Sonangol admite sair do BCP ou analisar fusão do banco, diz CEO da petrolífera à Reuters

"Se se apresentar uma boa oportunidade para desinvestimento, iremos avaliá-la", disse o CEO da petrolífera estatal angolana, Sebastião Gaspar Martins, admitindo que também poderá analisar fusão.

A Sonangol está disponível para vender a posição que detém no BCP BCP 5,68% ou até analisar uma fusão com outros bancos, afirmou o CEO da petrolífera estatal angolana, Sebastião Gaspar Martins, em entrevista à Reuters. A participação é de quase 20%, estando avaliada em cerca de 350 milhões de euros (considerando o valor do banco em bolsa).

“No caso do Millennium bcp estamos a monitorar o seu desempenho. Se se apresentar uma boa oportunidade para desinvestimento, iremos avaliá-la e fazer as recomendações que se afigurarem as mais acertadas para o contexto e necessidades da Sonangol“, afirmou Sebastião Gaspar Martins, à agência financeira.

“A Sonangol está a acompanhar os movimentos eventuais de consolidação bancária em Portugal e, caso surja alguma oportunidade, o assunto será avaliado com os outros parceiros investidores no Millennium bcp”, acrescentou.

Até hoje, os responsáveis da Sonangol, com 19,49% do BCP, sempre foram reiterando o interesse em manter a participação no banco português, considerando-a um “investimento estratégico”, apesar da política de venda de ativos não core. Os chineses da Fosun são o maior acionista da instituição financeira, com 29,01%.

As ações do BCP estão a valorizar 0,34% para 0,119 euros, apresentando uma capitalização bolsista de 1,8 mil milhões de euros. A posição dos angolanos encontra-se avaliada em cerca de 350 milhões de euros.

"No caso do Millennium bcp estamos a monitorar o seu desempenho. Se se apresentar uma boa oportunidade para desinvestimento, iremos avaliá-la e fazer as recomendações que se afigurarem as mais acertadas para o contexto e necessidades da Sonangol.”

Sebastião Gaspar Martins

CEO da Sonangol

Sonangol quer acelerar venda de ativos. Galp é para manter

Em entrevista à Reuters, Sebastião Gaspar Martins revelou que a Sonangol vai acelerar as reformas e os esforços para aumentar as receitas no próximo ano, depois de a pandemia de Covid-19 ter provocado atrasos no processo de alienação de ativos da petrolífera.

“Sim, tendo em conta a desaceleração económica mundial, os investidores estão mais conservadores. A dinâmica de negócio e a forma como as pessoas se relacionavam, no ambiente de negócios, também mudaram e houve a necessidade de serem feitos ajustes que levam o seu tempo”, explicou Sebastião Gaspar Martins. Até agora, o programa de venda de ativos rendeu cerca de 60 milhões de dólares.

Em relação à Galp, o gestor adiantou que a Sonangol pretende “definitivamente manter” a sua participação indireta na petrolífera. O CEO da petrolífera estatal angolana também disse que espera recuperar o controlo da participação que detinha conjuntamente com o falecido marido do antigo CEO da Sonangol e a mulher mais rica de África Isabel dos Santos no coração de uma batalha judicial em Amesterdão.

(Notícia atualizada às 10h45)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCE sinaliza que bancos podem voltar a pagar dividendos no próximo ano

  • ECO
  • 25 Novembro 2020

Vice-presidente do conselho de supervisão do BCE adiantou que supervisor poderá não ter poder para prolongar a proibição de dividendos na banca para lá do final do ano.

Os bancos da Zona Euro deverão poder distribuir dividendos novamente no próximo ano se convencerem os supervisores de que os seus balanços estão suficientemente robustos para absorver o impacto da crise pandémica, adiantou um alto responsável do Banco Central Europeu (BCE) ao Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

Em março, logo nas primeiras semanas da pandemia, o BCE disse aos bancos da região para congelarem os dividendos e os planos de recompra de ações de modo a conservarem 30 mil milhões de euros para responderem à pandemia. Desde então o setor tem vindo a pedir que esta suspensão seja levantada.

Yves Mersch, vice-presidente do conselho de supervisão do BCE, adiantou ao Financial Times que o supervisor teme que os bancos aproveitem a “folga” regulatória em torno das exigências de capital e distribuam parte desse capital aos acionistas sob a forma de dividendo. Porém, também admitiu que será difícil manter a proibição de dividendos além no final deste ano. Mersch citou uma incerteza jurídica em torno da aplicabilidade desta proibição no próximo ano, sendo que a expectativa de que outros países, como o Reino Unido, permitirão que os bancos reiniciem os pagamentos também deixará o BCE sem grande margem para manter a suspensão dos dividendos.

Segundo explicou Mersch, a decisão de levantar a proibição “dependerá do conservadorismo dos modelos internos dos bancos, do conservadorismo no provisionamento e de uma visão sólida da trajetória de capital de um banco”.

A proibição de dividendos também teve efeitos, naturalmente, em Portugal. Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta e BPI ficaram impedidos de remunerar os seus acionistas.

No banco público, depois de se ter cancelado os dividendos de 300 milhões este ano, Paulo Macedo disse que está em condições de entregar cerca de 160 milhões de euros ao Estado, de acordo com as contas do Orçamento do Estado para 2021.

“A Caixa está com estes resultados que viram, num ano em que não distribuiu dividendos, este ano está com cerca de 392 milhões de euros de resultados, e obviamente tem capitais totais de 20%, tem capitais de core equity tier 1 de cerca de 17%, e portanto a Caixa entende que deve pagar dividendos ao Estado, é esse o princípio”, disse Paulo Macedo recentemente.

BCP, Santander Totta e BPI também vão avaliar as suas políticas de dividendos assim que houver luz verde do BCE, salvaguardando que irão sempre cumprir as orientações dos reguladores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Santander muda de ideias e passa a cobrar nos depósitos de grandes clientes

Banco de Pedro Castro e Almeida voltou atrás e começou a aplicar comissão variável nos depósitos de instituições financeiras. A CGD apertou as regras e cobra nos excedentes acima do milhão.

O Santander mudou de ideias e passou a cobrar pelos depósitos de grandes clientes financeiros, como bancos, seguradoras ou fundos de pensões. A alteração deu-se no verão. No início de agosto, o banco liderado por Pedro Castro e Almeida fez uma revisão do seu preçário e passou a incluir uma comissão de manutenção de 0,5% sobre excedentes de um milhão de euros em contas de depósitos de instituições financeiras. Também a Caixa Geral de Depósitos (CGD), que já aplicava uma comissão do género, apertou os requisitos. Agora todos os saldos acima do milhão de euros no banco público também pagam comissão de 0,4%, quando dantes essa fasquia estava nos cinco milhões.

O tema da rentabilidade dos bancos está na ordem do dia, perante o aumento das provisões e imparidades para a crise e com a pandemia a forçar o Banco Central Europeu (BCE) a manter os juros em mínimos históricos por mais tempo do que o previsto. Com as margens esmagadas, o setor financeiro procura alternativas para baixar custos e ter mais receitas. As comissões sobre os grandes clientes institucionais surge no primeiro plano por esta razão e por outra: os bancos têm excesso de liquidez e captar mais depósitos representa, neste momento, um ónus para o setor que tem de pagar para guardar o dinheiro no banco central.

No que diz respeito ao Santander Totta, aplicar uma comissão variável nos depósitos dos clientes instituições era algo que não estava inicialmente em cima da mesa, depois de o banco ter rejeitado essa opção em dezembro do ano passado. Isto apesar de o Banco de Portugal ter aberto a porta a essa possibilidade há mais de um ano, algo que alguns bancos, de resto, decidiram aproveitar. Entretanto, o banco de Castro e Almeida voltou atrás e já “penaliza” os grandes clientes financeiros. Contactada pelo ECO, a instituição não respondeu até à publicação do artigo.

Neste momento, entre os grandes bancos, apenas o Novo Banco não tem comissões variáveis nos depósitos de clientes institucionais. BCP, BPI e CGD há já algum tempo que cobram pela manutenção de depósitos de grandes clientes. Juntou-se agora o Santander.

No BPI, desde o início do ano que se cobra uma comissão de manutenção de 0,5% nas contas de depósitos de clientes institucionais de natureza financeira, incluindo de organismos públicos com estatuto equiparado (IGCP, por exemplo). Inicialmente era de 0,3%.

No BCP, essa comissão situa-se nos 0,4%, assim como na CGD. Ainda assim, o banco público apertou em outubro as regras: a comissão, que dantes incidia sobre o excedente do saldo médio superior a cinco milhões de euros, passou a ser aplicada aos excedentes superiores a um milhão. Paulo Macedo, CEO da Caixa, já tinha admitido apertar os requisitos se estivesse a assistir a um fluxo de depósitos para o banco.

O facto de em Portugal não ser permitido, por lei, cobrar juros nos depósitos, ao contrário de outros países europeus, torna a banca portuguesa numa espécie de cofre atrativo para grandes fundos internacionais e outras instituições financeiras virem depositar o seu dinheiro. Esta situação tem motivado queixas dos banqueiros nacionais, alegando desvantagem competitiva face aos pares europeus. Penalizar os depósitos destes clientes financeiros com comissões tem sido uma forma de se protegerem.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bancos portugueses lideram queda do malparado na Europa. DBRS alerta para perigo das moratórias

A DBRS analisou contas de 38 bancos europeus e concluiu que banca nacional teve a maior descida do rácio de malparado este ano. Alerta, ainda assim, que moratórias estão a travar o incumprimento.

Numa análise às contas de quase 40 bancos na Europa, a DBRS Morningstar concluiu que a banca portuguesa registou a maior descida do rácio de malparado este ano. A agência de rating alerta, ainda assim, que o nível de crédito em incumprimento nos bancos nacionais é dos mais elevados no Velho Continente. Por outro lado, com o fim das moratórias no crédito, mais empréstimos vão entrar em “default”.

Segundo a DBRS Morningstar, o nível de NPL (non performing loans) caiu 11% em Portugal nos primeiros nove meses do ano, sendo o país com a maior descida entre os pares europeus.

Se tivermos em conta a variação registada no terceiro trimestre, os bancos nacionais voltam a distinguir-se pela positiva: o malparado desceu 6%, também a maior quebra na Europa.

Fonte: DBRS

Ainda assim, a agência relativiza este desempenho: “Notamos que embora a redução de NPL tenha sido mais pronunciada na nossa amostra de bancos em Portugal e, em menor extensão, Itália e Espanha, estes países continuam a deter elevados níveis de NPL e estão entre os que apresentam os maiores níveis de NPL entre os bancos europeus”.

Há ainda outro alerta, mas este estende-se a todo o setor: os níveis de malparado estão “artificialmente” baixos e deverão começar a subir assim que as moratórias no crédito chegarem ao fim. Em Portugal, as moratórias deverão terminar a 30 de setembro de 2021. Os bancos nacionais já defenderam medidas para reforçar as empresas. O Presidente da República, porém, abriu a porta a uma prorrogação da medida.

“É expectável que uma deterioração da qualidade dos ativos dos bancos europeus seja mais visível no quarto trimestre assim que terminarem os prazos das moratórias. Também esperamos que os incumprimentos de empresas acelerem à medida que os países europeus continuem a sofrer as consequências económicas da crise pandémica”, explicam os analistas da DBRS Morningstar.

A agência também analisa a evolução do custo do risco, que tem em conta o dinheiro que os bancos colocaram de lado para enfrentar a crise. A conclusão vai no mesmo sentido: os bancos vão ter de reforçar as provisões e as imparidades no futuro face ao agravamento das condições económicas com a segunda vaga.

Também neste capítulo, a banca portuguesa — a amostra incluiu dois bancos: a Caixa Geral de Depósitos e o BCP — foi mais prudente do que a maioria dos pares europeus na medida que em que viu o custo do risco subir mais do que nos outros países.

Os cinco principais bancos nacionais colocaram de lado mais de 800 milhões de euros para fazer face à crise provocada pela Covid-19, de acordo com as contas do último trimestre.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bancos fazem mais negócio, mas pandemia afunda lucros

Tanto os depósitos como o crédito aumentou nos primeiros nove meses. Ainda assim, a subida do negócio não trouxe mais lucros à banca. Pandemia provocou razia nos resultados dos principais bancos.

Mais negócio geralmente é sinónimo de mais lucros, mas não é isso que tem acontecido com a banca em tempos de pandemia. Apesar do aumento do crédito concedido e dos depósitos recebidos, o core da atividade bancária, o reforço de imparidades e provisões para fazer face à crise pandémica levou os lucros dos principais bancos a afundarem 97% nos primeiros nove meses do ano.

No seu conjunto, Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta, BPI e Novo Banco registaram um resultado líquido agregado de apenas 25,5 milhões de euros até setembro, ainda que os prejuízos de 853 milhões do banco liderado por António Ramalho tenham “apagado” quase por completo os lucros dos rivais. Há um ano, os cinco bancos tinham contabilizado lucros de 983 milhões de euros, incluindo Novo Banco.

Agora, mesmo sem contar o desempenho do Novo Banco, que continua a braços com um duro processo de reestruturação do legado do BES, os quatro bancos registaram uma quebra agregada de 43,5% dos lucros.

Esta é uma consequência, sobretudo, do reforço das imparidades e provisões genéricas para crédito e outras eventuais responsabilidades a assumir que os bancos registaram por causa da crise pandémica. O dinheiro que os bancos puseram de lado para eventuais incumprimentos ascende a cerca de 827 milhões de euros, de acordo com as contas que publicaram estas instituições nas últimas semanas.

Isto teve reflexos na rentabilidade dos bancos portugueses, que já não era famosa. No Santander e Caixa, registaram-se descidas do ROE (retorno do capital) na ordem dos quatro pontos percentuais para 8% e 6,6%, respetivamente. O BPI viu o ROTE (rentabilidade dos capitais próprios tangíveis) cair 3,7 pontos desde o início do ano para 4,3%.

Pandemia afunda lucros

Fonte: Bancos

Caixa lidera depósitos, BCP é quem empresta mais

Sem exceção, os primeiros nove meses do ano revelaram-se um período fértil na captação de recursos junto dos clientes para os cinco bancos. Estes aumentaram quase 14 mil milhões de euros face ao mesmo período do ano passado, com muitas famílias a pouparem dinheiro em tempos de pandemia e o confinamento a restringir o consumo.

Caixa e BCP foram os bancos com maiores aumentos nos recursos de clientes (contabiliza não só os depósitos bancários, mas outros recursos fora do balanço), com subidas superiores a 8%. No agregado dos cinco bancos, o dinheiro dos clientes atingiu os 238,6 mil milhões de euros no final de setembro, mais 6,2% em termos homólogos.

O banco público continua a ser o líder do mercado neste capítulo, com os recursos totais a superarem os 70 mil milhões de euros (+5,7 mil milhões face a setembro de 2020). O BCP e o Santander fecham o pódio com recursos de 62,4 mil milhões e 43,3 mil milhões, respetivamente.

Também o crédito a clientes (bruto) aumentou, mas de forma menos expressiva: subida de 1,9% para 193,5 mil milhões de euros. Aqui, BCP, Santander e BPI registaram aumentos de 4%, aproveitando a boleia das linhas de crédito Covid-19. Por seu turno, Caixa e Novo Banco perderam terreno face à concorrência. A maior carteira de crédito pertence ao banco liderado por Miguel Maya, totalizando os 51,6 mil milhões. O banco liderado por Paulo Macedo tem concedidos 48,3 mil milhões.

BCP e BPI com metade das 424 mil moratórias

No âmbito das medidas de apoio a famílias e empresas, foram anunciados em março e abril regimes de moratórias no crédito, público e privado, que permitem uma suspensão temporária do pagamento das prestações aos bancos. A moratória pública foi estendida para 30 de setembro de 2021. As cinco principais instituições financeiras haviam concedido 424 mil moratórias, no valor de 36 mil milhões de euros, sendo que houve bancos em que o recurso a esta medida foi mais frequente do que noutros.

Banca deu 420 mil moratórias

Fonte: Bancos

Em número de operações, BCP (125 mil) e BPI (108,6 mil) concentram mais metade das moratórias do setor, no valor de 8,9 mil milhões e 6,2 mil milhões de euros, respetivamente.

Ainda assim, as 88 mil moratórias do Santander Totta tinham um valor superior aos dos dois bancos: mais de 9 mil milhões.

No banco público, o terceiro trimestre já trouxe uma inversão na tendência: 16 mil clientes que tinham pedido moratória decidiram retomar os pagamentos. Muitos destes clientes pediram moratória por uma questão de precaução e agora, perante uma perspetiva mais positiva, voltaram a pagar as prestações. Noutros casos, os clientes decidiram não prolongar a moratória privada que tinham por causa da burocracia aquando da transferência para o regime público, explicou o administrador financeiro do banco. A Caixa chegou assim a outubro com 62 mil moratórias no valor de 5,6 mil milhões.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há oito fundos atrás das carteiras de malparado do BCP

Banco tem duas carteiras de ativos problemáticos no mercado no valor de 750 milhões de euros. Não faltam fundos interessados. Miguel Maya disse que tomará decisão numa "lógica de custo/benefício".

Há oitos fundos que manifestaram interesse nas carteiras de malparado que o BCP tem no mercado, no valor global de 750 milhões de euros, segundo adiantou fonte do mercado ao ECO.

Bain, Davidson Kempner, Arrow, Cerberus, CRC, Fortress, Bracebridge e Elliott apresentaram propostas não vinculativas para ficar com o Projeto Webb (300 milhões) e o Projeto Ellis (450 milhões), sendo que o banco liderado por Miguel Maya estará prestes a decidir quem passa para a fase seguinte. Questionado pelo ECO, o banco não quis comentar o processo.

Alguns destes fundos são bem conhecidos do mercado nacional, como a Davidson Kempner e a Cerberus, duas entidades que compraram carteiras de ativos ao Novo Banco nos últimos anos — Nata 2 e Sertorius, respetivamente –, duas operações que vieram a revelar-se polémicas ao lançarem alguma suspeição em torno da gestão por parte do banco de António Ramalho.

Das duas carteiras no mercado, o BCP tem boas perspetivas de fechar o processo em relação a uma delas ainda este ano, pelo menos, segundo adiantou Miguel Maya, CEO do banco, na apresentação de resultados. Acrescentou ainda que a tomada de decisão terá sempre por base uma “lógica de custo/benefício” e que o banco quer preservar capital nestes processos, num sinal de que não venderá as carteiras qualquer preço.

“Para nós era muito importante estar no mercado. Não sei se vamos concluir ou não a venda das duas carteiras. Estamos razoavelmente otimistas em que pelo menos uma carteira se poderá fazer em 2020. Mas é muito cedo para se tirar conclusões“, disse o CEO do banco há cerca de uma semana.

Para nós era muito importante estar no mercado. Não sei se vamos concluir ou não a venda das duas carteiras. Estamos razoavelmente otimistas em que pelo menos uma carteira se poderá fazer em 2020. Mas é muito cedo para se tirar conclusões.

Miguel Maya

CEO do BCP

“Disputa” com o Novo Banco

Em relação ao Projeto Webb, no valor de 300 milhões, trata-se de um portefólio composto por créditos em situação de incumprimento. Fonte do mercado adiantou que é uma carteira mais tradicional, granular, e que é mais fácil de analisar e estipular um preço. Quanto ao Projeto Ellis, no valor de 450 milhões, a mesma fonte revelou que se trata de uma carteira mais complexa, pois inclui single names e ainda imobiliário, o que torna mais difícil a avaliação de um preço.

Este ano, o BCP já vendeu ativos não produtivos na ordem dos 485 milhões de euros. O banco chegou a setembro com um rácio de malparado a 90 dias nos 3,5% e um rácio de NPE (non performing exposure) de crédito de 6,5%.

Além do BCP, também o Novo Banco tem no mercado uma carteira de malparado (Projeto Carter) no valor de 100 milhões de euros e deverá avançar com outro processo até final do ano no valor de 200 milhões. António Ramalho lamentou ter chegado ao mercado um “bocadinho atrasado” porque deixa o BCP em vantagem. “Tirará seguramente benefício de ter mais investidores à procura da tipologia de créditos que também estou a vende”, disse o CEO do Novo Banco

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banca acaba com borlas para quem tem mais dinheiro na conta

BCP começa a cobrar a partir de hoje aos clientes com mais de 10 mil euros na conta. Banco a banco, as isenções para os maiores saldos foram desaparecendo num contexto de aperto do negócio bancário.

A partir de agora, se for cliente do BCP, mesmo que tenha mais de 10 mil euros na conta, vai ter de pagar comissão de manutenção. O banco liderado por Miguel Maya mexeu no preçário e deixa, a partir de hoje, de isentar os saldos acima desse numerário. Com isto, acabaram-se as borlas dos grandes bancos que beneficiavam os particulares com mais dinheiro à ordem.

Nos últimos anos, instituição a instituição, foram apertando gradualmente as isenções no pagamento das comissões de manutenção de conta. Até há pouco tempo, a gratuitidade das contas abrangia apenas os clientes com saldos maiores. Mas também esses passaram agora a pagar — mantendo-se algumas exceções, como para os estudantes, por exemplo –, deixando de haver discriminações em função do valor depositado.

No BCP, o último dos grandes bancos que mantinha essa política de isenção, os clientes com Conta Millennium Start, Conta U — vocacionada para os clientes mais jovens da instituição — Conta Millennium, Conta Herança Indivisa e Conta Standard com quantias depositadas acima de 10 mil euros passam agora a ter de pagar uma comissão mensal de 5,41 euros. Ao fim de um ano, o encargo total que dantes era de 0 euros sobe para 64,9 euros.

Outros bancos já haviam cortado totalmente com estas benesses para grandes clientes particulares, perante um contexto operacional particularmente desafiante e que veio a tornar-se ainda mais adverso com a crise da pandemia.

Várias razões ajudam a explicar esta tendência: com o Banco Central Europeu (BCE) a manter os juros em mínimos históricos — agora por mais tempo do que o previsto por causa do problema de saúde pública em todo o mundo –, os bancos viram o seu tradicional negócio num beco sem saída. Para compensar o esmagamento da margem de juros (diferença entre os juros recebidos nos empréstimos e os juros pagos nos depósitos), o setor procedeu, em grande medida, a um aumento generalizado das comissões, medidas para puxarem a rentabilidade e os lucros.

Em Portugal, os bancos estão proibidos de cobrar juros nos depósitos, ao contrário de outros países, que já começaram a cobrar não só a clientes institucionais (e geralmente com depósitos abastados) mas também a clientes particulares. A discrepância das regras tem levado os banqueiros a assumir uma postura crítica dado que cria uma situação que os penaliza face aos pares europeus. Adicionalmente, a recente iniciativa do Parlamento que veio impor restrições na política de comissionamento dos bancos veio deixá-los sob maior pressão para encontrar receita noutro lado.

Atualmente, isenções de conta só em casos específicos. Uma ronda pelos precários dos cinco principais bancos — Caixa Geral de Depósitos, BCP, Santander Totta, Novo Banco e BPI — permite perceber que contas para jovens e estudantes ainda escapam às comissões de manutenção. Há outras situações concretas, dependendo de banco para banco.

Com o aproximar do final do ano, as instituições preparam-se para alterações no preçário com olhos colocados em 2021, que continuará a ser marcado pelos efeitos da pandemia. O BPI já anunciou mudanças nos preços dos seus produtos e serviços, que vão afetar sobretudo alguns dos que são considerados mais básicos. É o caso, justamente, da manutenção de conta cujos encargos chegam a disparar perto de 30% no início do próximo ano. Mas os agravamentos também chegam à conta à ordem tradicional e aos cartões de débito, por exemplo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Miguel Maya: “Não fomos falar com os acionistas do Montepio, nem vamos”

CEO do BCP confirmou tem intenção de participar no empréstimo da banca para o Fundo de Resolução injetar no Novo Banco. Sobre o Montepio, disse não estar "minimamente à procura" de operações.

Miguel Maya voltou a ser questionado sobre o eventual interesse em participar numa solução para o Banco Montepio. “Ninguém nos pediu nada. E não estamos minimamente à procura de operações em Portugal”, disse o presidente do BCP. Também afastou o tema Novo Banco.

Não fomos falar com os acionistas do Montepio e nem vamos para preconizar o que quer que seja”, acrescentou o responsável na conferência de apresentação de resultados, reagindo a uma notícia que dava conta da disponibilidade do BCP para fazer parte de uma solução para o banco da mutualista.

O CEO do BCP também sublinhou que hoje em dia o banco está em condições de olhar para oportunidades que possam surgir, ao contrário do que sucedeu nos anos mais recentes. “O único aspeto positivo é que hoje podemos olhar, o que não acontecia no passado“, disse.

Mesmo assim, Miguel Maya assegura que não está a analisar qualquer operação (Novo Banco incluído) e que o objetivo de crescer organicamente mantém-se como prioridade. “Não estamos a estudar, nem a considerar nenhuma operação de aquisição. (…) Também já disse que se surgir uma operação em mercado devemos olhar para ela. Temos depois de perceber em que termos é que aparece e se faz sentido”, disse.

Empréstimo ao Fundo de Resolução “não é um favor”

Miguel Maya confirmou que o banco faz intenção em participar no empréstimo da banca ao Fundo de Resolução que terá como destino o Novo Banco. O CEO do BCP diz que não estará a fazer nenhum favor a ninguém com este financiamento.

“Tomaremos as decisões com base no risco desse crédito, face a estrutura de receitas do Fundo de Resolução, se suporta ou não endividamento adicional. Não estamos a fazer favores a ninguém, tomamos decisões pela nossa própria cabeça”, frisou Miguel Maya.

O empréstimo do sindicato de bancos deverá ascender a 275 milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BCP com 125 mil moratórias no crédito. Deu 2,4 mil milhões nas linhas Covid

Miguel Maya, CEO do banco, diz não temer o fim das moratórias. "O risco está em retirar os apoios aos clientes antes de retomarem a atividade, em retirar a água antes de terminar o deserto", disse.

O BCP emprestou 2,4 mil milhões de euros às empresas através das linhas de crédito Covid-19 e concedeu 125 mil moratórias no valor de nove mil milhões de euros.

Nas linhas de crédito, o banco diz ter realizado quase 17 mil operações na primeira e segunda vaga, assumindo uma posição de “liderança de mercado” com uma quota de 38% do montante aprovado.

No que diz respeito às moratórias, foram concedidas pouco mais de 101 mil operações a particulares no valor de 4,2 mil milhões de euros. Deste montante, 91% diz respeito a crédito à habitação. Em relação às empresas, o banco deu 23,9 mil moratórias no valor de 4,7 mil milhões de euros, do qual 88% corresponde a crédito performing.

Miguel Maya disse que “o risco não está nas moratórias” terminarem. “O risco está em retirar os apoios aos clientes antes de retomarem a atividade, em retirar a água antes de terminar o deserto”, referiu o CEO em conferência de resultados. O BCP registou uma queda de 46% dos lucros para 146,3 milhões de euros até setembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Presidente do BCP defende criação de fundo soberano para ajudar empresas

Miguel Maya defendeu a criação de um fundo soberano para que se evite transformar em perdas as garantias públicas concedidas nas linhas Covid.

O presidente executivo do BCP defendeu a criação de um fundo soberano para ajudar as empresas economicamente viáveis mas que estão em dificuldade por causa da crise provocada pela pandemia.

“Com empresas que tiverem viabilidade económica e não tiverem viabilidade financeira, e que essa inviabilidade financeira resultar dessa carga adicional das linhas Covid, o Estado não assumiu já o risco e não vai já ter o custo de honrar a garantia bancária? Se a empresa é viável, não devíamos estar já a pensar num fundo soberano em que o Estado assumisse essas participações e não transformasse em perdas essas garantias que vai ter de operar?“, propos Miguel Maya na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios.

Segundo explicou, este fundo soberano não teria um custo adicional para o Estado, pois ele já foi assumido com a emissão de garantias nas linhas de crédito Covid.

“Por que é que não havemos de ter o fundo soberano? Só porque não temos petróleo não temos fundo soberano? O custo já está tomado na emissão das garantias e iria ajudar as empresas — e não os bancos — a superarem a crise“, disse Miguel Maya.

A ideia de criação de um fundo soberano foi lançada por António Costa Silva no Plano de Recuperação Económica que foi encomendado pelo Governo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lucros do BCP na Polónia afundam 75% até setembro

O Bank Millennium na Polónia, que é controlado pelo BCP, viu os lucros afundarem 75% entre janeiro e setembro, para o equivalente a 29,8 milhões de euros.

Os lucros do BCP na Polónia caíram 75% nos primeiros nove meses do ano, fixando-se em 132 milhões de zlótis (29,8 milhões de euros). A informação foi comunicada esta terça-feira à CMVM.

O Bank Millennium é detido em 50,1% pelo Banco Comercial Português e explica o desempenho mais fraco com a constituição de provisões extraordinárias e com custos de integração relacionados com o Euro Bank.

Concretamente, o banco constituiu provisões extraordinárias de:

  • 297,7 milhões de zlótis (67,3 milhões de euros) relacionadas “com riscos legais associados a empréstimos concedidos em moeda estrangeira”;
  • 69,3 milhões de zlótis (15,7 milhões de euros) “relacionadas com os riscos da Covid-19”;
  • e 60,5 milhões de zlótis (13,7 milhões de euros) de provisões relacionadas com o reembolso antecipado de crédito pessoal”.

O BCP na Polónia assegura uma “rendibilidade operacional estável” nos nove meses em análise, destacando um return on equity de 2,1% e um rácio cost to income de 46,4%.

No período, os proveitos operacionais cresceram 6% em termos homólogos, enquanto a margem financeira aumentou 9%. As receitas com comissões aumentaram 7%, mas os custos operacionais também cresceram, 9% em termos homólogos.

O banco tem um rácio de crédito com imparidade de 4,7% e um rácio de loans-to-deposits de 85%. Os rácios de capital total e CET1 estão em 20% e 17%, respetivamente.

No segmento de retalho, o Bank Millennium na Polónia conta com 2,64 milhões de clientes ativos, um aumento homólogo de 30%. Os depósitos cresceram 2% e o portefólio de crédito aumentou em 7%.

No segmento de empresas, o banco destaca que os depósitos aumentaram 21% em termos homólogos. Já a concessão de crédito recuou 1%.

(Notícia atualizada pela última vez às 8h08)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Banca já avançou com ação principal para ficar com obras de arte de Berardo

Caixa Geral de Depósitos, BCP e Novo Banco avançaram esta semana com a ação principal contra a Associação Coleção Berardo para confirmar o direito efetivo a executar as obras de arte do empresário.

Há mais um desenvolvimento importante na disputa que opõe a banca a Joe Berardo. Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Novo Banco avançaram esta semana com a ação principal contra a Associação Coleção Berardo, a dona das obras de arte do empresário madeirense e cujos títulos de participação se encontram penhorados. Com este processo, os três bancos pretendem confirmar o direito a executar as obras de arte do empresário madeirense, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

A ação principal já era aguardada depois da providência cautelar interposta pelas instituições financeiras há mais de um ano (e confirmada pelo tribunal) ter impedido a Associação Coleção Berardo, da qual Joe Berardo é presidente, de dispersar e vender as obras de arte que estão, em boa parte, expostas no museu localizado no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, ao abrigo de um contrato de comodato com o Estado.

Com o processo que deu entrada esta terça-feira no Tribunal da Comarca de Lisboa, Caixa, BCP e Novo Banco, bancos aos quais o empresário quase 1.000 milhões de euros, esperam assim que o tribunal venha a determinar a penhora das obras de arte para efeitos de execução daquelas dívidas. Algo que até hoje não conseguiram dada a complexidade do processo que torna imprevisível do seu desfecho.

Contactada, fonte oficial ligada ao empresário madeirense diz desconhecer a ação em causa. Já os bancos não quiseram adiantar qualquer comentário, embora, publicamente, tenham sempre afirmado que desenvolverão todas as iniciativas no sentido de recuperarem todas as dívidas de clientes em incumprimento.

Em abril do ano passado, os três bancos avançaram com um processo de execução contra o próprio empresário madeirense e as sociedades Metalgest, Moagens Associadas e Fundação José Berardo, a quem exigem 962 milhões de euros por dívidas em incumprimento.

No meio de todo este caso está Associação Coleção Berardo, dona das obras de arte de Joe Berardo e que tem o comendador como presidente vitalício. Foi através desta associação que muitos acusam o empresário madeirense de ter dado uma “golpada” à banca.

Os bancos tinham o penhor sobre os títulos de participação da associação (que assegurariam, em tese, o acesso às obras de arte) pelos créditos concedidos às sociedades ligadas a Joe Berardo. Porém, viram a sua posição dentro da Associação Coleção Berardo enfraquecida através de duas ações: um aumento de capital através da emissão de mais títulos e que diluiu a posição dos bancos enquanto credores; e uma alteração dos estatutos que determinou que os títulos penhorados e nas mãos dos bancos deixassem de representar direitos de voto. Tudo isto foi investigado pelo Ministério Público no âmbito de um inquérito aberto há quatro anos e que se encontra a apurar eventuais crimes de gestão danosa no banco público.

Em fevereiro, uma sentença do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa concluiu que a Associação Coleção Bernardo quis retirar o poder de controlo dos bancos sobre o futuro da coleção de arte milionária através de uma alteração de estatutos, segundo avançou o Correio da Manhã.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.