Formação gratuita de 200 horas substitui curso pago que dava entrada direta no Estado

  • ECO
  • 12 Maio 2019

O curso de um ano, e que implicava o pagamento de uma propina de 5.000 euros, que dava entrada direta no Estado vai ser substituído por uma formação gratuita de 203 horas.

O curso de um ano e com um custo de 5.000 euros que dava acesso a um lugar no Estado vai acabar. O Orçamento do Estado (OE) para este ano prevê substituí-lo por uma formação inicial e gratuita de 200 horas, sendo as propinas pagas pelos serviços, diz o Público (acesso condicionado). A regulamentação começa esta segunda-feira a ser discutida com os sindicatos.

Se antes era necessário andar um ano letivo a frequentar o Curso de Estudos Avançados em Gestão Pública (CEAGP), em breve isso deverá acabar. A ideia é substitui-lo por uma formação inicial que será obrigatória para os técnicos superiores e terá uma duração de 203 horas. Aqui serão estudados assuntos transversais a toda a Administração Pública, prevendo-se em alguns casos formações mais especializadas.

Este curso prevê o pagamento de uma propina que ainda será definida pelo despacho do Ministério das Finanças mas, de acordo com o regulamento, será paga integralmente pelo serviço do trabalhador. O curso faz parte do Programa de Capacitação Avançada para Trabalhadores em Funções Pública (CAT) que vai, assim, substituir o CEAGP.

No diploma a que o Público teve acesso, o Governo propõe que o CAT tenha duas modalidades: uma formação inicial para técnicos superiores e uma formação destinada a preparar futuros líderes. O número de vagas para cada edição será definido pelo próprio Governo, mas será dada prioridade aos trabalhadores admitidos através de recrutamento centralizado.

Por sua vez, o CAT para futuros líderes também implica o pagamento de uma propina que poderá ser suportada pelo serviço ou pelo trabalhador “sempre que este o pretenda frequentar em regime de autoformação”. Este curso terá a duração de 334 horas e o acesso está dependente de uma prova que os candidatos terão de realizar.

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Banco de Portugal veta taxa pelo uso do Multibanco

  • ECO
  • 12 Maio 2019

Apesar de alguns bancos terem defendido a cobrança de taxas pelas operações efetuadas nas caixas de Multibanco, o Banco de Portugal está contra essa medida.

Depois de alguns bancos terem defendido a cobrança de taxas pelas operações feitas nas caixas de Multibanco, o Banco de Portugal (BdP) mostra-se contra esta medida. De acordo com o Correio da Manhã (conteúdo pago), a instituição liderada por Carlos Costa não concorda com o pagamento de operações realizadas nestas caixas automáticas.

Esta hipótese foi colocada em cima da mesa esta semana durante uma conferência onde estiveram reunidos os presidentes-executivos de vários bancos com atividade em território nacional. Para os banqueiros, “não é justo” que não sejam cobradas taxas nestas operações.

“Estamos na união bancária ou em Portugal? (…) A minha opinião não é se deve ser pago ou não deve ser pago. Deve ser que na união bancária haja as mesmas regras“, defendeu Miguel Maya, presidente-executivo do BCP. Contudo, disse: “Não nos passa pela cabeça que seremos capazes de mudar as regras nesta matéria“.

Em vários países da Europa, as operações feitas nas caixas automáticas têm custos associados. “Se há prestação de serviço, deve haver comissão”, disse Paulo Macedo, CEO da Caixa Geral de Depósitos (CGD). Pedro Castro e Almeida, presidente-executivo do Santander, explicou que a inexistência de comissões “tem custos” para os bancos.

Mas, em Portugal, a cobrança dessas comissões é proibida e, da parte do Governo, a legislação não será alterada, tal como garantiu o secretário de Estado da Defesa do Consumidor, João Torres, à TSF. “Não estou à espera que a Associação Portuguesa de Bancos solicite qualquer alteração à lei”, disse. Mas o facto é que a associação

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Lei de Bases da Habitação começa a ser discutida esta segunda-feira. Estes são os pontos essenciais

  • Lusa
  • 12 Maio 2019

As propostas para a Lei de Bases da Habitação começam a ser discutidas esta segunda-feira pelo grupo de trabalho. Estes são os principais pontos defendidos por cada grupo parlamentar.

O grupo de trabalho da Habitação, Reabilitação Urbana e Políticas de Cidades, na Assembleia da República, começa esta segunda-feira a discutir as propostas para a Lei de Bases da Habitação, seguindo-se a votação indiciária em 28 de maio.

Segundo o cronograma dos trabalhos, o processo de criação da Lei de Bases da Habitação, que conta com projetos de PS, PCP e BE, prevê-se que fique concluído em 31 de maio, “data indicativa” para a votação final em sessão plenária, do texto de substituição que resulte da votação indiciária das três iniciativas legislativas.

A criação da Lei de Bases da Habitação motivou projetos de PS, PCP e Bloco de Esquerda (BE), iniciativas legislativas que, no processo de apreciação, mereceram um total de 84 propostas de alteração, apresentadas pelos diferentes grupos parlamentes, incluindo PSD e CDS. Eis as principais propostas para a Lei de Bases da Habitação:

  • Projeto de lei do PS, após apresentação do texto de substituição

Na perspetiva dos socialistas, “o Estado é o principal garante do direito à habitação”. Com a retirada da proposta de requisição de habitações devolutas ou abandonadas, no âmbito da função social da habitação, o PS refere apenas que “os imóveis ou frações habitacionais detidos por entidades públicas ou privadas participam na prossecução do objetivo nacional de garantir a todos o direito a uma habitação condigna”, indicando que “o Estado, as regiões autónomas e as autarquias têm o dever de promover o uso efetivo de habitações devolutas de propriedade pública e incentivar o uso efetivo de habitações devolutas de propriedade privada, em especial nas zonas de maior défice habitacional”.

Além do acesso à habitação, os socialistas definem como direitos: a proteção da habitação permanente, a escolha do lugar de residência e da morada, em que “as pessoas na situação de sem abrigo têm o direito de indicar como morada postal um local de sua escolha, ainda que nele não pernoitem, desde que autorizado pelo titular dessa”.

Na proteção e acompanhamento no despejo, o PS quer garantir “a existência de serviços informativos, de meios de ação e de apoio judiciário”, a obrigação de serem consultadas as partes afetadas no sentido de encontrar soluções alternativas ao despejo e o estabelecimento de um período de pré-aviso razoável relativamente à data do despejo, assim como “a não-execução de penhora para satisfação de créditos fiscais ou contributivos, quando esteja em causa a casa de morada de família”.

“O Estado assegura dotações públicas adequadas à concretização da Política Nacional de Habitação e garante os meios necessários à prossecução das políticas regionais e locais de habitação, no quadro das respetivas atribuições e competências”, lê-se no texto de substituição ao projeto de lei do PS, que prevê ainda que a capacidade de endividamento dos municípios “pode ser majorada para contração de empréstimos destinados ao investimento na política municipal de habitação”.

Em relação ao arrendamento habitacional, os socialistas defendem que o Estado tem de desenvolver “uma política tendente a estabelecer um sistema de renda compatível com o rendimento familiar” e discriminar positivamente o arrendamento sem termo ou de longa duração, assim como a atribuição de subsídios dirigidos às camadas populacionais que não consigam aceder ao mercado privado da habitação.

No crédito para aquisição de habitação própria permanente, pretende-se que seja “admitida a dação [pagamento] em cumprimento da dívida, extinguindo as obrigações do devedor independentemente do valor atribuído ao imóvel para esse efeito, desde que tal esteja contratualmente estabelecido, cabendo à instituição de crédito prestar essa informação antes da celebração do contrato”.

“Aos devedores de crédito à habitação que se encontrem em situação económica muito difícil pode ser aplicado um regime legal extraordinário de proteção, que inclua, nomeadamente, a possibilidade de reestruturação da dívida ou medidas substitutivas da execução hipotecária”, avançou o PS, acrescentando que a despesa pública com juros bonificados no crédito à habitação própria constitui uma forma de apoio público que pode implicar a constituição de ónus.

Outras das medidas propostas pelos socialistas visam a promoção de construção e reabilitação a custos controlados, a Estratégia Nacional de Apoio às Pessoas em Situação de Sem Abrigo, a proteção e respostas habitacionais de emergência em caso de grave e súbita carência habitacional em virtude de catástrofes naturais e acidentes, a reconversão de áreas urbanas de génese ilegal (AUGI) e a regeneração de núcleos de habitação precária e o apoio a territórios em risco de declínio demográfico.

“O Estado deverá garantir a existência de um parque habitacional público de dimensão igual ou superior à média dos países da União Europeia, prevendo anualmente a dotação necessária à sua concretização progressiva”, segundo o projeto do PS.

  • Propostas de alteração ao projeto de lei do PS

Defendendo “dez linhas fundamentais” para a Lei de Bases da Habitação, o PSD propôs alterações a 43 artigos do diploma do PS, defendendo que o Estado tem de se manter como garante do direito constitucional à habitação, nomeadamente através da atribuição de um subsídio de renda a famílias carenciadas e do uso efetivo de habitações devolutas de propriedade pública.

Os sociais-democratas defendem, ainda, que “incumbe ao Estado assegurar celeridade dos processos de inventário e dos processos judiciais de heranças indivisas que incluam bens imóveis com aptidão habitacional”.

Entre as sete propostas apresentadas pelo CDS, destacam-se a eliminação do conceito de função social e a proposta de “um levantamento exaustivo” do património imobiliário público com aptidão para uso habitacional.

À iniciativa do PS, o BE fez três propostas de alteração, designadamente que se acrescente a requisição temporária das casas que se encontrem injustificadamente devolutas ou abandonadas e que no crédito à habitação “não podem ser concedidas aos fiadores condições mais desfavoráveis de pagamento dos créditos”.

Apresentadas a título individual, a deputada independente do PS, Helena Roseta, avançou com cinco propostas, defendendo a criação da Autoridade para as Condições do Arrendamento Habitacional e a introdução de alterações no apoio público em caso de despejo iminente ou já consumado, na renda acessível, no direito de preferência das entidades públicas e nas habitações devolutas ou degradadas à espera das necessárias partilhas sucessórias.

Da parte do PS, houve apenas uma proposta de alteração ao próprio texto de substituição, que visa assegurar a fiscalização das condições de habitabilidade.

  • Projeto de lei do PCP

Como princípios fundamentais, os comunistas defendem “o primado do papel do Estado na promoção de habitação, a prioridade de utilização do património edificado público, mobilizável para programas habitacionais destinados ao arrendamento, e a utilização prioritária do parque habitacional devoluto, seja público ou privado“.

Uma política pública de solos contra a especulação imobiliária, a expropriação dos edifícios devolutos públicos ou privados, a impenhorabilidade da casa de habitação própria e permanente para satisfação de créditos fiscais, contributivos ou execução judicial de créditos e “a extinção do contrato de empréstimo para a aquisição de habitação própria e permanente com a entrega da fração ou edifício” são as principais propostas do PCP.

Com 17 alterações à própria iniciativa legislativa, os comunistas reforçam a medida de expropriação de prédios ou frações autónomas devolutos ou degradados há cinco ou mais anos por razão injustificada, bem como a função social da habitação, o direito à proteção e acompanhamento no despejo e o exercício do direito de preferência sobre habitações devolutas ou degradadas.

  • Projeto de lei do Bloco de Esquerda

O BE defende que é o Estado que deve promover e garantir o acesso à habitação a todos os cidadãos, através da criação do Serviço Nacional de Habitação, que “integra todas as entidades da habitação não lucrativa, nomeadamente públicas, associativas e cooperativas que desenvolvam atividades de promoção na área da oferta pública de habitação e que integre ainda todo parque habitacional estatal, prevendo uma infraestrutura de serviços nacional, com desdobramento local e municipal”.

Para que se cumpra a “função social do parque habitacional” de providenciar o direito à habitação, o projeto do BE indica que o Estado tem de apostar na construção de fogos habitacionais e disponibilizá-los em programas de arrendamentos e que “as habitações que se encontrem injustificadamente devolutas, abandonadas, em degradação ou em ruínas estão sujeitas a penalizações definidas por lei, regimes fiscais diferenciados e requisição para ser efetivado o seu uso habitacional”.

Neste sentido, “a especulação imobiliária, o açambarcamento massivo de habitações para as retirar do mercado e os atos tendentes a transformar a habitação num simples veículo financeiro, colocam em risco a função social da habitação”, pelo que são sujeitas a regimes fiscais diferenciados, a penalizações e à requisição para ser efetivado o seu uso habitacional.

Com alterações a oito artigos do próprio projeto, os bloquistas sugerem a promoção da acessibilidade da habitação, nomeadamente por pessoas com deficiência e pessoas idosas, e que “a política fiscal relativa à habitação prossegue os objetivos da sua função social, nomeadamente através de benefícios à reabilitação para habitação para arrendamento de longa duração nos regimes de renda de cariz social, nos regimes de renda condicionada ou renda acessível, para habitação própria e pela exclusão de benefícios fiscais nas iniciativas de reabilitação urbana que não prossigam esses objetivos”.

No direito à proteção e acompanhamento no despejo, os bloquistas tinham propostas que determinavam “a impenhorabilidade da casa de morada de família para satisfação de créditos fiscais ou contributivos” e “a extinção do empréstimo para aquisição de habitação própria e permanente com a entrega da habitação em causa” ao banco, mas no âmbito da apresentação de alterações, decidiram recuar nesse sentido.

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Cinco anos depois do resgate da troika, Portugal ainda enfrenta desafios, diz o jornal espanhol Expansión

  • ECO
  • 12 Maio 2019

Cinco anos depois de sair do resgate financeiro da troika, Portugal ainda tem pela frente alguns desafios, diz o jornal espanhol. Elevada dívida pública e reclamações da função pública são alguns.

Portugal terminou o resgate financeiro com a troika em maio de 2014 mas, cinco anos depois, ainda enfrenta desafios, diz o jornal espanhol Expansión. Uma dívida pública elevada, crédito moroso, reclamações da função pública e o pagamento de 50 milhões de euros em empréstimos dos credores europeus são os desafios que o país ainda tem pela frente.

Foi em maio de 2014 que Portugal deixou oficialmente de estar sob a tutela da troika, três anos depois de um severo programa de austeridade em troca de 78 milhões de euros emprestados pela UE e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Cinco anos depois, os dados macroeconómicos mostram uma realidade muito diferente daquela que o país viveu na altura em que teve de recorrer à ajuda externa pela terceira vez.

Nos três anos consecutivos — 2011 a 2013 — que a economia do país esteve em recessão, encerrou o ano passado com uma subida de 2,1%, enquanto a taxa de desemprego, que atingiu cerca de 13% em 2013, fechou o ano passado com 7%. Já o défice público ficou nos 0,5%, longe dos 11% em que terminou em 2011.

Contudo, diz o Expansión, embora os números tenham melhorado e os portugueses tenham dito adeus a algumas das medidas de austeridade impostas pela troika, os efeitos da crise ainda são visíveis. “Há muitas áreas onde esses efeitos ainda não desapareceram e, no geral, há um receio no subconsciente dos portugueses de regressar ao passado”, disse Manuel Puerta da Costa, presidente da Associação Portuguesa de Analistas Financeiros (APAF), ao jornal espanhol.

Do exterior, as agências de rating e as organizações internacionais apontam outros desafios que o país ainda tem pendentes, especialmente ao nível da dívida pública e do crédito moroso no setor bancário. No caso da dívida pública, embora não tenha parado de crescer em termos absolutos, encerrou 2018 em 121,5%, abaixo do pico de 133% que tinha registado em 2014. Já na banca, vários bancos ainda continuam a revelar problemas. O Novo Banco, criado com os ativos saudáveis do falido Banco Espírito Santo (BES), teve de receber uma injeção de capital de 1.149 milhões de euros esta semana.

Além disso, cinco anos depois de sair do resgate, Portugal ainda tem de pagar os mais de 50 milhões de euros emprestados pelos credores europeus. O empréstimo que veio do FMI foi completamente liquidado, cerca de 26 milhões de euros, levando o país a poupar 100 milhões de euros.

Estes desafios não negam que Portugal parece ter recuperado a credibilidade externa, como mostram as classificações das agências de rating, e até mesmo a nomeação de Mário Centeno como presidente do Eurogrupo. Contudo, ainda há riscos: “Os riscos de sustentabilidade dos défices públicos (próximo do zero) e a incapacidade de fazer novos investimentos públicos para melhorar os serviços de saúde, educação e infraestruturas, e para alcançar acordos de regime para as reformas estruturais necessárias são ainda assuntos pendentes”, rematou Manuel Puerta da Costa.

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Há cada vez mais portugueses a trabalhar por turnos e ao fim-de-semana

  • ECO
  • 12 Maio 2019

O número de trabalhadores por conta de outrem a trabalhar por turnos, à noite ou aos fins de semana tem vindo a aumentar, abrangendo atualmente mais de cinco milhões de pessoas.

Há cada vez mais portugueses a trabalhar por turnos, à noite ou aos fins de semana, de acordo com cálculos do Dinheiro Vivo feitos com base nos dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), citados pelo Dinheiro Vivo. Só no primeiro trimestre deste ano foram mais de cinco milhões os trabalhadores por conta de outrem que se encaixaram nestas estatísticas. Os mesmos dados mostram ainda que mais de metade dos trabalhadores no país recebe um salário líquido mensal inferior a 900 euros.

No primeiro trimestre do ano foram mais de 771 mil os trabalhadores que trabalharam por turnos e mais de 1,2 milhões os que trabalharam durante à noite. Mas é ao fim de semana que as pessoas mais trabalham: ao sábado foram mais de dois milhões e ao domingo mais de um milhão de trabalhadores por conta de outrem.

O número de trabalhadores por turnos tem vindo a aumentar, pelo menos desde 2011, mostram os dados do INE. No ano passado foram 736 mil e, em 2017, foram 724 mil.

Para os economistas, estes aumentos podem ser justificados pela evolução dos setores mais dinâmicos da economia portuguesa como os serviços (turismo, alojamento, restauração, etc.). Os dados do INE mostram mesmo que é nestes setores que se fazem mais turnos, serões, noites e fins de semana.

Pela primeira vez, na atual série do INE, mais de 1,5 milhões de trabalhadores por conta de outrem tem um salário mensal entre 600 euros e 900 euros líquidos, o que representa mais de 18% de pessoas empregadas face ao mesmo período do ano passado. Esta subida estará ligada ao aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros. Contudo, ainda há mais de 112 mil trabalhadores por conta de outrem que recebem menos de 310 euros líquidos por mês.

Em contrapartida, os contratos precários estão em queda, representando um quinto dos trabalhadores por conta de outrem. Este número caiu 1%, quanto tinha estado sempre a subir desde 2011. Atualmente há 861 mil pessoas com este tipo de contrato, enquanto 724 mil têm contratos a termo.

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Investimento em vistos gold recua. Chineses afundam 37%

  • Lusa
  • 12 Maio 2019

Entre janeiro e abril, o investimento captado pelos vistos gold caiu em praticamente todas as nacionalidades, com destaque para os chineses e turcos. Nesse período foram atribuídos 138 vistos.

O investimento chinês captado pelos vistos gold recuou 37% até abril, face ao período homólogo de 2018, para 75,7 milhões de euros, segundo contas feitas pela Lusa com base em dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Entre janeiro e abril foram atribuídas 138 Autorizações de Residência para Atividade de Investimento (ARI) a cidadãos oriundos da China, num total de investimento de 75,7 milhões de euros. Face aos primeiros quatro meses de 2018, altura em que o montante ascendeu a 120 milhões de euros (217 ARI), o investimento chinês recuou 37%. Em abril, o investimento da China captado através deste instrumento totalizou 16,1 milhões de euros.

Também o investimento oriundo do Brasil via vistos “dourados” recuou nos primeiros quatro meses do ano, mais concretamente uma queda de 7,3%, para 50,5 milhões de euros, num total de 69 ARI atribuídas. Entre janeiro e abril de 2018, o investimento brasileiro ascendeu a 54,5 milhões de euros (65 ARI). No mês passado, o investimento do Brasil somou 7,3 milhões de euros.

O investimento de origem turca recuou 59,6% para 21 milhões de euros, tendo sido concedidos 41 vistos gold até abril. Em igual período do ano passado, a Turquia tinha obtido 95 ARI, num montante total de 52 milhões de euros. Em abril, o investimento turco totalizou 2,5 milhões de euros.

No que respeita ao Vietname, foram atribuídos 17 vistos gold a cidadãos deste país até abril, para 6,9 milhões de euros, um recuo de cerca de 38% face aos primeiros quatro meses de 2018. No ano passado foram atribuídos, no período em análise, 11 ARI. O investimento vietnamita captado em abril atingiu os 2,07 milhões de euros, enquanto o de origem norte-americana ascendeu a 2,4 milhões de euros.

Entre janeiro e abril, o investimento oriundo dos Estados Unidos somou 11,8 milhões de euros, num total de 18 vistos atribuídos.

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“É útil um surto de imigração” que traga mão de obra, diz CEO da Pousadas de Portugal

  • Lusa
  • 12 Maio 2019

Para o CEO da Pousadas de Portugal, detida pelo Grupo Pestana, a falta de recursos humanos continua a ser um problema no turismo, nomeadamente quando se "continua a aumentar a oferta". 

O presidente executivo das Pousadas de Portugal considera que seria útil “um surto de imigração” para colmatar a falta de mão-de-obra no setor, ao mesmo tempo que deixa em aberto uma eventual atualização salarial na empresa.

Em entrevista à Lusa, Luís Castanheira Lopes considerou — acompanhando a opinião do setor — que a falta de recursos humanos continua a ser um problema no turismo, nomeadamente quando se “continua a aumentar a oferta”.

“Recursos humanos continuam a ser um problema. Olhamos para as nossas cidades, como Lisboa e Porto, e vemos a quantidade de hotéis que existem neste momento em Lisboa, por exemplo, e a quantidade que existia há dez anos. Não estou a dizer que há muitos hotéis, estou a dizer que há muitos mais do que havia há dez anos. Pelo país fora têm aumentado e os recursos humanos não têm acompanhado esse crescimento“, afirmou o presidente executivo.

Penso que precisamos de imigração. É útil que haja, que volte a haver, um surto de imigração que refresque a nossa população e acrescente mão-de-obra às nossas necessidade, quer para a hotelaria, quer para as outras atividades conexas com a hotelaria porque à volta há os restaurantes, há as lojas de conveniência, há os táxis, as ourivesarias, as lojas de jornais e, neste momento, há dificuldade em alcançar pessoas para esses postos”, considerou Luís Castanheira Lopes.

Castanheira Lopes referiu ainda que há zonas em que este tipo de movimentos já veio ajudar bastante, dando como exemplo o regresso à Madeira de portugueses que estavam na Venezuela e que ingressaram no mercado de trabalho naquela ilha. “Na Madeira nota-se isso, o regresso de venezuelanos e a ingressão diretamente no mercado. É bom para os dois lados”, afirmou o presidente executivo.

Além da dificuldade na contratação de recursos humanos, problema muito comentado no setor, o presidente das Pousadas de Portugal enumera também a mudança e saída de trabalhadores até para o estrangeiro como um constrangimento à atividade.

Há um fenómeno da globalização e os recursos humanos andam de um lado para o outro. Como acontece com os jogadores de futebol também acontece com os cozinheiros ou com os chefes de receção. Mesmo que seja [a saída] a nível internacional. Às vezes somos obrigados a lutar com mercados que pagam mais do que nós. Apesar de tudo, ainda acho que na estrutura superior conseguimos ser competitivos, onde acho que há maior dificuldade é nas estruturas intermédias, aqui temos muitas vezes dificuldade em contratar pessoas, principalmente nas zonas do Algarve e na Madeira, embora nesta esteja, então, um bocadinho melhor”, explicou.

Já levado a comentar o facto da federação dos sindicatos de hotelaria (FESAHT) ter lamentado, em 22 de fevereiro, que o grupo não tivesse intenção de atualizar em 2019 os salários dos trabalhadores das Pousadas de Portugal, o CEO pede calma e deixa esse cenário em aberto.

“Nós estivemos a negociar com esse sindicato durante vários anos um novo Acordo de Empresa [AE]. O AE foi publicado em novembro de 2018 com uma nova tabela salarial e, por isso, o que dizemos é: não faz sentido que tendo entrado em vigor, em novembro, uma nova tabela salarial, no dia 1 de janeiro já se esteja a alterar essa mesma tabela salarial. Ainda não houve maturidade. Calma. Com todo o respeito, não faz sentido esta posição do sindicato, temos relações corretas. Apresentaram uma nova proposta um mês e tal depois, não faz sentido estar já a rever esse acordo”, disse.

Em fevereiro, a FESAHT apresentou ao grupo Pestana uma proposta de aumentos salariais para os trabalhadores das Pousadas de Portugal de 4%, no mínimo 40 euros, e 650 euros como valor mínimo na tabela salarial. “Vamos dar algum tempo para analisarmos essa proposta e as posições que a empresa também tenha sobre essa matéria e depois então logo se vê”, avançou agora Castanheira Lopes.

O responsável lembrou ainda que a tabela salarial antes da revisão “estava bastante acima do salário mínimo” e que “depois de uma decisão do Grupo Pestana, geral ao grupo, as categorias de baixo ainda subiram todas”. “Ninguém no Grupo recebe menos de 630 euros. Isto antes de qualquer revisão. Por isso é que achamos que não faz sentido já revê-la. Logo se verá. Foi muito cedo a proposta”, concluiu. As Pousadas de Portugal têm atualmente cerca de 700 colaboradores.

Pousadas de Portugal estudam também Marrocos com vista à internacionalização

O presidente das Pousadas de Portugal afirma que o grupo continua a “estudar com tranquilidade” mais destinos com vista à internacionalização e que, para além da análise a Moçambique, Goa e Cabo Verde, está também a olhar para Marrocos. Em entrevista à Lusa, Luís Castanheira Lopes lembrou que o plano de internacionalização a cumprir são cinco pousadas e que já estão escolhidas três localizações: Salvador da Baía, no Brasil, Montevideu, no Uruguai, e uma terceira em S. Tomé e Príncipe.

“Temos, neste momento, uma pousada feita [Convento do Carmo, em Salvador da Baía], duas localizações escolhidas, uma em Ilhéu das Rolas, em São Tomé, e para esta já há edificação”, lembrou, acrescentando que neste último destino o grupo, que já tinha ali um hotel, vai começar a adaptar a antiga roça de Porto Alegre a pousada ainda este. Escolhido, também, já estava o edifício em Montevideu e o responsável acredita que “durante este ano” poderá começar a obra.

“As outras duas [futuras pousadas] ainda andamos à procura. Posso dizer que já visitei coisas em Moçambique e em Cabo Verde. Não há nenhuma decisão, mas andamos a ver nesses países”, afirmou. Já quando questionado se a decisão iria ficar por estes destinos, sublinhou que “podem ser outros”. “Pode ser Goa, pode ser Marrocos, são destinos para os quais estamos também a estudar, mas com menos intensidade ainda. Estamos a estudar todas as hipóteses ao mesmo tempo. Com tranquilidade porque temos até 2023”, reforçou o responsável.

Questionado se este plano de internacionalização ‘casa’ de alguma forma com os planos do Governo para o Programa Revive internacional, disse que, “de certo ponto, sim”. “Quando começámos à procura em Moçambique — só a ver ainda — não sabia que estava a decorrer já uma conversação entre Moçambique e o Governo de Portugal para aplicarem o conceito do Revive lá. É claro que acho uma ótima ideia e acabamos por nos enquadrar no âmbito do Revive, pois estamos a recuperar património de matriz portuguesa. Os objetivos da internacionalização das pousadas e do Revive são comuns, mas são de duas entidades autónomas, nos quais cada um está a tratar da sua vida, mas cujos objetivos efetivamente são comuns”, explicou.

Em Portugal, “até ao final do primeiro semestre” deverá ser inaugurada mais uma ampliação da Pousada da Vila, em Óbidos — ao agregar-lhe a Casa Lidador — e a Pousada Pestana Churchill Bay, na Madeira. Para o “primeiro semestre de 2020” entrará a Pousada das Flores, no Porto, e a Pousada de Vila Real de Santo António. “Neste momento estão ambas em fase madura de obra”, afirma Castanheira Lopes.

Confrontado se atualmente já é menos moroso avançar com estes projetos, o presidente das Pousadas de Portugal reconhece que “o Governo, por exemplo, fez um esforço de diminuir a burocracia”, acabando, designadamente, “com o parecer obrigatório do Turismo de Portugal, desde há cerca de dois anos”, mas que, tendo em conta que muitas vezes estes pareceres continuam a ser pedidos pelas câmaras, “ficou-se na mesma, apesar da intenção ser boa”.

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Parlamento Europeu custa 3,50 euros por ano a cada habitante

  • Vasco Gandra, em Bruxelas
  • 12 Maio 2019

Comparado com o Bundestag alemão (9,20€/habitante), a Câmara dos Comuns britânica (8,90€), a Assembleia Nacional francesa (8€) ou a Câmara dos Representantes dos EUA (6€) verifica-se que custa menos.

O Parlamento Europeu custa, por ano, cerca de 3,50 euros por habitante, custo bastante inferior ao dos parlamentos nacionais de algumas das principais democracias do mundo. Quando comparado com o Bundestag alemão (9,20 euros/habitante), a Câmara dos Comuns britânica (8,90 euros), a Assembleia Nacional francesa (8 euros) ou a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos (6 euros) verifica-se que o parlamento da União Europeia custa menos. Os dados são do Serviço de Estudos do Parlamento Europeu que pede prudência nas comparações já que cada parlamento tem a sua história, tradições e organização e que as verbas alocadas para determinadas tarefas podem variar em função de cada câmara.

No caso do Parlamento Europeu (PE) é necessário sublinhar que se trata de uma instituição transnacional única no mundo, representando milhões de cidadãos de 28 Estados-membros que escolhem democraticamente 751 deputados, e que funciona em 24 línguas oficiais.

Por esta razão, uma parte importante das despesas de pessoal serve para assegurar a tradução e interpretação dos procedimentos e o respeito pela diversidade de culturas e línguas da UE. Por isso, no PE os documentos são publicados nas línguas oficiais da União e todos os eurodeputados têm o direito de se expressar na língua oficial da sua escolha.

O orçamento do Parlamento Europeu ascendeu a cerca de 1,95 mil milhões de euros em 2018. Segundo os números disponibilizados no site da instituição, 44% destinou-se a despesas com pessoal, sobretudo salários dos cerca de 7.700 funcionários, agentes temporários e contratuais e pessoal dos grupos políticos. Para além dos custos de interpretação e tradução, este orçamento incluiu também as despesas de viagem do pessoal (Bruxelas-Estrasburgo-Bruxelas, por exemplo).

As despesas com deputados — incluindo salários, viagens, gabinetes e assistentes parlamentares – representaram cerca de 22% do orçamento de 2018. Os gastos com os edifícios — arrendamento, construção, manutenção e segurança — alcançaram 13%. Já a política de informação e despesas administrativas 16% e as atividades dos grupos políticos chegou aos 6%.

Quanto custa um eurodeputado?

O salário base de um deputado ao Parlamento Europeu é de 8.757,70 euros brutos. Este valor está sujeito a um imposto da UE e contribuições para seguros, após o que o salário se fixa em 6.824,85 euros. Em alguns casos, como em Portugal, os eurodeputados também pagam impostos nos países de origem. Há países em que os parlamentares nacionais ganham menos do que os eurodeputados mas também há Estados-membros onde não é assim. Os contextos nacionais são muito díspares e equiparar o salário dos eurodeputados ao dos deputados nacionais também pode criar desigualdades entre os representantes no PE.

Os eurodeputados recebem diversos subsídios que se destinam a cobrir as despesas relacionadas com o exercício do mandato. Têm um subsídio de 4.500 euros para despesas no Estado-membro em que são eleitos, por exemplo, os custos de gestão do gabinete do deputado. Têm direito ao reembolso do custo efetivo das deslocações para participar nas reuniões do PE em Bruxelas e Estrasburgo, mediante apresentação dos respetivos recibos.

O Parlamento paga igualmente um subsídio fixo de estadia de 320 euros/dia para cobrir a globalidade das despesas incorridas pelo deputado durante os períodos de atividades parlamentares, desde que a presença esteja comprovada pela sua assinatura no registo oficial.

Os eurodeputados podem escolher os seus assistentes parlamentares, acreditados em Bruxelas/Estrasburgo ou no país em que o deputado é eleito. O montante mensal máximo disponível para contratar assistentes é de 24.943 euros por deputado, sendo que o montante não é transferido para o parlamentar mas sim pago aos assistentes.

Sede única ou várias sedes?

É uma das polémicas recorrentes em torno do custo do Parlamento Europeu: a questão de organizar as atividades da instituição num só local, em vez de as dispersar por várias cidades em três países – ou seja, ter ou não uma sede única para o Parlamento Europeu.

Em 1992, os Estados-membros decidiram por unanimidade consagrar no Tratado da UE as sedes oficiais das instituições. Em relação ao PE, decidiram um complexo equilíbrio tipicamente europeu: a sede oficial seria em Estrasburgo (onde se realizam a maioria das plenárias); as comissões parlamentares teriam lugar em Bruxelas; e o secretariado ficaria instalado no Luxemburgo.

Qualquer alteração tem de ser aprovada por unanimidade e a França tem feito finca-pé na manutenção de Estrasburgo já que a realização das plenárias todos os meses representa uma importante mais-valia económica e política para a cidade.

Em 2013, o Parlamento Europeu fez um estudo que calcula em cerca de 103 milhões de euros/ano (preços de 2014) as poupanças obtidas se todas as atividades fossem transferidas de Estrasburgo para Bruxelas. Apesar de considerável, o montante representa apenas 6% do orçamento do PE, 1% das despesas administrativas da UE.

No entanto, os argumentos esgrimidos a favor de uma sede única não são só de natureza financeira. Assim, a campanha Single Seat que juntou na legislatura cessante deputados dos principais grupos políticos e de vários países sublinha que o custo ambiental anual é de 19 mil toneladas de CO2, correspondente às inúmeras viagens de deputados e pessoal do PE.

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“A arrogância não é boa conselheira”, lembra Catarina Martins ao PS

  • Lusa
  • 11 Maio 2019

"A responsabilidade da política é criar soluções e são as pessoas que dizem que soluções querem", disse Catarina Martins, numa mensagem a António Costa.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, estranhou este sábado que o primeiro-ministro, António Costa, esteja já a dizer o que se pode fazer na próxima legislatura, lembrando ao PS que “a arrogância não é boa conselheira”.

Num comício para a campanha das eleições europeias, na Praça dos Poveiros, no Porto, Catarina Martins afirmou que “à política pedem-se soluções construídas com as pessoas, nunca contra elas” e apesar de nos últimos dias se ter ouvido falar muito da atual legislatura, esta “ainda não acabou”.

E é por isso que é estranho ler que António Costa está já a dizer o que se pode ou não fazer na próxima legislatura e, pior ainda, ouvir Pedro Marques [cabeça-de-lista do PS nas eleições europeias de 26 de maio] atacar quem luta pelos direitos do trabalho como ouvimos ontem à noite”, criticou.

A coordenadora do BE referia-se à manchete de hoje do Expresso, segundo a qual, depois das eleições legislativas de outubro, “António Costa recusa-se a mexer em dossiês de professores”. “A arrogância não é boa conselheira, é bom que o Partido Socialista se lembre. A arrogância não é boa conselheira, a responsabilidade da política é criar soluções e são as pessoas que dizem que soluções querem”, recordou.

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Bastonária dos Enfermeiros anuncia recandidatura ao cargo

  • Lusa
  • 11 Maio 2019

“Estou aqui inteira, livre, como sempre estive, para vos dizer que podem contar comigo para mais quatro anos se essa for a vossa vontade", anunciou Ana Rita Cavaco.

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, anunciou este sábado no Porto a sua recandidatura ao cargo nas eleições que vão decorrer dentro de seis meses.

“Eu estou aqui inteira, livre, como sempre estive, para vos dizer que podem contar comigo para mais quatro anos se essa for a vossa vontade. Se essa for a vontade dos enfermeiros portugueses”, afirmou Ana Rita Cavaco no seu discurso de encerramento da I Convenção Internacional dos Enfermeiros, que hoje termina no Porto.

A bastonária assume assim, pela primeira vez, a recandidatura à liderança da Ordem dos Enfermeiros, num momento de particular crispação com a ministra da Saúde, após insinuações sobre extrapolação de funções da bastonária e a realização de uma sindicância à Ordem

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Ana Rita Cavaco fez um balanço do seu mandato, comparando-o a uma viagem “improvável” e com “lutas desgastantes”. “Foi uma bonita viagem. Dura, mas bonita. Voltava a fazê-la, mesmo sabendo que teria de pagar o preço por estar inequivocamente ao vosso lado”, disse.

A bastonária assume que deu a cara “por um tempo novo”, sentido a sua missão cumprida, porque “os enfermeiros perderam o medo de resistir”. A representante dos enfermeiros rejeitou ainda “falsos consensos ou silêncios hipócritas” e insistiu que “não há regulação da profissão sem assegurar o número mínimo de enfermeiros nos serviços” e também não existe regulação “sem a capacidade de perceber que os baixos salários influenciam a prestação dos cuidados”.

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Costa elogia determinação de Macron para “mudança progressista” da Europa

  • Lusa
  • 11 Maio 2019

"Contamos com a sua determinação para essa mudança progressista e pode contar comigo e com a minha amizade para continuar a fazer avançar a Europa", disse Costa, numa mensagem a Macron.

O primeiro-ministro, António Costa, manifestou este sábado o seu apoio ao Presidente francês para “continuar a fazer avançar a Europa”, elogiando a “determinação” de Emmanuel Macron na “mudança progressista” necessária ao “renascimento europeu”.

“Caro Emmanuel, contamos com a sua determinação para essa mudança progressista e pode contar comigo e com a minha amizade para continuar a fazer avançar a Europa, a paz, a liberdade e o progresso económico e social”, afirma Costa numa mensagem em vídeo a que a Lusa teve acesso e que vai ser transmitida esta noite durante os trabalhos de um ‘meeting européen’ (encontro europeu) do La Republique em Marche (A República em Marcha), o partido do Presidente francês.

Começando por recordar que desde “há dois anos” tem o “privilégio de trabalhar de muito perto com Emmanuel Macron e de testemunhar a sua determinação reformista para um renascimento europeu”, o primeiro-ministro português diz partilhar com o chefe de Estado francês a convicção de que “nunca a Europa esteve tão em perigo” como hoje.

É por isso que devemos proteger a Europa, para que ela possa continuar a proteger-nos a todos. A proteger os nossos valores contra as forças populistas, protecionistas e xenófobas; a proteger a segurança dos nossos cidadãos contra a ameaça terrorista; a proteger o ambiente e a assegurar uma transição energética sustentável; a proteger o nosso bem-estar e o nosso modelo social face a uma concorrência internacional crescente e aos desafios da sociedade digital; a proteger a nossa coesão, assegurando uma maior convergência entre as economias da zona Euro”, sustenta Costa.

Considerando que tal não será possível sem a efetivação da união económica e monetária europeia, António Costa diz faltar ainda “concluir a união bancária, a união dos mercados de capitais e criar uma verdadeira zona orçamental da zona Euro para promover a convergência e a estabilização”.

“Todos estes desafios exigem uma resposta europeia. Para responder às expectativas dos nossos cidadãos e cidadãs é preciso uma Europa progressista, assente na paz, na democracia e nos valores humanistas e centrada no crescimento, no emprego e na convergência económica e social”, afirma na mensagem, salientando que “só esta Europa progressista pode continuar a garantir a paz, a estabilidade e a prosperidade às novas gerações, como tem vindo a fazer há mais de 60 anos”.

Neste contexto, o chefe de Governo português defende que, depois das eleições para o Parlamento Europeu deste mês, “as forças progressistas devem unir-se para permitir a mudança necessária” para “restabelecer a confiança e a esperança no futuro” aos cidadãos e às empresas europeias.

A intervenção de António Costa no meeting do partido de Emmanuel Macron foi criticada na quinta-feira pela cabeça-de-lista do Bloco de Esquerda às eleições europeias durante um frente-a-frente da RTP Informação com o cabeça-de-lista do PS, Pedro Marques, com Marisa Matias a acusar os socialistas de estarem na “geringonça” em Portugal, mas entenderem-se com a direita na Europa.

“O que temos assistido é que o PS defende aqui a geringonça, defende aqui a solução de Governo encontrada, mas, no plano europeu, não é normalmente com a esquerda que faz alianças. É uma mensagem muito equívoca, porque estamos aqui e defender a geringonça e, na Europa, está António Costa ao lado da direita e não da esquerda“, acusou.

O cabeça-de-lista do PS reagiu, contrapondo que a lista dos socialistas portugueses recebeu o apoio do Presidente Macron, mas, também, do primeiro-ministro grego, Aléxis Tsipras, cujo partido, o Syriza, já foi muito próximo do Bloco de Esquerda do ponto de vista político. “É ao lado da Europa”, rematou Pedro Marques ainda sobre a presença do seu secretário-geral nesse comício.

O ex-ministro socialista admitiu diferenças entre as correntes socialista, de centro-esquerda, e as liberais mais centristas, mas disse que “com alguns desses líderes ou chefes de Estado consegue-se falar, porque não estão voltados para os nacionalismos”. “É bom que a coligação de europeístas tenha força para combater os nacionalistas, os populistas e a extrema-direita”, argumentou.

No passado mês de fevereiro, Macron endereçou também uma mensagem de apoio a António Costa, por ocasião da Convenção Europeia do PS, que decorreu em Vila Nova de Gaia. A mensagem do Presidente francês, assim como uma outra do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, dirigentes que não fazem parte da “família socialista europeia”, foram apresentadas em vídeo durante os trabalhos da Convenção.

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🎥 “Pessoalmente, não tenho dívidas”. Os confrontos de Berardo com os deputados na comissão de inquérito à CGD

Joe Berardo foi ao Parlamento explicar perdas milionárias que provocou à CGD. Durante a comissão de inquérito houve momentos caricatos, de ironia, confissão e confronto com os deputados. Veja o vídeo.

Nota: Artigo publicado originalmente a 19 de maio de 2019

Eram 14h30 quando Joe Berardo chegou à Assembleia da República. Durante quase cinco horas esteve a responder às perguntas dos deputados sobre os créditos ruinosos em que se envolveu, que acabaram por resultar em perdas de milhões à Caixa Geral de Depósitos (CGD). Segundo a EY, o comendador devia ao banco público cerca de 320 milhões de euros, no final de 2015. A consultora quantifica as perdas por imparidade na ordem dos 150 milhões de euros, mas a CGD não é o único banco que ficou a perder com o empresário. O BCP e o Novo Banco também foram lesados com os empréstimos.

“Pessoalmente, não tenho dívidas”, disse Joe Berardo durante a comissão de inquérito desta sexta-feira. Esta foi uma das respostas polémicas que o comendador deu aos deputados. O ECO resumiu as cinco horas de audição em cinco minutos, com os momentos caricatos, irónicos e de confronto. Veja o vídeo.

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