MAI diz que incêndios não devem servir de conflito pré-eleitoral

  • Lusa
  • 29 Julho 2019

Eduardo Cabrita elogia o sucesso do “Aldeia Segura Pessoas Seguras”, programa no qual foram distribuídos ‘kits de incêndio’, que incluem as polémicas golas antifumo.

O ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, afirmou no domingo à noite que o tema dos incêndios “não deve servir para conflitualidades pré-eleitorais, nem para controvérsias estéreis” e que deve haver uma união em torno da Proteção Civil.

“Ainda é muito cedo para qualquer balanço, mas julgo que mais importante do que isso é que todos os portugueses saibam que neste ano tão especial [eleições legislativas] este [incêndios] não é um tema para conflitualidade pré-eleitoral”, defendeu o governante.

As declarações de Eduardo Cabrita foram feitas no Barreiro, durante uma intervenção na cerimónia comemorativa do 125.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Sul e Sueste, na qual participaram também o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, Jaime Marta Soares, e dirigentes da estrutura da Autoridade Nacional de Proteção Civil.

O ministro da Administração Interna, que se escusou a falar aos jornalistas à margem da cerimónia, elogiou ainda no seu discurso o sucesso do “Aldeia Segura Pessoas Seguras”, programa no qual foram distribuídos ‘kits de incêndio’, que incluem as polémicas golas antifumo.

“Ainda na sexta-feira me dizia a presidente da Câmara de Silves que, num incêndio de particular risco, duas equipas da Aldeia Segura foram acionadas pela autarquia para prevenir aquilo que eram os riscos que estavam ali. Este é um esforço de todos. Quando dizemos Proteção Civil somos todos nós”, afirmou.

O Jornal de Notícias noticiou na sexta-feira que 70 mil golas antifumo fabricadas com material inflamável e sem tratamento anticarbonização, que custaram 125 mil euros, foram entregues pela proteção civil no âmbito dos programas “Aldeia Segura” e “Pessoas Seguras”.

A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) esclareceu que os materiais distribuídos no âmbito dos programas não são de combate a incêndios nem de proteção individual, mas de sensibilização de boas-práticas.

Eduardo Cabrita já mandou abrir um inquérito urgente sobre contratação de material de sensibilização para incêndios.

Em comunicado, divulgado no sábado, o Ministério da Administração Interna disse que, “face às notícias publicadas sobre aspetos contratuais relativamente ao material de sensibilização, o ministro da Administração Interna pediu esclarecimentos à Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e determinou a abertura de um inquérito urgente à Inspeção-Geral da Administração Interna”.

Questionado na sexta-feira pelos jornalistas em Mafra, Eduardo Cabrita considerou “irresponsável e alarmista” a notícia e sublinhou a importância do programa que está em curso em mais de 1.600 aldeias do país, assegurando que a distribuição das golas antifumo não põe em causa nem o projeto nem a segurança das pessoas.

No domingo, o secretário de Estado da Proteção Civil remeteu a responsabilidade sobre o processo de compra de ‘kits de incêndio’, que incluem as golas antifumo, para a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil.

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5 coisas que vão marcar o dia

BCP e BPI revelam as contas do primeiro semestre no dia em que são conhecidos dados sobre a atividade turística e a avaliação bancária das casas. Há ainda mexidas nos preços dos combustíveis.

Esta segunda-feira ficará marcada pelo arranque da divulgação das contas dos bancos nacionais, dia em que o INE revela dados sobre a atividade turística no primeiro trimestre e sobre a avaliação das casas atribuída pelos bancos em junho. A CMVM também anuncia o balanço da sua atividade sancionatória no segundo trimestre do ano. Há ainda mexidas nos preços dos combustíveis.

Mais resultados

Após a chuva de resultados na semana passada, esta segunda-feira traz mais reportes de contas semestrais das empresas portuguesas. O BCP dá o pontapé de saída para a divulgação de contas da banca no mesmo dia em que o BPI também faz um balanço da sua atividade. A Galp fará o mesmo logo no início desta manhã, antes da abertura da bolsa nacional.

Que valor estão os bancos a atribuir às casas?

O Instituto Nacional de Estatísticas divulga o inquérito à avaliação bancária na habitação. Estes dados permitirão saber qual o valor que os bancos atribuíram aos imóveis na hora de disponibilizarem financiamento para a compra de casa no mês de junho. Os últimos dados mostram que, em maio, a avaliação bancária das casas atingiu um novo recorde.

Como evolui a procura dos turistas nacionais?

Esta segunda-feira é feito um balanço da procura turística por parte dos residentes em Portugal. Os dados que serão divulgados pelo Instituto Nacional de estatística dizem respeito ao primeiro trimestre do ano. Os últimos dados conhecidos, relativos ao último trimestre de 2018, revelaram um crescimento de 6,3% nas viagens dos turistas nacionais.

CMVM divulga as coimas que aplicou no segundo trimestre

Poucos dias depois de o Banco de Portugal ter reportado coimas de 932,5 mil euros no segundo trimestre, chega a vez de também a CMVM revelar o resultado da sua atividade sancionatória naquele período. Recentemente, a entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias reportou um recorde de 12 anos nas contraordenações que aplicou em 2018. Foram 2,17 milhões de euros.

Há novos preços nos combustíveis

Como habitualmente, as segundas-feiras são marcadas pela atualização dos preços dos combustíveis nas bombas. Esta semana, os preços dos combustíveis vão ter comportamentos divergentes. O gasóleo vai subir meio cêntimo. Já a gasolina não deverá mexer.

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Dívida portuguesa brilha. Vai puxar pelos lucros da banca nacional

Comportamento positivo das obrigações do Tesouro traduzir-se em ganhos de muitos milhões de euros nas carteiras dos maiores bancos nacionais, ajudando aos resultados líquidos.

A dívida pública portuguesa tem vindo a valorizar. Regista uma forte valorização, levando à queda das yields, que tem gerado ganhos expressivos para os muitos investidores em títulos nacionais. Entre os principais estão os bancos, nomeadamente os cinco maiores, que à semelhança do que aconteceu nos primeiros três meses do ano, deverão revelar nos resultados do semestre os frutos desta aposta crescente em obrigações do Tesouro (OT).

Após um retorno médio da dívida pública portuguesa de 3,5% no primeiro trimestre do ano — que deu a Portugal o título de mais rentável entre os países da Zona Euro –, o segundo trimestre foi ainda melhor. Houve uma valorização de 4,5% apenas entre março e junho, de acordo com S&P Portugal Sovereign Bond Index Total Return. O ganho acumulado até ao final de junho ascendeu a 8,16%.

O aumento do preço é proporcional à forte queda nas yields causada pelo contínuo reforço da confiança dos investidores em Portugal e das condições internacionais favoráveis. Tanto a política expansionista do Banco Central Europeu (BCE) que não parece próxima do fim, como a maior procura por dívida em detrimento das ações devido aos receios com a desaceleração económica mundial têm feito brilhar a dívida.

Fonte: S&P Portugal Sovereign Bond Index Total Return

No primeiro trimestre do ano, já se viram os reflexos: a dívida (a par do imobiliário) animou as contas do BCP, da Caixa Geral Depósitos e do Santander Totta. Diferentes foram os casos do Novo Banco — que também é grande investidor em dívida, mas tem prejuízos — e o BPI, cuja aposta é de menor dimensão.

No total, os lucros dos cinco principais bancos portugueses ascenderam a 373 milhões de euros entre janeiro e março, menos 30% face ao mesmo período do ano passado. Ao longo desta semana, serão conhecidos os dados do semestre, a começar pelo BPI e pelo BCP já esta segunda-feira, devendo o comportamento positivo das OT traduzir-se em ganhos de muitos milhões de euros nas carteiras, ajudando aos resultados líquidos.

O banco liderado por Miguel Maya era, no final de março, o banco com maior dívida em carteira 7.376 milhões de euros em títulos, na maioria em títulos com maturidades entre os dois e os cinco anos. Segue-se a CGD, que detinha 6.020 milhões de euros, com metade em bilhetes do Tesouro (BT), ou seja, títulos a menos de um ano. Já o Santander tinha mais de 3.700 milhões e o BPI outros 1.600 milhões. Apenas o Novo Banco não divulga dados trimestrais, mas tinha, no final do ano passado, 4.434 milhões de euros.

35 mil milhões de euros de dívida em carteira

No total dos bancos em Portugal, havia 35.092 milhões de euros em dívida pública portuguesa em carteira no final de março, dos quais 28.466 milhões eram obrigações do Tesouro (ou seja, títulos com mais de um ano). O montante em carteira deslizou 0,95% até ao final de junho, para um total de 34.758 milhões de euros, dos quais 28.840 obrigações.

São estes que oferecem maior rentabilidade, mas o investimento em BT, que têm um retorno próximo de zero, tem um propósito: a poupança conseguida.

Com dificuldades em passar liquidez para a economia, os bancos ou investem ou depositam dinheiro. No entanto, a taxa de juro de depósitos do Banco Central Europeu (BCE) está negativa em 0,40%, o que significa que as reservas excedentárias (total de depósitos excluindo as reservas mínimas obrigatórias) têm um custo. Segundo as contas do ECO, este situa-se em 100,8 mil euros por dia.

Num cenário de taxas em mínimos históricos e com o BCE a sinalizar que poderá atirar os juros para terreno ainda mais negativo nos próximos meses, investimentos que não rendem praticamente nada acabam por ser mais vantajosos que os custos associados a ter depósitos no banco central.

Fonte: Banco de Portugal

Estratégia dá lucros, mas é arriscada

Mas a estratégia não deixa de ser arriscada. Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e BCE já alertaram para o risco do aumento da exposição da banca portuguesa à dívida pública portuguesa, que é já 9% do total de ativos (contra 4,5% em 2011) para a estabilidade do sistema financeira.

A Associação Portuguesa de Bancos (APB) diz que está a acompanhar a evolução, mas considera que não existe um alerta. “É importante monitorizar e acompanhar esta situação, mas não existe um alerta vermelho. É uma situação comportável no âmbito da atuação dos bancos”, afirmou Norberto Rosa, secretário-geral da APB, no início do mês, no Parlamento. “Não há uma elevada preocupação“.

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Tribunal permitiu “golpada” de Berardo porque banca violou lei das associações

Alterações que os bancos fizeram em 2008 nos estatutos da Associação Coleção Berardo violaram "disposições imperativas" do regime das associações, defendeu tribunal, na sentença consultada pelo ECO.

Se o caso Berardo fosse um filme, poderíamos estar a falar de um plot twist em que de repente se invertem os papéis dos personagens e se acrescenta suspense até ao desfecho do enredo. Foi mais ou menos isto que aconteceu quando uma decisão do tribunal permitiu que o comendador pudesse retirar poder aos bancos na Associação Coleção Berardo e blindar as obras de arte. Por que razão o tribunal decidiu assim? Porque Caixa Geral de Depósitos (CGD), Novo Banco e BCP fizeram alterações aos estatutos da associação no final de 2008, aquando da tomada em penhor dos títulos de participação da instituição, que violavam a lei das associações.

O ECO teve acesso ao processo que está agora na mira do Ministério Público e que possibilitou que Joe Berardo pudesse ter dado aquilo a que muitos apelidam de “golpada” ao bancos. Mas para chegar até hoje é preciso recuar 11 anos na fita do filme, mais concretamente, ao final de 2008.

Foi em dezembro desse ano que a Associação Coleção Berardo promoveu alterações estatutárias na sequência de uma negociação entre Joe Berardo e os três bancos sobre o contrato de penhor que serviu para o comendador reforçar garantias para dívidas de 1.000 milhões de euros. Com essas mudanças, reconheceu-se que os bancos (como credores pignoratícios) mandavam na associação dona da Coleção Berardo — os bancos ficaram a deter 75% dos títulos de participação, e mais tarde, viriam a ficar com 100% dos títulos.

Mas o poder dos bancos na Associação Coleção Berardo já não será bem assim nos dias de hoje. E aqui entra o tal plot twist.

Audição do Comendador José Manuel Rodrigues Berardo perante a II COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO À RECAPITALIZAÇÃO DA CAIXA GERAL DE DEPÓSITOS E À GESTÃO DO BANCO - 10MAI19
Joe Berardo na comissão parlamentar de inquérito à Caixa.Hugo Amaral/ECO

Banca violou leis “imperativas” das associações

A 18 de outubro de 2013, um anónimo (Augusto Joaquim Vieira de Sousa) deu entrada com uma ação contra a Associação Coleção Berardo no Tribunal da Comarca de Lisboa, pedindo a nulidade dos estatutos alterados em 2008. Três anos depois, a 6 de março de 2016, o tribunal julgou “a ação parcialmente procedente”, isto é, deu razão a este cidadão anónimo em algumas das suas reclamações.

Aparentemente, foi o suficiente para deixar os bancos de pés e mãos atadas na assembleia geral da associação, que tem o poder de decidir o destino a dar às obras de arte avaliadas em mais de 300 milhões de euros.

Na decisão judicial, consultada pelo ECO, o tribunal mandou substituir uma regra que dizia respeito à composição da assembleia geral. Quando os três bancos negociaram o contrato do penhor, há 11 anos, ficou plasmado nos estatutos da Associação Coleção Berardo que “a Assembleia Geral é constituída pelos Associados Instituidores que não renunciaram a essa qualidade e por todos os demais titulares de direitos de voto, incluindo os credores pignoratícios para quem esses direitos tenham sido transmitidos” (número um do artigo 14º).

No entanto, o tribunal deu ordem para que a associação repusesse o artigo original (antes de 2008), que apenas reconhece que “a assembleia é constituída pelos associados instituidores e titulares de títulos de participação com direito de voto”. Sem bancos à mistura.

Não foi a única decisão desfavorável aos bancos. O tribunal também mandou anular o número sete do artigo 11.º, que conferia aos títulos de participação dados como penhor os respetivos direitos de voto nas assembleias gerais. Dizia este número: “No caso de os títulos de participação serem onerados, designadamente através de penhor, é permitido ao respetivo titular conferir, durante o período de vigência do respetivo ónus, o direito de voto ao beneficiário do ónus, que poderá requerer o averbamento desse facto no livro existente na Associação”. Com a decisão do tribunal de anular esta disposição, os títulos penhorados e nas mãos dos bancos deixaram de representar direitos de voto.

Qual foi o argumento utilizado pelo tribunal para decidir anular estes estatutos? “No que tange à participação na Assembleia Geral da associação ora ré e ao exercício de voto, constata-se que o número SETE do artigo Décimo Primeiro e os números UM, e único, QUATRO alínea b) e SEIS do artigo Décimo Quarto dos Estatutos [alterados] estão feridos de nulidade por violarem disposições imperativas do apontado regime legal das associações“, justificou o juiz. Ou seja, os bancos fizeram alterações aos estatutos que em alguns casos vão contra a lei que rege as associações, considerou o tribunal.

Antes, na fundamentação que antecedeu a decisão, o tribunal deixava algumas considerações sobre o que diz o regime legal da associações. Relativamente à possibilidade de os credores pignoratícios exercerem o direito de voto, refere que “apenas os associados podem participar na assembleia geral, exercendo o direito de voto”.

“Acresce que o credor pignoratício é obrigado a não usar a coisa empenhada sem o conhecimento do auto de penhor, exceto se o uso for indispensável à conservação da coisa”, argumentou ainda o juiz.

No que tange à participação na Assembleia Geral da associação ora ré e ao exercício de voto, constata-se que o número SETE do artigo Décimo Primeiro e os números UM, e único, QUATRO alínea b) e SEIS do artigo Décimo Quarto dos Estatutos [alterados] estão feridos de nulidade por violarem disposições imperativas do apontado regime legal das associações.

Juízo Central Cível de Lisboa - Juiz 12

Foi já munido desta decisão do tribunal que, a 6 de maio de 2016, Joe Berardo convocou a assembleia geral da Associação Coleção Berardo para repor a “legalidade” dos estatutos.

Só mais tarde é que os bancos se aperceberam deste volte face. A 4 de outubro de 2016, ainda registaram no cartório os estatutos acordados em 2008. Porém, poucos dias depois, a 17 desse mês, foram repostos e declarados vigentes pelo cartório os estatutos à luz da decisão do tribunal.

Durante este processo, a Associação Coleção Berardo fez “aumentos de capital” que terão diluído a poder dos bancos. Embora os títulos de participação tenham sido recentemente executados pelas instituições financeiras, não se sabe exatamente qual o número de direitos de votos que passaram a deter diretamente, isto é, não se sabe se os bancos continuam ou não em maioria na assembleia geral. O que se sabe é que se os bancos quiserem vender estes títulos terão de ter luz verde da associação.

É no Museu Coleção Berardo onde estão expostos obras da associação.Wikimedia Commons

Associação pode dar lucro ao associado

A decisão judicial favoreceu Joe Berardo na medida em que este passou a controlar novamente a assembleia geral da Associação Coleção Berardo. Mas nem todas as reclamações do autor da ação contra a associação — cuja ligação ao comendador passa pelos advogados de ambos, que são primos — foram colhidas pelo tribunal.

Por exemplo, alegava Joaquim Vieira de Sousa que, com as alterações promovidas pelos bancos, a associação passou a ter um fim económico e os títulos a conferirem direito a proventos. Isto vai contra aquilo que estabelece o regime das associações. É “uma regra de ouro” e uma “ideia basilar”: “Uma associação pode praticar atos lucrativos, mas não visa a obtenção de lucro, nem a distribuição de proventos pelo associados”. E “é uma regra essencial sob pena de, sob uma máscara de associação, uma sociedade atuar encapotada no mercado, beneficiando de um regime que o legislador não previu nem quis este tipo de pessoa coletiva“, insistiu o autor na petição inicial com 27 páginas — o autor tinha como advogado Gonçalo Moreira Rato, primo do advogado de Joe Berardo, André Luiz Gomes.

Este argumento (como todos os outros) foi contestado pela defesa da Associação Coleção Berardo, que coube à sociedade de advogados Cuatrecasas e tinha o próprio André Luiz Gomes como mandatário.

O tribunal também rejeitou aquela tese. “Só existirá violação do princípio de especialidade se a autor se dedicasse com caráter habitual à prática de atos tendentes à obtenção do lucro, visando o benefício económico dos associados”, defendeu o juiz. Deste modo, ao contrário do que pedia o autor, manteve-se o número quatro do artigo 11.º, que abre a porta a que haja distribuição de proventos aos titulares dos títulos: “A titularidade de títulos de participação não confere direito a quaisquer proventos, salva deliberação da assembleia geral em sentido diferente”.

Eram várias as anulações que o autor da ação contra a associação pedia: mais de uma dezena de disposições nos estatutos. O tribunal só deu razão ao autor e mandou anular quatro disposições dos estatutos. No final, decidiu-se pela absolvição da ré Associação Coleção Berardo na parte restante e condenou o autor e a ré no pagamento das custas do processo, pouco mais de 600 euros, na proporção de 30% para o primeiro e 70% para a segunda.

Berardo foi além do que tribunal mandou

À boleia da decisão judicial, que deu parcial razão ao autor da ação, o comendador foi além do que o tribunal mandou anular e alterar nos estatutos. E aqui poderá ter entrado em contradição com o que afirmou no Parlamento no passado dia 10 de maio.

Por partes. Quando, em maio de 2016, Berardo repõe a “legalidade” dos estatutos com base na decisão do tribunal, também modificou a redação do número cinco e seis do artigo 11.º sobre os “Títulos de Participação”. Mas sobre este ponto o juiz nada mandou fazer, embora Augusto Joaquim Vieira de Sousa tenha pedido a nulidade também do número cinco em concreto.

Com a alteração (não pedida pelo tribunal), o empresário madeirense assegurou que os bancos só podem vender dos títulos de participação com o consentimento da assembleia geral — na anterior redação deste número, a transmissão dos títulos era “livre, não dependendo de qualquer dos órgãos sociais”. Assegurou ainda que “os associados instituidores não perdem a respetiva qualidade por transmissão da totalidade dos seus títulos de participação se assim for decidido pelo presidente da associação aquando do conhecimento da transmissão“. A associação tem Berardo como presidente vitalício.

Quando foi ao Parlamento no âmbito da comissão parlamentar de inquérito à recapitalização da CGD e aos atos de gestão do banco, Joe Berardo explicou que alterou esta regra para se defender dos “fundos abutres”, mas que o fez também por determinação do tribunal. Contradição ou lapso de memória?

Vale a pena recordar a interação do comendador com a deputada do CDS:

Cecília Meireles: “Nesta alteração que fez aos Estatutos, uma das coisas que modificou foi a possibilidade de transmissão dos títulos de participação e da posição de associado. Pode explicar-me porquê?”
Joe Berardo: “Porque estávamos com medo da situação que estava a acontecer nos bancos que vendiam tudo aos fundos…”
Cecília Meireles: Os fundos cobram com mais agilidade do que os bancos. Se calhar é isso, não?
Joe Berardo: Talvez, talvez.
(…)
Joe Berardo:O que estou a dizer é que o tribunal mandou fazer certa coisa, não tenho o direito…
Cecília Meireles:É o tribunal que tem medo dos fundos?
Joe Berardo:Sei lá, eu não sei! Não estou a dizer que seja o tribunal, estou a dizer que nós nos protegemos.
Cecília Meireles:Eu gostava de saber que ação foi essa e precisamente que tribunal foi esse e que data tem.”
Joe Berardo:Não a temos aqui mas podemos mandar amanhã“.

O empresário madeirense e a Associação Coleção Berardo nunca chegaram a enviar aos deputados informação sobre a decisão do tribunal (que agora é revelada pelo ECO) e sobre a “golpada”, o que levou a comissão de inquérito à Caixa a fazer queixa ao Ministério Público, invocando o crime de desobediência.

A sentença do Tribunal da Comarca de Lisboa, que é hoje divulgada pelo ECO, esteve indisponível nas últimas semanas porque foi requisitada pela PGR que está a investigar os contornos da “golpada” de Joe Berardo.

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Quer poupar combustível? Leia estas dez dicas para poupar ao volante

Há vários truques para dar a volta à subida dos preços dos combustíveis. Coisas simples que podem significar poupanças de um, dois, ou mesmo cinco cêntimos, por cada litro.

Atestar o carro é, para quem utiliza este veículo, inevitável. À medida que enche o depósito de combustível do automóvel, a sua carteira fica mais “leve”, mas há formas de poupar ao volante e atenuar o impacto da subida do preço dos combustíveis. A isto chama-se fazer uma condução mais eficiente e passa por adotar algumas práticas tão simples como verificar a pressão dos pneus ou retirar a carga da bagageira.

De acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), conduzir com os pneus do carro em bom estado e com a pressão adequada significa uma poupança de um a cinco cêntimos por litro.

Conheça este e outros conselhos da entidade de supervisão:

  • Verificar a pressão dos pneus e mantê-los em bom estado origina uma poupança de um a cinco cêntimos por litro;
  • Alinhar a direção do automóvel também significa poupança, uma vez que rodas desalinhadas gastam mais combustível;
  • Evite transportar carga no tejadilho do automóvel, pois grandes volumes reduzem a economia de combustível. Verá uma poupança de três a 26 cêntimos por litro;

  • Da mesma forma, não faça da bagageira uma despensa. Experimente retirar os objetos desnecessários do seu veículo, especialmente os mais pesados. Por cada 45 quilos a mais, poupará até dois cêntimos por litro;
  • O que também poupa combustível — e, por sua vez, alguns euros — é estacionar o carro à sombra, pois as temperaturas elevadas favorecem a evaporação;
  • Reduza a utilização do ar condicionado. Poupar no ar condicionado é poupar diretamente no combustível, por isso utilize-o apenas quando necessário;
  • Uma condução suave, além de mais segura, poupa combustível. Pode poupar de 15 a 60 cêntimos por litro;
  • Saiba que em “ponto morto”, o motor está a consumir. O carro engatado, sem estar em aceleração, não consome. Por isso, ajuste as descidas e as travagens a este princípio;
  • Organize e otimize os seus trajetos diários de forma a realizar o menor número de viagens possível;
  • Estude o melhor percurso antes de pegar no carro e, se precisar de parar por mais de um minuto, desligue o automóvel.

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Prémios de seguro ultrapassam os 5 trilhões de dólares

  • ECO Seguros
  • 28 Julho 2019

Os prémios de seguro a nível global superaram os 5 milhões de milhões de dólares em 2018, registou o Swiss Re Institute no seu último relatório Sigma,. Este valor significa 6% do PIB mundial.

O relatório Sigma editado pelo Swiss Re Institute indicam que o volume de prémios emitidos em 2018 em todo o mundo superou 5 biliões de dólares.

Os principais apontamentos deste relatório conferem uma visão otimista à indústria, exceto no que respeita ao baixo nível de taxas de juro nos mercados desenvolvidos que tornam difícil a rentabilidade de investimento seguros.

O Swiss Re destaca 6 grandes conclusões do estudo:

  • Os prémios de seguro globais superaram os 5 biliões (milhões de milhões) de dólares pela primeira vez no ano de 2018, com um crescimento sólido em não-vida e um desempenho moderado em vida.
  • Os prémios de vida e não-vida crescerão cerca de 3% em termos reais em 2019/20, com base na força dos mercados emergentes em ambos os setores, além de um crescimento sólido nos mercados avançados de não-vida.
  • Nos mercados avançados, os negócios de poupança de seguro de vida tradicional continuam desafiadores devido às baixas taxas de juros.
  • Nos setores de não-vida, a evolução contínua dos sistemas avançados de assistência ao condutor provavelmente pressionará os prémios do ramo automóvel no longo prazo.
  • Os Estados Unidos continuam sendo o maior mercado de seguros, seguidos pela China e Japão e prossegue a mudança contínua nos negócios de seguro no Oriente.
  • Até 2029, a região Ásia-Pacífico será responsável por 42% dos prémios globais. A previsão é de que a participação da China seja de 20%, e o país está em curso de se tornar o maior mercado de seguros em meados da década de 2030.

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Se o petróleo chegar aos 100 dólares, que estrago poderá causar em Portugal?

Com os fatores de incerteza a multiplicarem-se, o preço do barril voltou a subir. Dos combustíveis ao produto interno bruto, poderá causar danos na economia portuguesa.

O mercado petrolífero vive tempos de incerteza. Com o endurecimento das sanções norte-americanas ao Irão e conflitos no Golfo Pérsico a fazerem subir preços e os receios com a desaceleração económica a contrariar, a única constante tem sido o acordo de cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Se o barril de Brent chegar aos 100 dólares, tanto as carteiras dos condutores portugueses como a economia do país serão penalizadas.

Durante os primeiros meses do ano, o preço do petróleo subiu de forma gradual, tendo chegado aos 75 dólares, depois de os EUA terem imposto novas sanções ao Irão (querendo privar o país das receitas com venda de petróleo, que representam 80% das receitas do Estado). Esta semana, negociou acima dos 65 dólares em Londres.

A consultora britânica Oxford Economics chegou a alertar que estas tensões poderiam levar o preço por barril até aos 100 dólares, a um ritmo de crescimento de 2,5 dólares por mês. Assumindo que não haveria mudanças nas tensões no Médio Oriente, o valor do barril situar-se-ia próximo de 96,50 dólares no final do ano, mas qualquer choque na oferta — como uma repentina paragem na produção nigeriana — levaria o preço para a marca dos 100 dólares.

Na economia global, este valor causaria uma quebra de 0,6% no produto interno bruto (PIB) mundial, de acordo com a Oxford Economics. “O impacto do preço do petróleo poderá ser diferente nas diversas economias mundiais”, explicou Ângelo Custódio, trader do Banco Best, ao ECO.

Economia e finanças pessoais portuguesas na linha da frente do impacto

Se verificarmos o caso da Europa que está dependente de importação de energia, o efeito no aumento dos custos com a energia será imediato e poderá acelerar a inflação. Por outro lado, os países produtores aumentam as suas margens de lucro criando um impulso nas suas empresas e governos permitindo uma dinamização das suas economias”.

Em Portugal — país fortemente dependente das importações –, a projeção do Governo é que o petróleo se situe, em média, nos 66 dólares por barril em 2019. O Ministério das Finanças estima que um aumento do preço do petróleo de 20% face a esta estimativa teria um impacto negativo de 0,2 pontos percentuais no crescimento real da economia. Ou seja, se o preço médio do barril chegar aos 79,20 dólares, o PIB português cresceria apenas 1,7% este ano e no próximo, contra a atual estimativa do Governo de 1,9%.

A economia seria penalizada e os portugueses, desde logo, pela quebra do rendimento disponível. Além disso, dado o método de cálculo do preço dos combustíveis nas bombas, o impacto seria imediato também nas carteiras, no momento de abastecer o carro.

“Face às atualizações semanais nos preços dos combustíveis praticadas pelo setor, o consumidor poderá sentir de imediato a evolução do preço do petróleo, caso a escalada do preço nos mercados internacionais continue”, refere ainda Ângelo Custódio, apontando para a incerteza da evolução da cotação do dólar, moeda de transação da mercadoria nos mercados internacionais. “Numa lógica de valorização da moeda norte-americana o preço dos combustíveis poderão ser ainda mais inflacionados, penalizando os consumidores”.

“Se desconsiderássemos o efeito cambial e extrapolássemos os preços atuais face à cotação atual do Brent, podemos ver os preços dos combustíveis a serem comercializados em torno dos dois euros por litro”, acrescentou o trader do Banco Best. Atualmente, a média do preço de litro de gasolina em Portugal situa-se ligeiramente acima dos 1,50 euros, de acordo com os dados oficiais da Direção Geral de Energia e Geologia. Já o gasóleo custa em média 1,33 euros por litro.

Abrandamento económico e tensões geopolíticas vão determinar preços

Após várias semanas em quebra, os preços dos combustíveis nas bombas portuguesas têm vindo a recuperar e a tendência poderá manter-se, mas as perspetivas é que os preços não venham a variar muito face aos níveis atuais, em linha com os mercados internacionais.

O petróleo negoceia em Londres perto dos 63 dólares por barril, acumulando um ganho de 17% desde os 54 dólares em que negociava no início do ano. A projeção dos analistas consultados pela Reuters indicam que o preço do barril continue nos níveis atuais ao longo deste ano. O setor antecipa que o barril de Brent fique nos 67,59 dólares este ano e 67,7 dólares no próximo.

Petróleo valorizou 17% este ano

Carlos Jesus, diretor adjunto do CaixaBI, aponta para as tensões geopolíticas e para a nova extensão do acordo de cortes de produção pela OPEC+ (o cartel e os aliados externos) como principais fatores que determinam o preço.

“As expectativas de volatilidade permanecem baixas e próximas de níveis não vistos desde outubro do ano passado, um resultado que se encaixa na atual narrativa nos mercados de petróleo”, sublinhou Jesus, apontando para os pratos na balança: os cortes na produção e as tensões geopolíticas, por um lado, e os receios sobre a possibilidade de uma desaceleração económica num futuro próximo, por outro. “Ainda assim, o mercado parece ter recuperado parte do impulso perdido nos últimos três meses de 2018”, acrescentou.

Apesar de ver “sinais” de um melhor desempenho futuro dos preços, o analista do Caixa BI sublinha que “a ameaça de aumento da produção de petróleo de xisto, nomeadamente num ambiente de preços mais favoráveis, e o perigo de abrandamento nas principais economias mundiais, nomeadamente a China, continuam a constituir limites importantes para uma maior recuperação dos preços”.

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Rio promete baixar impostos consoante a margem que o Orçamento de Estado permitir

  • Lusa
  • 28 Julho 2019

"Há um momento em que a subida de impostos tem de parar, e esse momento (...) é o momento que o PSD ganhar as eleições e formar Governo", disse o líder do PSD.

O presidente do PSD, Rui Rio, prometeu este domingo que, caso o partido vença as eleições legislativas de 6 de outubro, a principal medida que vai tomar é baixar os impostos segundo a margem que o Orçamento de Estado (OE) permitir.

“Há um momento em que a subida de impostos tem de parar, e esse momento em que a subida dos impostos vai parar é o momento que o PSD ganhar as eleições e formar Governo”, disse Rui Rio, na intervenção que fez na festa do Chão da Lagoa, nas serras da herdade da Fundação Social Democrata, na Madeira.

O líder social-democrata garantiu que “nesse dia há uma parte dos impostos que necessariamente têm de baixar segundo as margens que o orçamento permitir”. “Mas menos impostos com melhor serviço publico, com melhor organização no Serviço Nacional de Saúde, onde as pessoas tenham a possibilidade de ter a consulta de que precisam, de terem a operação de que precisam e de terem o médico de família de que precisam”, acrescentou.

Depois de dizer que o Governo do PS, com o apoio parlamentar do PCP e do BE, não é experiência a repetir porque “agora promete o que não fez em quatro anos”, Rui Rio indicou que o PSD tem dois objetivos “muito importantes” a concretizar, um que é ganhar as eleições regionais a 22 de setembro e outro que é vencer as legislativas de 6 de outubro.

“Um objetivo é manter, aqui, na Madeira, a boa governação que desde sempre a Madeira tem e que trouxe este patamar de desenvolvimento e, a seguir, é no dia 6 de outubro, com a ajuda dos votos dos madeirenses, que Portugal seja capaz de fazer um Governo novo, um governo que desenvolva Portugal tal como a Madeira foi desenvolvida e um governo que tire da esfera do poder o PCP e o BE”, declarou. Rio alertou que “ninguém deve ficar em casa” porque se assim acontecer “isso pode significar ter o PCP e o BE na esfera do poder”.

O presidente do PSD considerou necessário “alterar esse desígnio” de afastar a esquerda do poder para um Portugal “mais virado para o futuro e menos virado para os interesses partidários”. Disse ainda que caso o PSD ganhe as eleições, no dia de publicação do OE para 2020, a questão do subsidio social de mobilidade entre a Madeira e o continente será resolvida.

Rui Rio enalteceu ainda a obra do ex-presidente do Governo Regional, Alberto João Jardim, e do atual presidente, Miguel Albuquerque, salientando que “em equipa que ganha não se mexe”. “É muito difícil os madeirenses aceitarem trocar o PSD por um PS, que ainda por cima não é um PS sozinho, é o PS com o PCP e o BE”, concluiu. A intervenção foi marcada por interrupções musicais do “Madeira é livre, olé, olé”, tendo Rui Rio também soletrado a mesma.

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Da estrela da Mercedes ao leão da Peugeot, Injex produz mais de 50 milhões de logótipos em Famalicão. Empresa investe meio milhão

Empresa de plástico injetado de Famalicão investiu meio milhão para aumentar fábrica e digitalizar processos. Injex produz logos para a Jaguar, Mercedes, Volvo, Renault e Peugeot e quer exportar mais.

Jaguar, Land Rover, Mercedes, Volvo, Renault, Peugeot, e Citroën são algumas das marcas automóveis que têm os seus símbolos fabricados em Portugal, mais exatamente em Vila Nova de Famalicão. A estrela de três pontas da Mercedes, por exemplo, é apenas um dos milhões de logótipos que a Injex produz anualmente.

A empresa “está prestes a concluir um programa de investimentos de 500 mil euros que permitirá aumentar por quatro as suas exportações”, refere a Injex em comunicado. O objetivo é aumentar os mais de 50 milhões de peças de plástico injetado que produz anualmente, mas também ampliar a área fabril (a área coberta ocupa agora 750 metros quadrados), modernizar e aumentar o parque de máquinas e digitalizar o processo produtivo.

Mas nos planos da empresa, criada há 16 anos por José Pinheiro de Lacerda, está “adquirir uma unidade de bi-injeção de plásticos e passar a oferecer tecnologia de alto brilho na produção em série”.

A Injex, que faturou 1,2 milhões de euros em 2018 e vende para sete países, tem conta com apoios dos fundos comunitários. O atual investimento em curso teve um cofinanciamento de 257 mil euros do Compete 202065,57 mil euros para reduzir a dependência do mercado nacional, aumentar as exportações e a presença na economia nacional e 191,46 mil euros para aumentar “a capacidade de resposta pelo reforço do parque de máquinas e da instalação fabril; posicionar-se num mercado de valor acrescentado que lhe permita a prestação de serviços altamente especializados a montante, desde a fase da conceção e apostar na produção de peças diferenciadas.

Mas a empresa não trabalha apenas para a indústria automóvel, produz também componentes para máquinas e peças para a indústria. O esforço para inovar é constante, até porque o mercado assim o exige. Desde o exercício de 2016 a Injex investe cerca de 70 mil euros anuais (mais de
5% das vendas) em investigação e desenvolvimento, o que é, segundo Pinheiro de Lacerda, está “muito acima do montante médio para uma PME industrial, de acordo com os padrões da Agência Nacional de Inovação”.

É nesta lógica de “incorporar tecnologias cada vez mais avançadas e modernas no processo produtivo” que se insere o objetivo de comprar uma unidade de bi-injeção de plásticos. Desenvolvimento e construção de moldes, fabricação de componentes termoplásticos injetados e controlo automático destas componentes têm sido alguma das apostas que a empresa tem feito em termos de inovação produtiva. Assim como a digitalização do processo produtivos. Por exemplo, nos armazéns já não há papel e a comunicação com os clientes é integralmente digital.

França é o principal mercado

A Injex, que tem 30 trabalhadores, exporta para sete países e o valor das vendas para o exterior cresceu sete vezes nos últimos cinco anos. França é o principal mercado da empresa nortenha fruto da importância que o país representa na indústria automóvel. A empresa assinou recentemente um protocolo com um parceiro estrangeiro para fornecer “dois grandes fabricantes de máquinas” franceses.

A nível global está previsto que as exportações alcancem este ano os 240 mil euros, o que irá representar mais de 17% do volume de negócios, quase 1,4 milhões de euros.

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C5 Aircross é como um tapete voador

É um SUV que dispensa o ar musculado dos concorrentes. Em vez disso, apresenta-se cheio de curvas, com um look divertido. E cheio de conforto para oferecer a toda à família.

Com o 3008, da Peugeot, e o DS7 Crossback, da DS, a serem verdadeiros sucessos de vendas, a PSA não podia deixar a Citroën sem um SUV digno desse nome. Daí que depois do pequeno C3 Aircross tenha pegado na base dos irmãos para fazer nascer o C5 Aircross.

São irmãos, mas não são gémeos. Se o 3008 incorpora o lado mais agressivo da marca do leão, mas também mais tech, o DS ficou com as linhas mais requintadas, bem como com os detalhes de luxo. O C5 apresenta-nos a versão mais prática, a pensar nas famílias. E também a mais divertida.

É um SUV que dispensa aquele ar musculado. Em vez disso, apresenta-se cheio de curvas, acentuadas por molduras com cores diferentes que fazem de cada Aircross único. As combinações são imensas, desde a cor do rebordo das entradas de ar abaixo dos faróis bipartidos, rasgados pelo double chévron, até ao detalhe estético na lateral, que assenta sobre os Airbumps.

São pequenos detalhes que fazem destacar o C5 na estrada, mas também tornam mais “leve” a imagem de um SUV que é maior que os seus concorrentes. Esse extra percebe-se a estacionar, mas principalmente quando abrimos a bagageira. Gigante! E no habitáculo, há espaço para tudo. Atrás, os três bancos garantem uma viagem sem braços colados.

Para quem vai à frente estão guardadas duas poltronas, mas também toques do estilo irreverente do aspeto exterior. Seja através da forma da parte inferior do volante ou das saídas de ar que servem de encaixe para o ecrã de 8 polegadas no tablier. Maior só mesmo o ecrã de 12,3 polegadas que se esconde por detrás do volante, apresentando toda a informação para o condutor. Mais uma vez, é tudo personalizável.

Com o 1.5 BlueHDI já a trabalhar debaixo do enorme capot, os 131 cv garante um rolar suave, ótimo para quem gosta de fazer jogos com o computador de bordo, a ver quão pouco se pode gastar, menos para quem quer um automóvel com grandes prestações. Não é mole, mas também não é um foguete, ainda que exista um botão “Sport” na consola central. Muda a resposta, mas acaba principalmente tornar a caixa automática um pouco mais solicita.

A suavidade do motor que será, certamente, a primeira escolha daqueles que comprarem este C5, só encontra adversário à altura na suspensão. É impressionante quanta pancada tolera até deixar passar alguma coisa para os ocupantes. Estradas de calçada, como muitas que ainda existem por aí, não são desafio para este modelo da fabricante francesa.

É suave, suave, quase como se estivéssemos ao volante de um tapete voador. É ótimo nas estradas mais sinuosas, mas também naquelas viagens por autoestrada. Só não combina muito com aquelas nacionais com muitas curvas e contracurvas. Aí o amortecimento paga-se com um rolar da carroçaria que ainda que não seja exagerado, não abona a favor dos que têm um estômago mais sensível. Mas também acaba por ser uma questão de dosear o acelerador.

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Produção de laranja atinge recorde de 33 anos. E os outros produtos agrícolas?

Há 33 anos que não se produzia tanta laranja como na última campanha agrícola. Para outras produções o balanço não foi tão positivo.

A laranja foi “ouro” na última campanha agrícola nacional. A produção deste citrino atingiu máximos de 33 anos, apesar de um ano desfavorável em termos de condições meteorológicas. Um inverno marcado pela seca e uma primavera chuvosa e fria condicionaram muitas produções agrícolas. Fique a saber como foram afetadas as maiores produções nacionais.

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H2O Quality: A aplicação que lhe diz a qualidade da água em tempo real

  • ECO
  • 28 Julho 2019

A H2O Quality permite saber, em tempo real, a qualidade da água da rede pública na zona de Lisboa. A app indica ainda o melhor caminho para chegar ao bebedouro mais próximo.

A EPAL – Empresa Portuguesa das Águas Livres lançou uma aplicação que permite saber, em tempo real, a qualidade da água da rede pública. Para já, a H2O Quality está apenas disponível em Lisboa e dá ainda informações sobre o melhor caminho até ao bebedouro mais próximo.

Funciona tudo através de georreferenciação. Isto é, a qualquer momento e em qualquer local da capital, o utilizador pode aceder à aplicação e saber a qualidade da água que está a ser distribuída nesse local específico. É-lhe dada informação sobre os componentes, nomeadamente cálcio, magnésio, cloro, cor, dureza, pH, entre outros.

Na aplicação aparecerá também um mapa com a localização dos bebedouros mais próximos, e haverá indicações sobre os locais onde pode ser adquirida a Fill Forever, a garrafa reciclável da EPAL, 100% ecológica e que pode ser cheia com água da torneira.

O utilizador terá também acesso a informação mais detalhada sobre as origens da água da EPAL, as diversas fases de tratamento e o controlo da qualidade da água. Através da H2O Quality, é ainda possível aceder a outras aplicações da EPAL, tais como a myAQUA, que permite gerir os dados de contrato, e a app do Museu da Água, que permite obter mais informações acerca dos seus espaços culturais.

A app está disponível em português e em inglês e pode ser descarregada para dispositivos Android e iOS.

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