Falta de ‘chips’ aumenta preços de brinquedos eletrónicos

  • ECO
  • 13 Dezembro 2021

O aumento entre 10% e 15% dos preços dos brinquedos eletrónicos deve-se à falta de 'chips', a uma menor produção nas fábricas, ao aumento dos custos das matérias-primas e até à subida da inflação.

Os preços dos brinquedos eletrónicos deverão sofrer aumentos entre os 10% e os 15%, ao mesmo tempo que se verifica uma falta de alguns desses produtos nas prateleiras das lojas. Fatores como a falta de ‘chips’, a menor produção nas fábricas e o aumento dos preços das matérias-primas explicam esta escassez.

Ainda assim, segundo o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), as falhas na época natalícia já são habituais. “Todos os anos na altura do Natal, já antes da pandemia, a procura é sempre tanta que há rutura de produtos. O que se está a passar agora é mais agravado, mas todos os anos há falhas“, apontou Gonçalo Lobo Xavier ao Correio da Manhã (acesso pago).

A margem dos retalhistas não está a aumentar face à subida dos preços destes produtos, enquanto o preço dos transportes “subiu muito”, adiantou ainda Lobo Xavier. “Por mais esforços que se façam, temos dificuldade em não fazer refletir o aumento dos custos. Não é só a matéria-prima, estamos a comprar mais caro na origem e a pagar mais no transporte“, disse, apontando também a constante subida da inflação como outro fator para o aumento de preços.

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Dívida dos municípios desceu 138 milhões em 2020 apesar da pandemia

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2021

218 dos 308 municípios conseguiram baixar em 2020 a respetiva dívida a pagar, contribuindo para um decréscimo global do passivo exigível municipal em 138 milhões de euros

O passivo exigível dos municípios baixou globalmente 138 milhões de euros em 2020, ano em que, apesar da pandemia de covid-19, 218 reduziram as suas dívidas em pagamento, segundo o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, divulgado esta segunda-feira.

De acordo com a investigadora Maria José Fernandes, coordenadora deste estudo anual realizado com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e do Tribunal de Contas, 218 dos 308 municípios conseguiram baixar em 2020 a respetiva dívida a pagar, contribuindo para um decréscimo global do passivo exigível municipal em 138 milhões de euros.

“Verificamos que há uma ligeira baixa no que são alguns dos setores das receitas autárquicas, também muito fruto, eu penso, da questão da pandemia, mas há de facto indicadores muito positivos”, considerou.

Em destaque esteve também, em 2020, “a diminuição da dívida, em termos globais, de todo o setor, quer dos municípios, das empresas municipais e dos serviços municipalizados”, em cerca de 100 milhões de euros.

No ano passado, verificou-se “um maior número de amortização de empréstimos bancários do que propriamente o recurso a novos empréstimos bancários” e “mais de metade dos municípios apresentou um volume de receita efetiva superior ao volume da despesa efetiva”.

“A diferença entre o volume das amortizações de capital em dívida e o montante de novos empréstimos foi +208 milhões de euros, contribuindo o setor autárquico de forma muito positiva para a diminuição líquida do passivo financeiro do Estado”, sublinhou.

A investigadora realçou que esta situação se verificou apesar “do acréscimo de despesa que os municípios, sobretudo em termos sociais, incorreram e também naturalmente de alguma diminuição de receita”.

“Relativamente àquilo que é a receita cobrada, verificamos que há uma baixa de impostos e taxas, mas que é compensada também pelas transferências, que têm um volume maior, quer correntes, quer transferências de capital”, disse.

Em termos de impostos diretos, o IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) aumentou muito ligeiramente (0,6%) e o IMT (Imposto Municipal sobre a Transmissão Onerosa de Imóveis), tal como a derrama (imposto municipal que incide sobre o lucro tributável das pessoas coletivas), teve uma descida, “mas também não significativa”.

Os municípios pagaram 84,1% dos compromissos assu­midos: 67 municípios apresentaram uma taxa de paga­mento de compromissos superior a 90% e 287 municípios apresen­tam uma taxa de pagamentos de obrigações superior a 90%.

O volume da despesa paga foi, no total, de 8,8 mil milhões de euros, representando um aumento ligeiro de 0,8% (+72,5 mi­lhões de euros), tendo sido o valor mais elevado nos últimos 11 anos. Com o aumento da despesa e a redução da receita, nos fluxos de caixa o volume das despesas pagas superou em 3,5 milhões de euros o volume de receitas cobradas, mas foi possível um equilíbrio “com a mobilização do saldo da gerência anterior”.

Num ano de pandemia, mas em que se aproximava o horizonte de eleições autárquicas, o investimento direto dos municípios totalizou 2.720 milhões de euros, um aumento de 13,1% (+314,9 milhões de euros). Do total dos municípios, 206 apresentaram um au­mento do montante global de investimento direto e indireto, que em 74 deles foi mesmo superior a 50%.

Tendo como referência a despesa prevista, o grau de execução da despesa paga no final de 2020 foi de apenas 73,3%, apresentando “o decréscimo pouco significativo” de -1,6 pontos percentuais (pp) face ao ano anterior.

Segundo o documento, entre 2010 e 2020 verificou-se “uma enorme evolução dos saldos orçamentais”: no ano passado, “pela sexta vez consecutiva no conjunto dos municípios” verificou-se “um saldo efetivo e um saldo primário positivos, quando obtidos pela diferença entre receitas liquidadas e compromissos assumidos”, tendo contribuído para um saldo orçamental positivo de 149 municípios.

No ano passado, as despesas com pessoal continuavam a liderar no bolo das despesas autárquicas, representando, em média, 31,2% do total global.

Em 2020 há ainda a destacar resultados negativos de 143 municípios que os investigadores justificam “essencialmente com alterações de critérios de registo contabilístico devido à implementação do SNC-AP [Sistema de Normalização Contabilística – Administrações Públicas] e não a alterações significativas da estrutura económica dos municípios”.

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, com o apoio da OCC, é apresentado hoje durante uma conferência, a partir das 10:00, disponível ‘online’ em https://www.youtube.com/ordemdoscontabilistascertificadosocc.

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PSI-20 acompanha bolsas europeias e arranca em alta

A bolsa nacional está a negociar em terreno positivo no arranque desta semana, acompanhando a tendência positiva das principais praças europeias.

O PSI-20 está a subir 0,11% para os 5.497,45 pontos no início da sessão desta segunda-feira, após a queda da passada sexta-feira. O índice lisboeta acompanha assim os ganhos das bolsas asiáticas e agora das bolsas europeias.

O Stoxx 600, o índice que agrega as 600 principais cotadas europeias, valoriza 0,2% no arranque da sessão. O alemão DAX avança 0,2%, o francês CAC 50 soma 0,1%, o espanhol IBEX sobe 0,3% e o britânico FTSE 100 valoriza 0,1%.

A nível mundial, os investidores aguardam com expectativa o resultado das reuniões de política monetária da Reserva Federal norte-americana (15 de dezembro) e do Banco Central Europeu (16 de dezembro). Ambos enfrentam uma avaliação complexa numa altura em que a taxa de inflação continua a subir tanto nos Estados Unidos como na Zona Euro.

Em Lisboa, há sete cotadas em baixa, três inalteradas e oito em alta.

A maior subida é protagonizada pela Corticeira Amorim com uma valorização de 1,43% para os 11,36 euros. Segue-se a Ramada Investimento e Indústria com uma subida de 1,39% para os 7,28 euros.

A travar mais ganhos no PSI-20 está a REN com uma desvalorização de 1% para os 2,48 euros e a Greenvolt com uma queda de 0,63% para os 6,26 euros.

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Vinte municípios excederam em 2020 limite da dívida total

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2021

O índice de dívida total em 2020 é de 55,2%, sendo a média nacional dos passivos por habitante de 624 euros, dados que mostram uma recuperação relativamente a anos anteriores desde 2013.

Vinte municípios portugueses excederam em 2020 o limite da dívida total definido no Regime Financeiro das Autarquias Locais e das Entidades Intermunicipais (RFALEI), entre os quais está em pior situação Fornos de Algodres, segundo o Anuário Financeiro apresentado esta segunda-feira.

“A média nacional dos passivos por habitante foi de 624 euros, tendo o município de Marinha Grande apresentado o menor valor de passivo por habitante (61 euros/habitante) e o município de Fornos de Algodres o maior passivo por habitante (6.258 euros/habitante)”, revela o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2020, que é apresentado esta segunda-feira numa conferência ‘online’, a partir das 10 horas, através do ‘link’: https://www.youtube.com/ordemdoscontabilistascertificadosocc.

Sem incluir as dívidas de outras entidades do grupo autárquico, nem excluir as exceções que não relevam para o limite da dívida, os cálculos referentes ao ano de 2020 indicam que “ainda persistiram 20 municípios que excederam o limite da dívida total” indicado no RFALEI, que são, por ordem decrescente do índice de dívida total, Fornos de Algores, Vila Franca do Campo, Cartaxo, Vila Real de Santo António, Nordeste, Nazaré, Fundão, Portimão, Vila Nova de Poiares, Alfândega da Fé, Alandroal, Belmonte, Freixo de Espada à Cinta, Reguengos de Monsaraz, Paços de Ferreira, Seia, Tabuaço, Celorico da Beira, Tarouca e Évora.

Apesar da situação destes 20 municípios, em incumprimento do RFALEI que determina que a dívida total de operações orçamentais do município não pode ultrapassar, em 31 de dezembro de cada ano, 1,5 vezes a média da receita corrente líquida cobrada nos três exercícios anteriores, no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2020 mantém-se a afirmação produzida nos anteriores relatórios de que “os sucessivos decréscimos, verificados desde 2013, do valor do índice do limite à dívida total (razão entre a dívida total das autarquias e o valor de 1,5 vezes a média da receita corrente liquidada nos últimos três exercícios) é um ótimo indicador da progressiva melhoria da situação global de endividamento das autarquias”.

“Em 2020, considerando o universo dos 308 municípios, o valor da dívida total ficou distante 44,8 p.p. [pontos percentuais] do limite máximo da dívida total determinado com base nos artigos 52.º [Limite da dívida total] e 84.º [Regime transitório para o endividamento excecionado] do RFALEI, aumentando esse distanciamento em +4,1 p.p. relativamente ao verificado em 2019”, refere o Anuário Financeiro.

O índice de dívida total em 2020 é de 55,2%, com 20 municípios que excederam o limite da dívida, dados que mostram uma recuperação relativamente a anos anteriores desde 2013, nomeadamente em 2019 foi de 59,4%, com 25 municípios nessa situação, e em 2013 foi de 122,6%, com 87 municípios.

No âmbito da pandemia, entrou em vigor a lei n.º 35/2020, que altera as regras sobre endividamento das autarquias locais para os anos de 2020 e 2021, em que os gastos no âmbito da Covid-19 não contam para o limite da dívida total.

Relativamente às situações de desequilíbrio orçamental, “em dezembro de 2020, 24 municípios apresentaram um montante da receita corrente cobrada bruta inferior à despesa corrente paga acrescida das amortizações médias de empréstimos de médio e longo prazo”, o que quer dizer que estes municípios apresentaram um saldo corrente (deduzido das amortizações médias de empréstimos de médio e longo prazo) negativo, quando calculado na base dos pagamentos.

“Contudo, destes municípios, só oito apresentaram o valor absoluto do saldo superior a 5% das receitas correntes totais. Nos restantes 16 municípios, o valor absoluto do saldo foi inferior a 5% das receitas correntes totais”, expôs o relatório.

O Anuário Financeiro indica ainda que, no final do ano económico de 2020, 88 municípios apresentaram um saldo corrente negativo, na base da despesa corrente assumida, deduzido das amortizações médias dos empréstimos, em que, destes, 49 municípios registaram um valor absoluto dessa diferença negativa, superior a 5% das receitas totais cobradas.

O relatório informa que, entre os municípios com melhor índice de dívida total, estão dois de grande dimensão: Oeiras e Sintra, ambos no distrito de Lisboa.

Publicado desde 2003, o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é da responsabilidade do Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA) do Centro de Investigação em Ciência Política da Universidade do Minho, que conta com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC) e do Tribunal de Contas, com o objetivo de ser uma referência na monitorização da eficiência do uso de recursos públicos pela administração local. À semelhança de anos anteriores, a edição de 2020 foi coordenada pela investigadora do IPCA Maria José Fernandes.

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Professores contratados obrigados a devolver parte do subsídio de Natal que receberam a mais

  • ECO
  • 13 Dezembro 2021

O Ministério da Educação exigiu que os professores devolvessem pessoalmente o valor nas Finanças “com caráter de urgência”, num prazo de cerca de 48 horas.

Em novembro, muitos professores contratados (que não fazem parte dos quadros) até ao final do atual ano letivo (agosto de 2022) receberam o subsídio de Natal por inteiro, em vez de receber apenas os quatro doze avos do subsídio a que tinham direito neste momento, sendo o restante pago no final do contrato, segundo o Diário de Notícias (acesso pago) desta segunda-feira.

Porém, as secretarias das escolas pagaram a totalidade — uma prática que varia entre os agrupamentos escolares — e o IGEFE (Instituto de Gestão Financeira da Educação) teve de intervir, exigindo aos professores que devolvessem o valor pessoalmente nas Finanças “com caráter de urgência”, num prazo de cerca de 48 horas.

O Sindicato de Todos Os Professores (S.T.O.P) já questionou o Ministério da Educação sobre as diferentes práticas das escolas e a exigência do IGEFE. “Porque há escolas que pedem a devolução e outras não para situações iguais? Essa foi uma das questões que colocamos ao IGEFE com conhecimento da DGAE e do Ministério da Educação”, diz André Pestana, referindo que devia ter sido dada a possibilidade de a devolução ser faseada.

O Ministério da Educação enviou uma nota às redações onde explica que o “procedimento de devolução está definido: cabe às escolas emitir uma guia de reposição ou facultar um NIB para que os docentes possam ressarcir as escolas do valor pago indevidamente. Cada escola gere o processo, no âmbito da sua autonomia administrativa”.

(Notícia atualizada às 12h07 com nota do Ministério da Educação)

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Câmaras cobraram menos impostos e taxas em 2020. IMI foi a exceção

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2021

Apenas o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) teve em 2020 uma variação positiva de cerca de 0,6% ao registar uma receita de 1.497,2 milhões de euros (+8,2 milhões de euros).

Os municípios cobraram 3.446,7 milhões de euros em impostos e taxas em 2020, menos 3,4% do que o coletado no ano anterior, de acordo com o Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, divulgado esta segunda-feira.

Segundo o documento, 2020 “foi, ainda assim, um bom ano de receita fiscal”, apesar deste decréscimo de -3,4%, “pois apresentou, na globalidade, uma execução orçamental de 101%, arrecadando na totalidade 3.446,7 milhões de euros, isto é, +35,1 milhões de euros que o previsto”.

Os investigadores que analisaram as contas dos municípios em 2020, coordenados por Maria José Fernandes, do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave, salientam que as receitas fiscais continuam a ser a maior parcela de receita das autarquias, representando 39,3% na receita total, “embora este peso varie com a dimensão do município”.

“Em 2020, nos municípios de pequena dimensão esta média situou-se em 16,1% da receita total, nos municípios de média dimensão subiu para 37,1% e nos de grande dimensão para 57%”, é sublinhado no Anuário Financeiro, que será divulgado esta segunda-feira numa conferência organizada pela Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC).

No documento é salientado que “para esta boa realização fiscal contribuíram, essencialmente, os impostos diretos”, o IMI, IMT, Imposto automóvel e derrama, porque, apesar de um ligeiro decréscimo de 1,2% em relação a 2019, para 3.103,8 milhões de euros, apresentaram uma taxa de execução orçamental de 102,7%.

A coleta dos impostos indiretos representou o total de 41 milhões de euros (um decréscimo de 75,3%) e “teve uma repercussão negativa no total da coleta fiscal” em relação ao que tinha sido perspetivado em termos de previsões orçamentais. Já em taxas, multas e outras penalidades, os municípios encaixaram mais 40,4 milhões de euros (+15,4%) face ao ano de 2019.

Em relação aos impostos diretos cobrados, apenas o Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) teve em 2020 uma variação positiva de cerca de 0,6% ao registar uma receita de 1.497,2 milhões de euros (+8,2 milhões de euros), contribuindo para 48,2% dos impostos diretos cobrados. Os autores do Anuário destacaram ainda que em 2020 foram 262 os municípios que decidiram não reduzir a taxa de IMI cobrada aos respetivos munícipes, mas mesmo assim 40 destes receberam menos no montante que foi cobrado.

Por outro lado, outros 46 municípios decidiram baixar a taxa de IMI a aplicar nas cobranças de 2020, mas, apesar disso, seis deles conseguiram aumentar o que receberam desta coleta em relação ao ano anterior (Covilhã, Alcanena, Moita, Santiago do Cacém, Loures e Montemor-o-Velho).

Depois de anos de recuperação, o Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas (IMT) baixou ligeiramente, -35,8 milhões de euros (-3,5%) em 2020, para totalizar 974,6 milhões de euros. Para esta descida do IMT contribuíram sobretudo os municípios do Porto (-11,8 milhões de euros, -18%) e Albufeira (-8 milhões de euros, -38%), é realçado no Anuário. Apesar deste decréscimo, o IMT representou 31,4% do total dos impostos diretos obtidos pelo conjunto dos municípios em 2020.

Já a derrama, em 2020 voltou a descer (-2,1%, -7,4 milhões de euros), ao apresentar o volume de coleta de 346,8 milhões de euros, representando 11,2% do total dos impostos diretos.

Depois de um período de crescimento desde 2017, o imposto automóvel, que também cabe aos municípios, apresentou em 2020 uma ligeira variação negativa de 1,2% (-3,5 milhões de euros), ao totalizar 283,7 milhões de euros.

Loulé, Nazaré, Lisboa, Porto Santo, Mafra e Vila Real de Santo António foram os municípios com maior peso dos impostos recolhidos na receita total em 2020. O montante global da receita cobrada pelos municípios em 2020 diminuiu 3% (-268 milhões de euros que em 2019) para o montante de 8.773,1 milhões de euros.

O Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses é realizado numa colaboração entre a Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC), com o apoio do Tribunal de Contas, e o Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do IPCA-Instituto Politécnico do Cávado e do Ave.

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Hoje nas notícias: Gás, professores contratados e TVDE

  • ECO
  • 13 Dezembro 2021

Do gás aos brinquedos eletrónicos, passando pelas viagens em TVDE, os preços estão a subir, relata a imprensa nacional.

Esta segunda-feira a imprensa nacional dá destaque ao aumento do preço de vários bens e serviços: é o caso do gás, onde o Governo pondera intervir, mas também dos brinquedos eletrónicos por causa da falta de chips e das viagens nos TVDE. Nota também para os professores contratados que tiveram de devolver parte do subsídio de Natal que receberam a mais.

Governo pondera compensar aumento do preço do gás

O secretário de Estado Adjunto e da Economia revela esta segunda-feira que o Governo está a ponderar medidas adicionais para compensar parcialmente o aumento do preço do gás. Em entrevista ao Jornal de Negócios e à Antena 1, João Neves frisa que “no gás não há regulação, e a intervenção é muito mais complexa”, mas que está a “tentar encontrar medidas mais específicas, mais dirigidas, menos abrangentes”, principalmente para os “grandes consumidores de gás”, como as atividades têxteis ou a cerâmica, setores que usam muito gás.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Pandemia terá provocado perdas de 37 mil milhões de euros em 2020

A Covid-19 terá tido um custo de 37,2 mil milhões de euros em 2020, um valor quase 11 vezes maior que a despesa das doenças respiratórias em 2019, ano em que terão representado uma perda económica de 3,5 mil milhões de euros, revela o relatório de 2020 do Observatório Nacional das Doenças Respiratórias (ONDR). Segundo um dos autores, as perdas do ano passado devem-se quer aos custos indiretos, que poderão representar mais de 10% do PIB, e ao valor dos DALYs (anos de vida ajustados pela morbilidade) perdidos, que poderá corresponder a cerca de metade desse valor.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Professores contratados obrigados a devolver parte do subsídio de Natal que receberam a mais

Em novembro, muitos professores contratados (que não fazem parte dos quadros) até ao final do atual ano letivo (agosto de 2022) receberam o subsídio de Natal por inteiro, em vez de receber apenas os quatro doze avos do subsídio a que tinham direito neste momento, sendo o restante pago no final do contrato. Porém, as secretarias das escolas pagaram a totalidade — uma prática que varia entre os agrupamentos escolares — e o IGEFE (Instituto de Gestão Financeira da Educação) teve de intervir, exigindo aos professores que devolvessem o valor pessoalmente nas Finanças “com caráter de urgência”. O Sindicato de Todos Os Professores (S.T.O.P) já questionou o Ministério da Educação sobre as diferentes práticas das escolas e a exigência do IGEFE.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Falta de chips aumenta preços de brinquedos eletrónicos

O preço dos brinquedos eletrónicos tem sofrido aumentos entre 10% e 15%, sendo que há rotura de ‘stock’ de alguns desses produtos, sobretudo de consolas. Fatores como a falta de ‘chips’, a menor produção nas fábricas e o aumento dos preços das matérias-primas explicam esta escassez. O que estamos a verificar é que, este ano, a juntar a esta enorme procura, estamos a ter dificuldade em receber o produto porque as fábricas estão a produzir menos”, afirmou Gonçalo Lobo Xavier, secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED).

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Saída de motoristas faz disparar preços dos TVDE

O confinamento e a falta de procura durante a pandemia provocaram a desistência de mais de metade dos motoristas das plataformas Uber, Bolt e Free Now, por não conseguirem suportar os custos com combustíveis e a manutenção dos veículos. Isto gerou um défice do lado da oferta e, por isso, os preços dos TVDE têm disparado.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso pago)

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Governo pondera compensar aumento do preço do gás

  • ECO
  • 13 Dezembro 2021

As medidas que vierem a ser anunciada pelo Governo serão "muito orientadas para dar resposta à situação que vivemos".

O secretário de Estado Adjunto e da Economia revela esta segunda-feira que o Governo está a ponderar medidas adicionais para compensar parcialmente o aumento do preço do gás. Na semana passada, o custo de gás de botija atingiu um máximo histórico em Portugal numa tendência de subida que se regista já há três meses.

Em entrevista ao Jornal de Negócios (acesso pago) e à Antena 1 (acesso livre), João Neves frisa que “no gás não há regulação, e a intervenção é muito mais complexa”, mas que está a “tentar encontrar medidas mais específicas, mais dirigidas, menos abrangentes”, principalmente para os “grandes consumidores de gás”, como as atividades têxteis ou a cerâmica, setores que usam muito gás.

As medidas que vierem a ser anunciada pelo Governo serão “muito orientadas para dar resposta à situação que vivemos”, diz João Neves, admitindo que já há efeitos da crise dos preços da energia, assim como as dificuldades nas cadeias de abastecimento globais, nos preços dos produtos finais pagos pelos consumidores.

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Autoagendamento para vacinação de crianças disponível a partir desta segunda-feira

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2021

As crianças com comorbilidades terão prioridade para serem vacinadas, independentemente da idade, desde que tenham prescrição médica, bastando que se se dirijam aos centros para receberem a vacina.

O autoagendamento da vacinação contra a Covid-19 das crianças entre os 5 e os 11 anos fica disponível esta segunda-feira, com o Governo a prever que sejam imunizadas mais de 600 mil menores até meados de março.

Na sexta-feira, o secretário de Estado Adjunto e da Saúde anunciou que esta segunda-feira serão abertas as marcações online para esta faixa etária, cuja vacinação arranca no próximo fim de semana, 18 e 19 de dezembro, com as crianças de 11 e 10 anos.

As crianças com comorbilidades terão prioridade para serem vacinadas, independentemente da idade, desde que tenham prescrição médica, bastando que se se dirijam aos centros para receberem a vacina contra o SARS-CoV-2.

De acordo com o calendário apresentado por Lacerda Sales, de 6 a 9 de janeiro serão vacinadas crianças entre os 9 e os 7 anos, ficando reservados os dias 15 e 16 para vacinar o grupo dos 6 e 7 anos, enquanto a 22 e 23 deste mês serão vacinadas as crianças de 5 anos.

Entre 5 de fevereiro e 13 de março serão administradas as segundas doses, altura em que ficará o esquema vacinal completo para esta faixa etária, estima o Governo.

A decisão de vacinar esta faixa etária resulta da recomendação da Direção-Geral da Saúde, depois de ouvida a Comissão Técnica de Vacinação e ponderadas as questões de natureza logística com o núcleo de coordenação de apoio ao Ministério da Saúde, nomeadamente a disponibilidade de vacinas da Pfizer, na versão pediátrica.

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João Rendeiro já está no tribunal onde vai ser ouvido

  • Lusa e ECO
  • 13 Dezembro 2021

Rendeiro deverá ser ouvido a partir 9h00 em Portugal, altura em que no tribunal começam a ser distribuídos os novos casos. Só nessa altura se saberá qual o juiz que o vai ouvir.

O ex-banqueiro João Rendeiro já se encontra no tribunal de Verulam, nos subúrbios de Durban, onde vai ser presente esta segunda-feira perante um juiz pela primeira vez desde que foi detido no sábado, disse à Lusa fonte dos serviços.

“Chegou cedo, está aqui sob nossa custódia”, referiu fonte do tribunal, onde as audiências arrancam pelas 09:00 (07:00 em Portugal).

João Rendeiro deverá ser ouvido a partir das 11h00 locais (09h00 em Portugal), altura em que, no tribunal com oito diferentes juízos, começam a ser distribuídos os novos casos, explicou à Lusa fonte da instituição.

Só nessa altura é que se saberá qual o juiz que vai ouvir o ex-banqueiro.

Até lá, decorrem dezenas de outros casos cujos intervenientes fazem fila na rua, à porta das instalações.

O conselheiro da embaixada de Portugal na África do Sul, Manuel Grainha do Vale, que está a acompanhar a audição, apesar de tal não ter sido solicitado por João Rendeiro, disse que importa, neste momento, confrontar o ex-banqueiro João Rendeiro com as autoridades sul-africanas, adiantando que “a Justiça tem os seus tempos”.

O Governo português acompanha este assunto com o interesse que merece, uma vez que se trata de um cidadão português que está foragido da justiça” e, acrescentou: “o que nos parece é que temos de o levar à atuação das autoridades sul-africanas”. “A Justiça tem os seus tempos, aí não podemos fazer nada“, disse quanto à “rapidez do processo”, e as vias que se seguirão, nomeadamente quanto à extradição.

O conselheiro falava à entrada do tribunal de magistratura de Verulam, arredores de Durban, cidade da costa do Índico da África do Sul, onde o ex-banqueiro vai ser ouvido em primeiro interrogatório após a detenção feita no sábado.

O conselheiro e o cônsul honorário português em Durban, Elias de Sousa, apresentaram-se à porta do tribunal “por iniciativa própria” da representação diplomática portuguesa, porque Rendeiro “não pediu ajuda” ao Estado português pelas vias diplomáticas na África do Sul, referiu Manuel Grainha do Vale.

“Parece que temos a louvar a atuação das autoridades sul-africanas, que foram muito diligentes neste processo. Isso reflete a boa cooperação entre a África do Sul e Portugal”, acrescentou.

O ex-banqueiro João Rendeiro foi preso no sábado, num hotel em Durban, na província sul-africana do KwaZulu-Natal, numa operação que resultou da cooperação entre as polícias portuguesa, angolana e sul-africana.

João Rendeiro estava fugido à justiça há três meses e as autoridades portuguesas reclamam agora a sua extradição para cumprir pena em Portugal.

O ex-presidente do extinto Banco Privado Português (BPP) foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do banco, tendo o tribunal dado como provado que João Rendeiro retirou do banco 13,61 milhões de euros.

O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.

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Siemens está a recrutar. Tem mais de 170 vagas

Tecnologias de informação, investigação & desenvolvimento, vendas, cibersegurança ou logística são algumas das áreas para as quais a Siemens tem ofertas. Companhia tem um modelo de trabalho flexível.

A Siemens Portugal está a recrutar e tem mais de 170 ofertas de trabalho em aberto na companhia que, desde o eclodir da pandemia, já contratou mais de 500 colaboradores, adianta Pedro Henrique, diretor de recursos humanos da Siemens Portugal, à Pessoas/ECO.

“Agora recrutamos sem os limites da área metropolitana de Lisboa e Porto“, diz Pedro Henriques. “Temos colaboradores a viver em Ovar, Bragança, Ponta Delgada e outros locais. Eles estão felizes e nós também porque queremos colaboradores comprometidos e motivados”, acrescenta o responsável de RH da companhia. “Fizemos mais de 500 contratações desde o início da pandemia e temos, atualmente, mais de 170 vagas em aberto para a empresa”, adianta.

Tecnologias de informação, investigação & desenvolvimento, vendas, cibersegurança ou logística são algumas das áreas para as quais a Siemens tem vagas em aberto, não só para Portugal, como para outras localizações onde a companhia está presente e que podem ser consultadas no site da Siemens.

Modelo de trabalho flexível

Com o eclodir da pandemia, a Siemens acabou com o limite de dois dias por semana em teletrabalho, que tinha sido implementado desde 2016. Agora os cerca de três mil colaboradores da multinacional, cujas funções o permitam, podem trabalhar remotamente, sem limites de dias.

“Antes da pandemia íamos ao escritório, frequentemente, para a execução de tarefas de natureza individual, normalmente no computador. Nesta parte do trabalho, o escritório não só não acrescentava valor como nos fazia perder tempo em deslocações casa-escritório-casa, retirava-nos flexibilidade na organização da vida pessoal e familiar, aumentava as despesas de transporte e originava mais poluição na cidade”, descreve Pedro Henriques.

“Depois de dois anos quase exclusivamente em teletrabalho, pensamos regressar ao escritório para os vivenciarmos de uma forma bastante diferente do passado: ir ao escritório será para atividades de team building, participar em workshops ou, simplesmente, socializar com os colegas. Esta nova realidade irá mudar significativamente o que precisaremos de ter no local de trabalho e é, nesse sentido que temos vindo a adaptar as nossas instalações“, refere o responsável de RH.

“A flexibilidade laboral irá manter-se sendo possível estar em teletrabalho sem limite pré-definido de dias na semana. Claro que este será voluntário e tem de ser acordado previamente entre o colaborador e a chefia. A palavra-chave é flexibilidade”, reforça.

Uma flexibilidade no modelo de trabalho que permitiu à empresa expandir e acomodar colaboradores fora da Grande Lisboa e Grande Porto. E não é a única a apostar em modelos de trabalho mais flexíveis de modo a acomodar o interesse dos colaboradores.

Um estudo da Bloom Consulting, conhecido em setembro, junto a mais de mil profissionais dos 18 distritos portugueses, dá disso conta: 73% dos portugueses afirmam que não querem voltar a ter um trabalho 100% presencial. Os moldes variam: 42% gostaria de ver implementado um sistema híbrido na sua empresa, combinando escritório e trabalho remoto; e 27% gostaria de trabalhar de forma 100% remota.

Depois de um ano e meio a trabalharem 100% remotamente, os 210 colaboradores da Pipedrive em Portugal começaram em novembro a regressar ao escritório num modelo híbrido em que não há qualquer obrigatoriedade de estar uns tantos dias em teletrabalho e outros tantos em trabalho presencial no escritório.

E a Blip, só para referir outro exemplo, também está a deixar ao critério de cada um dos dos 380 colaboradores decidir qual a forma como pretende trabalhar: em casa, no escritório ou em sistema híbrido. O tech hub do grupo de jogo online Flutter Entertainment permite ainda aos trabalhadores exercer funções fora do país até 20 dias por ano.

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Decisão de Bruxelas sobre a TAP ainda este ano? Semana pode ser decisiva

Governo dá principais dossiês como fechados e espera decisão de Bruxelas até ao Natal. Se a aprovação dos auxílios de Estado à TAP não chegar nos próximos dias, poderá ficar para 2022.

Mais de um ano depois de o Governo ter enviado o plano de reestruturação para a Comissão Europeia, a decisão sobre as ajudas de Estado à TAP pode ser conhecida esta semana, antes de a Direção-Geral da Concorrência “fechar” para o Natal e Ano Novo. O ministro das Finanças dá como encerrados os últimos dossiês que ainda estavam em negociação.

No Executivo, espera-se que a aprovação aconteça nos próximos dias. Em declarações à margem da reunião dos ministros das Finanças da EU, na terça-feira passada, João Leão afirmou que “a expectativa é que até final do ano esteja aprovado. Se for possível, será antes do Natal”. Essa é também a expectativa de Christine Ourmiéres-Widener, a CEO da companhia.

Esta pode ser a semana decisiva, uma vez que a seguinte já apanha o período natalício. Se o anúncio não chegar entretanto, pode ficar adiado para 2022, já que a Direcção-Geral da Concorrência fica a meio gás até depois do Ano Novo.

Outro dado que aponta para uma decisão em breve sobre a investigação aprofundada aberta pela Comissão Europeia em julho é o facto de as principais divergências estarem sanadas. “Neste momento, pensamos que as coisas estão bastante resolvidas. Havia ali uma questão sobre uma fonte de financiamento alternativa, além do Estado, e essa questão está resolvida. E havia uma questão também em cima da mesa sobre os ‘slots’ de que a empresa tinha de abdicar, que também penso que estará resolvida”, afirmou João Leão.

Com a luz verde de Bruxelas, poderão avançar as injeções de capital previstas no plano de reestruturação, melhorando a liquidez da companhia aérea. A TAP já recebeu 1.662 milhões de euros do Estado: um financiamento de 1.200 milhões em 2020 e 462 milhões em 2021 a título de compensações pelos prejuízos da Covid-19. Faltam 536 milhões do valor previsto para este ano e mais 990 milhões em 2020.

Uma parte virá de mais compensações pelo impacto negativo da pandemia (entre 150 e 160 milhões). A aprovação para uma tranche de 100 milhões era esperada pelo Governo o mês passado, mas ainda não se concretizou, apesar de ser um processo à parte das ajudas no âmbito do plano de reestruturação.

Contactada pelo ECO, a Concorrência de Bruxelas diz que está “em contacto próximo e constante com as autoridades portuguesas”, mas não pode comentar sobre o seu conteúdo. Mantém que a investigação aberta a 16 de julho “está em curso” e “não pode antecipar a duração ou o resultado” da mesma.

O que mudou no plano de reestruturação?

As faixas horárias no aeroporto Humberto Delgado foram um dos pontos de fricção desde que foi aberta a investigação aprofundada pela Comissão Europeia, em meados de julho. Como o ECO noticiou, em vez dos seis slots (o equivalente a 12 movimentos de aterragem e descolagem) propostos inicialmente, o Governo já tinha aceite ceder 12 aos concorrentes, tentando salvaguardar que nem todos abrangiam os horários mais sensíveis para a operação da companhia aérea, nomeadamente as ligações do longo curso.

A confirmar-se, aquele número não põe em causa a viabilidade do hub em Lisboa, mas pode obrigar a uma redução ligeira no número de aeronaves. O plano de reestruturação previa uma redução para 88 aviões, menos 20 do que antes da pandemia. Segundo o Expresso, o grupo tem atualmente 96 (incluindo 13 da Portugália), uma frota superior às necessidades, devido a dificuldades nas negociações com os locadores, que estão a resistir à devolução das aeronaves.

Outra alteração que teve de ser feita diz respeito à contribuição própria da TAP para o esforço de reestruturação. A proposta original enviada pelo Governo para Bruxelas previa um rácio de 36%, que fica muito longe dos 50% recomendados pelas regras sobre auxílios de Estado. O esforço da companhia inclui o corte nos encargos com pessoal, conseguido com a saída de mais de 2.400 trabalhadores e reduções de salário que chegam aos 50%, diminuição da frota, renegociação de contratos de “leasing” de aeronaves ou a diminuição de custos com fornecedores.

O Governo elevou a contribuição própria para mais de 40%, descontando ao bolo total os cerca de 610 a 620 milhões que espera poder injetar no âmbito das compensações por prejuízos provocados pela covid-19. E prescindindo de ser o Estado a financiar uma almofada de liquidez de até 512 milhões, a constituir em 2023. Como o ECO noticiou, em cima da mesa está um financiamento de 250 milhões junto de privados.

Contas ainda no vermelho

Desde que o Governo enviou o plano de recuperação para Bruxelas, a 10 de dezembro de 2020, já foi realizado, em maio, um aumento de capital de 462 milhões (dinheiro da primeira compensação por prejuízos da covid-19) que elevou para cerca de 98% a participação direta e indireta do Estado no negócio da aviação (TAP SA), com a diluição das posições de Humberto Pedrosa e dos trabalhadores.

Em junho tomou posse um novo conselho de administração, com Christine Ourmieres-Widener como CEO e Manuel Beja como chairman. João Weber Gameiro, que ficou com o pelouro financeiro, demitiu-se ao fim de três meses. Gonçalo Monteiro Pires assumiu a pasta de forma interina.

No final do terceiro trimestre as contas da TAP denotavam uma melhoria, mas continuavam num vermelho profundo. A companhia aérea acumulou prejuízos de 627,6 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, mas o crescimento expressivo do número de passageiros entre julho e setembro (127%), levou a um aumento de 90,3% das vendas face aos três meses anteriores para os 443,7 milhões. O EBITDA recorrente foi mesmo positivo no terceiro trimestre.

O aumento do preço do jet fuel, a quarta vaga da covid-19 na Europa e as restrições impostas devido à nova variante vieram, no entanto, penalizar o bom momento que se vinha a registar. No início do mês a TAP já tinha cancelado 102 voos para Moçambique e Marrocos, por causa da Ómicron.

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