Pandemia atira mais 12 mil portugueses para o RSI

  • ECO
  • 21 Agosto 2020

Em cinco meses, o número de beneficiários do RSI passou de 199 mil para quase 212 mil. Isto por causa do impacto da pandemia de coronavírus na economia portuguesa.

O impacto da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho e no tecido empresarial português está a fazer crescer, de dia para dia, o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI). Segundo o Público (acesso pago), se em fevereiro havia 199.160 pessoas a receber este apoio, cinco meses depois o número de beneficiários saltou para 211.659, sendo que mais de um terço são menores de 18 anos.

Há quase dois anos que o recurso a este medida — desenhada para aliviar a pobreza extrema — estava a diminuir de modo consistente. O número de beneficiários registado em fevereiro era mesmo o valor mais baixo desde março de 2006, antes da crise da dívida. A Covid-19 levou, contudo, a uma inversão da tendência e o universo portugueses a receber o RSI ultrapassou logo em março a fasquia dos 200 mil.

A explicar esta evolução está, por um lado, o desemprego, o aumento da severidade da pobreza, o subemprego e outras formas de trabalho precário. Por outro, a flexibilização no acesso a este apoio que foi promovida pelo Executivo de António Costa, no sentido de reforçar o proteção social durante a crise pandémica. Nesse quadro, ficou garantida, por exemplo, a renovação da prestação e adiou-se a verificação oficiosa da composição do agregado familiar e dos rendimentos.

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“As pessoas especiais não existem”: o segredo está no desenvolvimento pessoal

Conferencista, formador, escritor e coach em liderança e motivação, Francisco Alcaide Hernández, reúne em dois volumes, histórias de grandes personalidades para provar que "não há pessoas especiais".

Dane Carnegie, Robert Kiyosaki ou Warren Buffet são alguns dos nomes escolhidos por Francisco Alcaide Hernández para integrarem a lista de “Aprender com os melhores”, um título que, tomando como exemplo alguns incontornáveis gestores a nível mundial, ajuda os leitores a aprenderem com eles. Conferencista, formador, escritor e coach em liderança e motivação, Francisco Alcaide Hernández acredita que ler histórias motiva. “O livro tem muitas conclusões mas há uma fundamental: as pessoas especiais não existem. Existe uma crença na sociedade de que as pessoas que conseguem grandes feitos são pessoas extraordinárias, com dons e talentos, mas não é assim. E isso quer dizer que está nas tuas mãos chegar onde queres chegar”, explica Francisco Alcaide Hernández, em conversa com a Pessoas.

No entanto, o autor afasta a existência de uma “fórmula mágica” que conduza ao sucesso. “Só existe uma fórmula não mágica e, nesse nesse caminho, a paciência é um denominador comum do êxito. Nesta vida não há gente que fracassa, há pessoas que abandonam. O sucesso de passar do ponto A ao B resume-se numa palavra: aprendizagem. Estudo, prática e feedback, sem desistir no caminho. Se queres algo, vais aprender tudo o que faça falta até chegares ao teu objetivo. Vais demorar mais ou menos tempo e o teu ponto de partida será mais ou menos favorável mas acabarás por chegar”, assinala.

Com nomes de referência em áreas tão complementares como o desenvolvimento pessoal, liderança, empreendedorismo, liberdade financeira e a espiritualidade, “Aprender com os melhores” é uma tentativa de “definir sucesso entendido como consequência de métricas e objetivos”. “O livro parte de uma ideia muito simples de que todos temos sonhos e de que muitas pessoas ficam na metade do caminho”.

 

 

Autor: Francisco Alcaide Hernández

Editora: Editorial Planeta

5 perguntas ao autor…

“Aprender com os melhores” é outra manifestação da temática ligada ao desenvolvimento pessoal?

Sempre se falou de desenvolvimento pessoal. É um tema que nunca caduca. Eu gosto de dizer que o desenvolvimento pessoal é o levantar voo do potencial que há dentro de cada pessoa para chegar onde quer. O que te permite o desenvolvimento pessoal é chegar do ponto A ao ponto B. O tema do desenvolvimento pessoal é estar preparado para a vida. O lema deste livro é que o desenvolvimento pessoal é o destino, o que quer dizer que a vida é um reflexo daquilo em que te convertes e que, por isso, não há maior investimento do que fazemos em nós mesmos. Quanto mais investimos em nós, melhores oportunidades aparecem. Esse é o lema deste livro.

Quem define “os melhores”?

Os melhores são aquelas pessoas que chegaram ao sítio onde gostaríamos de estar. O que determina se estamos lá ou não? Cada um, dentro dos limites que determina, e uma variável: os resultados.

Fala do conceito de autoliderança mas… como começar?

No fim de contas, trata-se de desenvolvimento pessoal. É outra forma de dizer. E é muito difícil dirigires uma equipa de pessoas se não consegues gerir a tua própria vida. A autoliderança é o ponto de partida da liderança de equipa.

Auto-responsabilidade significa que tudo depende de uma pessoa?

Não, significa que uma pessoa se centra não no que vai fazer mas no que se vai passar ou não. Auto responsabilidade é a palavra chave do desenvolvimento pessoal: inclui fazer o que faz falta. As desculpas abundam porque quando é possível passar a responsabilidade da vida a outra pessoa, permite tirar-te a responsabilidade. Se assumes que os resultados da tua vida dependem de ti, tens de te pôr em movimento. É mais fácil atribuir as responsabilidades ao Governo, à tua mãe, etc. Assim podes dormir tranquilo.

O êxito é o caminho ou o destino?

Há que saber que o êxito é um processo e que processo não é uma linha reta. O processo é feito de crises, erros, fracassos, dúvidas, momentos de baixas emocionais, invejas. Como é que uma pessoa faz frente a tudo isto? Realmente quando quer conseguir, motiva-se de maneira extraordinária.

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Biden aceita ser candidato e promete virar a página de “tempos de escuridão” nos EUA

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

"Atual Presidente mergulhou a América na escuridão demasiado tempo", diz Biden. Promete virar a página se vencer as eleições a 3 de novembro.

Joe Biden aceitou oficialmente na quinta-feira representar os democratas na corrida à Casa Branca, prometendo virar a página do “medo” e comprometendo-se a ultrapassar os “tempos de escuridão” em que Donald Trump mergulhou os EUA.

“O atual Presidente mergulhou a América na escuridão demasiado tempo. Demasiada raiva, demasiado medo, demasiada divisão”, acusou Biden.

“Aqui e agora, dou-vos a minha palavra: se me confiarem a presidência, farei sobressair o melhor de nós, não o pior. Serei um aliado da luz, não da escuridão”, acrescentou o candidato democrata. “Unidos, podemos derrotar estes tempos de escuridão”, instou.

O ex-vice-Presidente de Barack Obama salientou que este é “um dos momentos mais difíceis que os Estados Unidos já enfrentaram”, com crises sem precedentes, como a pandemia de Covid-19, “a maior crise económica desde a Grande Depressão” e “o maior movimento pelos direitos civis [afro-americanos] desde os anos 1960”.

Biden criticou a gestão da pandemia do seu rival nas eleições de novembro, Donald Trump, acusando-o de falhar “no seu dever mais básico para com os Estados Unidos”.

“Ele não nos protegeu, e, meus compatriotas americanos, isso é imperdoável”, disse Biden no discurso em que aceitou a nomeação democrata, no último dia da convenção do partido, realizada de forma virtual.

Biden assegurou ainda que a sua eleição garantiria os direitos dos desempregados, das vítimas da pandemia e “das comunidades que conheceram a injustiça de um joelho no pescoço”, em alusão ao homicídio do afro-americano George Floyd, que originou protestos em massa no país e no mundo contra o racismo e a violência policial.

Biden aceitou durante a madrugada a nomeação para candidato à presidência dos Estados Unidos, um momento que representa o culminar de uma carreira política com quase cinco décadas.

A ser eleito, Biden, com 77 anos, seria o Presidente mais velho de sempre.

O ex-vice-Presidente de Barack Obama (2009-2017) invoca com frequência a sua experiência em funções governativas.

Biden foi senador de Delaware durante três décadas, antes de ser nomeado vice-Presidente de Obama. Candidatou-se pela primeira vez à presidência em 1988 e tentou novamente em 2008, antes de lançar uma nova campanha para 2020, no ano passado.

A pouco mais de dois meses das eleições, Biden não tem, no entanto, a história do seu lado.

Nas últimas quatro décadas, só um Presidente em funções foi derrotado: George H. W. Bush, em 1992, por Bill Clinton.

Biden enfrentou igualmente desafios sem precedentes para transmitir a sua mensagem durante a Convenção Nacional Democrata, realizada sem público ao vivo, e em que a maioria dos oradores discursaram em vídeos pré-gravados, por causa da pandemia.

Os democratas confirmaram na terça-feira a nomeação de Joe Biden como candidato contra Donald Trump nas presidenciais dos Estados Unidos, em 3 de novembro.

Biden conseguiu o apoio de 3.558 delegados, em comparação com os 1.151 para o senador mais à esquerda Bernie Sanders.

A seu lado nas eleições presidenciais de 03 de novembro estará a senadora da Califórnia Kamala Harris, terceira mulher a ser designada como candidata a vice-Presidente nos Estados Unidos, depois da democrata Geraldine Ferraro, em 1984, e da republicana Sarah Palin, em 2008, que não foram eleitas.

A aceitação do antigo vice-Presidente marcou o encerramento da Convenção Nacional Democrata.

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Ryanair alerta para “cortes selvagens” na operação em Portugal por causa da Covid-19

  • Lusa
  • 21 Agosto 2020

"Estamos a manter tudo debaixo de um grande escrutínio, mas teremos muito menos voos do que tivemos no último inverno, isso é certo", diz o diretor de Recursos Humanos da Ryanair.

O diretor de Recursos Humanos da Ryanair disse, em entrevista à Lusa, que há “uma perspetiva real de cortes selvagens em Portugal” na temporada de inverno em termos de capacidade e aviões, devido à pandemia de Covid-19.

“Estamos a enfrentar tempos muito incertos, e há uma perspetiva bem real de cortes selvagens em Portugal este inverno em todas as nossas bases, em termos de capacidade e em termos de aviões”, disse à Lusa Darrell Hughes, diretor de Recursos Humanos da Ryanair, numa entrevista por telefone.

Instado a concretizar e a dar números, o responsável da companhia aérea irlandesa de baixo custo referiu que “há a possibilidade de cortes selvagens em qualquer lado” na operação da empresa na Europa, remetendo para o anúncio feito na segunda-feira de que a empresa iria cortar 20% do seu horário planeado para setembro e outubro.

“Quaisquer previsões de agora para o inverno estarão provavelmente erradas. Estamos a manter tudo debaixo de um grande escrutínio, mas teremos muito menos voos do que tivemos no último inverno, isso é certo“, referiu o responsável, considerando que seria “especulação” estar a tentar prever números quanto às reduções.

“O número que ainda temos que apurar é precisamente onde é que os cortes cairão, mas certamente esperamos que alguns desses cortes sejam em Portugal”, referiu, o responsável.

Darrell Hughes lembrou que a empresa tem um acordo com os pilotos “para manter as pessoas empregadas, o que pelo menos lhes dá alguma proteção”, mas afirmou que a empresa “não está em modo de recrutamento”, mas sim “em modo de sobrevivência e reconstrução”.

O diretor da Ryanair disse ainda que, tal como a empresa já tinha adiantado à Lusa, não planeia “usar nenhum pessoal da Crewlink no inverno”, numa referência à empresa de trabalho temporário que opera há mais de 10 anos em Portugal e tem como único cliente a Ryanair.

A companhia aérea irlandesa Ryanair anunciou na segunda-feira uma redução de 20% do número de voos em setembro e outubro, apontando uma baixa nas reservas devido a um aumento de casos de covid-19 na Europa.

A Ryanair, que até agora tinha previsto voltar a 70% da sua capacidade em setembro, explica em comunicado ter de reduzir os voos previstos, nomeadamente para França e para Espanha, dois países incluídos na quarentena imposta pelo Governo britânico.

Em comunicado, a companhia explicou que as reduções passam, sobretudo, por uma menor frequência de voos e não por interrupções do serviço.

“A queda na capacidade e frequência dos voos nos meses de setembro e outubro são inevitáveis tendo em conta a recente redução das reservas na sequência das restrições adotadas em alguns países europeus”, referiu um porta-voz da Ryanair citado no comunicado.

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Hoje nas notícias: RSI, Novo Banco e novos radares

  • ECO
  • 21 Agosto 2020

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A pandemia está a fazer crescer, de dia para dia, o número de beneficiários do RSI. O dia fica ainda marcado pela nota de que o parecer independente à venda de imóveis do NB chegará em setembro e de que vêm aí radares que registam a velocidade média na estrada. A portuguesa Iberwind foi vendida à Ventient e as vacinas cuja aquisição foi aprovada em Conselho de Ministro só chegam para um terço dos portugueses.

Pandemia empurra mais 12 mil para o RSI

O impacto da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho e no tecido empresarial português está a fazer crescer, de dia para dia, o número de beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI). Em fevereiro (último mês antes da chegada da crise pandémica a Portugal), havia 199.160 pessoas a receber este apoio. Cinco meses depois, saltou para 211.659 o números de beneficiários; E mais de um terço são menores de 18 anos. Em causa está uma medida destinada a aliviar a pobreza extrema e a ajudar a sair dela. Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado).

Parecer independente à venda de imóveis do NB chega em setembro

O Novo Banco pediu opinião sobre a gestão de carteiras de imobiliário a uma consultora internacional; Isto numa altura em que as vendas realizadas pelo banco liderado por António Ramalho estão a ser investigadas pelo DCIAP. Esta avaliação independente à venda de duas carteiras de imóveis, a “Viriato” e a “Sertorius”, estará concluída no início de setembro, indica uma fonte próxima ao processo. Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Vêm aí radares que registam a velocidade média na estrada

Se anda na estrada, vai ter de ter ainda mais cuidado com a velocidade. Estão a ser reforçados os radares que visam controlar a velocidade dos condutores, mas a grande novidade está em aparelhos que além da velocidade instantânea permitem controlar a velocidade média em determinada via. Estes novos radares deverão chegar às estradas nacionais já em 2021. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (link indisponível).

Portuguesa Iberwind vendida à Ventient por 206 milhões

A Iberwind foi vendida por cerca de 206 milhões de euros à britânica Ventient Energy. Com 31 parques eólicos em Portugal, a Iberwind tinha sido comprada, em 2015, por empresas chinesas. Com esta aquisição, a Ventient Energy consolida agora a sua posição de segunda maior produtora eólica onshore na Europa, acrescentando os parques referidos aos 103 que já possuiu em vários outros países europeus. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (link indisponível).

Vacinas grátis só dão para um terço dos portugueses

António Costa anunciou a compra de 6,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19, mas esse lote só chegará para cerca de um terço da população portuguesa. Isto uma vez que a vacina é administrada em duas doses, segundo confirmou o Infarmed. O primeiro-ministro garantiu, ainda assim, que a vacinação não só será gratuita, como será universal, sendo este apenas o primeiro de vários lotes futuros. O chefe do Governo salientou ainda que a vacina poderá chegar ainda este ano à população nacional. Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago).

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Parecer independente à venda de imóveis do NB chega em setembro

  • ECO
  • 21 Agosto 2020

Avaliação às vendas pedida pelo próprio banco chega numa altura em que a venda de uma dessas carteiras realizada pelo banco liderado por António Ramalho está a ser investigada pelo DCIAP.

O Novo Banco pediu opinião sobre a gestão de carteiras de imobiliário a uma consultora internacional. Esta avaliação independente à venda de duas carteiras de imóveis, a “Viriato” e a “Sertorius”, estará concluída no início de setembro, diz o Jornal Económico (acesso pago).

A avaliação às vendas pedida pelo próprio banco chega numa altura em que a venda de uma dessas carteiras realizada pelo banco liderado por António Ramalho está a ser investigada pelo DCIAP.

António Costa enviou, no final de julho, uma carta à Procuradoria-Geral da República (PGR), pedindo a suspensão da venda de ativos do Novo Banco até à conclusão da auditoria da Deloitte. No seguimento da receção desta carta, foram solicitados documentos ao Novo Banco, os quais a instituição liderada por António Ramalho acabou por enviar quase de seguida.

A “carta do primeiro-ministro foi encaminhada para o Departamento Central de Contencioso do Estado e Interesses Coletivos e Difusos e para o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) para análise e sequência, no âmbito das competências dos referidos departamentos”, disse fonte oficial da PGR ao ECO.

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Será o fim do Ticão? Líder dos advogados diz que é “inevitável”

Para Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos Advogados, o fim do Tribunal Central de Instrução Criminal é uma "inevitabilidade". Ivo Rosa e Carlos Alexandre não são suficientes.

A discussão em volta da extinção ou não do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), vulgarmente conhecido como “Ticão”, é recorrente, sendo que desta vez foi Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos Advogados (OA), que referiu a “inevitabilidade” desse fim. A razão é a existência de um número reduzido de juízes, que denomina de “super-estrelas”: Ivo Rosa e Carlos Alexandre.

“O que se verifica é que o TCIC vem-se comportando mais como um ‘braço armado’ do Ministério Público, do que propriamente como um verdadeiro tribunal de instrução criminal, capaz de fiscalizar as ações daquele organismo”, refere Menezes Leitão no documento de reação ao Plano de Recuperação Económica 2020-2030 apresentado pelo Governo.

Para o bastonário, a existência de apenas dois juízes em funções, Carlos Alexandre, há mais de 10 anos, e Ivo Rosa, desde 2015, leva a que todos os processos “mediáticos” transitem para as suas mãos.

Entre os processos está a Operação Marquês, onde coube a Carlos Alexandre conduzir a fase de inquérito do processo, sendo que acabou por ser o seu colega de profissão, Ivo Rosa, a ser sorteado eletronicamente para assumir a fase de instrução. E desde então está em exclusividade. Já no caso BES, o juiz Carlos Alexandre liderou o inquérito com uma equipa mista de procuradores do Departamento Central de Investigação e Ação Penal e de investigadores da Policia Judiciária.

“Ora, esta verdadeira restrição na aleatoriedade da distribuição dos processos, leva os juízes ao estatuto de super-estrelas, pondo em causa o recato e a tranquilidade que são absolutamente essenciais ao bom andamento dos processos“, refere.

Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos Advogados, em entrevista ao ECO/Advocatus - 07JAN20
Luís Menezes Leitão, bastonário da Ordem dos AdvogadosHugo Amaral/ECO

O bastonário da OA acrescenta ainda que é atribuído um poder “absolutamente desmesurado” aos dois juízes, em virtude de o TCIC ter competência para tramitar processos de qualquer parte do território nacional. Desta forma, acredita que seja ainda inevitável que haja uma redistribuição dos processos aos senhores juízes de instrução territorialmente competentes, após a extinção do TCIC.

A Associação Sindical dos Juízes Portugueses (ASJP) retomou este tema no mês de julho quando anunciou que iria entregar, depois das férias judiciais, uma proposta de alteração da lei ao Governo. Os sindicalistas vão defender o aumento do número de magistrados do TCIC, de dois para quatro ou cinco.

A proposta vai apresentar ainda um outra solução: “fundir esse tribunal com o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa que tem sete juízes e passaria a fazer a instrução de todos os processos”, referiu Manuel Soares, presidente da Associação Sindical de Juízes Portugueses.

O líder da associação de juízes referiu que naquele tribunal há um problema de “pessoalização das decisões” que cria um descrédito da Justiça que é preciso resolver.

“Não queremos acabar com o TCIC. Queremos apenas que os processos mais complexos e volumosos sejam distribuídos aleatoriamente por um maior número de juízes, por razões de qualidade e celeridade da justiça. Isso pode conseguir-se aumentando o quadro do TCIC ou fazendo uma fusão desse tribunal com o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa. Essa decisão compete ao poder político”, sublinhou na altura Manuel Soares ao ECO/Advocatus.

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Quem é gestor com o melhor salário em Portugal? E lá fora?

Se em Portugal é a cotada mais valiosa da bolsa a ter o líder mais bem pago, lá fora é uma estrela em ascensão.

Encontrar um líder de topo não é fácil e para o fazer é preciso pagar bem. Em Portugal, o mais bem pago foi, até ao ano passado, o CEO da EDP, mas os dois milhões de euros que recebeu António Mexia em 2019 não se comparam aos valores das remunerações que se encontram lá fora: o patrão da Tesla arrecadou mais de 500 milhões de euros em prémios.

Mexia está há vários anos no topo da lista dos gestores mais bem pago do país. No total, recebeu 2,17 milhões de euros brutos em 2019, apesar de o montante ter encolhido 1,5% face aos 2,2 milhões de euros recebidos em 2018.

A remuneração fixa fixou-se em 1.015.024 euros, enquanto a remuneração variável plurianual ascendeu a 826.407 euros. Ambos aumentaram face ao ano anterior pelo que a grande diferença no rendimento de Mexia está na remuneração variável anual, que caiu para quase metade: 325.032 euros.

Mas não é certo que Mexia se mantenha nessa posição. É que o gestor tem atualmente as funções suspensas por ordem judicial. Em causa está o caso das rendas excessivas que tem sete arguidos, incluindo o CEO da EDP e o CEO da EDP Renováveis, João Manso Neto, sendo que a medida de coação aplicada aos dois gestores implica a suspensão de funções.

A decisão de manter ou não a remuneração devida para este ano é tomada pela Comissão de Vencimentos da elétrica, que é presidida por Shengliang Wu, em representação da China Three Gorges. Ou seja, em última instância, será Shengliang a decidir se Mexia será ou não remunerado durante a suspensão. O ECO tentou contactar a Comissão de Vencimentos da EDP, mas não obteve resposta.

Se em Portugal é a cotada mais valiosa da bolsa a ter o líder mais bem pago, lá fora é uma estrela em ascensão. A Tesla ainda está longe de ser a empresa com mais peso em Wall Street, mas tem sido uma das que mais valoriza nos últimos anos e, a cada dólar somado ao preço das ações, alargam os bolsos do CEO Elon Musk.

Segundo o Bloomberg Pay Index, o titã dos carros elétricos foi o gestor mais bem pago de Wall Street em 2019. Terá recebido um total de 595,3 milhões de dólares (cerca de 502,5 milhões de euros) no ano passado, de acordo com as estimativas da agência, mas neste caso não é linear. O montante está na totalidade relacionado com prémios e, em teoria, o salário de Musk é de… zero dólares.

Ao contrário de outros CEO, Elon não tem salário, não tem bónus em cash nem ações recebidas só porque o tempo passa. A sua única compensação é um prémio de performance que foi especificamente desenhado com ambiciosos marcos a atingir, como duplicar a capitalização de mercado”, explicava a empresa ao Business Insider sobre o salário de zero dólares em 2018.

Segundo as contas da Bloomberg, no ano passado (em que as ações da Tesla valorizaram 25,7%), os prémios de desempenho deram a Musk uma remuneração de 595,3 milhões e colocaram-no no topo dos mais bem pagos. Este ano, o excêntrico gestor já se tornou o quarto mais rico do mundo e as ações acumulam uma valorização de 350%.

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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Vêm aí radares que registam a velocidade média na estrada

  • ECO
  • 21 Agosto 2020

Sistema Nacional de Controlo de Velocidade vai ter mais 30 radares, elevando o total para 110. Alguns dos aparelhos vão registar a velocidade média do veículo na via.

Se anda na estrada, vai ter de ter ainda mais cuidado com a velocidade. Estão a ser reforçados os radares que visam controlar a velocidade dos condutores, mas a grande novidade está em aparelhos que além da velocidade instantânea permitem controlar a velocidade média em determinada via.

De acordo com os Jornal de Notícias (link indisponível), estes novos radares deverão chegar às estradas nacionais já em 2021, isto depois de a ANSR ter revelado recentemente que se preparava para lançar o concurso público para a aquisição, instalação e manutenção dos novos equipamentos. São, no total, 30 novos radares, elevando para 110 os locais controlados pelo Sistema Nacional de Controlo de Velocidade (SINCRO).

Estes novos radares obrigarão a atenção redobrada por parte dos condutores. Enquanto nos radares simples têm de garantir que não excedem a velocidade máxima permitida naquela via em determinado ponto, com estes novos equipamentos o controlo será muito mais criterioso. Não bastará, como acontece muitas vezes, reduzir a velocidade para o radar. Estes radares permitirão controlar a velocidade média entre dois pontos e terão a capacidade para medir, em simultâneo, a velocidade de vários veículos, mesmo nos casos em que estes circulam lado a lado ou a uma distância inadequada entre si.

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Portugal vai ter 6,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Porquê este número?

A maioria dos cientistas estima que pelo menos 70% da população deve ter anticorpos para prevenir um surto.

“Os otimistas acreditam que no final deste ano haverá os primeiros lotes. Os realistas têm de acreditar que os otimistas têm razão”. A frase é do primeiro-ministro e foi proferida esta quinta-feira enquanto anunciava a compra de 6,9 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Este número não abrange toda a população do país, mas sim cerca de dois terços. Será isto suficiente para atingir a imunidade de grupo? As estimativas dos cientistas variam.

Apesar da dimensão da compra, a primeira fatia a chegar será de 690 mil doses, que devem começar a ser distribuídas a partir de dezembro. Ainda não é certo como serão distribuídas, mas António Costa explicou que tal terá “como referência a estratégia nacional e correspondentes populações-alvo a definir pela Direção-Geral da Saúde”.

A vacinação será “progressiva, universal e gratuita” para a população portuguesa assegurar esta imunização, acrescentou o primeiro-ministro. Se olharmos para o bolo inteiro, as 6,9 milhões de doses, não chegará para todos os portugueses. A população de Portugal é de 10,28 milhões, segundo as últimas estimativas compiladas da Pordata. Desta forma, as doses são suficientes para vacinar pouco mais de dois terços da população residente em território nacional (cerca de 67%).

Ora, a vacinação em massa da população é uma das formas de atingir imunidade de grupo contra uma doença. Mas a percentagem da população que tem de ter anticorpos contra a doença para chegar a este nível varia consoante o vírus e vários outros fatores, nomeadamente a forma de transmissão.

Para a Covid-19, os cálculos oscilam aproximadamente entre os 50% e 83% da população, sendo que a maioria dos cientistas estima que pelo menos 70% da população deve ter anticorpos para prevenir um surto. A encomenda de vacinas que Portugal espera está assim dentro dos moldes para o qual se espera atingir imunidade.

Atualmente, Portugal ainda está longe da imunidade de grupo, já que apenas 2,9% da população tem anticorpos contra o novo coronavírus, de acordo com o primeiro Inquérito Serológico Nacional à Covid-19, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge, conhecido no final do mês passado.

Esta aquisição foi feita através da Comissão Europeia, que definiu um modelo “que atribui a cada um dos Estados-Membros o direito de aquisição de uma quantidade determinada de vacinas contra a doença Covid-19″, segundo indica o comunicado do Conselho de Ministros desta quinta-feira.

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Desfeita a parceria com a Sonae, posição de Isabel dos Santos na Nos continua arrestada

A Sonae deixa de ser parceira de negócios de Isabel dos Santos na Zopt, que era a maior acionista da Nos. Cada um fica com 26% do capital da telecom, mas a posição da angolana está arrestada.

Isabel dos Santos e a Sonae vão desfazer a parceria que tinham na Nos, mas a empresária ainda não ficar com a sua parte. A Zopt — que foi criada em 2012 para juntar os interesses nas telecomunicações e controlada em partes iguais pelos dois — acaba e o grupo de retalho português fica como maior acionista. Mesmo que queira comprar a participação da empresária angolana, não o poderá, para já, fazer dado que esta continua arrestada pela justiça.

A pedido de Angola, o juiz Carlos Alexandre ordenou em março o arresto da participação de Isabel dos Santos em várias empresas portuguesas, nomeadamente no Eurobic, na Efacec e na Nos. O problema é que no caso da telecom, o Tribunal Central de Instrução Criminal congelou a participação da Zopt na Nos (52% do capital), em vez de ordenar o arresto dos 50% que Isabel dos Santos tem da Zopt.

A Sonae — através da Sonaecom — contestou a decisão e o tribunal acabou por recuar. “No passado dia 12 de junho de 2020, foi a ZOPT notificada do despacho proferido pelo Tribunal Central de Instrução Criminal de Lisboa, que a autoriza a exercer o direito de voto correspondente aos 26,075% do capital social da Nos preventivamente arrestados à ordem do referido Tribunal”, anunciava posteriormente a empresa.

Assim, foram desbloqueados os direitos de voto imputados à Sonae, bem como a possibilidade de receber dividendos, mas não os direitos de Isabel dos Santos, que continuam arrestados pela justiça. Segundo apurou o ECO, a dissolução da Zopt não traz qualquer alteração a esta situação.

A empresa liderada por Cláudia Azevedo comunicou esta quarta-feira ao mercado ter chegado a acordo com Isabel dos Santos para desfazer a parceria na Nos, na sequência do caso Luanda Leaks. Minutos depois, anunciou ainda a aquisição da posição de 7,38% do BPI na operadora portuguesa, passando a deter uma “participação de controlo” de 33,45% que lhe permite assegurar a estabilidade acionista na Nos.

A preço de mercado, terá investido cerca de 137 milhões de euros para comprar a posição ao banco. Com este reforço, “à data da concretização da dissolução da Zopt, como anunciado ao mercado pela Sonaecom, à Sonae continuará a ser imputada uma participação de controlo na Nos representativa de 33,45%”, segundo esclareceu a Sonae.

Questionada pelo ECO sobre uma eventual aquisição da posição de Isabel dos Santos, a Sonae não respondeu. No entanto, esta aquisição permite-lhe manter-se como maior acionista, enquanto os fundos MFS e Norges Bank detêm cerca de 2% cada. Por outro lado, como era imputada uma posição maior à Zopt do que aquela que ficará agora nas mãos da Sonae, a empresa não fica obrigada a lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre a Nos.

“A participação da Sonae diminuirá de 59,52% para 33,45%, mantendo esta entidade uma posição de controlo sobre a Nos, correspondente a participação acima de um terço dos respetivos direitos de voto. Como tal, não se perspetiva que a Sonae venha a ultrapassar alguma das fasquias que originaria a constituição do dever, antes diminuindo o poder de influência para posição ligeiramente acima de um terço dos direitos de voto”, explicou a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ao ECO.

Já Isabel dos Santos continua a braços com o arresto de contas bancárias e participações no seguimento do caso Luanda Leaks, que expôs os esquemas financeiros da empresária que terão permitido retirar dinheiro do erário público angolano utilizando paraísos fiscais.

Além da separação da Sonae na Nos, Isabel dos Santos está a tentar vender a participação que tem no Eurobic. A posição na Efacec está a ser comprada pelo Estado, após a decisão do Governo de nacionalizar a empresa. Assim, a maior incógnita prende-se com a Galp Energia.

Isabel dos Santos controla 40% da Esperaza, em parceria com a Sonangol, que detém 60%. A Esperaza é acionista da holding Amorim Energia, com 45%, sendo que os restantes 55% pertencem à família Amorim. Esta holding detém 33,44% do capital da Galp. Contas feitas, é atribuída à empresária uma “fatia” de 6% na petrolífera portuguesa.

(Notícia atualizada às 12h00 com resposta da CMVM)

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Mais de um terço dos novos desempregados são do setor do imobiliário

Em fevereiro, havia 70 mil desempregados ligados ao imobiliário. Cinco meses depois, o universo passou para 105 mil. E esse aumento representa mais de um terço da subida total dos novos desempregados.

A pandemia de coronavírus está a fazer tremer o mercado de trabalho nacional. Desde fevereiro, o universo de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) aumentou em 92 mil, estando mais de um terço desses indivíduos ligados às atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio. Ainda que seja o turismo a registar a subida homóloga mais pronunciada, é este setor onde se encontra a maior fatia do total de novos desempregados.

Em julho, o número de desempregados inscritos nos serviços de emprego fixou-se nos 407.302 indivíduos, mais 0,2% do que em junho e mais 37% do que no mesmo mês do ano passado. Em comparação com fevereiro — mês anterior à chegada da pandemia de coronavírus a Portugal — verificou-se um aumento de 29%, ou seja, 91.740 portugueses perderam o emprego e inscreveram-se nos centros do IEFP, só nos últimos cinco meses.

Deste aumento de quase 92 mil desempregados, mais de um terço (34.872) estavam ligados ao setor das atividades imobiliárias, administrativas e dos serviços de apoio. Os dados de julho revelam também que quase 30% dos desempregados que estão atualmente inscritos em julho no IEFP estão ligados a esse setor.

Portanto, apesar de ser o setor do alojamento, restauração e similares a registar o aumento homólogo (96,7%) mais significativo do número de desempregados, é no setor do imobiliário, atividades administrativas e serviços de apoio que se concentra atualmente a maior fatia de indivíduos inscritos nos centros de emprego (105.149).

Maior fatia dos desempregados está ligada ao turismo

Fonte: IEFP

Em sentido inverso, é no o setor da eletricidade, gás e água, saneamento, resíduos e despoluição que se encontra atualmente o menor número de desempregados inscritos no IEFP: 1.253 indivíduos ou 0,4% do universo total registado em julho.

Turismo com 13 mil novos desempregados desde início da pandemia

Entre fevereiro e julho, o setor do alojamento, restauração e similares viu crescer em quase 13 mil o número de desempregados inscritos no IEFP, isto é, de 29.220 indivíduos em fevereiro passou para um total de 42.137.

Apesar de em termos homólogos continuar com quebras significativas, este setor verificou, em julho, um decréscimo (-3,5%) dos desempregados, na variação em cadeia. Há hoje, portanto, menos 1.530 desempregados nos centros de emprego do que em junho.

Na quarta-feira, António Costa propôs que os milhares de profissionais do setor do turismo que perderam o emprego sejam convertidos em profissionais do setor social. “Muitas das milhares de pessoas que estão neste momento a perder o emprego no turismo são pessoas que já têm uma formação de base e uma experiência de cuidado pessoal e relacionamento pessoal que são um recurso fundamental para, com formação naturalmente, serem facilmente convertidas para continuar a trabalhar com pessoas agora nas instituições [do setor social]”, disse o primeiro-ministro.

Em reação, a Confederação do Turismo de Portugal (CTP) já disse que essa proposta seria inaceitável. “Se o Governo dá por perdida a retoma da atividade turística e os milhares de empregos associados ao setor que tem sido o motor da economia nacional, nós não o faremos. A nossa solução será sempre a de recuperar as empresas do turismo e não desistir delas”, sublinhou Francisco Calheiros, líder da CTP.

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