CMVM prepara suspensão de Artur Trindade das funções na OMIP por suspeitas no processo EDP

A CMVM notificou Artur Trindade, arguido no "Caso EDP", da suspensão de funções de presidente da OMIP e OMIClear. Ex-secretário de Estado da Energia tem dez dias para responder.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) pretende suspender Artur Trindade, arguido no “Caso EDP”, das funções que desempenha na OMIP e na OMIClear, lê-se no comunicado publicado esta segunda-feira pelo regulador. O ex-secretário de Estado da Energia tem agora dez dias para responder.

“Na sequência de diligências de supervisão que vem efetuando nos últimos dois meses, a CMVM notificou hoje Artur Álvaro Laureano Homem da Trindade, a OMIP, a OMIClear e os restantes administradores de cada uma destas entidades, do início de um procedimento administrativo tendente à reavaliação da sua adequação para o exercício das funções de presidente do conselho de administração da OMIP e de vice-presidente do conselho de administração da OMIClear“, refere o documento.

A CMVM explica que vai emitir, “como medida cautelar”, uma ordem para “assegurar a abstenção preventiva de Artur Álvaro Laureano Homem da Trindade” das suas funções na OMIP e OMIClear, até haver uma decisão no processo de reavaliação da adequação para o exercício das funções. Artur Trindade tem, agora, dez dias úteis para se pronunciar sobre esta decisão.

Esta decisão de suspensão das funções deve-se ao facto de “existir uma dúvida fundada sobre a adequação de Artur Álvaro Laureano Homem da Trindade para o desempenho dos cargos regula­dos que ocupa, prejudicando a confiança necessária de investidores e demais agentes económicos no funcionamento eficiente dos mercados, e constituindo um risco para a estabilidade do sistema financeiro”, justifica a CMVM.

Em julho, Artur Trindade foi constituído oficialmente arguido no “Caso EDP”, sendo suspeito de corrupção passiva. “De acordo com a notificação recebida, os factos em causa estão relacionados com a contratação, pela EDP, do pai do então Secretário de Estado de Energia, Artur Trindade“, referiu a EDP, na altura, em comunicado. Este terá beneficiado a elétrica nacional em troca da contratação do pai.

(Notícia atualizada às 20h12 com mais informação)

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Banco Montepio prepara saída de 800 trabalhadores

Banco está a estudar redução da sua dimensão. E prepara-se para pedir ao Governo a adesão um regime que facilita rescisões por mútuo acordo. Cerca de 800 trabalhadores estão de saída.

O Banco Montepio prepara-se para pedir ao Governo o estatuto de empresa em reestruturação. Com o recurso a esta medida excecional que está prevista na lei laboral, o banco da mutualista abre a porta a uma redução significativa de pessoal. Em cima da mesa está um plano que prevê a saída de 800 trabalhadores, cerca 20% do pessoal, com um custo estimado de 80 milhões para o banco, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Contactados oficialmente, o presidente do conselho de administração e o presidente da comissão executiva do Banco Montepio, Carlos Tavares e Pedro Leitão, respetivamente, responderam apenas que o banco que “está a ajustar processos e a estudar a sua dimensão, tal como foi partilhado com os colaboradores e as respetivas estruturas”. Sem mais comentários. Mas outras fontes asseguraram ao ECO que a administração do Banco Montepio já informou o Banco de Portugal deste plano de reestruturação.

É do conhecimento público que o Banco Montepio se encontra a estudar um processo de reestruturação. Foi já anunciado o encerramento de 31 balcões. Contudo, este plano de ajustamento será mais abrangente e passará também pela redução de pessoal. Em que dimensão? O banco deverá cortar 800 postos de trabalho, segundo adiantaram várias fontes ao ECO. Trabalhavam no banco cerca de 3.560 trabalhadores no final de junho, ou seja, o plano de ajustamento prevê a saída mais de 20% do pessoal. Não há nada de oficial neste momento, os rumores circulam tanto dentro como fora do banco. É tema de conversa entre os trabalhadores da instituição, cuja comissão tem reunião agendada com a comissão executiva de Pedro Leitão para esta quarta-feira.

Empresa em reestruturação

É neste âmbito que o banco prepara um pedido ao Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (MTSSS) o estatuto de empresa em reestruturação. Ao solicitar este estatuto, a instituição financeira procura flexibilizar a quota de que dispõe (em função da sua dimensão) para acordos com trabalhadores com vista a uma rescisão amigável, mantendo estes o direito ao subsídio de desemprego.

Nesse sentido, terá de apresentar um projeto que demonstre que a dimensão da reestruturação, necessária à viabilidade económica e financeira da empresa, obriga a ultrapassar aqueles limites. Caberá depois ao MTSSS decidir se aprova ou não, sendo ainda consultado o Ministério da Economia e os parceiros sociais sobre a situação económica e do emprego no setor em causa.

Não é uma novidade um banco pedir o estatuto de empresa em reestruturação. Nos últimos anos, o Novo Banco e Caixa Geral de Depósitos (CGD), que nos últimos anos empreenderam planos de saídas de colaboradores de larga escala, por conta das reestruturações impostas por Bruxelas, também solicitaram ao MTSSS a adesão a esse mecanismo excecional. Para o Montepio também não é novo: em 2016, quando era liderado por Félix Morgado, a instituição chegou a fazer o mesmo pedido.

O banco fechou o primeiro semestre do ano com prejuízos de mais de 50 milhões de euros. Aliás, num contexto de deterioração das condições do mercado por causa da pandemia, vários bancos nacionais estão também planear reduções de pessoal e de agências. Como revelou o ECO, o Novo Banco vai fechar 20 balcões até final do ano. BCP e CGD também preveem reduzir pessoal, mas em menor dimensão do que no Montepio.

Dulce Mota de saída

As mudanças no Banco Montepio vão chegar também à comissão executiva. É que Dulce Mota, vice-presidente executiva e que chegou a ser CEO interinamente durante quase um ano, está de saída, sabe o ECO.

Dulce Mota, que chegou a ser apontada para assumir a presidência executiva do banco de forma definitiva, cargo para o qual veio a ser designado no início deste ano Pedro Leitão, deverá liderar a Montepio Valor, a sociedade gestora de fundos do Montepio e que tem como CEO Pedro Líbano Monteiro. O ECO questionou o banco sobre este assunto, mas não obteve resposta.

A confirmar-se, será mais uma saída da liderança do banco, depois de Carlos Leiria Pinto ter abandonado o cargo de administrador executivo em março.

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Chinesa Anbang Insurance pede ao regulador liquidação da companhia

  • ECO Seguros
  • 21 Setembro 2020

A Anbang Insurance, colocada sob controlo do Estado chinês em 2018 e atualmente substituída por outra entidade, rogou ao regulador para decretar a liquidação da empresa.

Ao fim de mais de dois anos sob tutela estatal, a Anbang já não enfrenta risco de insolvência e, graças à intervenção das autoridades, cumpriu responsabilidades por um valor estimado de 214,2 mil milhões de dólares, avançou a imprensa chinesa citando anúncio da entidade reguladora de banca e seguros (CBIRC). Com a generalidade dos seus ativos transferidos para outra empresa (Dajia), a Anbang requereu à entidade reguladora pela sua liquidação, noticiou a agência Reuters.

Em fevereiro de 2018, através da então CIRC (comissão reguladora do setor), o governo chinês tomou a Anbang (na altura considerada a quarta maior seguradora a operar no país), prosseguindo alegada campanha para reduzir riscos financeiros face à maré de conglomerados privados com atividade internacional e peso crescente no imobiliário e no setor financeiro chinês.

O antigo presidente de Anbang, Wu Xiaohui, pressionado a demitir-se, foi condenado pelas autoridades a 18 anos de prisão por crimes económicos associados a origem fraudulenta de financiamentos e desvio de fundos. Justificando a intervenção com a necessidade de assegurar a solvabilidade da companhia e limitar perdas decorrentes do elevado endividamento e atividades ilegais, as autoridades de Beijing aceleraram a venda de ativos (bancos, subsidiárias de seguros e hotéis) de que era proprietária ou detinha em participações fora do território da República Popular.

Dajia Insurance substituiu Anbang

Pouco mais de um ano depois de assumir a tutela da Anbang, colocando-a sob gestão de uma equipa governamental multidisciplinar, a Comissão Reguladora de Banca e Seguros da China (CBIRC) prolongou a gestão tutelada por mais um ano (até fevereiro de 2020) e anunciou, em julho de 2019, a criação do Dajia Insurance Group.

Esta nova empresa, detida em 98% por um fundo estatal (China Insurance Security Fund) e com o restante capital distribuído pelos minoritários China Petrochemical e a SAIC Motor, assumiu a gestão dos ativos não vendidos, ficando também encarregada de reestruturar a companhia e torná-la atrativa a investidores privados estrangeiros.

Sucedendo à Anbang, a Dajia desfez-se das atividades internacionais que não estavam diretamente ligadas à atividade seguradora e, graças a uma injeção de fundos públicos estimada em cerca de 10 mil milhões de dólares, estabilizou financeiramente o grupo. Simultaneamente, segundo determinado pela CBIRC (Comissão Reguladora de Banca e Seguros da China), a Anbang manteve-se impedida de desenvolver nova atividade, mas a cumprir obrigações perante os clientes cujos contratos de seguro venceram no início de 2020.

A Anbang foi fundada em 2004 e, em poucos anos, deixou de ser apenas uma seguradora (no setor imobiliário e ramo automóvel) agigantando-se como um poderoso conglomerado diversificado. Em 2014, a companhia foi notícia pela compra do Waldorf Astoria, um imóvel histórico da hotelaria nova-iorquina (por cerca de 2000 milhões de dólares), e por tentativas (fracassadas) de aquisição de filiais sul-coreanas da Allianz.

Em 2018, já sob desconfiança das autoridades de Pequim – apostadas em travar a propagação de grupos privados que, de forma descontrolada e algum apoio político, beneficiavam da abertura do regime chinês -, a Anbang ostentava um balanço com ativos de valor superior a 250 mil milhões de euros, elevado endividamento, 30 mil empregados e 35 milhões de clientes.

Depois de 130 mil milhões de euros em ativos desinvestidos desde que a antiga CIRC (entidade entretanto integrada no CBIRC) assumiu controlo do grupo fundado por Wu Xiaohui, a Dajia assumiu a operação dos ativos ligados a seguros Vida e pensões, além das atividades de gestão de ativos. Foi ainda entregue à Dajia a tarefa de criar outra companhia para se ocupar do que restou dos seguros P&C (Propriedade e danos) da antiga Anbang.

Recorde-se que Wu Xiaohui, fundador e ex-presidente da Anbang, era casado com uma neta de Deng Xiaoping, antigo líder do PC chinês. Por causa desta ligação familiar, o malogrado empresário gozava de apoios políticos para crescer nos negócios, reporta a imprensa internacional.

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Lufthansa vai fazer novos cortes na frota e número de empregos

  • Lusa
  • 21 Setembro 2020

O grupo aéreo vai eliminar mais empregos e reduzir em 150 aviões a dimensão da sua frota porque a recuperação "tem sido mais lenta do que esperado".

O grupo aéreo Lufthansa anunciou esta segunda-feira que vai eliminar mais empregos e reduzir em 150 aviões a dimensão da sua frota porque a recuperação “tem sido mais lenta do que esperado”, após a paralisação causada pela pandemia.

A Lufthansa indicou que quer reduzir a sua frota, que tem um total de 763 aviões, em 150 aparelhos até 2025, quando até agora previa prescindir de 100 aviões. A companhia, que perde atualmente cerca de 500 milhões de euros por mês, considerou que a redução da sua frota vai levar a “um aumento” dos postos de trabalho “excedentários”, depois de já ter anunciado que pretendia eliminar 22 mil empregos.

A Lufthansa não revelou o número exato de empregos suplementares que podem vir a ser eliminados, tendo referido apenas que quer alcançar acordos para limitar o número de despedimentos, em particular através de trabalho a tempo parcial com cortes salariais. “Os números de reservas e de passageiros têm baixado de novo com o fim do período de viagens” de verão, indicou a Lufthansa em comunicado.

No quarto trimestre, o grupo Lufthansa, que detém a Swiss, Austrian Airlines e a Brussels Airlines, espera agora que a oferta represente entre 20% e 30% do nível que tinha na mesma altura do ano passado, quando inicialmente apontava para 50%.

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Isabel Damasceno é candidata à presidência da CCDR Centro

  • Lusa
  • 21 Setembro 2020

Atual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro é candidata às eleições, a única até agora conhecida na região.

A atual presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Isabel Damasceno, é candidata às eleições para o cargo, no dia 13 de outubro, disse à Lusa fonte daquele organismo.

A fonte referiu que “está confirmada” a candidatura – a única até agora conhecida na região – da economista Isabel Damasceno Vieira de Campos Costa, de 64 anos, que foi presidente da Câmara Municipal de Leiria entre 1998 e 2009.

A escolha do futuro ou futura líder da CCDRC, com sede em Coimbra, cabe a um colégio eleitoral constituído por mais de 2.800 autarcas, dos quais 77 são presidentes das câmaras numa região que corresponde a uma parte do território de Portugal continental entre os rios Tejo, a sul, e Douro, a norte.

A social-democrata Isabel Damasceno assumiu no início do ano a presidência da Comissão Regional por despacho da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, que desempenhava aquela funções antes de ingressar no atual Governo de António Costa.

Quando Ana Abrunhosa assinou o despacho de nomeação, em 21 de janeiro, Isabel Damasceno exercia o cargo de vogal executiva do Programa Operacional Regional – Centro 2020, área em que trabalhou durante uma década com a atual ministra da tutela.

Durante cerca de três meses, entre a saída de Ana Abrunhosa e o início de funções da antiga autarca do PSD, o lugar foi ocupado transitoriamente pelo geógrafo António Veiga Simão, agora vice-presidente cessante da CCDRC.

Em dezembro, este militante do PSD viu a sua comissão de serviço como vice-presidente renovada por um período de cinco anos, através de um despacho da ministra Ana Abrunhosa.

Mas, com a recente entrada em vigor da legislação sobre a eleição da presidência das CCDRC, regressará aos quadros técnicos deste organismo logo que os novos dirigentes tomem posse.

Por sua vez, o secretário executivo da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, o geógrafo Jorge Brito, candidata-se a uma das vice-presidências da CCDRC, uma escolha por votação de um colégio eleitoral mais reduzido, composto pelos presidentes dos 77 municípios da região Centro envolvidos no sufrágio.

“Sim, Jorge Brito é candidato a vice-presidente da Comissão de Coordenação do Centro”, disse à Lusa uma fonte ligada ao processo eleitoral, cujo prazo para apresentação de candidaturas termina na quarta-feira, 23 de setembro.

A eleição do presidente e de um vice-presidente para cada uma das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional do país decorre entre as 16:00 e as 20:00 de 13 de outubro.

O ato eleitoral para presidente “decorre em reunião de assembleia municipal, que pode ser convocada especificamente para esse fim, em simultâneo e ininterruptamente em todas as assembleias municipais”.

Em simultâneo, decorre o ato eleitoral para um vice-presidente, nas instalações das comunidades intermunicipais e das áreas metropolitanas.

A eleição decorrerá por um colégio eleitoral de autarcas, constituído pelos presidentes das câmaras municipais, presidentes das assembleias municipais, vereadores e deputados municipais, incluindo os presidentes das juntas de freguesia da respetiva área geográfica.

Até agora os presidentes das cinco CCDR – Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve – eram nomeados pelo Governo.

Os dirigentes eleitos também estão sujeitos a uma limitação de três mandatos consecutivos.

Os mandatos para os presidentes e vice-presidentes das CCDR serão de quatro anos e a respetiva eleição decorrerá nos 90 dias seguintes às eleições para os órgãos das autarquias locais.

No entanto, excecionalmente, este ano decorrerão em outubro e o mandato será de cinco anos, para que os novos eleitos possam acompanhar as negociações dos fundos estruturais que estão a decorrer com Bruxelas.

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X Encontro Internacional de Arbitragem de Coimbra – Uma edição singular

  • BRANDS' ADVOCATUS
  • 21 Setembro 2020

Não existem exceções este ano: por força do contexto atual, o X encontro Internacional de Arbitragem de Coimbra digitaliza-se, realizando-se de forma virtual entre os dias 8 e 10 de outubro.

Como habitualmente, a décima edição dos Encontros fundados por José Miguel Júdice e António Pinto Leite reúne a comunidade arbitral lusófona, olhando para os principais temas da área.

Mariana França Gouveia, sócia na área de resolução de litígios da sociedade de advogados PLMJ, e Catarina Monteiro Pires, sócia da sociedade de advogados Morais Leitão, especialistas em arbitragem nacional e internacional, organizam em conjunto esta edição singular sob o mote “Arbitragem ao serviço de um mundo em mudança”.

Após nove sessões, o X Encontro de Coimbra destaca-se agora por privilegiar a troca de perspetivas sobre a mudança de paradigma no mundo da arbitragem nacional e internacional, alavancada pela pandemia que se instalou no final de 2019. Contudo, a organização desta edição não encontrou barreiras na migração para o digital, mantendo a programação adotada em encontros anteriores na qual constam a realização de mesas redondas, palestras, momentos de networking e workshops.

O encontro decorre de 8 a 10 de outubro, discutindo o impacto da pandemia decorrente da doença COVID-19 na arbitragem doméstica e internacional.

O evento “abre portas” com o habitual encontro sub-40 no dia 8 de outubro, com a primeira sessão intitulada “Novo paradigma na arbitragem internacional em tempos de COVID: wishful thinking, necessidade ou mera sobrevivência?”, entregue a profissionais em ascendência. O painel é constituído por Matilde Líbano Monteiro, advogada sénior da VdA – Vieira de Almeida Associados, Kabir Duggal, consultor sénior de arbitragem internacional da Arnold & Porter, Victor Bonnin, director da VBArbitration e, Jennie Wild, advogado da Keating Chambers.

Segue-se uma entrevista com Marcelo Ferro, sócio da sociedade Brasileira FCDG [Ferro, Casto Neves, Daltro & Gomide Advogados] e Valeria Galindez, sócia da Galindez Arb, e as inovadoras ações de networking virtual.

No dia 9 de outubro, o evento desenrola-se com uma sessão de “Boas-vindas” ministrada pelas organizadoras do evento, Mariana França Gouveia e Catarina Monteiro Pires, que veem este acontecimento anual como um “espaço de convergência e partilha de experiências e de conhecimento entre aqueles que, no mundo fora, se dedicam à arbitragem com ligação à língua portuguesa” [edição de setembro da revista Advocatus].

Terá lugar ainda uma mesa redonda na qual se discutirá o tema da “arbitragem durante a pandemia: soluções, temas, balanço”, e depois duas sessões em simultâneo, que abordarão as questões relacionadas com a inovação no setor e a ligação do mesmo à indústria.

A mesa redonda contará com a participação de Flávia Bittar, advogada na sociedade brasileira Flávia Bittar Advocacia, Selma Lemes, advogada na sociedade brasileira Selma Lemes Advogados, Ângelo Matisse, da Procuradoria-Geral de Moçambique e Narghis Torees, do fundo de investimento Lex Finance.

As sessões paralelas dedicam-se, respetivamente, aos temas da Inovação e ADR [Resolução Alternativa de Litígios] e da Arbitragem e Indústria. A primeira conta com a participação de Sílvia Pachikoski (CAM-CCBC, Brasil), Clávio Valença Filho (Valença Arb, Brasil), Shannon Salter (Civil Resolution Tribunal, Canadá), Patricia Ferraz (CCI, Brasil) e Tony Guise (Steering Committee Greener Arbitrations, Reino Unido).

A segunda sessão aborda o #gogreen e a transformação digital, passando pela transição energética e turismo, com a apresentação de perspetivas para os futuros conflitos arbitrais. Como intervenientes, estarão Adriana Braghetta, (Adriana Braghetta Advogados, Brasil), Daniel Gruenbaum (Professor Adjunto na URJ e Petrobras, Brasil), Filipe Matias Santos (Head of Legal da ERSE, Portugal), Patrícia Garcia (Senior Legal Counsel na Vinci, França) e João Canto e Castro (Diretor da Assessoria Legal da Direção de Concessões da Infraestruturas de Portugal).

O segundo dia dos Encontros de Coimbra termina com uma sessão de encerramento protagonizada pelo professor Franco Ferrari, da Universidade de Nova Iorque, na qual serão analisados os novos contornos da arbitragem internacional.

O terceiro e último dia é dedicado às intervenções de especialistas na área, na sessão intitulada “Hot Topics”. A sessão contará com a presença de Carolina Pitta e Cunha, cofundadora do PT-VYAP, Carlos Alberto Carmona, professor na universidade brasileira USP, José Emílio Nunes Pinto, sócio da sociedade Nunes Pinto Advogados, e Pedro Batista Martins, sócio da sociedade Batista Martins Advogados.

A edição de 2020 dos Encontros de Coimbra é o espelho da mudança de paradigma na arbitragem internacional, com este novo modelo a representar adequadamente a própria flexibilidade e inovação que caracterizam a arbitragem.

Para acompanhar o X Encontro, pode fazer a sua inscrição aqui.

 

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Sonae Arauco reforça operações com ex-Amazon

  • Trabalho
  • 21 Setembro 2020

Ana Fernandes é a nova chief industrial and technology officer (CITO) da Sonae Arauco, uma das maiores empresas mundiais de soluções de madeira. Passou por empresas como a L'Oréal e o Grupo PSA.

Ana Fernandes deixa o cargo de operations general manager na Amazon França para assumir funções como chief industrial and technology officer (CITO) na Sonae Arauco, uma das maiores empresas mundiais de soluções de madeira.

A nova responsável iniciou o percurso profissional em 2000, na L’Oréal, em França, como engenheira na área da logística operacional e, entre 2002 e 2014 trabalhou no grupo PSA na altura PSA Peugeot Citroën.

“Estamos certos de que dará um importante contributo na implementação de uma cultura de melhoria contínua, sempre norteada pela excelência operacional, algo que faz parte da sua atitude pessoal e profissional, contribuindo para que a Sonae Arauco se afirme como empresa de eleição para clientes, colaboradores e fornecedores, e todas as entidades com as quais se relaciona”, sublinha Edite Barbosa, chief corporate and development officer da Sonae Arauco, citada em comunicado a propósito da nova contratação.

 

Na PSA, Ana Fernandes começou por desempenhar funções como material and production planning manager em Portugal; foi depois, em França, lean production and IT manager e assessora do diretor-geral de operações do grupo. Entre 2008 e 2011, foi diretora de produção do Centro de Produção Automóvel em Portugal e, até 2014, diretora geral do Centro de Produção Automóvel no Brasil. Mais tarde, integrou depois a OGMA – Indústria Aeronáutica de Portugal, primeiro como vice-presidente da área de negócio de aeroestruturas e, posteriormente, como vice-presidente e chief operating officer (COO).

É formada em engenharia mecânica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, tendo também uma dupla licenciatura em gestão e engenharia industrial pelo Institut National des Sciences Appliquées de Lyon, em França.

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Só um terço das empresas espera recuperar níveis de contratação pré-pandemia

  • Trabalho
  • 21 Setembro 2020

Os empregadores portugueses estão mais pessimistas, mas já têm planos para o futuro: apostar em benefícios de bem-estar, flexibilidade de horários e em mais formação, revela estudo da ManPower Group.

Apenas um terço (32%) dos empregadores portugueses espera voltar aos níveis de contratação pré-Covid durante o próximo ano, sendo que mais de um quarto das empresas não conta retomar de todo os níveis pré-pandemia, revela o ManpowerGroup Employment Outlook Survey, que avalia as intenções de contratação dos empregadores e reúne respostas de 38.000 empresas em 43 países.

O relatório aponta ainda que os empregadores portugueses estão mais pessimistas que no trimestre anterior, sendo que 28% afirma não ter qualquer esperança de retomar os níveis de contratação pré-Covid.

No caso português, os benefícios de saúde e bem-estar, a flexibilidade de horários e a formação são apostas de futuro para atrair e reter talento, refere o mesmo estudo.

Contratos full-time com mais garantias

Num universo de 368 inquiridos, o número de empresas que não tem qualquer esperança de retomar os níveis de contração pré-Covid sobe de 11 para 28% desde o trimestre anterior, e o número de empregadores que acredita poder recuperar os níveis de contratação anteriores, em menos de um ano, cai de 56 para 32%.

“Apesar de os dados do ManpowerGroup Employment Outlook Survey, divulgado no passado dia 8, anteciparem uma ligeira subida nas intenções de contratação para o quarto trimestre, a evolução da conjuntura económica, social e de saúde, com a ameaça cada vez mais presente de uma segunda vaga da pandemia, leva os empregadores a revelarem-se agora mais pessimistas em relação ao tempo que irão demorar a retomar os níveis de contratação pré-COVID”, avalia Rui Teixeira, chief operations officer da ManpowerGroup Portugal, citado em comunicado.

No que diz respeito ao vínculo laboral, a maioria das empresas portuguesas planeia manter os seus trabalhadores nos modelos atuais. No caso dos contratos full-time, 86% do total das empresas pretende manter esses trabalhadores e apenas 8% pretende reduzir este número. Já no caso dos contratos de trabalho temporário e de part-time, o estudo aponta para uma maior volatilidade. 68% dos empregadores quer manter estes trabalhadores, mas 18 e 19%, respetivamente, pretende reduzir o volume de colaboradores com este vínculo, sendo que 14 e 13% planeia realizar um aumento nestas contratações.

Bem-estar, flexibilidade e formação para atrair talento

Quanto ao modelo de trabalho, quase dois terços dos empregadores portugueses planeiam manter o teletrabalho no pós-pandemia, e 31% tenciona mesmo implementar o trabalho remoto a 100%. Neste contexto Portugal vai por diante da região, onde esse valor é de apenas 17%, com 39% dos empregadores a planear oferecer modelos híbridos.

“Ao mesmo tempo, os efeitos transformadores no mundo do trabalho começam também a ser visíveis. Embora a evolução nas preferências dos candidatos já apontasse uma nova direção anteriormente, a pandemia veio fortalecer esta tendência. Nesse sentido, vemos hoje como cada vez mais empresas estão a rever a sua proposta de valor, apostando em opções de flexibilidade, modelos de trabalho híbridos, bem como benefícios de saúde e de formação para desenvolver uma proposta mais relevante e alinhada com as atuais necessidades e valores dos trabalhadores”, acrescenta o responsável.

 

Paralelamente, um número significativo das empresas portuguesas prepara-se também para adaptar a sua proposta de valor de empregador para aumentar a capacidade de atrair e reter talento: 44% das empresas planeia oferecer horários laborais flexíveis e 48% espera ainda conceder mais benefícios em matéria de saúde e bem-estar. Ganham também mais relevância a formação e evolução profissional, com 33% dos empregadores portugueses a planear proporcionar mais oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento de novas competências.

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Tribunal da Concorrência indefere pedido do BdP para defesa do “bom nome” do diretor de supervisão

  • Lusa
  • 21 Setembro 2020

O Tribunal da Concorrência negou o pedido de audição do diretor de supervisão, Luís Costa Ferreira, para “defesa do seu bom nome”, por considerar que teve já "várias oportunidades de se pronunciar".

O Tribunal da Concorrência indeferiu esta segunda-feira um pedido do Banco de Portugal para audição do diretor de supervisão para “defesa do seu bom nome”, depois das declarações prestadas pelo auditor da KPMG Fernando Antunes há uma semana.

O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS), em Santarém, que está a julgar os pedidos de impugnação da auditora KPMG e de cinco dos seus sócios às coimas globais de 4,9 milhões de euros aplicadas pelo supervisor no âmbito do caso BES, entendeu que Luís Costa Ferreira, visado nas declarações de Fernando Antunes, foi ouvido várias vezes durante o processo, não se justificando nova inquirição.

A juíza Vanda Miguel sublinhou que o objeto do processo está delimitado e “não passa pela defesa do bom nome” do BdP perante declarações prestadas pelos recorrentes.

Para o TCRS, Luís Costa Ferreira teve oportunidade de se pronunciar várias vezes sobre as reuniões de 30 de maio e 06 de junho de 2014 que manteve com responsáveis da KPMG sobre o BES e já foi verificado que a súmula desta reunião não constava do sistema de gestão de documentos do supervisor, tendo sido junta posteriormente ao processo.

Considerando as motivações que estiveram por detrás dessa decisão “colaterais ao processo”, Vanda Miguel afirmou que “o importante era que a súmula surgisse, como depois aconteceu”.

Fernando Antunes, que liderava a equipa da KPMG Portugal que recebia informação das várias sucursais para análise das contas consolidadas da Espírito Santo Finantial Group, afirmou, na sessão em que prestou depoimento ao TCRS, que a súmula da reunião de 06 de junho de 2014, na qual a auditora apresentou a estimativa de 3,4 mil milhões de dólares de perdas na carteira de crédito do BES Angola caso não existisse a garantia soberana do Estado angolano, era “a única que não estava no sistema de gestão documental” do supervisor.

“Não deixa de ser curioso que informação relevante, apresentada a pedido do Banco de Portugal, tenha desaparecido”, declarou.

A decisão de não convocar Luís Costa Ferreira surgiu no final de uma sessão em que prestou depoimento o presidente da KPMG Portugal e da KPMG Angola, Sikander Sattar, o qual reafirmou, a exemplo dos restantes recorrentes, a “intervenção decisiva” da auditora para a decisão de resolução do Banco Espírito Santo tomada pelo BdP em agosto de 2014.

No julgamento, que decorre desde o passado dia 03 no auditório do Instituto Politécnico de Santarém, está em causa a condenação, pelo Banco de Portugal, da KPMG ao pagamento de uma coima de 3 milhões de euros, do seu presidente, Sikander Sattar, de 450.000 euros, de Inês Neves (425.000 euros), de Fernando Antunes (400.000 euros), de Inês Filipe (375.000 euros) e de Silvia Gomes (225.000 euros), de que todos recorreram.

A fase de audição dos recorrentes terminou esta segunda-feira, estando agendada para terça-feira a prestação de declarações das testemunhas Pedro Pereira, perito indicado pelo BdP, e Carlos Costa, que cessou em julho as funções de Governador do Banco de Portugal.

*Notícia corrigida às 18h41. O diretor de supervisão é Luís Costa Ferreira e não Luís Costa Ribeiro.

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Plano de recuperação “não pode ser uma lista de compras e obras públicas”, diz CDS

Francisco Rodrigues dos Santos teceu críticas à proposta apresentada pelo Governo, nomeadamente apontando que o Estado não pode ficar com fatia mais significativa dos apoios.

O líder do CDS defende que o Plano de Recuperação e Resiliência do país “não pode ser uma lista de compras e obras públicas”, depois de uma reunião em que António Costa apresentou a proposta do Governo. Francisco Rodrigues dos Santos definiu condições para este plano, nomeadamente que o Estado não fique com “fatia mais significativa destes apoios”.

A “prioridade deve ser injetar liquidez na economia”, salientou Francisco Rodrigues dos Santos, após a reunião, em declarações transmitidas pela RTP 3. “O plano não pode ser uma lista de compras e obras públicas, em vez de apresentar uma reforma de modelo económico e crescimento”, apontou, para “não se tornar uma bazuca num tiro de pólvora seca”.

O presidente do CDS sublinha também a necessidade de “criar mecanismos de controlo, fiscalização e transparência para a aplicaçao de dinheiros, para que não seja uma festa do bloco central”, que “senta à mesa os mesmos de sempre”. “Temos de conciliar máxima transparência com mínimo de burocracia”, reiterou Francisco Rodrigues da Silva.

O partido irá assim avançar com várias propostas para incluir neste plano, nos próximos dias, que vão incluir, por exemplo, apoios para idosos na compra de medicamentos e a criação de um plano para a recuperação de listas de espera, bem como um foco nas empresas do terceiro setor, adiantou o líder do CDS.

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Lagarde diz que economia da Zona do Euro ainda precisa de estímulos

  • Lusa
  • 21 Setembro 2020

Presidente do Banco Central Europeu diz que a economia da Zona Euro continua a necessitar de apoio dos estímulos orçamentais e monetários.

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, afirmou esta segunda-feira que a economia da Zona Euro continua a necessitar de apoio dos estímulos orçamentais e monetários.

Num discurso na Assembleia Parlamentar franco-alemã, Lagarde disse que nos últimos seis meses, “o BCE não foi a única alternativa”.

“As nossas medidas foram complementadas com respostas orçamentais enérgicas a nível nacional e europeu. Este foi um fator importante para aliviar o impacto da pandemia no mercado laboral e nos empréstimos bancários”, apontou.

“Consideramos que a economia continua a necessitar desse apoio para que a recuperação económica continue e se fortaleça mais“, indicou a presidente do BCE.

Lagarde também considerou que a “Europa se reforçou durante esta crise” e que é preciso aprofundar essa união.

“Necessitamos de completar finalmente a união bancária e criar uma união dos mercados de capitais genuína”, afirmou, num discurso citado pela agência Efe.

A Assembleia Parlamentar franco-alemã é presidida pelo alemão Wolfgang Schäuble, presidente do Bundestag (câmara baixa do parlamento da Alemanha), e pelo francês Richard Ferrand, presidente da Assembleia Nacional francesa.

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Medo da segunda vaga atira bolsa de Lisboa para mínimos de quatro meses. Perde 2 mil milhões de euros num só dia

Desde 15 de maio que o PSI-20 não valia tão pouco. O índice desvalorizou 2,17% numa sessão marcada pelos receios dos investidores globais em relação a novas medidas de confinamento.

Os casos de coronavírus voltam a agravar e os investidores receiam o impacto que a segunda vaga vai ter na economia. O arranque da semana foi negativo para as principais praças mundiais e Lisboa não foi exceção. A bolsa portuguesa desvalorizou mais de 2% para o valor mais baixo em quatro meses, o que representa uma perda para as cotadas de mais de dois mil milhões de euros.

“Há um claro nervosismo sobre as possibilidades de um segundo confinamento”, diz Jane Shoemake, diretora de investimentos na Janus Herderson, à Reuters. Tal como Portugal, Espanha, Grécia e Dinamarca já recuaram na estratégia e impuseram novas restrições, enquanto o Reino Unido está a considerar fazê-lo.

As ações europeias afundaram, com o Stoxx 600 a perder 3,5%. O setor de lazer e turismo está entre os mais penalizados, a recuar 5,4%. O alemão DAX perdeu 4,6% na maior queda diária desde março, após o ministro da Saúde do país ter alertado que a tendência de casos de coronavírus na Europa é “preocupante”. O francês CAC 40 recuou 3,9%, o espanhol IBEX 35 tombou 3,6% e o britânico FTSE 100 desvalorizou 3,5%.

BCP acompanha perdas da banca europeia

Em Lisboa, o PSI-20 desvalizou 2,22% para 4.158,14 pontos e fechou com quase todas as cotadas no vermelho: as exceções foram a Ibersol e a Sonae Capital que ficaram inalteradas. As cotadas mais penalizadas foram as exportadores. A Altri tombou 5,9% para 3,99 euros, a Mota-Engil cedeu 5,7% para 1,198 euros e a Navigator perdeu 3,5% para 2,23 euros.

Na energia, a Galp Energia perdeu 3,21% para 8,432 euros, a EDP Renováveis recuou 1,95% e a EDP caiu 1,04%. Também pesaram no índice as perdas da Jerónimo Martins (-2,4%), Nos (-1,09%) e Sonae (-3,2%).

Além da segunda vaga, houve outro fator a pesar no sentimento dos investidores, mas em relação à banca. Uma análise do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ) revelou documentos confidenciais enviados por bancos dos EUA à agência federal FinCEN que mostram como grandes bancos facilitaram o branqueamento de capitais.

Os britânicos HSBC e Standard Chartered Bank, o alemão Deutsche Bank e os norte-americanos JP Morgan e Bank of New Yor Mellon estão no centro do furacão. Todos eles afundam em bolsa, arrastando o Stoxx Banks para uma perda de 5,7%. Apesar de não estar envolvido no caso, o português BCP foi penalizado pela tendência dos pares e tombou 4,08% para 0,087 euros, ficando muito próximo do mínimo histórico de 0,0846 tocado a 14 de maio.

Desempenho do BCP no PSI-20

Investidores procuram refúgio na dívida

O sell-off nas ações levou os investidores a procurarem refúgio nas ações e no dólar. A yield das Bunds alemãs a 10 anos caiu para mínimos de seis semanas, para -0,534%. Também o juro da dívida portuguesa seguiu a mesma trajetória, a ceder 13 pontos base para 0,295%.

Apesar das variações que espelham a pressão vendedora nas ações, as movimentos nas yields das dívidas europeias têm sido relativamente contidas graças aos fortes estímulos do Banco Central Europeu. Ainda esta segunda-feira o Financial Times noticiou que a instituição liderada por Christine Lagarde está a avaliar o impacto do programa de emergência pandémica.

A avaliação vai focar-se na duração e também na flexibilidade, podendo passar ser igual noutros programas do BCE. “Consideramos supreendemente cedo, mas pelo menos solidifica a nossa opinião de que o BCE vai agir em dezembro”, considerou, em declarações à Reuters, Gilles Moec, economista-chefe do AXA Group.

(Notícia atualizada às 17h10)

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