Salgado à saída do tribunal: “Nunca na minha vida corrompi ninguém”

À saída do tribunal após ter sido ouvido pelo juiz Ivo Rosa sobre os 25 milhões transferidos para Zeinal Bava, Ricardo Salgado voltou a assegurar que nunca na sua vida corrompeu alguém.

Ricardo Salgado foi ouvido esta segunda-feira pelo juiz Ivo Rosa no âmbito da instrução do processo Operação Marquês, sobre a transferência de 25 milhões de euros para Zeinal Bava. À saída do tribunal, o antigo presidente do BES voltou a reclamar inocência. “Nunca na minha vida corrompi ninguém”, disse.

“O que posso garantir, e já o fiz várias vezes, sempre que falaram que andei a corromper este ou aquele, eu nunca na minha vida corrompi ninguém“, referiu Salgado em declarações aos jornalistas transmitidas pela Sic Notícias. O ex-banqueiro também é acusado pelo Ministério Público de ser um dos principais corruptores de antigo primeiro-ministro José Sócrates, a quem entregou alegadamente 29 milhões.

O ex-banqueiro adiantou que se deslocou ao tribunal exclusivamente para dar a sua versão dos acontecimentos em relação à transferência de 25,2 milhões de euros entre 2007 e 2011 do Grupo Espírito Santo para o então presidente da Portugal Telecom. Para Salgado não há divergências entre o que disse e o que contou Zeinal Bava.

“Quanto a mim não há discrepância nenhuma”, referiu, frisando que o depoimento de Bava merecem uma “investigação mais a fundo”. “Terá de perguntar ao juiz”, disse.

Segundo o que explicou Zeinal Bava ao tribunal, aquele dinheiro foi-lhe confiado por Salgado para a compra de ações da PT e para remunerar os gestores de topo da telecom portuguesa. Uma boa parte destes 25 milhões de euros já foi, entretanto, devolvida por Bava.

Da sua parte, Ricardo Salgado acredita que, “como não houve mais perguntas” do juiz de instrução, é porque “ficou esclarecido”.

E falou de Carlos Santos Silva? “Não quero sequer ouvir falar desse nome”, respondeu o antigo presidente do BES.

(Notícia atualizada às 16h37)

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Prova dos 9: Existe uma Loja do Cidadão “que não tem muita gente”, como diz Centeno?

Mário Centeno diz que existe uma Loja do Cidadão que não tem muita gente, onde fez o seu cartão de cidadão há cerca de dois anos. Mas será mesmo assim?

Na sequência das duras críticas de que têm sido alvo os serviços públicos, nomeadamente o atendimento nas Lojas do Cidadão espalhadas pelo país, o ministro das Finanças, Mário Centeno, afirmou, esta sexta-feira, que há uma loja — à qual se deslocou a última vez que teve de renovar o seu Cartão de Cidadão (CC) — que não tem muita gente. O ministro falava sobre o estado dos serviços públicos, em entrevista ao jornal Público.

É que, apesar das medidas do Governo que procuram responder aos relatos de filas e atrasos nas Lojas do Cidadão, renovar o CC continua a ser uma autêntica dor de cabeça em algumas regiões do país. Em Oeiras, por exemplo, à hora da publicação deste artigo, a vaga disponível mais cedo é só em dezembro. São 176 dias, incluindo sábados e domingos, em que os serviços estão fechados.

Caso o cidadão não tenha hipótese de agendar a renovação do CC, terá, então, de recorrer ao sistema de senhas. Neste caso, segundo os utentes, é esperar e desesperar. Os cidadãos falam em horas de espera, em madrugar à porta das Lojas do Cidadão para conseguir uma senha e, muitas vezes, em tentativas falhadas.

Ao ECO, no princípio do mês, um utente da Loja do Cidadão contou que chegou ao estabelecimento das Laranjeiras às 3h00 da manhã para garantir que teria uma senha quando as portas abrissem — às 8h30 — e que, mesmo assim, já tinha oito pessoas à sua frente.

Um cenário de caos que até já foi justificado através do comportamento dos cidadãos. No mês passado, a secretária de Estado da Justiça, Anabela Pedroso, culpou os utentes das lojas do cidadão por irem para a porta dos serviços quando estes ainda estão fechados, “o que encerra imediatamente a entrega de senhas aquando da abertura de portas”. Depois destas declarações, o Ministério da Justiça rapidamente se pronunciou, dizendo que o objetivo nunca foi culpar os cidadãos pelos atrasos. “O Governo reconhece que existiu nos últimos meses um problema de capacidade de resposta nos serviços de atendimento do Cartão de Cidadão”, afirmou o Ministério na altura.

Perante as horas de espera, as filas e a corrida às senhas, Mário Centeno vem, agora, dizer que há um estabelecimento em Lisboa com pouca procura, onde é mais fácil renovar o Cartão de Cidadão. Mas, será mesmo como o ministro das Finanças diz?

A afirmação

A última vez que fiz o Cartão de Cidadão fui ali à Rua Nova do Almada, há ali uma conservatória, que não tem muita gente… Foi há um ano e meio, dois anos. Não é o serviço das Laranjeiras da Loja do Cidadão, que é para onde a maior parte das pessoas confluem, até porque é onde há mais serviços”, afirmou Mário Centeno, em entrevista ao Público, onde defendeu que neste momento enfrentamos um pico de procura e que os serviços têm de dar resposta, admitindo que poderiam ter sido antecipadas outras formas de abordagens.

Factos

Mário Centeno diz que se dirigiu à Rua Nova do Almada, no Chiado (Lisboa), para fazer o Cartão de Cidadão. Trata-se do Departamento de Identificação Civil da Boa Hora, que é o número 35 dessa mesma rua e está aberto de segunda a sexta-feira, das 8h30 às 19h30. Agora, “para responder a este pico de maior afluência”, os serviços estão, também, abertos nos sábados, das 9h às 14h, disse o departamento ao ECO.

De acordo com o site do Instituto dos Registos e do Notariado (IRN), onde pode fazer o agendamento do pedido ou da renovação do Cartão de Cidadão, a vaga disponível mais cedo no Departamento de Identificação Civil da Boa Hora, à hora da publicação deste artigo, é no próximo dia 14 de agosto, daqui a mais de um mês. Mas atenção, porque esta vaga é numa mesa sem acesso a cidadãos com mobilidade reduzida. Para um cidadão nestas condições, é preciso somar-lhe, ainda, três dias.

Instituto dos Registos e Notariado - balcão Lisboa-Boa Hora - 08JUL19
O Departamento de Identificação Civil da Boa Hora funciona, agora, também aos sábados, com agendamentos entre as 9h e as 14h.Hugo Amaral/ECO

A diferença entre o Departamento de Identificação Civil da Boa Hora e a maioria dos estabelecimentos onde é possível renovar o Cartão de Cidadão é que, neste, fazer o CC obriga, previamente, a uma marcação. Quer isto dizer que não há senhas, portanto, os utentes marcam o dia e a hora (consoante a disponibilidade dos serviços) e comparecem no horário que definiram.

Como este departamento no Chiado, há outros serviços que funcionam exclusivamente por agendamento. De acordo com o Departamento de Identificação Civil da Boa Hora, é o caso do Registo Civil na Avenida Fontes Pereira de Melo, que funciona das 9h às 16h, de segunda a sexta-feira. Já o Campus de Justiça funciona parcialmente neste regime. “Das 14h às 19h, fazer o CC nestes serviços tem de ser, também, por marcação”, explicou o departamento da Rua Nova do Almada.

Na mesma entrevista, o ministro das Finanças sublinhou que há determinados momentos de “pico de procura” e que dar resposta é “um processo”. O Executivo de António Costa já reconheceu que ainda falta cerca de meia centena de trabalhadores para normalizar o processo e os prazos de renovação do Cartão de Cidadão em Lisboa e começou a tomar medidas.

No início do mês, o Governo anunciou que vai reforçar estes serviços, com a abertura de novos espaços do cidadão no Algarve, bem como alterações no atendimento em espaços de Lisboa. Já na semana passada, aquando da apresentação do iSimplex 2019, o Executivo prometeu que, com este novo pacote de medidas de simplificação da relação entre os cidadãos e a Administração Pública, vai criar mecanismos que permitam a renovação automática do CC e que deverá estar implementado durante o segundo trimestre de 2020.

Prova dos 9

Perante este cenário, Mário Centeno diz que a conservatória da Rua Nova do Almada “não tem muita gente”. O ministro refere, ainda, que a última vez que lá foi, para fazer o Cartão de Cidadão, foi “há um ano e meio, dois anos”, mas, se recuarmos até 2017, o departamento do Chiado já funcionava desta forma: exclusivamente por marcação. “Desde 2015 que é assim”, confirmou o Departamento de Identificação Civil da Boa Hora.

O ministro das Finanças comparou, também, este serviço com a Loja do Cidadão das Laranjeiras, dizendo que é para “onde a maior parte das pessoas confluem”. De facto, esta Loja do Cidadão tem sido um dos estabelecimentos que regista mais queixas e que, muitas vezes, obriga a que as pessoas comecem a formar fila mesmo antes da abertura dos serviços.

Conclusão: Centeno diz que na Rua Nova do Almada há uma conservatória que não tem muita gente. É verdade, tal como o ECO comprovou esta segunda-feira (ver foto em baixo).

Instituto dos Registos e Notariado - balcão Lisboa-Boa Hora - 08JUL19
Esta segunda-feira, à porta do Departamento de Identificação Civil da Boa Hora, na Rua Nova do Almada, não havia ninguém.Hugo Amaral/ECO


Mas convém salientar que o ministro está a referir-se a um estabelecimento que funciona apenas por marcação
. Ou seja, não há grande afluência, como diz, porque os cidadãos fazem um agendamento prévio. Mesmo assim, os tempos de espera para conseguir o agendamento atualmente nunca são inferiores a um mês.

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Problemas com as férias? Saiba com quem reclamar

Existe um conjunto de entidades públicas com quem os consumidores devem contactar sempre que tenham problemas com viagens organizadas, com o voo, as reservas der hotéis ou a casa de férias.

São muitos os portugueses que já foram, ou se preparam para “ir a banhos”. As férias de verão são o período de eleição para deixar os problemas do trabalho e do dia-a-dia em “modo pausa”, mas nem sempre as coisas correm pelo melhor. O hotel ou a casa no destino de férias não correspondem às imagens do folheto, o avião atrasa, as malas não chegam ao destino, são alguns dos contratempos que podem ocorrer em tempo de férias. Antes de partir de viagem, é sempre bom prevenir e “levar na bagagem” a lista das entidades com quem pode reclamar e prevenir que as férias se transformem num pesadelo.

“São vários os relatos que chegam à Deco Proteste nesta altura do ano, de consumidores com problemas, frequentemente relacionados com viagens organizadas, reservas de hotéis, voos e burlas com casas de férias“, começa por dizer a publicação da Deco num documento em que procura sintetizar as entidades com quem os consumidores devem estabelecer contacto sempre que confrontados com problemas dessa natureza. Estes podem ser sintetizados em quatro pontos.

Viagens organizadas

O Livro de Reclamações é o instrumento de eleição qualquer que seja a natureza da queixa a apresentar pelo consumidor. Caso tenha comprado a viagem através de uma agência de viagens e considere ter um motivo de queixa, deve pedir o Livro de Queixas e lá descrever a situação que reclama. Contudo, caso esteja em causa um pedido de indemnização, o Provedor da Associação Portuguesa de Agências de Viagens e Turismo a par do Turismo de Portugal, são as entidades a quem o consumidor se deve dirigir. “No último caso, o problema será analisado por uma comissão arbitral que decidirá se tem direito a compensação”, explica a Deco Proteste.

Reservas em hotéis

Interdição a crianças, cobrança indevida por cancelamento de reservas, quartos muito diferentes dos vistos nas brochuras ou na internet, problemas nas instalações, preços cobrados excessivos figuram entre os principais motivos de queixas de clientes relacionadas com reservas em hotéis, dá nota a associação de consumidores. Além de apresentar uma queixa no Livro de Reclamações, o consumidor pode recorrer à Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE). Essa é a autoridade administrativa nacional especializada no âmbito da segurança alimentar e da fiscalização económica.

Problemas com o voo

No caso de ter problemas com o voo reclame junto da agência de viagens onde fez a reserva, e caso a viagem tiver sido adquirida diretamente na companhia aérea deve então reclamar diretamente junto desta. Caso não seja bem-sucedido, a Deco explica que aquilo que o consumidor deve fazer é preencher o formulário de queixas no Instituto Nacional de Aviação Civil. Ao seu dispor, o consumidor tem ainda a possibilidade de recorrer a centros de arbitragem de conflitos de consumo, julgados de paz e tribunais.

Casa de férias

“Quem procura casa para férias deve evitar precipitações”, começa por alertar a Deco, salientando nesse âmbito a necessidade de cuidados especiais sobretudo na altura de pagar e quando a reserva é feita através da internet. Se a casa não corresponder ao anunciado, o Livro de Reclamações que os estabelecimentos de alojamento local são obrigados a ter devem ser usados como instrumento de reclamação. “A reclamação é enviada para a Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE), a entidade responsável pelo cumprimento da lei”, esclarece a Deco Proteste.

Além dos mecanismos oficiais para presentar queixas, a Deco também procura ajudar os consumidores a fazerem valer os seus direitos em férias. Podem recorrer também à ajuda dos serviços desta organização de defesa dos consumidores através da sua plataforma Reclamar, ou do serviço de informação, através do telefone 218 410 858.

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Fisco espanhol aperta cerco aos contribuintes que se mudam para Portugal atraídos pelos benefícios fiscais

O Fisco espanhol está a apertar o cerco aos trabalhadores espanhóis que rumam a Portugal aliciados pelos benefícios fiscais oferecidos pelo Governo português.

São muitos os profissionais espanhóis que rumam a Portugal aliciados pelos benefícios fiscais oferecidos pelo Governo português, mas esse fluxo criou um alerta no Ministério das Finanças espanhol, diz o Expansión (conteúdo em espanhol). Agora, todos estas entradas em território nacional estão a ser passadas a pente fino pelo Fisco espanhol, que tenta perceber se esta mudança de morada não é apenas uma maneira de fugir ao pagamento de impostos.

Já lá vão dez anos desde que entrou em vigor um regime fiscal que atribui aos residentes não habituais em Portugal — profissionais qualificados e pensionistas — vários benefícios fiscais, que acabam por atrair muitos espanhóis a Portugal: uma taxa de 20% sobre os rendimentos obtidos em território nacionais e não têm de pagar impostos sobre as reformas recebidas do estrangeiro.

Para os espanhóis estes benefícios representam poupanças de cerca de 18 pontos no IRS (Impuesto sobre la renta de las personas físicas (IRPF), em espanhol) e, em alguns casos, de 100%.

Contudo, o número de espanhóis a mudarem-se para território nacional à procura destes benefícios criou um alerta no Fisco espanhol, que está a analisar minuciosamente cada caso, para tentar perceber se estas mudanças são apenas formas de escapar aos impostos espanhóis. Neste sentido, o Fisco exige que seja tributado a estas pessoas o IRPF (IRS, em português) e o Imposto sobre o Património.

Se o montante a pagar pelos contribuintes for superior a 120 mil euros, é considerado um crime contra o Fisco espanhol. Este é um procedimento que o Fisco classifica de “simulação de residência fiscal fora do território espanhol”, e que está estabelecido no Plano de Controlo 2019.

Nestas situações de alteração de residência, Espanha considera que há uma mudança fictícia quando a pessoa não reside, pelo menos, 183 dias por ano em outro país, ou quando o centro de interesses económicos — apenas tido em conta se o contribuinte tiver uma casa nos dois países —e o agregado familiar estejam em Espanha.

Até ao momento, os contribuintes que se mudavam tinham apenas de apresentar um certificado do domicílio fiscal emitidos pelo Fisco português mas, agora, esse documento é insuficiente para as autoridades espanholas. O novo controlo vai ser feito através de testemunhos de vizinhos, dos serviços usados e até das redes sociais.

O regime fiscal português aplicável aos residentes não habituais está a levantar poeira em vários países da Europa. Contudo, Portugal não é o único a atribuir benefícios neste sentido. Itália, Croácia e Reino Unido também são exemplos.

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Construção da nova fábrica da Cofaco no Pico avança até final do ano

  • Lusa
  • 8 Julho 2019

O início da primeira fase de construção da nova unidade está previsto ocorrer até ao final do ano, foi hoje anunciado, após reunião do Governo açoriano com a administração da Cofaco.

A construção da nova fábrica da conserveira Cofaco na ilha do Pico vai arrancar, com o início da primeira fase previsto até ao final do ano, foi hoje anunciado, após reunião do Governo açoriano com a administração da empresa.

“Os assuntos que estavam pendentes relativamente ao projeto apresentado pela empresa PDM para a construção de uma nova fábrica da Cofaco aqui na ilha do Pico estão resolvidos”, afirmou o presidente do Governo Regional dos Açores, à saída da reunião com a administração da PDM, Transformação e Comércio de Pescado.

Com a aprovação da candidatura da empresa ao programa de fundos comunitários Mar2020, estima-se que até ao final do ano se “possam iniciar os trabalhos de limpeza das atuais instalações para a partir daí avançar para a construção da nova fábrica”, adiantou Vasco Cordeiro.

O investimento de sete milhões de euros avança agora, depois de a empresa PDM ter concluído com sucesso a candidatura ao financiamento comunitário, com um aumento do capital social no valor de cerca de dois milhões de euros, que supera o valor exigido de cerca um milhão de euros, 15% do investimento total.

Nuno Neves, gerente da PDM, explicou que agora segue-se o período de limpeza e demolições, que tem que cumprir regras estritas, adiantando que a demolição não irá avançar durante a época alta do turismo, já que as instalações da fábrica se encontram numa zona nobre da cidade da Madalena, e que existem no edifício “substâncias que têm tratamento muito especial, como os telhados de amianto”.

“Toda essa parte logística requer algum cuidado e regras muito, muito rígidas”, explicou.

O administrador não avança com uma data para a conclusão da obra, apontando como limite legal 2022, tendo assumido, no entanto, a intenção de que a empreitada termine antes da data limite.

“Vamos fazer as coisas como deve ser, vamos fazer as coisas com cabeça, cumprindo tudo aquilo que temos no projeto”, afirmou.

Em maio de 2018, a conserveira Cofaco, dona do atum Bom Petisco, encerrou a fábrica da ilha do Pico, despedindo 162 trabalhadores, com o compromisso de abrir uma nova unidade fabril até janeiro de 2020, com capacidade inicial para 100 trabalhadores e a possibilidade de aumentar o efetivo até 250.

Em fevereiro, o secretário regional do Mar, Ciência e Tecnologia disse que a aprovação do projeto da nova fábrica estava dependente de um aumento do capital social da empresa PDM, Transformação e Comércio de Pescado, no valor de um milhão de euros, “por forma a cumprir a regulamentação dos apoios do Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos e das Pescas”.

A reunião aconteceu hoje, na Madalena, no primeiro de três dias de visita do executivo regional à ilha do Pico.

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Quer ser junior developer? Wild Code School arranca 2.ª edição em Lisboa

  • Ricardo Vieira
  • 8 Julho 2019

Curso custa cinco mil euros e tem opções de formação intensiva ou em regime pós-laboral. Inscrições para a 2.ª edição em Lisboa estão a decorrer. Formação arranca a 30 de setembro.

A Wild Code School, rede europeia de escolas que chegou a Portugal no começo deste ano, tem inscrições abertas para a 2.ª edição do curso de web development, isto é, “programação aplicada ao desenvolvimento de páginas na internet e de toda a estrutura subjacente”.

Para se tornarem junior developers, os participantes têm duas modalidades de participação no curso, que arranca a 30 de setembro em Lisboa: intensivo (durante cinco meses) ou em regime pós-laboral (ao longo de dez meses). O investimento é de cinco mil euros.

A formação “destina-se a profissionais que pretendam reinventar a sua carreira, recém-licenciados que procuram estender a sua lista de competências para ingressarem no mercado de trabalho e ainda empreendedores que querem dar vida aos seus projetos como programadores”, refere o comunicado.

Ana Sofia Martins, Lisbon campus manager da Wild Code School.D.R.

Ana Sofia Martins, Lisbon campus manager, sublinha que “a primeira edição do curso de web development vai terminar no final deste mês com uma taxa de conclusão de 100% e com a inclusão dos alunos, em regime de internship, numa empresa parceira. Acreditamos que esta 2.ª edição, fruto dos inúmeros pedidos recebidos desde a abertura da Wild Code School em Portugal, vai ficar preenchida muito rapidamente, o que demonstra a necessidade que o mercado de trabalho nacional tem em reforçar, de forma rápida e eficaz, as suas competências em programação aplicável a qualquer área de negócio”.

A Wild Code School foi fundada por Anna Stépanoff, em 2014 em França, e conta com 19 campus em toda a Europa, onde se formaram mais de mil programadores.

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Portugal atrasa medida para combater consumo excessivo de álcool no País de Gales

  • Lusa
  • 8 Julho 2019

Medida prevê que uma garrafa de vinho passe a custar, no mínimo, 4,69 libras (5,24 euros), o que as autoridades receiam que tenham "implicações diretas" na competitividade dos vinhos nacionais.

Uma intervenção do Governo de Portugal adiou um aumento dos impostos para combater o consumo excessivo de álcool no País de Gales devido ao alegado impacto na competitividade do vinho português, noticiou esta segunda-feira a BBC.

O Governo autónomo do País de Gales tinha planeado impor ainda este verão um preço mínimo de 50 pence (0,56 euros) por unidade alcoólica para combater os efeitos prejudiciais do consumo de álcool.

Numa declaração escrita publicada em 29 de maio, o ministro da Saúde e Serviços Sociais galês, Vaughan Gething, revelou ter recebido uma notificação de um Estado-membro da União Europeia (UE) com um parecer sobre o projeto de proposta de lei.

“O efeito disso é que o período de inatividade foi prorrogado por mais três meses, o que significa que foi prorrogado até 21 de agosto“, vincou, pelo que não será possível terminar o processo legislativo até ao início de 2020.

A BBC adiantou que na origem deste atraso está uma exposição feita pelo Ministério da Economia português, no âmbito de um procedimento que permite aos Estados-membros da União Europeia oporem-se aos planos de outros países da UE.

A medida a implementar prevê que uma garrafa de vinho passe a custar, no mínimo, 4,69 libras (5,24 euros), o que as autoridades portuguesas receiam que tenham “implicações diretas” na competitividade dos produtos nacionais e nas regras de livre comércio do mercado da UE.

“Há operadores portugueses que exportam vinhos para o País de Gales cujo preço ao consumidor é inferior ao preço mínimo, portanto a aplicação de um preço mínimo por unidade significa que muitos destes vinhos vão sofrer um aumento de preço e vai torná-los menos competitivos nesse mercado”, argumentou o Ministério da Economia, citado pela BBC.

O mesmo documento questiona se o preço mínimo por unidade é uma resposta política proporcional e pede mais provas do “efeito desejado para a saúde pública a longo prazo”.

Portugal defende “políticas e estratégias concertadas” para promover um consumo moderado de álcool e esclarecem os efeitos do consumo excessivo de álcool, pois “assim, é possível salvaguardar a questão da saúde pública e, ao mesmo tempo, (cumprir) o princípio da livre circulação de mercadorias”, diz, no mesmo documento.

O preço mínimo de 50 pence (0,56 euros) por unidade alcoólica foi introduzido em maio do ano passado pelo Governo regional escocês, que alegou que o custo do álcool tinha baixado 60% desde 1980 e que o consumo excessivo era um problema no país com consequências em termos de saúde e sociais.

A medida, argumenta, “oferece uma resposta proporcional ao combate do uso indevido do álcool, uma vez que atinge um equilíbrio razoável entre a saúde pública e os benefícios sociais e a intervenção no mercado”.

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Grécia: Centeno apela à responsabilidade orçamental do novo Governo

  • Lusa
  • 8 Julho 2019

O presidente do Eurogrupo pediu responsabilidade em matéria orçamental ao novo Governo grego, que será liderado pelo conservador Kyriakos Mitsotakis, e que resulta das eleições de domingo.

O presidente do Eurogrupo, Mário Centeno, recordou esta segunda-feira a “mais traumática de todas as experiências vividas na Europa nos últimos anos” para pedir responsabilidade em matéria orçamental ao novo Governo grego, que será liderado pelo conservador Kyriakos Mitsotakis.

Referindo-se à agenda da reunião de hoje do fórum dos ministros das Finanças do espaço da moeda única em Bruxelas, Mário Centeno elucidou que um dos tópicos da mesma seria análise sobre o progresso na implementação das reformas e a situação económica da Grécia, elaborado pela Comissão Europeia.

“Não podemos esquecer que ontem [domingo] houve eleições na Grécia, o novo Governo começará hoje mesmo a ser formado e tomará posse entre hoje e amanhã [terça-feira], o que significa que num futuro próximo vamos voltar a esta questão já com o novo Governo”, começou por dizer.

Ao ser instado a pronunciar-se sobre se espera que a Grécia, e nomeadamente o partido conservador Nova Democracia, tenham aprendido com as lições do passado, o presidente do Eurogrupo lembrou que hoje a área do euro funciona de “uma forma muito diferente do que funcionava antes da grande crise de 2007 e 2008 e depois das crises da dívida soberana seguintes”, e que todos os países aprenderam “a importância de ter um processo de política económica, em particular de política orçamental, credível”.

“Foi seguramente a mais traumática de todas as experiências vividas nos últimos anos na Europa, foi o maior conjunto de pacotes de ajuda externa alguma vez desenhados no mundo e na história. É muito importante ter a noção disso e da responsabilidade que isso coloca seguramente no novo Governo grego. Ninguém quer voltar a experienciar o que foram aqueles anos e aqueles dias de ajuda económica”, vincou.

A Grécia, o país europeu mais atingido pela crise económica e financeira, foi o primeiro e último a pedir assistência financeira – e o único “reincidente” –, e a conclusão do seu terceiro programa, em 20 de agosto, assinalou também o fim do ciclo de resgates a países do euro iniciado em 2010, e que abrangeu igualmente Portugal (2011-2014), Irlanda, Espanha e Chipre.

Face às características únicas da (tripla) assistência prestada ao país e às fragilidades que a sua economia ainda revelava, a Grécia foi e será alvo de uma “vigilância pós-programa reforçada”, com missões de três em três meses, para garantir que Atenas prossegue, nesta nova era pós-resgates, uma “política orçamental prudente”.

No domingo, após ser declarado vencedor das eleições antecipadas, com 39,8% dos votos, Kyriakos Mitsotakis assegurou que manterá a promessa de reduzir impostos, atraindo investimento e cortando burocracia para tornar a Grécia mais atrativa para negócios.

O líder do partido conservador Nova Democracia, que no domingo derrotou o partido de esquerda Syriza do até agora primeiro-ministro, Alexis Tsipras (31,5% dos votos), foi hoje investido como primeiro-ministro da Grécia numa cerimónia realizada no palácio presidencial em Atenas.

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AXA Brasil acelera reparações de telemóveis

  • ECO Seguros
  • 8 Julho 2019

A equipa de sinistros da AXA no Brasil lançou uma central de reparações de smartphones na sequência da parceria que estabeleceu com um grupo especializado na área.

O braço brasileiro da seguradora Axa firmou uma parceria com o Grupo PLL, especializado na reparação de smartphones e homologado pelos principais fabricantes destes aparelhos. Com base na parceria a seguradora lançou uma nova central de reparações, que será responsável por todas as operações envolvendo telemóveis (roubo, garantia e quebra).

A novidade vai reduzir em até 95% os tempos de atendimento: o prazo médio de reparações, desde o recebimento do aparelho, passa a ser de 24 horas, sendo a entrega do produto no endereço do cliente realizada em 4 dias, totalizando um período de atendimento de 5 dias. Nos casos de roubo/furto, o atendimento demora mais um dia, sendo dedicadas 48 horas à análise dos documentos.

“A parceria com a AXA fecha um ciclo importante de acordos com seguradoras. Acreditamos que esta parceria, além de duradoura, será essencial para ambas as empresas e, principalmente, benéfica para os consumidores”, diz Lucas Linhares, sócio e diretor do Grupo PLL, que conta com uma estrutura de 2 mil metros quadrados implantada na localidade de Moema, na capital paulista. A nova central de reparações responde à procura destes serviços pelos clientes de São Paulo, contando ainda a seguradora com as unidades da PLL localizadas no Rio de Janeiro e Salvador.

“O Grupo PLL é reconhecido pela sua excelência, e juntos poderemos elevar o nível de satisfação dos clientes, com agilidade e precisão de serviço. Além disso, conseguiremos elevar a rentabilidade dos produtos, com a redução dos custos médios de sinistros e de despesas”, comenta Igor Di Beo, diretor de Subscrição e Sinistros da AXA no Brasil, citado pelo portal brasileiro de seguros.

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Prio investiu meio milhão de euros em programa de aceleração

Nas três edições do Prio Jump Start participaram startups de mais de 20 países diferentes. Este ano, concorreram à iniciativa 83 startups, das quais 47 nacionais.

A Prio já investiu 500 mil euros no seu programa de inovação, o Prio Jump Start, que vai na terceira edição. A iniciativa pretende ser um programa de inovação e aceleração de startups e é promovida em parceria com a consultora de inovação iMatch.

No final do programa, as três startups vencedoras podem implementar as suas soluções na Prio, em ambiente real e com o apoio da equipa da empresa, além de receberem uma bolsa de implementação mínima de 10 mil euros.

Nesta terceira edição, o Prio Jump Start recebeu 83 candidaturas de startups, 47 das quais nacionais e as restantes 36 de 21 países diferentes. A Sensei, a Wall-i e a Enertecgreen saíram vencedoras na final do programa de empreendedorismo. Agora, vão desenvolver os seus pilotos em conjunto com a Prio, com o objetivo de integrar as suas soluções e produtos inovadores na cadeia de valor da empresa.

Além da iMatch, o programa conta com o apoio da Portugal Ventures, da Inova Ria e da Câmara Municipal de Ílhavo.

Vencedores da terceira edição do Prio Jump Start.D.R.

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Tensão aumenta depois do Irão anunciar incumprimento de acordo nuclear

Teerão anuncia que o limite de enriquecimento de urânio será ultrapassado. A China apontou a "intimidação" exercida pelos EUA como a causa pela atual crise no Irão e a Rússia apela ao diálogo.

Depois da escalada da tensão entre os Estados Unidos e o Irão que se seguiu à decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de retirar unilateralmente o seu país do acordo nuclear e de restabelecer sanções contra o Irão, Teerão anunciou que irá retomar o enriquecimento de urânio a uma taxa de concentração superior a 3,67%, quebrando assim um dos principais compromissos assumidos no acordo nuclear com várias potências mundiais.

Esta decisão do Irão coloca ainda mais pressão sobre a China e os países europeus signatários, após a retirada unilateral dos Estados Unidos. Este anúncio já começou a provocar um aumento da tensão entre os países que exigem ao Irão reduções no programa nuclear.

“Se certos países que fizeram parte do acordo (sobre energia nuclear do Irão) se comportarem de forma estranha e incompreensível, nós ultrapassaremos todas as etapas seguintes (do plano de redução) e passaremos à última etapa”, afirmou o porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Moussavi, durante uma conferência de imprensa em Teerão.

Relativamente à possibilidade de o Irão abandonar o acordo de Viena e sair do Tratado de Não Proliferação Nuclear, Moussavi repetiu que Teerão considera que todos os cenários estão em aberto. “Todas as opções são possíveis no futuro, mas nenhuma decisão foi tomada”, salientou Moussavi.

Por seu lado, Moscovo mostrou a sua preocupação com a decisão de Terrão de começar a enriquecer urânio a um nível que foi proibido pelo acordo internacional de 2015 e apela à “continuação do diálogo” com os iranianos. “A Rússia quer acima de tudo continuar o diálogo e os esforços na frente diplomática”, disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, acusando os Estados Unidos de serem responsáveis pelas atuais tensões.

A China concorda e aponta a “intimidação” exercida pelos Estados Unidos como a causa pela atual crise no Irão. “A pressão máxima exercida pelos Estados Unidos sobre o Irão é a fonte da crise nuclear iraniana”, disse Geng Shuang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, em conferência de imprensa.

Três países signatários reagiram ao anúncio iraniano, com Londres e Berlim a pedirem a Teerão que reconsidere, e Paris a expressar “grande preocupação”, apelando a que o Irão suspenda todas as atividades que “não respeitem o acordo”.

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Operação Marquês: Ricardo Salgado diz que vai responder às perguntas do juiz

  • Lusa
  • 8 Julho 2019

À entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, o ex-banqueiro disse esta segunda-feira que tenciona responder às perguntas do juiz Ivo Rosa no âmbito da Operação Marquês.

O antigo banqueiro Ricardo Salgado, um dos principais arguidos da Operação Marquês, disse esta segunda-feira à entrada do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, que tenciona responder às perguntas do juiz.

Vou responder às questões do meritíssimo juiz”, disse aos jornalistas Ricardo Salgado, que entrou no tribunal, acompanhado pelos seus dois advogados, cerca das 13:30.

No processo Operação Marquês, o Ministério Público questiona, entre outras matérias, a eventual influência de Ricardo Salgado junto do Governo de José Sócrates em negócios que tiveram a participação do Grupo Espírito Santo (GES), tais como a contestação à OPA da Sonae sobre a PT em 2006/2007, a cisão da PT Multimédia, a venda da Vivo à Telefónica em 2010 e a compra de 22,28% do capital da Oi por parte da PT.

Ricardo Salgado foi acusado da prática dos crimes de corrupção ativa de titular de cargo político, corrupção ativa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.

A Operação Marquês conta com 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – e está relacionada com a prática de mais de uma centena e meia de crimes de natureza económico-financeira.

José Sócrates está acusado de crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e fraude fiscal qualificada.

A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no GES e na PT, bem como garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

Na Operação Marquês foram ainda acusados, entre outros, o empresário Carlos Santos Silva (apontado como “testa de ferro” de Sócrates), o ex-administrador do Grupo Lena Joaquim Barroca, Zeinal Bava, ex-presidente executivo da PT, Armando Vara, antigo deputado e ministro e ex-administrador da CGD, Henrique Granadeiro (ex-gestor da PT) e José Paulo Pinto de Sousa (primo de Sócrates).

O processo foi investigado durante mais de três anos, culminado com uma acusação com cerca de quatro mil páginas, tendo a fase de instrução, dirigida pelo juiz Ivo Rosa, tido início em janeiro, devendo prolongar-se durante todo o ano de 2019.

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