O apertar do cerco: alterações à lei do branqueamento

  • BRANDS' ADVOCATUS
  • 22 Setembro 2020

João Rodrigues Brito, Associado Principal na Morais Leitão, Galvão Teles Soares da Silva & Associados, explica a transposição da 5.ª Diretiva AML para o direto português e as novas regras em vigor.

A 5.ª Diretiva AML foi transposta para o direito português e não só traz consigo novas regras para a prevenção do branqueamento como constitui a primeira regulamentação dos ativos virtuais em Portugal.

No passado dia 1 de setembro, entrou em vigor a Lei n.º 58/2020, de 31 de agosto, que, entre o mais, transpõe – ainda que com atraso face ao prazo fixado pela União Europeia – para a ordem jurídica portuguesa a Diretiva (UE) 2018/843, conhecida como 5.ª Diretiva AML (anti-money laundering).

Esta lei é mais do que apenas uma alteração às normas da prevenção do branqueamento de capitais, na medida em que vem introduzir no ordenamento jurídico português pela primeira vez uma definição legal de ativo virtual (onde se incluem as criptomoedas). As entidades que exerçam atividades com ativos virtuais em Portugal passam assim a estar sujeitas às normas de prevenção do branqueamento de capitais. Vão também estar obrigadas a obter o seu registo prévio junto do Banco de Portugal, tendo assim que se submeter a um apertado escrutínio pelo maior regulador financeiro português.

Uma outra grande novidade é a inclusão também dos comerciantes que transacionem bens de elevado valor unitário, nomeadamente ouro e outros metais preciosos, pedras preciosas, antiguidades, aeronaves, embarcações e veículos automóveis, como entidades obrigadas aos deveres de prevenção do branqueamento.

Não falta também nesta alteração legislativa um reforço da supervisão sobre o setor imobiliário, passando as entidades obrigadas que exerçam atividades imobiliárias a estar obrigadas a comunicar ao Instituto dos Mercados Públicos, do Imobiliário e da Construção (IMPIC) os elementos das transações imobiliárias realizadas numa base trimestral, quando antes o deveriam fazer numa base semestral.

Estas são apenas algumas das novidades trazidas pela Lei n.º 58/2020, de 31 de agosto, que promove também alterações relevantes ao Regime Jurídico do Registo Central de Beneficiário Efetivo (RCBE) e ao Código Penal, entre muitos outros diplomas legais.

Por fim, é bom lembrar que, como complemento de todos os deveres das entidades obrigadas no domínio da prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo, a lei prevê expressamente a obrigação de aquelas assegurarem que aos seus dirigentes e colaboradores sejam ministradas ações de formação específicas e regulares, que promovam um conhecimento adequado desta regulamentação. E, como hoje acontece habitualmente na regulação da economia, o incumprimento desta e das outras obrigações que decorrem desta lei pode fazer a empresa e os seus responsáveis incorrerem na prática de contraordenações com a inerente aplicação de coimas – que, aliás, podem atingir valores extremamente elevados, na ordem dos vários milhões de euros – e outras sanções.

Ao nível reputacional, o impacto de uma fraca política de prevenção de branqueamento de capitais pode ser tremendo. Basta atentarmos no ano de 2018 para encontrarmos três bancos europeus que colapsaram na sequência da identificação de falhas relacionadas com a prevenção do branqueamento – o ABLV Bank, na Letónia, o Versobank na Estónia e o Pilatus Bank, em Malta –, bem como aquele que será um dos casos mais controversos neste domínio e um dos maiores escândalos financeiros na Europa até aos dias de hoje – o caso do Danske Bank, o maior banco dinamarquês, por cuja subsidiária estónia terão sido introduzidos no sistema bancário europeu cerca de 200 mil milhões de euros de fundos de proveniência suspeita.

Por estas razões, tem-se assistido já a discussão política ao nível da União Europeia no sentido de promover um reforço do sistema regulatório europeu de prevenção do branqueamento que poderá, em última análise, conduzir os Estados-Membros a estabelecer uma autoridade europeia para a prevenção do branqueamento de capitais, bem como, porventura, a aprovar um regulamento europeu que venha reforçar o quadro da União, um pouco à imagem do que sucedeu no domínio da proteção de dados pessoais. Mas isso, como se costuma dizer, são cenas para os próximos capítulos.

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Catarina Martins quer que Rio seja “consequente” e aprove comissão de inquérito ao Novo Banco

Coordenadora do Bloco congratulou-se com apoio do líder do PSD às propostas bloquistas para uma auditoria pública e comissão de inquérito ao Novo Banco. "Que seja consequente no Parlamento", disse.

A coordenadora do Bloco de Esquerda congratulou-se com o apoio manifestado pelo presidente do PSD em relação a propostas bloquistas para a realização de uma auditoria pública e de uma comissão de inquérito ao Novo Banco. “O que esperamos é que depois seja consequente no Parlamento e que haja as votações necessárias para efetivar estas exigências de transparência e de bom uso dos dinheiros públicos”, sublinhou Catarina Martins, lançando o repto a Rui Rio.

Catarina Martins, que falava à margem de uma visita à Universidade do Minho, em Braga, comentava as declarações proferidas pelo líder social-democrata nesta segunda-feira em entrevista ao Polígrafo, na Sic. “A questão do Novo Banco é tão grave que evidentemente temos de fazer uma comissão de inquérito. Eu li o pedido redigido pelo Bloco, está certo, estou de acordo, voto a favor“, disse Rui Rio.

“Ainda bem que o PSD compreende que foi um erro o que se fez até aqui no BES e no Novo Banco. Teria sido mais importante há mais tempo”, afirmou a coordenadora bloquista esta terça-feira, que espera que os outros partidos na Assembleia da República também aprovem as suas propostas.

“Esperamos que todos os partidos no Parlamento percebam a absoluta necessidade de perceber o que se está a passar no Novo Banco e de travar o que tem sido a lesão do erário pública por uma gestão que é no mínimo duvidosa”, sublinhou Catarina Martins.

"O que esperamos é que depois [Rui Rio] seja consequente no Parlamento e que haja as votações necessárias para efetivar estas exigências de transparência e de bom uso dos dinheiros públicos.”

Catarina Martins

Coordenadora do Bloco de Esquerda

Sobre a constituição de uma “comissão pública” para realizar uma auditoria à instituição, Catarina Martins reiterou que há capacidade e competência em algumas instituições públicas para levar a cabo uma análise independente que as grandes consultoras internacionais não estão em posição de o fazer.

“Achamos que há três instituições que têm capacidade para o fazer: o Banco de Portugal e a Inspeção-Geral das Finanças (…) e julgamos que é importante esgotar o Tribunal de Contas e a sua capacidade e fazer assim uma comissão pública para essa auditoria ao Novo Banco, para juntarmos as competências legais mas também às competências de investigação necessárias para a auditoria produzir resultados”, explicou.

O Tribunal de Contas já confirmou ao ECO que, se for solicitado pelo Parlamento, poderá fazer uma auditoria ao Novo Banco, tal como a líder do Bloco de Esquerda o sugeriu e o presidente do PSD apoia também.

(Notícia atualizada às 12h22)

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Ifo melhora perspetivas da economia alemã para uma contração de 5,2% em 2020

  • Lusa
  • 22 Setembro 2020

Economia alemã deverá contrair-se 5,2% este ano, contra um recuo de 6,7% antes previsto, avança instituto de investigação económica alemão.

A economia alemã deverá contrair-se 5,2% em 2020, contra um recuo de 6,7% anteriormente previsto, devido à pandemia e tendo em conta os últimos dados, anunciou esta terça-feira o instituto de investigação económica alemão (Ifo).

Esta nova previsão justifica-se porque “o declínio no segundo trimestre e a recuperação são mais favoráveis do que tínhamos esperado”, segundo Timo Wollmershäuser, economista chefe da IFO.

O instituto espera também que a recuperação da economia alemã em 2021 resulte num crescimento de 5,1% do Produto Interno Bruto (PIB), em vez do aumento de 6,4% anteriormente previsto, e que a recuperação regresse a taxas moderadas de 1,7% em 2022.

O Ifo reconhece que “ninguém sabe como irá evoluir a pandemia da Covid-19, se haverá um Brexit duro ou se as guerras comerciais serão ultrapassadas”, acrescentou o perito.

De acordo com as previsões do instituto, o número de desempregados aumentará de uma média de 2,3 milhões em 2019 para 2,7 milhões este ano, e diminuirá novamente para 2,6 milhões em 2021 e 2,5 milhões no ano seguinte.

A taxa de desemprego subirá, portanto, em 2020 para 5,9% e espera-se que desça para 5,7% em 2021 e 5,5% em 2022.

A previsão da Ifo inclui um défice de 170 mil milhões de euros, comparado com um excedente de 52,5 mil milhões de euros em 2019, devido ao aumento das despesas governamentais e da queda das receitas.

O excedente da balança de transações correntes da Alemanha (exportações, importações, serviços e transferências) cairá para 215,4 mil milhões de euros em 2020 (contra 244 mil milhões de euros em 2019), principalmente devido à queda das exportações.

Este excedente deverá aumentar para 276,2 mil milhões de euros em 2021 e atingir 290,1 mil milhões de euros em 2022.

Em 10 de setembro último, o Governo alemão confirmou que as suas previsões do PIB para 2020 eram de um declínio de 5,8%, um valor melhor do que os 6,2% inicialmente previstos.

O ministro das Finanças alemão, Olaf Scholz, afirmou, nesta ocasião, que o Governo esperava uma recuperação em 2021 e que o PIB cresceria 4,4% para que a economia alemã pudesse recuperar os seus níveis pré-crise até 2022.

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Prioridade do novo CEO da TAP é “retomar operação segura e sustentável”

Ramiro Sequeira assumiu funções na semana passada. Numa mensagem em vídeo para os colaboradores, a que o ECO teve acesso, o gestor explicou que a reestruturação será assente em novas oportunidades.

O novo CEO da TAP, Ramiro Sequeira, já assumiu funções e elegeu como prioridade a retoma segura e sustentável da operação. Numa mensagem em vídeo dirigida aos colaboradores, a que o ECO teve acesso, o gestor alertou, no entanto, que esse processo será lento e sublinhou que é essencial ter bom senso e calma para tomar decisões.

“Queremos recuperar a companhia e estamos numa metodologia de planificar mês a mês o que não é o típico na aviação, mas temos que o fazer porque temos que ser rentáveis”, disse Sequeira sobre o plano de reestruturação em curso. “A prioridade número da TAP é retomar uma operação segura e sustentável”.

O gestor da companhia aérea lembra que, devido ao coronavírus, os principais mercados da TAP (como os EUA e o Brasil) estão praticamente fechados, enquanto na Europa estão a competir com as companhias low coast. “Estamos a operar apenas a 30%, isto é uma medida consciente porque não podemos operar voos que não sejam rentáveis, que tenham pouca ocupação. Planear com antecedência não é possível”, destaca Ramiro Sequeira.

http://videos.sapo.pt/uVdTkgZKtMdUZpFZ7z9V

O plano de retoma de operações da TAP tem vindo a ser ajustado à medida da evolução das circunstâncias, nomeadamente à dinâmica das imposições e restrições dos vários países. Em simultâneo, está a trabalhar num plano de reestruturação no seguimento de uma injeção de capital do Estado.

Ramiro Sequeira explicou que a reestruturação será assente em oportunidades de desenvolvimento e evolução da TAP e referiu que este irá focar-se em cortes de custos, reforço da receita e da eficiência, bem como aposta na digitalização.

É vital ter o bom senso e a calma para tomar decisões que têm que ser tomadas, em conjunto com todos os trabalhadores, com os sindicatos e com todos os stakeholders. Mais do que elaborar um bom plano e mostrá-lo a Bruxelas, o que é muito importante, é poder implementá-lo e este dar resposta, nos próximos três ou quatro anos, à retoma que desejamos”, disse. “É vital tomarmos as decisões certas para estarmos aqui mais 75 anos”, conclui o novo CEO da TAP.

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OutSystems lança duas edições de escolas low-code. Há 150 vagas

  • Trabalho
  • 22 Setembro 2020

O curso de duas semanas para formar programadores na tecnologia OutSystems terá duas edições, em setembro e outubro. Será totalmente online, em horário pós-laboral e há 150 vagas disponíveis.

A OutSystems, unicórnio português que desenvolve plataformas low-code para o desenvolvimento rápido de aplicações, acaba de anunciar duas novas edições das escolas de low-code para outubro e dezembro, com 150 vagas. Durante duas semanas, e em formato e-learning, os participantes podem aprender a programar com a tecnologia OutSystems e ter contacto com oportunidades de trabalho em clientes e parceiros do ecossistema da empresa.

A participação é gratuita, o curso decorre exclusivamente online e em horário pós-laboral e, pela primeira vez, em simultâneo para na Europa, Ásia-Pacífico, Estados Unidos e América Latina, e com diferentes fuso-horários disponíveis para servir todos os países.

As Low-Code Schools já formaram mais de 400 programadores e a maioria deles já estão em processos de recrutamento na rede de clientes e parceiros da OutSystems. Só este mês de setembro, a OutSystems formou 20 programadores.

“Num universo de mais de 1.400 clientes empresariais e mais de 300 parceiros, acreditamos que, para um programador, aprender OutSystems é uma aposta segura, tendo em conta as centenas de postos de trabalho que existem por preencher”, sublinha Ricardo Araújo, diretor da comunidade global da OutSystems, citado em comunicado.

As inscrições podem ser feitas aqui.

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Costa avisa que Portugal “não se pode dar ao luxo de hesitar” na execução dos fundos europeus

O primeiro-ministro avisa que Portugal "não se pode dar ao luxo de hesitar" durante os próximos 10 anos na execução dos fundos europeus, como fez durante 50 anos com o novo aeroporto de Lisboa.

António Costa deixou uma mensagem de alerta esta terça-feira nas jornadas do grupo parlamentar do PS: Portugal “não se pode dar ao luxo de hesitar” nos próximos 10 anos. Fazendo uma comparação com a discussão de “50 anos” do novo aeroporto de Lisboa, o primeiro-ministro considera que não se pode repetir os erros do passado quanto à mudança de orientação com a troca de Governos.

Esta seria a “pior coisa que nos podia acontecer”, afirmou Costa aos deputados socialistas, referindo-se à possibilidade de futuros Governos diferentes do atual reabrirem decisões agora tomadas. “Teremos gasto muito dinheiro em muitos estudos, mas não teremos feito nada que mude a realidade do país“, concretizou o primeiro-ministro, assinalando que “não podemos perder tempo”.

Em causa está o curto período de tempo que Portugal terá para executar o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o qual leva o Governo a optar por dedicar os projetos com maior possibilidade de execução neste plano e a remeter os restantes projetos para outras fontes de financiamento europeias com mais margem de manobra temporal, como o Quadro Financeiro Plurianual (2021-2027), o orçamento “normal” da UE. Dada a natureza excecional do PRR, este não poderá financiar despesa que se repete todos os anos, mas serão elegíveis as despesas com a pandemia desde fevereiro deste ano.

Para que o tempo não seja um problema, o primeiro-ministro diz que é necessário cumprir um mote: “a máxima transparência com o mínimo de burocracia“, resumiu, afirmando que é necessário avançar com as alterações à contratação pública através da proposta de legislação que está em discussão no Parlamento. Além disso, a execução terá de ser “muito descentralizada”, sendo que o Estado central conta com autarquias, IPSS, empresas, sistema educativo e comunidade científica. “Há a necessidade de nos mobilizarmos todos”, alertou.

António Costa aproveitou o seu discurso também para responder às críticas que o esboço do PRR tem recebido por estar mais focado no setor público do que no setor privado. “A presença do Estado é absolutamente indispensável nas respostas dos momentos críticos da sociedade”, começou por dizer, pelo que é preciso um “Estado mais robusto e eficiente”. De seguida, o primeiro-ministro recusou esta dicotomia entre Estado e privados.

Não caiamos nesse debate absurdo de saber se o plano deve investir no Estado ou nas empresas“, disse, argumentando que é necessário investir no Estado para “servir melhor as empresas e as pessoas”. Além disso, “mais do que subsídios”, para Costa o que é necessário é um sistema judicial mais eficiente, serviços públicos mais eficazes e menos custos de contexto para as empresas portuguesas.

Plano é “uma gigantesca responsabilidade” para com UE e gerações futuras

António Costa notou ainda que este PRR não é a mesma coisa que os fundos comunitários: “Não é um cheque que nos é dado pela UE. É um contrato que fazemos com a UE“, sintetizou, afirmando que “este programa tem um sistema de gestão que nada tem a ver com o dos fundos comunitários normais”.

Tal como indicam os pormenores revelados na semana passada pela Comissão Europeia — ainda não existe acordo final entre as três instituições europeias pelo que algo poderá mudar –, “cada um destes investimentos tem de estar inserido numa reforma que tem de ter metas, calendários e objetivos“, disse o primeiro-ministro, assinalando que “a libertação das verbas é feita à medida do cumprimento das metas”. Ou seja, na prática, o país tem de alcançar as metas para que o dinheiro chegue.

Na prática, isto significa que, por exemplo, “não vamos investir em novas respostas sociais só como medidas de ativação social em situação de crise ou de desemprego”, disse Costa, referindo que esse investimento nas “respostas sociais tem de ter uma capacidade transformadora da realidade social”.

Pela quantidade de dinheiro que aí vem e pelas regras deste apoio europeu, “isto é uma enorme oportunidade, mas é sobretudo uma gigantesca responsabilidade para com a União Europeia e sobretudo para com o país e as novas gerações“, admitiu o líder do PS, antevendo que “daqui a 6 anos estarão cá a pedir contas sobre o que fizemos com estes recursos extraordinários”. O objetivo é só um: dizer que se cumpriu e que “temos um país diferente” e “melhor” do ponto de vista “estrutural”.

(Notícia atualizada às 12h08 com mais informação)

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Bruxelas quer rotas aéreas mais diretas para reduzir atrasos e poluição na UE

  • Lusa
  • 22 Setembro 2020

Bruxelas propôs rotas aéreas mais diretas para reduzir os atrasos nos voos e as emissões poluentes do transporte aéreo na União Europeia.

A Comissão Europeia propôs esta terça-feira rotas aéreas mais diretas para reduzir os atrasos nos voos e as emissões poluentes do transporte aéreo na União Europeia (UE), visando também adaptar o tráfego à baixa procura, em altura de pandemia.

Em causa está uma revisão do quadro regulamentar designado como Céu Único Europeu, que estipula metas para a organização do espaço aéreo europeu de uma forma mais racional, aumentando a capacidade de acomodação dos voos, ao mesmo tempo que se assegura a segurança operacional em toda a Europa.

Com a proposta de atualização hoje apresentada, o executivo comunitário pretende “modernizar a gestão do espaço aéreo europeu e estabelecer vias de voo mais sustentáveis e eficientes”, o que “pode reduzir até 10% das emissões do transporte aéreo”, segundo a informação disponibilizada pela instituição.

A proposta surge numa altura de queda acentuada do tráfego aéreo na UE devido à pandemia da Covid-19, dada a suspensão de voos durante o segundo trimestre de 2020 e a retoma contida da procura nas últimas semanas, abaixo do esperado pelo setor.

O objetivo é, então, “adaptar as capacidades do tráfego à procura”, de acordo com Bruxelas.

A comissária europeia dos Transportes, Adina Vălean, observa em nota de imprensa que “os aviões estão por vezes a fazer ‘zig-zag’ entre diferentes blocos de espaço aéreo, aumentando os atrasos e o consumo de combustível”.

Por essa razão, o executivo comunitário propõe “um sistema eficiente de gestão do tráfego aéreo, [o que] significa rotas mais diretas e menos energia utilizada, levando a menos emissões e a custos mais baixos para as companhias aéreas” na UE, adianta Adina Vălean.

Em 2019, os atrasos nos voos na UE causaram perdas de cerca de seis mil milhões de euros, tendo ainda gerado 11,6 milhões de toneladas de excesso de dióxido de carbono.

São estes números que Bruxelas quer reduzir, prevendo desde logo que os pilotos passem a dispor de rotas de voo mais diretas em vez de voarem num espaço aéreo congestionado e que as companhias aéreas deixem de optar por rotas mais longas para evitar zonas de carga com taxas mais elevadas.

Em concreto, a Comissão Europeia está agora a propor ao Conselho e ao Parlamento Europeu uma “gestão do tráfego aéreo segura e rentável” através de taxas de navegação aérea moduladas de acordo com a pegada ambiental, serviços de informação comuns através da partilha de dados, uma redução da carga administrativa, a modernização das infraestruturas de rede e ainda do reforço da rede europeia e da sua gestão para evitar congestionamentos.

Caberá, então, ao Conselho e ao Parlamento dar o seu aval.

Criada em 2004, a iniciativa Céu Único Europeu visa reduzir a fragmentação do espaço aéreo sobre a Europa e melhorar o desempenho da gestão do tráfego aéreo em termos de segurança, capacidade, eficiência de custos e ambiente.

O executivo comunitário apresentou, em 2013, uma proposta de revisão destas normas, mas as negociações ficaram paradas no Conselho desde 2015.-

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Secretário de Estado dos EUA visita Portugal com 5G e retoma na agenda 

Encontro com oito governos europeus acontece numa altura em que a administração de Donald Trump tem pressionado a UE a limitar ligações com tecnológicas chinesas.

O subsecretário de Estado dos EUA Keith Krach iniciou esta segunda-feira uma visita de Estado à Europa que passa por Portugal. O governante norte-americano vai encontrar-se com membros do Governo, bem como CEO de empresas-chave para discutir temas como o 5G, a retoma da economia ou parcerias entre EUA e Europa.

“O subsecretário de Estado para o Crescimento Económico, Energia e Ambiente Keith Krach vai viajar para o Luxemburgo, Estónia, Alemanha, Áustria, Bélgica, Portugal, Espanha e Albânia entre 21 de setembro e 4 de outubro“, explica a Administração liderada por Donald Trump, em comunicado.

Durante a viagem, “vai encontrar-se com responsáveis dos governos de cada país, bem como da União Europeia e NATO e CEO do setor privado para discutir o [programa tecnológico norte-americano] The Clean Network, segurança do 5G, e os nossos objetivos comuns ao nível da economia e da segurança nacional, incluindo proteção de dados e propriedade intelectual”, acrescenta.

A tecnologia será, assim, o tema central da visita, numa altura em que os EUA têm pressionado a União Europeia para a banir totalmente empresas chinesas como a Huawei, por receio de que a tecnologia seja um veículo de espionagem ao serviço de Xi Jinping.

Ainda em fevereiro também o vice-secretário adjunto de cibersegurança dos EUA, Robert Strayer, ter visitado Lisboa. Na altura, o representante norte-americano pediu aos países da União Europeia para não usarem equipamentos comercializados pela chinesa Huawei.

A visita acontece igualmente menos de um mês depois de os EUA terem colocado a China Three Gorges — o maior acionista da EDP com 21,55% do capital — na chamada “lista negra” do governo norte-americano. Esta lista, publicada e atualizada de forma regular pelo Ministério da Defesa americano, inclui dezenas de empresas que são consideradas “companhias militares comunistas chinesas”.

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“As cidades já se alteraram com a pandemia, nós é que não”

O City Branding, Lisboa e, em particular, o bairro do Príncipe Real foram os temas para a conversa com Carlos Coelho e Tiago Eiró quando as cidades se adaptam a tempos de pandemia.

http://videos.sapo.pt/PWBRj8BgrcG05gstEF3n

“Disease shapes cities”, lê-se na imprensa internacional quando se pesquisa sobre o futuro das cidades, num mundo que vive em plena pandemia. Como a Covid-19 está a mudar Lisboa e bairros como o Príncipe Real foi a conversa que decorreu na Embaixada — que celebra o sétimo aniversário este mês — e partilhada em direto nas redes sociais e que agora resumimos no vídeo em cima.

Carlos Coelho, presidente da Ivity Brand Corp, e Tiago Eiró, diretor-geral Eastbanc Portugal, empresa responsável pela revitalização do Príncipe Real, partilham ideias sobre city branding e o futuro da cidade e dos bairros de Lisboa.

 

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Negócio do chef Vítor Sobral resistiu à pandemia. “Se o país voltar a fechar, não sei o que irei fazer”

O negócio do chef Vítor Sobral resistiu às dificuldades da pandemia. Com mais de 100 funcionários, manteve todos os postos de trabalho. Mas um eventual novo confinamento pode deitar tudo por terra.

O chef português Vítor Sobral admite que poderá não ter capacidade para manter a sua estrutura no setor alimentar e da restauração, caso o país seja forçado a um confinamento equivalente ao do estado de emergência.

“Financeiramente, se fizermos a mesma coisa que fizemos anteriormente, que é fechar, terei muitas dificuldades, mesmo, em manter toda a estrutura que tenho. Tenho mesmo de confessar que não sei o que irei fazer”, disse, durante uma intervenção num evento virtual promovido pela tecnológica IBM.

Com mais de 100 funcionários a seu cargo, Vítor Sobral traçou um cenário negro perante a possibilidade de voltar a confinar com o acelerar da pandemia em Portugal: “Se toda a gente tiver de ir de novo para casa, vamos passar uma situação muito complicada”, afirmou o empresário português. “Se voltarmos a fechar, acredito que o país e o mundo vão ter um problema sério”, rematou.

Vítor Sobral respondeu desta forma a uma questão colocada pelo ECO sobre como se está a preparar para a eventualidade de uma segunda vaga. António Costa, primeiro-ministro, assim como Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, têm recusado a possibilidade de um novo confinamento generalizado, citando os custos “brutais” que o primeiro lockdown teve ao nível social e económico.

Financeiramente, se fizermos a mesma coisa que fizemos anteriormente, que é fechar, terei muitas dificuldades, mesmo, em manter toda a estrutura que tenho.

Chef Vítor Sobral

Do ponto de vista de medidas de segurança, Vítor Sobral não planeia nenhuma medida adicional às que já tem implementado nos seus restaurantes, oficina de pão e bolos e três lojas de venda ao público.

O chef assume ter-se adaptado rapidamente à pandemia antes mesmo da chegada do novo coronavírus a Portugal, preparando um plano com menus acessíveis para pessoas com menos capacidade financeira e acelerando o fabrico de salgados, “que as pessoas pudessem levar para casa e aquecer”, explicou.

“Tivemos rapidamente que nos reajustar à comunicação digital. Fazer todos os dias receitas para que as pessoas pudessem cozinhar em casa. Mostrar, no fundo, que estávamos ativos. A dinâmica que não tinha antes nas redes sociais, fui agora forçado a ter”, recordou Vítor Sobral na mesma iniciativa. “Começámos a fazer testes de dez em dez dias aos nossos funcionários”, assegurou.

Mas dentro de toda a anormalidade dos tempos, Vítor Sobral encontrou pelo menos um aspeto positivo no meio da crise. “Uma das coisas boas que pandemia trouxe é proximidade que tivemos relativamente aos produtores. Neste negócio havia muitos intermediários. Com a pandemia, tivemos a oportunidade de ir comprar diretamente aos produtores”, revelou.

“Fomos muito aos pescadores. Estou a receber atum e peixes de grande porte e a preços mais simpáticos, que depois os posso fazer também ao meu cliente. Há hoje uma linha direta que não havia antes, porque havia muitos intermediários”, acrescentou Vítor Sobral.

O testemunho de Vítor Sobral expõe as dificuldades e exigências de adaptação que o setor da restauração tem vindo a enfrentar por causa da pandemia. Outros estabelecimentos de menor dimensão continuam a operar com níveis de clientela muito abaixo dos que registavam antes da pandemia e a registar sérios problemas de tesouraria e falta de liquidez.

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Estrangeiros compraram 8,5% das casas vendidas em 2019

  • ECO
  • 22 Setembro 2020

Não residentes foram responsáveis por 8,5% dos imóveis transacionados em Portugal, em 2019.

Os estrangeiros continuam a ter um peso elevado nas transações de imóveis em Portugal, mas foi menor em 2019. 8,5% dos imóveis transacionados em Portugal foram vendidos a não residentes, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Como compram casas bem mais caras do que os cidadãos nacionais, o peso destes no valor das transações foi de 13,3%.

“Depois dos acréscimos expressivos tanto em número como em valor nos anos anteriores (+14,5% e +19,2% em número e +22,2% e +22,6% em valor, respetivamente em 2018 e 2017), em 2019 o número de imóveis adquiridos por não residentes diminuiu 2,0%, tendo aumentado apenas 1,0% em valor”, nota, no entanto, o INE.

A representatividade dos estrangeiros nas transações é inferior à que estes compradores têm no valor das operações registadas já que, tendencialmente, procuram imóveis de valores mais elevados. “Em 2019, o valor médio dos prédios vendidos a não residentes situou-se em 176.429 euros (+3,1% face a 2018). Este valor é 57% superior ao valor médio das transações totais, uma diferença semelhante à que se verificou em 2018″, diz o INE.

“Tal como no ano anterior, foram os residentes em França que mais imóveis adquiriram em Portugal (18,1% do valor total dos imóveis adquiridos por não residentes), seguidos pelos residentes no Reino Unido (17,3%). Entre os principais países de residência dos compradores não residentes, é de salientar a China, cujo valor médio dos imóveis adquiridos por residentes neste país (373.071 euros) foi mais do dobro do valor médio total dos imóveis vendidos a residentes no estrangeiro.

De acordo com o INE, a preferência destes compradores estrangeiros deixou de recair sobre a Área Metropolitana de Lisboa. “O Algarve ultrapassou a Área Metropolitana de Lisboa, tendo representado 37,7% do valor das aquisições por não residentes (35,8% na AML), em resultado das variações respetivas de +6,1% e -8,5%, face a 2018”, remata o INE.

(Notícia atualizada às 11h18 com mais informação)

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Subida do preço das casas trava na pandemia. Vendas caem 20%

O crescimento dos preços das casas abrandou no segundo trimestre do ano para o ritmo mais lento dos últimos três anos e meio. Vendas de casas caíram mais de 20%.

O ritmo de crescimento dos preços das casas arrefeceu no segundo trimestre do ano, não resistindo à pressão da pandemia. Entre o início de abril e o final de junho, os preços de venda das casas subiram 7,8% face ao período homólogo, revela o Instituto Nacional de Estatísticas (INE), aquém dos 10,3% que se tinham registado no primeiro trimestre do ano. Será necessário recuar três anos e meio para assistir a um ritmo de crescimento dos preços mais lento. Já as vendas de casas caíram mais de 20%.

“No 2º trimestre de 2020, o Índice de Preços da Habitação (IPHab) registou um aumento, em termos homólogos, de 7,8%, menos 2,5 pontos percentuais que no trimestre anterior. No trimestre de referência, a taxa de variação dos preços das habitações existentes foi 8,2%, acima da observada nas habitações novas (6%)”, refere o gabinete público de estatísticas, acrescentando que “a taxa de variação obtida é a mais baixa desde o quarto trimestre de 2016 e foi influenciada pelo contexto da pandemia Covid-19.

Evolução do Índice de Preços da Habitação

Fonte: INE

Em relação ao trimestre anterior, o índice cresceu 0,8%, o que também representa uma travagem face ao avanço de 4,9% que tinha sido registado naquele período. Na comparação em cadeia, o crescimento dos preços das habitações novas pelo contrário superou o das habitações existentes, com registos de 1,2% e 0,7%, respetivamente.

Vendas de casas recuam para mínimos de 2016

Da mesma forma, também o número de casas vendidas durante o período do confinamento sofreu uma quebra acentuada. No segundo trimestre do ano, foram vendidas 33.398 casas no país, uma redução de 21,6% por comparação com o período homólogo. Será ainda necessário recuar até 2016 para assistir a um total trimestral mais baixo no total de imóveis alienados.

A redução observada no número de vendas foi extensível às casas novas e usadas. As habitações existentes, que representaram 84,4% do total das transações, registaram uma quebra de 22,8%, uma taxa mais negativa que a apresentada pelas habitações novas que baixaram 14,4%.

“O desempenho do mercado imobiliário, avaliado pelo comportamento do número de transações, parece ter acompanhado a evolução das restrições impostas no contexto da pandemia Covid-19“, explica o INE a este propósito adiantando ainda que o mês de abril — período em que vigorou o estado de emergência — foi aquele em que foi observada a maior contração do número de negócios. Em concreto uma quebra de 35,2% face ao mesmo mês do ano passado. Já nos meses de maio e junho, com o início do desconfinamento, as reduções foram menos expressivas, observando-se quebras de 22% e 7,6%, respetivamente.

Em termos de valor global nacional das transações, este totalizou 5,1 mil milhões de euros entre abril e junho, menos 15,2% comparativamente ao mesmo período de 2019. Relativamente ao trimestre anterior, o valor das habitações transacionadas, no segundo trimestre deste ano, decresceu 23,8%, acentuando a redução de 2,5% que já tinha sido observado no primeiro trimestre de 2020.

Quebra de vendas transversal a todas as regiões

No segundo trimestre de 2020, todas as regiões registaram uma redução, em termos homólogos, no número de transações de imóveis. Mas o Algarve e a Região Autónoma da Madeira com quebras de 37,8% e de 28,7%, respetivamente, acabaram por ser as regiões com as diminuições mais pronunciadas. Já o Alentejo (-9,5%), a Região Autónoma dos Açores (-18,6%), o Norte (-20,4%), o Centro (-20,6%) e a Área a Metropolitana de Lisboa (-20,9%) apresentaram reduções inferiores ao valor médio nacional (-21,6%).

Em termos regionais, a Área metropolitana de Lisboa voltou a concentrar o maior número de vendas de imóveis, com um total de 11.713. Seguiu-se o Norte, onde foram transacionados 9.592 imóveis no segundo trimestre, sendo que deste total, 5.572 na Área Metropolitana do Porto. A Área metropolitana de Lisboa e o Norte representaram 63,8% do total de transações, sendo que “acentuaram o seu peso relativo conjunto, o qual atingiu o valor mais elevado desde o terceiro trimestre de 2018”, segundo explica o INE.

Para além destas duas regiões, também o Centro (6.392 transações), o Alentejo (2.293 transações) e a Região Autónoma dos Açores (560 transações) registaram aumentos homólogos nas respetivas quotas relativas regionais, de 0,2 pontos percentuais, 1 pontos percentuais e 0,1 pontos percentuais, respetivamente. Já o Algarve, com um total de 2.323 transações, apresentou a maior quebra no respetivo peso relativo regional: 1,8 pontos percentuais. Na Região Autónoma da Madeira, transacionaram-se ainda 525 alojamentos, o que representa 1,6% do total nacional (-0,1 pontos percentuais face ao trimestre homólogo).

(Notícia atualizada às 12h00)

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