BCP chega a acordo com sindicatos para aumentos de 0,3% em 2020

Próximo vencimento, a ser processado esta sexta-feira, refletirá já a nova tabela salarial, englobando ainda a "devida retroação a 1 de janeiro deste ano", diz fonte do banco.

O BCP e os sindicatos chegaram a um entendimento relativamente à atualização da tabela salarial de 2020, que estabelece aumentos de 0,3%. Os trabalhadores vão receber o próximo vencimento — que será processado esta sexta-feira — já de acordo com a nova tabela, assim como a devida retroação a 1 de janeiro deste ano.

“O Millennium bcp alcançou o entendimento com todos os sindicatos subscritores dos Acordos Coletivos de Trabalho (ACT) do Grupo BCP referente à revisão da tabela salarial de 2020, a qual abrangerá todos os colaboradores do Banco, bem como reformados e pensionistas”, adianta fonte oficial do banco.

“Assim, no processamento dos salários e pensões a ocorrer dia 25 de setembro, todos os colaboradores do Grupo BCP irão receber o vencimento já de acordo com a nova tabela salarial, bem como a devida retroação a 1 de janeiro do presente ano: a remuneração base será aumentada em 0,3%, o subsídio de almoço em 1,04% e o subsídio de apoio a natalidade em 50 euros, para 800 euros“, acrescenta a mesma fonte.

O banco liderado por Miguel Maya registou lucros de 76 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que traduz uma redução de 55,3% face ao mesmo período do ano passado. A descida nos resultados deveu-se à pandemia.

Trabalhavam no BCP 7.154 pessoas no final de junho deste ano.

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Caixa, BCP, Novo Banco e Montepio desconhecem ilegalidades denunciadas pelos contabilistas

CGD e Novo Banco desconhecem casos de pressão sobre os contabilistas para que se prestem declarações falsas de modo às empresas acederem à linha Covid-19. BCP diz que seria "inaceitável" tal situação.

A denúncia partiu da bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados (OCC): há bancos que estão a pressionar os contabilistas no sentido de apresentarem declarações falsas para as empresas terem acesso às linhas de crédito Covid-19, de forma indevida. Do lado das instituições financeiras, porém, não há conhecimento de qualquer prática nesse sentido, segundo adiantaram as próprias ao ECO.

Após a denúncia de Paula Franco, a associação que representa os bancos garantiu que o setor cumpre a lei e afirmou que se houver quaisquer atos isolados de colaboradores bancários, estes devem ser alvo de “análise”, caso se afastem das normas de conduta. A posição da Associação Portuguesa de Bancos não caiu bem junto dos trabalhadores, com o Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários a lamentar as declarações que “colocam em causa o profissionalismo dos bancários”.

Neste quadro, o ECO questionou os principais bancos portugueses sobre se detetaram alguma situação como aquela que foi reportada pela OCC, que se prepara agora para enviar as denúncias e as provas para o Ministério Público averiguar. Foram contactados seis bancos: Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Novo Banco, Santander Totta, BPI e Banco Montepio. Apenas Santander Totta e BPI não responderam até ao momento.

“Na Caixa não temos conhecimento deste tipo de comportamentos”, referiu o banco público. O Novo Banco também disse de forma sucinta que “desconhece este assunto em absoluto”.

"Na Caixa não temos conhecimento deste tipo de comportamentos.”

CGD

Já o BCP, que tem sido o banco mais ativo nas linhas de crédito (com uma quota de 38%), adiantou que “em nenhuma circunstância recomenda aos clientes atuações que não estejam em conformidade com a lei ou que a visem contornar”. O banco liderado por Miguel Maya acrescentou que “as atuações como a referida pela senhora bastonária da OCC seriam inaceitáveis e prejudicariam os clientes e o banco”.

Em relação ao Montepio, o banco não detetou “até ao momento qualquer situação”. A instituição diz que “no momento em que se verificarem quaisquer indícios, agirá em conformidade” e explica ainda que “tem mecanismos de controlo interno que visam prevenir e atuar sobre eventuais falhas que surjam na organização, numa perspetiva de controlo e melhoria de qualidade”. “Paralelamente, efetua auditorias internas de modo regular e presta formação inicial e continua a todos os seus colaboradores, cujo objetivo, entre outros, é garantir a boa perceção das normas legais e de conduta”, reforça o banco liderado por Pedro Leitão.

De acordo com Paula Franco, citada pelo Jornal de Negócios, OCC já recebeu mais de 90 queixas por parte de contabilistas que estarão a ser pressionados pelos gestores de conta dos bancos a prestarem falsas declarações sobre quebras de faturação superiores a 40% por parte dos clientes (por forma a cumprir as condições de acesso), quando esta queda não se verifica.

A bastonária utilizou mesmo o termo “jeitinho” que os bancos têm pedido aos contabilistas para que se facilite o acesso das empresas à linha de crédito de mil milhões de euros para micro e pequenas empresas e goza de garantias públicas, representando um menor risco para os bancos em caso de incumprimento.

"As atuações como a referida pela senhora bastonária da OCC seriam inaceitáveis e prejudicariam os clientes e o banco.”

BCP

Esta terça-feira, Paula Franco revelou ao Observador que a Ordem está a reunir as denúncias e provas, incluindo e-mails trocados entre funcionários dos bancos e empresas, bem como de empresários para contabilistas, para enviar para o Ministério Público. Sublinhou que estas situações envolvem “os principais bancos portugueses”, mas não especificou quais.

“Esta não é a forma correta de ajudar”, afirmou a bastonária, adiantando que se está a proceder à identificação dos balcões e dos responsáveis bancários que “aliciaram os empresários”, assim como os próprios empresários que foram pressionados.

(Atualizada às 21h35 com resposta do Banco Montepio)

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Vírus encolhe lucros. Maiores bancos põem de lado 580 milhões

Principais bancos chegam ao final da primeira metade do ano com prejuízos agregados de 15 milhões (por culpa do Novo Banco). Pandemia obrigou-os a registarem 580 milhões em imparidades e provisões.

Se alguém pensava que os bancos podiam tirar dividendos da crise da pandemia, eis os resultados do primeiro semestre a provarem que os novos tempos são, no mínimo, desafiantes também para o setor financeiro. O vírus já está a contaminar as contas das principais instituições. O pior é que o pior ainda estará para chegar.

E foi à espera desse cenário desfavorável que os cinco principais bancos portugueses já puseram de lado mais de 580 milhões de euros em imparidades e provisões. É dinheiro que deixaram de lucrar (para já, pelo menos) e que servirá para cobrir eventuais perdas com incumprimentos no crédito, o que é altamente expectável assim que terminar o período das moratórias nos empréstimos. Se houver alguma reversão, depois terão mais lucros.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi quem mais dinheiro colocou de lado: 156 milhões de euros. Seguiram-se Novo Banco (138 milhões), BCP (109 milhões) e Santander Totta (101 milhões). O BPI guardou 83 milhões para a crise.

Provisões e imparidades superam os 580 milhões

Fonte: Bancos

Novo Banco atira setor para prejuízos

Mais imparidades e provisões traduzem-se em menos lucros. Aliás, o resultado líquido no conjunto dos cinco bancos foi negativo em 15 milhões de euros. E tudo por culpa do Novo Banco, que reportou prejuízos 555 milhões de euros, os quais não foram compensados pelos outros bancos que tiveram lucros. Do outro lado, a Caixa registou um resultado líquido de quase 250 milhões e liderou neste capítulo, ainda que o lucro tenha caído 40%.

O coronavírus está a ter reflexos na rentabilidade, que já não era famosa por cá e obrigará alguns bancos a adiar para objetivos. O BCP, que fazia mira a um ROE (retorno do capital) de 10% em 2021, chegou ao final de junho com o indicador abaixo de 3%. Os outros bancos também viram os seus ROE deslizarem no semestre: o Santander Totta passou de 13% para 8%, menos cinco pontos percentuais; a CGD fixou o ROE nos 9,1%.

A margem financeira — que resulta dos juros recebidos nos empréstimos menos os juros pagos nos depósitos — esteve pressionada: contraiu quase 2% para 2.169 milhões de euros.

Prejuízos do Novo Banco apagou setor

Fonte: Bancos

Mais de 367 mil moratórias seguram malparado

Do lado da qualidade dos ativos, também é expectável uma deterioração dos balanços do banco, com a subida do malparado. Com empresas na falência e mais pessoas desempregadas, muitas deixarão de conseguir honrar os seus compromissos com os bancos.

Porém, esse efeito ainda não está totalmente incorporado pelos bancos por causa das moratórias no crédito, que têm dado um balão de oxigénio à economia. No total, foram concedidas mais de 367 mil moratórias no valor de 37 mil milhões, de acordo com os dados revelados pelos bancos na última semana.

Valor das moratórias ascende a 37 mil milhões

Fonte: Bancos

Por causa disso, para já, os rácios de NPE (ativos não produtivos) vão refletindo aquilo que foi o esforço da banca de reduzir a exposição a ativos problemáticos nos últimos anos. À exceção do Santander Totta, todos os restantes bancos melhoraram neste capítulo, destacando-se o Novo Banco (o rácio de NPL caiu de 20% em junho de 2019 para 10% em junho de 2020, depois das vendas de grandes carteiras). A Fitch vê o malparado a subir no próximo ano, mas abaixo dos níveis observados na anterior crise.

Uma boa notícia para o fim: o aumento do crédito concedido à economia, neste aperto da economia. À boleia das linhas Covid-19, disponibilizadas pelo Governo e que beneficiam de garantias públicas, os bancos aprovaram 6,3 milhões de euros em financiamentos. O BCP liderou com 2.500 milhões aprovados.

Entretanto já este sábado, também o Banco Montepio divulgou os resultados relativos à primeira metade do ano. Tal como o Novo Banco, a instituição financeira liderada por Pedro Leitão teve prejuízos. Estes ascenderam a 51,3 milhões de euros, o que compara com lucros de 3,6 milhões registados no ano passado, com o banco também afetado pelo aumento das imparidades e pela necessidade de constituição de provisões para fazer face aos efeitos da pandemia.

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Miguel Maya afasta interesse do BCP no Novo Banco: “Se já não tínhamos, muito menos agora”

O presidente executivo do BCP descartou qualquer interesse em adquirir o Novo Banco, "muito menos agora". Não está nos planos crescer por via de aquisições.

O BCP não tem nos planos qualquer aquisição ou fusão com o Novo Banco. A garantia foi deixada esta terça-feira pelo presidente do banco, Miguel Maya, na conferência de apresentação de resultados.

“O tema do Novo Banco aparece ciclicamente. O nosso objetivo não é ganhar dimensão pela dimensão, é ganhar a confiança dos clientes e aumentar a rendibilidade”, declarou Miguel Maya aos jornalistas depois de questionado sobre se o banco que lidera poderia ter interesse na compra do mercado.

O presidente do BCP foi taxativo em relação ao assunto, sobretudo em tempos de pandemia: “Não temos nenhum projeto de crescer por aquisição em Portugal. Não está nos nossos planos crescer por aquisição em Portugal. Se já não tínhamos, menos menos agora”.

"Não temos nenhum projeto de crescer por aquisição em Portugal. Não está nos nossos planos crescer por aquisição em Portugal. Se já não tínhamos, menos menos agora.”

Miguel Maya

Presidente do BCP

Miguel Maya disse ainda que se algum dia o Novo Banco for colocado à venda que a obrigação do banco é “olhar” para o negócio, mas é algo que não está nos planos. “Se temos entusiasmo ou interesse? Não temos interesse nenhum em crescer em Portugal, nem no estrangeiro, por aquisições. Gostava que ficasse claríssimo em relação a esta matéria“, afirmou.

O banco reportou esta terça-feira um lucro de 76 milhões de euros no primeiro semestre do ano, o que representa uma queda de 55% face ao mesmo período do ano passado.

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Lucro do BCP cai 55% após imparidades de 109 milhões para a pandemia

Banco liderado por Miguel Maya constitui imparidades de 108,8 milhões de euros por causa da pandemia de Covid-19, o que atirou os lucros do semestre para 76 milhões de euros.

O BCP registou um lucro de 76 milhões de euros no primeiro semestre do ano, uma queda de 55% em termos homólogos que se deve às imparidades de 108,8 milhões de euros que o banco constituiu para enfrentar a crise provocada pela pandemia.

Todo o setor da banca tem vindo a colocar dinheiro de parte para fazer face a eventuais contratempos no crédito, devido à contração da economia após o surto de Covid-19 ter imposto o encerramento parcial de muitas fábricas e serviços.

“Foi um trimestre verdadeiramente extraordinário. Foi único para nós. Foi um trimestre muito marcado pelo abrandamento, pelo lockdown, pelo distanciamento e isso tem implicações significativas no negócio bancário”, resumiu o presidente do BCP na conferência de resultados.

A margem financeira do banco subiu 2,6% para 759,1 milhões de euros, ainda que o produto bancário tenha reduzido 4,6% para 1.070 milhões de euros. As comissões bancárias em Portugal caíram 1,3% para 232,4 milhões de euros. Neste ponto, Maya mostrou uma “preocupação grande com iniciativas legislativas que não percebemos o alcance mas reduz a competitividade dos bancos portugueses”, depois de o Parlamento ter aprovado alterações na política de comissões.

O crédito a clientes avançou 3,2% para 53,72 mil milhões de euros, à boleia das linhas Covid-19 em que o BCP esteve em grande destaque: o banco conseguiu uma quota de 38% nestas linhas, que compara com a quota de empresas do banco que é inferior a 20%.

Já os depósitos aumentaram 5% para 83,2 mil milhões de euros, num período em que os portugueses reforçaram as suas poupanças.

Em relação à qualidade do crédito, um indicador que vai ganhar relevância nos próximos tempos devido ao impacto da pandemia no nível de incumprimento, o BCP viu o rácio de ativos não produtivos (non performing exposure/crédito a clientes) descer de 9,1% em junho do ano passado para 7% no final de junho deste ano.

Por outro lado, com o reforço das imparidades, o custo do risco agravou-se durante este período, passando dos 74 pontos base para os 85 pontos base, uma tendência que se tem verificado no resto do setor.

No que diz respeito aos rácios de capital, apesar da ligeira descida nos rácios CET1, o rácio total fully implemented subiu dos 14,7% em junho de 2019 para 15,5% no final do mês passado. “Temos uma folga de 2,2 pontos percentuais face aos requisitos regulamentares. É um indicador de resiliência para enfrentar o contexto de pandemia que vamos ter pela frente”, frisou Miguel Maya.

O BCP foi o primeiro dos grandes bancos nacionais a prestar contas da primeira metade do ano. Caixa Geral de Depósitos e BPI vão apresentar os resultados na próxima sexta-feira.

(Notícia atualizada às 17h39)

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BCE quer que bancos congelem dividendos até final do ano

  • ECO
  • 22 Julho 2020

Supervisor europeu vai pedir aos bancos para suspenderem os dividendos até final do ano, devido ao impacto severo da pandemia na atividade económica. Mantém flexibilidade no cumprimento dos rácios.

O Banco Central Europeu (BCE) vai manter a recomendação aos bancos de congelarem os dividendos por mais tempo, até final do ano devido ao impacto da pandemia na economia da Zona Euro. A instituição liderada por Christine Lagarde também se prepara para manter a folga nos requisitos de capital. A informação está a ser avançada pela Reuters.

Com a economia em recessão devido ao surto de Covid-19, que levou à paralisação de uma parte importante da atividade económica nos meses de março e abril e maio, o BCE já tinha comunicado aos bancos a recomendação de suspender pagamentos como dividendos aos acionistas e bónus à administração até outubro. Isto enquanto permitia aos bancos socorrerem-se dos fundos regulamentares para responder à crise, mesmo que isso implica-se o incumprimento dos rácios temporariamente.

Citando fontes do supervisor bancário europeu, a Reuters adianta que as duas medidas — suspender dividendos e folga nos rácios regulamentares — vão ser anunciadas ainda esta quarta-feira, quando o BCE publicar os resultados da avaliação de vulnerabilidade dos bancos, um exercício que permitirá perceber, de forma agregada, como o setor poderá lidar com o impacto económico da pandemia.

De acordo com a Bloomberg, que avançou inicialmente com notícia, os reguladores nacionais poderão, ainda assim, permitir que os bancos mais pequenos (e que não estão sob supervisão direta do BCE) a permitir pagamentos, disseram duas fontes à agência. Um das fontes acrescentou que os bancos poderão pagar dividendos sob a forma de ações em vez de dinheiro para conservarem capital.

Em reação, o Stoxx Banks, que reúne os principais bancos do Velho Continente, perde mais de 1%, assim como o BCP, que cede 1,65% para 10,63 cêntimos.

Os supervisores temem um nova onda de incumprimentos no crédito nos próximos meses, assim que expirarem algumas medidas de apoio às famílias e empresas, como as garantias estatais e moratórias nos empréstimos.

Segundo a Bloomberg, que avançou inicialmente com a notícia, com o congelamento dos dividendos, os bancos vão reter de cerca de 30 mil milhões de euros.

Em Portugal, as medidas implementadas pelos reguladores representam um “balão de oxigénio” de mais de 12 mil milhões de euros, de acordo com o Banco de Portugal. No que diz respeito ao congelamento dos dividendos, bancos como a Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP, Santander Totta e BPI deram cumprimento à recomendação do BCE, retendo mais de 900 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 15h19)

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Caixa, BCP e Novo Banco acabam com plataforma do malparado este mês

A plataforma do malparado já se encontra em fase de liquidação. Será fechada até final do mês. Banca justifica encerramento com mudanças no contexto financeiro e regulatório.

Cerca de dois anos depois de ter sido criada, a plataforma para a gestão comum do crédito malparado da Caixa Geral de Depósitos (CGD), BCP e Novo Banco vai ser encerrada, encontrando-se já em processo de liquidação até ao final do mês.

“Após mais de dois anos de atividade, os membros da Plataforma de Negociação Integrada de Créditos Bancários (PNCB) decidiram pelo encerramento desta estrutura comum, que irá ser liquidada até 31 de julho de 2020”, adiantou a plataforma ao ECO, confirmando uma notícia que já tinha sido avançada pelo ECO Insider, newsletter do ECO exclusiva para assinantes. No próprio site da plataforma já surge a informação de que está em fase de liquidação.

Os bancos justificam esta decisão com a mudança “no contexto e pressupostos” em que a plataforma foi criada, em janeiro de 2018. “Evoluíram em sentido diferente do esperado e, designadamente, o contexto económico, financeiro e regulatório em que os bancos membros da PNCB operam sofreu alterações muito significativas desde a criação da PNCB“, explica a entidade.

Esta plataforma tem como membros fundadores três bancos: CGD, BCP e Novo Banco. Mais tarde, entrou como membro a Caixa Leasing e Factoring – Sociedade Financeira de Crédito.

"O contexto e pressupostos em que a PNCB foi criada evoluíram em sentido diferente do esperado e, designadamente, o contexto económico, financeiro e regulatório em que os bancos membros da PNCB operam sofreu alterações muito significativas desde a criação da PNCB. Assim e após mais de dois anos de atividade, os membros da PNCB decidiram pelo encerramento desta estrutura comum, que irá ser liquidada até 31/07/2020.”

Plataforma do malparado

A PNCB foi criada com o objetivo de fazer uma gestão comum dos processos de empréstimos problemáticos dos bancos, acima dos cinco milhões de euros, desenvolvendo atividades de negociação integrada de créditos e de garantias que permitissem otimizar a recuperação de créditos. Com uma equipa própria, tendo como presidente da direção executiva José Manuel Correia, atuou com uma carteira de créditos de cerca de 1,2 mil milhões de euros.

A plataforma era vista como um importante instrumento para a banca lidar com o problema do malparado, mas não terá produzido resultados suficientes. A própria Comissão Europeia, num dos últimos relatórios sobre Portugal, criticou a falta de resultados da PNCB, notando que, apesar dos esforços para reduzir o crédito em incumprimento, a banca portuguesa continua a ter um dos níveis mais elevados na região. Os últimos dados indicam que o rácio de malparado do setor bancário nacional se situava nos 6,1% no final de 2019, abaixo dos 17,5% registados no final de 2015.

A decisão de encerrar a plataforma surge num momento em que se avizinha uma nova onda de incumprimentos no crédito por causa da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus.

Por uma questão de precaução, os bancos já provisionaram mais de 200 milhões de euros nas contas do primeiro trimestre para fazer face a um expectável aumento do malparado que, para já, se encontra “anestesiado” pelas moratórias no crédito concedidas a empresas e famílias.

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BCP reclama 160 milhões de dólares a Moçambique

Banco português avançou com uma ação no tribunal de Londres contra o Estado moçambicano. Exige o pagamento de cerca de 160 milhões de dólares devido a um empréstimo a uma empresa pública do país.

O BCP BCP 5,68% reclama quase 160 milhões de dólares na ação judicial que colocou num tribunal em Londres contra o Estado de Moçambique e outras empresas estatais do país, no âmbito do chamado caso das “dívidas ocultas”.

Na ação que deu entrada no High Court of Justice Business & Property Courts of England e Wales Commercial Court, no passado dia 8 de abril, o banco liderado por Miguel Maya está a exigir àquelas entidades públicas moçambicanas o pagamento de 158,9 milhões de euros (cerca de 140 milhões de euros), acrescidos de juros e outros custos, por causa do não pagamento de um empréstimo concedido a uma empresa pública moçambicana, a Mozambique Asset Management (MAM).

O caso é complexo. Em 2014, o BCP participou com 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) numa operação financeira para conceder um crédito de 535 milhões de dólares (480 milhões de euros) à MAM. A operação foi organizada pela sucursal londrina do banco russo VTB, o credor do empréstimo à MAM e a quem o BCP entregou o dinheiro.

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Este empréstimo (como outros que foram concedidos naquela altura a outras duas empresas públicas de Moçambique, a Ematum e a Proindicus) contou com uma garantia do Estado moçambicano assinada pelo então ministro das Finanças moçambicano, Manuel Chang. O detalhe problemático: o Parlamento moçambicano não teve conhecimento ou não autorizou tais garantias.

Quando estas empresas públicas deixaram de ter capacidade pagar aos credores, descobriu-se uma dívida escondida no valor total de 2,2 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros) nas contas do Estado moçambicano, que agora recusa assumir responsabilidade por estes empréstimos.

Queixa contra o banco VTB

Segundo a Lusa, em outubro do ano passado, no julgamento que decorreu em Nova Iorque sobre o esquema de corrupção e subornos conhecido como o processo das “dívidas ocultas”, uma testemunha afirmou que a garantia do Governo de Moçambique obriga que qualquer disputa entre as partes seja exclusivamente da jurisdição da Inglaterra, porque o banco VTB tem sede em Londres.

Segundo a mesma responsável, a garantia pública dá o direito ao credor de avançar com uma ação judicial contra o Estado de Moçambique para conseguir reaver o dinheiro emprestado à MAM.

Foi o que fez o BCP, isto apesar de a devolução do dinheiro depender do banco VTB, a entidade que recebeu os 100 milhões de dólares do banco português.

Já no dia 27 de abril, depois de o Estado moçambicano ter avançado com ações judiciais com o objetivo de assegurar que a garantia estatal não é válida, legal ou executável, o Millennium bim (o banco moçambicano detido a mais de 66% pelo BCP) apresentou uma queixa no High Court of Justice Business & Property Courts of England and Wales Commercial Court “contra o organizador e credor de uma linha de crédito que beneficia da referida garantia estatal e de pessoas relacionadas”. O visado é o banco VTB.

As informações sobre o valor reclamado a Moçambique e a queixa do Millennium bim constam do prospeto base relativo ao programa de obrigações hipotecárias do BCP, atualizado no dia 26 de maio.

Ao ECO, o banco não comenta o caso, dizendo apenas que “preserva as melhores relações institucionais com o Estado moçambicano e nada tem a comentar relativamente ao mencionado processo”.

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Covid-19 leva DBRS a cortar perspetiva do rating da Caixa e BCP

Tendência dos ratings dos dois bancos foi revisto em baixa pela agência DBRS de "estável" para "negativa" devido ao potencial impacto da pandemia do novo coronavírus.

A descida dos ratings é um dos maiores receios da banca nacional no meio da pandemia do novo coronavírus. Esta quinta-feira, a Caixa Geral de Depósitos (CGD) e o BCP viram a agência DBRS a confirmar os seus ratings mas sofreram revisão em baixa da tendência, de “estável” para “negativo”. O que significa que as atuais notações poderão estar em risco de descer nos próximos meses.

“A mudança na tendência para negativa em relação aos ratings do BCP reflete a nossa opinião de que que a ampla e crescente dimensão da disrupção económica e do mercado resultante da pandemia de coronavírus (Covid-19) vai pressionar a rentabilidade e o balanço do banco“, justifica a DBRS Morningstar em comunicado.

“A deterioração esperada do ambiente operacionais irá muito provavelmente afetar as receitas do banco, a qualidade dos ativos e o custo de risco”, acrescenta a agência de rating.

A mesma justificação aplica-se à CGD, com a DBRS a sublinhar ainda que o “atual contexto vai também adicionar novos desafios e aumentar o risco de execução do plano estratégico do banco”.

Em comunicado enviado ao mercado, o banco público adianta que “para enfrentar essas consequências, a DBRS destaca a posição de liderança de mercado e os progressos na melhoria da qualidade dos ativos, incluindo a redução do crédito malparado”.

Assim, em relação à CGD, a DBRS Morningstar manteve o rating de longo prazo de “BBB” e o rating dos depósitos de longo e curto prazo em BBB (high) e R-1 (low), respetivamente.

No que diz respeito ao BCP, foram confirmados o rating de longo prazo de BBB (low) e o rating dos depósitos de longo e curto prazo em “BBB” e “R-2” (high), respetivamente.

Em todos os ratings, a tendência foi cortada de “estável” para “negativo”.

(Notícia atualizada às 18h05)

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Digital ganhou força com o vírus. BCP vê oportunidades para cortar custos após a crise

Banco considera que pandemia acelerou a mudança nos hábitos de consumo dos clientes para online e mobile. Mas também diz que tem uma rede de balcões ajustada àquilo que é a sua quota de mercado.

O BCP BCP 5,68% vê “novas oportunidades” para reduzir os custos, mas considera que avançar agora com cortes, no meio da crise do coronavírus, teria um impacto negativo na sua reputação. Além disso, o banco sublinha que a rede de balcões está ajustada àquilo que é a sua quota de mercado, pelo que reduzir ainda mais dependerá do que a concorrência fizer.

“Acreditamos que, assim que a crise for ultrapassada, haverá novas oportunidades para cortes nos custos”, afirmou o administrador financeiro do BCP durante a conferência de analistas realizada esta quarta-feira.

Mas, “no meio desta crise, avançar com um grande plano de corte de custos poderá ter efeitos reputacionais que poderá pesar mais do que seis meses ou nove meses de poupanças nos custos que poderemos vir a ter“, frisou ainda Miguel Bragança.

"No meio desta crise, avançar com um grande plano de corte de custos poderá ter efeitos reputacionais que poderá pesar mais do que seis meses ou nove meses de poupanças nos custos que poderemos vir a ter.”

Miguel Bragança

Administrador financeiro do BCP

Segundo o responsável, a pandemia de Covid-19 veio acelerar a mudança nos hábitos de consumo dos clientes, com maior procura pelos canais digitais em detrimento dos balcões.

De acordo com o banco, os acessos digitais dispararam 64% para 22,5 milhões de acessos no primeiro trimestre do ano, com o peso das transações digitais a aumentar 12 pontos percentuais para 68%. Ou seja, quase 70 em 100 operações realizadas pelo BCP foram feitas através dos canais digitais.

Se isto significará redução do número de agências? Miguel Bragança diz que dependerá do que os outros bancos fizerem.

“Temos uma quota de balcões e de custos que é muito mais baixa em relação à nossa quota de mercado. Temos sido líderes nesta área. (…) A questão de quão forte vamos reduzir os custos e quão forte poderemos reduzir balcões está muito ligado com o que a concorrência esta a fazer”, explicou o CFO do BCP.

“Já estamos na linha da frente em termos de reduzida presença de de balcões e não queremos perder quota de mercado, o que seria mais caro de recuperar”, referiu.

O banco fechou março com um rácio de cost to income de 46%, sendo que o objetivo passa por baixar os custos de estrutura face ao negócio bancário (melhorando a sua eficiência) para um valor abaixo dos 40%.

O BCP tem 501 balcões em Portugal, menos 38 do que há um ano. O banco anunciou esta terça-feira lucros de 35 milhões de euros no primeiro trimestre, menos 77% do que no mesmo período do ano passado, penalizado pelas provisões de 80 milhões de euros para fazer face à pandemia de Covid-19.

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BCP em mínimos na bolsa? “É um título muito apetecível” para quem quer apostar na queda da economia, diz Miguel Maya

Miguel Maya, presidente do BCP, justifica a desvalorização da ação do banco com a exposição à economia portuguesa e também aos movimentos de "short selling" que ganham com a queda da cotação.

O BCP tem transacionado em mínimos históricos nas últimas sessões da bolsa. Miguel Maya considera que a atual cotação não reflete o verdadeiro valor intrínseco do banco, mas antes a exposição a Portugal. Diz que é um “título muito apetecível” para os investidores que querem apostar na queda da economia portuguesa.

“Viram o que se passou hoje [terça-feira] em Espanha em relação ao mercado financeiro. Porque em Espanha e em Itália tiveram — a Itália ainda tem — o short selling proibido e em Portugal não esteve proibido o short selling. Quem quis apostar na desvalorização das economias do sul da Europa, o mercado aberto para fazer short selling era Portugal“, referiu o CEO do banco, explicando a queda de quase 2% registada na sessão desta terça-feira.

Para Miguel Maya, a atual cotação não reflete o valor do banco, mas antes a ligação ao risco soberano: “Uma coisa é o valor intrínseco do banco, está aqui demonstrado nos números que apresentei o valor do franchising do BCP. Outra coisa é: há um conjunto de fatores relacionados com o risco do próprio do país e da economia perante uma situação como a que estamos a enfrentar e que faz com que o título BCP seja muito apetecível para se poder fazer movimentos que não são suportados na evolução dos fundamentais do banco em situação de normalidade”.

"Há um conjunto de fatores relacionados com o risco do próprio país e da economia perante uma situação como a que estamos a enfrentar e que faz com que o título BCP seja muito apetecível para se poder fazer movimentos que não são suportados na evolução dos fundamentais do banco em situação de normalidade”

Miguel Maya

CEO do BCP

Miguel Maya também deu o exemplo do que aconteceu esta segunda-feira, em que o BCP disparou mais de 7%, num desempenho bolsista suportado pela conferência de imprensa de Macron e Merkel relativamente ao fundo de apoio à reconstrução europeia. “Esse fundo não vai engrossar a dívida dos Estados. Isso teve logo um impacto na ação do BCP”, explicou.

“Como temos uma ligação muito forte à economia, só o afastar um bocadinho dessa dívida adicional de a recuperação não ser colocada nos orçamentos dos Estados, a ação do BCP disparou mais de 7%. Não carregamos em nenhum botão na comissão executiva. Ontem não foi [feito] um grande negócio aqui no banco”, acrescentou.

O BCP fechou a sessão desta terça-feira a cotar abaixo dos dez cêntimos por ação. Já desvaloriza mais de 50% este ano, apresentando um valor de mercado de 1,38 mil milhões de euros.

Por causa das provisões para a crise da pandemia, que totalizaram os 78,8 milhões de euros, o BCP registou uma queda de 77% do lucro para 35,3 milhões de euros no primeiro trimestre.

Evolução das ações do BCP na bolsa de Lisboa

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BCP já aprovou mais de 100 mil moratórias. Maya defende alargamento dos prazos até meados de 2021

Mais de 75% das moratórias foram concedidas às famílias. Miguel Maya defendeu uma extensão das maturidades das moratórias, idealmente até meados do próximo ano.

O BCP já aprovou mais de 100 mil moratórias as famílias e empresas que solicitaram uma suspensão temporária dos pagamentos dos empréstimos devido à pandemia de Covid-19. O CEO do banco, Miguel Maya, defende uma extensão das maturidades das moratórias, idealmente até meados do próximo ano e depois reavaliar. “Seria prestar um bom serviço à economia”.

A maioria das moratórias foram concedidas a famílias: mais 76.700 aprovadas pelo banco, representando mais de três quartos dos pedidos aprovados. Em relação às empresas, o BCP adianta que já concedeu mais de 23,7 mil moratórias.

Estas moratórias foram concedidas ao abrigo do regime público criado pelo Governo e que permite a suspensão das prestações (capital e/ou juros) durante seis meses e ainda do regime da Associação Portuguesa de Bancos que tem a duração de 12 meses.

Maya defendeu prazos mais alargados, mas por setor. “Desde o primeiro momento defendemos em vários fora que as moratórias deviam ser alargadas, ter prazos largos”, referiu o CEO na conferência de resultados. Os prazos “devem ser ajustados ao setor específico da empresa”. “Muitas empresas são viáveis mas precisam de tempo para gerar cash flow para pagar as dívidas”, destacou.

Prazos ideal? “O prazo mínimo até final do ano, e para alguns setores até final do primeiro trimestre do próximo ano. Se fosse acima disso, estaríamos a prestar um bom serviço à economia. (…) Até meados do próximo ano teria o nosso apoio“, acrescentou.

Por causa das provisões para a crise da pandemia, que totalizaram os 78,8 milhões de euros, o BCP registou uma queda de 77% do lucro para 35,3 milhões de euros no primeiro trimestre.

(Notícia atualizada às 18h19)

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