cobrar uma taxa nos depósitos de clientes de retalho com mais de um milhão de euros.

O Berliner Volksbank fez uma das movimentações mais agressivas no setor: começou a aplicar uma taxa de -0,5% sobre todos os depósitos acima de 100 mil euros.

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Portugal negoceia com Holanda mega fábrica de hidrogénio em Sines

  • ECO
  • 19 Novembro 2019

Governo está em negociações com a Holanda para instalar uma unidade de produção de hidrogénio verde em Sines.

Portugal está a negociar com a Holanda a possibilidade de instalar em Sines uma unidade de produção de hidrogénio verde, alimentada por energia solar de um gigawatt, o que corresponde à energia consumida por um milhão de casas. Este é um investimento avaliado em 600 milhões de euros, de acordo com a TSF.

“É um parque fotovoltaico com 1 Gigawatt em versão autoconsumo, que baixa ainda os custos de produção de eletricidade porque tem isenções de tarifas de acesso à rede. O Estado tem terrenos públicos em Sines que só podem ser utilizados em projetos industriais, o que pode ser um fator importante para baixar os custos de produção do hidrogénio e depois atrair grandes empresas nacionais para este projeto, empresas da área do gás e da logística e transportes”, sublinha à TSF o secretário de estado da energia, João Galamba.

João Galamba acrescenta ainda que “podemos dizer ao mundo e à Europa e sobretudo aos países do norte da Europa que precisam muito de hidrogénio nós temos uma coisa que o centro e o norte da Europa não tem que é capacidade de produzir eletricidade aos custos que tornam o hidrogénio viável”.

A unidade de Sines, com um gigawatt no reator de eletrólise, a trabalhar oito mil horas por ano pode produzir 160 milhões de quilos de hidrogénio, o que seria suficiente para abastecer uma frota de autocarros e camiões, com consumo de 20 quilos aos 100. Segundo descreve a TSF seria possível “alimentar 27 vezes uma frota do tamanho da Carris, que faz 29 milhões de quilómetros por ano”.

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Governo suspende 18 obras na ferrovia do Norte e Centro

  • ECO
  • 19 Novembro 2019

As 18 intervenções prioritárias na ferrovia do Norte e Centro apresentadas pelo Executivo em 2016 foram adiadas ou canceladas. Exemplo dessa suspensão é a eletrificação da linha do Douro ou do Minho.

A Ferrovia é considerada uma das grandes apostas do Governo. Ainda assim, 18 obras previstas no programa Ferrovia 2020 foram atrasadas ou adiadas pela Infraestruturas de Portugal (IP), sendo que pelo menos uma ficou sem data de execução, avança o Diário de Notícias (acesso pago). Este programa de recuperação e modernização dos caminhos-de-ferro foi apresentado em fevereiro de 2016 e previa um investimento de dois mil milhões de euros.

A eletrificação da linha do Douro, por exemplo, estava prevista estar terminada no final deste ano. No entanto, a eletrificação do troço entre Marco de Canaveses e a Régua foi cancelada devido a uma alteração do “consórcio projetista”. “As dificuldades técnicas evidenciadas pelo consórcio projetista obrigaram à revogação do contrato. A IP está atualmente a concluir a contratação de um novo consórcio projetista”, explica a empresa liderada por António Laranjo ao DN.

Também no Norte foi adiada a renovação do troço entre Válega e Espinho para 2022/2023, cuja conclusão estava prevista para setembro deste ano. “Nesta fase está a ser elaborado o projeto de execução, prevendo-se o lançamento do concurso de empreitada durante o ano de 2020”, esclarece a IP. Também a eletrificação da linha do Minho está a atrasada, sendo que apenas está concluída a sinalização.

O Diário de Notícias refere ainda que a ligação entre Espinho e Gaia só deverá estar terminada em 2022, o que representa um atraso de quase três anos relativamente à meta inicial. “Não temos quadros suficientes nas empresas, nem sequer na IP, como gente especializada em catenária. Também falta mão-de-obra para se poder fiscalizar as obras“, justifica o Bastonário da Ordem dos Engenheiros. Carlos Mineiro Aires sublinha que a isto “somam-se os maus financiamentos e o lançamento apressado de concursos”.

Além disso, há ainda um plano de renovação do troço entre a Covilhã e a Guarda, que deverá ficar pronto no terceiro trimestre de 2020, dois anos depois do previsto. A ligação entre a Pampilhosa da Serra e a Guarda vai estar encerrada entre o terceiro trimestre de 2021 e o primeiro trimestre de 2022. Pampilhosa da Serra e Mangualde só deverão ficar ligados em 2023.

No que toca à Beira Alta, a IP espera concluir os trabalhos no início de 2023. Por outro lado, na linha do Oeste a demora é ainda mais longa. No troço entre Mira Sintra-Meleças e Caldas da Rainha as obras só deverão arrancar no terceiro trimestre do próximo ano, precisamente na altura em que era previsto estarem concluídas. Já a Malveira e Torres Vedras deve ficar fechada entre novembro de 2021 e março de 2022. No Algarve, a eletrificação entre Tunes e Lagos e Faro e Vila Real de Santo António só deve ficar concluída em 2023.

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Revista de imprensa internacional

Bancos alemães cobram taxas negativas nos depósitos às empresas e o Banco de Espanha sugere que é melhor comprar casa do que alugar. Nintendo abre loja em Tóquio.

É mais vantajoso comprar casa ou arrendar? O Banco de Espanha apoia a primeira opção. Na Alemanha, a maioria dos bancos já está a cobrar taxas negativas às empresas. E no Reino Unido, a Tata Steel vai cortar três mil empregos. Do outro lado do oceano, há um novo capítulo na crise da Boeinh e a Nintendo abre a sua primeira loja no Japão.

Financial Times

Maioria dos bancos alemães já cobra taxas negativas às empresas

Cerca de 60% dos bancos germânicos estão a cobrar taxas negativas nos depósitos das empresas, revelam os dados publicados pelo Banco Central Alemão. Duas semanas depois do BCE ter cortado as taxas de depósito para 0,5%, 58% dos 220 bancos ouvidos revelaram que estavam a cobrar taxas negativas em alguns depósitos de empresas, uma prática que tem sido alvo de duras críticas na Alemanha.

Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago, conteúdo em inglês).

El Economista

Banco de Espanha sugere que é melhor comprar casa do que alugar

De acordo com o Banco de Espanha, desde que a economia começou a recuperar força, passou a ser mais vantajoso comprar casa através de uma crédito habitação do que arrendar esse mesmo imóvel. A explicar esta conclusão está a tendência de crescimento dos preços das rendas, nos últimos anos, o que está a levar os inquilinos a dedicar uma maior porção dos seus rendimentos a este gasto.

Leia a notícia completa no El Economista (acesso livre, conteúdo em espanhol)

Business Insider

Acionistas da Boeing processam administração por causa dos 737 Max

Os acionistas da Boeing vão processar o conselho de administração desta fabricante área por ter alegadamente ter ignorado por diversas vezes sinais alarmantes no que diz respeito aos 737 Max. Os acionistas acusam ainda a administração de não ter investigado com rigor o peso do software dos aviões em causa no primeiro acidente fatal, em outubro do ano passado. O processo nota ainda que a Boeing apressou-se no lançamento dos 737 Max no mercado, falhando na realização dos testes devidos.

Leia a notícia completa no Business Insider (acesso livre, conteúdo em inglês).

Bloomberg

Tata Steel elimina três mil postos de trabalho

A britânica Tata Steel pretende eliminar três mil postos de trabalho, nas suas operações europeias. Em comunicado, a gigante sublinha que os conflitos comerciais tornaram o mercado europeu numa “lixeira” para o excesso de aço. A ameaçar este setor tem estado, ainda, a redução da procura, o abrandamento da economia e a concorrência proveniente de países como a Turquia, a Rússia e a China.

Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Reuters

Nintendo abre primeira loja em Tóquio

A Nintendo acaba de abrir a sua primeira loja no Japão. A gigante dos videojogos escolheu o famoso bairro de Shibuya, em Tóquio, para instalar a sua primeira loja, que oferece agora uma variedade de itens relacionados com as personagens mais conhecidas da Nintendo, de Super Mário a Kirby. O sucesso deste estabelecimento ditará se se seguirão ou não outras lojas.

Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

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Brasileira Gooders chega a Portugal. Transforma as horas de voluntariado em benefícios

Dott e Cofina são alguns dos primeiros parceiros da startup de impacto social em território nacional. Gooders defende que "o bem recompensa".

A brasileira Gooders, startup de impacto social que troca horas de voluntariado por benefícios, acaba de chegar a Portugal para fazer o que melhor sabe: provar que “o bem recompensa”.

A base da empresa é um modelo de economia social que junta, na mesma plataforma, ONG’s, voluntários e marcas. O marketplace recompensa os voluntários são recompensados pelas horas que dedicam a causas, com benefícios e ofertas de produtos e serviços.

Portugal é o primeiro mercado europeu em que a startup inaugura atividade. Em Portugal, a Gooders nasce com mais de 400 ações disponíveis em cerca de 3.000 ONGs nacionais através da Bolsa de Voluntariado e também com alguns parceiros, entre os quais o site de compras online Dott, a mercearia online com aconselhamento de nutricionistas ProdTo e o grupo de comunicação Cofina.

“Portugal é um país solidário e temos mais manifestações de voluntariado do que muitos países desenvolvidos. Temos um povo que sabe bem acolher e cuidar e, por isso, faz todo o sentido criar um sistema de retorno para as pessoas que dedicam horas da sua vida a causas”, explica Pedro Borges, à frente da Gooders Portugal.

Como funciona?

Na base da lógica de atribuição de benefícios em troca de horas de voluntariado está uma relação simples: os utilizadores têm acesso a uma agenda atualizada das ações disponíveis e, por cada dez minutos de voluntariado, cada voluntário recebe um gooder, a moeda que assume diferentes valores por cada parceiro.

Qualquer pessoa pode registar-se na plataforma para ser voluntário. No final, os gooders podem ser trocados por descontos ou outros benefícios. A aposta em Portugal também está relacionada com a dimensão potencial do mercado: em 2018, a taxa de voluntariado foi de 7,8%, o que quer dizer que cerca de 695 mil pessoas realizaram pelo menos uma atividade solidária sem remuneração, de acordo com o Inquérito ao Trabalho Voluntário.

Fundada em São Paulo, no Brasil, a Gooders conta já com mais de 12.000 organizações na plataforma, e tem mais de 214.000 voluntários registados, estando associada a parceiros como a McDonald’s, a Samsung e a IBM.

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