Ryanair alerta para “cortes selvagens” na operação em Portugal por causa da Covid-19

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

"Estamos a manter tudo debaixo de um grande escrutínio, mas teremos muito menos voos do que tivemos no último inverno, isso é certo", diz o diretor de Recursos Humanos da Ryanair.

O diretor de Recursos Humanos da Ryanair disse, em entrevista à Lusa, que há “uma perspetiva real de cortes selvagens em Portugal” na temporada de inverno em termos de capacidade e aviões, devido à pandemia de Covid-19.

“Estamos a enfrentar tempos muito incertos, e há uma perspetiva bem real de cortes selvagens em Portugal este inverno em todas as nossas bases, em termos de capacidade e em termos de aviões”, disse à Lusa Darrell Hughes, diretor de Recursos Humanos da Ryanair, numa entrevista por telefone.

Instado a concretizar e a dar números, o responsável da companhia aérea irlandesa de baixo custo referiu que “há a possibilidade de cortes selvagens em qualquer lado” na operação da empresa na Europa, remetendo para o anúncio feito na segunda-feira de que a empresa iria cortar 20% do seu horário planeado para setembro e outubro.

“Quaisquer previsões de agora para o inverno estarão provavelmente erradas. Estamos a manter tudo debaixo de um grande escrutínio, mas teremos muito menos voos do que tivemos no último inverno, isso é certo“, referiu o responsável, considerando que seria “especulação” estar a tentar prever números quanto às reduções.

“O número que ainda temos que apurar é precisamente onde é que os cortes cairão, mas certamente esperamos que alguns desses cortes sejam em Portugal”, referiu, o responsável.

Darrell Hughes lembrou que a empresa tem um acordo com os pilotos “para manter as pessoas empregadas, o que pelo menos lhes dá alguma proteção”, mas afirmou que a empresa “não está em modo de recrutamento”, mas sim “em modo de sobrevivência e reconstrução”.

O diretor da Ryanair disse ainda que, tal como a empresa já tinha adiantado à Lusa, não planeia “usar nenhum pessoal da Crewlink no inverno”, numa referência à empresa de trabalho temporário que opera há mais de 10 anos em Portugal e tem como único cliente a Ryanair.

A companhia aérea irlandesa Ryanair anunciou na segunda-feira uma redução de 20% do número de voos em setembro e outubro, apontando uma baixa nas reservas devido a um aumento de casos de covid-19 na Europa.

A Ryanair, que até agora tinha previsto voltar a 70% da sua capacidade em setembro, explica em comunicado ter de reduzir os voos previstos, nomeadamente para França e para Espanha, dois países incluídos na quarentena imposta pelo Governo britânico.

Em comunicado, a companhia explicou que as reduções passam, sobretudo, por uma menor frequência de voos e não por interrupções do serviço.

“A queda na capacidade e frequência dos voos nos meses de setembro e outubro são inevitáveis tendo em conta a recente redução das reservas na sequência das restrições adotadas em alguns países europeus”, referiu um porta-voz da Ryanair citado no comunicado.

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Hoje nas notícias: RSI, Novo Banco e novos radares

  • ECO
  • 21 Agosto 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A pandemia está a fazer crescer, de dia para dia, o número de beneficiários do RSI. O dia fica ainda marcado pela nota de que o parecer independente à venda de imóveis do NB chegará em setembro e de que vêm aí radares que registam a velocidade média na estrada. A portuguesa Iberwind foi vendida à Ventient e as vacinas cuja aquisição foi aprovada em Conselho de Ministro só chegam para um terço dos portugueses.

Pandemia empurra mais 12 mil para o RSI

O impacto da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho e no tecido empresarial português está a fazer crescer, de dia para dia, o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI). Em fevereiro (último mês antes da chegada da crise pandémica a Portugal), havia 199.160 pessoas a receber este apoio. Cinco meses depois, saltou para 211.659 o números de beneficiários; E mais de um terço são menores de 18 anos. Em causa está uma medida destinada a aliviar a pobreza extrema e a ajudar a sair dela. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Parecer independente à venda de imóveis do NB chega em setembro

O Novo Banco pediu opinião sobre a gestão de carteiras de imobiliário a uma consultora internacional; Isto numa altura em que as vendas realizadas pelo banco liderado por António Ramalho estão a ser investigadas pelo DCIAP. Esta avaliação independente à venda de duas carteiras de imóveis, a “Viriato” e a “Sertorius”, estará concluída no início de setembro, indica uma fonte próxima ao processo. Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Vêm aí radares que registam a velocidade média na estrada

Se anda na estrada, vai ter de ter ainda mais cuidado com a velocidade. Estão a ser reforçados os radares que visam controlar a velocidade dos condutores, mas a grande novidade está em aparelhos que além da velocidade instantânea permitem controlar a velocidade média em determinada via. Estes novos radares deverão chegar às estradas nacionais já em 2021. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível).

Portuguesa Iberwind vendida à Ventient por 206 milhões

A Iberwind foi vendida por cerca de 206 milhões de euros à britânica Ventient Energy. Com 31 parques eólicos em Portugal, a Iberwind tinha sido comprada, em 2015, por empresas chinesas. Com esta aquisição, a Ventient Energy consolida agora a sua posição de segunda maior produtora eólica onshore na Europa, acrescentando os parques referidos aos 103 que já possuiu em vários outros países europeus. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (link indisponível).

Vacinas grátis só dão para um terço dos portugueses

António Costa anunciou a compra de 6,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, mas esse lote só chegará para cerca de um terço da população portuguesa. Isto uma vez que a vacina é administrada em duas doses, segundo confirmou o Infarmed. O primeiro-ministro garantiu, ainda assim, que a vacinação não só será gratuita, como será universal, sendo este apenas o primeiro de vários lotes futuros. O chefe do Governo salientou ainda que a vacina poderá chegar ainda este ano à população nacional. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

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Parecer independente à venda de imóveis do NB chega em setembro

  • ECO
  • 21 Agosto 2020

Avaliação às vendas pedida pelo próprio banco chega numa altura em que a venda de uma dessas carteiras realizada pelo banco liderado por António Ramalho está a ser investigada pelo DCIAP.

O Novo Banco pediu opinião sobre a gestão de carteiras de imobiliário a uma consultora internacional. Esta avaliação independente à venda de duas carteiras de imóveis, a “Viriato” e a “Sertorius”, estará concluída no início de setembro, diz o Jornal Económico (acesso pago).

A avaliação às vendas pedida pelo próprio banco chega numa altura em que a venda de uma dessas carteiras realizada pelo banco liderado por António Ramalho está a ser investigada pelo DCIAP.

António Costa enviou, no final de julho, uma carta à Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo a suspensão da venda de ativos do Novo Banco até à conclusão da auditoria da Deloitte. No seguimento da receção desta carta, foram solicitados documentos ao Novo Banco, os quais a instituição liderada por António Ramalho acabou por enviar quase de seguida.

A “carta do primeiro-ministro foi encaminhada para o Departamento Central de Contencioso do Estado e Interesses Coletivos e Difusos e para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) para análise e sequência, no âmbito das competências dos referidos departamentos”, disse fonte oficial da PGR ao ECO.

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Será o fim do Ticão? Líder dos advogados diz que é “inevitável”

Para Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos Advogados, o fim do Tribunal Central de Instrução Criminal é uma "inevitabilidade". Ivo Rosa e Carlos Alexandre não são suficientes.

A discussão em volta da extinção ou não do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), vulgarmente conhecido como “Ticão”, é recorrente, sendo que desta vez foi Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos Advogados (OA), que referiu a “inevitabilidade” desse fim. A razão é a existência de um número reduzido de juízes, que denomina de “super-estrelas”: Ivo Rosa e Carlos Alexandre.

“O que se verifica é que o TCIC vem-se comportando mais como um ‘braço armado’ do Ministério Público, do que propriamente como um verdadeiro tribunal de instrução criminal, capaz de fiscalizar as ações daquele organismo”, refere Menezes Leitão no documento de reação ao Plano de Recuperação Económica 2020-2030 apresentado pelo Governo.

Para o bastonário, a existência de apenas dois juízes em funções, Carlos Alexandre, há mais de 10 anos, e Ivo Rosa, desde 2015, leva a que todos os processos “mediáticos” transitem para as suas mãos.

Entre os processos está a Operação Marquês, onde coube a Carlos Alexandre conduzir a fase de inquérito do processo, sendo que acabou por ser o seu colega de profissão, Ivo Rosa, a ser sorteado eletronicamente para assumir a fase de instrução. E desde então está em exclusividade. Já no caso BES, o juiz Carlos Alexandre liderou o inquérito com uma equipa mista de procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal e de investigadores da Policia Judiciária.

“Ora, esta verdadeira restrição na aleatoriedade da distribuição dos processos, leva os juízes ao estatuto de super-estrelas, pondo em causa o recato e a tranquilidade que são absolutamente essenciais ao bom andamento dos processos“, refere.

Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos Advogados, em entrevista ao ECO/Advocatus - 07JAN20
Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos AdvogadosHugo Amaral/ECO

O bastonário da OA acrescenta ainda que é atribuído um poder “absolutamente desmesurado” aos dois juízes, em virtude de o TCIC ter competência para tramitar processos de qualquer parte do território nacional. Desta forma, acredita que seja ainda inevitável que haja uma redistribuição dos processos aos senhores juízes de instrução territorialmente competentes, após a extinção do TCIC.

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) retomou este tema no mês de julho quando anunciou que iria entregar, depois das férias judiciais, uma proposta de alteração da lei ao Governo. Os sindicalistas vão defender o aumento do número de magistrados do TCIC, de dois para quatro ou cinco.

A proposta vai apresentar ainda um outra solução: “fundir esse tribunal com o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa que tem sete juízes e passaria a fazer a instrução de todos os processos”, referiu Manuel Soares, presidente da Associação Sindical de Juízes Portugueses.

O líder da associação de juízes referiu que naquele tribunal há um problema de “pessoalização das decisões” que cria um descrédito da Justiça que é preciso resolver.

“Não queremos acabar com o TCIC. Queremos apenas que os processos mais complexos e volumosos sejam distribuídos aleatoriamente por um maior número de juízes, por razões de qualidade e celeridade da justiça. Isso pode conseguir-se aumentando o quadro do TCIC ou fazendo uma fusão desse tribunal com o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. Essa decisão compete ao poder político”, sublinhou na altura Manuel Soares ao ECO/Advocatus.

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Quem é gestor com o melhor salário em Portugal? E lá fora?

Se em Portugal é a cotada mais valiosa da bolsa a ter o líder mais bem pago, lá fora é uma estrela em ascensão.

Encontrar um líder de topo não é fácil e para o fazer é preciso pagar bem. Em Portugal, o mais bem pago foi, até ao ano passado, o CEO da EDP, mas os dois milhões de euros que recebeu António Mexia em 2019 não se comparam aos valores das remunerações que se encontram lá fora: o patrão da Tesla arrecadou mais de 500 milhões de euros em prémios.

Mexia está há vários anos no topo da lista dos gestores mais bem pago do país. No total, recebeu 2,17 milhões de euros brutos em 2019, apesar de o montante ter encolhido 1,5% face aos 2,2 milhões de euros recebidos em 2018.

A remuneração fixa fixou-se em 1.015.024 euros, enquanto a remuneração variável plurianual ascendeu a 826.407 euros. Ambos aumentaram face ao ano anterior pelo que a grande diferença no rendimento de Mexia está na remuneração variável anual, que caiu para quase metade: 325.032 euros.

Mas não é certo que Mexia se mantenha nessa posição. É que o gestor tem atualmente as funções suspensas por ordem judicial. Em causa está o caso das rendas excessivas que tem sete arguidos, incluindo o CEO da EDP e o CEO da EDP Renováveis, João Manso Neto, sendo que a medida de coação aplicada aos dois gestores implica a suspensão de funções.

A decisão de manter ou não a remuneração devida para este ano é tomada pela Comissão de Vencimentos da elétrica, que é presidida por Shengliang Wu, em representação da China Three Gorges. Ou seja, em última instância, será Shengliang a decidir se Mexia será ou não remunerado durante a suspensão. O ECO tentou contactar a Comissão de Vencimentos da EDP, mas não obteve resposta.

Se em Portugal é a cotada mais valiosa da bolsa a ter o líder mais bem pago, lá fora é uma estrela em ascensão. A Tesla ainda está longe de ser a empresa com mais peso em Wall Street, mas tem sido uma das que mais valoriza nos últimos anos e, a cada dólar somado ao preço das ações, alargam os bolsos do CEO Elon Musk.

Segundo o Bloomberg Pay Index, o titã dos carros elétricos foi o gestor mais bem pago de Wall Street em 2019. Terá recebido um total de 595,3 milhões de dólares (cerca de 502,5 milhões de euros) no ano passado, de acordo com as estimativas da agência, mas neste caso não é linear. O montante está na totalidade relacionado com prémios e, em teoria, o salário de Musk é de… zero dólares.

Ao contrário de outros CEO, Elon não tem salário, não tem bónus em cash nem ações recebidas só porque o tempo passa. A sua única compensação é um prémio de performance que foi especificamente desenhado com ambiciosos marcos a atingir, como duplicar a capitalização de mercado”, explicava a empresa ao Business Insider sobre o salário de zero dólares em 2018.

Segundo as contas da Bloomberg, no ano passado (em que as ações da Tesla valorizaram 25,7%), os prémios de desempenho deram a Musk uma remuneração de 595,3 milhões e colocaram-no no topo dos mais bem pagos. Este ano, o excêntrico gestor já se tornou o quarto mais rico do mundo e as ações acumulam uma valorização de 350%.

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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Vêm aí radares que registam a velocidade média na estrada

  • ECO
  • 21 Agosto 2020

Sistema Nacional de Controlo de Velocidade vai ter mais 30 radares, elevando o total para 110. Alguns dos aparelhos vão registar a velocidade média do veículo na via.

Se anda na estrada, vai ter de ter ainda mais cuidado com a velocidade. Estão a ser reforçados os radares que visam controlar a velocidade dos condutores, mas a grande novidade está em aparelhos que além da velocidade instantânea permitem controlar a velocidade média em determinada via.

De acordo com os Jornal de Notícias (link indisponível), estes novos radares deverão chegar às estradas nacionais já em 2021, isto depois de a ANSR ter revelado recentemente que se preparava para lançar o concurso público para a aquisição, instalação e manutenção dos novos equipamentos. São, no total, 30 novos radares, elevando para 110 os locais controlados pelo Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO).

Estes novos radares obrigarão a atenção redobrada por parte dos condutores. Enquanto nos radares simples têm de garantir que não excedem a velocidade máxima permitida naquela via em determinado ponto, com estes novos equipamentos o controlo será muito mais criterioso. Não bastará, como acontece muitas vezes, reduzir a velocidade para o radar. Estes radares permitirão controlar a velocidade média entre dois pontos e terão a capacidade para medir, em simultâneo, a velocidade de vários veículos, mesmo nos casos em que estes circulam lado a lado ou a uma distância inadequada entre si.

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Portugal vai ter 6,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Porquê este número?

A maioria dos cientistas estima que pelo menos 70% da população deve ter anticorpos para prevenir um surto.

“Os otimistas acreditam que no final deste ano haverá os primeiros lotes. Os realistas têm de acreditar que os otimistas têm razão”. A frase é do primeiro-ministro e foi proferida esta quinta-feira enquanto anunciava a compra de 6,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Este número não abrange toda a população do país, mas sim cerca de dois terços. Será isto suficiente para atingir a imunidade de grupo? As estimativas dos cientistas variam.

Apesar da dimensão da compra, a primeira fatia a chegar será de 690 mil doses, que devem começar a ser distribuídas a partir de dezembro. Ainda não é certo como serão distribuídas, mas António Costa explicou que tal terá “como referência a estratégia nacional e correspondentes populações-alvo a definir pela Direção-Geral da Saúde”.

A vacinação será “progressiva, universal e gratuita” para a população portuguesa assegurar esta imunização, acrescentou o primeiro-ministro. Se olharmos para o bolo inteiro, as 6,9 milhões de doses, não chegará para todos os portugueses. A população de Portugal é de 10,28 milhões, segundo as últimas estimativas compiladas da Pordata. Desta forma, as doses são suficientes para vacinar pouco mais de dois terços da população residente em território nacional (cerca de 67%).

Ora, a vacinação em massa da população é uma das formas de atingir imunidade de grupo contra uma doença. Mas a percentagem da população que tem de ter anticorpos contra a doença para chegar a este nível varia consoante o vírus e vários outros fatores, nomeadamente a forma de transmissão.

Para a Covid-19, os cálculos oscilam aproximadamente entre os 50% e 83% da população, sendo que a maioria dos cientistas estima que pelo menos 70% da população deve ter anticorpos para prevenir um surto. A encomenda de vacinas que Portugal espera está assim dentro dos moldes para o qual se espera atingir imunidade.

Atualmente, Portugal ainda está longe da imunidade de grupo, já que apenas 2,9% da população tem anticorpos contra o novo coronavírus, de acordo com o primeiro Inquérito Serológico Nacional à Covid-19, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, conhecido no final do mês passado.

Esta aquisição foi feita através da Comissão Europeia, que definiu um modelo “que atribui a cada um dos Estados-Membros o direito de aquisição de uma quantidade determinada de vacinas contra a doença Covid-19″, segundo indica o comunicado do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

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Desfeita a parceria com a Sonae, posição de Isabel dos Santos na Nos continua arrestada

A Sonae deixa de ser parceira de negócios de Isabel dos Santos na Zopt, que era a maior acionista da Nos. Cada um fica com 26% do capital da telecom, mas a posição da angolana está arrestada.

Isabel dos Santos e a Sonae vão desfazer a parceria que tinham na Nos, mas a empresária ainda não ficar com a sua parte. A Zopt — que foi criada em 2012 para juntar os interesses nas telecomunicações e controlada em partes iguais pelos dois — acaba e o grupo de retalho português fica como maior acionista. Mesmo que queira comprar a participação da empresária angolana, não o poderá, para já, fazer dado que esta continua arrestada pela justiça.

A pedido de Angola, o juiz Carlos Alexandre ordenou em março o arresto da participação de Isabel dos Santos em várias empresas portuguesas, nomeadamente no Eurobic, na Efacec e na Nos. O problema é que no caso da telecom, o Tribunal Central de Instrução Criminal congelou a participação da Zopt na Nos (52% do capital), em vez de ordenar o arresto dos 50% que Isabel dos Santos tem da Zopt.

A Sonae — através da Sonaecom — contestou a decisão e o tribunal acabou por recuar. “No passado dia 12 de junho de 2020, foi a ZOPT notificada do despacho proferido pelo Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, que a autoriza a exercer o direito de voto correspondente aos 26,075% do capital social da Nos preventivamente arrestados à ordem do referido Tribunal”, anunciava posteriormente a empresa.

Assim, foram desbloqueados os direitos de voto imputados à Sonae, bem como a possibilidade de receber dividendos, mas não os direitos de Isabel dos Santos, que continuam arrestados pela justiça. Segundo apurou o ECO, a dissolução da Zopt não traz qualquer alteração a esta situação.

A empresa liderada por Cláudia Azevedo comunicou esta quarta-feira ao mercado ter chegado a acordo com Isabel dos Santos para desfazer a parceria na Nos, na sequência do caso Luanda Leaks. Minutos depois, anunciou ainda a aquisição da posição de 7,38% do BPI na operadora portuguesa, passando a deter uma “participação de controlo” de 33,45% que lhe permite assegurar a estabilidade acionista na Nos.

A preço de mercado, terá investido cerca de 137 milhões de euros para comprar a posição ao banco. Com este reforço, “à data da concretização da dissolução da Zopt, como anunciado ao mercado pela Sonaecom, à Sonae continuará a ser imputada uma participação de controlo na Nos representativa de 33,45%”, segundo esclareceu a Sonae.

Questionada pelo ECO sobre uma eventual aquisição da posição de Isabel dos Santos, a Sonae não respondeu. No entanto, esta aquisição permite-lhe manter-se como maior acionista, enquanto os fundos MFS e Norges Bank detêm cerca de 2% cada. Por outro lado, como era imputada uma posição maior à Zopt do que aquela que ficará agora nas mãos da Sonae, a empresa não fica obrigada a lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Nos.

“A participação da Sonae diminuirá de 59,52% para 33,45%, mantendo esta entidade uma posição de controlo sobre a Nos, correspondente a participação acima de um terço dos respetivos direitos de voto. Como tal, não se perspetiva que a Sonae venha a ultrapassar alguma das fasquias que originaria a constituição do dever, antes diminuindo o poder de influência para posição ligeiramente acima de um terço dos direitos de voto”, explicou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ao ECO.

Já Isabel dos Santos continua a braços com o arresto de contas bancárias e participações no seguimento do caso Luanda Leaks, que expôs os esquemas financeiros da empresária que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano utilizando paraísos fiscais.

Além da separação da Sonae na Nos, Isabel dos Santos está a tentar vender a participação que tem no Eurobic. A posição na Efacec está a ser comprada pelo Estado, após a decisão do Governo de nacionalizar a empresa. Assim, a maior incógnita prende-se com a Galp Energia.

Isabel dos Santos controla 40% da Esperaza, em parceria com a Sonangol, que detém 60%. A Esperaza é acionista da holding Amorim Energia, com 45%, sendo que os restantes 55% pertencem à família Amorim. Esta holding detém 33,44% do capital da Galp. Contas feitas, é atribuída à empresária uma “fatia” de 6% na petrolífera portuguesa.

(Notícia atualizada às 12h00 com resposta da CMVM)

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Mais de um terço dos novos desempregados são do setor do imobiliário

Em fevereiro, havia 70 mil desempregados ligados ao imobiliário. Cinco meses depois, o universo passou para 105 mil. E esse aumento representa mais de um terço da subida total dos novos desempregados.

A pandemia de coronavírus está a fazer tremer o mercado de trabalho nacional. Desde fevereiro, o universo de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aumentou em 92 mil, estando mais de um terço desses indivíduos ligados às atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio. Ainda que seja o turismo a registar a subida homóloga mais pronunciada, é este setor onde se encontra a maior fatia do total de novos desempregados.

Em julho, o número de desempregados inscritos nos serviços de emprego fixou-se nos 407.302 indivíduos, mais 0,2% do que em junho e mais 37% do que no mesmo mês do ano passado. Em comparação com fevereiro — mês anterior à chegada da pandemia de coronavírus a Portugal — verificou-se um aumento de 29%, ou seja, 91.740 portugueses perderam o emprego e inscreveram-se nos centros do IEFP, só nos últimos cinco meses.

Deste aumento de quase 92 mil desempregados, mais de um terço (34.872) estavam ligados ao setor das atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio. Os dados de julho revelam também que quase 30% dos desempregados que estão atualmente inscritos em julho no IEFP estão ligados a esse setor.

Portanto, apesar de ser o setor do alojamento, restauração e similares a registar o aumento homólogo (96,7%) mais significativo do número de desempregados, é no setor do imobiliário, atividades administrativas e serviços de apoio que se concentra atualmente a maior fatia de indivíduos inscritos nos centros de emprego (105.149).

Maior fatia dos desempregados está ligada ao turismo

Fonte: IEFP

Em sentido inverso, é no o setor da eletricidade, gás e água, saneamento, resíduos e despoluição que se encontra atualmente o menor número de desempregados inscritos no IEFP: 1.253 indivíduos ou 0,4% do universo total registado em julho.

Turismo com 13 mil novos desempregados desde início da pandemia

Entre fevereiro e julho, o setor do alojamento, restauração e similares viu crescer em quase 13 mil o número de desempregados inscritos no IEFP, isto é, de 29.220 indivíduos em fevereiro passou para um total de 42.137.

Apesar de em termos homólogos continuar com quebras significativas, este setor verificou, em julho, um decréscimo (-3,5%) dos desempregados, na variação em cadeia. Há hoje, portanto, menos 1.530 desempregados nos centros de emprego do que em junho.

Na quarta-feira, António Costa propôs que os milhares de profissionais do setor do turismo que perderam o emprego sejam convertidos em profissionais do setor social. “Muitas das milhares de pessoas que estão neste momento a perder o emprego no turismo são pessoas que já têm uma formação de base e uma experiência de cuidado pessoal e relacionamento pessoal que são um recurso fundamental para, com formação naturalmente, serem facilmente convertidas para continuar a trabalhar com pessoas agora nas instituições [do setor social]”, disse o primeiro-ministro.

Em reação, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) já disse que essa proposta seria inaceitável. “Se o Governo dá por perdida a retoma da atividade turística e os milhares de empregos associados ao setor que tem sido o motor da economia nacional, nós não o faremos. A nossa solução será sempre a de recuperar as empresas do turismo e não desistir delas”, sublinhou Francisco Calheiros, líder da CTP.

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Alemanha vai precisar de financiamento para travar défice em 2021

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

“Travão da dívida” proíbe o Governo de pedir emprestado mais de 0,35% do seu PIB, mas pode ser ultrapassado em circunstâncias especiais como a da Covid-19.

O Governo alemão terá de recorrer, novamente, a empréstimos em 2021 para financiar o défice orçamental previsto devido ao impacto da pandemia de Covid-19, anunciou o ministro das Finanças.

“Seremos forçados a pedir, no próximo ano, uma exceção à regra sobre a limitação da dívida” pública da Alemanha para “usar meios consideráveis para proteger a saúde dos cidadãos e estabilizar a economia”, afirmou Olaf Scholz ao grupo de imprensa regional Funke.

Esta regra, conhecida como “travão da dívida”, proíbe o Governo de pedir emprestado mais de 0,35% do seu produto interno bruto (PIB).

Porém, em circunstâncias especiais, o Governo pode pedir autorização para ultrapassar este limite, tal como aconteceu na primavera passada.

Questionado sobre a possibilidade de o país ter de recorrer a um novo empréstimo no ano seguinte, Scholz notou que tudo dependerá da evolução da pandemia e, consequentemente, do seu impacto económico.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 787.918 mortos e infetou mais de 22,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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Britânicos com via verde no mês que mais visitam Portugal

Se nada mudar, os turistas britânicos têm "luz verde" do Governo para fazerem férias em Portugal, sem quarentena obrigatória no regresso, em setembro, o mês em que mais visitam o país.

O levantamento da quarentena obrigatória para os turistas britânicos que venham a Portugal chega mesmo a tempo do mês em que estes mais visitam o território nacional: setembro. É esta a altura preferida dos viajantes vindos do Reino Unido, segundo mostram os dados mensais do Instituto Nacional de Estatística (INE), desde 2013, relativamente aos hóspedes que ficam na hotelaria.

Desde o início do desconfinamento na Europa que o Governo português esperava para ser incluído na lista dos corredores aéreos. A inclusão é especialmente importante para o setor turístico do Algarve, que é o destino português preferido dos britânicos. Cerca de dois meses depois, o Governo britânico decidiu que “agora” a situação epidemiológica em Portugal permite a integração do país nessa lista.

Assim, os turistas que regressarem ao Reino Unido com origem em Portugal a partir das 16h de sábado não serão obrigados a fazer um isolamento de 14 dias. Apesar de a mudança chegar já na reta final do verão, a notícia positiva é que ainda vem a tempo da altura em que mais britânicos costumam eleger Portugal como destino turístico.

Segundo os dados do INE, nos últimos sete anos, o mês de setembro foi o eleito por mais turistas britânicos para vir a Portugal, superando entre 2013 e 2019 os meses mais quentes do verão como agosto e julho (como mostra o gráfico). Em setembro de 2019, por exemplo, vieram 262.960 hóspedes britânicos para território nacional, acima dos 257.064 de junho, 233.307 de julho e 228.903 de agosto.

Setembro é o mês em que mais turistas britânicos fazem férias em Portugal

Número de hóspedes não residentes nos estabelecimentos de alojamento turístico, por país de residência (Reino Unido), a cada mês. Fonte: Instituto Nacional de Estatística.

Além de setembro, se o levantamento da restrição continuar nas próximas semanas, também outubro poderá beneficiar desta decisão uma vez que este é outro dos meses em que mais britânicos viajam para Portugal: foram 231.552 em 2019, mais do que em agosto, por exemplo. Ressalve-se que esta conclusão é retirada com base nos números do INE relativos aos hóspedes britânicos que ficam em estabelecimentos de alojamento turístico, não representando o total de turistas britânicos que chegam a Portugal.

Além disso, há outro fator que poderá ajudar o turismo nacional: como relembrou o Ministério dos Negócios Estrangeiros em reação à decisão do Reino Unido, o “levantamento desta restrição é útil” sobretudo para “os mais de 300 mil de portugueses no Reino Unido e os mais de 30 mil britânicos residentes em Portugal”, prevendo que estes possam viajar após terem estado impossibilitados de o fazer durante vários meses.

Contudo, apesar desta boa notícia para o turismo em Portugal, o impacto que a crise pandémica — e em particular a decisão do Reino Unido de excluir Portugal dos corredores aéreos — já teve no setor é enorme. Segundo os dados do turismo em 2019, o Reino Unido é o principal emissor de dormidas e o segundo maior em número de hóspedes, apenas superado por Espanha. Olhando novamente para o número de hóspedes, chegaram apenas 746 turistas britânicos em abril, 1.313 em maio e 5.991 em junho. Há um ano tinham sido 192.173, 250.900 e 257.064, respetivamente. Os números de julho e agosto serão conhecidos nos próximos meses.

Em reação à decisão, Elidérico Viegas, presidente da Associação de Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA) considerou que são “boas notícias”, em declarações à Lusa. No entanto, “a medida peca apenas por tardia e lamentamos que a situação do levantamento destas restrições não tenha sido efetuada no início do mês de junho de modo a evitar um impacto tão negativo. Em julho, Elidérico Viegas tinha a expectativa que, no caso de haver uma reversão à decisão, como veio a acontecer, a procura britânica fosse melhorar a partir de setembro, quando o golfe entra na época alta no Algarve.

Governo britânico avisa que lista pode “mudar rapidamente”

Quando anunciou o levantamento da quarentena obrigatória, o secretário de Estado dos Transportes britânico confirmou que “os dados mostram que podemos agora acrescentar Portugal à lista de países incluídos nos corredores aéreos”, mas avisou logo de seguida que os britânicos devem estar cientes de que a situação pode “mudar rapidamente”. Ou seja, tal como aconteceu com outros países, Portugal pode vir a sair da lista caso haja um aumento significativo de casos.

Esta é, portanto, uma situação de elevada incerteza que poderá afetar a capacidade de recuperação do mercado britânico no turismo nacional. Grant Shapps foi mais longe ao recomendar aos britânicos que “apenas” viagem se estiverem confortáveis em cumprir uma quarentena de 14 dias, de forma “inesperada”. “Falo por experiência”, acrescentou, referindo-se à sua viagem a Espanha que o obrigou a cumprir essa mesma quarentena, após a retirada do país da lista por parte do Governo durante a sua estadia.

Shapps também revelou quais os fatores que levam a mudanças nos países, nomeadamente Portugal, incluídos na lista: a prevalência estimada do vírus no país; o nível e a taxa de crescimento dos casos positivos confirmados; o nível de testes do país; “até que ponto é que os casos podem ser atribuídos a um surto contido por oposição a uma transmissão mais geral na comunidade”; as medidas do Governo; e outra informação epidemiológica que seja relevante. Caso a avaliação da situação epidemiológica portuguesa volte a ser negativa, o país poderá no futuro voltar à “lista negra”.

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Crise pode levar 100 milhões de pessoas à pobreza extrema

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

Crise decorrente da pandemia de Covid-19 veio agravar a situação com, por exemplo, a supressão de empregos e as dificuldades de abastecimento.

O presidente do Banco Mundial, David Malpass, estimou que a crise gerada pela covid-19 pode levar até 100 milhões de pessoas à pobreza extrema em todo o mundo e apelou aos credores para reduzirem a dívida dos países pobres.

Em entrevista à Agência France-Presse (AFP), o responsável do Banco Mundial disse que entre 70 e 100 milhões de pessoas podem entrar em “pobreza extrema”, número que “pode aumentar” se a pandemia piorar ou durar muito tempo.

Por isso, é “imperativo” que os credores reduzam a dívida dos países pobres”, defendeu Malpass.

Os países do G20, grupo que inclui os ministros das Finanças e os responsáveis dos bancos centrais das maiores economias do mundo, decidiram, em abril, suspender o pagamento da dívida dos países mais pobres até ao final de 2020.

O Banco Mundial, à semelhança de várias organizações não-governamentais (ONG), defende a prorrogação desta moratória até 2021, possibilidade que deverá ser votada pelo G20 em outubro.

Para David Malpass, esta não é uma ajuda suficiente, uma vez que os países em causa vão continuar a ter dificuldade em liquidar os pagamentos.

O responsável do Banco Mundial sublinhou ainda que a redução da dívida deve depender da situação de cada país.

Em 2015, esta instituição estimava que 734 milhões de pessoas já viviam em pobreza extrema, ou seja, cerca de 10% da população mundial.

Porém, a crise decorrente da pandemia de Covid-19 veio agravar esta situação com, por exemplo, a supressão de empregos e as dificuldades de abastecimento.

“Tudo isto contribui para atirar as pessoas para [uma situação] de pobreza extrema”, notou Malpass.

A pandemia de Covid-19 já provocou pelo menos 787.918 mortos e infetou mais de 22,4 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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