Geração Z quer valorização e mais desafios profissionais

Os jovens nascidos entre 1995 e 2012 procuram hoje mais desafios profissionais e empresas que tenham uma cultura de flexibilidade laboral e, principalmente, políticas de impacto social e humano.

O enriquecimento profissional e os novos desafios profissionais são as prioridades da Geração Z — que integra os jovens nascidos entre 1995 e 2012 –, revela um estudo da empresa de recrutamento Michael Page sobre esta geração em Portugal. Desta geração fazem parte os jovens que estão agora a terminar os estudos, na maior parte dos casos, ou integraram recentemente o mercado de trabalho. São críticos, curiosos e procuram empresas que lhes permitam ter um impacto positivo na sociedade e no mundo.

A maior parte dos inquiridos encontra-se atualmente numa situação de contrato permanente (21,8%) ou de contrato por tempo limitado (21,3%), sendo os restantes ainda estudantes ou em situação de desemprego.

Geração Z quer diversidade e estabilidade

Como atrair e reter estes jovens, que em muitos casos estão a terminar os estudos? O estudo revela que quase 60% dos inquiridos deposita a sua total confiança nos websites das empresas, sendo que os portais de emprego, como é exemplo o LinkedIn (49,6%), ou os contactos e referências, também são apontados como fontes seguras (48,5%).

“O facto de estarem sempre conectados e de terem sido habituados a aceder a qualquer tipo de informação numa questão de segundos, despertou a curiosidade e o sentido crítico da Geração Z, cada vez mais ávida por novos estímulos”, refere Álvaro Fernández, diretor-geral da Michael Page.

Entre três a quatro anos é o tempo ideal para trabalhar na mesma empresa, de acordo com 42,7% dos inquiridos, apesar de outros estudos apontarem que estes jovens são os menos interessados em trocar de empresa durante a sua carreira profissional.

Para a Geração Z, este período deve ser aproveitado para “enriquecer o seu CV em diferentes empresas e funções” e “enriquecer as suas competências” para conseguir alcançar “estabilidade”, refere a Michael Page. Ainda assim, mais de metade dos inquiridos afirma que o tempo máximo que permaneceria numa função que não é do seu agrado é entre seis meses e um ano.

A Geração Z é extremamente qualificada e representa uma enorme mais-valia para o mercado de trabalho, ainda que seja igualmente um desafio. As empresas devem ter presente que a sua cultura deve abranger problemáticas relacionadas com o impacto social e humano, inovação e flexibilidade laboral, caso contrário dificilmente conseguirão acompanhar e motivar o talento do futuro.

Álvaro Fernández

diretor-geral da Michael Page

Para reter este talento, deve estar atento aos desafios constantes, pois para 57% dos inquiridos a “estagnação do seu percurso profissional” é a principal razão para deixarem um emprego. Para quase metade, é o facto de não se identificarem com os valores da empresa, sendo que 53% apontam que o que considera mais importante numa empresa é a “capacidade de inovar e criar novos serviços e ideias”.

Para a Geração Z, o meio de comunicação preferencial é o email (86,1%), seguido pelo contacto pessoal (62,6%) e o telefone (61,9%).

Uma geração qualificada e que procura desafios

A maioria dos inquiridos é do sexo feminino (74,4%) e tem a licenciatura como grau de formação (42,5%), sendo que a segunda habilitação académica com mais respostas foi mestrado (30,2%). A experiência profissional situa-se entre um a dois anos e mais de metade tem um salário bruto anual abaixo dos 14.000 euros.

Para o futuro, a maioria ambiciona ter entre dois a cinco projetos relacionados com a sua área principal de especialização na carreira. “A Geração Z é extremamente qualificada e representa uma enorme mais-valia para o mercado de trabalho, ainda que seja igualmente um desafio. As empresas devem ter presente que a sua cultura deve abranger problemáticas relacionadas com o impacto social e humano, inovação e flexibilidade laboral, caso contrário dificilmente conseguirão acompanhar e motivar o talento do futuro”, sublinha Álvaro Fernández.

O facto de estarem sempre conectados e de terem sido habituados a aceder a qualquer tipo de informação numa questão de segundos, despertou a curiosidade e o sentido crítico da Geração Z, cada vez mais ávida por novos estímulos.

Álvaro Fernández

diretor-geral da Michael Page

Cerca de 31,8% dos inquiridos afirma que ambiciona ter um impacto positivo na sociedade, enquanto 25,2% quer viajar e conhecer o mundo. Os temas que mais preocupam esta geração são, por ordem, a desigualdade salarial, a distribuição de riqueza, as alterações climáticas e a corrupção em empresas ou no Governo.

O estudo reuniu 333 inquiridos entre os 20 e os 25 anos, em diferentes situações profissionais, sobre temas como a procura de emprego, perspetivas laborais e progressão da carreira, entre outros.

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Boris Johnson diz que britânicos “estão fartos” de falar do Brexit

  • Lusa
  • 17 Junho 2020

O primeiro-ministro do Reino Unido recusa pedir à União Europeia um prolongamento das negociações para um acordo bilateral.

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, argumentou esta quarta-feira que os britânicos “estão fartos” de falar sobre o Brexit para justificar a recusa em pedir à União Europeia (UE) um prolongamento das negociações para um acordo bilateral.

“Eu acho que as pessoas deste país estão sinceramente fartas de continuar a falar sobre o Brexit e o que querem é que seja concretizado. Nós executámo-lo (com a saída formal do bloco em 31 de janeiro) e agora estamos a avançar”, disse, durante o debate semanal no parlamento, em resposta ao líder interino dos Liberais Democratas, Ed Davey.

“Devido à crise da covid-19, dezenas de milhares de empresas britânicas arriscam a falência e milhões de pessoas arriscam o desemprego”, avisou Davey, exortando Johnson a aceitar uma extensão para ganhar “espaço para respirar” e salvar postos de trabalho.

O instituto nacional de estatísticas britânico (ONS) revelou na semana passada que o Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido contraiu 20,4% em abril, uma queda mensal recorde resultante da interrupção da atividade económica durante o período do confinamento iniciado a 23 de março.

Mas Johnson disse que a saída da UE vai dar ao Reino Unido maior flexibilidade na resposta à crise económica causada pela pandemia.

“Vamos poder fazer coisas de forma diferente e responder às necessidades económicas de forma criativa e construtiva, olhando para a regulamentação e formas de apoiar as indústrias que não poderíamos fazer antes”, vincou.

O Governo britânico já tinha formalizado na semana passada a decisão de não prolongar o período de transição que acaba a 31 de dezembro deste ano e que mantém o Reino Unido no mercado único e estruturas europeias enquanto decorrem negociações para um novo acordo de comércio.

Esta segunda-feira, em declarações após uma reunião por videoconferência com dirigentes europeus, Johnson disse acreditar que será possível chegar a um acordo até julho, apesar de quatro rondas de reuniões entre equipas negociadoras terem terminado em impasse.

A dissociação da UE dá maior liberdade ao Reino Unido para negociar acordos com outros países, tendo hoje anunciado o início de negociações com a Austrália e Nova Zelândia, ao mesmo tempo que decorrem contactos com o Japão e os Estados Unidos.

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Formação: Branqueamento de capitais e os deveres específicos dos advogados, agentes de execução e solicitadores

  • Conteúdo Patrocinado
  • 17 Junho 2020

A B.Law promove um curso online a 7 de julho que permitirá a advogados e solicitadores adquirirem conhecimentos sobre o essencial do sistema legal de prevenção de branqueamento de capitais.

Sabia que os advogados, solicitadores e agentes de execução têm a obrigação legal de providenciar formação regular sobre estas matérias aos seus dirigentes, trabalhadores e demais colaboradores, cujas funções sejam relevantes para efeitos da prevenção do branqueamento de capitais e do financiamento do terrorismo decorrentes da Lei 83/2017, de 18 de agosto?

Sabe o que lhe pode acontecer se incumprir este dever? A coima pode ir até um teto máximo de 1.000.000€ para entidades não financeiras e 5.000.000€ para entidades financeiras, para além da possibilidade de cometerem um crime de branqueamento. Acresce que existem ainda deveres específicos para advogados, solicitadores e agentes de execução. Jogue pelo seguro e aposte em formação nesta área.

Este curso online, promovido pela B.Law, em parceria como ECO, permitirá adquirir conhecimentos sobre o essencial do sistema legal de prevenção de branqueamento de capitais dos advogados, agentes de execução e solicitadores. Os destinatários são advogados, agentes de execução, solicitadores, juristas, trabalhadores da área jurídica e qualquer pessoa com interesse nestes temas.

Ana Rita Duarte Campos, advogada e sócia da Abreu Advogados e Maria Eduarda Borges, advogada e associada também da Abreu Advogados serão os formadores responsáveis pelo curso.

Programa da formação:

  • Dever de segredo profissional vs. deveres em matéria de prevenção de branqueamento de capitais;
  • Aspetos essenciais do Projeto de Regulamento da Ordem dos Advogados sobre a prevenção de branqueamento de capitais;
  • Como devem atuar os solicitadores e agentes de execução em matéria de prevenção de branqueamento de capitais enquanto não existe um regulamento específico – quais os deveres que se aplicam e em que medida.

Quando?

Dia 7 de julho, das 14:00 às 17:30

Qual o preço?

60€

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Nos e Armilar arrancam fundo para investir em 5G. Startups já podem enviar propostas

O fundo da Nos com dez milhões de euros para investir em startups que apostem em 5G será gerido pela Armilar. Já são admitidas propostas de investimento da parte das empresas interessadas.

O fundo da Nos NOS 1,44% para investir em tecnologias ligadas ao 5G será gerido pela Armilar Venture Partners e já está aberto a propostas, anunciou a operadora. O projeto tinha sido anunciado em dezembro do ano passado e conta com dez milhões de euros para aplicar em startups num horizonte estimado de cinco anos.

“A Nos estabeleceu uma parceria estratégica com a Armilar Venture Partners, o maior operador privado de venture capital [capital de risco] em Portugal, para assegurar a gestão do primeiro fundo de investimento em startups de base nacional com investigação e desenvolvimento (I&D) em soluções enquadradas no ecossistema 5G”, informou a empresa num comunicado.

A 16 de dezembro de 2019, a Nos tinha anunciado a criação de um fundo de dez milhões de euros para “investir em empresas com soluções tecnológicas baseadas ou potenciadas pela próxima geração de rede móvel, cobrindo áreas tão variadas com a realidade virtual, smart cities, condução autónoma, internet of things e big data“. A intenção é apostar em empresas em early stage, isto é, em fases muito iniciais de desenvolvimento.

Agora, a a operadora de telecomunicações liderada por Miguel Almeida vem dar mais detalhes sobre o projeto, garantindo que o fundo “pretende privilegiar o investimento junto da comunidade de empreendedores em Portugal”. “Estamos certos de que este fundo será uma valiosa ferramenta agregadora para explorar o potencial que a quinta geração de comunicações móveis encerra e posterior disponibilização dos benefícios para a economia e sociedade portuguesas”, reforça Miguel Almeida, citado na mesma nota.

Segundo a Nos, o fundo de investimento em 5G “já iniciou a sua operação”, pelo que as startups já podem “apresentar-se e submeter uma proposta de investimento”. As indicações são dadas nesta página no site da Nos ou no site da Armilar.

Evolução das ações da Nos na bolsa de Lisboa

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Belga Krest investe 15 milhões no primeiro hotel Moxy em Portugal

  • Lusa
  • 17 Junho 2020

Este hotel de três estrelas tem 222 quartos, alguns com vista para o rio, estacionamento, ginásio, salas de reunião, biblioteca e terraços, num conceito novo dirigido aos "millennials".

A empresa belga de investimentos imobiliários Krest Real Investments investiu 15 milhões de euros no primeiro hotel da marca Moxy em Portugal, o Moxy Lisboa Oriente, no Parque das Nações, em Lisboa, com abertura prevista para setembro.

“Em frente à Gare do Oriente, no Parque das Nações, surge o mais recente hotel da capital portuguesa, o Moxy Lisboa Oriente, o primeiro da marca a chegar a Portugal e que vai ser gerido pelo grupo português Hoti Hotéis”, explica a Krest em comunicado. Trata-se do primeiro hotel do universo Marriott a ser gerido pelo grupo da cadeia hoteleira com 100% de capital português, um edifício “construído de raiz”, que se distribui por 15 pisos e que tem a assinatura do gabinete de arquitetura internacional Broadway Malyan.

Moxy Lisboa Oriente

O Moxy Lisboa Oriente é um projeto promovido pela Krest, que está também a desenvolver uma torre de escritórios ao lado do edifício do hotel, designada K-Tower. No seu conjunto, o hotel e a torre de escritórios, somam um investimento de 40 milhões de euros, disse à Lusa o promotor.

O presidente executivo da promotora imobiliária belga, Claude Kandiyoti, explico que “a ideia de construir uma unidade hoteleira num desses terrenos surgiu no dia a seguir à Krest comprá-los”. Este hotel de três estrelas tem 222 quartos, alguns com vista para o rio, estacionamento, ginásio, salas de reunião, biblioteca e terraços, sendo que se apostou num conceito novo dirigido ao segmento millennials.

O promotor destacou a importância da eficiência energética no desenvolvimento do projeto, tendo optado por soluções inovadoras, como painéis solares, painéis de sombra que evitam superaquecimento, permitindo quantidades adequadas de luz do dia em todos os lados, sistemas de iluminação LED e conforto térmico e eólico nas áreas externas.

A Krest é uma empresa de investimentos imobiliários com sede na Bélgica e presença no mercado português desde 2014, com projetos de destaque em Lisboa, Porto e no Algarve. Tem investimentos nas áreas de habitação, logística, comércio, hotelaria e escritórios em Portugal e na Bélgica, sendo que no país está atualmente a desenvolver um edifício de escritórios designado por K-Tower, no Parque das Nações, um projeto residencial, Jardim Miraflores, em Oeiras, bem como um projeto de uso misto no Porto e dois projetos residenciais no Algarve.

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País precisa de mais capacidade aeroportuária para beneficiar da expansão aérea, defende ANAC

  • Lusa
  • 17 Junho 2020

“Mais capacidade aeroportuária é objetivamente necessária, se o país, como um todo, quiser continuar a beneficiar da expansão da atividade aérea”, defendeu o presidente da ANAC.

O presidente da Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), Luís Ribeiro, defendeu esta quarta-feira que o país precisa de aumentar a capacidade portuária, se quer continuar a beneficiar da expansão da atividade aérea.

“Mais capacidade aeroportuária é objetivamente necessária, se o país, como um todo, quiser continuar a beneficiar da expansão da atividade aérea”, defendeu o presidente da ANAC que falava numa audição da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa.

Na opinião daquele responsável, a expansão do Aeroporto Humberto Delgado, na Portela, Lisboa, não colocam em causa a necessidade da construção do novo aeroporto no Montijo, uma vez que considera necessário o aumento da capacidade aeroportuária. “É preciso construir algo noutro sítio qualquer”, acrescentou.

Segundo esclareceu, a conjugação da Portela e do Montijo, permitirá 72 voos por hora: 48 da Portela e 24 no Montijo.

“A Portela já atingiu o limite da sua capacidade neste momento. O acréscimo do número de voos tem sido feito à custa da redução das margens de manobra em termos operacionais e mesmo de slots [vaga no aeroporto para aterrar ou descolar num intervalo de tempo predeterminado] e de gestão”, sublinhou.

Luís Ribeiro garantiu ainda que a ANAC, de momento, não tem em sua posse qualquer projeto relativamente à expansão da Portela, mas apenas para obras nas saídas rápidas do aeroporto, que permitem libertar a pista mais rapidamente quando sai um avião.

“São obras que permitem um aprimoramento operacional. Não são obras de expansão, que são as que têm um determinado impacto sobre a capacidade aeroportuária, salvo erro de 20% de crescimento. Estas obras não têm esse impacto”, assegurou.

De acordo com o responsável, em 2020 houve registo de apenas 43 incumprimentos de slot no aeroporto de Lisboa, devido aos impactos da pandemia de covid-19 na operação aérea, mas em 2019 foram registados 1.179 movimentos fora do ‘slot’, a maior parte deles relacionados com a chegada tardia das aeronaves.

Escusando-se a fazer juízos sobre o problema do ruído causado pelos voos noturnos, Luís Araújo admitiu que, embora aquele incumprimento possa ser penalizado com coimas até aos 250 mil euros, se aquelas aeronaves não regressassem ao aeroporto de Lisboa durante a noite, isso provocaria uma série de atrasos nos voos do dia seguinte.

Ainda questionado sobre a avaliação de impacto ambiental do novo aeroporto no Montijo, Luís Ribeiro afirmou que o papel da ANAC foi apenas o de alertar para o facto de que algumas medidas de mitigação impostas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) afetam a capacidade operacional da insfraestrutura, como, por exemplo, a proibição de soterrar uma lagoa nas proximidades, que pode levar à acumulação de aves nesse local.

Eventual redução da frota da TAP deve privilegiar eficiência ambiental

Ao mesmo tempo, o presidente da ANAC reiterou esta quarta-feira o aviso de que qualquer diminuição da atividade da TAP que passe por redução de frota deve privilegiar a eficiência ambiental, mantendo os aviões mais recentes.

“Qualquer redução da atividade que passe por redução da frota [da TAP] devia privilegiar do ponto de vista ambiental as aeronaves menos eficientes, que são as mais velhas”, defendeu o presidente da ANAC que falava numa audição da Comissão de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, na Assembleia da República, em Lisboa.

Reiterando um aviso já feito pelo regulador da aviação, Luís Ribeiro sublinhou a importância de privilegiar a eficiência do transporte aéreo. Para tal, disse, uma eventual redução da frota da TAP, devido à difícil situação financeira em que a transportadora aérea se encontra e que vai exigir uma intervenção do Estado, não deve ter como efeito a manutenção dos aviões mais velhos e menos eficientes e a devolução dos mais recentes.“A variação da sua atividade [da TAP] tem um grande impacto na pegada ecológica da aviação nacional”, defendeu Luís Ribeiro.

No dia 10 de junho, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, disse que a TAP pode ter atualmente uma dimensão superior àquela de que vai necessitar nos próximos anos, sendo esta uma das condições da Comissão Europeia para aprovar apoio, admitindo uma restruturação da transportadora aérea, que pode ter consequências, por exemplo, nas frotas e nos trabalhadores.

No mesmo dia, o Estado português recebeu autorização da Comissão Europeia para apoiar a TAP num montante até 1,2 mil milhões de euros, mas, de acordo com o ministro que tutela a aviação, o Governo conta não necessitar de mais do que mil milhões de euros até ao final deste ano.

A companhia está numa situação financeira agravada desde o início da crise provocada pela pandemia de covid-19, com a operação paralisada quase na totalidade, tendo andado a ser debatida uma intervenção do Estado na empresa. Numa audição na Assembleia da República, Pedro Nuno Santos adiantou que a dívida da TAP ascende a 3,3 mil milhões de euros.

(Notícia atualizada às 15h45 com mais informação)

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Pandemia trouxe oportunidades de negócio a 25% dos investidores no Porto

Um em cada quatro investidores viram nesta crise uma oportunidade de negócio, sendo os investidores externos os que mais identificam novas oportunidades na cidade do Porto.

Apesar do forte impacto do Covid-19, a pandemia trouxe novas oportunidades de negócio para 25% dos investidores na cidade do Porto. Com a retoma gradual da economia, 81% das empresas admitem que já estão a operar normalmente, de acordo com um estudo realizado pelo município.

Serviços de consultoria, empresas tecnológicas e serviços partilhados foram as áreas onde se concentraram as novas oportunidades, principalmente por parte de investidores externos. O estudo aponta ainda que um em cada três investidores prevê expandir a sua presença no Porto, sendo que o setor das tecnologias da informação e comunicação (TIC) e os investidores externos lideram nas intenções de novos investimentos.

O choque provocado pelo Covid-19 afetou mais as microempresas, o setor da hotelaria e turismo e os investidores nacionais. O setor menos afetado foram as TIC, onde as perdas foram residuais, segundo o estudo, que foi realizado entre os dias 19 de maio e 5 de junho.

Metade das empresas inquiridas no questionário (51%) mantém a intenção continuar a recrutar pessoal, mas 21% adiou novas contratações. Sendo o setor menos afetado pela pandemia, 67% das empresas TIC prevê continuar a contratar, contrariamente ao setor da hotelaria e turismo, onde apenas 25% das empresas mantém a intenção de recrutar pessoal nos próximos tempos.

O estudo, que contou com a participação de 65 empresas que empregam mais de 4.000 colaboradores e geraram um volume de negócios superior a 768 milhões de euros em 2019, revela ainda que quanto menor a dimensão das operações, maiores as perdas associadas à pandemia. A maioria dos investidores registou perdas ligeiras devido à Covid-19, inferiores a 30%, embora cerca de 15% tenha visto a sua atividade reduzida para menos de metade.

Para manter a máquina a funcionar, oito em cada dez empresas adotaram o regime de teletrabalho como resposta ao Covid-19. A adesão ao trabalho remoto foi ainda maior junto das grandes empresas, de acordo com o estudo “Porto: Covid-19 Business Continuity Survey”, elaborado pela InvestPorto.

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OPEP+ cumpriu mais de 90% do corte de produção de petróleo em maio

  • Lusa
  • 17 Junho 2020

A aliança de 23 países - 13 OPEP e 10 não OPEP - reduziu a produção conjunta de petróleo em 8,84 milhões de barris por dia, 90% dos 9,7 milhões acertados.

Os 23 países da aliança OPEP+ que participam no acordo de redução da produção de petróleo em 9,7 milhões de barris por dia, desde 1 de maio, cumpriram o pacto em mais de 90% no primeiro mês, foi esta quarta-feira anunciado.

No último relatório mensal sobre o mercado do petróleo hoje divulgado em Viena, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) refere que a aliança de 23 países – 13 OPEP e 10 não OPEP – reduziu a produção conjunta em 8,84 milhões de barris por dia.

“O elevado cumprimento dos ajustamentos voluntários de produção por parte dos 10 países não OPEP (…) levou a uma queda da produção de petróleo de mais de 2,59 milhões de barris por dia em maio, enquanto a OPEP cortou 6,25 milhões de barris por dia”, afirma a organização no relatório.

No início, o mercado estava cético quanto ao cumprimento deste acordo, que visava travar a forte queda dos preços em plena crise da covid-19 e simultaneamente, a produção de outros concorrentes fora do acordo – especialmente os Estados Unidos e o Canadá – foi também reduzida em dois milhões de barris por dia em abril e em mais 0,8 milhões de barris em maio.

A OPEP+, que controla cerca de 60% da produção mundial de petróleo, acordou em abril a aplicação de um corte de 9,7 milhões de barris por dia em maio e junho, cerca de 10% da produção mundial.

Em 6 de Junho, a OPEP+ decidiu prorrogar este corte recorde até 31 de julho e analisar mensalmente o cumprimento do acordo e a situação do mercado.

Na quinta-feira realiza-se a próxima reunião ministerial – via teleconferência – do comité de acompanhamento do pacto, na qual participarão a Arábia Saudita, a Rússia, a Argélia – como presidente anual da OPEP – e o secretário-geral da organização, Mohamed Barkindo.

A paralisação da atividade mundial devido à pandemia provocou uma diminuição drástica da procura que levou à perda de até 75% do valor dos petróleos de referência face ao preço no início de 2020.

Os analistas da OPEP estimam no relatório de hoje que a procura irá cair este ano em 9,1 milhões de barris por dia, uma queda sem precedentes que deixa a procura média em 90,06 milhões de barris este ano, muito longe dos quase 100 milhões de barris por dia de 2019.

A adoção deste corte histórico ajudou a duplicar os preços do petróleo bruto nas últimas semanas para 40 dólares por barril.

“Os preços dos futuros do petróleo também recuperaram em maio, no meio de um otimismo renovado sobre as perspetivas dos fundamentos do mercado global e as expectativas de uma nova recuperação da procura e de uma redução da oferta global”, afirma o relatório da OPEP.

O pacto em vigor desde 1 de maio prevê uma redução de 9,7 milhões de barris por dia para 7,7 milhões de barris por dia em 01 de agosto e outra redução para 5,7 milhões de barris por dia entre 01 de janeiro de 2021 e 30 de abril de 2022.

No entanto, estes números podem ser revistos se a fragilidade da recuperação da procura o aconselhar.

A Arábia Saudita e a Rússia, de longe os maiores produtores da OPEP+, apelaram a todos os parceiros na última reunião ministerial da aliança, no início deste mês, para cumprirem a sua parte do acordo.

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Governo aprova amanhã criação do Banco de Fomento

O Governo defendeu esta quarta-feira o Orçamento Suplementar em plenário. O documento passou na votação na generalidade, mas os partidos têm exigências para a especialidade.

Esta quarta-feira de tarde o Governo defendeu o Orçamento Suplementar entregue na semana passada na Assembleia da República. No plenário não esteve o ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, que desenhou o documento. Coube a António Costa e a João Leão defenderem o reforço orçamental pedido aos deputados na sequência da pandemia. Houve maioria para deixar passar o documento na generalidade, mas os partidos também já têm exigências para a fase de especialidade. A votação final global decorrerá a 3 de julho.

Leia o debate aqui.

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Facebook vai permitir “desligar” propaganda política no feed

A poucos meses das presidenciais nos EUA, o Facebook vai permitir aos utilizadores optarem por não ver anúncios políticos na rede social e também no Instagram. Planeia lançar a opção noutros países.

O Facebook vai permitir aos utilizadores nos EUA optarem por deixar de ver propaganda política nos seus feeds na rede social. Esta maior flexibilidade aos utilizadores faz parte de um conjunto de medidas mais alargado para preparar a campanha das presidenciais norte-americanas marcadas para novembro.

“A partir de hoje [terça-feira] para algumas pessoas e a lançar para toda a gente nos EUA ao longo das próximas semanas, vai ser possível desligar todas as campanhas de assuntos sociais, eleitorais e políticos de candidatos ou outras organizações”, avançou o Facebook num comunicado. A opção também estará disponível para o Instagram.

Apesar de esta flexibilidade não ser disponibilizada em Portugal, a notícia pinta-se de relevância depois de a rede social Twitter ter decidido, em outubro do ano passado, banir toda a publicidade política da plataforma. O Facebook, que gera receitas das campanhas publicitárias que apresenta na rede social, tem rejeitado seguir o mesmo caminho da empresa concorrente.

A empresa garante, contudo, que tenciona disponibilizar esta nova opção “noutros países” onde esteja em vigor a discriminação de anúncios sociais e políticos no Facebook, um tipo de campanhas que passaram a ter regras mais apertadas nos últimos anos. Portugal é um dos países em que existe esse regime diferenciado para a publicidade financiada por organizações como partidos políticos, por exemplo.

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Estímulos de Trump dão força a arranque de Wall Street

Os índices norte-americanos valorizam na esperança de que haja mais estímulos para a recuperação da economia dos EUA. Em causa está uma notícia da Bloomberg que dá conta de um pacote de investimentos.

Wall Street está a negociar em alta no início da sessão desta quarta-feira, acumulando quatro sessões consecutivas de ganhos. A subida é justificada pela expectativa dos investidores de que haverá mais estímulos orçamentais ou monetários para ajudar a recuperação económica.

O S&P 500 sobe 0,35% para os 3.134,49 pontos — negociando cerca de 8% abaixo dos anteriores máximos –, o Dow Jones avança 0,21% para os 26.347,44 pontos — negociando cerca de 11% abaixo dos anteriores máximos — e Nasdaq soma 0,51% para os 9.942,76 pontos. Desde março que a injeção de estímulos orçamentais e monetários têm levado a uma recuperação, com altos e baixos dada a volatilidade, dos índices norte-americanos.

O fluxo de estímulos está a tornar difícil que os investidores larguem as suas opiniões otimistas“, considera Raffi Boyadjian, analista da corretora XM, em declarações à Reuters. Em causa está a notícia da Bloomberg de que a Administração Trump está a preparar um pacote de investimentos em infraestruturas que pode chegar a um bilião de dólares.

A subida das vendas no retalho em maio revelada ontem já tinham impulsionado as cotadas norte-americanas ao dar um sinal de a economia está efetivamente a abrir-se de novo. A valorização acontece apesar de em seis Estados norte-americanos se ter registado um aumento recorde de novos casos e, ao mesmo tempo, a China voltou a impor medidas de contenção em algumas cidades.

Apesar disso, o presidente da Reserva Federal norte-americana alertou esta terça-feira que é improvável que haja uma recuperação completa até que a população esteja confiante sobre o controlo da pandemia. Hoje realiza-se a segunda audição de Jerome Powell no congresso norte-americano.

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Bastonário dos advogados opõe-se à delação premiada e a acordos de sentença

  • Lusa
  • 17 Junho 2020

Luís Menezes Leitão manifestou à Comissão de Combate à Corrupção a oposição da Ordem dos Advogados a qualquer iniciativa legislativa para instituir a delação premiada ou acordos de sentença.

O bastonário Luís Menezes Leitão manifestou esta quarta-feira à Comissão de Combate à Corrupção a oposição da Ordem dos Advogados (OA) a qualquer iniciativa legislativa para instituir a delação premiada ou acordos de sentença no direito criminal português.

No final da sua audição na Comissão para a definição de uma estratégia nacional de combate à corrupção, Menezes Leitão referiu à agência Lusa que “manifestou a oposição [da OA] a qualquer iniciativa que ponha em causa as proibições de prova consagradas na Constituição“, precisando que aludia à delação premiada e aos acordos de sentença.

O bastonário dos advogados vincou que não está “contra o direito premial”, mas contra a implementação no sistema português de um modelo de delação premiada como existe no Brasil, bem como de acordos de sentença semelhantes aos que existem no direito anglo-saxónico, como nos Estados Unidos.

Ao ser ouvido pela Comissão que é coordenada pela penalista Maria João Antunes e que funciona na dependência do Ministério da Justiça, Menezes Leitão alertou para a necessidade de se combater também a chamada “pequena corrupção” que disse estar bastante disseminada, nomeadamente ao nível da Administração Pública.

No entender do bastonário, é preciso divulgar e fazer perceber que a corrupção é sempre “grave”, mesmo que se trate de “pequenas trocas de favor”.

O Governo criou esta comissão/grupo de trabalho para definir uma “estratégia nacional, global e integrada de combate à corrupção”, tanto a nível preventivo como repressivo, numa tarefa que envolve a participação de diferentes profissionais e entidades.

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