Costa quer BE e PCP numa nova geringonça e já pediu reuniões para quarta-feira

  • ECO
  • 8 Outubro 2019

O PS contactou o BE, PCP-PEV, PAN e LIVRE para começar a discutir o futuro na quarta-feira. António Costa quer BE e PCP numa nova geringonça, mas socialistas admitem negociar orçamento a orçamento.

António Costa deverá ser indigitado esta terça-feira e já contactou o Bloco de Esquerda, o PCP e Os Verdes, o PAN e o LIVRE para agendar reuniões na quarta-feira, nas sedes de cada um destes partidos, e iniciar negociações tendo em vista uma futura geringonça alargada, de acordo com o Observador. As equipas negociais já estão definidas e a estratégia também: a prioridade é a renovação da geringonça com ambos BE e PCP, caso contrário poderá negociar orçamento a orçamento com quem der mais jeito, diz o Jornal de Notícias.

Na noite eleitoral António Costa já tinha admitido que queria alargar a geringonça aos novos partidos – com exceção da direita –, juntando o PAN e o LIVRE às negociações.

Os primeiros contactos informais já foram feitos para garantir que há reuniões esta quarta-feira, depois de o Presidente da República ouvir os partidos e indigitar o primeiro-ministro, diz o Observador, que adianta que António Costa pretende deslocar-se às sedes de cada um destes partidos para se reunir, juntamente com a equipa negociadora escolhida: Carlos César, presidente do PS; Ana Catarina Mendes, secretária-geral adjunta do PS; e Duarte Cordeiro, secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares.

De fora da equipa fica Pedro Nuno Santos, um dos obreiros da Geringonça e o responsável pela coordenação com os partidos nos primeiros três quartos da legislatura.

Segundo o Jornal de Notícias, o primeiro-ministro tem como primeiro objetivo conseguir um acordo alargado à esquerda para os quatro anos da legislatura, mas para isso tem de contar tanto com o Bloco de Esquerda como com o PCP.

O PCP, que reúne esta terça-feira o Comité Central para discutir o resultado eleitoral de domingo, com Jerónimo de Sousa a dizer que não pretende renovar o acordo de 2015 e que o seu partido irá determinar a sua posição consoante cada proposta. O PAN também já disse que não se quer juntar à geringonça, apesar de admitir negociar com o PS.

António Costa admite negociar orçamento a orçamento com o partido que lhe der a maioria necessária no Parlamento, já que os socialistas saíram reforçados nas eleições de domingo e já não precisam de tanto Bloco de Esquerda como do PCP para fazer aprovar legislação no Parlamento.

O mesmo diz o Público, que dá conta da confiança dos socialistas numa solução que garanta a estabilidade do país, com renovação da geringonça ou não.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

TAP recupera. Transporta 1,6 milhões de passageiros em setembro

Depois do melhor agosto de sempre, a companhia aérea portuguesa transportou no mês de setembro mais de 1,6 milhões de passageiros. Número confirma "a consolidação da recuperação".

Agosto foi um bom mês para a companhia aérea portuguesa. Depois do recorde de passageiros no pico do verão, em setembro a TAP transportou “mais de 1,6 milhões de passageiros”, um crescimento que, diz a empresa, confirma “a consolidação da recuperação” iniciada no final da primeira metade do ano.

Em comunicado enviado à CMVM, a TAP revela que transportou em setembro “mais 155 mil [passageiros] do que no mesmo mês do ano passado, o que traduz um crescimento de 10,5%”.

“Destaca-se setembro foi o primeiro mês no ano em que o mercado do Brasil teve receita maior que o ano passado”, acrescenta, salientando que “os maiores crescimentos absolutos registaram-se nas rotas dos Estados Unidos da América, com mais 30 mil passageiros que em setembro do ano passado, Brasil (mais 9.620 passageiros), Cabo Verde (mais 5.508), Angola (mais 3 mil) e Canadá (mais 2.135)”.

"Estes números confirmam a consolidação da recuperação que a TAP tem registado a partir do segundo trimestre.”

TAP

No acumulado de 2019, de janeiro a setembro, a companhia já transportou quase 13 milhões de passageiros – 12,9 milhões -, um aumento de 868 mil, ou 7,2%, face ao período homólogo de 2018″, diz o mesmo comunicado.

“Estes números confirmam a consolidação da recuperação que a TAP tem registado a partir do segundo trimestre“, nota a empresa liderada por Antonoaldo Neves.

Recorde-se que o primeiro semestre do ano da TAP foi marcado pelo aumento dos prejuízos. As perdas da companhia aérea portuguesa chegaram quase aos 120 milhões de euros: 110,7 milhões referentes ao primeiro trimestre e nove milhões relativos ao segundo trimestre. Os valores comparam com os 26,4 milhões de euros de prejuízos que a empresa registou no período homólogo.

Estes resultados fizeram soar alarmes no Governo. “Deveriam demitir-se”, diz ao ECO uma fonte do Governo, referindo-se a Antonoaldo Neves, o presidente executivo da TAP.

A TAP é detida em 50% pela Parpública e em 45% pelo consórcio Atlantic Gateway (dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa), com os restantes 5% nas mãos dos trabalhadores. O Estado tem seis administradores, um dos quais o presidente do conselho de administração, mas são todos não executivos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bolsa de Lisboa avança pelo 3.º dia. Mota-Engil lidera ganhos

A praça bolsista nacional está em alta, em linha com as pares europeias, numa sessão em que a construtora Mota-Engil é a estrela. Jerónimo Martins e BCP suportam ganhos.

A bolsa nacional está em alta pelo terceiro dia consecutivo. Segue o sentimento das pares europeias, impulsionada pelos ganhos da Jerónimo Martins e do BCP, mas com a Mota-Engil na dianteira dos ganhos.

O PSI-20 avança 0,29%, para os 4.947,46 pontos, com a maioria dos seus 18 títulos em alta. Na Europa, o Stoxx 600 avança 0,1%, numa altura em que os investidores aguardam com expectativas as negociações entre os EUA e a China sobre as tarifas comerciais.

Neste âmbito, o arranque do dia na Europa é marcado pelas notícias de que Washington vai restringir os negócios com várias firmas chinesas que desenvolvem sistemas de reconhecimento facial e outras tecnologias de inteligência artificial, e que estão alegadamente associadas à repressão contra grupos minoritários muçulmanos na China.

Na praça bolsista nacional, o principal destaque positivo da sessão é a Mota-Engil. As suas ações encabeçam os ganhos, com um avanço de 2,92%, para os 1,795 euros, depois de a construtora ter anunciou nesta segunda-feira que celebrou, através de uma sua subsidiária, um contrato para a recolha de resíduos no Distrito Federal de Brasília no valor de 122 milhões de euros.

Contudo, a principal responsabilidade pelo avanço na bolsa nacional resulta das valorizações da Jerónimo Martins, BCP e EDP Renováveis. As ações da retalhista somam 1,13%, para os 15,235 euros, enquanto as do banco avançam 0,32%, para os 19,08 cêntimos. Já os títulos da empresa de energias renováveis somam 0,61%, para os 9,86 euros.

Em contraciclo, destaque para a Galp. As ações da petrolífera recuam 0,37%, para os 13,62 euros no dia em que a empresa divulgou os seus resultados preliminares relativos ao 3.º trimestre. Estes sinalizaram um aumento de 21% da produção de petróleo, mas quebras na refinação e distribuição e no gás.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: Geringonça, PSD e Fisco

  • ECO
  • 8 Outubro 2019

António Costa já está a contactar os partidos para reunir na quarta-feira, Luís Montenegro prepara candidatura para a liderança do PSD, e o fisco quer cobrar mais impostos aos pescadores.

As eleições legislativas deste domingo continuam a dominar as notícias, com o PS a preparar as negociações já para quarta-feira, o PSD a começar a corrida à liderança. O Fisco quer cobrar mais impostos aos pescadores e Vasco Pereira Coutinho só receberá 30 mil euros dos 148 milhões que pedia de indemnização da Parpública.

António Costa já começou a tentar montar Geringonça 2.0

António Costa já contactou os partidos à esquerda, e o PAN, para agendar marcações para esta quarta-feira, mas contactos formais só depois de ser indigitado primeiro-ministro, o que deverá acontecer já hoje, notícia o Observador. As reuniões com o Bloco de Esquerda, PCP/PEV, PAN e LIVRE serão realizadas nas sedes dos respetivos partidos e os socialistas já definiram a equipa negociadora: António Costa, Carlos César, Ana Catarina Mendes e Duarte Cordeiro. De fora fica Pedro Nuno Santos, o ministro das Infraestruturas e que foi um dos principais negociadores da Geringonça em 2015. Leia a notícia completa no Observador (acesso livre).

Pereira Coutinho pedia indemnização de 148 milhões, Parpública só tem que pagar 30 mil euros

Depois de vários anos de litígio judicial, a Parpública foi condenada a pagar uma indemnização de 30 mil euros ao empresário Vasco Pereira Coutinho devido à cessação de contrato de um negócio com terrenos da Falagueira que a Cottees servia de promotor imobiliário. Vasco Pereira Coutinho pedia uma indemnização de 148 milhões de euros e, inicialmente, o tribunal arbitral deu-lhe razão e condenou a Parpública a pagar cerca de 2 milhões de euros de indemnização, valor entretanto reduzido após recurso. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso condicionado)

Fisco quer cobrar mais impostos aos pescadores

A Autoridade Tributária quer cobrar mais impostos aos pescadores pelo peixe vendido ao abrigo de contratos de abastecimento, criados para garantir que um rendimento mais estável aos pescadores e assim evitar grandes flutuações no preço nos leilões, notícia o Público. O Fisco entende que o Estado está a perder receitas fiscais com estes contratos porque o peixe é vendido abaixo do preço máximo obtido em leilão, mas os contratos foram criados precisamente para garantir que o preço não cai abaixo dos 80% da média do ano. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Mais de 10 mil desempregados começaram negócio com subsídio de desemprego

Entre 2011 e 2014, os anos do resgate à economia, mais de 10.600 pessoas que se encontravam no desemprego pediram para receber o montante único do subsídio de desemprego para começar o seu próprio negócio, com o maior número de projetos aprovados a acontecer precisamente em 2011, ano em que a troika chegou a Portugal. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso condicionado)

Luís Montenegro recolhe apoios para candidatura ao PSD

Após a derrota do PSD nas eleições de domingo, a contestação a Rui Rio aumentou e Luís Montenegro voltou à cena. De acordo com o Público, o antigo líder parlamentar do PSD na altura da liderança de Pedro Passos Coelho já estará a recolher apoios para avançar para a liderança do partido, depois de em janeiro ter desafiado Rui Rio para marcar eleições diretas. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Galp produz mais petróleo. Refinação e vendas de gás travam

A produção de petróleo acelerou no 3.º trimestre do ano para 124 mil barris diários. Na refinação e distribuição registou-se uma quebra, embora as margens tenham crescido entre o 2.º e o 3.º trimestre

A produção de petróleo da Galp Energia acelerou no terceiro trimestre do ano. Foram produzidos 124 mil barris diários, um aumento de 21% face ao verificado no período homólogo, revelam os dados preliminares da empresa publicados esta terça-feira na Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Pior foi a performance da área de refinação e distribuição, bem como do gás, onde se observaram quebras.

Os dados preliminares do terceiro trimestre do ano dão conta de um crescimento da produção de petróleo em Angola de 7,4 mil barris/dia no trimestre homólogo para 12,7 mil barris por dia, um aumento de 72%. Essa subida é “suportada pelo contínuo ramp-up do Bloco 32″, em Angola explica a empresa liderada por Carlos Gomes da Silva.

Contudo, o grosso do acréscimo de produção teve origem no Brasil. A atividade de exploração e de produção da petrolífera portuguesa naquele território aumentou em 17%, passando de 94,9 mil barris diários no terceiro trimestre de 2018, para 111,3 mil no mesmo período deste ano. Neste âmbito, a Galp Energia destaca o campo de Lula, no Brasil, “onde a FPSO Lula Extremo Sul atingiu o plateau de produção de petróleo”.

Já na refinação e distribuição registou-se uma quebra de 26% nas matérias-primas processadas e de 33% nas margens, face ao período homólogo, embora face ao segundo trimestre se tenha observado um aumento das margens na ordem de 28%. Já no que respeito às vendas de produtos refinados houve um recuo de 13%, face ao período homólogo.

As quebras de refinação são justificadas pela Galp com o facto de no terceiro trimestre deste ano terem decorrido “operações de manutenção planeadas” na refinaria de Sines, e que se focaram na unidade de destilação atmosférica. É salientada ainda a implementação de projetos de eficiência energética em unidades chave daquela refinaria no âmbito das iniciativas “+$1/boe”. “Adicionalmente, em setembro, verificaram-se restrições operacionais que resultaram na menor utilização das unidades de conversão da refinaria de Sines”, diz ainda a petrolífera.

Já as vendas totais de gás natural ou liquefeito registaram uma quebra de 11%, enquanto as vendas a clientes diretos decresceram 6%. Já as vendas no mercado internacional (“trading”) deslizaram 18% face a igual período do ano passado.

Tratando-se de dados preliminares, apenas a 22 de outubro serão fechados em definitivo os respetivos valores. Nessa data, a petrolífera divulga as contas do terceiro trimestre.

(Notícia atualizada às 7h55)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo ouve partidos. Espera indigitar o primeiro-ministro

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

Presidente da República tem urgência na indigitação do primeiro-ministro. Alerta para "um Conselho Europeu muito importante para discutir o Brexit".

O Presidente da República vai ouvir hoje os dez partidos com representação parlamentar sobre a formação do novo Governo, nos termos da Constituição, e espera logo de seguida receber e indigitar o primeiro-ministro.

“Espero ainda amanhã [terça-feira], se for possível, em termos de tempo, depois receber em Belém o primeiro-ministro que vier a resultar em termos de indigitação da audição dos partidos”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, na segunda-feira.

Segundo o chefe de Estado, existe “uma razão de urgência”, que é a realização de “um Conselho Europeu muito importante para discutir o Brexit”, na próxima semana, nos dias 17 e 18 de outubro, quinta e sexta-feira.

“Conviria que o primeiro-ministro indigitado ouvisse os partidos numa composição diferente do parlamento, portanto, já deste parlamento acabado de eleger, sobre os temas europeus, antes da tomada de posição no Conselho Europeu”, considerou.

Na sequência das eleições legislativas de domingo, que os socialistas venceram sem maioria absoluta, o Presidente da República irá ouvir hoje no Palácio de Belém, em Lisboa, os partidos que elegeram deputados: PS, PSD, BE, PCP, CDS-PP, PAN, PEV, Chega, Iniciativa Liberal e Livre.

A delegação do PS que será ouvida sobre a formação do novo Governo não inclui o secretário-geral e atual primeiro-ministro, António Costa.

Os dez partidos serão ouvidos por ordem crescente de representação parlamentar, entre as 11h30 e as 20h00, com um intervalo a meio do dia para o Presidente da República participar na primeira edição do programa “Desportistas no Palácio”, com a campeã olímpica da maratona Rosa Mota.

O artigo 187.ª da Constituição da República Portuguesa estabelece que “o primeiro-ministro é nomeado pelo Presidente da República, ouvidos os partidos representados na Assembleia da República e tendo em conta os resultados eleitorais”.

Nas eleições legislativas de domingo, com base nos resultados do território nacional, faltando ainda apurar os votos e atribuir os quatro mandatos da emigração, o PS foi o partido mais votado, com 36,65% e elegeu 106 deputados, seguindo-se o PSD, com 27,90% e 77 eleitos, e o BE, com 9,67% e 19 deputados.

A CDU foi a quarta força mais votada, com 6,46%, elegendo 12 deputados, 10 do PCP e dois do PEV. O CDS-PP obteve 4,25% e elegeu 5 deputados, mais um do que o PAN, que recolheu 3,28% dos votos.

Chega, Iniciativa Liberal e Livre conseguiram, pela primeira vez, um deputado cada um, com votações entre os 1,30% e os 1,09%.

Relativamente ao calendário da formação do novo executivo, o próprio chefe de Estado salientou, na segunda-feira, que primeiro “terá de ser publicado o conjunto de resultados eleitorais” em Diário da República, após a contagem dos votos dos círculos da Europa e de Fora da Europa.

Quando houver o apuramento geral dos resultados, então irá “reunir a Assembleia da República” na sua nova formação, dando-se início à XIV Legislatura, “e só depois é que haverá a nomeação e posse do Governo”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República prometeu “fazer tudo para que haja estabilidade”, declarando-se tão empenhado nesse objetivo como esteve na anterior legislatura.

Quanto à futura solução do Governo, o chefe de Estado declarou, em setembro de 2018, que não lhe “parece essencial” haver acordo escrito, posição que confirmou em janeiro deste ano, em entrevista à Lusa: “A mim faz-me alguma impressão haver a necessidade de acordo escrito para se garantir a duração da legislatura”.

Marcelo Rebelo de Sousa distanciou-se assim do entendimento do seu antecessor, Cavaco Silva, que em 2015 exigiu ao PS certas garantias acordadas por escrito com PCP, BE e PEV para empossar o executivo minoritário de António Costa.

Em julho deste ano, o chefe de Estado manifestou, contudo, o desejo de que o resultado das legislativas permitisse que “a governação não tenha de gerir à vista da costa com acordos pontuais e o sistema não fique debilitado por falta de imprescindível alternativa”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EUA põem 28 tecnológicas chinesas na lista negra

  • Lusa
  • 8 Outubro 2019

A "lista negra" impede efetivamente as empresas norte-americanas de venderem tecnologia a empresas chinesas sem aprovação prévia da Casa Branca.

Washington vai restringir os negócios com várias firmas chinesas que desenvolvem sistemas de reconhecimento facial e outras tecnologias de inteligência artificial, e que estão alegadamente associadas à repressão contra grupos minoritários muçulmanos na China.

A decisão do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, anunciada na segunda-feira, coloca as empresas na designada Lista de Entidades, por agir contra os princípios da política externa norte-americana.

A “lista negra” impede efetivamente as empresas norte-americanas de venderem tecnologia a empresas chinesas sem aprovação prévia da Casa Branca.

O secretário norte-americano do Comércio, Wilbur Ross, disse em comunicado que o Governo dos EUA “não vai tolerar a brutal repressão contra minorias étnicas na China”.

Entre as empresas colocadas na ‘lista negra’ constam a Hikvision e a Dahua, ambas fornecedoras globais de tecnologia de vigilância por vídeo.

Em comunicado, a Hikvision escreveu que respeita os direitos humanos e opõe-se fortemente à decisão do Governo de Donald Trump.

A empresa considerou que passou um ano a tentar “esclarecer mal-entendidos sobre a empresa e a abordar as preocupações” das autoridades norte-americanas, e que a decisão prejudica os seus parceiros de negócios nos EUA.

Empresas chinesas do setor da Inteligência Artificial, como a Sense Time, Megvii e iFlytek, também foram incluídas na lista.

A Sense Time e a Megvii são conhecidas pelo desenvolvimento de tecnologia de visão por computador, que suporta os produtos de reconhecimento facial, enquanto a iFlytek é conhecida pelos serviços de tradução e reconhecimento de voz.

As empresas constam entre um total de 28 organizações colocadas na “lista negra”.

O Departamento de Comércio incluiu ainda agências do governo local da região de Xinjiang, no extremo noroeste da China, acusando os grupos listados de estarem envolvidos na “campanha de repressão, detenção arbitrária em massa e uso de alta tecnologia para vigilância” contra membros das minorias étnicas de origem muçulmana uigur ou cazaque.

As autoridades chinesas e outras empresas-alvo não reagiram ainda.

Num processo semelhante, no início deste ano, a administração de Donald Trump emitiu uma ordem executiva que exige às empresas do país que obtenham licença para vender tecnologia crítica à gigante chinesa das telecomunicações Huawei.

Em junho passado, cinco grupos chineses que desenvolvem supercomputadores foram também incluídos naquela lista.

Ross disse que a medida desta semana garante que a tecnologia dos EUA “não será usada para reprimir populações minoritárias indefesas”.

Organizações não-governamentais estimam que a China mantém detidos cerca de um milhão de uigures e cazaques, em campos de doutrinação política, em Xinjiang.

Antigos detidos relataram maus tratos e violência, e afirmam terem sido forçados a criticar o islão e a sua própria cultura, e a jurar lealdade ao Partido Comunista.

Depois de, inicialmente, negar a existência dos campos, Pequim diz agora que se tratam de centros de “formação vocacional”, destinados a treinar uigures, como parte de um plano para trazer a minoria étnica para o mundo “moderno e civilizado”, e eliminar a pobreza em Xinjiang.

A decisão da Casa Branca surge também num contexto de guerra comercial entre Pequim e Washington, com os governos das duas maiores economias do mundo a imporem taxas alfandegárias adicionais sobre centenas de milhares de milhões de dólares das exportações de cada um.

No cerne das disputas está a política de Pequim para o setor tecnológico, que visa transformar as firmas estatais do país em importantes atores globais em setores de alto valor agregado, como inteligência artificial, energia renovável, robótica e carros elétricos.

Washington vê aquele plano como uma ameaça ao seu domínio industrial e considera uma violação dos compromissos da China em abrir o seu mercado, nomeadamente ao forçar empresas estrangeiras a transferirem tecnologia e ao atribuir subsídios às empresas domésticas, enquanto as protege da competição externa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investidores, bancos e agências de rating veem vitória de Costa como sinónimo de estabilidade

Espera-se que o próximo Governo seja de continuidade das políticas económicas e financeiras, o que está a agradar aos mercados. Ainda assim, a consolidação orçamental é o ponto de discórdia.

O PS não conseguiu a maioria absoluta que deixava António Costa plenamente confortável, mas a vitória do partido nas eleições agradou, ainda assim, a bancos de investimento, agências de rating e investidores. Apesar de o formato da geringonça 2.0 ainda não ser conhecido — e de a consolidação orçamental poder dificultar as negociações –, os mercados financeiros veem o resultado eleitoral como sinal de estabilidade para o país.

“Os resultados das eleições portuguesas foram amplamente em linha com as nossas expectativas. A reeleição de António Costa e do seu partido deverão apoiar uma continuidade da política económica e orçamental“, afirmou, ao ECO, Kit Ling Yeung da equipa de ratings soberanos da Fitch, que irá rever a notação de Portugal no final do próximo mês.

A opinião é generalizada: Costa à frente do próximo Governo trará continuidade à estratégia começada pelo anterior Executivo. A agência canadiana DBRS antecipa uma nova geringonça com partidos à esquerda mas, desta vez, está tranquila em relação a isso. “Na sequência dos resultados eleitorais, esperamos que o novo Governo seja parecido com a coligação existente, referiu Jason Graffam, analista da DBRS, que ainda na sexta-feira passada subiu o rating da dívida em um nível para BBB (high).

A reação imediata dos mercados refletiu-se nos juros da dívida portuguesa. A yield das obrigações do Tesouro a dez anos caíram para 0,14%, após terem igualado o juro de Espanha ao longo da sessão. Toda a dívida até aos oito anos negoceia com juro negativo. Na bolsa, os investidores também celebraram, embora com maior timidez. O índice de referência PSI 20 a fechar com um ganho mesmo que ligeiro (de 0,52%). Além da reação inicial, as perspetivas demonstradas pelos bancos de investimento para o futuro são otimistas.

Juros das obrigações a dez anos em mínimos de um mês

Fonte: Reuters

Um ou mais parceiros na geringonça 2.0?

O PS venceu as eleições com 36,65% dos votos, o que equivale a 106 dos 230 lugares disponíveis no Parlamento — falta saber o resultado dos círculos da Europa e fora da Europa —, o que fica consideravelmente acima dos 28% dos votos e 77 lugares conseguidos pelo PSD. Agora, o partido de António Costa tem de escolher com quem vai negociar a geringonça 2.0, sendo que, à esquerda, o Bloco de Esquerda teve 10% (19 lugares), o PCP 6% (12), o PAN 3% (quatro) e o Livre 1% (um).

Costa já se mostrou disponível para negociar com os quatro partidos, mas tendo em conta que precisa agora de um menor número de deputados para ter maioria parlamentar (face a 2015), o Bankinter aponta para dois cenários. Por um lado, um acordo entre PS e Bloco de Esquerda, o que seria “uma solução aparentemente estável e menos complexa que a anterior coligação” porque o “PS dispensaria assim o apoio da CDU e do PAN”.

Por outro, o segundo cenário é de um Governo minoritário PS, o que seria a “solução menos estável em termos políticos, mas que não descartamos que possa vir a ocorrer”, refere o Bankinter. Outros cenários menos prováveis seriam a criação de um bloco central (entre PS e PSD), um acordo com a CDU ou um acordo multipartidário, juntando ainda PAN e/ou Livre.

Em todo o caso, pensamos que qualquer um dos dois cenários mais prováveis (acordo com BE ou governo minoritário) acabará por significar uma continuidade da estabilidade económica dos últimos anos, marcados por um crescimento económico robusto e pelo cumprimento das metas de Bruxelas (défice de 0,4% em 2018), não obstante a gradual reversão das medidas da austeridade”, acrescenta o Bankinter.

A equipa de research do RaboBank concorda que o cenário base é o entendimento do PS com um dos partidos à esquerda, enquanto o banco de investimento holandês ING espera que o PCP também entre na equação. Ambos alertam que a estratégia do PS poderá dificultar as negociações.

Défice 0% é o ponto de discórdia entre PS e esquerda

“No respeita à estabilidade governamental, tenho uma opinião bastante positiva já que os resultados eleitorais mostraram claramente que o povo português quer que o atual acordo continue. Por tanto, os partidos à esquerda vão perder se não o permitirem. Dito isto, os partidos à esquerda vão definitivamente aumentar as reivindicações por gastos públicos, o que poderá causar fricção“, disse Michiel van der Veen, economista do RaboResearch ao ECO.

Em 2015, o objetivo de virar a página da crise unia PS, BE e PCP. Ao longo dos últimos quatro anos, a economia teve o crescimento do século e as contas pública aproximaram-se do equilíbrio. Os partidos à esquerda pedem que, em vez de um défice de 0%, a margem orçamental seja realocada em serviços públicos. O PS considera que é preciso manter a consolidação orçamental.

Equilibrar o maior pedido por despesa pública com o desejo de melhorar as finanças do Estado será um dos maiores desafios de Costa no futuro.

Michiel van der Veen

Economista do RaboResearch

“Este foco na prudência orçamental poderá tornar mais difícil que o Bloco de Esquerda ou o PCP apoiem o novo Governo”, afirma Steven Trypsteen, economista para Portugal e Espanha, do banco holandês ING. Lembrou, no entanto, o aumento da estabilidade política conseguida pelo facto de o PS ter mais lugares que todos os partidos de direita juntos implica que alguns partidos de esquerda poderão abster-se no Parlamento sem colocar em risco a sobrevivência de um Governo PS minoritário.

O Presidente da República vai receber os partidos com representação parlamentar na terça-feira, altura em que a solução governativa deverá desenhar-se. Os mercados parecem tranquilos com as várias opções, mas irão agora esperar para perceber o equilíbrio de poderes e de conceções feitas ao(s) parceiro(s) de governação.

“Costa terá de lidar com as preocupações com o subinvestimento [em infraestruturas, saúde e edução], o que poderá levar a maior despesa pública e, consequentemente (considerando que tudo o resto se mantém igual), a deterioração da dívida pública. Equilibrar o maior pedido por despesa pública com o desejo de melhorar as finanças do Estado será um dos maiores desafios de Costa no futuro“, acrescentou van der Veen, do RaboResearch.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

5 coisas que vão marcar o dia

O dia vai ficar marcado pela maratona de reuniões entre o Presidente da República e os dez partidos que conseguiram sentar deputados no novo Parlamento.

O dia vai ficar marcado pela maratona Presidencial de audições aos representantes dos dez partidos que conquistaram assento parlamentar nas legislativas de domingo. Conheça outras coisas que vão marcar esta terça-feira.

Marcelo recebe dez partidos em Belém

O Presidente da República vai hoje receber os dez partidos com assento parlamentar em Belém. A maratona de audições começa às 11h30 com o Livre e termina às 20h, com o PS. Como explicou na segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa vê “urgência” na indigitação do primeiro-ministro porque há Conselho Europeu na próxima semana, a 17 e 18 de outubro, para discutir o Brexit, e com a entrada de tantos novos partidos na Assembleia, assim o primeiro-ministro indigitado poderia ouvir todos antes de ir.

PSD e CDS assinam acordo para novo Governo da Madeira

O PSD e o CDS-PP assinam hoje o acordo político que dará origem ao XIII Governo Regional da Madeira. O PSD venceu as eleições regionais a 22 de setembro, mas perdeu a maioria absoluta, pela primeira vez, e foi apoiado pelos centristas para poder continuar a governar. Os dois partidos somam 24 deputados na Assembleia Legislativa. Depois de ratificado o acordo entre o PSD e o CDS, será formado o Governo Regional, que, após a tomada de posse, terá 30 dias para apresentar o respetivo programa à Assembleia Legislativa.

Como evoluiu o crédito e os depósitos?

O BdP publica hoje uma série de estatísticas sobre as instituições financeiras monetárias, entre os quais a evolução dos novos empréstimos e depósitos em agosto. Em julho, a taxa de variação anual dos empréstimos às famílias foi de -1,0%, uma descida de 0,1 pontos percentuais face ao mês anterior. Neste mês, as famílias portuguesas tinham 149,4 mil milhões de euros depositados nos bancos.

Parlamento Europeu questiona três vice-presidentes

Os três vice-presidentes executivos da futura Comissão Europeia vão ser ouvidos no Parlamento Europeu. A primeira sessão é com Valdis Dombrovskis (Letónia), seguindo-se Margrethe Vestager (Dinamarca) e terminando com Frans Timmermans (Holanda). A audição pela respetiva comissão parlamentar ligada à pasta que representa é um procedimento obrigatório pelo qual têm de passar todos os membros da equipa constituída por Ursula von der Leyen.

BdP promove conferência sobre estabilidade financeira

O Banco de Portugal (BdP) promove uma conferência dedicada à estabilidade financeira, mais concretamente sobre políticas macroprudenciais, os mercados de habitação e hipotecário e o crédito concedido às empresas não financeiras, entre outros temas. Para além do governador Carlos Costa, o evento contará com a presença de Vítor Constâncio, antigo vice-presidente do Banco Central Europeu, entre outros convidados.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Já há mais de 2,5 milhões de portugueses com seguro de saúde

  • ECO Seguros
  • 8 Outubro 2019

No final de junho, 993.567 portugueses beneficiavam de seguros individuais e 1.528.801 usufruíam de seguros de grupo. Custo médio anual está acima dos 300 euros.

Há cada vez mais portugueses a contratar seguros de saúde da responsabilidade das seguradoras. O número superou, em meados deste ano, a fasquia dos 2,5 milhões, de acordo com dados divulgados pela APS – Associação Portuguesa de Seguradores. Há um crescimento constante, nos últimos anos, pode ser explicado tanto pela falta de resposta do SNS como pelo aumento de pessoas que beneficiam de seguros contratos pelas empresas onde trabalham.

Em junho deste ano, o total de pessoas com seguro de saúde alcançou os 2.522.862, um crescimento de 4,5% face ao final do ano passado. O aumento do número de beneficiários acelerou face ao registado no total de 2018, altura em que se assistiu a um incremento de 3%, passando de 2.337.782 para 2.414.247.

Esta tendência, que tem vindo a ser reforçada com o crescente número de pessoas que procura os seguros como alternativa ao sistema de saúde público, já vem de trás. Segundo dados da APS, quando comparado com final de 2014, quando esse número era de 1,96 milhões, verifica-se que um aumento de 28%.

Outra das explicações para esta evolução do número de seguros de saúde está na crescente oferta destes produtos aos seus colaboradores. Os dados obtidos pelo ECOseguros, referentes a junho de 2019, revelam que das pessoas seguras, 993.567 beneficiavam de seguros individuais e 1.528.801 usufruíam de seguros de grupo.

Olhando para os últimos quatro anos, verifica-se que o maior aumento, de 37%, deu-se em seguros de saúde de grupo, tendo os individuais aumentado 17% em número de pessoas seguras.

Mais seguros, prémios mais elevados

Ao mesmo tempo que se assiste a um crescimento do número de beneficiários destes seguros de saúde, os dados revelam também um aumento dos valores médios anuais dos prémios por pessoa segura — individualmente ou em grupo. No período entre janeiro de 2015 e junho de 2019, registou-se um aumento de 16%, sendo atualmente de 304 euros por pessoa segura e por ano.

Para esse valor médio anual é considerado o valor médio por pessoa em seguro de grupo, que era em junho último de 264 euros, enquanto o seguro individual custava em média mais 102 euros por ano.

Negócio das seguradoras floresce

O negócio global das seguradoras em seguros de saúde aumentou perto de 40% entre 2015 e 2019, devido ao efeito conjunto de aumento dos preços e do número de pessoas seguras. No ano de 2014 as seguradoras contabilizadas pela APS faturaram com este ramo cerca de 521 milhões de euros e 723 milhões em 2018.

Em 2019 a produção, volume de prémios emitidos pelas seguradoras, atingiu os 422 milhões nos primeiros seis meses do ano, um valor 8% ao registado em igual período do ano passado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O que pode mudar na sua vida com a vitória do PS?

O PS venceu as legislativas deste domingo. O programa eleitoral que foi a votos deixa pistas sobre o que pode vir a mudar na vida de cada um.

O PS venceu as eleições legislativas de domingo com 36,65% do votos, mas não conseguiu a maioria dos deputados do Parlamento, obrigando agora António Costa a negociar com outros partidos. O secretário-geral do PS optou por piscar o olho ao Bloco de Esquerda, PCP — partidos com os quais teve um acordo de incidência parlamentar na legislatura que agora terminar –, mas também ao PAN e ao Livre.

O PAN conseguiu eleger quatro deputados e o Livre um — uma estreia no Parlamento a que se vêm juntar o Chega e o Iniciativa Liberal que elegeram também um deputado cada um.

O programa eleitoral do PS que foi a votos é a base de trabalho para os próximos anos. Resta saber que cedências terão os socialistas de fazer para conseguir governar.

O ECO revisitou o programa eleitoral dos socialistas e agregou as ideias e medidas do PS para cada grupo de população e até para as empresas.

O que muda para a população em geral?

  • Investimento na expansão dos metros de Lisboa e Porto e no sistema de mobilidade ligeira do Mondego e na aquisição de material circulante para os metros de Lisboa e Porto, para os comboios da CP, navios para a Transtejo e material circulante para o sistema de mobilidade ligeira do Mondego.
  • O PS tem 200 milhões para rever os escalões do IRS bem como para a redução das taxas de imposto sobre rendimento a partir de 2021.
  • Aumentar significativamente o número de Espaços Cidadão.
  • Aumentar a cobertura das prestações de desemprego, em particular do subsídio social de desemprego, articulada com respostas de formação numa lógica de melhoria das oportunidades.
  • Caminhar para que os rendimentos de capital e prediais sejam obrigatoriamente englobados no IRS.
  • Garantir a inexistência de comissões associadas ao levantamento de dinheiro e outros serviços disponibilizados nas Caixas Multibanco.
  • Reforçar a trajetória de redução dos preços da eletricidade.
  • Assegurar que os 25 serviços administrativos mais utilizados pelos cidadãos e pelas empresas são desmaterializados, simplificados e acessíveis online.
  • Criar uma tarifa social de acesso a serviços de Internet, a qual permita a utilização mais generalizada deste recurso.
  • Disponibilizar um número de telefone único, curto e facilmente memorizável, que funcione como porta de entrada e encaminhamento do cidadão para serviços da Administração Pública, bem como de canal de prestação dos serviços solicitados com mais frequência.
  • Preços dos passes ficam congelados até ao final da legislatura.
  • O PS irá assegurar aos cidadãos, de dois em dois anos, um compromisso público quantificado quanto ao tempo médio de decisão processual, por tipo de processo e por tribunal.
  • Lançar um programa de abate de eletrodomésticos e outros equipamentos eletrónicos com classificação energética igual ou inferior a B, com incentivos à sua substituição por modelos mais eficientes.
  • Promover um sistema universal e integrado de pagamento dos serviços de transportes, que inclua serviços complementares como estacionamento, aluguer de bicicletas ou outros veículos em sistemas partilhados e carregamento de veículos elétricos.
  • Eliminar os obstáculos ainda existentes ao transporte de bicicletas nos transportes públicos, nomeadamente nos barcos, comboios, metro e autocarros.
  • Aumentar a margem de acesso à gestão flexível dos horários, como horários reduzidos, concentrados, ou teletrabalho, e dispensas de trabalho por parte dos trabalhadores, em especial em situações de parentalidade e de apoio a familiares ou dependentes, de modo a aumentar a capacidade quotidiana de conciliação entre trabalho e vida familiar.
  • Regular de forma equilibrada o direito ao desligamento, como fator de separação entre tempo de trabalho e tempo de não trabalho.

O que muda para as empresas?

  • Aprofundar, no quadro da negociação em sede de concertação social de um acordo de médio prazo sobre salários e rendimentos, a trajetória plurianual de atualização real do salário mínimo nacional, de forma faseada, previsível e sustentada, que tenha em conta a evolução global dos salários e dos principais indicadores económicos.
  • Penalizar, no plano fiscal e contributivo, as empresas com leques salariais acima do limiar definido e, pelo contrário, beneficiando as que tiverem uma trajetória positiva em contexto de valorização salarial, quer ponderando a limitação de elegibilidade como custo fiscal dos salários de cada empresa que se situem significativamente acima deste indicador de desigualdade.
  • Promover uma fiscalidade que incentive o investimento na modernização produtiva e na I&D, prosseguindo a trajetória de melhoria do quadro de apoio ao investimento e a capitalização das empresas, em detrimento da redução genérica do IRC, cuja correlação com o crescimento do investimento não esta demonstrada.
  • Melhorar o regime do IRC para as empresas que reinvistam os seus lucros através de um aumento em 20% do limite máximo de lucros que podem ser objeto de reinvestimento (de 10 milhões de euros para 12 milhões de euros), assim aumentando a dedução à coleta de IRC para estas empresas.
  • Concretizar a declaração mensal de remunerações única, reduzindo para um único ato os atos mensais de comunicação/declaração/pagamento de remunerações realizados pelas empresas para a Segurança Social e a Autoridade Tributária.
  • Promover a contratação de doutorados pelas empresas.
  • Estimular as empresas a assumirem compromissos voluntários de eliminação ou redução do plástico utilizado nas embalagens de produtos de grande consumo, designadamente no setor alimentar, bem como no âmbito das entregas ao domicílio.

O que muda para as famílias?

  • Aumentar as deduções fiscais, no IRS, em função do número de filhos (sem diferenciar os filhos em função do rendimento dos pais) — a medida implica uma redução de receita de 51 milhões de euros por ano.
  • Criar o complemento-creche, atribuindo a todos os portugueses que tenham filhos nas creches um valor garantido e universal, que apoie a comparticipação das famílias no preço da creche a partir do segundo filho.
  • Criar, a exemplo do cheque dentista, um vale de pagamento de óculos a todas as crianças e jovens até aos 18 anos e pessoas com mais de 65 anos beneficiárias do rendimento social de inserção, prescrito em consulta no SNS. O impacto orçamental da medida será de cerca de 20 milhões de euros por ano.
  • Alargar a cobertura do cheque dentista a todas as crianças entre os dois e os seis anos de idade, de modo a permitir a observação e deteção precoce de problemas de saúde oral.
  • Promover (…) um programa de alargamento das respostas sociais de apoio à família, em particular para a infância e com especial incidência nas áreas metropolitanas, onde a cobertura da rede tem maiores fragilidades, designadamente estimulando o alargamento da rede de creches. O investimento total estimado desta medida ronda os 70 milhões de euros ao longo da legislatura.
  • Criar o complemento-creche, atribuindo a todos os portugueses que tenham filhos nas creches um valor garantido e universal, que apoie a comparticipação das famílias no preço da creche a partir do segundo filho.
  • Garantir que, no pré-escolar, é dada a possibilidade a todas as crianças até aos 3 anos de dormirem a sesta.

O que muda para os pais?

  • Nas licenças de parentalidade, o objetivo é que os homens partilhem pelo menos 40% do período de licença. Será permitida uma utilização mais flexível, admitindo a sua conjugação com trabalho a tempo parcial, em termos que assegurem a partilha de responsabilidades entre os pais.
  • Mais igualdade de género nas licenças complementares de apoio familiar e modelos da licença parental complementar e para assistência a filhos facilitados.
  • Redução do número de cesarianas e reforço do apoio e acompanhamento pós-parto no âmbito do SNS, através de um programa específico para o efeito.
  • Alargamento dos programas públicos de acesso à procriação medicamente assistida, com a redução as barreiras atualmente existentes em termos etários, de número de ciclos de tratamento e de estado civil de quem acede.

O que muda para os idosos?

  • Prosseguir a trajetória de valorização real dos rendimentos dos pensionistas dos escalões mais baixos de rendimentos, nomeadamente através da reposição do valor de referência do Complemento Solidário para Idosos acima do limiar de pobreza, de modo a reforçar a garantia da eficácia desta medida no combate à pobreza entre os idosos.
  • Criação de um mecanismo de reforma a tempo parcial, como forma de promoção do envelhecimento ativo e de permanência no mercado laboral, num quadro de desagravamento das horas de trabalho.
  • Promover programas de voluntariado sénior.
  • Criação de um sistema para sinalização de idosos isolados bem como um sistema de identificação e sinalização da dependência.

O que muda para a Função Pública?

  • Aumentos salariais ao nível da inflação para os trabalhadores da Função Pública.
  • Revisão do modelo de recrutamento e seleção de dirigentes, superiores e intermédios, garantindo a transparência, o mérito e a igualdade de oportunidades, com um modelo de prestação pública de provas, tendo por base um plano de ação para os serviços a que se candidatam.
  • Simplificar e anualizar o sistema de avaliação de desempenho dos trabalhadores, garantindo que os objetivos fixados no âmbito do sistema de avaliação de trabalhadores da Administração Pública sejam prioritariamente direcionados para a prestação de serviços ao cidadão.
  • Implementar políticas ativas de pré-reforma nos setores e funções que o justifiquem, para contribuir para o rejuvenescimento dos mapas de pessoal e do efetivo global da Administração Pública.
  • Concluir a revisão das carreiras não revistas, com uma discussão transparente e baseada em evidências, para harmonizar regimes, garantir a equidade e a sustentabilidade, assegurando percursos profissionais assentes no mérito dos trabalhadores.

O que muda para os profissionais do SNS?

  • Novos modelos de organização do trabalho, que preveem a celebração de pactos de permanência no SNS após a conclusão da futura formação especializada, a opção pelo trabalho em dedicação plena e o pagamento de incentivos pelos resultados.
  • Maior oferta de serviços de creche para os filhos dos profissionais de saúde.
  • Acesso reforçado à formação especializada.

O que muda para os doentes?

  • Equipa de saúde familiar para todos os portugueses e unidades de saúde familiar por todo o país.
  • Unidades móveis que possam prestar em proximidade cuidados de saúde primários, junto das unidades de cuidados primários de territórios de baixa densidade.
  • Cuidados de saúde oral e visual, de psicologia e de nutrição e os meios de diagnóstico generalizados e a oferta de outras especialidades, como a ginecologia ou pediatria.
  • Implementação da figura do gestor do doente crónico, através de projetos-piloto, prevenindo descompensações e hospitalizações evitáveis.
  • Fim faseado do pagamento de taxas moderadoras nos cuidados de saúde primários e em todas as prestações de cuidados cuja origem seja uma referenciação do SNS.
  • Alargamento da cobertura de medicina dentária no SNS, nomeadamente através dos centros de saúde e em colaboração com os municípios.
  • Alargamento do número de consultas externas, por exemplo aos sábados.

O que muda para os professores?

  • Possibilidade para os professores em monodocência de desempenhar outras atividades que garantam o pleno aproveitamento das suas capacidades profissionais, sem contrariar a convergência dos regimes de idade da reforma.
  • Incentivos à aposta na carreira docente e ao desenvolvimento de funções docentes em áreas do país onde a oferta de profissionais é escassa, bem como estímulos para a fixação de equipas docentes estáveis nos territórios educativos de intervenção prioritária.
  • Reforço das carreiras de investigação para níveis adequados à dimensão de cada instituição.

O que muda para as escolas?

  • Criar um número de vagas de mestrado acessíveis por mérito a preços controlados.
  • Acesso automático às bolsas de ação social do ensino superior quando o aluno tenha beneficiado de uma bolsa de ação social no ensino secundário, sem ter de aguardar pelo processamento administrativo por parte da respetiva instituição de ensino superior.
  • Dotação das escolas com meios técnicos para uma maior eficiência da sua gestão interna, recorrendo a bolsas de técnicos no quadro da descentralização.
  • Escolas vão poder decidir o número de alunos por turma, mediante um sistema de gestão da rede.
  • Modernização e requalificação de escolas de todos os níveis educativos.

O que muda para os inquilinos?

  • Incentivar a oferta privada de arrendamento a custos acessíveis, mediante a implementação do Programa de Arrendamento Acessível.
  • Reforçar o Porta 65 Jovem e compatibilizá-lo com o Programa de Arrendamento Acessível, visando assegurar a acessibilidade às habitações disponibilizadas aos jovens, que poderão beneficiar cumulativamente dos dois instrumentos de apoio.

O que muda para os proprietários?

  • Alocar ao 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação os recursos financeiros necessários para atingir o objetivo de erradicar todas as carências habitacionais até ao 50.º aniversário do 25 de abril, aumentando o parque habitacional público, com uma clara aposta na promoção de habitação pública orientada para pessoas que vivem em condições habitacionais indignas ou sem alternativa habitacional adequada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Preços das casas disparam em Portugal. E nos outros países da UE?

Portugal apresentou a quarta maior subida dos preços das casas da União Europeia no segundo trimestre. Mas no resto da Europa apenas um país -- a Itália -- falha a subida de preços.

“Vender cobre ao preço do ouro” foi dito recentemente face à escalada dos preços das casas observada em Portugal. No segundo trimestre do ano, os preços das casas voltaram a disparar, com apenas três países da União Europeia (UE) a registarem incrementos mais acentuados do que no mercado nacional.

Enquanto em Portugal os preços apresentaram uma variação homóloga de 10,1%, na Hungria a subida do preço das casas foi de 14%. Aliás, a Hungria lidera o ranking dos maiores avanços dos preços das casas da UE há quatro trimestres consecutivos. Por sua vez, no Luxemburgo e na Croácia constataram-se aumentos de 11,4% e 10,4%, respetivamente.

Qualquer destes quatro países apresentaram assim ritmos de crescimento que foram mais do dobro do observado na União Europeia: que foi de 4,2%.

O mapa da evolução dos preços das casas no segundo trimestre

Mas há outros Estados-membros a também conseguirem mais do que duplicar o ritmo de crescimento da média da UE. Foi o que aconteceu com a Letónia e a República Checa, onde os valores a que as casas foram vendidas aumentaram 9% e 8,7%, em média, respetivamente.

Aliás, no universo de 27 países da União Europeia (não são disponibilizados dados sobre a Grécia) para os quais o Eurostat disponibiliza números, apenas nove não superam a média europeia de crescimento, sendo que um único apresentou uma evolução negativa nos preços dos imóveis naquele período. Foi a Itália, onde os preços das casas diminuíram 0,2%, rumo negativo que já vem a acontecer pelo menos há dez trimestres consecutivos.

Entre os incrementos de preços mais curtos figuram a Finlândia (0,8%), o Reino Unido (1,4%) e a Roménia (1,8%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.