Estados Unidos passam a barreira dos 100 mil infetados com coronavírus

  • Lusa
  • 28 Março 2020

O número de infetados com coronavírus nos Estados Unidos já é superior a 100 mil, numa altura em que o país é que tem um maior número de pessoas com a doença.

Os Estados Unidos ultrapassaram a barreira das 100 mil pessoas infetadas com o novo coronavírus, segundo a contagem desta sexta-feira publicada pela Universidade Johns Hopkins.

Esta quinta-feira, os Estados Unidos, onde a pandemia está a progredir de forma muito rápida, tinha-se tornado o país com mais casos de infeção do mundo, ultrapassando a Itália e a China, atualmente com 86.498 e 81.340 infetados, respetivamente. Sem precisar a quantidade exata de pessoas infetadas, esta universidade adianta que, em território norte-americano, o número de mortos ligado ao coronavírus eleva-se para 1.544.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou na terça-feira, com 330 milhões de habitantes, os Estados Unidos podem, a curto prazo, ultrapassar a Europa no número de infetados e tornarem-se o epicentro da pandemia.

Na quarta-feira, o Governador do Estado de Nova Iorque manifestou a sua preocupação com a incapacidade do sistema de saúde dar resposta ao pico da crise de pandemia, dizendo que poderão vir a ser precisas 140 mil camas médicas, quando apenas existem 53 mil.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou cerca de 572 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 26.500. Dos casos de infeção, pelo menos 124.400 são considerados curados.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a OMS a declarar uma situação de pandemia. O continente europeu, com mais de 318 mil infetados e mais de 18 mil mortos, é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 9.134 mortos em 86.498 casos registados até quinta-feira.

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Avião com material médico e de proteção proveniente da China voltou sem reagentes e ventiladores

  • Lusa
  • 28 Março 2020

Das 35 toneladas de material médico e de proteção ao coronavírus que estavam previstas chegar da China, apenas vieram 24, ficando a faltar reagentes para testes e ventiladores.

O avião da Hi Fly que aterrou esta sexta-feira em Lisboa com material médico para ajudar Portugal a mitigar a pandemia de coronavírus chegou apenas com 24 das 35 toneladas previstas, faltando os reagentes para testes e os ventiladores.

Fonte da transportadora disse à Lusa que o carregamento de reagentes para os testes à doença provocada pelo SARS-CoV-2 e ventiladores ainda não estava pronto para ser enviado e, por isso, a aeronave apenas voltou com 24 das 35 toneladas previstas. A mesma fonte acrescentou que está agendada uma segunda viagem na próxima quinta-feira, 2 de abril, para ir buscar o material em falta.

O Airbus A340 da Hi Fly aterrou esta sexta-feira no aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, pelas 20h10, constatou a Lusa no local. A bordo da aeronave vieram materiais para ajudar o país a combater a propagação da Covid-19, como por exemplo luvas, máscaras e fatos de proteção. Inicialmente, a companhia aérea anunciou que previa transportar os reagentes para os testes e os ventiladores, o que não se veio a concretizar.

O avião da Hi Fly partiu de Lisboa na quinta-feira com destino a Xangai, na China, e regressou ao início da noite de hoje. O Airbus A340 tinha numa fase inicial previsto fazer esta viagem na última sexta-feira, mas, segundo fonte da companhia, questões relacionadas com autorizações das autoridades chinesas e logísticas, dado que o material teria de estar todo no mesmo local para ser carregado para o avião, atrasaram a viagem.

O voo, que foi fretado pela Mirpuri Foundation — fundação ligada à família proprietária da Hi Fly –, conta ainda com o apoio de diversas entidades públicas e privadas. A Fundação fez ainda um donativo adicional de 100.000 euros para viabilizar esta operação.

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Com mais de três mil infetados, Brasil proíbe entrada de todos estrangeiros no país por via aérea

  • Lusa
  • 28 Março 2020

O Governo de Jair Bolsonaro proibiu a entrada de estrangeiros de todas as nacionalidades por via aérea no Brasil. Isto numa altura em que o número de infetados ultrapassa os três mil.

O Governo brasileiro proibiu, a partir de esta sexta-feira, e por 30 dias, a entrada no país de todos os cidadãos estrangeiros por via aérea, de forma a travar a expansão do coronavírus em escala global.

A medida, que não impõe restrições ao tráfego de carga nos aeroportos, foi emitida após a Covid-19 ter chegado às 27 unidades federativas do Brasil (26 estados mais o Distrito Federal), país com 210 milhões de habitantes e que, até ao momento, registou 92 mortes e 3.417 infetados.

Assinada pelos Ministérios da Casa Civil, Justiça, Infraestrutura e Saúde, a resolução deixa claro que a restrição entrará em vigor a partir de hoje, e impedirá a “entrada” por via aérea “de estrangeiros de todas as nacionalidades”. Até agora, essa proibição aplicava-se apenas a cidadãos da União Europeia e de alguns países asiáticos, mas, de acordo com o ministro da Justiça, Sergio Moro, foi decidido estender a sua abrangência devido à disseminação do coronavírus em todo o mundo.

Mas há exceções. A restrição de entrada não se aplica a cidadãos brasileiros; estrangeiros com parentes diretos brasileiros; imigrantes com residência de caráter definitivo; estrangeiros em missões diplomáticas ou a serviço de organizações internacionais; estrangeiros com entrada autorizada pelo governo brasileiro ou portadores de Registo Nacional Migratório.

Também não se aplica a passageiros que façam escala no país, desde que não saiam da área internacional do aeroporto. A medida complementa outras emitidas nos últimos dias, que também restringiram a entrada de estrangeiros nas fronteiras terrestres, semelhantes às já adotadas por todos os países vizinhos do Brasil.

Justiça anula decreto de Bolsonaro que autorizava cultos religiosos

Um tribunal do Rio de Janeiro suspendeu um decreto do Presidente brasileiro, que definiu igrejas e “casas lotéricas”, para apostas e pagamento de faturas como “serviços essenciais” durante a quarentena devido à pandemia da Covid-19. A decisão foi tomada esta sexta-feira por um tribunal da cidade de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, mas é de caráter nacional por se tratar de tribunal federal e responder a uma ação movida pelo Ministério Público.

Na decisão, o juiz Márcio Santoro Rocha indicou ser “nítido que o decreto coloca em risco a eficácia das medidas de isolamento e achatamento da curva de casos de coronavírus”. “O acesso a igrejas, templos religiosos e lotéricas estimula a aglomeração e circulação de pessoas”, acrescentou.

O magistrado defendeu que o Governo deve evitar emitir outras medidas que possam contrariar métodos de prevenção, incluindo quarentenas, adotadas por alguns estados e municípios do país para enfrentar a pandemia. Bolsonaro criticou as medidas de isolamento social, adotadas a nível estadual e municipal, frisando que, embora seja necessário cuidar da saúde da população, também se deve prevenir o duro efeito económico.

Na quarta-feira passada, o Presidente brasileiro decretou a reabertura imediata de todas as casas de apostas, que operam sob tutela federal. No dia seguinte, a medida foi alargada a igrejas de todas as religiões. Bolsonaro, que por várias vezes classificou a Covid-19 de “gripezinha” e “histeria”, considerou as atividades religiosas e casas de apostas como “serviços essenciais”. De acordo com a imprensa local, o Governo anunciou já que vai recorrer da decisão da justiça brasileira.

Brasil regista 92 mortos e ultrapassa três mil infetados

O Brasil ultrapassou esta sexta-feira os três mil infetados pelo novo coronavírus, registando 3.417 casos positivos e 92 mortos, sendo que 85% das vítimas mortais apresentava pelo menos um fator de risco, informou o Ministério da Saúde do país. Houve um aumento de 502 infetados nas últimas 24 horas, o maior número diário desde o surgimento do vírus no país, há um mês, sendo que a taxa de mortalidade da Covid-19 está nos 2,7%.

Segundo o executivo brasileiro, nove das 27 unidades federativas do país (26 estados mais o Distrito Federal) registaram óbitos devido à Covid-19: Amazonas, Ceará, Pernambuco, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiás, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Dessa forma, todas as regiões do Brasil — norte, nordeste, sudeste, centro-oeste e sul — têm mortes confirmadas pelo novo coronavírus.

São Paulo continua a ser o estado brasileiro mais afetado pela Covid-19, contabilizando 68 mortos e 1.223 infetados. Segue-se o Rio de Janeiro com 10 óbitos e 493 infetados. Assim, o sudeste brasileiro, que engloba São Paulo e Rio de Janeiro, é a região com o maior número de infetados, totalizando 1.952 casos confirmados do vírus. No lado oposto está a região norte do país, com 145 casos de infeção.

As medidas económicas do executivo brasileiro, liderado pelo Presidente Jair Bolsonaro, para fazer face à pandemia do novo coronavírus totalizam 700 mil milhões de reais (122,8 mil milhões de euros), anunciou o ministro da Economia, Paulo Guedes. “Nos próximos três ou quatro meses, esses 700 mil milhões de reais vão entrar na economia brasileira para nos proteger desse choque da saúde que se está a abater sobre o povo brasileiro”, disse, num vídeo partilhado na rede social Twitter.

Segundo Guedes, esse valor já engloba as medidas anunciadas pelo Governos nas últimas semanas, assim como as que ainda serão publicadas dentro do pacote económico para enfrentar a pandemia.

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Com mais tempo em casa, procura por livros online aumenta. Há títulos que se destacam

O Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago, e A Peste, de Albert Camus, têm tido uma procura superior ao normal, nesta altura em que se vive uma pandemia.

Devido à pandemia de Covid-19, grande parte dos portugueses está em teletrabalho, e passa mais tempo por casa. Multiplicam-se as sugestões sobre o que fazer durante este tempo, e a leitura é uma delas. As pessoas começam a procurar livros para ocupar o tempo em casa, maioritariamente online. E algumas escolhas destacam-se, nestes tempos diferentes do habitual.

Os primeiros casos em Portugal foram anunciados no início do mês de março, e à medida que a situação foi evoluindo começaram a aparecer recomendações para não sair. “Assim que se registaram os primeiros apelos aos portugueses para ficarem em casa, começamos a registar um aumento da procura do nosso catálogo e das nossas ofertas em livros”, aponta Pedro Falé, diretor comercial Fnac, ao ECO.

A cadeia de lojas aponta mesmo que as vendas “quase que triplicaram em algumas categorias de livros”. A procura “deu-se mais no online“, nomeadamente visto que a Fnac “encerrou grande parte das suas 33 lojas assim que a situação se agravou e o Governo decretou o estado de emergência”.

O estado de emergência foi decretado a 18 de março e as medidas definidas pelo Governo entraram em vigor no último domingo. Entre elas incluem-se restrições às saídas de casa bem como para atividades económicas que envolvam o atendimento ao público em estabelecimentos comerciais.

Já para a Porto Editora, estes “primeiros tempos de isolamento e resguardo” levaram a uma queda nas vendas, indica fonte oficial ao ECO. “Ainda assim, há que salientar que dois títulos têm tido uma procura excecional: Ensaio sobre a Cegueira, de José Saramago, e A Peste, de Albert Camus”, acrescenta. Livros estes cujas histórias abordam temas semelhantes à situação que se vive atualmente.

A editora, que engloba marcas como a Areal e a Bertrand, aponta, no entanto, que “a expectativa é que, perante as circunstâncias do fecho dos espaços físicos – o que é deveras preocupante, em especial ao nível do pequeno retalho –, as pessoas comecem a usar os canais online, até porque há livrarias virtuais a funcionar muito bem”.

Esta é também a expectativa da Leya. Fonte oficial do grupo aponta, ao ECO, que “por enquanto ainda é muito cedo para avaliar” o impacto do isolamento nas vendas. “Mas a expectativa é que a venda de livros online tenha um aumento considerável e é para isso que a Leya está a trabalhar”, refere.

O grupo editorial diz que “as novidades previstas para o final de março e abril serão publicadas quando o mercado normalizar”. No entanto, continuam a “trabalhar nas novidades já publicadas e a colocar a tónica na livraria online, onde todos estes livros estão disponíveis em formato físico e ebook“.

Nesta altura vão surgindo também várias campanhas para incentivar a leitura. O Clube do Autor decidiu selecionar cinco romances para enviar, em formato digital e de forma completamente gratuita, a quem os solicitar. Desde o lançamento desta oferta, na semana passada, já receberam mais de 500 pedidos, adiantou a editora, em comunicado.

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CBRE organiza “flash calls com especialistas e convida clientes a participar”

A CBRE acredita que foi "rápida e eficaz" a lidar com o surto de coronavírus, pondo a trabalhar remotamente mais de cem trabalhadores. Mesmo em casa, há que manter o mercado imobiliário vivo.

O diretor-geral da CBRE Portugal está entre regime de teletrabalho, mas isso não o impede de gerir a empresa e assegurar que o mercado imobiliário não pára. Francisco Horta e Costa é um dos muitos portugueses que estão a trabalhar em casa e a fazer horas extras para produzir conteúdos que serão partilhados com investidores imobiliários É um dos muitos entrevistados na nova rubrica diária do ECO chamada Gestores em teletrabalho.

No dia 12 de março, os escritórios da CBRE Portugal, em Lisboa, já estavam vazios. A direção decidiu pôr a trabalhar remotamente os 120 colaboradores, e ninguém foi exceção. Nem o próprio diretor-geral. “Estou sim a trabalhar a partir de casa, bem como a minha equipa”, diz ao ECO Francisco Horta e Costa, afirmando que, para a consultora imobiliária, o teletrabalho é uma “novidade”. “Contrariamente a algumas empresas que já tinham programas de remote work implementados, para a CBRE ainda estava em fase de estudo. O atual contexto veio obrigar-nos a experimentar mas, sobretudo, a adaptarmo-nos, com sucesso e em tempo recorde, a esta nova realidade“, afirma.

Francisco Horta e Costa passa o dia “fechado numa divisão” da própria casa, “ao telefone com pessoas” da sua equipa, “em conference calls ou videoconferências”. Para assegurar que o teletrabalho é bem-sucedido, o managing director da CBRE refere que é importante “garantir que temos a tecnologia certa, quer em termos de hardware, quer em termos de software”. Só assim é possível permitir que “a equipa tenha ótimas condições para, a partir de casa, desempenhar as respetivas funções”.

Já na parte dos clientes — investidores imobiliários — a CBRE opta por inovar, numa altura em que o “cara-a-cara” não é possível. “Estamos a fazer um enorme trabalho de research e comunicação, no sentido de elaborar conteúdos relevantes e oportunos para partilhar com os nossos clientes. Quer seja através de flash calls com diversos experts, em que os clientes são convidados a participar e podem colocar questões, ou com o ajuste em tempo real do post plan para as redes sociais, partilhando artigos com informação ajustada ao momento atual”, explica o responsável. “Sobretudo queremos posicionar-nos como uma fonte de informação credível e relevante para o setor imobiliário nestes tempos de enorme incerteza”.

“Gosto de pensar que fomos rápidos e muito eficazes”

Outro aspeto fundamental ao ter os funcionários em teletrabalho é, “mais do que nunca”, “delegar com confiança”. “E isso apenas é possível quando a equipa de direção tem uma relação de enorme proximidade e cumplicidade com a restante equipa”, diz, detalhando que “cada equipa tem adotado diferentes métodos”, mas está bem definido que “o mais importante é garantir que as equipas não se sentem isoladas” e que “se mantém a qualidade de sempre na resposta” aos clientes. “Na realidade, ganha-se muita eficiência e pragmatismo a trabalhar desta forma, ainda que nada substitua o estar ‘cara-a-cara’ com as pessoas”, sublinha Francisco Horta e Costa.

Ao mesmo tempo que tem os colaboradores em teletrabalho, a CBRE tem o departamento de People a “monitorizar atividade a equipa e familiares para que, caso surja um diagnóstico positivo, rapidamente sejam identificadas as cadeias de transmissão dentro da empresas”, explica o responsável pela consultora ao ECO. Além disso, a CBRE tem distribuído máscaras e luvas para as pessoas que “têm de continuar a deslocar-se pontualmente”. O objetivo é o mesmo: “garantir as melhores condições de defesa de contágio”.

“Vamos ter uma recuperação rápida e acentuada”

Ao ECO, Francisco Horta e Costa confidencia que gostava de voltar à primeira semana em que apareceu o coronavírus, em que “todos vivíamos uma fase de wishful thinking”, e dizer que o surto não afetaria Portugal. “Mas não é assim”, diz. “Trabalhamos todos os segmentos de imobiliário (só não vendemos casas) e sabemos que, alguns deles, nomeadamente o turismo e o retalho, estão a ser fortemente afetados”. Quanto ao impacto nos restantes setores, o especialista diz que ainda é difícil prever, mas que “se trata, principalmente, de um adiar da tomada de decisão, transitando grande parte do volume de negócios expectável do primeiro semestre para a segunda metade do ano“.

Mas “na CBRE não estamos, de todo, pessimistas”, afirma. O managing director da consultora imobiliária acredita que esta pandemia terá “efeitos na economia” e que “certamente, algumas empresas encontrarão dificuldades”. Contudo, o pacote de medidas económicas anunciado pelo Governo, e outras medidas que virão a ser anunciadas, diminui as preocupações.

Quanto ao mercado imobiliário em específico, Francisco Horta e Costa antecipa o adiamento de contratos previstos, mas acredita que a confiança dos “grandes players do setor em Portugal e nas mais-valias do país não foi abalada”. “Acredito que esses investimentos previstos irão, mais cedo ou mais tarde, concretizar-se”, afirma. Isto porque, explica, o contexto atual “não foi provocado por uma bolha imobiliária ou falta de liquidez”, mas sim por “uma epidemia de saúde totalmente imprevisível”. “Acredito que estamos perante uma curva em “v”, significando que, a curto prazo, vamos sentir a nossa economia debilitada, mas teremos logo a seguir uma recuperação rápida e acentuada”.

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Draghi quer banca a emprestar a custo zero. Porque é que em Portugal se vai cobrar 3%?

Ex-presidente do BCE pede aos bancos para emprestarem dinheiro a custo zero às empresas. Em Portugal, vão ser cobradas taxas de 3% nas linhas de crédito anunciadas pelo Governo. Porquê?

Mario Draghi, antigo presidente do Banco Central Europeu (BCE), deixou esta quinta-feira um apelo aos bancos: “Emprestem dinheiro a custo zero a empresas preparadas para salvar empregos”.

É um pedido de quem liderou o supervisor da banca europeia nos últimos anos e de quem sabe melhor do que ninguém a crise que a Europa se prepara para enfrentar por causa da pandemia do coronavírus. “O custo das garantias não deve ter por base o risco de crédito da empresa, mas deve ser zero, independentemente do custo de financiamento do Governo que as emite”, reforçou o italiano num artigo de opinião publicado no Financial Times.

Apesar do tom sério de Draghi, este é um cenário praticamente impossível em Portugal. Se os empresários quiserem aceder às novas linhas de crédito de três mil milhões de euros que o Governo anunciou há uma semana vão ter de suportar encargos na ordem dos 3% quando forem aos bancos, de acordo com as condições protocoladas.

Em causa estão vários custos que as empresas portuguesas terão necessariamente de assumir: taxas de spread (a margem comercial dos bancos) entre 1% a 1,5%, acrescidas de uma comissão de gestão do processo de crédito de 0,5% e de uma taxa de 1% para a sociedade de garantia mútua.

“3% no momento em que estamos a viver é muito”, admitiu Miguel Maya, presidente do BCP, que fez questão de frisar que o banco cobrará apenas entre 1% e 1,5% aos seus clientes, enquanto 1% diz respeito à garantia.

Em declarações no programa “Negócios da Semana”, da SIC Notícias, adiantou que o BCP “vai fazer uma gestão equilibrada do preço”, tendo em conta “a complexidade do processo e o risco dos clientes”. Mas mais não pode fazer porque o banco também tem de suportar custos, como encargos regulatórios. “Quem é que paga os 47 milhões que o BCP paga ao fundo de resolução?”, lembrou Maya.

Além do risco do cliente, da dimensão do empréstimo e das garantias envolvidas, também custo de funding do banco entra nesta equação. O custo do funding corresponde ao valor que banco paga para se financiar no mercado com o dinheiro que vai depois emprestar aos clientes.

No caso do BCP, esse custo situou-se nos 0,26% em 2019. Ou seja, na prática, se o BCP cobrasse 0% pelos empréstimos como pede Draghi, o banco estaria já a perder dinheiro uma vez que o mercado lhe cobra 0,26%.

No Novo Banco, o custo de funding é mais elevado, na ordem dos 0,43%. “É a partir deste valor que se teria de colocar os 1,2% de custo operativo, o que já dá um custo superior a 1,5%, que é o que está em cima da mesa”, adiantou António Ramalho no mesmo programa.

O presidente do Novo Banco sublinhou que a exigência das autoridades europeias relativamente ao custo da garantia eleva bastante a taxa final. Ainda assim, garante que há agora “um conforto diferente face a 2011”, altura da crise financeira, em que os bancos financiaram as empresas a 8% e 9%, por não haver liquidez disponível no mercado.

Nesse sentido, o presidente do Novo Banco também não acredita que seja o fator preço a dissuadir os empresários de acederem às linhas de crédito, conseguindo assim manter as empresas abertas e protegendo os postos de trabalho.

“Não vão fechar as empresas, pelo contrário. Aquilo que vimos todos os dias nos empresários é uma vontade significativa de colaborarem. Também eles estão muito preocupados nestes tempos em que o volume de receitas desce de uma forma abissal”, disse.

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BCP diz que mantém spreads de clientes que não cumpram no crédito à habitação

  • Lusa
  • 27 Março 2020

O banco anunciou que "entre 1 de abril e 30 de junho, suspenderá o agravamento do spread dos contratos de crédito” a clientes que não consigam cumprir as condições face ao Covid-19.

O BCP divulgou esta sexta-feira medidas para empresas e famílias afetadas pela pandemia de covid-19 e indicou que não vai agravar spreads de clientes particulares que não consigam cumprir contratos de crédito à habitação.

Em comunicado divulgado esta sexta-feira, o banco indica que, “entre 1 de abril e 30 de junho, suspenderá o agravamento do spread dos contratos de crédito a clientes que não consigam cumprir as condições de bonificação dos contratos de crédito devido às consequências do surto de coronavírus.

A moratória do Governo, publicada esta sexta-feira, que permite a clientes não pagarem as prestações do crédito até setembro, impede que essa suspensão seja considerada um incumprimento do contrato pelo cliente.

Mas, é comum, por exemplo, os spreads (margem de lucro do banco) contratados dependerem da subscrição de produtos e serviços adicionais pelos clientes (cross selling), como cartão de crédito ou seguros, mantendo o banco aquele spread enquanto o cliente tiver outros produtos associados, pelo que poderá haver um agravamento do spread caso os clientes deixem de cumprir algumas condições de bonificação.

Ainda no comunicado divulgado, nas medidas para as empresas, o BCP indicou que reforçou crédito para tesouraria e liquidez imediata, com 500 milhões de euros para factoring (adiantamento de recebimentos) e confirming (execução de pagamentos).

O banco disponibiliza ainda linhas de crédito garantidas, financiamento para alongamento do pagamento de impostos (adiantando dinheiro de impostos às empresas), reforço de faturas sobre o setor público e adiantamento de pagamento do Estado, com o objetivo de “apoiar a economia, proteger o emprego e reforçar a sustentabilidade empresarial”, indicou em comunicado.

Entre outras medidas, os clientes que abram conta por telefone ou meios digitais podem aceder à conta-pacote por um euro por mês até final de setembro, com isenção de várias comissões, e há proteção de covid-19 em seguros de doença, invalidez e morte, desde que as pessoas não tenham viajado para países de risco ativo.

O Millennium BCP sabe bem o que é ser ajudado e a importância da ajuda. Sabemos que o nosso papel é decisivo para a economia portuguesa. Se os nossos clientes não estiverem bem, nós também não estaremos. Podem contar connosco”, disse o presidente do BCP, Miguel Maya, citado em comunicado.

Segundo o BCP, o conjunto de medidas para famílias e empresas tem um “valor total de 4,7 mil milhões de euros”.

Foi esta sexta-feira publicado em Diário da República o decreto-lei do Governo que permite moratórias de créditos à habitação e créditos de empresas, com suspensão dos pagamentos das prestações (juros e capital) até 30 de setembro.

Para as empresas há ainda linhas de crédito garantidas pelo Estado no valor total de 3.000 milhões de euros, para financiar necessidades de tesouraria e fundo de maneio de empresas, o que os bancos consideram insuficiente face ao que será necessário para sustentar a economia perante a grave crise provocada pela covid-19.

Na quinta-feira à noite, o BCP comunicou que vai propor na assembleia-geral de 20 de maio o cancelamento do pagamento de dividendos referentes a 2019, devido à incerteza associada à situação de pandemia, mas que vai manter a compensação salarial aos trabalhadores.

O BCP registou lucros de 302 milhões de euros em 2019, um aumento de 900 mil euros (0,3%) face aos 301,1 milhões de euros registados em 2018.

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BCE pede aos bancos para congelarem dividendos por causa do vírus

Supervisor liderado por Christine Lagarde pretende que os acionistas dos bancos também sejam chamados a participar no "esforço coletivo" de ajudar famílias e empresas durante a pandemia.

O Banco Central Europeu (BCE) disse aos bancos que não devem pagar dividendos aos acionistas pelo menos até 1 de outubro, isto para aumentar a sua capacidade de resposta à crise do coronavírus.

“O BCE atualizou sua recomendação aos bancos sobre distribuição de dividendos. Para aumentar a capacidade de absorver perdas e conceder empréstimos a famílias, pequenas empresas e corporações durante a pandemia de coronavírus, os bancos não devem pagar dividendos para os exercícios de 2019 e 2020 até pelo menos 1 de outubro de 2020“, anunciou esta sexta-feira o regulador europeu.

Os bancos também devem abster-se de recompras de ações destinadas a remunerar os acionistas, acrescentou.

Vários bancos já cancelaram ou reduziram dividendos que previam pagar. Por cá, o BCP anunciou esta quinta-feira que não vai remunerar os acionistas para reforçar os seus capitais, justificando a decisão com a recente crise provocada pelo surto do coronavírus no país. Em contrapartida, o banco vai compensar os trabalhadores com 5,3 milhões de euros pelos cortes salariais entre 2014 e 2017.

O BCE pede aos acionistas dos bancos que participem no “esforço coletivo” de apoiar a economia. “O capital conservado também pode ser usado para apoiar famílias, pequenas empresas”, assinala a entidade liderada por Christine Lagarde.

Esta nova recomendação não cancela retroativamente os dividendos já pagos por alguns bancos para o exercício de 2019, diz ainda o BCE.

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Navigator corta dividendos a metade. Vai pagar 13,94 cêntimos por ação

A administração já tinha anunciado que ia baixar dividendo, depois da redução do lucro em 2019. Vai pagar aos acionistas 0,1394 euros por ação. Navigator diz que ainda não teve impacto do Covid-19.

A Navigator vai pagar dividendos de 13,94 cêntimos por ação, metade da remuneração que pagou aos acionistas no ano passado.

De acordo com a proposta da administração, a papeleira pretende distribuir 99,14 milhões de euros de lucros pelos acionistas (Semapa detém 70% do capital), o que representa um payout de 59% face aos lucros de 168,3 milhões obtidos em 2019. Tendo em conta o preço de fecho desta sexta-feira, o dividendo apresenta uma taxa de retorno (dividend yield) de 6,7%

Caberá agora aos acionistas aprovar o dividendo na assembleia geral marcada para o dia 28 de maio, segundo a convocatória publicada esta sexta-feira na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A administração já tinha avisado que ia reduzir o nível de dividendos. “É uma decisão dos acionistas. Não é connosco, mas o nosso palpite é que os dividendos não serão mantidos neste nível nos próximos anos”, referiu o administrador Fernando Araújo em fevereiro, durante uma conferência com os analistas.

Na mesma ocasião, o gestor disse não a empresa não previa pagar mais do que os lucros que teve no ano passado. “Não podemos distribuir mais do que isso, a não ser que os acionistas entendam distribuir reservas como aconteceu este ano”, apontou.

Há um ano, a Navigator pagou um dividendo de 27,943 cêntimos (o regular de 23,71 cêntimos e a distribuição de reservas de 4,184 cêntimos”, totalizando os 200 milhões de euros.

Covid-19 sem impacto, para já

Desde que apresentou resultados, no dia 11 de fevereiro, muito mudou no cenário internacional e nacional com a disseminação do novo coronavírus em todo o mundo, o que afetou a atividade de muitas empresas.

A Navigator diz que “até ao momento, as operações têm decorrido com normalidade e sem qualquer disrupção no serviço aos clientes”. “Podemos também referir que, até ao momento, o grupo não detetou no seu volume de vendas de papel, pasta e tissue qualquer impacto que possa decorrer do Covid-19“, frisou ainda.

A papeleira diz que está a monitorizar continuamente a situação ao nível de toda a cadeia de fornecimento, desde o abastecimento de madeira, de matérias-primas e subsidiárias (incluindo as questões de logística), nos serviços técnicos e de apoio prestados por empresas estrangeiras e nos prestadores de serviço em regime de outsourcing, entre outros.

Apesar de ainda não ter sido afetada, a Navigator sublinha que “não tem visibilidade de impactos decorrentes do Covid-19 nas suas demonstrações financeiras e está a desenvolver uma avaliação de riscos para tentar aferir esses possíveis impactos, avaliação que ainda se encontra a em curso”.

“Estamos a trabalhar arduamente para minimizar os potenciais impactos desta pandemia na nossa atividade”, frisa.

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Wall Street cai mais de 3%. EUA somam 94 mil casos de Covid-19

Apesar de o Senado ter aprovado esta sexta-feira aquele que é considerado o maior pacote de estímulos da história dos EUA, as praças norte-americanas fecharam a sessão no "vermelho".

Após três dias de ganhos, as bolsas norte-americanas fecharam a semana em terreno negativo. Mesmo com a aprovação de um estímulo histórico de 2,2 biliões de dólares pelo Senado, o receio de os EUA se tornarem o epicentro do novo coronavírus e a ameaça de uma eventual recessão pesou no sentimento dos investidores.

O índice de referência S&P 500 recuou 3,4% para 2.540,08 pontos, enquanto o industrial Dow Jones desvalorizou quase 4%, depois de na sessão anterior ter registado o maior ganho diário desde a década de 30. Ao mesmo tempo, o tecnológico Nasdaq deslizou 3,8%.

Esta sexta-feira o congresso norte-americano aprovou um pacote de estímulos de 2,2 biliões de dólares — o mais elevado na história dos EUA –, por forma a mitigar o impacto do surto na maior economia do mundo, faltando apenas a assinatura de Donald Trump para ser implementado. Contudo, apesar de este ser considerado um pacote histórico, parece não dar confiança suficiente aos investidores, que continuam receosos face à ameaça de os EUA se tornarem no epicentro da epidemia e à perspetiva de uma eventual recessão.

Ainda não entendemos completamente o grau do impacto económico”, apontou Massud Ghaussy, analista da Nasdaq IR Intelligence, à Reuters, acrescentando, que, “é necessário encontrar um equilíbrio entre conter a propagação do vírus e reabrir a economia”.

Os números de novos casos do outro lado do Atlântico não param de aumentar e a OMS já veio alertar para essa possibilidade. Segundo o último balanço do site Word o Meter, há mais de 90 mil casos confirmados nos EUA e foram já declarados mais de 1.400 óbitos. Os EUA tornaram-se esta quinta-feira o país mais afetado pelo coronavírus em termos do número de infetados identificados, ultrapassando a China.

Além disso, e a associar-se a este sentimento negativo, está a volatilidade nos preços do petróleo, com as medidas globais de isolamento a causar um colapso sem precedentes na procura pela matéria-prima. Ainda esta sexta-feira, a Agência Internacional de Energia veio alertar que a procura mundial por petróleo está em queda livre, acrescentando que poderemos ver uma quebra na procura por petróleo de “até 20 milhões de barris por dia” por causa do coronavírus.

A pesar nas cotações de petróleo, está ainda o conflito Arábia Saudita e a Rússia, que se mantém ativo, com os sauditas a injetarem produção extra no mercado. Além disso, a Rússia pediu um novo acordo à OPEP+ para equilibrar os mercados petrolíferos. Nesse contexto, Brent de referência europeia desvalorizou para dólares por barril, enquanto o crude WTI, a negociar em Nova Iorque, perdeu 4,07% para 21,59 dólares.

Perante este cenário, as empresas do setor petrolífero estão a ser fortemente afetadas. A Exxon Mobil recuou mais de 5%, já os títulos Chevron deslizaram quase 10%.

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Governo diz que não vai tolerar viagens de fim de semana durante a Páscoa

  • ECO e Lusa
  • 27 Março 2020

O ministro da Administração Interna deu orientações às forças de segurança para intensificar a fiscalização rodoviária durante o fim de semana e o período da Páscoa, sobretudo em direção ao Algarve.

O Governo avisou esta sexta-feira os portugueses que não vai tolerar viagens de fim de semana até ao fim da Páscoa, tendo reforçado a fiscalização rodoviária em todo o país, com particular incidência nos acessos ao Algarve.

Uma vez que põem em causa a saúde dos próprios e a saúde dos portugueses, não serão toleradas as chamadas deslocações de fim de semana“, avisa o Ministério da Administração Interna em comunicado, apelando a todos os portugueses que fiquem em casa, “limitando as viagens ao estritamente necessário”.

O Ministério tutelado por Eduardo Cabrita recorda que “apenas serão autorizados a deslocar-se os cidadãos que o façam ao abrigo das exceções previstas no dever geral de recolhimento” no âmbito do estado de emergência decretado por causa da pandemia de covid-19.

O “dever geral de recolhimento” permite aos cidadãos em geral que saiam de casa para aquisição de bens e serviços, deslocação para atividades profissionais ou equiparadas, procura de trabalho ou resposta a oferta de trabalho e deslocações por motivos de saúde, designadamente obtenção de cuidados de saúde e transporte de pessoas a quem devam ser administrados tais cuidados ou dádiva de sangue;

Durante o estado de emergência, a população em geral pode também sair à rua para assistência de pessoas vulneráveis ou com deficiência, filhos, progenitores, idosos ou dependentes, para atividade física de curta duração (é proibido o exercício de atividade física coletiva) ou para passeio de animais de companhia e ações de voluntariado.

"O Ministro da Administração Interna deu esta sexta-feira orientações às Forças de Segurança para intensificarem a fiscalização rodoviária durante o fim de semana e ao longo do período da Páscoa, sobretudo em direção ao Algarve.”

Ministério da Administração Interna

Estão ainda previstas deslocações para acolhimento de emergência de vítimas de violência doméstica ou tráfico de seres humanos, de crianças e jovens em risco, entrega de bens essenciais a pessoas incapacitadas ou privadas de liberdade de circulação, participação em atos processuais junto das entidades judiciárias e deslocação a estações e postos de correio, agências bancárias e agências de corretores de seguros ou seguradoras.

Presidida por Eduardo Cabrita, a Estrutura de Monitorização do Estado de Emergência integra representantes das forças e serviços de segurança e secretários de Estado das áreas governativas da Economia, dos Negócios Estrangeiros, da Presidência do Conselho de Ministros, da Defesa Nacional, da Administração Pública, da Saúde, do Ambiente, das Infraestruturas e Habitação e da Agricultura.

Portugal, onde os primeiros casos confirmados da Covid-19 foram registados no dia 2 de março, encontra-se em estado de emergência até 2 de abril, cabendo às forças e serviços de segurança fiscalizar as medidas em vigor.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, surgir na China, em dezembro de 2019 e já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 25 mil. Em Portugal registam-se 76 mortes e 4.268 infeções confirmadas, segundo o último balanço da Direção-Geral da Saúde.

(Notícia atualizada às 19h50 com mais informação)

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Conheça as regras de pagamentos de impostos e Segurança Social. Empresas que não pagaram TSU em março têm de fazê-lo até terça-feira

  • Lusa e ECO
  • 27 Março 2020

Conheça os prazos para o pagamento prestacional das obrigações fiscais e da Segurança Social.

O prazo para o pagamento das contribuições de março terminava no dia 20, mas foi suspenso. O Governo já publicou, entretanto, um diploma que esclarece que este prazo para as contribuições e quotizações devidas este mês relativas a fevereiro “termina, excecionalmente, a 31 de março de 2020”, ou seja, na próxima terça-feira.

Em causa está o decreto-lei que agrupa um conjunto de respostas à pandemia de coronavírus: O adiamento de datas para pagamento e cumprimento de obrigações declarativas relacionadas com o IRC, bem como o diferimento e fracionamento das contribuições sociais, das entregas do IVA e das retenções na fonte do IRS e do IRC.

O Governo já tinha anunciado que iria tomar medidas para que as empresas possam fracionar em três ou seis meses o pagamento das contribuições sociais, do IVA e das retenções na fonte do IRS e IRC. E explica agora que as empresas que optem pelo pagamento fracionado em seis vezes das contribuições para a Segurança Social não vão ter de pagar juros de mora.

No caso das contribuições para a Segurança Social, o diploma publicado na quinta-feira abrange os pagamentos que devem ser efetuados entre março e maio de 2020, que podem assim ser reduzidos a um terço, havendo lugar ao diferimento de dois terços do valor remanescente para o segundo semestre de 2020. Tal valor pode, então, ser liquidado através de um plano prestacional de três ou seis meses.

Atenção: Quem adira a esta medida de flexibilização, pagando apenas um terço das contribuições terá duas opções: efetuar o pagamento do valor em dívida ao longo de três meses (de julho a setembro) ou realizar o pagamento em seis meses (de julho a dezembro). Em nenhum dos casos serão cobrados juros de mora.

A opção pelo regime de fracionamento em três ou seis meses deve ser indicado à Segurança Social pelas empresas em julho de 2020, com o decreto-lei a salvaguardar que a falha no pagamento das prestações “determina a imediata cessação dos benefícios concedidos”.

No caso dos trabalhadores independentes, o diferimento das contribuições devidas pelos trabalhadores independentes aplica-se aos meses de abril, maio e junho de 2020, sendo as possibilidades de fracionamento idênticas às das empresas.

Para as empresas que já pagaram as contribuições de março o diferimento aplica-se aos meses de abril, maio e junho.

O que muda no pagamento dos impostos?

Também o pagamento das retenções na fonte do IRS devidas a 20 de abril, 20 de maio e 20 de junho vai poder ser pago em prestações, com o diploma a determinar que a primeira destas prestações (equivalente a um terço do valor total) se vence na data prevista e as restantes nos meses seguintes. Também aqui é possível fracionar o pagamento em três ou seis prestações. As retenções na fonte do IRC beneficiam das mesmas condições.

Relativamente ao IVA é possível optar pelo pagamento fracionado em três ou seis meses, em moldes semelhantes aos previstos para as retenções na fonte. Assim, a primeira prestação vence-se na data habitual para o cumprimento desta obrigação fiscal e as restantes na mesma data, nos meses seguintes. Para quem esteja no regime mensal, por exemplo, isto significa que em 20 de abril pagará um terço do valor do IVA devido nessa data e que em 20 de maio pagará mais um terço do IVA de abril e um terço do de maio.

Quem é abrangido por estes planos prestacionais?

Podem beneficiar da flexibilização do pagamento das contribuições os trabalhadores independentes, todas as empresas até 50 trabalhadores e aquelas que têm entre 50 e 249 trabalhadores caso apresentem uma quebra superior a 20% à média da faturação nos meses de março, abril e maio de 2020 face à média do período homólogo.

São ainda abrangidas as empresas com mais de 250 trabalhadores, desde que atuem nos setores do turismo, da aviação civil ou daqueles que integram a lista dos que foram obrigados a encerrar, tal como determina o decreto de execução do estado de emergência, e que apresentem igualmente uma quebra superior a 20%.

A quebra será aferida pela faturação comunicada através do e-Fatura nos meses de março, abril e maio de 2020, face ao período homólogo do ano anterior ou, para quem tenha iniciado a atividade há menos de 12 meses, à média do período de atividade decorrido.

No caso das retenções na fonte e do IVA, podem beneficiar da medida as empresas e trabalhadores independentes com volume de negócios até 10 milhões de euros em 2018, bem os que tenham atividade nos setores encerrados durante o estado de emergência e todas as empresas e trabalhadores independentes que tenham iniciado ou reiniciado atividade em 2019.

São ainda abrangidas todos os que registem uma quebra superior a 20% da faturação face à média dos três meses anteriores ao mês da obrigação face ao período homólogo.

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