Portugal está perto dos mil casos de Covid por dia. Mas há países na UE que já ultrapassam os 10.000

  • ECO e Lusa
  • 22 Setembro 2020

Portugal tem registado entre 600 a 800 casos de infeção por dia, mas há países europeus onde esse número é bastante superior.

Os números mais recentes de casos diários de coronavírus, que têm tocado máximos de abril, têm deixado o país em alerta. O primeiro-ministro já afirmou que, a continuar assim, é uma questão de dias até Portugal chegar aos 1.000 casos diários. Mas uma ronda pela Europa mostra que há países onde o cenário é bastante mais preocupante. Há países onde o número de casos diários tem ultrapassado os 10.000.

Foi desde o início de setembro que o número de casos detetados por dia começou a aumentar exponencialmente. Passou para a casa dos 600, a 9 de setembro, e este sábado bateu as 849 novas infeções, o número mais alto desde 10 de abril. Na semana passada, no dia em que se registaram 780 novos casos, António Costa deixou uma mensagem aos portugueses: “A manter-se esta tendência, chegaremos a 1.000 novos casos por dia na próxima semana”. “Seria inimaginável repetir no Natal o que tivemos de fazer na Páscoa”, completou o primeiro-ministro.

Para controlar a evolução do número de casos, o Governo apresentou esta segunda-feira o “Plano da Saúde para o Outono-Inverno 2020-2021“, um documento cujo objetivo é “preservar vidas humanas, proteger os mais vulneráveis e preparar a resposta a um eventual crescimento epidémicos de casos”, explicou o secretário de Estado Adjunto da Saúde, António Lacerda Sales.

Mas apesar de toda esta onda de preocupação em torno do número crescente de novos casos diários, uma ronda pela Europa permite perceber que há países onde o cenário é bastante mais preocupante. É o caso de Espanha, França, Itália, Alemanha e do Reino Unido.

Novos casos e novas mortes diários registados

Espanha regista mais de 14.000 casos diários

Os números mais recentes divulgados pelo Governo espanhol mostram que, nas últimas 24 horas, o país vizinho registou mais 4.697 novos casos de coronavírus e mais 432 vítimas mortais. Mas esta evolução está longe de ser das piores. Na passada sexta-feira, Espanha contabilizou 14.389 novos casos de infeção nas 24 horas anteriores e mais 90 mortes. Madrid continua a ser a comunidade autónoma mais afetada, concentrando mais de 35% do total de novas infeções. Espanha conta atualmente com 640.040 pessoas infetadas e 30.495 vítimas mortais, refere a Radio y Televisión Española.

Esta evolução levou a região de Madrid a adotar medidas de contenção, nomeadamente restringindo a partir desta segunda-feira a liberdade de movimentos a mais de 850.000 pessoas — o equivalente a 13% dos seus habitantes –, que vivam nas zonas da cidade onde houve um maior aumento dos contágios. As pessoas podem sair do seu bairro para trabalhar, ir ao médico ou levar os filhos à escola.

França bate recorde de 13.498 novos doentes num só dia

Em território francês, os números estão a ser igualmente preocupantes. No passado sábado foram registados 13.498 novos casos de infeção em França, o número mais elevado de sempre naquele país. Nesse mesmo dia morreram 26 pessoas com a doença. Os números deste domingo mostram, contudo, um alívio. Contam-se mais 10.569 casos face a este sábado e 12 novas mortes. Segundo as autoridades sanitárias francesas há 40 novos focos de contágio no país, elevando o total para 1.045.

Reino Unido com 3.899 casos diários. Há risco de 200 mortes por dia

É oficialmente o país mais afetado da Europa, com o número mais elevado de mortes registadas até ao momento. Os dados mais recentes, referentes a este domingo, dão conta de 18 mortes e 3.899 novos casos de infeção nas 24 horas anteriores, levando o Governo britânico a ponderar avançar com restrições sociais ou confinamentos nos próximos dias.

O Reino Unido poderá mesmo registar 200 mortes por dia em novembro se a pandemia continuar a avançar ao ritmo atual, avisou o principal assessor científico do Governo britânico. Patrick Vallance notou que o número de infeções está a duplicar cada sete dias e que, se este ritmo continuar, em meados de outubro o Reino Unido poderá ter 50 mil casos por dia.

O diretor geral de Saúde de Inglaterra, Chris Whitty, afirmou que o Reino Unido está num “ponto crítico” da pandemia e a caminhar na “direção errada”. Face a este cenário, o primeiro-ministro Boris Johnson vai fazer uma declaração oficial sobre a pandemia no Parlamento esta terça-feira, após uma reunião do conselho de emergência.

Itália regista 1.587 novos casos nas últimas 24 horas

Este domingo, Itália registou 1.587 novos contágios com coronavírus nas últimas 24 horas, aumentando o total de casos para 298.156 desde o início da pandemia. Ontem registaram-se mais 15 mortos, aumentando o total de óbitos por covid-19 para 35.707. A região mais afetada pela pandemia continua a ser a Lombardia, seguindo-se Veneto, Campânia e Lácio, onde fica a capital, Roma. Itália é, assim, o segundo país europeu mais afetado pela pandemia depois do Reino Unido.

Mais de 900 casos na Alemanha em apenas um dia

A Alemanha registou nas últimas 24 horas 922 novos casos, elevando o total de infetados pelo vírus para 272.337, dos quais 9.386 morreram vítimas da Covid-19 no país. Esta segunda-feira a Alemanha não registou novas mortes. As autoridades lembraram, entretanto, que este número é inferior aos dias anteriores porque nos fins de semana alguns municípios não fornecem os dados para as estatísticas nacionais.

Os números foram divulgados pelo Instituto Robert Koch, importante centro epidemiológico da Alemanha, que alertou para um “novo aumento das infeções” pelo novo coronavírus após os 2.297 casos divulgados no sábado, o maior desde abril, e 1.345 no domingo. No total, a Alemanha soma 272.337 casos de coronavírus — numa população total de 83,2 milhões de pessoas –, dos quais cerca de 242.200 pessoas já se recuperaram da doença.

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Lâmpada UV japonesa inativa coronavírus. É inócua para humanos

  • Lusa
  • 22 Setembro 2020

Lâmpada Care 222 foi desenvolvida para potencial uso na desinfeção de espaços com grande afluência e elevado risco de contágio, como transportes públicos ou escritórios.

Uma empresa japonesa desenvolveu uma lâmpada de radiação ultravioleta que inativa o novo coronavírus, recorrendo a um comprimento de onda que um estudo científico diz ser inócuo para os seres humanos.

A lâmpada Care 222 foi desenvolvida pelo fabricante de equipamento de iluminação Ushio em colaboração com a Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, para potencial uso na desinfeção de espaços com grande afluência e elevado risco de contágio, como transportes públicos ou escritórios.

As lâmpadas de luz ultravioleta são utilizadas há muito como meio de esterilização, especialmente nas indústrias médicas e de processamento alimentar, mas os raios ultravioleta convencionalmente usados causam cancro de pele e problemas oculares, pelo que não podem ser utilizados em espaços com pessoas.

A nova lâmpada emite raios ultravioleta com um comprimento de onda de 222 nanómetros, em vez dos convencionais 254, o que a torna benigna para os seres humanos, afirma a empresa nipónica no seu ‘site’.

Segundo a Ushio, nesse comprimento de onda, os raios ultravioletas não podem penetrar na superfície da pele ou dos olhos para causar danos genéticos que provocam cancro e outras doenças.

Um estudo da Universidade de Hiroshima publicado este mês no American Journal of Infection Control confirmou que o tipo de raios ultravioletas utilizados na nova lâmpada são eficazes contra o coronavírus.

Segundo a Ushio, quando emite luz a partir do teto, a lâmpada Care 222 inativa 99% dos vírus e bactérias no ar e em superfícies até três metros quadrados num raio de 2,5 metros.

Atualmente, a empresa apenas aceita encomendas de instituições médicas, mas planeia expandir a produção e alargá-la a outros setores, de acordo com a informação publicada hoje pela agência noticiosa Kyodo.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 961.531 mortos e mais de 31,1 milhões de casos de infeção em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência de notícias France-Presse (AFP).

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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Ambiente e teletrabalho são prioridades para o PS no arranque da sessão legislativa

  • Lusa
  • 22 Setembro 2020

Deputados socialistas vão debater "três propostas legislativas, uma das quais sobre regulação de novas formas de trabalho, designadamente o teletrabalho", diz Ana Catarina Mendes.

A líder parlamentar do PS afirma que duas das principais prioridades da sua bancada no início da presente sessão legislativa vão passar pela regulamentação do teletrabalho e pela aprovação de uma lei de bases do clima.

Estas prioridades políticas foram transmitidas à Lusa por Ana Catarina Mendes, que esta terça-feira, ao fim da tarde, no Centro Cultural de Belém, encerra as “jornadas de trabalho” do Grupo Parlamentar do PS – iniciativa que será aberta pelo primeiro-ministro, António Costa, pelas 10h30.

Na parte da tarde, após intervenções abertas à imprensa a cargo do secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro (ao almoço) e do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro (na reabertura dos trabalho), a bancada socialista discute três das suas próximas iniciativas legislativas: nova regulamentação do teletrabalho, Lei de Bases do Clima e novo estatuto das ordens profissionais.

“Estas jornadas vão decorrer num contexto completamente atípico [em consequência da pandemia da Covid-19], em que é preciso recuperar economicamente e socialmente o país. Numa altura em que se discute o Plano de Recuperação e Resiliência para Portugal, julgo que é fundamental que o Grupo Parlamentar do PS dê o seu contributo”, declarou Ana Catarina Mendes.

De acordo com a líder da bancada do PS, os deputados socialistas vão debater “três propostas legislativas, uma das quais sobre regulação de novas formas de trabalho, designadamente o teletrabalho”.

“Se há coisa que esta pandemia demonstrou é que o teletrabalho é uma realidade bem presente, mas que não pode ser regulamentando esquecendo fortes componentes de diálogo social e de negociação coletiva”, advertiu.

Ainda segundo a presidente do Grupo Parlamentar do PS, outro tema prioritário “é o da transição climática, que veste o corpo de uma Lei de Bases do Clima que já foi preparada na anterior sessão legislativa e que ganha atualidade neste momento”.

Na parte da manhã desta jornada de trabalho da bancada socialista, após a intervenção de António Costa, os deputados do PS vão discutir com o primeiro-ministro matérias relacionadas com a transição digital e economia inclusiva, reindustrialização e outras consequências da pandemia da Covid-19 em termos sociais.

“Esta pandemia agravou situações de desigualdade social. Quando olhamos para os lares ou para a forma como a sociedade trata os seus idosos, temos de ir a montante. Temos de construir uma agenda para a infância e para a juventude que percorra ao longo da vida, desde o acesso à habitação e à saúde”, justificou a presidente do Grupo Parlamentar do PS.

Neste contexto, Ana Catarina Mendes referiu ainda que o aumento da longevidade dos cidadãos cria novas exigências em termos de resposta ao Serviço Nacional de Saúde.

“Temos de olhar de forma mais inclusiva para uma sociedade que tem vários estratos e várias gerações, mas que precisa da solidariedade intergeracional”, acrescentou.

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PSD, PCP e Bloco a favor de uma auditoria pública ao Novo Banco

O mote foi lançado por Catarina Martins: uma nova auditoria ao NB feita por uma comissão pública composta pelo Banco de Portugal, Inspeção Geral de Finanças e Tribunal de Contas. Há 3 partidos a favor

São já três os partidos na Assembleia da República que concordam com a realização de uma nova auditoria ao Novo Banco antes de se voltar a injetar mais dinheiro no Fundo de Resolução na instituição liderada por António Ramalho. Auditoria essa que seria realizada por entidades públicas e à margem das big four. Bloco de Esquerda, que avançou com a ideia, PSD e PCP são três partidos que defendem a ideia. Em causa estão 108 deputados, num conjunto de 230.

A ideia original partiu de Catarina Martins que, em entrevista ao Expresso, defendeu que “o Estado não deve colocar mais dinheiro” no Novo Banco “até ter uma auditoria séria, que não é a da Deloitte”. A sugestão da líder bloquista é que a auditoria “deve ser feita por uma comissão pública” constituída pelo Banco de Portugal, a Inspeção Geral de Finanças e o Tribunal de Contas. O ECO questionou o Tribunal de Contas se teria competências para levar a cabo esta auditoria e a resposta foi sim. “Uma auditoria desta natureza enquadra-se nas competências do TC”, esclarece ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Vítor Caldeira. “O Tribunal pode realizá-la por iniciativa própria ou a solicitação da Assembleia da República”, acrescentou a mesma fonte remetendo para a Lei de Organização do Tribunal de Contas.

O ECO questionou o PSD sobre se apoiava esta eventual auditoria pública. “Terá a resposta à sua pergunta mais logo”, disse ao ECO, o líder da bancada parlamentar do PSD, Adão Silva. Horas depois, o líder dos social democratas foi claro: “Não podemos dar nem mais um tostão ao Novo Banco enquanto não aferirmos a conta corrente” da instituição, disse Rui Rio em entrevista ao Polígrafo, na SIC.

“Não vale a pena andar à procura de uma das big four, seja uma five ou um six mais pequena”, ironizou Rio. “O que temos de fazer é arranjar uma instituição pública, talvez o Tribunal de Contas, devidamente assessorado, faça uma auditoria que nos inspire confiança. Porque essas empresas [as auditoras] acabaram, de uma forma ou outra, por estarem envolvidas num ou outro processo: ou foram auditores de determinadas empresas, ou da própria empresa”, frisou o líder dos social-democratas.

Rio admite que o processo “poderá demorar algum tempo” — aliás, o Tribunal de Contas não se comprometeu com prazos, nos esclarecimentos ao ECO, na sexta-feira –, mas o “preço é brutal para os contribuintes: sete mil milhões de euros desde 2014″. Para o líder “toda esta história tem de ser investigada” e “o Governo tem uma responsabilidade enorme”, porque foi quem assinou o contrato de venda ao Novo Banco. “O desenho do contrato é da sua responsabilidade”. “E foi pagando estas tranches sem cuidar de ver se, verdadeiramente, o dinheiro era devido. Sem conferir a fatura”, atirou Rui Rio. “As histórias que temos lido são absolutamente inverosímeis: o Novo Banco a vender com um prejuízo brutal, que todos pagamos, quando o mercado imobiliário a subir de forma brutal”, questionou. “Não faz grande sentido”, diz Rui Rio.

O Novo Banco já recebeu três mil milhões de euros do Fundo de Resolução que tem sido financiado por injeções do Orçamento do Estado. De acordo com o contrato assinado com o Lone Star ainda é possível que venham a ser injetados mais 900 milhões.

E é esta dimensão de fundos públicos injetados no Novo Banco que levam o PCP a defender que a instituição liderada por António Ramalho deveria deveria passar para a esfera pública. O deputado comunista Duarte Alves garantiu ao ECO que o partido é totalmente favorável a todas as auditorias que possam esclarecer o que se tem passado no Novo Banco e “contribuir para o objetivo de controlo público do Novo Banco”.

“Não nos opomos a nenhuma iniciativa que aprofunde o que se passou no Novo Banco“, frisou Duarte Alves, recordando porém que a posição de base do partido é de que o Banco deve ser público, já que “a limpeza do mesmo está a ser feita com dinheiro de todos os portugueses”.

O PCP há muito que defende a necessidade de o Bano de Portugal ter meios próprios de auditoria”, sublinhou. Para os comunistas não faz sentido que o órgão máximo de supervisão da banca “esteja dependente das big four, que têm conflitos de interesse, para levar a cabo auditorias regulares ou especiais”. O partido liderado por Jerónimo de Sousa considera ainda que “a forma não é problema”, ou seja, se é o Tribunal de Contas a levar a cabo a auditoria sozinho ou em conjunto com o Bano de Portugal e IGF, como sugeriu o Bloco de Esquerda.

Para o PCP essa é uma questão que se coloca desde sempre e, por isso, na quinta-feira apresentaram um projeto de resolução reivindicando uma auditoria do Banco de Portugal usando meios próprios. Mas o projeto foi recusado por todos os grupos parlamentares, exceto Verdes e Bloco de Esquerda, já que era acompanhado de uma proposta de controlo público do banco.

Para já estes três partidos garantem 108 votos a favor no Parlamento para que o Tribunal de Contas seja convidado fazer uma nova auditoria à venda de ativos do Novo Banco. Se os Verdes votarem ao lado são mais dois votos. Assim a posição dos pequenos partidos é determinante para a formação de uma potencial coligação negativa. O ECO questionou o CDS, mas ainda não foi possível obter resposta.

O PAN, por seu turno, apesar de também ser contra novas injeções de capital público durante a pandemia, não subscreve a proposta do Bloco de Esquerda, por considerar que “não faz sentido” uma nova auditoria ao Novo Banco “com o âmbito idêntico à realizada pela Deloitte”. O deputado André Silva afirmou ao ECO que a auditoria da consultora “só não é credível na parte referente à operação de venda da seguradora GNB Vida, já que não só foi feita com um óbvio conflito de interesses, como não esclareceu, de forma clara, alguns aspetos duvidosos do negócio: uma venda feita com um prejuízo de 268 milhões de euros a um condenado por corrupção, e com base num empréstimo de 60 milhões de euros ao comprador“.

Ora, o PS diz ainda não ter uma posição definida sobre a realização de uma nova auditoria pública. Fonte oficial do grupo parlamentar sublinhou ao ECO que “auditorias ao Novo Banco não são um tema na agenda” do grupo parlamentar e que esse assunto não consta da agenda das jornadas de trabalho que se realizam esta terça-feira. “Este é um tema em que o grupo parlamentar do PS ainda não tem uma posição tomada”, sublinhou a mesma fonte oficial, e que a matéria “é prematura”.

(Notícia atualizada às 15h19 com a posição do PAN)

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O que é que os partidos não gostaram no Plano de Recuperação de Costa?

Enquanto alguns partidos defenderam que o foco do plano deveria ser as empresas, outros apontam a contratação de profissionais para a saúde como a prioridade.

António Costa já apresentou a proposta para o Plano de Recuperação e Resiliência do país aos partidos, um documento que o ministro do Planeamento diz ser um “esboço de trabalho”. Da esquerda à direita, foram várias as falhas apontados pelos partidos neste documento, que foi construído com base na Visão Estratégica de António Costa Silva.

Os partidos de direita reiteraram a necessidade de dar prioridade às empresas e não focar a “maior fatia” das verbas no Estado. Já as forças mais à esquerda defenderam a urgência de canalizar fundos para a contratação de mais profissionais par o Estado, nomeadamente na saúde. Já o PAN e os Verdes mostraram-se desiludidos com as medidas relativas às alterações climáticas.

“Oportunidade” foi a palavra chave desta ronda de encontros com os partidos. “Não podemos perder esta oportunidade”, disse o presidente do PSD, salientando que o programa “tem de ser desenhado tendo em vista o futuro”. Para Rui Rio, o “grosso do objetivo tem de ser virado para as empresas, que geram produção e pagam salários”, mas “sem esquecer a componente pública”.

Já outros dois partidos expressaram preocupação com o risco de esta ser uma “oportunidade perdida”: PEV e Iniciativa Liberal. Do lado dos Verdes, Manuela Cunha afirmou-se preocupada à saída da reunião, nomeadamente perante a perspetiva de que estas verbas “não criem uma situação de resiliência” e não impulsionem um “desenvolvimento sustentável”.

Para o PAN, “falta uma visão progressista” ao plano, apontou André Silva, após a reunião. O porta-voz do partido defende que a proposta para a recuperação do país “assenta num modelo económico obsoleto” que se baseia “na extração de recursos”. André Silva lamenta ainda não terem sido definidas especificamente as medidas para o combate às alterações climáticas.

Contratações no SNS deviam ser prioridade

Quanto ao Bloco de Esquerda, a penúltima reunião do dia, os comentários foram poucos, sendo que a intervenção foi focada na contratação de mais profissionais para o Serviço Nacional de Saúde (SNS). “É muito preocupante que não tenham sido feitas as contratações que estavam previstas no Orçamento para 2020”, disse Catarina Martins. “Mesmo os profissionais que foram contratados extraordinariamente, enfermeiros e assistentes operacionais, tiveram contratos muito precários e que ainda por cima ainda não foram todos renovados desde a primeira fase da pandemia da covid-19 até agora”, acrescentou a coordenadora bloquista.

O PCP também encontrou várias falhas no documento, apesar de considerar que “não são insanáveis”. Tal como Catarina Martins, Jerónimo de Sousa também destacou a falta de pessoal no SNS, acrescentando à lista a Segurança Social, Justiça e forças de segurança e as escolas, “onde é necessário reforço do emprego público para dar resposta aos problemas”.

Para além disso, defendeu que é “o momento para retomar o controlo público de empresas estratégicas que muita falta fazem ao país devido à sua privatização”. E, no caso da saúde, “tendo em conta as consequência da epidemia e problemas estruturais que já existiam antes, hoje mais visíveis, a saúde deve ser tratada com especial relevância neste plano”.

Menos Estado, mais empresas

Para João Cotrim Figueiredo, este plano “não exibe nenhuma das características de gestão que mobilize a sociedade”. O deputado único da Iniciativa Liberal defendeu que o documento apresentado é “muito dirigista, muito de cima para baixo, com o Estado a decidir o que é melhor para a economia, com pouca influência daquilo que é a sociedade, quer económica quer social”.

O CDS também teceu críticas ao documento. Francisco Rodrigues dos Santos apontou três linhas essenciais na proposta, apontando que o Estado não deve ficar com a “fatia mais significativa destes apoios”. Defendeu também que o plano “não pode ser uma lista de compras e de obras públicas, em vez de apresentar uma reforma de modelo económico e de crescimento”. O presidente do CDS sublinhou ainda a necessidade de “criar mecanismos de controlo, fiscalização e transparência para a aplicação de dinheiros, para que não seja uma festa do bloco central”.

André Ventura não fugiu à tendência negativa dos partidos perante o plano, apontando que o documento “é um conjunto de ideias vagas”. Para o líder do Chega, a classe média ficou de fora do plano, onde “os mesmos de sempre continuam a ser beneficiários”. “Mais uma vez vamos ter os que já estão habituados a receber mais um aumento da subsidiação”, completou.

Rui Rio, que foi a última reunião do dia, também se focou na classe média. O presidente do PSD referiu que, para o partido, o objetivo é que, “no médio e longo prazo, Portugal pague melhores salários e tenha uma classe média mais robusta, defendendo que “quanto mais forte é a classe média, mais desenvolvido é o país”. Isto já que “temos visto um enfraquecimento da classe média” no país, notou Rio.

Apesar de todas estas críticas e propostas, o Governo mostra-se disponível para dialogar. O ministro do Planeamento garantiu, após as primeiras reuniões da manhã, que a abertura do Executivo para negociar é “uma abertura sem restrição”, apontando que o desejo é “trabalhar com todos aqueles que estiverem disponíveis para o fazer”.

O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, também apontou que, apesar de já estar restringido, pelas exigências de Bruxelas, que 57% do programa já está definido, para a transição climática (37%) e digital (20%), a seleção concreta de projetos e a aplicação de verbas ainda não estão fechadas.

Depois de finalizado, o Programa de Recuperação e Resiliência será apresentado a Bruxelas, para ter acesso aos fundos europeus, nomeadamente a 12,9 mil milhões de subvenções que o país irá obter da Europa a fundo perdido. Seguindo as orientações da Comissão Europeia, o Executivo definiu três grandes prioridades para superar a crise provocada pela pandemia do novo coronavírus: “Resiliência”, “Transição Climática” e “Transição Digital”.

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5 coisas que vão marcar o dia

Primeiro-ministro reúne-se com Conselho Económico e Social para discutir Programa de Recuperação e Resiliência. INE atualiza preço das casas e realiza-se o evento de lançamento da Fundação José Neves.

O dia será marcado pela reunião do Conselho Económico e Social que contará com a presença do primeiro-ministro, António Costa, para discutir o Programa de Recuperação e Resiliência. O INE vai atualizar o preços das casas relativos ao segundo trimestre deste ano. No Porto, realiza-se o evento online do lançamento da Fundação José Neves. Além disso, decorre a cerimónia de assinatura de protocolos de alojamento estudantil.

António Costa reúne-se com Conselho Económico e Social

O primeiro-ministro, António Costa, reúne-se esta terça-feira com o Conselho Económico e Social para discutir o Programa de Recuperação e Resiliência, seguindo-se um debate do Conselho Económico Territorial para discutir o mesmo plano. Os encontros acontecem depois de o Governo ter apresentado, na segunda-feira aos partidos, as linhas gerais desse mesmo programa, incluindo onde serão alocadas as subvenções que Portugal vai receber a fundo perdido.

Impacto da pandemia no preço das casas

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai atualizar o Índice de Preços da Habitação relativos ao segundo trimestre deste ano, ou seja, no período mais afetado pelo confinamento. Estes dados têm por base os negócios fechados, sendo que a avaliação que a banca faz das casas sinaliza uma quebra nos preços. Em junho, a avaliação bancária das casas caiu 81 euros em Lisboa, para uma mediana de 3.003 euros. Foi o segundo mês consecutivo de quebra, atirando a avaliação para o nível mais baixo desde novembro.

Evento de lançamento da Fundação José Neves

O evento de lançamento da Fundação José Neves, criada pelo empreendedor e fundador da Farfetch vai ser transmitido online esta terça-feira e vai contar com intervenções de peso, entre elas o banqueiro António Horta Osório, o músico Will.i.am, a modelo Noami Campbell, o fundador do Skype e da capital de risco Atomico, Niklas Zennström, e o vice-presidente executivo da Microsoft, Jean-Philippe Courtois.

Cerimónia de assinatura de protocolos de alojamento estudantil

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, vai marcar presença na cerimónia de assinatura de protocolos de alojamento estudantil juntamente com as associações representativas da hotelaria e alojamento local. Estes protocolos são assinados depois de as medidas de prevenção da covid-19 terem causado uma redução generalizada do número de camas disponível nas residências de estudantes. Por isso, hotéis, pousadas da juventude e unidades de alojamento local vão disponibilizar mais 4.500 camas para estudantes universitários.

Início da semana da moda de Milão

Arranca esta terça-feira aquele que é um dos encontros mais importantes da moda internacional, a semana da moda de Milão. O evento vai decorrer até dia 28 de setembro e vai realizar-se em formato fisico e digital.

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“Estou de acordo, voto a favor”. Rio aprova proposta de inquérito do BE ao Novo Banco

  • Lusa
  • 22 Setembro 2020

Rio defende que o Estado não deveria colocar “nem mais um tostão” no Novo Banco enquanto não conferir “a conta corrente” que tem com a instituição, embora admitindo que os contratos são para cumprir.

O presidente do PSD sugeriu que seja realizada uma auditoria ao Novo Banco por uma instituição pública como o Tribunal de Contas (TdC) e disse estar disponível para aprovar a proposta de comissão de inquérito feita pelo Bloco de Esquerda.

Em entrevista ao programa Polígrafo da SIC Notícias, na segunda-feira à noite, Rui Rio defendeu ainda que o Estado não deveria colocar “nem mais um tostão” no Novo Banco enquanto não conferir “a conta corrente” que tem com esta instituição, embora admitindo que os contratos são para cumprir.

“O que temos de fazer é arranjar uma instituição pública, talvez o Tribunal de Contas, que faça auditoria que nos inspire confiança”, afirmou, desvalorizando a auditoria recentemente realizada pela consultora Deloitte.

Questionado se é contra uma nova injeção no Novo Banco no próximo Orçamento do Estado, Rio respondeu: “Não exatamente, o Governo tem uma responsabilidade enorme, foi o Governo que assinou o contrato de compra e venda do Novo Banco”.

“Em minha opinião, não podemos dar nem mais um tostão ao Novo Banco enquanto não aferirmos a conta corrente com o Novo Banco. Se o dinheiro era devido e o Novo Banco apresentar faturas de novas perdas, aí temos de pagar e atacar o contrato que o Governo assinou”, disse.

Quanto à criação de uma comissão de inquérito sobre o tema – que irá ser votada na próxima sexta-feira, com propostas no parlamento de PS, BE, Iniciativa Liberal e Chega -, Rio declarou ser a favor, mas não considera necessário que o partido apresente um texto próprio.

“A questão do Novo Banco é tão grave que evidentemente temos de fazer uma comissão de inquérito. Eu li o pedido redigido pelo BE, está certo, estou de acordo, voto a favor”, adiantou o líder social-democrata.

Rio reiterou que os vários processos de aquisição de imóveis abaixo do valor de mercado pelo Novo Banco deveriam ser investigados pelo Ministério Público e estranhou a rapidez com que a Procuradoria-Geral da República decidiu que não deveria emitir uma providência cautelar para impedir novas operações deste tipo.

“Até posso concordar com isso, o que fico admirado é que, quando levam tantos anos a investigar tantas coisas, em 30 dias – e 30 dias do mês de agosto – cheguem à conclusão de que não há nenhuma evidência que as coisas tenham sido vendidas ao desbarato”, sublinhou.

Sobre o próximo Orçamento do Estado, Rio recusou sempre dizer se estaria disponível para viabilizar um documento em vésperas da presidência portuguesa da União Europeia, caso o documento não seja aprovado à esquerda.

“A minha resposta é absolutamente irrelevante porque o primeiro-ministro deu essa resposta há duas ou três semanas, quando disse ao Expresso que no dia em que para aprovar um Orçamento precisar do PSD o Governo acabou”, disse, remetendo para o Presidente da República a resposta à solução para uma eventual crise política num período em que o parlamento não pode ser dissolvido.

Sobre a polémica que envolveu a participação de António Costa na Comissão de Honra do recandidato à presidência do Benfica Luís Filipe Vieira – que, entretanto, retirou o nome do primeiro-ministro -, Rio invocou o seu histórico contra a promiscuidade entre futebol e política desde os tempos em que contestou o ‘totonegócio’ no parlamento.

“Fui contido propositadamente (…). Eu tenho essa marca, não tenho de ser muito efusivo porque tenho a razão do meu lado há muitos anos”, apontou, considerando que, mais do que pelos processos judiciais ainda em curso, o apoio de Costa a Vieira foi criticável por o dirigente desportivo ser um dos grandes devedores ao Novo Banco.

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Governo garante que férias não prejudicam salários nem horários no “novo lay-off”

A DGERT explica que, no "novo lay-off", em caso de férias, o cálculo da redução média dos horários de trabalho deve ter por base o período em que houve prestação de trabalho.

Os trabalhadores abrangidos pelo apoio à retoma progressiva que decidam ir de férias não terão de “compensar”, no seu regresso, pelas horas que teriam trabalhado caso não tivessem optado pela pausa, de modo a garantir que a redução máxima dos horários estipulada neste regime excecional não é ultrapassada.

De acordo com o esclarecimento divulgado esta segunda-feira pela Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT), o apuramento da média mensal da redução do período normal de trabalho (PNT) deve ser feito com base no período em que o trabalhador se encontra em prestação efetiva de trabalho, ou seja, o período de férias não deve ser considerado para esse fim.

“A aferição da média mensal de redução do PNT, nos casos em que o trabalhador goza férias, deverá ter por referência os períodos desse mês em que o trabalhador se encontra em prestação efetiva de trabalho“, é explicado.

Em contrapartida, o empregador não poderá exigir ao trabalhador que “compense” — nos demais dias do mês além das férias — pelas horas de trabalho “que corresponderiam aos dias em que o trabalhador” esteve de férias, salienta a DGERT.

Sob a alçada do apoio à retoma progressiva, os empregadores em crise empresarial podem reduzir os horários dos trabalhadores, consoante as quebras de faturação.

Assim, entre agosto e setembro, as empresas com quebras iguais ou superiores a 40%, mas inferiores a 60%, podem cortar, no máximo, em 50% o período normal de trabalho; entre outubro e dezembro, poderão avançar com um corte de 40%.

Já as empresas com quebras iguais ou superiores a 60% podem reduzir, no máximo, em 70% os horários, entre agosto e setembro, e em 60%, entre outubro e dezembro.

De acordo com a legislação em vigor, a redução do horário é aferida, em termos médios, no final de cada mês. Até agora, nada tinha sido dito sobre o papel das férias nesse cálculo, mas a DGERT vem esclarecer.

Por exemplo, se um trabalhador prestar serviços por 80 horas, num mês de quatro semanas úteis (160 horas, em circunstâncias normais), estará em causa um corte de 50% do seu horário, respeitando-se o limite referido, no caso das empresas com quebras iguais ou superiores a 40%.

Já se trabalhar 60 horas, no mesmo mês de quatro semanas úteis, ficando uma dessas semanas de férias, estaria em causa uma redução de 62,5% do horário, o que ultrapassaria o corte máximo previsto na legislação. Isto se usássemos as tais quatro semanas úteis como base da média.

A DGERT vem esclarecer, contudo, que deve ser tido em conta só o período de prestação efetiva de trabalho, ou seja, a base do cálculo deverão ser as três semanas de trabalho e não as quatro semanas úteis. Logo, nesse caso, mantém-se o corte de 50% dos horários e, consequentemente, é respeitado os limites previstos na legislação.

No que diz respeito ao salário dos trabalhadores, os esclarecimentos divulgados também esta segunda-feira pela Segurança Social indicam que o trabalhador tem direito a receber o mesmo “que receberia se estivesse efetivamente a prestar trabalho”, ou seja, a retribuição pelas horas que trabalharia se não estivesse de férias acrescida da compensação retributiva pelas horas não trabalhadas. Isto além do subsídio de férias, que seria devido em condições normais, ou seja, por inteiro e pago pelo empregador.

De notar que os trabalhadores abrangidos pelo apoio à retoma progressiva têm direito a 100% da remuneração referente às horas trabalhadas e a uma fatia variante (dois terços, entre agosto e setembro, ou quatro quintos, entre outubro e dezembro) da retribuição correspondente às horas não trabalhadas, paga em 70% pela Segurança Social e em 30% pelo empregador.

De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, já aderiram ao apoio à retoma progressiva 6,9 mil empregadores, um número significativamente abaixo daquele registado no primeiro mês do lay-off simplificado.

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Receios com confinamento e atrasos nos estímulos ditam quedas em Wall Street

Os principais índices norte-americanos fecharam a primeira sessão da semana com perdas, com os investidores receosos relativamente aos efeitos de novas restrições.

As bolsas norte-americanas arrancaram a semana a registar perdas, numa altura em que preocupações com novos confinamentos na Europa e possíveis atrasos nos novos estímulos do Congresso aumentam os receios de que a economia dos EUA enfrenta um caminho mais longo para a recuperação do que o esperado.

Na Europa, números altos de novos casos de infeção têm motivado mais medidas de restrição para conter a pandemia. A possibilidade de uma nova ronda de restrições aos negócios ameaça a recuperação e pressiona os mercados, sendo que os primeiros confinamentos em março levaram o S&P 500 a sofrer a pior queda mensal desde a crise financeira.

Para além disso, o Congresso norte-americano tem estado num impasse, à medida em que os políticos não conseguem chegar a acordo em relação ao tamanho e formato de outro pacote de resposta ao coronavírus, sendo que a morte da juíza do Supremo Tribunal dos EUA, Ruth Bader Ginsburg, também deverá atrasar a aprovação dos estímulos.

Perante este cenário, o industrial Dow Jones caiu 1,84%, para os 27.147,7 pontos, enquanto o S&P 500 perdeu 1,16%, para os 3.281,06 pontos, marcando a primeira vez desde fevereiro que este indíce registrou quatro sessões de perdas consecutivas. O tecnológico ​​Nasdaq não escapou às quedas e recuou 0,13%, para 10.778,80 pontos.

Entre as quedas, destaque para o setor bancário, depois que um relatório revelar que vários bancos globais movimentaram fundos supostamente ilícitos. As ações doJPMorgan Chase caíram 3,09%, para os 95,31 dólares, enquanto os títulos do Mellon Corp recuaram 4,08% para os 33,97 dólares.

Destaque também para a General Motors, que caíu 4,76% depois de Trevor Milton, fundador da Nikola, empresa com a qual o grupo tinha formado uma parceria, renunciar ao cargo de presidente executivo.

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Rio quer prioridade às empresas e recusa fazer discurso destrutivo

  • Lusa
  • 21 Setembro 2020

"Não há um objetivo claro de privilegiar o investimento privado", lamentou Rui Rio. O líder do PSD recordou que o partido vai apresentar em breve a sua própria visão para a recuperação do país.

O presidente do PSD defendeu esta segunda-feira que “o grosso” do Plano de Recuperação e Resiliência tem de estar virado para as empresas e recusou fazer um discurso destrutivo sobre o documento, para o qual prometeu olhar com “racionalidade e equilíbrio”.

No final da reunião com o primeiro-ministro, António Costa, em São Bento, sobre o Plano de Recuperação e Resiliência a apresentar por Portugal na União Europeia, Rui Rio foi questionado se, como outros partidos referiram, saía desalentado do encontro.

“Se o PSD se comportasse a olhar para o seu próprio interesse fazia um discurso desses, dizia que era impensável e estava tudo errado, mas o PSD está preocupado com a construção do país. Temos de olhar para este documento com racionalidade e equilíbrio, haverá coisas que, na nossa ótica, estarão bem e outras que estarão menos bem”, afirmou.

O líder do PSD recordou que o partido vai apresentar em breve a sua própria visão para a recuperação do país e admitiu que, se haverá pontos coincidentes com o documento do Governo até pelas imposições de Bruxelas, poderá haver prioridades diferentes. “Mas não dava nenhum contributo ao país se viesse aqui destruir tudo e dizer que está tudo mal”, reforçou.

Para Rui Rio, as verbas que virão de Bruxelas terão de assegurar uma “resposta de curto prazo, mas sobretudo de longo prazo” para a economia portuguesa.

Por isso, o grosso do objetivo tem de ser virado para as empresas, porque são as empresas que geram produção e são as empresas que pagam salários, sem querer esquecer a componente pública, que é complementar, mas no núcleo central têm de estar as empresas”, afirmou, acrescentando que, dentro das empresas, a aposta terá de centrar-se sobretudo nas mais para a exportação e investimento.

Para Rui Rio, só com uma economia mais competitiva Portugal poderá pagar melhores salários. “O que pretendemos é que – não é amanhã, mas no médio e longo prazo – Portugal pague melhores salários e tenha uma classe média mais robusta, quanto mais forte e mais for a classe média mais desenvolvido será o país”, disse.

Questionado se o esboço do plano que lhe foi apresentado tem essa componente forte voltada para as empresas, Rio admitiu que “provavelmente menos” do que o PSD desejaria, mas remeteu para mais tarde uma análise mais detalhada.

Não há uma gaveta para as empresas, está dividida por várias. Dá-me ideia que não há um objetivo claro de privilegiar o apoio às empresas privadas viradas para a exportação, mas não digo que está esquecido”, ressalvou.

Questionado como se pode traçar um plano para o futuro do país sob uma situação ainda de muita incerteza no que diz respeito à evolução da pandemia de covid-19, Rio respondeu”: “Mas não temos outra alternativa”. “Nós não podemos voltar a dar a resposta à pandemia igual à que demos em março e abril, não é possível, o país simplesmente não aguenta”, referiu.

O líder do PSD admitiu que “talvez já se possa classificar como uma segunda vaga que terá vindo mais cedo” o atual aumento de casos e defendeu que a prevenção terá de ser feita sobretudo com base nos comportamentos individuais.

“Comportamentos individuais sim, mas as lojas fecharem todas, os restaurantes fecharem todos, infelizmente não é possível, não acumulámos riqueza suficiente que nos permita fazer isso”, apontou.

Questionado se o PSD apresentou já alguma proposta concreta ao Governo no âmbito do que será o seu programa de recuperação, Rio respondeu negativamente, dizendo que apenas se comprometeu a apresentar o documento “dentro de poucos dias”, provavelmente no início de outubro.

O PSD foi o último partido a ser recebido pelo primeiro-ministro em São Bento, depois de uma série de audiências que se iniciaram às 10:00 e incluíram todos os partidos com assento parlamentar, à exceção do PS.

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Academia da APS anuncia formações em outubro

  • ECO Seguros
  • 21 Setembro 2020

Função Atuarial, Caravan Insurance Challenge `20, Agente de Seguros, Corretor de Seguros ou Mediador de Resseguros, Insurtech e Risco do Modelo são os cursos a realizar em outubro.

A Academia Portuguesa de Seguros, divisão da APS – Associação Portuguesa de Seguradores, vai lançar 11 cursos no mês de outubro, com o primeiro – dedicado à Função Atuarial a ter início já no próximo dia 6.

As formações são realizadas através de modo digital e têm duração diversa.

Mais informações poderão obtidas contactando a APS pelo telefone 213 848 100, através do e-mail form@apseguradores.pt, ou ainda, consultar o site da Academia Portuguesa de Seguros .

As formações em outubro são:

Função Atuarial: 6 de outubro (manhã).

Caravan Insurance Challenge ’20 : 7 a 13 de outubro (5 manhãs). Quem vai comprar o seguro de autocaravana? Pricing Actuary com recurso ao software “R”.

Agente de Seguros, Corretor de Seguros ou Mediador de Resseguros – Ramos Não Vida e/ou Ramo Vida (E-learning): 7 de outubro a 19 de novembro. Formação E-Learning com Tutoria Pedagógica. Cursos reconhecidos pela ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 13.º do regime jurídico de distribuição de seguros e de resseguros, aprovado em anexo à Lei n.º 7/2019, de 16 de janeiro, e no artigo 3.º e no n.º 3 do artigo 5.º da Norma Regulamentar n.º 6/2019-R.

Conformação para Mediadores de Seguros e Resseguros – Ramos Não Vida e/ou Ramo Vida (E-learning): 13 de outubro a 9 de novembro. Formação E-Learning com Tutoria Pedagógica. Os cursos de conformação incidem sobre os novos conteúdos introduzidos pelo regime jurídico da distribuição de seguros e de resseguros, visando a conformação com os requisitos de qualificação adequada por mediadores de seguros, prevista no artigo 9.º da Lei nº 7/2019, de 16 de janeiro, e no artigo 12 da norma regulamentar n.º 6/2019-R, de 3 de setembro.

INSURTECH: A transformação do negócio segurador: 15 e 16 outubro (manhãs). As tecnologias estão a introduzir alterações fundamentais no negócio dos seguros. O curso “Insurtech: a transformação do negócio segurador” identifica as principais tecnologias que estão a ser adotadas nos seguros, assim como os seus impactos nas funções core do negócio, nas experiências dos clientes e na melhoria da eficiência e produtividade. São também analisados os novos modelos de negócio que estão a surgir e os novos players. Por fim, apresentam-se casos de sucesso na implementação de iniciativas “Insurtech”, aplicadas a diferentes domínios da atividade seguradora.

Riscos de Modelo: 21 de outubro. Apresentar as práticas de referência atuais em termos de Governance de Modelos que engloba tanto a Gestão de Modelo quanto a Gestão do Risco de Modelo (Model Risk Management) com uma visão internacional das principais instituições de seguros e financeiras.

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Verbas da UE “muito significativas permitem superar fragilidades estruturais” em Portugal, diz Siza Vieira

Ministro da Economia frisa que Plano de Recuperação e Resiliência já tem 57% do pacote fechado ao nível de grandes pilares, por exigência de Bruxelas, mas ainda falta selecionar os projetos.

O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital defende que Portugal vai receber um “conjunto de verbas muito significativas que, bem aplicadas”, permitirão ao país “superar fragilidades estruturais“. Pedro Siza Vieira apontou ainda que, para aplicar as verbas extraordinárias, o Governo procura projetos e programas que possam ser concretizados numa janela de tempo mais curta, e financiar um conjunto de matérias que normalmente não recebem fundos europeus.

Com este programa, o objetivo é “dar estímulo à economia a partir de investimentos já no próximo ano”, mas assegurar que “são capazes de ajudar a combater vulnerabilidades estruturais” da economia e da sociedade, apontou o ministro, no final das rondas de reuniões com os partidos, para discutir o Plano de Recuperação e Resiliência, em declarações transmitidas pelas televisões.

Pedro Siza Vieira admitiu também que, devido às restrições europeias, 57% do programa já está definido, para a transição climática (37%) e digital (20%). “Já temos algumas opções em termos de grandes pilares”, indicou, enquanto a “seleção concreta de projetos ainda não está fechada”. “Como vamos aplicar as verbas ainda está em aberto e vamos continuar a discutir para que nos possam ajudar a definir o que vamos apresentar”, sublinhou.

Outro dos temas em destaque nas reuniões com os partidos é o modelo de governação e de transparência. O ministro destacou que é “importante” que o exercício de preparação do plano “seja partilhado” e admite que, à volta das discussões, “houve preocupação com a forma de transparência na prestação de contas”.

O ministro responsável pela pasta da Economia referiu ainda que todos os governos na União Europeia “estão a fazer um esforço para absorver o choque” da pandemia, apontando que as medidas aplicadas “somam já muitos milhares de milhões, que correspondem a esforços nacionais” que os governos têm de continuar a assegurar”. Deixou assim a garantia de que o Governo está “disponível para continuar a estender apoios à medida das necessidades das famílias e empresas”.

(Notícia atualizada às 21h25)

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