Cortes geram tensão na cúpula do Banco Montepio

  • ECO
  • 24 Setembro 2020

Carlos Tavares enviou um e-mail a Pedro Leitão a criticar a forma como o CEO está a gerir o plano de reestruturação do Montepio.

O Banco Montepio está a preparar um programa de reestruturação que vai passar pela saída de 800 trabalhadores. Esse plano, avançado pelo ECO, está a gerar tensão na cúpula da instituição financeira, tendo lado o “chairman” a enviar um e-mail com críticas à forma como o CEO, Pedro Leitão, está a conduzir este processo.

De acordo com a informação avançada pelo Observador (acesso pago), Carlos Tavares enviou um e-mail a Pedro Leitão, acusando-o de ter enviado o plano de reestruturação ao Banco de Portugal dando ao conselho de administração “menos de uma hora de antecedência” para se poder pronunciar.

Tavares diz mesmo que os termos em que este plano foi enviado excede “o texto dos documentos apreciados pelo Conselho de Administração e não parecem traduzir o espírito da discussão das várias reuniões do Conselho de Administração sobre o tema”.

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Trabalhar de casa ou do escritório? Como a Google está a implementar o modelo híbrido

A Google perguntou aos trabalhadores se queriam regressar aos escritórios e eles responderam "sim", mas só durante alguns dias. No futuro, quer apostar em modelos híbridos e mais flexíveis.

A Google já tinha anunciado a decisão de adiar o regresso aos escritórios para o próximo ano, devido à pandemia. Mas num inquérito feito aos trabalhadores, a multinacional tecnológica concluiu que a maior parte das pessoas gostaria de regressar ao escritório, mas só alguns dias durante a semana. Por isso, a gigante tecnológica anunciou que vai reformular os escritórios e apostar num modelo híbrido, avança a CNBC (acesso livre, conteúdo em inglês).

Trabalhar pessoalmente com os colegas de equipa, socializar e ter mais oportunidades de integrar um ambiente de colaboração são as três razões apontadas pelos trabalhadores da Google para quererem regressar aos escritórios.

Numa publicação na rede social Twitter, a Google mostra os resultados do inquérito feito aos trabalhadores. Em julho deste ano, 62% dos trabalhadores respondeu que precisava de estar fisicamente no escritório “durante alguns dias”, para garantir um bom desempenho, um aumento de 9% relativamente ao mês anterior. Por outro lado, apenas 10% considerou que não sentia necessidade de regressar ao escritório.

“Acreditamos que estar reunido, pessoalmente, e ter um sentimento de comunidade, é fundamental quando têm de se resolver problemas difíceis e criar coisas novas, por isso não vemos mudança nesse aspeto. Mas precisamos de criar modelos mais híbridos e flexíveis”, sublinhou Sundar Pichai, presidente do conselho de administração da Google e da Alphabet, numa entrevista à revista Time.

 

Há outras empresas de Silicon Valley a adiar o regresso ao escritório, tais como a Uber, o Twitter e o Facebook, que recentemente anunciou que está à procura de um diretor de trabalho remoto.

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Presidente da CMVM faz segundo mandato na Gestão de Ativos da ESMA

  • ECO
  • 24 Setembro 2020

Presidente do "polícia da bolsa" português foi nomeada pelo Conselho de Supervisores (Board of Supervisors) da ESMA. Novo mandato arranca a 1 de outubro.

Gabriela Figueiredo Dias, presidente da CMVM, foi reconduzida para um segundo mandato como presidente do Comité sobre Gestão de Ativos (Investment Management Standing Committee) na Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA).

A presidente do “polícia da bolsa” português foi nomeada pelo Conselho de Supervisores (Board of Supervisors) da ESMA, em Paris. Em comunicado, a CMVM nota que o “mandato tem início no dia 1 de outubro de 2020”.

Este Comité sobre Gestão de Ativos “debruça-se sobre questões relacionadas com a gestão de investimento coletivo, cobrindo a atividade dos fundos de investimento. Tem como principal função a elaboração de normas técnicas de execução e de regulamentação relativas às Diretivas e Regulamentos comunitários que digam respeito à indústria de fundos de investimento, entre outras matérias”.

Recorde-se que a ESMA tem atualmente 10 Comités Permanentes (Standing Commitees), constituídos por especialistas das Autoridades Nacionais Competentes dos Estados-membros da União Europeia, que “são responsáveis pelo desenvolvimento das políticas nas respetivas áreas de atuação”.

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Portugal com “tendência preocupante” de casos de Covid-19

  • Lusa
  • 24 Setembro 2020

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças colocou Portugal num grupo de Estados com “tendência preocupante” de casos de covid-19, mas com “risco moderado”.

O Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC) colocou esta quinta-feira Portugal num grupo de Estados com “tendência preocupante” de casos de covid-19, mas com “risco moderado”.

Na avaliação de risco atualizada e apresentada esta quinta-feira, o ECDC aponta que os casos positivos de infeção com o novo coronavírus, que provoca a doença covid-19, aumentaram de forma sustentada em toda a União Europeia desde agosto, o que demonstra que “as medidas tomadas nem sempre foram suficientes para reduzir ou controlar a exposição”, advertindo que “é por isso crucial que os Estados-membros implementem todas as medidas necessárias aos primeiros sinais de novos surtos”.

Segundo o Centro, intervenções não farmacêuticas tais como distanciamento físico, higiene e uso de máscaras revelaram-se insuficientes para reduzir ou controlar a exposição ao coronavírus.

Ainda assim, a diretora do organismo, Andrea Ammon, apontou que, “até haver uma vacina segura e eficaz disponível, estas medidas continuam a ser a principal ferramenta de saúde pública para controlar e gerir os surtos” de covid-19.

Nesta avaliação atualizada, o ECDC dividiu os Estados-membros em três grupos: aqueles que apresentam uma “tendência estável e um risco reduzido”, os que têm uma “tendência preocupante, mas um risco moderado” e os que evidenciam “uma tendência preocupante e um risco elevado”.

Portugal é colocado no subgrupo com tendência preocupante, mas com um risco considerado moderado, que inclui os países onde são notificadas taxas [de infeção] elevadas e crescentes devido às elevadas taxas de testes realizados, e a transmissão é notificada prioritariamente em indivíduos jovens, com uma baixa proporção de casos graves e baixas taxas de notificação de morte.

Tal representa um risco geral moderado de Covid-19 para a população em geral e para a prestação de cuidados de saúde. No entanto, é de notar que, se se verificar um elevado volume de transmissão ao longo de várias semanas, a proteção dos indivíduos vulneráveis é um desafio, e visto que o impacto da doença nestes grupos é muito elevado, o risco para esta população continua a ser muito elevado”.

Este subgrupo inclui Áustria, Dinamarca, Estónia, França, Irlanda, Luxemburgo, Holanda, Noruega, Portugal, Eslováquia, Eslovénia e ainda o Reino Unido.

De acordo com a avaliação do ECDC, os Estados que apresentam atualmente um risco mais elevado são a Bulgária, Croácia, República Checa, Hungria, Malta, Roménia e Espanha.

“A nova avaliação de risco de hoje mostra-nos claramente que não podemos baixar a nossa guarda. Com alguns Estados-membros a registarem um maior número de casos do que durante o pico de março, é perfeitamente claro que esta crise não está atrás de nós”, comentou a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides, numa conferência de imprensa conjunta com a diretora do ECDC.

A comissária advertiu que a Europa enfrenta agora “um momento decisivo, e todos têm de agir com determinação e utilizar os instrumentos ao seu dispor”.

“Isto significa que todos os Estados-Membros devem estar prontos para lançar medidas de controlo imediatamente e no momento certo, logo ao primeiro sinal de potenciais novos surtos. Esta pode ser a nossa última oportunidade de evitar uma repetição da Primavera passada”, alertou.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 971.677 mortos e mais de 31,6 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. Em Portugal, morreram 1.928 pessoas dos 70.465 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

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Magistrados têm de entregar declaração de rendimentos e património

Procuradores têm de declarar rendimentos e património mais rapidamente do que o faziam e mais vezes. Sempre que houver alteração desse património, tem de comunicar ao CSMP.

A partir desta quinta-feira, todos os magistrados do Ministério Público — titulares do inquérito e da investigação criminal — incluindo os jubilados (aposentados), têm de entregar a declaração “de rendimentos e património”. A periodicidade para apresentação de declarações é de cinco anos — tal como já era — mas a partir do momento que começam a exercer funções, têm dois meses para entregar essa declaração. E sempre que haja alguma alteração da sua situação patrimonial, terão de avisar o Conselho Superior da Magistratura.

As regras — publicadas esta quinta-feira em Diário da República — constam do “Regulamento sobre a declaração de rendimentos, património, interesses, incompatibilidades e impedimentos do Ministério Público”. A declaração subsequente — segundo o diploma — acontecerá nos cinco anos seguintes. Caso haja alguma alteração de circunstâncias, terão o prazo de 30 dias para avisarem o Conselho Superior do Ministério Público, órgão que é responsável pela fiscalização da classe.

“A obrigação aplica-se, bem assim, às situações em que os magistrados passem a exercer funções em comissão de serviço (externa) ou quando entrem em licença sem remuneração“, explica o diploma, publicado em Diário da República.

A responsabilidade disciplinar para o não cumprimento da obrigação da entrega da declaração encontra-se prevista no Estatuto do Ministério Público. O CSM passará a ter de comunicar às autoridades competentes “as situações que importem responsabilidade de outra índole, designadamente criminal”. E “quem pretender aceder ao teor das declarações, deverá fazer esse pedido ao Conselho, através de requerimento fundamentado”.

A PGR esclarece ainda que o Código de Ética, que ainda se encontra em elaboração, ficou autonomizado do regulamento que estabelece os trâmites processuais das declarações.

Já para os magistrados judiciais (juízes), o Código de Conduta aprovado em plenário do Conselho Superior da Magistratura, em junho deste ano, engloba a questão da obrigação dos juízes entregarem uma declaração de rendimentos, património e interesses junto do CSM, à semelhança do que os titulares de cargos públicos têm de fazer junto do Tribunal Constitucional.

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Preço do gás natural baixa 2,2% no mercado regulado a 1 de outubro

A ERSE confirmou a descida de 2,2% dos preços do gás natural no mercado regulado, já a partir de 1 de outubro. Para uma família com dois filhos são menos 50 cêntimos por mês na fatura de gás.

O preço do gás natural no mercado regulado vai baixar no mês que vem. A Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE) acaba de confirmar uma redução de 2,2% das tarifas de gás natural a partir de 1 de outubro.

De acordo com as contas do regulador, esta redução equivale a menos cerca de 50 cêntimos por mês na conta do gás para uma família com dois filhos e com uma fatura média mensal de 22,61 euros. Ao fim de um ano, esta mesma família consegue poupar seis euros ao comprar gás natural no mercado regulado. No caso de um casal sem filhos, a quebra na fatura mensal será de apenas 21 cêntimos (pouco mais de 2,5 euros num ano).

Diz a ERSE que em julho de 2020 apenas cerca de 254 mil consumidores permaneciam no mercado regulado e que, por isso, vão agora beneficiar desta redução de preços a partir de outubro. Já para os 1,26 milhões de consumidores de gás natural que mudaram para mercado livre, “os preços de venda a clientes finais são acordados com respetivo comercializador”, sublinha o regulador.

A redução dos preços do gás natural regulado vai ao encontro da “baixa de preços” deste combustível “nos mercados internacionais”, e surge depois de o regulador ter reduzido também a componente de energia da tarifa em 3,3% em junho.

As tarifas que entram assim em vigor para o ano tarifário, que decorre entre 1 de outubro de 2020 e 30 de setembro de 2021, são as seguintes:

  • Tarifa transitória de venda a clientes finais em baixa pressão com consumo anual inferior ou igual a 10.000 metros cúbicos terá uma redução média de 2,2% face a setembro de 2020. “O impacto na fatura média mensal de um cliente no mercado regulado para o período” pode alcançar os 22,61 euros no caso de um casal com dois filhos e um consumo anual de 292 metros cúbicos no ano, ou 47 cêntimos por mês.
  • Na tarifa social, os consumidores “beneficiarão de um desconto de 31,2% sobre as tarifas transitórias de venda a clientes finais”, desconto esse aplicado “automaticamente”, tanto no mercado regulado como no mercado livre. O desconto mensal pode chegar a 13,93 euros para um casal com dois filhos, ou 7,34 euros mensais para um casal sem filhos.

Desconto nas tarifas do mercado regulado

Fonte: ERSE

(Notícia atualizada pela última vez às 11h50)

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Bancos verdes não podem financiar emissões poluentes, diz Matos Fernandes

Na abertura do ciclo de conferências “Empowering Sustainable Growth”, promovido pela Euronext Lisbon e pela AEM, Matos Fernandes disse que "a ligação entre ambiente e economia é cada vez maior".

Os bancos têm de olhar mais para a indústria nacional e seguir os seus esforços de descarbonização, deixando de financiar projetos que promovem emissões poluentes, e o mercado de capitais “tem de ser muito exigente nos investimentos que faz”. Estes foram os dois grandes desafios deixados pelo ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, na abertura do ciclo de três conferências digitais “Empowering Sustainable Growth”, promovido pela Euronext Lisbon e pela AEM – Associação de Empresas Emitentes de Valores Cotados em Mercado.

Dedicada ao tema “A reconstrução da economia: novos dilemas da sustentabilidade”, a primeira conferência teve lugar esta terça-feira, 22 de setembro, e contou com a presença do ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, como keynote speaker. No painel de debate estiveram também Filipe Santos, dean da Católica SBE e Miguel Maya, CEO do BCP e Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon

A ligação entre ambiente e economia é cada vez maior. Quando se fala de sustentabilidade, economia circular ou descarbonização, fala-se de investimentos, mas não só. É isso que estamos à espera do setor financeiro. As empresas, independentemente do setor, têm de ser avaliadas pelos seus critérios de compromisso para com a sustentabilidade e a governance“, disse o ministro na sua intervenção inicial, deixando bem claro: Um banco não pode querer ser verde e apoiar projetos que não o são. Tem de se orgulhar das suas contas, mas também dos investimentos verdes que apoiou e ser transparente sobre os que deixou de apoiar. O mercado de capitais tem de se orientar para novos produtos sustentáveis. Temos de deixar de financiar investimentos em combustíveis fósseis, indústria extrativa tradicional, e outros que promovam emissões”.

Matos Fernandes apontou como um bom exemplo a indústria portuguesa e o seu “evidente” compromisso para com a descarbonização. No entanto, acrescentou, “o elogio que faço à indústria, não consigo fazer ainda ao setor financeiro. O novo contexto mundial vai fazer com que novos investimentos surjam e isso será provocador para o mercado de capitais. O mercado de capitais não pode ter “boa boca”. Tem de ser muito exigente nos investimentos que faz. Se aceitar projetos que são muito castanhos ou cinzentos, a situação vai piorar e a bomba vai rebentar-lhe na mão. As empresas e as famílias dependem do setor financeiro e do mercado de capitais para fazer investimentos”, disse o ministro.

Ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes

Sustentabilidade e economia não são incompatíveis, diz ministro

Logo na abertura da conferência, Abel Sequeira Ferreira, diretor executivo da AEM, tinha já desafiado o governante responsável pela pasta do Ambiente a dinamizar o mercado de capitais, ao que Matos Fernandes reconheceu que “há uma forte expectativa sobre o contributo que as questões ambientais e da sustentabilidade podem dar para a economia e, como uma parcela muito significativa do investimento a ser feito é privado, seja das empresas e ou das famílias, o mercado de capitais tem de ter uma importância grande”.

“Os projetos mais complicados de pôr em prática, e que são transformacionais, estão nas mãos da esfera privada. Temos mais dificuldade em promover estes projetos em áreas como a bioeconomia, a descarbonização da indústria, a transformação do setor da distribuição alimentar, do e-commerce e da logística urbana. Estamos a definir novas estratégias, setor a setor”, revelou.

Na opinião do ministro, o reforço da sustentabilidade e a necessidade de a economia crescer já não são incompatíveis e apresentou números para o provar: em 2019 a economia portuguesa cresceu 2,2%, acima da média na zona euro, e as emissões do país reduziram 8,7%, enquanto a UE só conseguiu reduzir 4,3% das suas emissões. “No pós-pandemia a economia tem de crescer, mas não como fez até aqui. Temos de construir um modelo em que o PIB cresce mas de forma hipocarbónica. Nos três cenários que estudámos para sermos neutros em carbono em 2050, o que nos dá mais garantias é aquele em que a economia mais cresce, gerando mais riqueza e mais emprego qualificado. Isso implica um investimento extra calculado em dois mil milhões de euros por ano, do qual 85% é investimento privado”, rematou Matos Fernandes.

Em resposta direta ao ministro, Miguel Maya, CEO do Millennium bcp, lembrou que “o setor financeiro está exposto a grandes riscos, por causa das alterações climáticas e ambientais que têm um impacto direto no valor dos ativos dos bancos, sem esquecer os riscos de transição. Ou seja, damos crédito às empresas, mas se elas não fizerem também um esforço de adaptação e transição vão deixar de ser competitivas e esses ativos perdem-se”.

Miguel Maya, CEO Millennium bcp

Sobre a recuperação verde da economia num cenário pós-Covid-19, o banqueiro reconhece que “a mera retoma do PIB para os níveis anteriores não é um objetivo ambicioso porque não dá garantia de futuro. Temos de aproveitar este momento para mudar. E não há tempo para uma transição progressiva, vamos ter de queimar etapas, fazer bem e depressa. A recuperação do PIB assente no modelo anterior não garante a sustentabilidade da retoma, nem a melhoria da qualidade de vida das pessoas, nem o sucesso das empresas”.

Miguel Maya sublinhou ainda o papel da banca de “transformar poupanças em investimento, para aplicar no crédito à economia” e manifestou vontade de “apoiar as empresas na emissão de green bonds, como é o caso da EDP,”. Para isso, o banco criou já um novo centro de competências para conseguir chegar a mais empresas e levá-las ao mercado de capitais. “O BCE já disse que vai incluir obrigações verdes no seu programa de compra privada, e isso vai ter impacto na capacidade de baixar preços das emissões de dívida verde e criar incentivos para que empresas vão para o mercado. Até agora as green bonds tinham o mesmo preço, mas com mais trabalho de reporte. Agora há mais incentivo vindo do BCE e o preço baixa porque há liquidez”, explicou o CEO do Millennium bcp.

Falta vontade política de criar preço para o carbono

Abel Sequeira Ferreira, diretor executivo da AEM, voltou a frisar que as empresas cotadas têm estado sempre na “linha da frente” e a importância de construir em Portugal uma agenda para o desenvolvimento do mercado de capitais, que deverá ter um papel vital no financiamento da transição para uma economia mais resiliente e mais sustentável. “Este desafio, se já era enorme antes, ganhou agora dimensões colossais. Os volumes de financiamento e de capital necessário para esta transformação não podem prescindir dos mecanismos de mercado. Contamos com o Governo para facilitar os processos, minimizar custos para empresas e famílias, para criam ambiente regulatório mais flexível e dessa forma assegurar a competitividade e inovação das empresas”, disse.

Abel Sequeira Ferreira, diretor executivo da AEM

Do lado do mercado de capitais, Isabel Ucha, CEO da Euronext Lisbon, garantiu que os grandes investidores mundiais já deixaram claro que até 2023 terão todas as suas carteiras com critérios de sustentabilidade. “Cabe ao mercado criar novos instrumentos para que isso possa ser uma realidade. Só é possível se as empresas que tenham investimentos cotados em mercado sejam mais transparentes e comuniquem melhor indicadores de sustentabilidade”, disse a responsável, acrescentando: “As obrigações verdes têm vindo a ganhar popularidade nos últimos dois anos. A Euronext já era um dos maiores centros de listing de green bonds na Europa e no mundo, com mais de 160 mil milhões de obrigações cotadas. Em junho alargamos a oferta para mais tipologias de obrigações sustentáveis: sociais, sustentáveis, azuis (economia do mar) e ligadas aos ODS, que financiam atividades e empresas”.

Isabel Ucha, CEO Euronext Lisbon

Já Filipe Santos, dean da Católica SBE, garantiu que não há falta de capital para investir e financiar a sustentabilidade. “Entre o privado e o público, há mais capital disponível do que alguma vez houve, à procura de boas oportunidades de investimento. As melhores são as que estão alinhadas com os desafios da sustentabilidade”, disse apontado também baterias para o tema da fiscalidade verde e do preço do carbono. “É uma ferramenta económica poderosa para a transição energética e a descarbonização. Mas parece não haver vontade política de criar a nível global um preço para o carbono que permita ao mercado adaptar-se e investir”, rematou, deixando assim o recado ao Governo.

Filipe Santos, dean da Católica SBE

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Rendas das casas subiram 0,2% na pandemia. Caíram 6,4% em Lisboa

O valor mediano das rendas fixou-se em 5,41 euros por metro quadrado no segundo trimestre do ano, uma subida de 0,2% face ao mesmo trimestre do ano passado.

Após a travagem na subida dos preços de venda, também os valores do arrendamento das casas refletiram os efeitos da pandemia. No segundo trimestre do ano, o valor mediano das rendas fixou-se nos 5,41 euros por metro quadrado em Portugal, um aumento de apenas 0,2% face ao trimestre homólogo. Contudo, houve 12 municípios em que as rendas baixaram, como é o caso de Lisboa, onde o decréscimo foi de 6,4%.

“No 2º trimestre de 2020, o valor mediano das rendas dos 13.772 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal atingiu 5,41 euros/m2. Este valor representa um aumento, face ao período homólogo de 2019, de apenas 0,2%, muito abaixo da taxa de variação homóloga observada no 1º trimestre que se cifrou em 10%“, revelam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) publicados esta quinta-feira.

Esta é a primeira vez que o gabinete de estatísticas públicas apresenta resultados trimestrais para os valores das rendas, sendo que o habitual é a apresentação dos valores medianos por semestre. O INE diz que o “impacto socioeconómico da pandemia covid-19” justifica a análise desagregada do primeiro e do segundo trimestre. “Esta opção permite uma análise das dinâmicas mais recentes do mercado de arrendamento mas condiciona a apresentação de resultados para pequenos domínios territoriais”.

Variação mediano das rendas e número de novos contratos de arrendamento

Valor mediano das rendas e número de novos contratos nos 1.º e 2.º trimestres | Fonte: INE

Os números hoje divulgados revelam, assim, uma travagem abrupta na subida dos preços do arrendamento entre o primeiro e o segundo trimestre para a globalidade do país. Apesar do crescimento de 4,8% no número total de novos arrendamentos no segundo trimestre, para um total de 13.772 contratos, as rendas subiram apenas 0,2%.

Houve 12 municípios onde as rendas baixaram

Olhando mais em detalhe, é possível constatar que houve um conjunto alargado de municípios onde os valores de arrendamento baixaram. Foi o que aconteceu em metade dos 24 municípios de maior dimensão, ou seja, daqueles que têm mais de 100 mil habitantes.

Neste quadro, as quebras de maior dimensão foram observadas em Cascais e Lisboa, onde no segundo trimestre deste ano os preços das rendas baixaram 10,1% e 6,4%, respetivamente. Mais a norte, no Porto, o valor mediano das rendas caiu 1,1%.

Em sentido inverso, Loures, Amadora e Odivelas sobressaem entre os municípios de maior dimensão com maiores acréscimos nos valores de arrendamento. Estes foram de 15,7% em Loures, 11,6% na Amadora, e 8,5% em Odivelas.

Relativamente aos municípios com mais de 100 mil habitantes localizados fora dos limites das áreas metropolitanas, apenas Coimbra e Funchal apresentaram valores de rendas superiores ao nacional, tendo ambos registado uma redução dos valores de arrendamento em novos contratos, de 1,3% e 5,8%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 11h45 com mais informação)

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Vera Costa Pereira: “Precisamos de mais e melhores líderes em Portugal com o mindset correto”

  • BRANDS' ECO
  • 24 Setembro 2020

É especialista em desenvolvimento de negócios e inovação, conta no currículo com projetos em 16 países e acaba de lançar a sua própria consultora de gestão. Conheça Vera Costa Pereira.

“Capacitar pessoas e negócios a unirem-se e a elevarem os seus resultados”. É esta a missão de Vera Costa Pereira, CEO da consultora Business Avenue e especialista em desenvolvimento de negócios, gestão de parcerias, estratégia e inovação.

Nos últimos dois anos, mediou mais de 137 negócios, com um volume de cerca de 400 mil euros. Ajudou dezenas de startups e grandes prestadores de serviços a estabelecerem parcerias de sucesso, nacionais e internacionais. E, por isso, não precisou esperar pelo fim da pandemia para lançar a sua própria consultora de gestão. “Tinha muita vontade de disponibilizar um serviço de qualidade e totalmente adaptado às necessidades dos pequenos empresários portugueses. Como estava tudo preparado há mais de um ano para iniciar atividade em março, assim foi, sem qualquer dúvida.”

A Business Avenue surge com a missão de “ajudar as empresas impulsionadas pela inovação, a aumentar a sua receita e cumprir não apenas os KPIs financeiros, mas moldar o futuro como o conhecemos“. Uma missão que personifica o próprio desejo de Vera Costa Pereira, porque como ela mesma diz, “os negócios são pessoas e as pessoas são os negócios”.

A partir da próxima semana Vera Costa Pereira estreia uma série de 6 videocasts, com vários convidados e distintos temas em torno da gestão. Intitulado “A Voz do Negócio, com Vera Costa Pereira”, o primeiro acontece já na quinta-feira, 1 de outubro.

Como se especializou na área de desenvolvimento de negócios e inovação?

Não posso dizer que me formei a pensar que o desenvolvimento de negócio seria a área que me viria especializar, nem existia essa opção. Na altura candidatei-me a um estágio profissional de marketing na Henkel, um dos estágios mais difíceis, até porque eram bem remunerados, e durante o processo, a Country Manager propôs-me fazer o estágio em vendas, ao invés de marketing. Vinte dias depois estava a trabalhar. Confesso que foi a primeira vez que “suei” sentada numa secretária a olhar para mapas financeiros, mas apesar de difícil, o percurso foi uma escola fantástica onde tomei o gosto por trabalhar em mercados internacionais, construir propostas de valor disruptivas e desconstruir conceitos. Recordo-me que criei a página de Facebook da marca Schwarzkopf Professional à revelia apenas para provar que a empresa tinha de evoluir tecnologicamente e que o marketing digital era o caminho a seguir.

Felizmente não fui despedida, pelo contrário, despertei a curiosidade e o interesse do departamento de marketing, que de seguida criou uma estratégia internacional e outros países seguiram o mesmo caminho.

A paixão pelo desenvolvimento de negócio e inovação surge dessa inquietude, da insatisfação com o status quo e a procura de outros caminhos mais lucrativos e otimizados. Quando surgiu a oportunidade, já em Moçambique, de entrar num projeto como Diretora de Desenvolvimento de Negócio local para grandes marcas internacionais, como a Danone, Disney, Johnny Walker, Nestlé, Compal, Sminorff, Huggies, Unilever, etc., agarrei de imediato, sendo que o contacto com diferentes áreas de negócio e clientes acabou por enriquecer em muito a minha capacidade de antecipar desafios, o know-how de diferentes mercados/tecnologias e a minha “biblioteca” de estratégias.

Foram seis anos intensos e desafiantes como só um mercado como o africano pode ser. Fui confrontada com imprevistos e constrangimentos que nunca seria possível na Europa. Quando cheguei a Portugal, quis aplicar os meus conhecimentos a Micro e PMEs e entrei no mundo das startups com tecnologias de inovação sustentável, com a dinamarquesa Green Innovation Group. Foi nessa altura que agreguei a inovação tecnológica a tudo o que já sabia sobre negócios. A cereja no topo do bolo que completou, sem sombra de dúvida, a minha experiência profissional.

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Vera Costa Pereira é CEO e fundadora da consultora de gestão Business Avenue, que lançou em março.D.R.

Em plena pandemia, fundou a sua própria empresa. Como foi este processo?

Tinha, e tenho, uma certa angústia com as crenças do meu país no que toca aos negócios. Pensamos que somos limitados e que seremos sempre limitados. Acredito piamente que a massa empresarial portuguesa é muito mais do que “trabalhar para viver e viver para trabalhar”, que tem estado efetivamente desacompanhada e à deriva, contudo tem garra para fazer melhor.

A Business Avenue foi pensada com esse princípio em mente e muito antes da pandemia. Tinha muita vontade de disponibilizar um serviço de qualidade e totalmente adaptado às necessidades dos pequenos empresários portugueses. Como estava tudo preparado há mais de um ano para iniciar atividade em março, assim foi, sem qualquer dúvida.

"A nossa metodologia não é impor processo criados em 1950, é criar um fio condutor que faça sentido para o negócio, para o seu empresário e para a cultura implementada.”

Vera Costa Pereira

Não acredito que a disrupção tem de ser só pensada de forma negativa, até porque, historicamente, todos os grandes saltos na inovação saíram ou de consumidores frustrados ou de situações críticas. Como a missão da Business Avenue é dar ferramentas a todos os empresários e empreendedores para melhorarem o seu negócio, nunca iria aguardar por um momento em que a economia fosse favorável, não só vai contra tudo o que acredito como seria o caminho que menos orgulho me daria. É nos momentos complicados que temos de nos valer das nossas competências e fazer a nossa parte.

Hoje sinto que não só ajudamos as empresas na melhoria da sua atividade, como também os trabalhadores na manutenção dos seus postos de trabalho. Esse caráter social acrescenta muito ao nosso dia-a-dia, porque sabemos que trabalhamos em prol de um futuro melhor para nós e para outras famílias.

Que tipo de serviços presta às empresas e qual a metodologia utilizada?

A Business Avenue é uma consultora de gestão com uma metodologia própria e muito focada no lucro, apresentando aos clientes dois serviços complementares entre si.

A pergunta da metodologia é recorrente e interessante. Na realidade, os grandes princípios da gestão são universais, contudo estão obsoletos. As organizações hoje têm de ser ágeis, fáceis de gerir e responsivas a uma velocidade extraordinária. A nossa metodologia não é impor processo criados em 1950, é criar um fio condutor que faça sentido para o negócio, para o seu empresário e para a cultura implementada.

Não criamos nada para nós e não doutrinamos disciplinas obsoletas, criamos, sim, uma moldura funcional e que realmente resulte, já que a inovação só pode ser considerada inovadora quando tem resultados e marketfit. Caso contrário, é apenas uma ideia no papel.

"Precisamos de mais e melhores líderes em Portugal com o mindset correto, que não tenham medo de fazer diferente e de se fazer ouvir.”

Vera Costa Pereira

O Innovate Consulting é um pack de serviços construído à medida do negócio e das suas variáveis, tendo como foco alinhar estrategicamente o negócio e as táticas para atingir os objetivos que o empresário tem. Por norma abordamos temas como estratégia de marketing, estratégia comercial, estudos de mercado, gestão e controle, etc., culminando com o modelo financeiro e a respetiva avaliação da empresa, para entidades bancárias ou investimento.

Por outro lado, o RampUp é o nosso programa de aceleramento de vendas, onde nos focamos em acordos transacionais, sejam eles de caráter nacional ou internacional, entre os nossos clientes e possíveis compradores em escala. Como é um programa baseado no nosso sucesso, desperta sempre muito interesse por parte dos empresários.

Pela sua experiência, quais são os principais desafios das empresas e dos gestores portugueses?

O lugar-comum a esta pergunta será o capital, contudo, os desafios são mais profundos que a capitalização do negócio. Começam pela gestão focada na faturação e não no resultado líquido. Como consequência, os empresários implementam políticas de preço desadequadas, seguem más praticas da indústria, o crescimento de estrutura é pouco refletido, e os investimentos muitas vezes mal direcionados.

Com a faturação elevada, é relativamente fácil recorrerem aos bancos para uma almofada, mas a realidade é que sem resultado líquido positivo entram numa espiral financeira e pessoal pouco saudável e, obviamente, torna-os incapazes de ter resposta a disrupções como crises económicas ou pandemias. As suas decisões são tomadas com base nas consequências de primeira ordem, isto é, no que é urgente e muitas vezes não é importante para o futuro da organização.

Por outro lado, não podia deixar de mencionar as crenças limitativas dos empresários portugueses. Culturalmente somos bons a servir, temos dificuldade em dizer que não aos clientes, preocupamo-nos com a validação dos pares, mesmo que as políticas da indústria estejam erradas, não pedimos ajuda e deixamos muitas vezes que o cliente mande nos nossos negócios.

Precisamos de mais e melhores líderes em Portugal com o mindset correto, que não tenham medo de fazer diferente e de se fazer ouvir.

vera-costa-pereira
Com um currículo que conta com projetos em 16 países, Vera Costa Pereira mediou mais de 137 negócios, com um volume de cerca de 400 mil euros.D.R.

Quais são as três regras essenciais para o crescimento de um negócio?

Primeiro, ter objetivos e estratégias mensuráveis. Note que a faturação é uma consequência destes objetivos e não o objetivo. Em segundo, diagnosticar com precisão os problemas que existem – e que possam vir a existir – para atingir esses objetivos e criar táticas de resolução. Por último, conseguir o product-market fit, ou seja, que o produto ou serviço tenha uma forte demanda e que seja vendido a um preço justo e equilibrado, de modo a permitir um crescimento sustentado.

Numa época de crise como que a que estamos a viver, que dicas deixaria a uma empresa ou um empreendedor que está agora a lançar o seu negócio?

Que resolva um problema e que o faça melhor que qualquer empresa no mercado. A inovação não tem de ser apenas a criação de algo que nunca existiu antes. O mundo como o conhecemos foi moldado por inovação em negócios tradicionais, muitas das vezes por consumidores frustrados que reinventaram processos e otimizações.

Com a aceleração digital devido ao Covid-19, existem muitas oportunidades de fazer crescer os negócios tradicionais para um product-market fit mais adequado.

Diz que a sua missão é “capacitar pessoas e negócios a unirem-se e elevarem os seus resultados”. Quando trabalha com uma empresa, qual é o momento de “missão cumprida”?

Nas primeiras vendas com a nova estratégia. Até lá, é uma ansiedade brutal, tenho de confessar. Existe sempre vidas, famílias e histórias por detrás das empresas e, como procuro uma relação próxima com todos os empresários com quem trabalho, acabo por partilhar com eles a carga na responsabilidade de manter as portas abertas.

Mas para mim, não faria sentido a distância. Os negócios são pessoas e as pessoas são os negócios.

É também mentora da Comissão Europeia, onde apoia o desenvolvimento de negócios fundados por mulheres. Em que consiste esta parceria?

É a primeira vez que se realiza em Portugal o EWA – Empowering Women in Agrifood, um programa da iniciativa da União Europeia – EIT Food – e é destinado a apoiar mulheres a desenvolver os seus negócios nesta área. A divisão agroalimentar do EIT está enquadrada com os desafios atuais do setor e com a ajuda de vários parceiros em Portugal, Espanha, Republica Checa, Roménia e Turquia está determinada em suprimi-los.

Eu tive o prazer de ser convidada para ser mentora de uma das participantes e transmitir os meus conhecimentos em prol da igualdade de género no empreendedorismo e da sustentabilidade da alimentação.

Estes programas são fundamentais, agora mais que nunca, já que atravessamos uma época de grande desemprego e cada empresa que se mantém ativa e a crescer, está a gerar postos de trabalho fundamentais para nós, enquanto sociedade.

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Em plena pandemia, Solverde patrocina 19 clubes na I e II Liga

  • ECO
  • 24 Setembro 2020

O grupo Solverde decidiu patrocinar dez clubes da Liga Nos e nove da Liga Pro, tornando-se assim num dos principais patrocinadores dos campeonatos profissionais em Portugal.

A plataforma de casino Solverde está a investir em força no futebol profissional português. A empresa liderada por Américo Loureiro vai patrocinar 19 clubes das duas principais competições nacionais, dez na Liga Nos e nove na Liga Pro, anunciou em comunicado.

Os clubes do principal escalão patrocinados pela marca portuguesa de jogo online, com acordos válidos para as próximas três temporadas, são o Boavista, Tondela, Paços de Ferreira, Gil Vicente, Moreirense, Rio Ave, Santa Clara, Vitória, Nacional e Farense.

Quanto à segunda divisão, o grupo Solverde patrocina o Sp. Covilhã, Académico de Viseu, Estoril Praia, Académica, Mafra, Vilafranquense e Vizela. Não são revelados os montantes envolvidos em cada um destes patrocínios.

Com este investimento, a Solverde torna-se num dos principais patrocinadores das competições profissionais, numa decisão que, de acordo com Américo Loureiro, diretor da empresa, é explicada pela vontade da plataforma em se aproximar do “desporto-rei”.

“Solverde.pt é uma marca nacional, uma empresa 100% portuguesa, e queremos que a nossa presença no desporto traduzisse tanto quanto possível essa realidade, firmando uma maior proximidade com o nosso público”, explica, citado na mesma nota.

Esta decisão de patrocinar a I e II Liga surge depois de o grupo ter anunciado a entrada no mercado das apostas desportivas sob o novo domínio Solverde.pt. Neste momento, estão disponíveis modalidades que vão desde o futebol à Moto GP, passando pela Fórmula 1, basquetebol, ténis ou hóquei em patins.

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Confiança empresarial na Alemanha melhora em setembro pelo 5.º mês consecutivo

  • Lusa
  • 24 Setembro 2020

O índice de confiança empresarial para o conjunto da Alemanha publicado pelo Instituto de Investigação Económica alemão subiu em setembro para 93,4 pontos, contra 92,5 pontos em agosto.

A confiança das empresas voltou a melhorar em setembro na Alemanha pelo quinto mês consecutivo porque “a economia alemã está a estabilizar apesar do aumento dos números dos contágios”, foi anunciado esta quinta-feira.

O índice de confiança empresarial para o conjunto da Alemanha publicado pelo Instituto de Investigação Económica alemão (Ifo) subiu em setembro para 93,4 pontos, contra 92,5 pontos em agosto.

As empresas melhoraram a avaliação da situação atual em comparação com o mês anterior e também esperam que o seu negócio recupere. “A economia alemã está a estabilizar apesar do aumento do número de contágios”, disse o presidente da Ifo, Clemens Fuest.

No setor transformador, a confiança empresarial registou um “aumento notável” porque muito menos empresas avaliaram a situação empresarial como “difícil”.

“Ao mesmo tempo, mais empresas industriais esperam que a sua situação comercial melhore ainda mais num futuro próximo. As empresas eletrónicas estão particularmente otimistas”, de acordo com o Ifo.

No setor dos serviços, pelo contrário, o índice caiu depois de subir durante quatro meses consecutivos porque as expectativas são menos otimistas, embora as empresas considerem que a situação atual é um pouco melhor.

No comércio, a confiança empresarial melhorou significativamente. As empresas estão mais satisfeitas com a situação atual e esperam que esta melhore nos próximos meses.

No setor da construção, a confiança empresarial voltou a melhorar. O indicador da situação atual subiu ao seu valor mais alto desde março deste ano e, embora a perspetiva permaneça pessimista, foi ligeiramente menos do que em agosto.

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Wikipédia vai ter novo “look” para PC, a primeira mudança em dez anos

A equipa da Wikipédia está a preparar melhorias ao aspeto da "enciclopédia livre", que pretende lançar ao longo dos próximos meses. É a primeira mudança de aspeto em PC dos últimos 10 anos.

Todos os dias, milhões de pessoas vão à Wikipédia para saber coisas tão distintas como quem foi Freddie Mercury ou o que se passou no desastre de Chernobil. Agora, a versão da “enciclopédia livre” para computador prepara-se para ser alvo da primeira mudança de aspeto numa década.

O esquema geral do site deverá manter-se, mas foram propostas diversas alterações com vista a aproximar ainda mais o site dos novos utilizadores. Uma das novidades incrementais é a possibilidade de esconder o menu lateral da Wikipédia, mas há também melhorias no motor de busca da plataforma e o logótipo é reduzido em dimensão, segundo o The Verge.

Uma das novidades é a possibilidade de “colapsar” o menu lateral.Wikipédia

De acordo com a Fundação Wikimedia, estas e outras alterações vão ser lançadas gradualmente ao longo de um “longo período de tempo”, permitindo que os utilizadores testem as novas funcionalidades antes de chegarem ao público de uma forma mais geral. É suposto o processo ser concluído até ao final de 2021.

“O design do desktop é particularmente importante para novos utilizadores que entraram na internet pela primeira vez ao longo da última década. Para estes utilizadores, várias das muitas funcionalidades podem ser complexas e difíceis de entender”, justifica a Wikipédia num artigo onde anuncia as mudanças.

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