Plataforma portuguesa quer ajudar empresas no combate à corrupção

A nova plataforma portuguesa MAGNO foi criada para apoiar autoridades e empresas no combate à corrupção e à evasão fiscal.

A partir desta quarta-feira, Portugal passa a ter uma ferramenta que, de uma forma automática, faz a identificação e registo de clientes, bem como a avaliação do risco das transações. O objetivo da Plataforma MAGNO passa por identificar — no decorrer de uma relação de negócios que envolva valores superiores a mil euros — movimentos que sejam suspeitos. Ou de corrupção ou de fuga ao Fisco. Pretende ainda ajudar as autoridades na prevenção e repressão deste tipo de crimes.

A MAGNO foi desenvolvida pela tecnológica portuguesa PEPData, “com o objetivo de garantir às empresas nacionais que cumprem, na totalidade, as obrigações legais no combate ao Branqueamento de Capitais (BC) e Financiamento do Terrorismo (FT)”, explica Filipe Cruz, CEO da empresa. “E é também uma forma de apoiar as autoridades nesta luta contra a corrupção, que custa, por ano, 18,2 mil milhões de euros aos portugueses, um valor superior ao destinado, por exemplo, à área da Saúde no Orçamento do Estado”.

Concretizando: através da plataforma, uma pessoa regista a transação que vai efetuar (ou já efetuou) com determinado cliente e responde a um questionário que, no final, lhe vai indicar qual o nível de risco da transação efetuada, sendo este calculado pelo tipo de negócio, pelos meios e valores de pagamento transacionados e pelas pessoas envolvidas na transação, que a aplicação ajuda a identificar. Esta informação será reencaminhada para aprovação superior caso o negócio tenha um nível de risco mais alto ou será automaticamente aprovada se o risco for baixo. Todo este processo ficará registado num histórico de movimentos que salvaguarda a empresa de possíveis inspeções e garante que esta cumpre a lei.

“A ideia nasce num congresso para o qual tínhamos sido convidados para apresentar a nossa lista PEP (Pessoas Politicamente Expostas) de portugueses. Durante este evento, tivemos oportunidade de perceber que, na sua grande maioria, as pessoas tinham imensa dificuldade em cumprir a Lei de combate ao Branqueamento de Capitais e Financiamento do Terrorismo”, explica o CEO.

Ao ECO/Advocatus, Filipe Cruz esclarece que o target desta ferramenta é “quase todas as empresas pois estamos a falar daquelas que estão obrigadas pela Lei, que diz que sempre que se estabeleça uma relação de negócios ou se efetue uma ou várias transações relacionadas entre si, sempre que superiores a mil euros, têm de ser registadas, independentemente do meio de pagamento”. Ou seja, pequenas a médias empresas do setor financeiro ao não financeiro e que correspondem a cerca de 97% de todo o tecido empresarial português. Até aqui, apenas o setor bancário tinha acesso a soluções desta natureza.

A empresa já se encontra a colaborar com alguns reguladores setoriais, apoiando-os na sensibilização para o tema e à especificação dos seus regulamentos, mas a ideia é alargar também às autoridades judiciárias.

A MAGNO pode ser utilizada de forma totalmente gratuita pelas empresas. Ou então através de planos pagos que adicionam funcionalidades à plataforma (a partir de 41 euros por mês) e que, por exemplo, “permitem aumentar a eficiência da inserção da informação, gerar relatórios para as entidades reguladoras e dar acesso a mais utilizadores”, explica Filipe Cruz.

“Desenvolvemos esta plataforma porque percebemos que era uma necessidade das empresas. Ao disponibilizarmos a MAGNO de uma forma gratuita deixam de existir desculpas para não cumprir a Lei e caminharmos para uma sociedade mais igualitária com a intervenção diária de todos para todos”, conclui.

Entre outros procedimentos, a aplicação permite a análise de riscos automática e decisão em tempo real, atualização permanente dos dados e rating dos clientes e transações, identificação automática de sancionados, Pessoas Expostas Politicamente, seus familiares, associados e países da lista de não cooperantes, em cumprimento com todos os regulamentos de Entidades Reguladoras Sectoriais, atualização legislativa automática, e a possibilidade de comunicação às autoridades e reguladores, assegurando sempre o sigilo de informação e o Regulamento Geral da Proteção de Dados.

A plataforma está disponível em quatro versões (MAGNO free, MAGNO smart, MAGNO expert e MAGNO enterprise), sendo uma delas totalmente gratuita. Para o CEO da PEPData, este é “um sinal claro de que, numa altura em que estamos a discutir a Estratégia Nacional de Combate à Corrupção 2020-2024, fazemos parte da solução no combate a este flagelo que atinge diariamente a nossa sociedade”.

 

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Prémio dos profissionais do SNS vai ser pago ainda este ano, garante Marta Temido

A ministra da Saúde não especificou em que mês seria pago o prémio aos profissionais do SNS que estiveram na linha da frente do combate à Covid-19, mas será ainda em 2020.

Será ainda este ano que os profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) envolvidos no combate à pandemia Covid-19 vão receber o prémio de desempenho, assegurou a ministra da Saúde, Marta Temido. Este será pago uma única vez e corresponde ao valor equivalente a 50% da remuneração base mensal do trabalhador.

Questionada pelo deputado social-democrata Ricardo Baptista Leite sobre quando é que seria feito o pagamento do prémio para os profissionais do SNS, a ministra da Saúde garantiu apenas que será no vencimento deste ano, sem revelar qual o mês, no debate no Parlamento sobre Política Geral.

Este bónus salarial para os profissionais de saúde do SNS que estiveram na linha da frente contra a pandemia partiu de uma proposta do PSD, que foi aprovada na Assembleia da República no âmbito do Orçamento Suplementar. A medida deverá ser financiada pelos 5,9 mil milhões de euros que a União Europeia deverá emprestar a Portugal no âmbito do SURE, o instrumento europeu de apoio ao emprego.

De sublinhar que só serão incluídos os profissionais que exerceram funções “em regime de trabalho subordinado no SNS” durante o período do estado de emergência e que “tenham praticado, nesse período, de forma continuada e relevante, atos diretamente relacionados com pessoas suspeitas e doentes infetados por Covid-19”, segundo detalha a lei.

Para além do prémio, está prevista também uma majoração de dias de férias em função do trabalho prestado. Esta contempla “um dia de férias por cada período de 80 horas de trabalho normal efetivamente prestadas no período em que se verificou a situação de calamidade pública que fundamentou a declaração do estado de emergência”, e “um dia de férias por cada período de 48 horas de trabalho suplementar efetivamente prestadas no período em que se verificou a situação de calamidade pública que fundamentou a declaração do estado de emergência”, segundo ficou estabelecido no Orçamento Suplementar.

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PSD acusa Governo de “arrogância” na gestão da estratégia do hidrogénio

Salvador Malheiro, vice-presidente do PSD, voltou a classificar o projeto para a produção de hidrogénio verde em Sines como "megalómano" e acusou o Governo de dar "passo maior que a perna".

Salvador Malheiro, presidente da câmara Municipal de Ovar e vice-presidente do PSD, aproveitou o palco da conferência anual da APREN Portugal Renewable Energy Summit 2020 para voltar a classificar como “megalómano” o projeto industrial de produção de hidrogénio verde em Sines, que o Governo quer ver avançar no terreno já em 2021.

“Receio que estejamos a dar um passo maior do que a perna”, disse, reconhecendo ao mesmo tempo que a oportunidade do hidrogénio “não pode ser perdida”. O social-democrata defende para o hidrogénio o desenvolvimento de vários projetos descentralizados, com o máximo de players envolvidos, e “não ir de imediato para uma instalação megalómana de 1 GW, que obriga a ter 1,5 GW de energia solar”.

Depois de uma troca acesa de acusações com o secretário de Estado da Energia nas redes sociais, sobre este mesmo tema, em agosto, Salvador Malheiro voltou agora a deixar um recado a João Galamba: “Não devia haver uma arrogância tão grande de quem está a gerir isto”.

“Estamos a partir cedo demais para um projeto que tem algum risco. A maior instalação do mundo de hidrogénio verde tem uma escala de 10 MW no Japão, estando já a ser desenvolvida uma semelhante na Alemanha. Portugal quer começar logo com 1 GW”, ou seja, 100 vezes mais, disse Salvador Malheiro, sublinhando que “a eficiência dos eletrolisadores não é ainda a que gostaríamos de ter”. Mesmo nas tecnologias que estão mais maduras, os eletrolisadores atingem hoje uma eficiência de apenas 70%, diz o social-democrata.

Malheiro apontou também o dedo às grandes empresas que fazem parte do consórcio para a produção de hidrogénio em Sines — como a EDP e a Galp, entre outras. Na sua opinião, em vez de um grande projeto de 1 GW em Sines seria melhor ter vários projetos de 1 MW espalhados pelo país, envolvendo mais empresas e “sem ninguém favorecido”.

“Porquê aquelas empresas e não outras no consórcio de Sines”, questionou Malheiro, sublinhando que “o poder político tem uma enorme responsabilidade de criar um ecossistema em que todos possam ganhar”, grandes e pequenas empresas.

O autarca de Ovar levantou ainda outras questões em relação ao hidrogénio, nomeadamente no que diz respeito ao preço do mesmo, que o Governo estima que poderá estar ao mesmo nível do gás natural dentro de alguns anos, na ordem de 1,5 euros/kg.

Na sua intervenção na conferência da APREN, António Costa Silva, conselheiro do Governo para o Plano de recuperação Económica reconheceu que “a produção do hidrogénio ainda é cara ao dia de hoje, cabendo ao Governo trabalhar para inverter esse cenário”.

“Para chegarmos a esses valores é preciso produzir hidrogénio em larga escala. Vamos ter um projeto megalómano para exportamos hidrogénio. Quem é que vai pagar isto? o custo da energia elétrica para alimentar os eletrolisadores ultrapassa esse valor de 1,5 euros/kg. Alguém vai ter de pagar e espero que não tenha custos para o consumidor”, disse Malheiro, que é mais favorável a projetos industriais como o da Bondalti para o hidrogénio verde, em que a produção e o consumo serão feitos no mesmo local, sem necessidade de transporte.

Defendendo uma maior abrangência na política do Governo para os gases renováveis, Malheiro chamou a atenção também para a biomassa, como fonte endógena renovável. E pediu para a estratégia nacional de eficiência energética a mesma atenção e apoio que está a ser dado ao hidrogénio.

Sobre a ambição de injetar hidrogénio nas redes de gás natural no futuro, o vice-presidente do PSD realçou que “não é assim tão simples”, a começar pelos limites de inflamabilidade deste gás. “O hidrogénio arde, não se vê, não tem cheio, pode dar origem a explosões. O hidrogénio escapa, ataca as ligas metálicas, fragiliza as condutas“, alertou, sublinhando o “risco de de colocar hidrogénio nas redes, que não estão adaptadas”.

Quanto ao armazenamento de hidrogénio, garante que tem custos energéticos enormes, tendo em conta a baixa densidade energética, quatro vezes inferior do que o gás natural. “Com o hidrogénio nas redes vamos ter menos energia”, garante. Por último, lembrou ainda que as ambições do Governo para a utilização do hidrogénio na indústria pode esbarrar com o facto de “as caldeiras que hoje queimam gás natural e outros combustíveis fósseis no terem uma adaptação imediata ao hidrogénio”.

Do lado da ADENE – Agência para a Energia, Nelson Lage, garantiu que a aposta no hidrogénio é já a “pensar no futuro” e que não terá encargos para os consumidores “porque se aprendeu com os erros do passado”, referindo-se às tarifas fixas nas renováveis. O presidente da ADENE garante que “sem investimento do setor privado não há há uma estratégia nacional para o hidrogénio” e elogiou as parcerias internacionais já estabelecidas, nomeadamente com a Holanda.

Quanto às críticas de Salvador Malheiro, Nelson Lage considera que no que diz respeito ao hidrogénio “esperar não é uma solução” e “não agir seria uma irresponsabilidade”. Sublinhou ainda que já estão a ser desenvolvidos muitos projetos no terreno — mais pequenos, de dimensão local. “Sines não é um projeto de um consórcio, tem várias empresas envolvidas. E o hidrogénio em Portugal não é apenas sinónimo de Sines, há projetos do norte ao sul do país”, rematou.

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Costa compromete-se com “aumento significativo” do salário mínimo

  • Lusa
  • 7 Outubro 2020

António Costa não revelou o valor do aumento do salário mínimo previsto para o próximo ano, mas garantiu que será com subida "significativa".

O primeiro-ministro comprometeu-se, esta quarta-feira, com um “aumento significativo” do salário mínimo nacional, “como sinal de confiança em quem trabalha”, em resposta ao líder do PCP que se queixou dos “sinais” dados pelo Governo.

A troca de palavras e ironias entre António Costa e Jerónimo de Sousa aconteceu no debate com o Governo sobre política geral, na Assembleia da República, em que o primeiro-ministro não revelou os valores do aumento, apenas que seria significativo.

Minutos antes, o secretário-geral do PCP queixara-se dos sinais dados nas últimas semanas pelo Executivo, que não são para “deixar descansados” os comunistas, quer “em relação ao salário mínimo nacional quer aos salários e às outras questões, no geral”.

Apesar de este ano não conseguir “manter o ritmo linear de aumento salarial” de anos passados, Costa manteve o objetivo de atingir os 750 euros no final da legislatura, abaixo, portanto, da meta do PCP, que é de 850 euros. Com um sorriso, Costa respondeu em tom brincalhão a Jerónimo ao pedir-lhe: “Oxalá não lhe falte o entusiasmo para cumprir esses seus objetivos”.

Ao que Costa pediu para ficar “tranquilo” porque o “entusiasmo” não lhe falta, prometendo “seguir no passo seguro dos últimos cinco anos, sem recuar, sem ficar a marcar passo, mas sem dar passo maior do que a perna”.

E repetiu uma frase que usava na legislatura anterior, quando havia um acordo ao nível parlamentar à esquerda, através das “posições conjuntas”: “Continuar a caminhar enquanto houver estrada para andar.”

Mais sucinto na resposta foi quanto às queixas do líder comunista relativas às falhas no sistema de saúde, como a falta de médicos de família e atrasos nas consultas. “É brincar com a vida das pessoas. É urgente corrigir”, afirmou.

Antes, Jerónimo de Sousa insistiu em várias das propostas do PCP nas últimas semanas, em que se inclui o aumento do salário mínimo nacional, mas também suspensão dos despedimentos ou ainda o “fim dos cortes” salariais causados pelo lay-off, exigências essas que não tiveram resposta de António Costa.

Em tom mais geral, o chefe do Governo prometeu “trabalhar arduamente” para ter um “bom Orçamento do Estado” que “corresponda até ao limite do que é possível as necessidades do país”.

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Galp Energia recua quase 2%, família EDP ampara Lisboa

A bolsa de Lisboa recuou ligeiramente num dia em que a Galp caiu quase 2%. O índice foi amparado pelos ganhos expressivos da família EDP.

A bolsa de Lisboa desvalorizou ligeiramente, numa sessão em que a generalidade das praças europeias também registaram quedas. A Galp Energia destacou-se pela negativa, tendo perdido 1,94%, para 8,27 euros, o terceiro pior desempenho do principal índice nacional.

Enquanto o Stoxx 600 cedeu 0,12%, para 365,45 pontos, o português PSI-20 interrompeu a tendência de ganhos que se registava há duas sessões, caindo 0,10%, para 4.179,01 pontos. A par da Galp, também a Jerónimo Martins e a Nos registaram perdas, de 1,90% e 1,08%, respetivamente, contribuindo para as perdas do índice.

Galp cai

Contudo, outras cotadas ampararam a bolsa de Lisboa e evitaram uma queda mais significativa. A construtora Mota-Engil valorizou 5,99%, para 1,204 euros, o melhor desempenho da sessão. Já a família EDP também registou ganhos expressivos, com a elétrica nacional a somar 2,56%, para 4,32 euros, e a EDP Renováveis a subir 1,61%, para 15,16 euros.

A queda das bolsas europeias contraria a tendência positiva do outro lado do Atlântico. Wall Street recupera valor depois de ter afundado na sessão anterior com a notícia de que Donald Trump interrompeu as negociações de estímulos orçamentais com o Partido Democrata. O S&P 500 avança 1,30%, o Dow Jones ganha 1,51% e o Nasdaq soma 1,43%.

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Vítor Caldeira, da tranquilidade europeia aos choques com a política em Portugal

  • Lusa
  • 7 Outubro 2020

Agitação mediática a que o organismo liderado por Vítor Caldeira tem sido sujeito no início do ano contrasta com a tranquilidade mediática com que viveu os seus anos enquanto presidente do TCE.

O presidente cessante do Tribunal de Contas (TdC), Vítor Caldeira, alicerçou a sua carreira no Tribunal de Contas Europeu (TCE), sediado no Luxemburgo, mas foi já este ano que vários relatórios do órgão que tutelou suscitaram maior fricção política.

O primeiro-ministro, António Costa, confirmou na terça-feira que não iria propor a recondução de Vítor Caldeira como presidente do Tribunal de Contas, alegando que fixou com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a não renovação dos mandatos como princípio nas nomeações para cargos de natureza judicial.

António Costa rejeitou qualquer relação entre a opção de não reconduzir Vítor Caldeira e as críticas do Tribunal de Contas à proposta do executivo para a revisão da contratação pública, acrescentando que “há quatro anos que o atual presidente do Tribunal de Contas sabia qual era o dia do termo do seu mandato: em 30 de setembro de 2020”.

Entretanto, na terça-feira à noite, o Presidente da República nomeou, sob proposta do primeiro-ministro, o juiz conselheiro José Tavares presidente do TdC, que toma hoje posse em Belém.

Já no início deste ano, mais de três depois do início do mandato de Vítor Caldeira – que se iniciou em 01 de outubro de 2016 -, que o Tribunal de Contas ficou na ‘mira’ do Governo e do presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML), Fernando Medina (PS), por relatórios sobre a venda de imóveis da Segurança Social à autarquia, alegadamente abaixo do preço de mercado, e sobre irregularidades no financiamento ao Ensino Superior.

Também em fevereiro o presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), Rui Moreira, queixou-se da demora da decisão do TdC sobre o matadouro de Campanhã, que já contava 365 dias para obter o visto prévio daquela entidade, depois de uma primeira recusa em 2019 e posterior recurso da câmara.

Em 05 de março, foi divulgado mais um relatório do TdC, considerando que Hospital das Forças Armadas (HFAR) estava a ser utilizado abaixo das suas capacidades, “particularmente por as prestações ao Serviço Nacional de Saúde, que previam a realização, pelo HFAR, de exames e cirurgias aos utentes do SNS, terem ficado aquém do esperado”.

Na semana passada, um parecer do Tribunal de Contas indicou que as novas regras de contratação pública, propostas pelo Governo, aumentam “as possibilidades de conluio na contratação pública e distorção de concorrência”, conforme noticiado pelo jornal Público.

A agitação mediática a que o organismo liderado por Vítor Caldeira tem sido sujeito no início do ano contrasta com a tranquilidade mediática com que viveu os seus anos enquanto presidente do Tribunal de Contas Europeu, entre 2008 e 2016.

Desde 2000 que Caldeira tinha sido responsável por várias direções na instituição europeia que viria a presidir, tendo sido responsável pela auditoria das atividades bancárias europeias, pela Declaração de Fiabilidade do Tribunal (DAS), Decano do Grupo de Auditoria do Tribunal responsável pela parte financeira, e pela Divisão encarregada do Desenvolvimento e Relatórios de Auditoria.

Vítor Caldeira acumulou ainda condecorações e reconhecimentos, como a portuguesa Grande cruz da Ordem Militar de Cristo, em 2014, a Ordem de Mérito de Supervisão nas Américas, e ainda medalhas de mérito e doutoramentos Honoris Causa em países como a Albânia, Bulgária e Polónia.

Antes de ir para as instituições europeias, trabalhou na Inspeção-Geral de Finanças entre 1984 e 2000, foi Diretor e Subinspetor-Geral, responsável pelas auditorias da UE e pelo Sistema de Controlo Interno da Administração Financeira do Estado.

Vítor Caldeira licenciou-se em Direito pela Clássica de Lisboa, tem uma pós-graduação em Estudos Europeus pelo Instituto Europeu da mesma instituição, onde também foi professor assistente, tendo-o sido também no Instituto Superior das Novas Profissões (1996-1999).

Segundo o Tribunal de Contas, o preço de venda de onze imóveis da Segurança Social à Câmara de Lisboa para arrendamento acessível, acordado em 2018, por 57,2 milhões de euros, foi inferior em 3,5 milhões ao valor de mercado, e na mesma noite em que foi divulgada a auditoria, já de madrugada, o ministério de Ana Mendes Godinho apressou-se a negar qualquer irregularidade.

Na manhã seguinte, o presidente da CML disse que o relatório do órgão liderado por Vítor Caldeira de estava ferido de incompetência, e a ministra da tutela defendeu que a operação “cumpriu o interesse público nas suas várias dimensões”.

“O relatório do Tribunal de Contas é um relatório lamentável a todos os títulos e é um relatório tecnicamente incompetente”, disse Fernando Medina numa conferência de imprensa convocada na manhã seguinte à divulgação do documento.

Em reação, o TdC afirmou ter sido “coerente e conforme à lei”: “O Tribunal reafirma que enquanto órgão independente atua em estrita conformidade com a Constituição e a Lei, com neutralidade política, isenção e imparcialidade”, reforçou.

Na segunda polémica, foi a vez do ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, entrar em ‘choque’, quando em fevereiro foi tornada pública uma auditoria que dava conta que o financiamento das instituições de ensino superior ignorou a fórmula prevista na Lei de Bases que define as verbas a atribuir, e também foi na mesma madrugada que o Governo voltou a reagir.

“A Lei de Bases do financiamento do ensino superior tem sido integralmente cumprida”, defendeu o ministério, acrescentando que a “transparência e o detalhe da execução do programa orçamental são adequados, sendo públicos e escrutináveis”.

Durante o dia seguinte, Manuel Heitor foi à TSF dizer que o trabalho do TdC sobre o financiamento do Ensino Superior se limitava “a uma avaliação geral, de lugares comuns, de índole política”, e era “um elogio à burocracia e à ignorância”.

Em resposta, o TdC disse que a declaração do ministro não foi “aceitável” e que a apreciação de que tinha sido feira uma avaliação de índole política “carece de fundamento”.

Sobre o matadouro de Campanhã, Rui Moreira considerou em fevereiro que a demora na obtenção do visto prévio (que foi posteriormente concedido, em abril, após sucesso do recurso da CMP) configurava um “veto de gaveta”, que só podia ser ultrapassado com uma decisão.

Para o independente, o tempo do Tribunal de Contas “não se coaduna com o tempo da democracia”, onde os presidentes de câmara são eleitos para mandatos de quatro anos.

Já sobre o terceiro relatório, o ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, teceu comentários mais conciliadores, considerando “os pareceres do Tribunal de Contas sempre muito úteis”, e que no caso concreto do HFAR, o organismo vinha “apenas confirmar o diagnóstico que tinha sido feito” pela Defesa.

“Estamos em condições de dizer que ainda no primeiro semestre muitas das questões identificadas pelo TdC terão resposta na reorganização do sistema de saúde militar”, acrescentou então o ministro.

No parecer divulgado na semana passada e noticiado pelo Público, o Tribunal de Contas considera que as alterações propostas ao regime de contratação pública são “suscetíveis de contribuir para o crescimento de práticas ilícitas de conluio, cartelização e até mesmo de corrupção na construção pública”.

A visão do TdC alicerça-se “no pressuposto genericamente aceite de que a atividade da contratação pública é um campo fértil e de risco acrescido para esse tipo de atuação ilícita”.

Na terça-feira, o primeiro-ministro fez questão de salientar a “legitimidade” do parecer do Tribunal de Contas em relação ao diploma do seu executivo, defendendo que no processo legislativo “é importante considerar outros pontos de vista e outras visões”.

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Swiss Re: Recessão será a mais severa e mais curta de sempre

  • ECO Seguros
  • 7 Outubro 2020

O SEMPRE, seminário da maior resseguradora do mundo dedicado a Portugal, foi virtual depois de 17 anos presencial. Fazer face à recessão económica e a digitalização acelerada foram os motes.

O SEMPRE, seminário dirigido ao mercado português anualmente realizado pela Swiss Re, centrou-se este ano nos desafios do mundo pós-Covid. Segundo a empresa que é a maior resseguradora do mundo a noção de “pós-Covid” adotada pela Swiss Re implica mudanças fundamentais, e talvez perpétuas, na forma de agir, interagir e comercializar produtos desde que o Covid surgiu. Neste “novo mundo”, “empresas munidas de processos digitalizados do começo ao fim têm uma vantagem competitiva quase “Darwiniana”, como afirmou Francis Blumberg, responsável do setor Vida da Swiss Re para a Europa Continental.

O painel português: Santiago Arechaga, Esther Baur (Swiss Re), João Barata (Generali), António Batalha (Swiss Re), Francisco Botelho (ECOseguros, moderador) e Juan Arsuaga Serrat da Fidelidade.

Jerome Haegeli, chefe economista da Swiss Re, apresentou o panorama económico, realçando a severidade sem precedentes desta recessão, mas que por outro lado será uma das mais curtas. Seguiu-se uma atualização da situação da pandemia no mundo, por Stephen Kramer, Emerging Risks Research Leader.

Um painel composto por Juan Arsuaga Serrat da Fidelidade, João Barata da Generali, Esther Baur e Santiago Arechaga da Swiss Re, e moderado por Francisco Botelho do ECO Seguros, discutiu os efeitos da pandemia no setor de seguros, ressaltando a necessidade de uma colaboração maior entre o setor privado e o setor público na abordagem de riscos de grande porte como pandemias, atividades sísmicas e vulcânicas, entre outros, contra os quais existe ainda uma grande lacuna de proteção.

Falou-se também sobre a iniciativa Ruschlikon, um grupo organizado por seguradoras, resseguradoras e corretores de seguros, que visa estabelecer padrões digitais para a indústria, por forma a obter eficiências operacionais e redução de custos. Desenvolveu-se ainda o tema da mobilidade telemática e das novas soluções de seguros desenvolvidas para abordar estas novas áreas de risco.

O segmento Vida apresentou potentes soluções de automatização do processo de subscrição que não requerem complexidades ou grandes investimentos de infraestrutura. Também se abordou a retenção de clientes utilizando os princípios da economia comportamental e da experiência dos clientes.

Urs Baerstschi, o presidente regional da Swiss Re responsável pela Europa, Africa e Médio Oriente, fechou o evento ressaltndo a importância da digitalização: “A digitalização foi um tema central nas apresentações, mostrando seu impacto na cadeia de valor da nossa indústria, seja no acesso cliente, distribuição, processamento de sinistros ou administrativo. No mundo pré-Covid, falávamos de digitalização como uma coisa do futuro. No mundo pós-Covid o futuro é agora”, concluiu.

Este ano, dadas as limitações impostas a todos pela pandemia, a Swiss Re lançou-se no mundo virtual, combinando apresentações presenciais e virtuais a partir de Portugal, Espanha, Suíça e Inglaterra durante o evento transmitido em emissão contínua.

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Mário Ferreira eleito personalidade do ano na indústria dos cruzeiros

Empresário português foi eleito personalidade do ano da indústria de cruzeiros, nos Seatrade Cruise Awards. Mário Ferreira destaca que “é uma enorme honra receber este prémio num ano atípico".

Mário Ferreira, presidente executivo da Mystic Invest, holding que detém as empresas de cruzeiros DouroAzul, Nicko Cruises, Mystic Cruises e Atlas Ocean Voyages, foi eleito personalidade do ano da indústria de cruzeiros nos Seatrade Cruise Awards.

O empresário português mostrou-se honrado pela distinção destacando a importância da mesma num ano que tem sido particularmente difícil para a indústria de cruzeiros. “É uma enorme honra receber este prémio que realça o trabalho que temos feito ao longo dos anos. É um prémio que partilho com toda a equipa que comigo trabalha, sobretudo com todos os profissionais que, diariamente, a bordo dos nossos navios por todo o Mundo fazem mover este grupo”, realçou Mário Ferreira em comunicado. (Mário Ferreira também é acionista do ECO.)

A aposta no desenvolvimento e construção naval mesmo num ano atípico foi um dos motivos de destaque do empresário português. De acordo com o grupo, as empresas da MysticInvest mantiveram em curso os seus planos de expansão, reforçando a sua posição no mercado mundial de cruzeiros.

“Este ano foi atípico e colocou-nos desafios inesperados. Felizmente fomos capazes de os enfrentar e, mesmo tendo num largo período do ano toda a operação parada, mantemos os planos de expansão da nossa frota como estavam previstos. Graças ao plano estratégico que delineamos e à nossa capacidade de rapidamente nos reestruturamos e criar condições de responder a este desafio, conseguimos não só retomar parte da nossa operação, quer no Douro, quer nos rios do centro da Europa e nos cruzeiros oceânicos, mas também avançar com a construção de novos navios já à espera de clientes para zarpar”, evidencia Mário Ferreira.

Em 2020, a MysticInvest concluiu já a construção de um novo navio para o Douro, o São Gabriel, e de um novo navio da frota oceânica da Mystic Cruises, o World Voyager. Já em construção nos estaleiros de Viana do Castelo encontram-se os 2 próximos navios da Mystic Cruises — o World Navigator e o World Traveller — que estarão ao serviço da Atlas Ocean Voyages, empresa do grupo que opera no mercado norte-americano.

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Vendas da Vista Alegre crescem 24% no pós-confinamento

  • Lusa
  • 7 Outubro 2020

Vendas Vista Alegre registaram um crescimento de 24% no terceiro trimestre, face a 2019, para 33,3 milhões de euros. "Estamos com atividade a níveis bastante aceitáveis", diz a empresa.

As vendas Vista Alegre subiram 24% no terceiro trimestre, face ao período homólogo de 2019, para 33,3 milhões de euros, o que “é muitíssimo bom”, disse esta quarta-feira à agência Lusa o presidente do grupo, Nuno Marques.

No acumulado entre janeiro e setembro, o grupo Vista Alegre registou um volume de negócios acumulado de 75,8 milhões de euros, uma quebra de 10% relativamente ao mesmo período de 2019.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Vista Alegre refere que “continua a mostrar fortes sinais de recuperação da sua atividade, alcançando um volume de negócios no terceiro trimestre do ano de 33,3 milhões de euros, um aumento de 24% (mais 6,5 milhões de euros)”.

“Face ao segundo trimestre crescemos 83% em vendas” e relativamente ao terceiro trimestre de 2019 “crescemos 19%”, sublinhou o gestor, classificando de “muitíssimo bom” o desempenho neste período, que não tem sido fácil para as empresas devido ao impacto da pandemia.

No mês de setembro, o grupo Vista Alegre registou um volume de negócios de 11,4 milhões de euros, superando o período homólogo em 13%. O crescimento no volume de negócios deveu-se essencialmente aos segmentos do grés forno e faiança”, adianta.

A Vista Alegre colocou as unidades de produção em lay-off, algumas parciais e outras totais, na primeira metade do ano, devido à pandemia.

“Desde julho que estamos 100% em funcionamento”, disse Nuno Marques, apontando que o “lay-off mais intenso” foi na Vista Alegre porcelana e na Bordallo Pinheiro, “por estarem mais expostas ao retalho, que esteve encerrado”.

Assim, “só em julho tivemos toda a rede de retalho nacional e internacional aberta”, acrescentou. Por exemplo, a unidade de cristal, que tem negócios B2B [dirigidas as empresas], manteve “a cadência produtiva”. Atualmente, “estamos com atividade a níveis bastante aceitáveis”, acrescentou o responsável.

O grupo Vista Alegre Atlantis (VAA) conta com um universo de cerca de 2.500 pessoas e seis fábricas. Questionado sobre as vendas na Internet, o presidente da Vista Alegre adiantou que “o online está a ter um comportamento bastante bom”, tendo as vendas quase triplicado. Em setembro, as vendas online registaram um aumento de 117% relativamente ao mesmo mês de 2019.

“O canal de retalho, que foi um dos mais afetados pela atual pandemia, reforçou a sua recuperação no mês de setembro, tendo mesmo registado um crescimento das vendas neste canal de 2,3% face a período homólogo”, refere o grupo, no comunicado

Por sua vez, o canal private label registou um aumento de 36,8% em setembro face a igual mês do ano passado.

Sobre o desempenho das lojas físicas, Nuno Marques disse que aquelas que estão associadas ao turismo “estão muito deficitárias”, mas as unidades que estão localizadas em centros comerciais têm registado um “comportamento bom”.

“O retalho nacional e internacional, online e físico, em agosto ficou 1,2% abaixo” de igual mês do ano passado, referiu o gestor.

No entanto, os resultados alcançados são “claramente uma vitória”, tendo em conta o constrangimento nas lojas e a falta de confiança dos consumidores, prosseguiu.

“Durante a pandemia fechámos alguns negócios B2B interessantes para mitigar o retalho” e que “deram um conforto e dinamismo” ao grupo, referiu.

Em maio, o grupo Vista Alegre, que incorpora as marcas centenárias Vista Alegre e Bordallo Pinheiro, e que detém fábricas de porcelana, cristal, vidro, grés e faiança, assegurou a contratualização de duas encomendas para o segundo semestre deste ano, no valor de 16,2 milhões de euros.

O peso do mercado internacional nas vendas ronda os 80% e França, Holanda, Espanha e Itália são os principais mercados.

O mercado francês tem estado a funcionar bem. Este grande contrato que fechámos durante a pandemia é para França, maioritariamente, por isso é que há forte volume” para aquele mercado, explicou.

“O facto da Vista Alegre ter sempre dividido a sua atividade não apenas no retalho, canal HoReCa [hotéis, restaurantes e cafés], mas também em parcerias B2B mostrou-se uma aposta certa”, salientou Nuno Marques.

Isto porque o canal HoReCa regista uma “queda acentuada”, o retalho “começa agora a retomar”, pelo que as parcerias B2B impulsionam o negócio do grupo.

“Apesar da pandemia e do momento, que tem prejudicado o negócio, temos conseguido encontrar alternativas para minorar o impacto negativo”, afirmou Nuno Marques, que se manifesta “prudentemente otimista” face ao último trimestre do ano, onde o Natal tem um peso relevante nas vendas de retalho.

“Temos negócios em carteira que nos permitem ver com confiança o último trimestre, apesar das incertezas”, rematou o presidente da Vista Alegre.

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McGuinness nomeada comissária dos Serviços Financeiros, Dombrovskis assume pasta do Comércio

O Parlamento Europeu validou a nomeação da irlandesa Mairead McGuiness para a pasta dos Serviços Financeiros da Comissão Europeia. Dombrovskis assume pasta do Comércio.

A irlandesa Mairead McGuinness vai ser a nova comissária europeia para os Serviços Financeiros, a Estabilidade Financeira e os Mercados de Capitais. A nomeação da atual vice-presidente do Parlamento Europeu foi confirmada no plenário com 583 votos a favor, 75 contra e 37 abstenções.

O Parlamento Europeu também aprovou com 515 votos a favor a atribuição da pasta do Comércio a Valdis Dombrovskis, da Letónia, que é também, atualmente, vice-presidente executivo da Comissão Europeia. A nomeação mereceu 110 votos contra e 70 abstenções.

“Esta remodelação na Comissão Europeia surge na sequência da demissão do anterior comissário europeu responsável pelo Comércio” a 26 de agosto, recorda um comunicado do Parlamento Europeu. Phil Hogan demitiu-se na sequência de uma polémica na Irlanda relacionada com um jantar que teve mais pessoas do que o permitido em plena crise sanitária da Covid-19.

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“Tenho muita esperança que o OE2021 venha a ser aprovado na AR”, diz António Costa

Costa critica a falta de confiança nas instituições e sublinha que "a qualidade do Tribunal de Contas não depende de A ou de B" e que a instituição vai continuar a existir depois de Vítor Caldeira.

Acabaram-se os debates quinzenais e para os substituir foi implementado um novo modelo de debates que se estreia esta quarta-feira. António Costa estará na Assembleia da República para responder às perguntas dos deputados, sem direito a uma intervenção inicial, durante quase três horas. Haverá duas rondas com os partidos ordenados pelo número de eleitos, ficando o partido do Governo, o PS, para último.

A dias da entrega do Orçamento do Estado para 2021, este tema deverá marcar o debate, assim como a polémica à volta do Novo Banco ou da substituição do presidente do Tribunal de Contas.

Reveja aqui o debate do Parlamento:

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Eli Lilly pede aprovação para tratamento de anticorpos contra a Covid-19

A farmacêutica Eli Lilly anunciou ter obtido resultados satisfatórios num tratamento à base de anticorpos contra a Covid-19. É direcionado a doentes que apresentem sintomas fracos a moderados.

A Eli Lilly requereu aprovação regulatória nos EUA para um tratamento experimental contra a Covid-19 à base de anticorpos. O medicamento foi gerado a partir de amostras de sangue de um dos primeiros sobreviventes da doença no país e pode ajudar quem tenha sido recentemente diagnosticado com o novo coronavírus e apresente sintomas fracos a moderados, apontou a empresa.

Segundo o The Wall Street Journal (acesso pago), a farmacêutica assegura que o medicamento — que tem o nome de código LY-CoV555 — gerou resultados positivos nos ensaios clínicos. O medicamento reduziu a taxa de hospitalização e idas às urgências nas pessoas que o tomaram ao abrigo desses estudos, comparativamente com o grupo a quem foi dado o placebo.

O pedido para a “utilização de emergência” deste medicamento foi submetido à Food and Drug Administration (FDA) e a Eli Lilly espera agora uma decisão da parte do regulador. A FDA deverá agora analisar os resultados dos ensaios e não é garantido que dê a sua aprovação. Mas, obtendo “luz verde”, a farmacêutica diz estar pronta para disponibilizar 100 mil doses ainda este mês e cerca de um milhão até ao fim do ano.

A Eli Lilly anunciou também que este medicamento pode gerar resultados ainda mais satisfatórios em conjugação com outro tratamento de anticorpos, reduzindo a carga viral, os sintomas e as hospitalizações nos doentes com Covid-19. A empresa prepara-se para pedir uma autorização para a combinação dos dois tratamentos, algo que deverá acontecer já no próximo mês de novembro.

Na sequência destes anúncios, as ações da Eli Lilly ganham 2,27% em Nova Iorque. Os títulos estão a cotar em 147,28 dólares cada.

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