Reino Unido é o destino mais escolhido para estudar e trabalhar

Ao Reino Unido segue-se a Holanda e os EUA como melhor destino para quem quer estudar fora, e o Canadá e a Austrália para quem procura emprego, revela um inquérito do British Council.

Apesar da evolução da pandemia da Covid-19 e do processo de saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit), o Reino Unido continua no topo da lista dos destinos preferenciais para quem pretende estudar ou trabalhar no estrangeiro. A conclusão é do inquérito realizado pelo British Council, que contou com a participação de 706 pessoas da União Europeia, e com o contributo de inquiridos em Portugal. Destes, 38% afirma que mantém os planos para ir para fora ainda este ano.

Ao Reino Unido, seguem-se Holanda e os EUA como melhores destinos para quem quer estudar fora do país e o Canadá e Austrália para quem procura um emprego no estrangeiro.

Para 77% dos inquiridos, a escolha do destino para estudar ou trabalhar não se alterou devido à pandemia. Apenas 3% indica que a pandemia fez com que os planos para estudar ou trabalhar no estrangeiro fossem cancelados, sendo que cerca de quatro em cada 10 entrevistados planeiam mesmo ir para o estrangeiro ainda este ano.

6 em cada 10 já fez o exame de língua estrangeira

O IELTS — International English Language Testing System — é o teste padronizado internacional de proficiência em língua inglesa para não-nativos e fundamental para quem pretende estudar, trabalhar e viver num país de língua inglesa.

 

O inquérito conclui que mais de metade dos inquiridos (57%) que planeiam ir para fora ainda este ano já fez um teste de inglês e 98% optou pelo IELTS. Quatro em cada dez confirmam até já ter pedido o visto para viajar e 36% pretende pedir nos próximos meses.

Sobre as perspetivas de estudar no estrangeiro, o British Council conclui ainda que os inquiridos querem um tipo de ensino híbrido, presencial e online.

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OPEP agrava colapso da procura de petróleo devido à segunda vaga

  • Lusa
  • 11 Novembro 2020

Organização dos Países Exportadores de Petróleo reviu em baixa as estimativas para a procura pela matéria-prima devido à segunda vaga da pandemia da Covid-19 nos Estados Unidos e na Europa.

A OPEP calcula que o colapso do consumo mundial de petróleo provocado pela crise da Covid-19 será de 9,75 milhões de barris por dia em 2020, mais 280.000 milhões de barris do estimado há um mês.

No relatório mensal, a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) explica que a revisão em baixa, que se junta a outra para a procura de petróleo em 2021, se deve à virulência inesperada da segunda vaga da pandemia da Covid-19 nos Estados Unidos e na Europa, onde foram impostas novas restrições de mobilidade.

“Como resultado, a recuperação da procura de petróleo será gravemente dificultada e espera-se que a lentidão (do crescimento) da procura de combustível para o transporte e a indústria dure até meados de 2021”, explica a OPEP.

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“Vacina parece encorajadora”, mas “recuperação da economia será instável”, alerta Lagarde

No Fórum BCE, a presidente garantiu que a instituição prepara novo reforço de estímulos à economia centrados na compra de dívida e nas operações de financiamento de longo prazo a baixos custos.

Os avanços nos desenvolvimentos de uma vacina contra a Covid-19 são positivos para travar a crise pandémica e, consequentemente, a económica. No entanto, não dá garantias de que a recuperação da economia será rápida ou linear, como alerta a presidente do Banco Central Europeu (BCE). Na abertura do Fórum BCE (este ano completamente online), Christine Lagarde repetiu que a instituição financeira irá reforçar os estímulos para apoiar a retoma.

“Infelizmente, a recuperação da economia da emergência pandémica poderá ser turbulenta. Estamos a ver um forte ressurgimento do vírus e isto introduziu uma nova dinâmica”, começou por dizer Lagarde. Explicou que o BCE vai receber, até à próxima reunião do Conselho de Governadores a 10 de dezembro, dados sobre o impacto das novas medidas que estão a ser implementadas na Europa para responder à segunda vaga e, só nessa altura, irá ajustar os instrumentos de política monetária.

“Apesar de as últimas notícias sobre a vacina parecerem encorajadoras, podemos ainda enfrentar recorrentes ciclos de aceleração da transmissão do vírus e reforço das restrições até que seja alcançada a imunidade generalizada. Por isso, a recuperação poderá não ser linear, mas sim instável, num pára-arranca dependente do desenvolvimento da vacina”, avisa. “É claro que os riscos negativos para a economia aumentaram. É agora provável que o impacto da pandemia continue a pesar na atividade económica em 2021”.

As atuais projeções do staff do BCE apontam para uma recessão de 8% na Zona Euro este ano, antes de a economia começar a recuperar, com um crescimento de 5% em 2021 e 3,2% no ano seguinte, mas estas poderão já estar desatualizadas.

A recessão causada pelo confinamento para travar a Covid-19 provocou uma recessão “invulgar” já que afetou especialmente setores menos sensíveis ao ciclo económico. Normalmente são a indústria e a construção a serem mais afetados do que os serviços, mas nesta crise aconteceu o contrário.

Em consequência, a retoma é mais lenta, o impacto é mais alargado em termos de mercado de trabalho e o efeito é mais irregular em termos de grupos sociais. “A perda de trabalho para pessoas com rendimentos mais baixos apresenta uma ameaça particular”, sublinha Lagarde. “Esta recessão fora do comum representa riscos excecionalmente elevados. E é por isso que são necessárias respostas de política excecionais”.

O BCE já o está a fazer, com um programa de compras de emergência pandémica (PEPP) no valor de 1,35 biliões de euros, que se veio juntar ao programa que já decorria com a compra de 20 mil milhões de euros em dívida por mês e que foi reforçado com um envelope adicional de 120 mil milhões a ser usado até ao final do ano. Em simultâneo, o BCE lançou também novas linhas de financiamento de longo prazo a baixos custos para os bancos, as Targeted Longer-Term Refinancing Operations (TLTRO).

Estes dois continuarão a ser os principais instrumentos do BCE. “Embora todas as opções estejam em cima da mesa, o PEPP e as TLTRO mostraram ser eficazes no atual ambiente e podem ser ajustados de forma dinâmica para reagir à evolução da pandemia. É provável que continuem a ser as principais ferramentas no ajustamento da nossa política monetária”, afirmou Lagarde.

A francesa seguiu, assim, as pisadas do antecessor Mario Draghi, ao usar ao Fórum BCE para falar aos mercados, tendo acalmar as preocupações e dar certezas de que o banco central não irá tirar o tapete à economia. O encontro anual decorre até quinta-feira de forma complemente remota após cinco anos consecutivos a realizar-se em Portugal. Lagarde terminou o discurso de abertura dizendo que “esperemos que no próximo ano seja em Sintra”.

(Notícia atualizada às 14h05)

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Governo impôs recolhimento às 13h para travar almoços de família

  • ECO
  • 11 Novembro 2020

O Governo definiu as 13h00 para o recolhimento obrigatório nos próximos dois fins de semana porque quer travar os convívios familiares e sociais à hora de almoço, disse o primeiro ministro.

António Costa disse que “não foi por acaso” que o Governo definiu as 13h00 para o recolhimento obrigatório nos próximos dois fins de semana. Escolha da hora prende-se com o facto de querer travar os convívios familiares e sociais à hora de almoço, o contexto em que têm ocorrido mais contágios de Covid-19.

“É duro de dizer, mas temos de evitar convívios à hora de almoço. Por isso é que limitámos [a circulação na via pública] a partir da uma da tarde” ao fim de semana, referiu o primeiro-ministro, citando dados dos inquéritos epidemiológicos que indicam que 68% das infeções ocorrem em convívio familiar e social.

De acordo com as regras do estado de emergência, impõe-se o dever de recolhimento domiciliário nos próximos dois fins de semana entre as 13h00 e as 5h00 do dia seguinte nos concelhos mais afetados pela pandemia, havendo exceções como ida para o trabalho e regresso a casa, passeio higiénico, saídas de emergência ou ida ao supermercado.

"É duro de dizer, mas temos de evitar convívios à hora de almoço. Por isso é que limitámos [a circulação na via pública] a partir da uma da tarde.”

António Costa

Primeiro ministro

Em relação aos restaurantes, estes poderão podem funcionar em regime de take-away e em regime de entrega ao domicílio, disse António Costa, em declarações transmitidas pela RTP 3, após um encontro com parceiros sociais. “Sabemos bem que será o setor mais atingido porque não pode antecipar eventos”, ao contrário de outros setores, como dos espetáculos, “que estão a ser antecipados para as pessoas poderem chegar a casa a tempo e horas”, exemplificou o primeiro ministro.

Adiantou ainda que os apoios aos restaurantes para compensar a perda de receitas deverão ser apresentados pelo ministro da Economia esta quarta ou quinta-feira.

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“Tenho dificuldade em adormecer ao pensar nas empresas que estão em dificuldades”, diz Siza Vieira

O ministro da Economia reconhece que não é possível chegar a todas as empresas e trabalhadores com os apoios, mas garante que a resposta económica vai ser "flexível".

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital reconhece que a situação atual é “dramática” e que não é possível cobrir todas as pessoas com os apoios e medidas do Governo de resposta à pandemia. Pedro Siza Vieira nota até que há vários empresários que já estão a usar economias pessoais para aguentar a empresa.

“Todos os dias tenho dificuldade em adormecer ao pensar no conjunto de empresas que estão nestas dificuldades, nos trabalhadores afetados por medidas e no que podemos fazer, sempre sabendo que nunca vamos chegar a toda a gente e cobrir tudo”, disse o ministro, no podcast Política com Palavra, numa edição especial dedicada ao Orçamento do Estado 2021 e transmitida em direto no Facebook.

Siza Vieira aponta que em Portugal existem muitas micro e pequenas empresas, enquanto há muito poucas grandes e médias empresas. De forma geral, “as microempresas em particular têm reservas de caixa muito insuficientes, têm dificuldade em períodos longos com quebra de faturação”, notou, sendo assim bastante afetadas pelas restrições colocadas para conter a pandemia.

No que diz respeito às medidas tomadas pelo Governo, o ministro deixa a garantia de que, “desde o primeiro momento, a resposta económica vai ser flexível, dinâmica e aberta”. Siza Vieira reconhece que “há quem diga que se devia ter avançado mais cedo”, mas defende que “não devemos gastar as munições todas logo na primeira batalha”. Agora, “nesta altura, sobretudo com a ideia de segunda onda e confinamentos na Europa, precisamos de fazer um esforço adicional”, reitera o ministro, explicando assim os novos apoios anunciados na semana passada.

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Bloco de Esquerda apresenta 12 propostas que permitem viabilizar o OE 2021

Mortágua apresentou as 12 propostas que o BE vai levar à fase de especialidade do OE 2021, das quais dependerá o voto final. A bloquista desafia o Governo e o PS a dizerem o porquê de serem contra.

O Bloco de Esquerda apresentou as doze propostas para a fase de especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE 2021). Após o voto contra na generalidade, os bloquistas focam-se nas propostas “estruturais” de resposta à crise, as quais levarão à mudança no sentido de voto caso o Governo as acolha. Na conferência de imprensa, Mariana Mortágua desafiou o PS a dizer o porquê de ser contra estas medidas.

São estas as propostas que se forem aprovadas levarão o BE a viabilizar o Orçamento porque achamos que elas criam uma estrutura de resposta à crise que para nós é essencial para enfrentar o próximo ano: saúde, emprego e proteção social“, afirmou a deputada do BE esta quarta-feira no Parlamento, revelando que “se estas condições tiverem asseguradas então teremos condições também para viabilizar o OE”.

A deputada do BE não é taxativa em dizer que todas as 12 propostas têm de ser aprovadas na especialidade para que os bloquistas mudem o sentido de voto, mas durante a conferência de imprensa explicou que o desenho destas medidas já representam uma aproximação ao PS. “Não encontrarão aqui o programa do Bloco“, admitiu, assinalando que as medidas são “sensatas” e que algumas até já foram defendidas pelo PS no passado.

Mortágua referiu, por exemplo, o aumento da indemnização por despedimentos para 20 dias por ano. A proposta inicial dos bloquistas era de 30 dias por ano, mas baixou o número para 20 dias por ter sido algo defendido pelo PS no passado. “Não quisemos criar qualquer dificuldade ou distração no processo da especialidade“, explicou, daí que o BE não tenha apresentado “novas exigências” na fase de especialidade.

Nem o PS nem o Governo explicaram o porquê de não aceitarem as propostas do BE“, disse Mortágua, desafiando os socialistas a dar essa explicação e afirmando que “não podemos abdicar destas medidas numa resposta à crise”. “Estas doze propostas não são um ponto de partida, são um ponto de chegada”, acrescentou, recordando que inicialmente o Bloco levou cerca de 35 exigências para as negociações com o Governo.

A deputada do BE revelou também que “não houve qualquer reunião com o Governo desde o debate na generalidade” e que neste momento não existe nenhuma reunião marcada. Após a ameaça inicial do Executivo de que não iria negociar com o Bloco se o partido fosse votar contra, o primeiro-ministro veio dizer que tem a porta aberta para voltar a negociar com o partido de Catarina Martins.

BE mantém exigências no SNS, Novo Banco e lei laboral

Apesar do voto contra na votação na generalidade, tanto o Governo como o próprio Bloco de Esquerda não fecharam a porta a mais negociações nem a mudanças no sentido de voto. Ainda que o debate parlamentar entre os dois lados tenha sido agressivo, ainda poderá haver margem para reconciliar os antigos parceiros da geringonça. Contudo, o BE insiste com as reivindicações que apresentou durante os últimos meses e que foram rejeitadas pelo Executivo durante as negociações.

Entre as 10 propostas que já deram entrada no Parlamento, há três áreas prioritárias: o SNS, o Novo Banco e a lei laboral. Para o Serviço Nacional de Saúde, o Bloco quer que os hospitais tenham autonomia administrativa e financeira na contração de novos profissionais, o que terá de se traduzir na “celebração de contratos sem termo” e no “aumento efetivo do número de profissionais na instituição”.

Além disso, o BE quer exclusividade para os profissionais do SNS, com a dedicação plena ao setor público, e a criação da carreira de técnico auxiliar de saúde.

No Novo Banco, a exigência mantém-se igual: não pode haver nenhum empréstimo do Fundo de Resolução para o banco da Lone Star ao abrigo do mecanismo de capital contingente, mesmo que esse dinheiro tenha origem nos bancos do sistema e não no Estado diretamente (apesar de contar para o défice e dívida). Para os bloquistas as necessidades de capital do Novo Banco em 2021 devem ser satisfeitas diretamente pelos bancos.

Na lei laboral há um conjunto de alterações: a redução do prazo de garantia para atribuição do subsídio de desemprego para 180 dias, a redução do período experimental (revertendo a decisão do ex-ministro do Trabalho Vieira da Silva), o aumento das indemnizações que as empresas têm de dar aos trabalhadores em caso de despedimento, a obrigação de manutenção do nível de emprego nas empresas beneficiadas pelos apoios do Estado e mudanças na contratação coletiva.

Por último, o BE quer mudar o desenho do apoio extraordinário ao rendimento dos trabalhadores para incluir mais pessoas e para ser alargado até dezembro de 2022, ao contrário da proposta do Governo que apenas contempla o próximo ano. “Para aqueles que não têm dependência económica, este apoio coloca-os numa situação pior do que a que vigora em 2020”, argumentam os bloquistas na sua proposta.

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Siza alerta que chumbo do Orçamento pode trazer Chega para o arco da governação

O ministro da Economia afirma que se o Orçamento chumbar, a alternativa política “traz para o arco da governação um partido” que “é uma ameaça grande aos valores da nossa democracia”.

Pedro Siza Vieira esteve na manhã desta quarta-feira numa entrevista para um podcast do Partido Socialista e foi questionado sobre a maioria parlamentar que vai aprovar o Orçamento do Estado para 2021 na votação final global agendada para o final deste mês.

O ministro da Economia começou por apontar para a necessidade de a chamada “geringonça” apoiar o Orçamento: “É essencial que possamos dar uma resposta a esta crise que reflita o sentimento da maioria do eleitorado que votou nestes três partidos [PS, PCP e Bloco]. Mais, todos os partidos apresentaram-se ao eleitorado dizendo que a solução da dita geringonça era uma solução que tinha sido muito importante para o país e que era importante preservar”.

A seguir Siza Vieira diz claramente que a alternativa seria uma crise política que poderia trazer a direita e o Chega ao poder. Isto numa altura em que o PSD formou uma coligação nos Açores com o CDS e o PPM, com o apoio parlamentar do Iniciativa Liberal e do Chega.

No podcast com o jornalista Filipe Santos Costa, Siza Vieira foi claro em acenar o papão do Chega e apontou para a necessidade de PCP e Bloco viabilizarem o Orçamento: “Particularmente num contexto em que já percebemos que a alternativa política e partidária que se pode configurar para alternar no poder — se estes três partidos não forem capazes de assegurar uma solução comum — é uma alternativa política que traz para o arco da governação um partido agora surgido que aposta em cavar as barreiras entre a sociedade portuguesa, protagonizando bandeiras, valores e princípios que seguramente o eleitorado que votou nos partidos da solução governativa anterior não se reconhecem e percebem a ameaça que isso constitui à democracia”.

O ministro do Estado e da Economia afirmou ainda que o país tem pela frente “uma crise grande e é preciso que a resposta a essa crise seja feita com os valores que norteiam os eleitores que votaram nos partidos da solução governativa anterior, sobretudo também pensando que a alternativa é uma ameaça grande aos valores da nossa democracia”.

Questionado se foi essa aproximação do partido de Rui Rio ao Chega é que levou o PS a não querer negociar o Orçamento com o PSD, Siza Vieira começou por dizer que e importante não haver uma solução de Bloco Central para o país, porque isso “empobrece a democracia”.

Mas depois voltou a carregar na mesma tecla: “Nesta momento o PS fez a sua escolha, o Governo procura os seus aliados preferenciais do lado esquerdo do Parlamento, e do lado direito temos agora muito mais claramente aquela que é a alternativa e eu acho que isso é um facto que, se quiser, torna claro para o país quais são as alternativas”.

Desde sexta-feira, que o presidente do PSD tem recorrido ao Twitter para criticar o PS, acusando os socialistas de mentir sobre a natureza do apoio do Chega à solução governativa encontrada no arquipélago entre PSD, CDS-PP e PPM. O último posto foi desta manhã:

 

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Medina tem 500 mil euros a fundo perdido para esplanadas no inverno

Depois de ter anunciado 20 milhões de euros de apoios a fundo perdido para a restauração e comércio, a Câmara de Lisboa tem ainda 500 mil euros para a compra de material para as esplanadas.

Depois de ter anunciado 20 milhões de euros em apoios para a restauração e para o comércio, Fernando Medina acrescentou 500 mil euros, também a fundo perdido, para as esplanadas. Os restaurantes vão poder continuar com as esplanadas durante 2021 e receberão ainda um apoio financeiro da autarquia para a compra de material, como por exemplo aquecedores.

A Câmara de Lisboa (CML) vai “prolongar as licenças excecionais das esplanadas” durante todo o ano de 2021, começou por dizer Fernando Medina esta quarta-feira, em conferência de imprensa, referindo que “as pessoas se sentem muito mais em segurança ao ar livre”. Isto vai permitir que restaurantes e outros espaços de comércio possam manter esplanadas durante o outono e o inverno, algo que já tinha sido pedido pelo setor.

Outra das medidas criadas foi a isenção das taxas de esplanadas até ao final do primeiro semestre de 2021. A 20 de outubro, o autarca já tinha anunciado a intenção de prolongar esta isenção até ao final do ano, algo que também foi pedido pelo próprio setor. Com esta medida, a autarquia vai perder 2,5 milhões de euros.

Recorde-se que, em maio, Fernando Medina já tinha anunciado a isenção das taxas para as esplanadas, assim como para a ampliação ou criação de novas até ao final de 2020, consequência da pandemia. Na altura, o autarca sublinhou que as esplanadas “salvaram o negócio” a muitos comerciantes de Lisboa, reforçando que estas são medidas “de grande importância para apoiar a preservação de milhares de postos de trabalho”.

Mas os apoios não ficam por aqui. A CML tem ainda disponíveis 500 mil euros a fundo perdido para ajudar na “requalificação das esplanadas para o inverno”. Assim, para as esplanadas existentes, será dado um apoio de 50% na compra de aquecedores, guarda-sóis e guarda-ventos até ao limite de 750 euros, enquanto para as novas esplanadas será dado um apoio de 50% na compra de mobiliário, até ao limite de 2.000 euros.

A CML anunciou esta quarta-feira um pacote extraordinário de apoios superior a 55 milhões de euros para as empresas e famílias carenciadas, dos quais 20 milhões de euros são a fundo perdido destinados à restauração e ao comércio.

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Linhas de crédito convertível a fundo perdido serão lançadas pelo Banco de Fomento no final do mês

O ministro da Economia garante que o Banco de Fomento "já está a funcionar", prevendo que dois novos produtos sejam colocados no mercado este mês.

Duas novas linhas de crédito, nas quais uma parte do valor poderá ser convertível a fundo perdido se houver manutenção dos postos de trabalho nas empresas, deverão ser disponibilizadas já este mês pelo Banco Português de Fomento, adiantou o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

O banco de fomento “já está a funcionar e, espero que já este mês, dois novos produtos vão ser colocados no mercado”, reiterou o ministro, no podcast Política com Palavra, numa edição especial dedicada ao Orçamento do Estado 2021 e transmitida em direto no Facebook. As duas linhas de crédito têm como especificidade que uma parte do crédito pode ser convertido a fundo perdido se não tiverem feito despedimentos por razões económicas, explicou.

Estas linhas fazem parte dos novos apoios do Governo para as empresas, para responder à pandemia. Uma das linhas, de 750 milhões de euros, destina-se à indústria exportadora, um setor “muito crítico do ponto de vista estratégico”, reiterou Siza Vieira. Está prevista a possibilidade de conversão de 20% do crédito concedido em subsídio a fundo perdido, consoante a manutenção de postos de trabalho.

A outra linha de crédito foca-se nas “empresas de apoio a eventos”, como de organização de eventos culturais, festivos, desportivos ou corporativos. Em causa estão 50 milhões de euros, mas há, novamente, a possibilidade de converter 20% do crédito concedido em subsídio a fundo perdido caso as empresas mantenham o número de postos de trabalho.

Quanto à administração do Banco de Fomento, que arrancou sem estrutura e sem nova gestão, o ministro da Economia revelou que ainda estão à procura porque há “exigências especiais”, nomeadamente que os “perfis têm de ser profissionais com experiência no setor bancário”. “Estes processos demoram tempo”, reiterou Siza Vieira, garantindo que, a seu tempo, chegará a nova administração.

“Estamos mesmo a olhar para pessoas que são profissionais, têm experiencia no setor” e que garantem ao público e às empresas que o banco “será gerido da melhor forma para assegurar que riscos são bem controlados”.

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Vendas mundiais de calçado devem cair 22,2% este ano

  • Lusa
  • 11 Novembro 2020

Mercado do calçado começa evidenciar-se alguns sinais de uma lenta recuperação após impacto da pandemia. Ainda assim, as vendas mundiais deverão cair 22,2% este ano.

O consumo mundial de calçado deverá recuar 22,2% este ano devido ao impacto da pandemia de covid-19, ligeiramente menos do que os 22,5% estimados em abril, mas os preços deverão manter-se estáveis, segundo o “World Footwear”.

“Desde a edição anterior do World Footwear Business Conditions Survey [divulgada em abril] começaram a evidenciar-se alguns sinais de uma lenta recuperação, mas há ainda muita indefinição em torno do cenário macroeconómico global, condicionado pela evolução da pandemia de covid-19. A maioria dos membros do nosso painel acredita que nos próximos seis meses o volume de calçado comercializado irá diminuir, mas prevê também que os preços deverão estabilizar, o que é um desenvolvimento positivo face às perspetivas de há seis meses”, refere.

De acordo com a terceira edição do “Business Conditions Survey”, realizado junto do painel internacional de especialistas do “World Footwear”, numa iniciativa da Associação Portuguesa dos Industriais do Calçado, Componentes, Artigos de Pele e Seus Sucedâneos (APICCAPS), “o cenário continua bastante sombrio, mas há ligeiras melhorias” face à edição anterior.

“Uma percentagem maior de respondentes prevê um forte impacto negativo no consumo de calçado a nível mundial (com um decréscimo entre 20% e 30%), mas há menos a antecipar um impacto severo (superior a 35%) do que na anterior edição do inquérito (38% contra 25% e 18% contra 26%, respetivamente)”, conclui.

"Desde a edição anterior do World Footwear Business Conditions Survey [divulgada em abril] começaram a evidenciar-se alguns sinais de uma lenta recuperação, mas há ainda muita indefinição em torno do cenário macroeconómico global, condicionado pela evolução da pandemia de covid-19.”

World Footwear

Geograficamente, a China destaca-se como o país com perspetivas mais otimistas quanto ao impacto da pandemia no seu próprio mercado.

Em média, o painel de especialistas do “World Footwear” prevê que o consumo mundial de calçado recue 22,2% em 2020 (uma ligeira revisão em alta face à quebra de 22,5% estimada em março), com as previsões a melhorarem na Ásia (de -20% para -18,2%) e na Europa (de -27% para -24,2%), mas a degradarem-se na América do Norte (de -21% para -24,2%), face à anterior edição do inquérito.

Se aplicadas estas percentagens ao consumo em cada um destes continentes, reportado no “World Footwear Yearbook 2020“, serão vendidos menos 795 milhões de pares de sapatos na América do Norte e na Europa e menos 2,2 mil milhões na Ásia.

Os dados mais recentes relativos ao comércio global de calçado apontam que, no primeiro semestre de 2020, as importações de calçado caíram em quase todos os países, destacando-se a China como o único dos dez maiores importadores mundiais a apresentar uma subida das importações, de 2,3%.

Ainda na Ásia, as importações de calçado da Coreia recuaram 2,8% e as do Japão diminuíram 11,9%, enquanto na Europa o impacto da pandemia foi mais forte, com a Alemanha a retrair as importações em 11,8%, a Holanda em 13,6% e a Itália, Bélgica, Reino Unido e França em 20% ou mais.

Já os EUA, o maior mercado importador de calçado do mundo, registaram o pior desempenho entre todos estes países, com as respetivas importações de calçado a contraírem-se em 26,7%.

No resto do mundo, as importações diminuíram 25% na Austrália, 30% no Chile e 31% na África do Sul.

Criado em 2019, o painel internacional de especialistas do “World Footwear” recolhe e analisa, semestralmente, informações sobre as condições de negócios nos mercados mundiais de calçado, redistribuindo depois a informação de forma a fornecer uma visão precisa da situação da indústria no plano internacional.

A terceira edição deste inquérito online foi realizada durante o mês de outubro com base em 122 respostas válidas a profissionais do setor, dos quais 56% com origem na Europa, 25% na Ásia, 9% e 8% na América do Sul e do Norte, respetivamente, e os restantes de outros continentes.

Perto de um terço (31%) dos inquiridos estão ligados à produção de calçado, 21% ao comércio e distribuição e 48% a outras atividades do setor (associações comerciais, consultoria e outras).

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.263.890 mortos em mais de 50,9 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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Negócio fechado. Bruxelas compra à Pfizer 200 milhões de doses de vacina contra Covid-19

A Comissão Europeia anunciou ter fechado o acordo com a Pfizer para a compra de 200 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, com opção para mais 100 milhões.

A Comissão Europeia fechou com o consórcio Pfizer/BioNTech um contrato para a compra de 200 milhões de doses de vacina contra a Covid-19, incluindo uma opção para a compra de 100 milhões de doses adicionais. O fornecimento deverá ser assegurado quando esta se comprovar ser segura e eficaz contra o novo coronavírus.

O produto das negociações já era conhecido, mas o contrato só foi fechado esta quarta-feira por Bruxelas, em nome dos Estados-membros, numa semana em que as farmacêuticas revelaram que uma análise inicial mostrou que a vacina pode ter “mais de 90% de eficácia” na prevenção da Covid-19. A informação foi revelada em comunicado.

Segundo a nota da Comissão Europeia, os Estados-membros vão poder decidir doar doses da vacina aos países mais pobres ou redirecioná-las para outros países europeus. “No rescaldo do anúncio promissor da BioNTech e Pfizer sobre as perspetivas da sua vacina, fico muito feliz por anunciar o acordo de hoje com a BioNTech e a Pfizer para comprar 300 milhões de doses da vacina”, afirma a presidente, Ursula von der Leyen.

Fonte comunitária próxima das negociações adiantou à agência Reuters que a UE irá pagar menos de 19,50 dólares por dose, um preço que reflete o apoio financeiro dado pela UE e Alemanha para o desenvolvimento da vacina.

Também esta quarta-feira a diretora do Centro Europeu de Controlo de Doenças, Andrea Ammon, disse que é possível que a vacinação comece no primeiro trimestre de 2021, apesar de admitir que é um cenário “otimista”, de acordo com a Euronews.

Este é o quarto contrato fechado por Bruxelas para a compra de vacinas contra a Covid-19 ainda em fase experimental. Em detalhe, a Comissão Europeia tem acordos assinados para a compra das vacinas da AstraZeneca, da Sanofi e da Johnson & Johnson, e negociou também a aquisição de doses da vacina da CureVac e da Moderna.

A primeira análise aos ensaios clínicos em curso envolvendo a vacina da Pfizer revelaram que esta pode ter mais de 90% de eficácia a proteger da Covid-19. A empresa espera pedir aprovação de emergência no final deste mês, mas ainda é preciso recolher mais informação, além de que não se sabe ao certo quanto tempo dura a proteção que a vacina confere.

Importa ressalvar que esta é uma vacina de duas doses. Após a inoculação da primeira dose, é necessário aguardar 21 dias até à inoculação da segunda dose. Contas feitas, se os resultados conhecidos esta semana conseguirem sustentação, a vacina deverá proteger a maioria das pessoas 28 dias após o início da vacinação.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h08)

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Câmara de Lisboa vai apoiar 8.000 lojas e restaurantes com 20 milhões a fundo perdido

A Câmara de Lisboa criou um programa com mais de 55 milhões de euros em apoios às empresas e famílias nesta altura de pandemia. Restauração e comércio são os mais beneficiados.

A Câmara de Lisboa (CML) tem mais de 55 milhões de euros para dar em apoios às empresas e famílias carenciadas, para fazer face aos impactos da pandemia. Deste montante, 20 milhões de euros serão entregues a fundo perdido aos restaurantes e comércio com perdas de faturação superiores a 25%. Com este apoio, a autarquia estima apoiar cerca de 8.000 empresas.

“Criámos um programa de apoio aos setores que estão a ser mais duramente atingidos pela pandemia: comercio, restauração, cultura, social e famílias em situação de vulnerabilidade”, começou por dizer Fernando Medina esta quarta-feira, em conferência de imprensa. Ao todo serão mais de 55 milhões de euros em ajudas, dos quais cerca de 20,5 milhões de euros serão a fundo perdido.

Enumerando as dezenas de medidas da CML, o autarca deu o pontapé de partida com o “apoio extraordinário a fundo perdido, que vai apoiar os custos decorrentes do simples facto de as empresas existirem, de estarem abertas”. Aqui, há 20 milhões de euros destinados a apoiar o “esforço que milhares de micro e pequenos empresários estão a fazer para manter atividades a funcionar”.

Para ter acesso a estes apoios, as empresas têm de ter uma quebra de faturação superior a 25% comparando com o período compreendido entre janeiro e setembro do ano passado e assegurar o compromisso de que vão continuar abertas depois de a pandemia passar. “Não vamos pôr requisitos relativamente à verificação de níveis de emprego, porque seria um elemento de complexidade que iria comprometer o apoio à empresa no tempo certo. Mas tem de haver um compromisso de que a empresa não irá encerrar”, sublinhou Fernando Medina.

Não vamos pôr requisitos relativamente à verificação de níveis de emprego, porque seria um elemento de complexidade que iria comprometer o apoio à empresa no tempo certo. Mas tem de haver um compromisso de que a empresa não irá encerrar.

Fernando Medina

Presidente da Câmara de Lisboa

O valor da ajuda dada a cada empresa vai depender do nível de faturação: empresas com faturação até 100.000 euros vão receber 4.000 euros (1.000 euros por mês), entre 100.000 e 300.000 euros de faturação vão receber 6.000 euros (1.500 euros por mês) e entre 300.000 e 500.000 euros vão receber 8.000 euros (2.000 euros por mês), explicou o autarca.

Com estes apoios extraordinários, a autarquia prevê apoiar cerca de 8.000 empresas, que “representam cerca de 100.000 postos de trabalho e 80% do setor do comércio e restauração” da cidade de Lisboa. A ideia é “suportar a atividade das empresas até ao primeiro trimestre de 2021, a fundo perdido”, continuou Medina, referindo que o apoio será pago em duas tranches entre dezembro de 2020 e março 2021, tal como tinha avançado o Negócios.

“Os apoios vão ser feitos ao ritmo a que as candidaturas vão chegando”, disse o presidente da CML, referindo que, no início de dezembro, será criado uma plataforma específica para as candidaturas. Estas serão “totalmente online, muito simples”, em que as empresas terão apenas de submeter a certidão de não dívida (um dos requisitos) e a declaração do técnico de contas confirmando a quebra de faturação.

O nosso apoio não vai resolver tudo, mas é importante e é cumulativo com os apoios do Estado e da Administração Central. Está construído para chegar rapidamente a quem precisa”, notou Fernando Medina, acrescentando que ainda não estão pensadas medidas para empresas criadas recentemente, mas que será “encontrada uma regra para isso”.

Comércio diz que medidas são uma “bomba de oxigénio”

As medidas anunciadas pela autarquia esta quarta-feira foram bem recebidas pelo comércio. Em comunicado, a União de Associações do Comércio e Serviços (UACS) diz que estes apoios são uma “bomba de oxigénio” para estes setores, “enquanto aguardam pelas medidas de apoio do Governo”.

“O grande objetivo é chegar mais rapidamente às empresas e no tempo certo. Tendo em conta as novas restrições do Governo, esta notícia (…) veio abrandar os medos dos empresários destes setores que poderiam estar prestes a desistir“, diz Lourdes Fonseca, presidente da direção da UACS.

Este é um apoio que a associação diz que tem vindo a defender junto da autarquia e do Governo, no que se refere à “importância e pertinência da criação de um fundo perdido e de um apoio económico imediato às empresas para evitar o encerramento e a manutenção dos postos de trabalho“.

(Notícia atualizada às 15h13 com reação da União de Associações do Comércio e Serviços)

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