Venezuela com 400 milhões retidos no Novo Banco

  • ECO
  • 20 Setembro 2019

O Novo Banco bloqueou as ordens de transferência para pagar serviços, como o fornecimento de gás. Venezuela entregou uma providência cautelar, mas não teve provimento no Tribunal da Relação de Lisboa.

O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou uma providência cautelar da petrolífera estatal venezuelana, a Petróleos de Venezuela (PDVSA), que tentava impedir o Novo Banco de bloquear várias ordens de pagamento dadas pela empresa na ordem dos 400 milhões de euros, congelados desde fevereiro, avança o Jornal de Negócios (acesso condicionado).

O Novo Banco bloqueou as ordens de transferência dadas pela empresa estatal venezuelana argumentando que a documentação apresentada era insuficiente ou sofria de “falta de credibilidade”, para além de citar o agravamento da situação da Venezuela e as sanções impostas contra o regime de Nicolás Maduro.

A PDVSA recorreu para a justiça portuguesa na tentativa de desbloquear as ordens de pagamento – entre elas o pagamento de fornecimento de gás e a reparação de terminais de descarga –, mas o Tribunal da Relação portuguesa não só não lhe deu razão, como ainda disse que a empresa tem de esperar pelo resultado da ação principal para desbloquear estas verbas, argumentando que as ordens de pagamento não são reversíveis.

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Hoje nas notícias: créditos ruinosos, grávidas e Venezuela

  • ECO
  • 20 Setembro 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O dia em que se sabe que um tribunal rejeitou a providência cautelar interposta pela Petróleos da Venezuela ao Novo Banco fica ainda marcado pelo envio, pelo Parlamento, para o Ministério Público dos nomes de bancários que aprovaram créditos ruinosos. No mercado laboral, nota para o salto significativo da não renovação de contratos com grávidas e pela ameaça do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil poder viver um vazio de poder enquanto os tripulantes da Ryanair estão em greve. A Iberdrola está em guerra com as construtoras no Alto do Tâmega.

Parlamento envia ao Ministério Público nomes de bancários que aprovaram créditos ruinosos

O Parlamento vai enviar ao Ministério Público o nome dos bancários, assim como toda a documentação sobre grandes devedores e o processo interno dos bancos relativo à aprovação de créditos. A documentação inclui os quadros e técnicos bancários que analisaram as condições de atribuição de créditos e as respetivas garantias. Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Não renovação de contratos com grávidas cresce 15%

No último ano, a Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego recebeu 1.500 comunicações de não renovações de contratos com grávidas, tal valor representa um salto de 15% em termos homólogos e é o número mais alto registado desde que a lei tornou obrigatório justificar a não renovação de contratos a prazo com trabalhadores em licença parental, grávidas ou a amamentar. A CITE adianta ainda que recebeu 220 pedidos de informação sobre a matéria, confirmando a ausência de justificação em 157 desses casos. Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso livre).

Iberdrola em guerra com construtoras, suspende construção da barragem do Alto Tâmega

A elétrica espanhola Iberdrola suspendeu as obras para a construção da barragem do Alto Tâmega, na sequência de divergências com o consórcio de construtoras que está a executar o projeto – Mota-Engil, Acciona e Edivisa – e que se recusa a prosseguir as obras sem que a empresa espanhola garante as condições de segurança necessárias para que as obras prossigam, avança o Jornal de Negócios. A empresas espanhola já terá contactado outras construtoras para avançar com o projeto, estando a estudar a rescisão do contrato com o consórcio liderado com a Mota-Engil.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Venezuela impedida de tirar 400 milhões do Novo Banco

O Tribunal da Relação de Lisboa rejeitou uma providência cautelar da Petróleos da Venezuela para tentar “desbloquear” as contas bloqueadas pelo Novo Banco em fevereiro — altura em que se agravou a crise nesse país. O objetivo era “descongelar” mais de 40 ordens de pagamento, em torno de 400 milhões de euros. “Entre os dias 21 e 31 de janeiro de 2019, a requerente [PDVSA] deu ao requerido [Novo Banco] 42 instruções de pagamento, que se destinavam a proceder a pagamentos devidos”, como fornecimento de serviços de gás, ‘leasing’ financeiro ou reparações de terminais de descarga, lê-se no acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Tripulantes com assembleia de destituição em dia de greve da Ryanair

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC) tem marcada uma reunião na qual se pode decidir a destituição da sua atual direção para o mesmo dia em que arranca a greve de tripulantes da Ryanair. A assembleia geral extraordinária foi convocada por um grupo de mais de 200 associados e poderá levar a eleições antecipadas, deixando um vazio de poder pelo meio, período que coincide com a referida paralisação dos funcionários da transportadora irlandesa. O desagrado dos tripulantes de cabine com a atual direção do SNPVAC terá começado por causa de questões ligadas à TAP. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

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5 coisas que vão marcar o dia

Do desemprego do Eurostat ao índice de preços da habitação do INE. O dia fica marcado pela divulgação de estatísticas. Em Espanha, a S&P revê o rating da dívida.

A semana termina com estatísticas, muitas estatísticas. O INE divulga o índice de preços da habitação e os números das empresas portuguesas, enquanto o Eurostat publica os dados relativos ao desemprego por nível de formação. Já o Banco de Portugal dá a conhecer os indicadores coincidentes e a S&P revê o rating da dívida espanhola.

Banco de Portugal divulga indicadores coincidentes

O Banco de Portugal divulga, esta sexta-feira, os indicadores coincidentes, indicadores compósitos que procuram captar a evolução da economia nacional e internacional. Em julho, o indicador coincidente da atividade mensal aumentou 2% face ao mesmo período do ano anterior. Já o indicador coincidente do consumo privado aumentou 2,1%. Tal permitiu notar que, apesar do abrandamento da economia verificado na Zona Euro, Portugal continuava estável.

Como estão as empresas portuguesas? INE responde

O INE divulga, esta sexta-feira, o relatório Empresas em Portugal, com dados relativos a 2018. Segundo os dados mais recentes publicados sobre esta matéria, o ano de 2017 ficou marcado pela aceleração do crescimento dos principais indicadores económicos do setor empresarial não financeiro, tendo sido registado uma subida tanto do volume de negócios, como do valor acrescentado bruto e do excedente bruto de exploração. Também o pessoal ao serviço aumentou e até a remuneração por pessoa ao serviço e o VAB por pessoa deram um salto.

Como evoluíram os preços da habitação?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga, esta sexta-feira, o Índice de Preços da Habitação. Os dados que serão conhecidos esta manhã são relativos ao segundo trimestre do ano. Nos primeiros três meses de 2019, o índice de preços da habitação aumentou 9,2% em termos homólogos e 3,6% pontos percentuais face aos três meses anteriores. A subida em causa foi mais expressiva nas habitação existentes do que nas novas. De janeiro a abril, transacionaram-se 43.826 habitações, o que representa uma subida homóloga de 7,6% e um recuo em cadeia de 5,6%.

Desemprego por nível de formação

O Gabinete de Estatísticas da União Europeia publica, esta sexta-feira, os dados relativos à evolução do desemprego por nível de formação. De acordo com os números mais recentes do INE, no segundo trimestre do ano, a taxa de desemprego entre os trabalhadores portugueses com o ensino secundário concluído era de 7,3%, valor que compara com os 4,4% registados no grupo de trabalhadores com o ensino superior concluído.

S&P revê rating da dívida espanhola

A agência Standard & Poor’s vai rever, esta sexta-feira, a notação financeira atribuída à dívida espanhola. Isto numa altura em que estalou a crise política por terras espanholas, não tendo sido possível evitar a quarta ida às urnas em quatro anos. As novas eleições legislativas foram marcadas para 10 de novembro, depois de Pedro Sánchez não ter conseguido reunir uma maioria parlamentar. Este cenário de caos político poderá ter um impacto significativo na avaliação da S&P.

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Like & Dislike: Margarida Matos Rosa é a nossa ‘tax lady’

É a nossa Margrethe Vestager. A presidente da Autoridade da Concorrência portuguesa já bateu todos os recordes de multas aplicadas às empresas, banca, seguradoras e até cervejeiras. Um brinde a ela.

Além do nome, o que é que Margarida Matos Rosa e Margrethe Vestager têm de parecido? A dinamarquesa, apesar de ser estrangeira, provavelmente é mais conhecida dos portugueses. É a super-comissária europeia para as questões da concorrência, mãe de três filhas, e a vida dela serviu de inspiração para a personagem principal da série televisiva Borgen.

Vestager exerce o cargo de comissária com mão de ferro e sem complacência e já aplicou multas multimilionárias a grandes empresas, dos EUA à Rússia. A revista The Economist chamou-lhe a “most politically effective trustbuster in recent memory” e o presidente Donald Trump já a apelidou de “tax lady” por causa das grandes multas que aplicou a gigantes como a Apple, Google, Starbucks, Visa, Mastercard, Amazon e até a Gazprom na Rússia. Só à Apple obrigou-a a pagar uma multa com um valor recorde de 13 mil milhões de euros por causa dos benefícios fiscais que a tecnológica norte-americana conseguiu do governo irlandês.

E Margarida Matos Rosa? A portuguesa foi a primeira mulher a ocupar o cargo de presidente da Autoridade da Concorrência em Portugal. Foi uma aposta de risco deste Governo porque não tinha experiência no setor quando, em 2016, substitui António Ferreira Gomes. Fez carreira no setor privado e ganhou experiência na banca (BNP Paribas, UBS Bank e Santander Investment) até chegar à CMVM, onde dirigiu o Departamento de Supervisão da Gestão do Investimento Coletivo. De Concorrência não se lhe conhecia qualquer competência.

Num país de reguladores e supervisores amorfos, brandos, incompetentes e que, muitas vezes, se curvam perante o interesse dos governos e do poder das grandes empresas, a chegada da Margarida Matos Rosa foi uma pedrada no charco das águas paradas e turvas da regulação e da supervisão em Portugal.

Surpreendeu pela positiva quando fez uma das suas primeiras aparições no Parlamento numa altura em que o Governo resolveu fazer cativações às receitas dos reguladores, colocando em causa a sua independência. Matos Rosa acusou o Governo que a nomeou de violar a Lei-Quadro das Entidades Reguladoras e afirmou ainda que a organização que dirige não precisa “de todo o babysitting” que é feito por parte do Ministério das Finanças. Sem papas na língua.

Num país habituado a salamaleques, à subserviência dos reguladores ao poder político, o tom de Margarida Matos surpreendeu. Como também tem surpreendido a quantidade e o valor das multas que a AdC tem aplicado às empresas em Portugal. Já se percebeu que Margarida Matos Rosa tem o mesmo feitio e vem da mesma “escola” de Margrethe Vestager.

O Jornal de Negócios escrevia em agosto que Margrethe e Margarida têm “linhas de pensamento muito semelhantes”, razão pela qual, talvez, Margarida Matos Rosa tenha sido convidada para fazer o discurso do brinde de despedida do cargo de Margrethe Vestager.

Esta semana, a AdC aplicou uma multa recorde à EDP, no valor de 48 milhões de euros, por abuso de posição dominante na produção de energia. Segundo as contas do Observador, com esta multa à elétrica, a AdC deverá registar este ano o maior volume de coimas de sempre. Só em quatro processos contra grandes empresas, bancos e seguradoras, a Concorrência aplicou coimas de 351 milhões de euros: 225 milhões a 14 bancos, 54 milhões a quatro seguradoras e 24 milhões à Superbock por fixação de preços mínimos.

Dirão os mais céticos, e com alguma razão, que a competência de um regulador não se mede em euros. E dirão, ainda com mais razão, que há casos que conhecem o seu desfecho agora, mas que já vêm do tempo de António Ferreira Gomes, de Manuel Sebastião ou de Abel Mateus. Só que também é verdade que nunca, como neste mandato, a AdC foi tão ativa, fez tantas buscas e aplicou tantas multas.

Além da coragem de tomar as decisões, aparentemente as decisões não foram tomadas de forma leviana e parecem estar blindadas juridicamente. Basta ver que, por exemplo, no caso do cartel da banca, os bancos visados interpuseram 26 recursos, que geraram um total de 43 recursos judiciais (incluindo para o Tribunal da Relação de Lisboa e para o Tribunal Constitucional). Somente cinco decisões (e relativas a questões processuais) foram desfavoráveis à AdC. É obra.

Ao contrário de Margrethe Vestager, a vida de Margarida Matos Rosa não serviu de inspiração para nenhuma série de televisão. Mas devia ao menos inspirar os outros reguladores a fazer um trabalho sério, competente e isento. Merece um Like.

O Like & Dislike é um espaço de opinião.

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Uber acaba com “fila de espera” para entrada de novos carros ao serviço

As empresas que têm frotas ao serviço da Uber podem, desde final de junho, adicionar o número de carros que quiserem e quando quiserem à aplicação. A plataforma pôs fim ao processo de aprovação.

Desde final de junho que a Uber permite adicionar o número de carros que quiserem à aplicaçãoHugo Amaral/ECO

As empresas com frotas na Uber UBER 0,00% que queiram adicionar mais carros ao serviço têm agora a vida facilitada. A plataforma deixou cair o processo de aprovação para a entrada de novos veículos, que era uma das principais barreiras à entrada de automóveis ao serviço da aplicação, contaram ao ECO duas fontes do setor.

Desde o final de junho que as empresas gestoras de frotas podem adicionar à plataforma o número de carros que entenderem e quando entenderem, sem que estes tenham de passar por um processo de aprovação da Uber. Anteriormente, tinham de o solicitar à empresa, entrando numa espécie de fila de espera burocrática. Os dossiês iam sendo despachados pela equipa da Uber, mas os carros elétricos tinham prioridade. E os motoristas que completassem 100 viagens também.

A 26 de junho, a Uber comunicou aos parceiros que podem agora adicionar à plataforma o número de veículos que bem entenderem, sem terem de passar por qualquer processo de aprovação. As únicas regras que se mantêm em vigor são os requisitos mínimos legais, como, por exemplo, os carros não podem ter mais de sete anos.

“Caro parceiro, informamos que, a partir deste momento, pode adicionar veículos à sua frota de parceiro sem precisar de aguardar por confirmação da nossa parte”, lê-se numa mensagem enviada pela empresa, a que o ECO teve acesso. “A aprovação da sua viatura fica sujeita ao cumprimento dos requisitos aplicáveis”, lê-se no mesmo email.

Parceiros e motoristas sempre acreditaram que este mecanismo fosse usado pela Uber para controlar a oferta de carros na plataforma, algo que a empresa nega de forma perentória: “A Uber nunca impôs limites de veículos por parceiro”, disse fonte oficial da empresa em Portugal. Ao que o ECO apurou, o fim do processo está relacionado com a lei que passou a regular estes serviços, que entrou em vigor a 1 de novembro e aliviou a responsabilidade da empresa no tratamento legal destes processos. O ónus passou a estar no Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), responsável pelo licenciamento, e chegou a gerar queixas pelas longas filas de espera nos serviços.

Nos últimos meses, a entrada de aplicações concorrentes no mercado português, sobretudo em Lisboa, também vieram impedir a Uber de ter qualquer tipo de controlo sobre a oferta de veículos. Atualmente, é comum os motoristas trabalharem ao serviço de mais do que uma aplicação, dividindo as viagens entre a Uber, a Bolt e a Kapten.

A chamada “lei da Uber” não prevê contingentação de veículos, como acontece no setor do táxi, em que cada automóvel explora um alvará. Esta era uma das principais preocupações dos partidos de esquerda quando a lei foi discutida na Assembleia da República (AR), e das associações que representam o setor do táxi, que temiam o descontrolo da oferta de serviços de transporte de passageiros.

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Metade das cotadas falham planos de igualdade, mas não há sanções

Prazo previsto pela lei terminou no domingo, mas houve um alargamento informal por ser um ano de transição. No PSI-20, nove empresas não entregaram, mas de qualquer forma não há regime sancionatório.

As empresas cotadas em bolsa tinham até 15 de setembro para apresentar planos para a igualdade referentes a 2020. Mais de metade não cumpriu o prazo até porque — sendo este o primeiro ano da nova obrigação de reporte — houve um acordo de extensão do prazo por três meses. Mas mesmo que não o façam, não há sanções previstas.

O regime da representação equilibrada entre mulheres e homens em cargos de topo está previsto há mais de dois anos e, em junho, sofreu um acrescento. O Despacho Normativo n.º 18/2019, de 21 de junho, prevê que cotadas (tal como empresas públicas) comuniquem planos para a igualdade relativos a cada ano (anualmente até 15 de setembro do ano anterior a que dizem respeito).

A divulgação é feita no sistema de difusão de informação da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). E estes devem ainda ser remetidos à Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG) e à Comissão para a Igualdade no Trabalho e no Emprego (CITE).

Apesar de o prazo ter terminado no domingo passado, chegaram à CMVM apenas 20 planos de um universo de 53 empresas cotadas na bolsa de Lisboa. Das 18 cotadas no índice de referência PSI-20, nove não enviaram planos. Este grupo de empresas que falharam inclui Altri, BCP, EDP, EDP Renováveis, Galp, Pharol, F. Ramada, Semapa e The Navigator.

Mas, na realidade, não há qualquer problema. A Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado (AEM) “informou a CIG e a CITE que as empresas não tinham capacidade de entregar a tempo devido ao prazo apertado”, como explicou Abel Sequeira Ferreira, diretor executivo da AEM, ao ECO.

Como as cotadas tinham menos de dois meses para a publicação, foi estabelecido um novo “prazo informal” de 15 de dezembro. Além do prazo apertado, Sequeira Ferreira explicou ainda que as empresas não foram informadas diretamente desta nova obrigação — “acabou por passar despercebido”, diz — e lembrou que o novo guião que serve de base aos planos de igualdade tem 244 páginas, enquanto o anterior tinha apenas 58.

“Algumas empresas já tinham e decidiram enviar. As outras não vão entregar fora do prazo. Vão entregar no prazo que as entidades reguladoras acordaram por ser um ano de transição. Todas as empresas estão a preparar os planos de igualdade e o processo está a decorrer. No próximo ano então, estamos todos conscientes e não há dúvidas que os prazos são para cumprir”, acrescentou o representante dos emitentes.

O BCP confirmou exatamente essa intenção. “Estamos a ultimar o nosso plano. Trata-se de um tema relevante, ao qual está a ser prestada especial atenção na preparação. O plano será publicado e divulgado no decorrer do quarto trimestre deste ano”, disse fonte oficial do banco liderado por Miguel Maya.

Da mesma forma, a EDP referiu que “o plano em questão está preparado e encontra-se pendente de avaliação por parte dos órgãos sociais da EDP, devendo ser publicado nas próximas semanas”.

Mas mesmo as empresas que não o façam, não há qualquer punição prevista para cotadas que não entreguem os planos de igualdade (ao contrário do que acontece sobre a parte da lei que diz respeito à representação equilibrada entre mulheres e homens em cargos de topo.

Não está previsto regime sancionatório em caso de incumprimento relativamente à comunicação dos planos no prazo estipulado“, esclareceu fonte oficial do Ministério da Presidência e da Modernização Administrativa. “Sem prejuízo, e tendo em vista apoiar as empresas na elaboração destes planos, a CITE emite recomendações sobre os mesmos, as quais são publicadas até 20 de dezembro de cada ano”.

Também no âmbito do Ciclo de Laboratórios de Igualdade entre Mulheres e Homens no Trabalho e no Emprego que a CITE organiza anualmente, são desenvolvidas sessões específicas de apoio à elaboração de planos para a igualdade.

Mas ninguém tem competências para sancionar as cotadas que não cumprirem, nem mesmo a CMVM. O supervisor é apenas responsável pela supervisão da igualdade de género nos órgãos de administração, ou seja, se as empresas cumprem o limite mínimo de 20% (que irá passar para 33,3% em janeiro).

Desde que a lei foi aprovada, em agosto de 2017, a percentagem de mulheres nos órgãos de administração das empresas cotadas subiu seis pontos percentuais para 18% em agosto de 2019.

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Bruxelas pede explicações sobre caso das golas antifumo que tiveram apoio comunitário

As golas antifumo e kits de autoproteção fazem parte dos programas Aldeia Segura e Pessoas Seguras, que receberam 1,63 milhões de euros de apoio do Fundo de Coesão, ou seja, 85% do total da despesa.

A Comissão Europeia pediu esclarecimentos ao Governo português relativamente ao caso das golas antifumo, porque estas foram financiadas por fundos europeus e há a suspeitas de que não foram cumpridas todas as regras exigidas pelos regulamentos comunitários, nomeadamente no que diz respeito ao Código dos Contratos Públicos.

“As entidades competentes já responderam a todas as solicitações recebidas, incluindo as que foram apresentadas pelos serviços da Comissão Europeia, de acordo com os procedimentos aplicáveis”, disse ao ECO fonte oficial do Ministério do Planeamento, quando questionada se Bruxelas tinha interpelado Portugal sobre este caso que levou à demissão do secretário de Estado da Proteção Civil, na quarta-feira.

Artur Neves, assim como o presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), Mourato Nunes, foram constituídos arguidos nesta investigação.

Por isso, sublinha a mesma fonte oficial, “agora” os processos “estão sob a alçada do Ministério Público”.

As entidades competentes já responderam a todas as solicitações recebidas, incluindo as que foram apresentadas pelos serviços da Comissão Europeia, de acordo com os procedimentos aplicáveis, agora, a processos que estão sob a alçada do Ministério Público.

Fonte oficial do Ministério do Planeamento

As golas antifumo e os kits de autoproteção fazem parte dos programa Aldeia Segura e Pessoas Seguras, para prevenção do Risco de Incêndios Florestais, que receberam 1,63 milhões de euros de apoio do Fundo de Coesão, ou seja, 85% do total das despesas elegíveis (2,81 milhões de euros) do Fundo de Coesão, através do Programa Operacional da Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR).

E as regras determinam que a aquisição de bens e serviços por organismos do Estado devem ser feitas por concurso público. No entanto, o contrato entre a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e a empresa Foxtrot Aventura usou a figura legal da consulta prévia, que consta do Código de Contratos Públicos, mas só pode ser utilizada em situações específicas: ter um valor inferior a 75 mil euros (depois de o concurso público não ter recebido candidaturas) ou ser uma urgência.

Ora, o Estado pagou 102 mil euros mais IVA pelas golas e 165 mil euros mais IVA pelos kits de autoproteção. Portanto, o critério financeiro não se aplica. E o de urgência também não porque o programa foi desenhado em 2017 e a adjudicação só foi feita às Foxtrot em junho de 2018, ainda que tenha sido este o argumento invocado para não se ter realizado o concurso público.

Perante esta aparente violação das regras, a Comissão poderá obrigar Portugal a devolver os apoios concedidos, uma hipótese que foi levantada pelo Jornal de Notícias (acesso pago). O ECO contactou a Comissão Europeia e o Olaf para saber se essa possibilidade está sobre a mesa, mas até ao momento de publicação deste artigo não obteve resposta.

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“A região Dão é o luxo do século XXI”

  • Liliana Garcia
  • 20 Setembro 2019

Tempo, silêncio, ruralidade e segurança fazem com que o Dão se afirme como uma região com potencial de crescimento no setor do turismo.

Em tempos de hiperconexão e stress, o presidente do Turismo do Centro de Portugal, Pedro Machado, acredita no potencial turístico do Dão. “A região Dão, por ter baixa densidade, e zonas associadas à ruralidade, é o luxo do século XXI. Acredito nisto. Esta região tem tempo, silêncio e segurança. O enoturismo e esta região em Portugal têm feito um trabalho notável de reafirmação da notoriedade [no mercado internacional”, disse este dirigente, na manhã desta quinta-feira, durante a mesa redonda “Estratégia para o desenvolvimento do Enoturismo no Dão”, no âmbito da Conferência Novo Banco “Enoturismo no Dão: Um caminho para o Vinho e para o Turismo, em Viseu.

Ciente de que tem em mãos uma tarefa que “não é fácil, mas é interessante”, o presidente do Turismo do Centro de Portugal reforçou que “o turismo é das atividades económicas mais transversais” e que “o trabalho em rede começa desde a estruturação do produto”. Mas, além disso, Pedro Machado lembrou ser necessário estruturar também os recursos humanos, verificando que “há muitos empresários que não conseguem estruturar o negócio porque não conseguem ter recursos humanos”.

No mesmo sentido, vai a opinião de Arlindo Cunha. Durante a mesa redonda, o presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR) do Dão defendeu existirem três desafios na atualidade: “Estruturar o produto, promover o produto e capacitar as pessoas para que o produto seja atualizado e melhorado”. “Fizemos ontem 111 anos, temos um vinho que sempre teve grande notoriedade, um produto fantástico com altos e baixos. Temos paisagens fantásticas, temos um património monumental fenomenal e uma gastronomia que é das melhores do país. Há muito para vender, há é que estruturar o produto”, ilustrou Arlindo Cunha.

No que diz respeito à promoção do vinho do Dão, o presidente desta CVR mencionou que tal implica “investimento, plataformas de comunicação” e que isso se faz com “políticas públicas”. Como último aspeto, destacou a importância de medidas de sensibilização e formação dos pequenos produtores, que consideram perda de tempo receber um estrangeiro.

Já António Ramalho, CEO do Novo Banco, lamentou que “a indústria do vinho em Portugal não consiga refletir no preço a qualidade que tem”, referindo que “ninguém espera que haja massificação do turismo, mas um crescimento na cadeia de valor”. O dirigente do Novo Banco reforçou ainda que, para o desenvolvimento do país, é importante “o crescimento de exportações ou a valorização de bens não transacionáveis com caráter estático, como o turismo e o vinho”.

Por seu turno, o presidente da câmara municipal de Viseu, António Almeida Henriques, reforçou haver “um compromisso do concelho de Viseu com o Dão” e ser “sempre fácil vender um produto que é bom”. “Nós assumimo-nos como cidade vinhateira e temos feito um percurso sem ajudas de fundos comunitários, e os resultados estão à vista [em termos de crescimento do turismo]”, referiu.

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“Portugal tem dos melhores vinhos do mundo, mas ainda não é reconhecido como destino de enoturismo”

  • Liliana Garcia
  • 20 Setembro 2019

Especialistas e empresários consideram urgente a valorização do produto turístico e o trabalho em rede para captar enoturistas. O baixo preço de venda é apontado como entrave para um posicionamento.

“Temos sentido que os mercados estão a ter cada vez mais procura de enoturismo. Portugal é reconhecido como melhor destino turístico do mundo, tem dos melhores vinhos do mundo, mas ainda não é reconhecido, internacionalmente, como destino de enoturismo. Temos de mostrar mais atratividade”, reconhece Lídia Moreira, do Turismo de Portugal, uma das participantes na mesa redonda “Investimento no Enoturismo”, que integrou a Conferência Novo Banco “Enoturismo no Dão: Um caminho para o Vinho e para o Turismo”, que se realizou esta quinta-feira, em Viseu.

A representante do Turismo de Portugal lembrou não só que “as nossas regiões vinhateiras atravessam todo o território”, mas também que o nosso país conta com três paisagens culturais vinhateiras que são Património Mundial da UNESCO: Alto Douro, Pico e Vale do Côa. E que, por isso, é essencial saber valorizar o produto turístico que se tem, através do “apoio a projetos que qualifiquem as pessoas”, bem como “estimular uma maior capacitação dos elementos do setor”, tendo em consideração que “os mercados procuram experiências”.

“Aquilo a que assistimos hoje é o surgimento dos millennials, desta nova geração que olha para o vinho como uma experiência, que valoriza as experiências”, observa Lídia Moreira, reconhecendo a importância de o enoturismo ir ao encontro das necessidades de mercado, como procura fazer a Santacastta, uma jovem empresa de animação turística dedicada, em exclusivo, ao turismo de experiências no Dão.

Luís Amaral, fundador deste negócio e outro dos convidados desta mesa redonda, admite a existência de “dificuldades” na criação de atratividade, mas acredita na força das parcerias. “Recuso-me a vender apenas a quinta, vendo a região. Dou a conhecer o Dão, cuja beleza não está à beira da estrada, como o Douro”, partilhou, defendendo a implementação de uma “enologia criativa”. “Dentro do país, não somos uma região com grande notoriedade, mas esta há de chegar. Aguardamos a grande explosão do Dão”, perspetiva.

Da mesa redonda fez ainda parte Diogo Rocha, chef do restaurante Mesa de Lemos, que chamou a atenção para aquele que considera ser um grande problema de base: “Portugal, infelizmente, tem vinho muito barato, o que nos coloca num lugar do enoturismo que nos fragiliza. O posicionamento no mercado do vinho não nos ajuda”.

Para além desta fragilidade, Diogo Rocha nomeia a ausência de trabalho em rede. “É preciso montar uma rede, juntarmo-nos para melhor vender a região. Mas, se fossemos bons no associativismo, as cooperativas em Portugal não estão como estão”, constata. Outro dos aspetos a melhorar, no entender do chef, é a capacitação dos recursos humanos: “Há a parte calorosa que distingue um projeto, mas tem de haver um fio condutor. É preciso estudar e dotar as pessoas de conhecimento técnico”. Para ir ao encontro destas necessidades, de acordo com Lídia Moreira, o Turismo de Portugal tem apostado nessa vertente, através do Enotur, “um programa para a formação de um referencial técnico para o enoturismo”.

Pedro Freitas, responsável pela Quinta do Medronheiro, também chamou a atenção para a importância do domínio do inglês, na apresentação do produto turístico, mas lembrou que mais importante que a língua é a hospitalidade sentida pelos enoturistas. “A apresentação tem de ser feita em Inglês, mas há algo que supera isso: o à vontade com que recebemos os turistas, o ambiente familiar e informal”.

Luís Ribeiro, administrador do Novo Banco, lembrou que a banca disponibiliza linhas de investimento para capitalizar o turismo, nomeadamente o enoturismo, desde que sejam apresentados projetos válidos. “Os bons projetos em Portugal têm o apoio dos bancos, desde que bem estruturados. Apoiar projetos com propósito é o propósito do Novo Banco” referiu durante este encontro.

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Falta de recursos humanos qualificados fragiliza enoturismo português

  • Liliana Garcia
  • 20 Setembro 2019

Estudo apresentado na “Enoturismo no Dão” aponta urgência na formação de profissionais do setor e a criação de uma oferta integrada como principais desafios para captar enoturismo.

Num contexto favorável ao consumo de vinho e de aumento do fluxo turístico, a falta de recursos humanos e uma oferta pouco estruturada evidenciam-se como as principais fragilidades do enoturismo em Portugal, segundo um estudo revelado esta quinta-feira, em Viseu, na conferência Novo Banco “Enoturismo no Dão: Um caminho para o Vinho e para o Turismo”.

Carlos Almeida Andrade, economista chefe do Novo Banco.Sérgio Eira

Durante a conferência, que decorreu na Pousada de Viseu, Carlos Almeida Andrade, economista chefe do Novo Banco, apresentou “Uma visão sobre o setor do Enoturismo”, realçando que os principais fatores de atratividade deste setor em Portugal são a beleza paisagística e histórico-cultural das regiões vinícolas (28%), a reputação e qualidade dos vinhos (22%), bem como a história e tradição do vinho (20%). O economista sublinhou que a escassez de recursos humanos qualificados, bem como a ausência de organização das rotas de enoturismo e a debilidade de sinergias entre a produção do vinho e outros setores associados ao enoturismo representam as principais fragilidades. A estas lacunas soma-se ainda a falta, quer de notoriedade internacional do enoturismo nacional, quer de conhecimentos sobre a qualidade do vinho português.

O estudo aponta que no mercado nacional, o enoturista tem sido predominantemente do género masculino (52%-66%), com poder de compra e nível sócio-cultural médio ou elevado, e português (50%-70%) mas que, no panorama internacional evidenciam-se já alterações em termos de tendência no perfil do enoturista. Assim, começa a notar-se interesse por parte de um público maioritariamente feminino, mais jovem, viajando em grupo, com origem em mercados mais interessados em experiências complementares ao setor vinícola.

Perante esta constatação, Carlos Andrade chamou a atenção para os principais desafios deste setor. Para o economista chefe do Novo Banco, é crucial conhecer o mercado, recolhendo, sistematizando e trabalhando dados estatísticos sobre a procura no mercado, tendo em conta que, a nível global, o enoturista privilegia uma oferta integrada. Além disso, este responsável reforçou a urgência de investimento em capital humano que domine línguas estrangeiras e tenha conhecimento histórico sobre a região onde se insere. ”Se vamos chamar turistas e não temos alguém qualificado para a prestação de serviços, torna-se complicado [ganhar atratividade]”, expressou Carlos Andrade.

Outro dos desafios que se coloca é o investimento no marketing e visibilidade digitais e, nesse sentido, o economista chefe sublinha que, hoje em dia, muitas das escolhas feitas pelos consumidores têm por base a experiência emocional no mundo digital. “O enoturismo deve estar ligado a experiências, emoções, histórias de pessoas”, destacou.

Para que o enoturismo português ganhe impulso, Carlos Andrade disse ainda ser imperativo construir uma oferta integrada, em que se trabalhe em parceria e não de costas voltadas, chamando a atenção para a “coordenação de esforços ao nível de produtores de vinho, associações do setor, unidades de enoturismo, entidades públicas e universidades”. Por fim, o responsável apontou a necessidade de alavancar o desenvolvimento regional, unindo empresas, produtores locais, organismos públicos não só com o objetivo de gerar receitas, mas também de potenciar toda a região.

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Ilídio Pinho distinguido com prémio carreira da Deloitte

Fundador e Presidente da Fundação Ilídio Pinho, da Ilídio Pinho Holding e da Fomentinvest, Ilídio Pinho, 80 anos, foi distinguido com o prémio Lifetime Achievement Award da Deloitte.

Gala IRGAwards 2019 - 19SET19
Ilídio Pinho, 80 anos, foi homenageado com o prémio carreira da Deloitte.Hugo Amaral/ECO

Ilídio Pinho, empresário de 80 anos, foi distinguido com o prémio Lifetime Achievement Award dos Investor Relations & Governance Awards (IRGAwards), uma iniciativa da Deloitte que decorreu esta quinta-feira e que premiou as personalidades e empresas que se destacaram em Portugal.

É obrigação do empresário criar condições para que aquilo que criou não morra com ele. O maior prazer que posso ter na vida é saber na despedida que valeu a pena ter vivido”, referiu Ilídio Pinho, emocionado com a homenagem, lembrando outros empresários que nos anos 60, como ele, ajudaram a construir a economia do país.

“Foram empresários que procuraram responder numa fase muito difícil do país àquilo que era necessário, com sacrifício e enormes dificuldades para ajudar o nosso Portugal. Alguns deles já não estão connosco, mas estão sempre na nossa memória”, disse ainda.

Fundador e Presidente da Fundação Ilídio Pinho, da Ilídio Pinho Holding e da Fomentinvest, Ilídio Pinho tem uma vida dedicada ao mundo empresarial e à causa pública. Nascido em Vale do Cambra em 19 de dezembro de 1938, Ilídio Pinho lançou-se na vida empresarial com a criação da COLEP – acrónimo derivado do seu nome de família -, em 1964, uma empresa dedicada a embalagens para bolachas.

Desde então fundou diversas empresas, incluindo a NacionalGás, a Lusitânia Gás, a EGA, a Emporgás, a Edisoft e a Megasis. Participou ainda na fundação e desenvolvimento de diversos bancos, seguradoras e sociedades financeiras, como o BIG, BCP, Ocidental, Lusitânia, Banco Comercial de Macau, BNI, Banco Mello de Investimentos, entre outros. Atualmente é membro do conselho geral e de supervisão da EDP.

Desempenhou ainda vários cargos institucionais, alguns deles públicos. Entre 1979 e 1983, Ilídio Pinho foi presidente do Conselho Municipal de Vale de Cambra, onde também desempenhou o cargo de presidente da Assembleia Municipal entre 1993 e 1997. Foi distinguido com altas distinções de mérito a nível nacional: Comendador da Ordem do Mérito Industrial e Grã-Cruz da Ordem do Mérito e Grã-Cruz da Ordem do Mérito.

Criou ainda uma fundação em memória do seu filho Ilídio Pedro, com a missão de promover a “Ciência ao Serviço do Desenvolvimento e da Humanização”.

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Siza: “Temos de ser eficientes para que as poupanças sejam aplicadas no mercado de capitais”

O ministro Adjunto e da Economia lembrou que Portugal é um "país de capital escasso e onde houve grande destruição do capital", na entrega dos IRGAwards.

O ministro Adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira, acredita que continuam a ser necessários incentivos para que as poupanças das famílias sejam direcionadas para o financiamento do tecido empresarial. Lembrando a criação de novos instrumentos ao longo da legislatura que termina no próximo mês, sinalizou intenção de continuar o curso da inovação e mudanças regulatórias.

“O mercado de capitais passou por momentos de grande exuberância, mas também momentos difíceis de destruição. Este momento em que temos menos empresas no mercado e em que as poupanças dos portugueses têm dificuldade em direcionar-se para o mercado, é mais importante estar presente nestes prémios”, começou por dizer Siza Vieira.

O ministro falava na entrega dos Investor Relations & Governance Awards (os IRGAwards) da Deloitte, numa iniciativa que teve lugar esta quinta-feira em Lisboa, e premeia a liderança empresarial. Segundo Siza Vieira, a transparência é uma das condições necessárias para a dinamização do mercado e captação de capitais.

Portugal é um país de capital escasso e onde houve grande destruição do capital. Se queremos assegurar que as poupanças são aplicadas, temos de melhorar as condições do mercado e as condições de transparência“, referiu. “Temos de ser eficientes para que as poupanças dos portugueses sejam aplicadas no mercado de capitais. Espero que o exemplo possa fortificar para construir um mercado mais credível”.

O ministro sublinhou que o tecido empresarial em Portugal estão excessivamente dependentes da banca e que é necessário adaptar os instrumentos disponíveis para o financiamento das empresas, bem como simplificar a regulação.

Siza Vieira lembrou a criação das Sociedades de Investimento para o Fomento da Economia (SIMFE) e das Sociedades de Investimento e Gestão Imobiliária (SIGI) — ambas iniciativas deste Governo –, bem como o crescimento do interesse na emissão de green bonds. “Todas estas são formas de encontrar formas de financiamento mais próximas do nosso tecido empresarial“, acrescentou.

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