Costa pede cautela: “Número de casos vai continuar a aumentar nos próximos dias”

Aulas vão retomar segunda-feira, o teletrabalho é obrigatório até 14 de janeiro, pessoas com dose de reforço não têm de apresentar teste. Esta são algumas das novas medidas decididas pelo Governo.

O Conselho de Ministros reúne esta quinta-feira, após mais uma reunião com especialistas no Infarmed. O Governo deverá definir os próximos passos da resposta à pandemia, numa altura em que a incidência do vírus no país é muito elevada, mas não se tem refletido nos casos graves e na mortalidade, segundo os peritos.

As medidas atuais estão em vigor até 9 de janeiro, faltando esclarecer como será a partir daí. O recomeço das aulas, que foi adiado para 10 de janeiro, será também outro dos pontos em discussão entre o Executivo, mas tudo aponta para que as aulas retomem segunda-feira.

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Compras físicas e “online” no Natal superaram pré-pandemia

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2022

SIBS diz que compras físicas e online em dezembro de 2021 aumentaram 26% face a 2020 e 19% face a 2019. Pagamentos por telemóvel em loja através do MB Way cresceram dez vezes em comparação com 2019.

A empresa de pagamentos SIBS disse esta quinta-feira que, em dezembro passado, as compras físicas e ‘online‘ aumentaram 26% face a 2020 e 19% face a 2019, período antes da crise provocada pela covid-19.

Segundo a SIBS Analytics, no último mês de 2021, as compras físicas cresceram 26% face ao mesmo mês de 2020 e 12% face a dezembro de 2019. Já as compras ‘online‘ aumentaram mais, 86% face a 2019 e 31% face a 2020.

“O comércio ‘online tem ganho um peso assinalável no total das compras realizadas pelos portugueses, a representar no último mês de dezembro 14% do total de compras, quando em dezembro de 2019 esse peso era de apenas 9%”, diz a SIBS na análise divulgada esta quinta-feira.

Quanto ao consumo dos dias que antecederam o Natal, a SIBS indica que “se verificou um aumento muito significativo” e que 23 de dezembro foi dia com o maior número de compras físicas diárias na rede Multibanco em 2021, “quase duplicando o número total de compras quando comparado com um dia regular do ano em Portugal”.

Já os dias 22 e 24 de dezembro surgem em segundo lugar em ‘ex aequo’.

O pico do total de operações na rede da SIBS (ou seja, o conjunto de compras físicas, compras ‘online’ e levantamentos) aconteceu no dia 24 de dezembro, às 12:26 (hora de Lisboa), com 346 transações por minuto, o que, segundo a SIBS, é “um recorde absoluto na rede Multibanco”.

Por categoria de produto, segundo a SIBS, os setores com maior crescimento no número de compras em dezembro face ao resto do ano (janeiro a novembro) foram os de ‘Jogos, Brinquedos e Puericultura’ (as vendas cresceram três vezes), ‘Decoração e Artigos para o Lar (cresceram 2,3 vezes), ‘Moda e Acessórios’ (cresceram 2,1 vezes), ‘Perfumaria e Cosmética’ (cresceram duas vezes) e o setor da ‘Tecnologia’ (a crescer 1,1 vezes, ou seja, em dezembro mais do que duplicou as vendas face à média do resto do ano).

Diz ainda a SIBS que o número de compras físicas realizadas no estrangeiro durante o mês de dezembro já ficou acima do verificado em 2019, com um crescimento de 13% face a esse período e quase a duplicar face a 2020.

Contudo, já o número de compras com cartões estrangeiros “ainda está longe dos valores de há dois anos, com menos 74% de compras” do que em 2019, embora mais 114% face a 2020.

Sobre o seu sistema MB Way, diz a SIBS que, em dezembro, as compras ‘online’ registaram um incremento de seis vezes face ao mesmo período e que os pagamentos em loja com o telemóvel através do seu serviço MB Way cresceram 10 vezes face ao período homólogo de 2019. Em ambos os acasos, acrescenta, mais do que duplicaram.

O MB WAY tem 3,7 milhões de utilizadores e realiza mais de 25 milhões de operações por mês.

A SIBS é uma empresa de pagamentos, detendo a rede Multibanco e o sistema MB Way.

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Quer reter o melhor talento? Comece por focar-se na saúde mental

Redefinir práticas de equipa e rotinas, bem como desenvolver competências e disponibilizar novos recursos são algumas das ideias sugeridas pelo projeto "Go Forward to Work".

Mais do que uma rede de segurança ou um benefício, o bem-estar mental deve ser encarado como um motor de produtividade, essencial na guerra pelo melhor talento. E, preveem os especialistas, depois da pandemia e com os modelos híbridos a imperarem, ainda mais. São as companhias que conseguirem banir o estigma em torno da saúde mental, permitindo que todas as suas pessoas possam ser elas próprias dentro da organização, que estão em vantagem naquela que pode mesmo vir a ser uma época de “boom” de demissões, pelo menos nos Estados Unidos, onde o número de demissões tem disparado.

“Apoiar o bem-estar mental dos funcionários é bom para a cultura da empresa e para a produtividade. Por cada dólar que investimos no apoio à saúde mental no local de trabalho, há um retorno de quatro dólares”, escreve a Fast Company (acesso livre, conteúdo em inglês), salientando que a saúde mental precisa de ser uma prioridade ao nível da gestão e das direções, da mesma forma que os executivos abraçaram as questões ambientais, sociais e de governação (ESG).

A iniciativa “Go Forward to Work”, um projeto de investigação lançado em 2020 em parceria com a Dell Technologies e em conjunto com a Harvard Business School, criou um quadro com quatro temas centrais no que diz respeito às melhores práticas para promover a saúde mental e bem-estar das pessoas.

A plataforma agrega um conjunto de ideias inovadoras e boas práticas, ao mesmo tempo que convida os líderes a partilharem as suas histórias através do site “Go Forward to Work”. “Estas dicas podem não só ajudar os colaboradores que estão a sofrer, mas também podem ajudar a criar uma cultura duradoura que inspire todos os empregados”, diz Keith Ferrazzi, fundador da iniciativa.

Conheça as principais ideias deste projeto, bem como as medidas que algumas empresas já implementaram:

1. Redefina as políticas e práticas da equipa

A forma como as equipas trabalham influencia diretamente o seu bem-estar e resiliência. Equipas de alto desempenho começaram a questionar alguns dos procedimentos usados: “Porque é que convocar uma reunião é a solução universal para o que quer que seja que precise de ser realizado?”. A colaboração assíncrona é, agora, a privilegiada pelas pessoas, retirando a pressão que os horários podem exercer.

A Nutanix, por exemplo, adotou uma nova política que estabelece regras para a marcação de reuniões, evitando que sejam agendadas durante a hora de almoço dos colaboradores ou depois da hora de saída.

2. Incentivar novas rotinas

Para apoiar o bem-estar dos seus empregados, a Headspace reduziu o horário dos colaboradores e passou a oferecer diariamente, todas as manhãs, sessões em grupo de meditação guiada. Além disso, a empresa encoraja as pessoas a fazerem pausas duas vezes por dia.

Já o gigante técnico Salesforce começa as reuniões com exercícios simples que servem para “trazer as pessoas para o presente, torná-las conscientes dos nossos objetivos e do que queremos alcançar.”

3. Desenvolva novas competências de liderança

Uma investigação realizada ainda antes da pandémica, conduzida pelo Grupo Unum, mostrou que apenas um em cada quatro gestores dos Estados Unidos recebeu formação sobre como encaminhar os funcionários para os recursos da saúde mental. “Isto não é formação para lidar com questões de saúde mental, é apenas formação para sinalizar os recursos certos.”

Do lado dos colaboradores, mais de metade disse que o seu empregador não tinha, ou que não estava seguro que o seu empregador tivesse, um programa, iniciativa ou política específica para cuidar da saúde mental. E 61% dos colaboradores afirmaram sentir mesmo que havia um estigma social no local de trabalho em relação aos colegas com problemas de saúde mental.

A iniciativa “Go Forward to Work” defende que a formar os líderes pode ajudar as organizações a ultrapassar este tipo de problemas.

4. Disponibilize novos recursos

A ascensão das tecnologias ajudou a colocar programas de assistência às pessoas à distância de um clique, através de aplicações, ferramentas de autocuidado, coaching e outro tipo de serviços personalizados. Um inquérito da Mercer sugere que um terço das organizações pretendem incluir a saúde virtual ou as teleconsultas nas suas ofertas de assistência aos colaboradores.

A JPMorgan Chase já oferece serviços de “mHealth” através do seu programa “meQuilibrium”, que pretende ensinar as suas equipas a fazerem escolhas mais saudáveis. Já a Adobe, WW, Unilever, e Starbucks oferecem meditação, através da Headspace, aos seus funcionários.

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França passa multas milionárias à Google e Facebook por causa dos “cookies”

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2022

Reguladora francesa CNIL multa Google e Facebook em 150 e 60 milhões de euros, respetivamente, por práticas de cookies. Sanção à Google atinge valor recorde após multa de 100 milhões imposta em 2020.

A Comissão Nacional de Informática e das Liberdades (CNIL, na sigla francesa) multou a Google e a Facebook em 150 e 60 milhões de euros, respetivamente, pelas suas práticas de ‘cookies’, utilizados para publicidade dirigida ao utilizador, foi anunciado esta quinta-feira.

A notícia é avançada pela agência France-Presse (AFP), que refere que o valor da multa imposta à Google é um ‘recorde no que diz respeito às sanções impostas pela CNIL, que já tinha aplicado uma multa de 100 milhões de euros à Google, em dezembro de 2020, também por causa das práticas de ‘cookies’.

“A CNIL constatou que os ‘sites’ facebook.com, google.fr e youtube.com não permitem” recusar ‘cookies’ “de forma tão simples” como aceitá-los, indicou a entidade.

A comissão entendeu que o facto de aqueles ‘sites’ oferecerem um botão para aceitar ‘cookies’ de forma imediata, mas serem necessários “vários cliques para recusar todos os ‘cookies’”, “viola a liberdade de consentimento”.

Adicionalmente, o botão adicionado pelo Facebook para recusar ‘cookies’ é ainda chamado de “Aceitar cookies”, observou a CNIL.

As duas plataformas têm três meses para agir em conformidade, sob pena de “as empresas terem de pagar, cada uma, uma multa de 100.000 euros por cada dia de atraso”, acrescentou a CNIL.

Os ‘cookies’ são uma espécie de arquivos digitais, instalados pelos ‘sites’ nos computadores dos seus visitantes, para fins técnicos ou de publicidade direcionada.

Basicamente, os ‘cookies’ permitem acompanhar a navegação do utilizador, de forma a que possa ser enviada publicidade personalizada, relacionada com as suas áreas de interesse, sendo, por isso, regularmente denunciados pelas violações de privacidade que podem causar.

Em reação enviada à AFP, a Google anunciou uma mudança nas suas práticas, após a decisão do CNIL.

“Respeitando as expectativas dos utilizadores da Internet, […] estamos empenhados em implementar novas alterações, bem como em trabalhar ativamente com a CNIL em resposta à sua decisão, no âmbito da diretiva [europeia] ePrivacy”, assegurou a tecnológica norte-americana.

Por sua vez, a Meta, empresa-mãe do Facebook, disse que está a “avaliar a decisão” da CNIL e que “vai continuar a trabalhar com as autoridades reguladoras” nestes assuntos.

“Continuamos a desenvolver e a melhorar as ferramentas de controlo dos ‘cookies’” para os utilizadores da Internet, acrescentou o grupo liderado por Mark Zuckerberg.

Desde a entrada em vigor do regulamento europeu sobre dados pessoais, em 2018, os ‘sites’ são obrigados a cumprir regras mais rígidas para obter o consentimento dos utilizadores, antes de alocarem os seus ‘cookies’.

A CNIL tinha dado até abril de 2021 aos editores dos ‘sites’ para se adaptarem às novas regras e avisou que começaria a sancionar passado esse prazo.

Em julho, o jornal francês Le Figaro foi o primeiro a ser multado, em 50.000 euros, por ‘cookies’ colocados por parceiros do jornal, “sem ação” por parte do utilizador ou “apesar da sua recusa”.

Em 2020, a CNIL impôs sanções de 100 e 35 milhões de euros, respetivamente, à Google e à Amazon sobre os ‘cookies’, com base em princípios anteriores à regulamentação europeia sobre dados pessoais, por considerar que a informação prestada aos utilizadores pelas duas plataformas nos seus ‘cookies’ não era “suficientemente clara”.

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Falência de empresas recua 4,6% em 2021

O ano de 2021 terminou com 4.770 insolvências, menos 230 que no ano anterior. A indústria extrativa registou o maior número de insolvências, enquanto a maior queda aconteceu no comércio a retalho.

No ano passado, o número de empresas forçadas a iniciar um processo de insolvência diminuiu 4,6% face a 2020. Por sua vez, a constituição de novas empresas aumentou 10,4%, revela um estudo da Iberinform esta quinta-feira.

Contas feitas, 2021 terminou com um total de 4.770 insolvências, menos 230 que no ano anterior. Este é o total mais baixo desde 2018. Novembro foi o mês com maior número de insolvências (510) com a média mensal a situar-se nas 434 insolvências.

Os setores que registaram um maior número de insolvências foram a indústria extrativa (60%), eletricidade, gás, água (30,8%), telecomunicações (12,5%), construção e obras públicas (6,9%) e hotelaria e restauração (6,7%).

Em sentido contrário, os maiores decréscimos registaram-se nas áreas de comércio a retalho (-15,2%); transportes (-14,4%); indústria transformadora (-10,6%); comércio por grosso (-6,5%); comércio de veículos (-4,2%), agricultura, caça e pesca (-3,3%) e Outros Serviços (-2,5%).

A nível geográfico, Porto e Lisboa apresentam os valores de insolvência mais elevados, 1.200 e 1.110 respetivamente. Face a 2020, verifica-se um aumento de 9,4% em Lisboa e uma diminuição de 6,6% no Porto.

Os distritos que fecharam o ano de 2021 com decréscimo nas insolvências são: Horta (-62,5%); Bragança (-61%); Faro (-32,2%); Beja (-25%); Madeira (-18,8%); Viana do Castelo (-14,7%); Santarém (-14,3%); Leiria (-13,9%); Évora (-13%); Angra do Heroísmo (-10,5%); Braga (-8,8%) e Aveiro (-7,7%). Os distritos com decréscimo representam 59,1% do total.

Em sentido oposto, os distritos que registaram um aumento nas insolvências são: Setúbal (19%); Portalegre (10,3%); Ponta Delgada (8,1%); Castelo Branco (6,9%); Coimbra (4,7%) e Guarda (2,7%). Os distritos de Viseu e Vila Real não apresentaram variação face a 2020, mantendo um total anual de 105 e 53 insolvências, respetivamente.

Nasceram mais empresas

A Iberinform indica ainda que foram constituídas, em 2021, 41.507 novas empresas, mais 3.918 em termos homólogos (10,4%).

O número mais significativo de novas constituições regista-se em Lisboa com 13.384 empresas (aumento de 12,4%) e no Porto com 7.267 empresas (crescimento de 8,8%).

A nível geográfico também se regista aumentos nos distritos da Madeira (40,2%); Horta (35,9%); Setúbal (19,6%); Angra do Heroísmo (18,7%); Viana do Castelo (17,7%); Bragança (15,5%); Ponta Delgada (15,2%); Leiria (14,3%); Aveiro (8,2%); Braga (8,2%); Santarém (6,9%); Faro (6,7%); Viseu (6,2%); Guarda (2,9%); Évora (2,3%) e Portalegre (1,9%).

Os distritos que apresentam variação negativa são: Vila Real (-6,2%); Coimbra (-4,3%); Beja (-4%) e Castelo Branco (-4%).

Por setores, os aumentos face a 2020 registam-se nas atividades de: indústria extrativa (43,3%); construção e obras públicas (17,5%); outros serviços (15,1%); comércio a retalho (10,9%); agricultura, caça e pesca (8,9%); hotelaria e restauração (3,9%); indústria transformadora (3,9%) e transportes (1,1%).

Com variação negativa face ao ano passado destacam-se os setores de: telecomunicações (-15,5%); eletricidade, gás, água (-9,1%); comércio por grosso (-3,4%) e comércio de veículos (-3,2%).

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Portugal Ventures investiu quase 13 milhões em 70 empresas em 2021

A capital de risco pública registou a entrada de 48 empresas e a saída de 17 do portefólio no ano passado, em que realizou ainda 22 operações de reforço de capital. Veja os novos projetos em carteira.

A Portugal Ventures (PV) contabiliza um investimento de 12,8 milhões de euros na capitalização de um total de 70 empresas portuguesas em 2021, das quais 48 entraram no portefólio da capital de risco pública no ano passado.

Além destas novas empresas, nas quais investiu 8,3 milhões de euros, a sociedade do Grupo Banco Português de Fomento realizou ainda 22 operações de follow-on com 4,5 milhões de euros em reforço de capital nas empresas que já tinha em carteira.

No balanço realizado pela PV entram ainda as seis operações de coinvestimento, num montante total de 13 milhões – destaca-se o acompanhamento das rondas Series A da Jscrambler e da Peekmed – e a saída de 17 empresas do portefólio. Entre elas, o desinvestimento na Zaask para a Worten e no Mercadão para a Glovo.

“Num ano onde a única certeza foi a incerteza, a PV manteve ativamente o seu foco: capitalizar as empresas portuguesas que necessitam de fôlego financeiro para fazer crescer novas oportunidades de negócio globais. Em 2022, continuaremos a trabalhar lado a lado com as empresas do nosso portefólio, com as suas equipas, os nossos parceiros, no sentido de contribuir para o fortalecimento da economia”, frisa a administração.

Num comunicado enviado às redações esta quinta-feira, a PV atesta que “o ecossistema do empreendedorismo está vivo e pujante”, dando como prova desta vivacidade as 297 candidaturas que recebeu ao longo do ano passado – três em cada quatro para projetos nas áreas de digital e turismo -, com um montante de investimento solicitado de 74,9 milhões de euros.

Essas candidaturas recebidas foram submetidas maioritariamente por homens entre os 31 e 40 anos, embora a PV note que “o ecossistema está a mudar, com um crescimento expressivo de empreendedores na faixa etária dos 41 aos 50 anos”. Apresentaram sobretudo equipas com menos de seis elementos e três anos de atividade, sem faturação ou com faturação abaixo dos 50 mil euros.

As 48 novas empresas na carteira da Portugal Ventures:

  • Digital: Redcatpig, Taikai, Spotlite, Bandora, Neroes, Cosmos.pic, One Care, Wall-i, Tesselo, Ccrave, United Boutiques
  • Engineering & Manufacturing: Watgrid, Reckonai, Cleanwatts, About Aqua Food, Beeyard, Bioworld, Eptune Engineering, Go Clever, Scemai, ihCare, Sky Powerlines, Klugit, Landratech, Corium Biotech, Core Protein, Sciven, Swatter, Neural Solar, UZME, Wakaru, Wysensing, Partner in Cream, S&DG, Flowco, Ablute, Aqva More, We Can Charge
  • Life Sciences: Insignals Neurotech, Nu-rise, RubyNanomed, HatiCancer, Wisify, FastCompChem, BestHealth4U
  • Tourism: Merytu, Sleep&Nature, The Independente Collective

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Preços na produção industrial disparam 23,7% na Zona Euro e UE em novembro

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2022

Preços na produção industrial sobem 23,7% em novembro na Zona Euro e UE à boleia da energia, sendo que na variação homóloga deste setor o aumento foi de 66% na Zona Euro e 64,9% na UE.

Os preços na produção industrial aumentaram, em novembro, 23,7% na Zona Euro e na União Europeia, face ao mesmo mês de 2020, puxados pela subida no setor da energia, divulga esta quinta-feira o Eurostat.

Na variação homóloga, os preços da produção industrial no setor da energia avançaram 66% na Zona Euro e 64,9% na UE, enquanto no conjunto da indústria, excluindo a energia, aumentaram, respetivamente, 9,8% e 10,1%.

Na variação em cadeia, os preços na produção industrial subiram 1,8% na Zona Euro e 2,0% na UE.

Também face a outubro, o setor da energia foi o que apresentou um maior aumento dos preços de produção: 3,5% na Zona Euro e 4,5% na UE, com os restantes setores a registarem, no seu conjunto, um avanço de 0,9% e 1,0%, respetivamente.

Na variação homóloga, os preços na produção industrial subiram em todos os Estados-membros, com destaque para a Irlanda (87,9%), Dinamarca (51,7%) e Roménia (40,4%).

Face a outubro, a única baixa foi observada na Irlanda (-2,5%), com as maiores subidas a serem registadas na Dinamarca (10,3%), Bulgária (8,5%) e Roménia (7,3%).

Em Portugal, o indicador avançou 20,9% na comparação homóloga e 1,3% em cadeia.

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“Muita procura” derruba site de autoagendamento da vacina

A plataforma de autoagendamento para escolher o local e a data em que se quer ser vacinado está temporariamente offline "devido à muita procura". 

A plataforma de autoagendamento para escolher o local e a data em que se pretende ser vacinado está temporariamente inacessível devido à “muita procura”.

Esta plataforma permite aos utentes escolher o local em que pretendem ser vacinados. Além disso, podem também escolher as datas que lhes são sugeridas e, caso não exista vaga, optar por ficarem na lista de espera, ou escolherem outro ponto de vacinação, bem como aceder a uma senha digital para a “Casa Aberta”, de modo a evitar filas de espera.

De acordo com o site do SNS, atualmente os maiores de 50 anos estão elegíveis para agendar a marcação do reforço contra a Covid, bem como os maiores de 30 anos que tenham finalizado a vacinação primária com a vacina da Janssen há mais de 90 dias. Está também disponível o autoagendamento simultâneo da dose de reforço da vacina da gripe e da Covid para os maiores de 60 anos, bem como da primeira dose das crianças entre os cinco e os 11 anos, para que possam ser inoculadas nos dias 7,8 e 9 de janeiro.

Contudo, quem tenta, neste momento, aceder a esta plataforma não consegue efetuar o autoagendamento nem pedir a senha digital. “Caro utilizador, o serviço encontra-se com muita procura. Por favor volte a tentar dentro alguns minutos. Muito obrigado“, lê-se. O ECO contactou os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde para saber quando o problema poderá ser ultrapassado, mas ainda não obteve resposta.

Mensagem que surge na plataforma disponibilizada pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde quando se tenta realizar o pedido de autoagedamento da vacina contra a Covid

Recorde-se que além da vacinação crianças, para esta quinta e sexta-feiras está prevista a vacinação do pessoal docente e não docente, através da modalidade “Casa Aberta”, para a qual é necessária a senha digital. Esta decisão foi tomada depois de a Fenprof ter lamentado que cerca de metade dos docentes ainda não tinham feito o reforço da vacina, por não serem considerados ilegíveis para o poder fazer.

(Notícia atualizada pela última vez às 12h03)

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Semana de contenção leva a queda da atividade económica

A economia portuguesa ressentiu-se na semana de contenção entre o Natal e o Ano Novo. A atividade económica foi inferior à do período homólogo, ou seja, à da mesma semana em 2020.

As medidas de contenção — como o fecho dos bares e discotecas, as regras mais apertadas para alojamento, restaurantes e festas e o teletrabalho obrigatório — tiveram impacto na evolução da economia portuguesa. O indicador do Banco de Portugal para a semana entre o Natal e o Ano Novo divulgado esta quinta-feira estima que a atividade económica tenha sido menor do que na mesma semana em 2020.

Na semana terminada a 2 de janeiro, o indicador diário de atividade económica (DEI) aponta para uma redução da taxa de variação homóloga da atividade“, revela o banco central na atualização do DEI, acrescentando que “a correspondente taxa de variação bienal também diminuiu no mesmo período”.

Como mostra o gráfico do Banco de Portugal, o indicador registou uma variação homóloga negativa na média móvel semanal de 26 de dezembro a 2 de janeiro, o que indica que a atividade económica esteve a operar a um nível inferior (entre -3% e -7%) ao dessa mesma semana em 2020 quando as restrições da pandemia eram, de facto, maiores.

No ano passado, por esta mesma altura, o teletrabalho já era obrigatório desde novembro, o país estava em estado de emergência há mês e meio, havia restrições na circulação entre concelhos e chegou mesmo a haver alguns dias com recolhimento obrigatório às 23h e às 13h durante o fim de semana.

DEI regista queda homóloga na semana de contenção entre Natal e Ano Novo

Fonte: Banco de Portugal.

Até a meio do mês de dezembro, o indicador esteve sempre a registar variações homólogas positivas, refletindo a recuperação do PIB no segundo e terceiro trimestre de 2021. Os dados relativos ao quarto trimestre serão divulgados no final de janeiro e serão cruciais para saber se o crescimento anual de 4,8% previsto pelo Governo e Banco de Portugal será alcançado.

A 2 de janeiro de 2022, o último dia para o qual foi apurado o DEI, a queda homóloga do indicador foi de 8,6%. Quanto à média móvel semanal, o último valor é o de 30 de dezembro de 2021: uma queda homóloga de 7,4%.

Este novo indicador divulgado este ano pelo banco central incorpora diversas séries de informação, como o tráfego de pesados de mercadorias nas autoestradas, o tráfego de correio nos aeroportos nacionais ou as compras efetuadas com cartões bancários. O impacto da pandemia gerou uma maior necessidade de recurso a este tipo de indicadores económicos de divulgação mais frequente, como é o caso do DEI. Isto acontece porque um dos mais relevantes, o Produto Interno Bruto (PIB), é apenas apurado e divulgado trimestralmente.

A próxima divulgação do DEI está marcada para 13 de janeiro, incidindo sobre a primeira semana de janeiro, a qual também é uma semana de contenção com o teletrabalho obrigatório e as escolas ainda encerradas.

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Morais Leitão Legal Circle assessora Millennium BIM

A equipa da Morais Leitão foi liderada pelo sócio Eduardo Paulino, da área de societário, comercial e M&A, e pela advogada sénior Margarida Torres Gama, de seguros, resseguros e fundos de pensões.

As equipas da rede Morais Leitão Legal Circle assessoraram o Millennium BIM, uma das maiores instituições bancárias moçambicanas, na negociação de uma parceria no setor segurador em Moçambique, qual envolveu a celebração de um acordo de distribuição de longo prazo no canal bancassurance.

A Morais Leitão assessorou ainda o Millennium BIM na venda à Fidelidade – Companhia de Seguros, S.A., seguradora do mercado português nos ramos vida e não vida, de uma participação de controlo na SIM – Seguradora Internacional de Moçambique, S.A., que opera em Moçambique sob a marca “Ímpar”.

A equipa da Morais Leitão foi liderada pelo sócio Eduardo Paulino, do departamento de Societário, Comercial e M&A, e pela advogada sénior Margarida Torres Gama, cocoordenadora da equipa de seguros, resseguros e fundos de pensões. Integraram também a equipa Marta Pereira Rosa e Nuno Sobreira, do departamento de Societário, Comercial e M&A e da equipa de seguros, resseguros e fundos de pensões, bem como Pedro Gouveia e Melo, do departamento de Europeu e Concorrência.

A equipa da MDR Advogados, membro exclusivo para Moçambique da Morais Leitão Legal Circle, foi liderada por Tiago Arouca Mendes e Fabrícia de Almeida Henriques, respetivamente managing partner e consultora.

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Fundo Ambiental executou 955 milhões de euros, mais 68% do que em 2020

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2022

“Face à receita cobrada, a qual se situou nos 974,3 milhões de euros, a execução foi de 98,1%", refere uma nota do Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC).

O Fundo Ambiental aplicou no ano passado 955,4 milhões de euros no Desenvolvimento Sustentável, um crescimento de 68% face a 2020, informou esta quinta-feira o Ministério do Ambiente.

Segundo uma nota do Ministério do Ambiente e Ação Climática (MAAC), esta aplicação “em apoios nas diferentes áreas da sua intervenção” configura, “em termos absolutos, o maior valor de sempre aplicado em matéria de ambiente”, num crescimento que, segundo o Governo, representa um crescimento de 703% em relação a 2017, ano em que foi criado o Fundo Ambiental, com uma aplicação de despesa de 135,8 milhões de euros.

“Face à receita cobrada, a qual se situou nos 974,3 milhões de euros, a execução foi de 98,1%, o que reflete a capacidade de resposta do Fundo num ano de ainda particular exigência nos apoios concedidos no âmbito da resposta aos efeitos da pandemia provocada pela covid-19”, argumenta o ministério.

De acordo com a mesma nota, “à semelhança dos anos anteriores, a área dos Apoios Tarifários foi a rubrica à qual foi alocada a maior verba do orçamento do Fundo: cerca de 733,1 milhões de euros”, destacando-se, dentro deste apoio, “as transferências para o Sistema Energético Nacional (SEN), no valor global de 407,5 milhões de euros, acima do que é estipulado por lei, na medida em que foi necessário proceder a uma transferência extraordinária de 104 milhões de euros para que a que as tarifas do setor elétrico não aumentassem em 2022”.

Seguem-se, segundo a tutela do Ambiente, “o Apoio à Redução do Tarifário dos Transportes Públicos (PART) com 280,1 milhões de euros, o qual também contou com reforço de verbas, tal como previsto no Orçamento do Estado para 2021, a sustentabilidade dos serviços de águas (28 milhões) e o Programa de Apoio à Densificação e Reforço da Oferta de Transporte Público (PROTransP), com 15 milhões”.

“Em 2021, o Fundo Ambiental continuou a apoiar a aquisição de veículos de baixas emissões (VBE) – 926 veículos ligeiros e de mercadorias, 4712 bicicletas, motociclos e ciclomotores elétricos, bicicletas de carga e bicicletas convencionais –, tendo comparticipado cerca de 4,5 milhões de euros”, afirma o ministério, acrescentando que “o fundo ainda apoiou, com 87,5 milhões, os projetos referentes à expansão da rede e aquisição de material circulante dos Metros de Lisboa e Porto, a aquisição de 10 navios elétricos da Transtejo e a renovação de frota da CP – Comboios de Portugal”.

De acordo com os dados fornecidos, “foram aplicados 12,8 milhões de euros nos recursos hídricos; 14 milhões na reparação de danos ambientais; 10,8 milhões na conservação da natureza e na biodiversidade; 3,6 milhões em projetos de sensibilização ambiental e 1,4 milhões em projetos de resíduos e economia circular”.

“Além disso, foi iniciado o pagamento aos 25 trabalhadores da empresa que prestava serviços na central termoelétrica do Pego, os quais receberam a primeira tranche da “Compensação para uma transição justa’”, refere o MAAC, especificando que “esta compensação, atribuída pelo Fundo Ambiental, tem como objetivo garantir a manutenção do rendimento dos trabalhadores afetados, direta e indiretamente, pelo fim da produção de eletricidade a partir de carvão na Central Termoelétrica do Pego, durante uma fase transitória e até que estes encontrem emprego, vigorando até 31 de dezembro de 2022”.

Neste balanço, a menos de um mês das eleições legislativas antecipadas, o ministério afirma que “foram igualmente executados 17,1 milhões de euros com verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), no qual o Fundo tem o papel de organismo intermediário”.

Segundo a fonte, “a maior parte desta verba diz respeito aos pagamentos das candidaturas aceites no programa Edifícios Mais Sustentáveis, o qual financia medidas que promovam a eficiência energética e hídrica nas habitações”.

O Ministério do Ambiente explica que o Fundo Ambiental tem por finalidade apoiar políticas para a prossecução dos objetivos de desenvolvimento sustentável e, “deste modo, contribui para o respeito pelos compromissos nacionais e internacionais, designadamente os relativos às alterações climáticas, aos recursos hídricos, aos resíduos e à conservação da natureza e da biodiversidade”.

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Juros da dívida aceleram com “puxão” da Fed. Taxa portuguesa a 10 anos em máximos de dois meses

Alemanha, Itália e Espanha assistem a uma subida das taxas das obrigações para máximos de mais de um ano. Portugal também vê percepção de risco agravar-se para o nível mais alto desde novembro.

As atas da Reserva Federal norte-americana, onde o banco central admite que pode subir a taxa de juro de referência mais cedo do que o esperado, estão a pressionar as ações e a provocar um aumento dos juros da dívida. A taxa portuguesa a dez anos avança esta quinta-feira para máximos de dois meses.

Desde a reunião do Banco Central Europeu (BCE) em meados do mês passado que os juros das obrigações da Zona Euro não param de subir. A Fed dá agora novo contributo para esta escalada. O banco central americano já tinha anunciado que ia subir os juros este ano. Mas isso acontecerá mais cedo do que os investidores previam: em março em vez de maio ou junho. Aumentam agora as apostas dos investidores em relação ao BCE, que tem afastado um agravamento do preço do dinheiro nos próximos anos por considerar que a alta inflação é “temporária”.

As atas da Fed estão a provocar uma forte aversão ao risco nos mercados. O Nasdaq caiu mais de 3% na sessão de quarta-feira, com o setor tecnológico sob pressão. Esta quinta-feira, as bolsas europeias replicam o sentimento negativo, com o Stoxx 600 a perder mais de 1%.

O mercado secundário de dívida também está a ser penalizado. A yield associada às obrigações do Tesouro portuguesas a dez anos sobe para 0,558%, o valor mais elevado desde 1 de novembro.

Juros portugueses sobem

Fonte: Reuters

Também se agrava a perceção de risco dos investidores em relação às dívidas dos outros países do euro. A taxa espanhola no mesmo prazo avança para 0,65%, a mais alta desde junho de 2020. Também Itália assiste aos juros mais altos desde julho de 2020, estando as obrigações a dez anos a transacionarem com um juro de 1,288%.

No caso da Alemanha, a referência dos investidores, a yield das bunds a dez anos, que passaram a ter uma nova linha de referência, aumenta para -0,05%, o nível mais elevado desde maio de 2019. Na anterior linha, o juro estava nos -0,12%.

Além da questão da subida dos juros, alguns responsáveis da Fed referiram na reunião de dezembro que seria apropriado começar a reduzir o tamanho do balanço do banco central, que o mercado está a ver como uma grande mudança no tom dos dirigentes da Fed.

“A discussão em torno das compras nas atas da Fed é muito relevante. Em primeiro lugar, mostra a magnitude da mudança de tom do Fed à medida que contempla uma redução do balanço mais agressiva em paralelo aos aumentos dos juros”, explicou o analista Antoine Bouvet, do banco ING.

Os futuros dos Fed funds incorporam já uma probabilidade de quase 80% de uma subida de 0,25% da taxa de referência em março.

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