Assinar um contrato de energia sem ser enganado? ERSE aperta regras para proteger consumidores

Mais focado no consumidor de energia, o novo Regulamento de Relações Comerciais traz regras mais apertadas para a celebração de contratos e novidades sobre o autoconsumo.

EDP, Endesa e Iberdrola foram todas multadas este ano em muitas dezenas de milhares de euros pela Entidade reguladora para os Serviços Energéticos (ERSE), que agora vem anunciar novidades quanto ao processo de contratação (mais seguro e fiável para os consumidores) no âmbito da aprovação de um novo Regulamento de Relações Comerciais (RRC), que pela primeira vez é comum para a eletricidade e para o gás.

O caso mais recente de práticas comerciais “enganosas” com clientes foi o da EDP Comercial, multada pelo regulador em 90 mil euros por enviar “cartas de despedida” e cartas sobre a cessão do fornecimento dual, bem como por levar a cabo uma campanha de telemarketing para recuperação de clientes.

Em outubro, já a Endesa tinha sido condenada a pagar 50 mil euros por realizar contratos sem autorização. A elétrica espanhola foi acusada de 13 contraordenações por ter submetido pedidos de mudança junto do Gestor de Processo de Mudança de Comercializador, “sem consentimento expresso dos clientes”.

Também a Iberdrola foi condenada em agosto pela ERSE ao pagamento de uma coima de cerca de 33 mil euros por ter transferido indevidamente vários consumidores de outras empresas para a sua carteira de clientes (mudança de comercializador sem autorização expressa) e pela “interrupção do fornecimento de eletricidade, em casos não excecionados ou permitidos por lei”. Ao ECO/Capital Verde a empresa tinha já admitido a “criatividade” das forças de vendas porta a porta e a ocorrência de “más vendas”. Mas se um cliente se queixar “anulamos o contrato e a venda”, garantiu.

Foi precisamente para evitar situações destas que a ERSE aprovou um novo Regulamento de Relações Comerciais “profundamente reorganizado, tanto pela fusão de normas dos dois setores, como para poder estar mais focado no consumidor de energia”. Além das regras mais apertadas para a celebração de contratos, traz ainda novidades sobre o autoconsumo, ao prever novas formas de concretização dos relacionamentos nos dois setores.

O novo RRC entra em vigor a 1 de janeiro de 2021. Até essa data mantêm-se em vigor os dois atuais regulamentos, um para o setor elétrico e outro para o setor do gás. Algumas regras, nomeadamente relativas a deveres de comunicação de leituras dos contadores, só são aplicáveis a partir de 1 de março de 2021, para permitir a adaptação dos agentes envolvidos.

O regulamento estabelece regras, por exemplo, sobre os contratos de fornecimento (processo de contratar, obrigações de informação, conteúdo, duração, alterações e fim do contrato), conteúdo e periodicidade da fatura (apuramento, prazos e meios de pagamento), leitura e medição da eletricidade e do gás, interrupções de fornecimento e o seu restabelecimento, o estabelecimento de ligações (físicas) às redes, ou mesmo a forma de reclamar e de resolver conflitos de consumo. Aplica-se em todo o território nacional e tem regras específicas para as regiões autónomas dos Açores e da Madeira por serem sistemas insulares.

De acordo com a ERSE, o novo Regulamento de Relações Comerciais tem duas novidades principais:

  • Consolidação de regras para a eletricidade e para o gás – Este é o primeiro regulamento comum aos dois setores energéticos, sistematizando os assuntos de forma integrada, mas sem deixar de abordar as especificidades de cada setor. “É facilitada a consulta e a compreensão das regras de relacionamento comercial, até agora dispersas em dois regulamentos autónomos, possibilitando um melhor conhecimento, aplicação e verificação”, diz a ERSE.
  • Organização focada no consumidor – O documento apresenta todas as dimensões do relacionamento comercial que envolvem os consumidores – da ligação à rede, à mcontratação, faturação e regras de medição e contagem de energia.

Direitos dos consumidores reforçados pela ERSE

O novo regulamento reforça as condições de verificação que devem ser seguidas na celebração de contratos de fornecimento de eletricidade e/ou de gás, procurando comprovar de forma mais evidente, sem burocracias excessivas, que quem celebra o contrato pode e pretende fazê-lo.

Quanto à fidelização é fixado um máximo de 12 meses, sem possibilidade de renovação automática, para a fidelização nos contratos com consumidores. Mantém-se que a fidelização depende de especiais deveres de informação, de uma contrapartida associada e que a indemnização, a existir, deve ser proporcional às reais perdas para o comercializador.

Por outro lado, na interrupção de fornecimento na eletricidade é introduzida a possibilidade de reduzir a potência contratada, antes de se concretizar a interrupção de fornecimento, permitindo, por exemplo, que situações de cortes devidos a não-pagamento por um lapso do cliente sejam evitados.

Na suspensão de pagamento de acesso às redes, diz a ERSE, passou a prever-se, em caso de interrupção, a suspensão da faturação dos encargos com o acesso às redes, o que, além de permitir uma mais nivelada partilha de riscos entre os operadores de rede e os comercializadores, desonera os consumidores interrompidos do pagamento de encargos fixos.

O novo RRC traz também novidades no autoconsumo. “São introduzidas, de forma harmonizada com a regulamentação específica para o autoconsumo, regras do relacionamento comercial em autoconsumo e a previsão dos novos conceitos de autoconsumo coletivo e de comunidades de energia”, refere o documento.

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Bitcoin ultrapassa os 17 mil dólares pela primeira vez em quase três anos

Preço da bitcoin já subiu mais de 135% este ano. Mais do que duplicou de valor, estando acima da fasquia dos 17 mil dólares, um máximo desde 2008.

A bitcoin tem vindo a valorizar desde o início da pandemia. Superou, nas últimas semana, os 15 mil, os 16 mil e, agora, passou a barreira dos 17 mil dólares. A última vez que tinha tocado um valor tão elevado foi no início de 2018, logo após ter negociado no máximo histórico de 20.089 dólares. Depois desse pico, o valor da criptomoeda caiu a fundo, tendo demorado a reconquistar a confiança dos investidores.

O tombo da bitcoin há pouco menos de três anos deixou marcas e a recuperação foi interrompida em março quando o início da pandemia causou um sell-off generalizado, ao qual o mercado de criptomoedas não ficou imune. No entanto, desde meados de março que a bitcoin tem vindo a valorizar graças à procura por ativos alternativos com as bolsas a caírem, mas também devido à redução das reservas disponíveis.

Em maio, a emissão regular de novas bitcoins foi cortada para metade, repetindo-se um fenómeno programado que já não acontecia desde 2016. Com esta conjugação de fatores, associada à redução da volatilidade do preço, o preço da bitcoin já subiu mais de 135% este ano para chegar aos 17.100 dólares.

Em termos de capitalização de mercado, o ganho é expressivo. Neste curto período de tempo, o valor em bolsa desta criptomoeda passou de 185 mil milhões de dólares para os atuais 314,5 mil milhões de dólares.

Apesar da dificuldade em antever o percurso de criptomoedas, o Citibank fez uma comparação entre o movimento da bitcoin e o caminho do ouro nos anos 1970. De acordo com a análise a que o CoinDesk teve acesso, o banco de investimento aponta para que o ativo continue a valorizar no próximo ano.

Bitcoin ganhou 185 mil milhões desde o início do ano

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Madrid quer testes rápidos gratuitos nas farmácias antes do Natal

  • ECO
  • 17 Novembro 2020

O vice-presidente da Comunidade de Madrid pediu autorização ao governo central para que as farmácias possam realizar testes rápidos gratuitos à Covid-19. Objetivo é possibilitar um Natal tranquilo.

O vice-presidente da Comunidade de Madrid, Ignacio Aguado, pediu esta terça-feira autorização ao governo central para que as farmácias da região possam realizar testes rápidos ao novo coronavírus. O objetivo é que antes do Natal todos os madrilenos possam realizar um teste gratuito para se reunirem com os seus familiares, explicou em entrevista à estação de televisão La Sexta (acesso livre, conteúdo em espanhol).

“É fundamental nos próximos dias podermos fazer testes nas farmácias. A estratégia de teste em massa está a funcionar. Nos locais onde são realizados testes massivos, a curva está está a ser controlada. Madrid é uma dessas regiões”, disse Ignacio Aguado, em entrevista ao La Sexta.

Segundo o vice-presidente, a intenção já foi abordada com a presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso, sendo, por isso, uma medida “que está em cima da mesa” e que será transmitida na próxima reunião entre o Governo central e os respetivos governos regionais.

Para o vice-presidente, “não há tempo a perder”, pelo que esta medida serviria para trazer “tranquilidade” aos cidadãos nos encontros familiares que acontecem no Natal.

O governante local reforçou ainda a necessidade de se continuar a cumprir as regras, sob pena de a situação pandémica voltar a piorar. “Não podemos relaxar, a curva ainda é alta. Não podemos permitir que a curva volte a subir, nem de um ponto de vista de saúde nem económico. O esforço tem de ser brutal para salvar vidas e para salvar as empresas da ruína”, defendeu.

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Mortágua ataca Centeno: “É um erro deixar Banco de Portugal governar no Terreiro do Paço”

Mário Centeno defendeu que apoios devem ser temporários e não podem ser massivos por causa da elevada dívida. A deputada do Bloco ataca governador e diz que ouvi-lo é "uma receita para o desastre".

Mário Centeno defendeu esta segunda-feira que os apoios públicos devem ser temporários e que a resposta do Governo à crise deve atuar “nas margens”, porque a elevada dívida pública torna “proibitiva” ajudas “massivas”. Mariana Mortágua não gostou do que ouviu e criticou o governador. “É um erro deixar Banco de Portugal governar no Terreiro do Paço”, disse.

“Quando a crise está no centro da vida coletiva, na Saúde e da Economia, responder pelas margens, como defende Centeno, é receita para o desastre. Os remendos do Governo não salvam o SNS e o emprego. É um erro deixar o Banco de Portugal governar no Terreiro do Paço“, afirmou a deputada do Bloco de Esquerda no Twitter.

Esse tweet é acompanhado do seu artigo de opinião publicado na edição desta terça-feira do Jornal de Notícias (acesso livre) com o título: “Fantasmas de um Natal passado”.

Nesse artigo, Mariana Mortágua considera que o argumento usado pelo ex-ministro das Finanças na sua intervenção na 10.ª Conferência do Banco de Portugal, que teve lugar esta segunda-feira, tem a “mesmíssima matriz ideológica que, no passado, sustentou as políticas de austeridade e as reformas estruturais que castigaram o país“.

“Mário Centeno conforma-se com o pior cenário. E tudo em nome de uma preocupação – o aumento da dívida pública. Ora, a realidade já provou que a dívida é caprichosa e ingrata, que se alimenta do desemprego e da recessão. Políticas débeis, como aquelas sugeridas por Centeno, não conseguirão evitar essa deriva“, refere a dirigente bloquista.

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Há apenas quatro empresas portuguesas no Dow Jones Sustainability Index

Em 2020 foram selecionadas 324 empresas para integrar o DJSI World. É nesta lista que se incluem a EDP, a Galp e a Jerónimo Martins. Já o BCP faz parte de uma versão alargada deste índice.

Em 2020 são quatro as empresas portuguesas convidadas para integrar a família de índices Dow Jones Sustainability Indices (DJSI): EDP, Galp, Jerónimo Martins e Banco Comercial Português. Além dos indicadores económicos e financeiros, estes índices avaliam critérios como a transparência, a gestão corporativa, as relações com os investidores, a responsabilidade socioambiental e a qualidade de gestão.

O Dow Jones Sustainability Index, um dos índices de referência mundial na área da sustentabilidade, foi criado em 1999 como o primeiro benchmark do desempenho não-financeiro para empresas cotadas a nível global. A edição deste ano – para a qual foram convidadas a participar 3.467 empresas do S&P Global Broad Market Index –, contou com mais 19% de participações face ao ano anterior. No final, foram selecionadas 324 para integrar o DJSI World. É nesta lista que se incluem a EDP, a Galp e a Jerónimo Martins. Já o BCP faz parte de uma versão alargada deste índice.

Em comunicado, a EDP deu conta que se mantém em 2020 como uma das empresas de energia mais sustentáveis no índice Dow Jones Sustainability Index, isto num ano recorde em participações de empresas de todo o mundo. “É também a única companhia portuguesa no índice há 13 anos consecutivos”, frisou a empresa, que obteve uma pontuação final de 88 pontos (em 100), que a coloca entre as duas melhores utilities integradas do mundo.

“Para o bom posicionamento da empresa contribuíram vários indicadores, entre os quais se destaca a classificação na dimensão ambiental: com 94 pontos, mais um em relação a 2019, a EDP foi a segunda melhor. A empresa melhorou ainda a sua performance no critério de ‘corporate governance’, obtendo mais cinco pontos, e manteve boas avaliações nas vertentes económica e social”, refere o mesmo comunicado.

A EDP foi ainda distinguida como ‘Best in Class’ em dez dos 27 critérios: estratégia de ação climática, gestão de risco de recursos hídricos, reportes ambientais e sociais, gestão da cadeia de fornecimento, cidadania, envolvimento de stakeholders ou direitos humanos, entre outros

“Este novo reconhecimento pelo DJSI, como uma das utilities mais sustentáveis do mundo, vem reforçar que a EDP mantém o rumo alinhado com o desenvolvimento sustentável e o combate às alterações climáticas. É também um incentivo para continuarmos a melhorar as nossas boas práticas ambientais, sociais e de corporate governance, cuja performance voltou a ser valorizada este ano”, comentou Miguel Stilwell de Andrade, presidente executivo interino da EDP. “Enquanto líder da transição energética, a EDP continua a apostar nas energias renováveis e em novas soluções de eficiência energética que contribuam para a descarbonização. E, num momento tão decisivo como o atual, marcado pela emergência climática e pelo impacto de uma pandemia global, esse compromisso é ainda mais relevante para garantir a proteção do ambiente e a criação de valor para os nossos stakeholders e para as gerações futuras”, reforçou.

Por seu lado, a Galp reforçou em 2020 a sua posição como empresa mais sustentável da Europa e terceira melhor do mundo no seu setor de acordo com os critérios do Dow Jones Sustainability Indices (DJSI), disse a petrolífera em comunicado. A empresa lidera pelo terceiro ano consecutivo o Dow Jones Sustainability Indices na Europa no setor Oil & Gas Upstream & Integrated. No DJSI World, a energética portuguesa foi a terceira melhor entre as 59 companhias analisadas.

Além de manter a pontuação global que tinha alcançado na edição anterior deste ranking – ou seja, a melhor de sempre nos nove anos de presença da empresa nestes índices – a Galp conseguiu ainda aumentar o percentil obtido para os 97 pontos.

“Esta distinção evidencia o forte compromisso da Galp com as melhores práticas que são a base da criação de valor sustentável para os nossos stakeholders. O reconhecimento pelo DJSI reforça a importância crítica destas práticas nas nossas atividades”, disse o CEO da Galp Carlos Gomes da Silva.

De acordo com os resultados de 2020 do índice DJSI, a Galp lidera nas categorias de “Materialidade”, “Reporte Ambiental”, “Ecoeficiência Operacional”, “Estratégia Climática”, “Riscos Relacionados com Água”, “Reporte Social” e “Desenvolvimento de Capital Humano.”

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Apoios à restauração são “meros paliativos incapazes de fazer frente aos prejuízos”, diz PCP

Os comunistas consideram que as medidas de apoio à restauração são "insuficientes" e incapazes de cobrir os prejuízos que as empresas estão a ter com o confinamento.

Os comunistas dizem compreender os protestos da restauração no fim de semana, afirmando que as medidas criadas pelo Governo para apoiar as empresas deste setor são “insuficientes”. O PCP nota que o confinamento decretado é “desproporcionado e exagerado” e defende a necessidade de “responder rapidamente” ao setor, propondo discussões assentes em três pilares.

É inteiramente justificada e compreensível a indignação e protesto dos pequenos empresários da restauração, bares e outros setores, face às novas decisões do Governo, quer quanto às novas restrições de horários e funcionamento dos estabelecimentos, quer pela insuficiência das medidas de apoio anunciadas“, escreveu o PCP, num comunicado enviado esta segunda-feira à noite.

O partido diz que as medidas que começaram a ser implementadas este mês acrescem aos “problemas derivados da primeira fase” da pandemia, “particularmente, da falta de respostas, do inaceitável atraso na concretização das tímidas medidas avançadas e até da subversão e não cumprimento de decisões do Orçamento Suplementar, como as que tinham sido avançadas pelo PCP e aprovadas”.

E detalha: “o torpedeamento e incumprimento” de medidas na suspensão dos pagamentos por conta, o apoio aos sócios-gerentes, as “sucessivas dificuldades” no acesso às linhas de crédito das micro e pequenas empresas e ao Programa Adaptar, “que afastaram dezenas de milhares de empresas”. Ao mesmo tempo, o PCP afirma que se observa a “ausência de medidas para problemas muito diversos”, desde as rendas do comércio e outros serviços de rua e um apoio à criação de um fundo de tesouraria.

Os comunistas sublinham, assim, que as novas medidas criadas pelo Governo, nomeadamente os confinamentos do fim de semana, são “particularmente gravosas para a restauração, manifestamente desproporcionadas e exageradas, mal desenhadas” e suscitam “uma ampla e vigorosa oposição dos empresários mais afetados”.

E, referindo, que as medidas criadas para compensar as perdas das empresas são, também, “insuficientes” e “meros paliativos incapazes de fazer frente aos prejuízos”, o PCP considera ser necessário “responder rapidamente”, em articulação com as associações empresariais e sindicatos.

Para o partido, esse diálogo deve ser feito com base em três direções: uma “reflexão e correção das medidas avançadas pelo Governo” no que toca aos horários de funcionamento dos estabelecimentos, uma “reconsideração e calibração das medidas”, eliminando-se certos critérios, e a “tomada das decisões necessárias ao nível do aparelho de Estado (…) no sentido da agilização da informação, resposta e pagamento dos apoios atempados”.

Os comunistas concluem, afirmando que “muitas das questões agora reivindicadas pelos pequenos empresários constam das propostas de alteração apresentadas pelo PCP ao Orçamento do Estado para 2021“.

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Salários base dos funcionários públicos aumentaram quase 3%

A remuneração base média dos funcionários públicos estava nos 1.534,8 euros, em julho. Tal valor representa um aumento de 2,9% face ao período homólogo.

O salário médio dos funcionários públicos voltou a subir, no terceiro trimestre, por efeito do descongelamento das carreiras e à boleia do aumento da remuneração mais baixa praticada no Estado. De acordo com a Síntese Estatística do Emprego Público, em julho, a remuneração base média mensal e o ganho médio mensal nas Administrações Públicas engordaram mais de 2% face ao mesmo mês de 2019. Isto numa altura em que também o número de funcionários públicos cresceu, em comparação com o período homólogo.

“Em julho de 2020, o valor da remuneração base média mensal dos trabalhadores a tempo completo no setor das administrações públicas situava-se em cerca de 1.534,8 euros“, explica a Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP). Tal valor representa uma subida de 0,1% face a abril deste ano e um salto de 2,9% face a julho de 2019.

Esta evolução é explicada “essencialmente pelo efeito da atualização do valor da base remuneratória, bem como do processo gradual de descongelamento das carreiras”. Em 2020, o “salário mínimo” praticado na Função Pública — a referida base remuneratória — subiu 10 euros para 645,07 euros, ficando acima da remuneração mínima garantida a nível nacional (635,07 euros). Os demais salários beneficiaram de aumentos de 0,3%, à exceção do nível remuneratório imediatamente acima do “salário mínimo público” que também subiu dez euros.

Para 2021, o Governo assegura que os vencimentos mais baixos entre os mais baixos irão subir por arrastamento do aumento do salário mínimo — cujo valor o Executivo ainda não quis revelar –, mas prevê que as restantes remunerações não sejam atualizadas, o que tem merecido duras críticas por parte dos sindicatos. Ainda assim, por efeito das progressões e promoções, a massa salarial deverá voltar a engordar, no próximo ano.

Em julho, também o ganho médio mensal nas administrações públicas — que inclui prémios e subsídios ou suplementos regulares e pagamentos por horas suplementares ou extraordinárias — ficou acima dos valores anteriormente praticados, de acordo com a DGAEP. Atingiu os 1.798 euros, ou seja, mais 2,7% do que no mesmo período de 2019.

Tanto no que diz respeito à remuneração base como ao ganho mensal, é na Administração Central que os trabalhadores ganham salários mais robustos. Por outro lado, é na Administração Local que se praticam remunerações mais modestas.

A Síntese Estatística nota, além disso, que o terceiro trimestre foi sinónimo de um aumento do número de funcionários públicos, em termos homólogos. “A 30 de setembro de 2020, o emprego no setor das Administrações Públicas situou-se em 700.477 postos de trabalho, assinalando um aumento de 1.841 postos de trabalho, face a 31 de dezembro de 2019″, explica a DGAEP.

Em causa está um salto de 1,6%, em termos homólogos, explicado sobretudo pelo reforço dos meios do Sistema Nacional de Saúde e dos estabelecimentos de ensino básico e secundário.

A DGAEP detalha: “Entre as carreiras que mais contribuíram para esse aumento salientam-se, nas EPE do SNS, as carreiras de assistente operacional (+1.980), enfermeiro (+1.907) e técnico de diagnóstico e terapêutica (+407) e nos estabelecimentos de educação e ensino básico e superior, os educadores de infância e docentes do ensino básico e secundário (+1.464), bem como os assistentes operacionais (+1.201)”.

Já na comparação em cadeia, o emprego público recuou 0,7%, ou seja, perderam-se 4.634 postos de trabalho, “em resultado particularmente da quebra do emprego da Administração Central. As áreas governativas da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior foram as que mais contribuíram para a quebra de emprego (-5.660 postos de trabalho, no seu conjunto) refletindo a atividade de mudança de ano letivo com os processos de colocação dos docentes contratados nos estabelecimentos de ensino superior e de ensino básico e secundário e dos técnicos superiores para as atividades de enriquecimento curricular, no ensino básico e secundário, ainda a decorrer no final do 3º trimestre”, é esclarecido.

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5G: Anacom espera que todos “os interessados” em investir apresentem candidaturas ao leilão

  • Lusa
  • 17 Novembro 2020

"Esperemos que no próximo leilão todos os que estejam interessados em investir no mercado das comunicações em Portugal apresentem as suas candidaturas", disse o presidente da Anacom.

O presidente da Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom) disse esta terça-feira esperar que “todos os que estejam interessados em investir” no 5G “apresentem candidaturas” e salientou que no leilão anterior houve condições, em alguns casos, “mais incentivadoras” que no atual.

No último leilão de atribuição de licenças “foram criadas condições, até nalguns casos mais incentivadoras do que aquelas que estão neste momento no regulamento do leilão destas frequências, mas não houve a entrada de nenhum operador no mercado” português, afirmou João Cadete de Matos. “Esperemos que no próximo leilão todos os que estejam interessados em investir no mercado das comunicações em Portugal apresentem as suas candidaturas”, acrescentou.

“Todos são bem-vindos e aquilo que a Anacom pretende é ter uma solução de desenvolvimento equilibrado que seja promotora da concorrência e em que todos, quer os operadores que hoje operam em Portugal, quer quem queira vir a investir no nosso mercado de comunicações, contribua para o desenvolvimento do setor”, prosseguiu o regulador.

“Não só do ponto de vista dos benefícios da concorrência, que estão inscritos na lei portuguesa, que estão inscritos na lei europeia, mas também daquilo que é reconhecidamente o mérito da concorrência que é apoiar a inovação, que é proteger os interesses dos consumidores e de todas as empresas que são utilizadoras de comunicações, facultando-lhes não só melhores preços, mas ofertas mais competitivas”, acrescentou.

O responsável destacou a oportunidade do leilão frequências de 5G, “mas também a decisão que a Anacom tomou, depois de consultar o mercado, de disponibilizar ainda frequências disponíveis para o 3G e para o 4G”.

Nomeadamente, “procurando que essas frequências disponíveis, que será uma pequena percentagem – cerca de 8% das frequências que hoje já são utilizadas pelos três operadores que detêm redes de comunicações móveis em Portugal -, para estimular o desenvolvimento concorrencial” do mercado português e possibilitar a entrada de novos operadores no mercado, prosseguiu. “Situação que, como sabemos, não aconteceu nos últimos 22 anos”.

Cadete Matos reiterou que “é a concorrência que estimula a inovação”, que “desafia as empresas a darem respostas que vão ao encontro das necessidades” e que muitas vezes estimulam a nova procura de comunicações.

“Do ponto de vista dos objetivos do leilão, salientaria também a relevância que atribuímos a cumprir aquilo que é um objetivo do país: que é termos também um país melhor do ponto de vista da cobertura do território, em termos de redes de comunicações que permitam ter um débito de qualidade em todas as zonas, nomeadamente nas áreas menos povoadas”, reforçou o presidente da Anacom.

O regulador considera que tal “é fundamental” para a coesão económica, social e territorial e que “isso pode ser obtido através da estratégia que está delineada, quer do Governo, quer pela Anacom em relação a este leilão, que é não ter como objetivo um encaixe financeiro como primeiro objetivo, mas sim de definir preços de entrada para o leilão que são preços muito baixos quando comparados com os preços na União Europeia”.

João Cadete de Matos deu dois números de referência para o leilão do 5G, cujo prazo de entrega das candidaturas está a decorrer até à próxima semana. “Para as faixas do 5G, o preço de reserva que está definido, que é cerca de 160 milhões de euros, é quatro vezes inferior ao preço médio que foi atingido nos leilões na Europa e é dez vezes inferior ao preço máximo que foi atingido em vários leilões que já tiveram lugar na Europa”, disse.

“Portanto, significa que obviamente há espaço para haver licitações no leilão, mas o objetivo como disse não é tanto o encaixe financeiro (…), mas o que se pretende, sobretudo, é criar um conjunto de obrigações que levem a que todo o território nacional tenha uma boa cobertura, não só das redes de voz, mas também das redes de dados”, reiterou o regulador.

Voltou a defender a partilha de investimentos, salientando que tem visto “com muito interesse” o coinvestimento na rede de fibra ótica. “E é importante também que em relação às redes móveis isso aconteça e, como sabemos, estão criados no regulamento do leilão condições para que o ‘roaming’ nacional nas zonas de baixa densidade seja de facto uma realidade”, sublinhou.

Cadete de Matos aproveitou também a intervenção “para desfazer aquilo” que tem sido dito sobre o roaming nacional, que “é algo diferente de um sistema normal de mercado, em que as empresas que utilizam as outras redes têm que pagar por elas”. O roaming nacional permite utilizar o serviço de um operador concorrente numa zona onde não tenha rede.

“Isso é verdade no roaming nacional como é verdade nas redes virtuais, dos operadores virtuais. Nós, em Portugal, também queremos que haja mais operadores, mais MVNO, operadores virtuais que possam utilizar as redes, mas quer nuns casos quer noutros, tratar-se-ão de acordos negociados entre as empresas que pretendam utilizar as outras redes e os detentores dessas redes, como acontece em Espanha França Itália e Alemanha e que falta acontecer em Portugal”, argumentou João Cadete de Matos.

O responsável defendeu que é bom que aconteça para o desenvolvimento do setor e para a promoção da concorrência. “Não se conseguirão atrair investimentos, localizar empresas e manter cidadãos a residir nos territórios do interior do país se de facto” os territórios de baixa densidade “não tiverem também uma participação ativa nesta transformação que vai acontecer com o 5G em Portugal“, considerou.

“Acreditamos que é possível e é desejável e está nas mãos de todos construirmos um país melhor no setor das comunicações”, sublinhou o presidente da Anacom”, afirmou, acrescentando acreditar que a inovação “é a melhor forma de dar resposta a esses desafios”, contando com todas as empresas, nomeadamente as pequenas e médias empresas (PME) do setor das telecomunicações.

Não podemos apenas ter a nossa ação concentrada nos principais operadores — os principais operadores têm um papel essencial mas já hoje também depositam muito da sua atividade no trabalho que é feito” pelas PME deste setor, disse ainda.

“Nós temos a convicção de que temos a força da razão para aquilo que estamos a fazer, temos o entusiasmo e a convicção de que estamos a fazer um trabalho importante para o país. Tem sido também noutros países europeus e que em Portugal temos apenas que prosseguir uma trajetória de desenvolvimento e de consolidação do setor”, concluiu.

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Estudantes universitários formam-se em direito e gestão. Tecnologias atraem poucas mulheres

Os 4 milhões de jovens europeus que concluíram o ensino superior em 2018 formaram-se na maioria em cursos de direito, negócios e administração.

Em 2018, quatro milhões de estudantes concluíram o ensino superior na União Europeia. Destes, quase um quarto terminou os estudos em cursos na área de negócios, administração e direito, revelam os dados do Eurostat publicados esta terça-feira, a propósito do Dia Internacional do Estudante, que se assinala a 17 de novembro. Na lista das áreas de estudo mais populares entre os alunos europeus, seguem-se os cursos de engenharia, saúde e bem-estar e educação. Do total de jovens graduados, mais de metade eram mulheres (57,7%).

A seguir à educação, a lista dos cursos mais escolhidos inclui ainda as artes e humanidades e, por ordem decrescente, os cursos de ciências sociais, informação e jornalismo, ciências naturais, matemática e estatística, serviços, tecnologias da informação e comunicação (TICS), agricultura e veterinária e outros.

Em Portugal, 79.800 jovens concluíram o ensino superior em 2018, revela o relatório. Destes, 16.200 formou-se em cursos de negócios, administração e direito, seguidos pelas engenharias com 15.600 alunos formados.

Na UE, os cursos de negócios, administração e direito são também particularmente populares em França, Chipre e Luxemburgo, e têm pouca popularidade entre os alunos da Suécia, Itália, Finlândia e Espanha.

No que diz respeito aos cursos de engenharia, manufatura e construção, Portugal destaca-se na lista dos países onde estes cursos são mais comuns, ao lado de países como a Lituânia, Áustria e a Alemanha.

Os cursos de tecnologias de informação são os que continuam a ter uma menor representação feminina, sendo que só 1% de alunos graduados em 2018 eram mulheres. Por outro lado, seguindo a tendência das últimas décadas, nos cursos de saúde e bem-estar, apenas 3,5% eram homens.

A formação em negócios, administração e direito atrai mais mulheres do que homens, revela o Eurostat. 10,9% de todos os alunos europeus que concluíram o ensino superior eram homens, formados em cursos de engenharia, manufatura e construção, com apenas 4,3% eram mulheres.

Na Europa, o país com mais alunos formados no ensino superior é França, que registou 796.000 jovens graduados em 2018, à frente de países como a Alemanha (565.000), Polónia (470.000) e a vizinha Espanha (461.000).

Este ano, o número de alunos a candidatarem-se ao ensino superior aumentou 15% em relação ao ano passado, com 52.963 estudantes admitidos este ano no ensino superior público.

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Número de passageiros nos aeroportos nacionais caiu 69% em setembro

Os aeroportos nacionais receberam apenas 1,9 milhões de passageiros em setembro, menos 69% do no ano passado. Esta diminuição é resultado da pandemia.

Passaram pelos aeroportos nacionais 1,9 milhões de passageiros em setembro, menos 69% do que no mesmo mês do ano passado. A pandemia explica esta quebra, num ano que tem sido negro para o setor do turismo. De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), esta tendência observou-se também no movimento de carga e correio, que caiu 30% no nono mês do ano.

Nesse mesmo mês, aterraram nos aeroportos nacionais 10.800 aeronaves em voos comerciais, menos 50,2% do que no período homólogo, que transportaram 1,9 milhões de pessoas. No que diz respeito ao movimento de carga e correio nos aeroportos nacionais, foram transportadas 12.400 toneladas, menos 29,8% do que em setembro do ano passado.

“Analisando o número de aeronaves aterradas e o número de passageiros desembarcados diariamente entre janeiro e setembro de 2020, e comparando com o período homólogo, é visível o impacto da pandemia Covid-19 e das medidas adotadas ao nível do espaço aéreo a partir do início da segunda quinzena do mês de março“, refere o INE.

Aeronaves aterradas e passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais – diário | Fonte: INE

Entre janeiro e setembro, aterraram nos aeroportos nacionais 77.700 aeronaves em voos comerciais, o equivalente a uma descida de 55,9%, e foram movimentados 15,3 milhões de passageiros (-67,3%).

O aeroporto de Lisboa movimentou 51% do total de passageiros (7,8 milhões) e registou um decréscimo de 67,3%. Considerando os três aeroportos com maior tráfego de passageiros, o aeroporto do Faro foi o que evidenciou maior decréscimo do número de passageiros movimentados entre janeiro e setembro de 2020 (-75,4%).

Ainda nos primeiros nove meses do ano, “considerando o volume de passageiros desembarcados e embarcados em voos internacionais, França foi o principal país de origem e de destino dos voos“, refere o INE, que aponta o Reino Unido como o segundo principal país de origem e de destino e evidenciou a maior redução do número de passageiros desembarcados e embarcados face ao período homólogo.

63,4% dos britânicos desembarcaram em Faro

“Após o impacto da pandemia e das medidas adotadas ao nível do espaço aéreo a partir do início da segunda quinzena do mês de março, entre abril e junho registaram-se quebras no número de passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais em voos provenientes do Reino Unido superiores a 90%“, indica o INE, detalhando que, em setembro, a quebra no número destes passageiros foi de 73,9%.

Entre 21 de agosto e 10 de setembro, datas de anúncio de abertura e de fecho do corredor aéreo entre Portugal e o Reino Unido, o decréscimo do número de passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais em voos provenientes do Reino Unido foi 53,5%, evolução que contrasta com a diminuição registada no acumulado dos restantes dias dos meses de agosto e setembro (-80,2%).

No período compreendido entre os dois anúncios, desembarcaram 53,8% do total de passageiros desembarcados nos aeroportos nacionais em voos provenientes do Reino Unido, em agosto e setembro de 2020 (33,1% em igual período de 2019). O aeroporto de Faro concentrou 63,4% (58,8% em 2019) dos passageiros provenientes de voos do Reino Unido entre 21 de agosto e 10 de setembro.

(Notícia atualizada às 11h24 com mais informação)

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França diz que vacinação será gratuita e poderá começar em janeiro

  • Lusa
  • 17 Novembro 2020

O ministro da Saúde de França aponta que, “se forem validadas", as primeiras vacinas chegarão "no início do ano”.

O ministro da Saúde da França, Olivier Véran, disse esta terça-feira que se a vacina da Pfizer contra o coronavírus for eficaz e segura, a vacinação no país será gratuita e deverá começar no início do próximo ano.

“Se forem validadas, teremos as primeiras vacinas no início do ano”, explicou Véran, em entrevista ao canal BFMTV, acrescentando estar confiante de que a Pfizer e a sua parceira BioNtech transmitirão às agências de saúde todos os dados experimentais “até daqui a três semanas”, para serem examinados.

O ministro também lembrou que a Comissão Europeia já fez uma pré-encomenda que implica o equivalente a cerca de 30 milhões de doses para a França e que a administração das vacinas será gratuita, assim como os testes de deteção de covid-19.

Olivier Véran escusou-se a avançar com datas para a reabertura do comércio e a comentar informações divulgadas por alguns meios de comunicação, que indicam que o Governo está a ponderar a hipótese de manter os bares e restaurantes fechados até meados de janeiro. “Queremos reabrir as lojas em boas condições para não termos de as fechar novamente”, disse, recusando repetidamente apontar datas concretas.

O ministro da Agricultura, Julien Denormandie, avançou, entretanto, em entrevista à rádio RMC, que vai ser autorizada, a partir da próxima sexta-feira, a venda de árvores de Natal, mas apenas em espaços exteriores.

A França está em regime de confinamento domiciliar desde 30 de outubro, devendo a condição durar até, pelo menos, 01 de dezembro, mas o Governo já avisou que algumas restrições se manterão além dessa data, continuando a ser obrigatório utilizar documentos de autorização para fazer viagens e mantendo-se o encerramento de bares e restaurantes.

A França contabiliza cerca de 45.000 mortos devido à covid-19 desde o início da pandemia e, apesar dos indicadores da disseminação do vírus estarem a melhorar no país, o primeiro-ministro indicou, na segunda-feira, a vários líderes religiosos que as celebrações religiosas só devem voltar a ser autorizadas a partir de 01 de dezembro.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.319.561 mortos resultantes de mais de 54,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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Cuatrecasas assessora Indico em ronda de investimento de 250 milhões de euros

A equipa que prestou a assessoria jurídica à operação de investimento na startup alemã TIER Mobility foi coordenada por sócio Vasco Bivar de Azevedo.

A sociedade de advogados Cuatrecasas assessorou juridicamente a Indico Capital Partners numa ronda de investimento venture capital (VC) que juntou 250 milhões de euros para a TIER Mobility, empresa alemã de micro mobilidade urbana.

A equipa que prestou a assessoria jurídica à operação de investimento na startup alemã foi coordenada por sócio Vasco Bivar de Azevedo, sócio da área de societário e M&A da Cuatrecasas especializado em VC.

“Esta é uma das maiores operações de VC – ronda de investimento série C – da Europa este ano, tendo em conta o montante globalmente investido”, refere a firma em comunicado.

A ronda de financiamento foi liderada pelo fundo de investimento em capital de risco japonês SoftBank Vision Fund tendo igualmente participado nesta ronda investidores já existentes, caso da Mubadala Capital, Northzone, Goodwater Capital, White Star Capital, Novator e RTP Global.

“O objetivo deste novo financiamento é aumentar significativamente a cobertura da empresa na Europa, para acelerar a expansão em mercados estratégicos em crescimento e a instalação da rede de energia TIER. Esta deverá ser concretizada através de milhares de estações de carregamento para alimentação de veículos elétricos. A empresa está ainda em processo de garantir um empréstimo significativo para financiar a expansão de veículos”, nota a Cuatrecasas em comunicado.

A TIER Mobility é uma startup que iniciou operações em outubro de 2018, sedeada em Berlim, na Alemanha, e que opera em mais de 80 cidades de dez países, com cerca de 60.000 trotinetes elétricas.

No ano passado, a Cuatrecasas já tinha assessorado a Indico na ronda de investimento série B na Tier Mobility, em que aquela participou e que juntou 60 milhões de euros. Além de outras operações de investimento da Indico que contaram com a assessoria da Cuatrecasas, esta já havia assessorado a sociedade de capital de risco na constituição do seu primeiro fundo de 54 milhões de euros e na constituição de um segundo fundo em 2020 de 12 milhões de euros, para investimento em startups em parceria com a Google.

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