Lucro do BCP cai 77% no primeiro trimestre. Banco faz provisões de 79 milhões para a crise

O BCP registou um resultado líquido de 35 milhões de euros no primeiro trimestre, uma queda de 77% explicada pelo impacto da pandemia. Banco constituiu 79 milhões em provisões para enfrentar a crise.

À semelhança dos outros bancos, também o BCP viu os resultados do primeiro trimestre afetados pela pandemia do novo coronavírus: obteve um lucro de 35,3 milhões de euros, uma queda de 77% face ao mesmo período do ano passado. Antecipando os efeitos da crise, o banco constituiu já 78,8 milhões em provisões.

Apesar da queda, o resultado saiu melhor do que o esperado pelo mercado, com os analistas do CaixaBank/BPI a apontarem para uma descida de 85% do lucro para 23 milhões.

Em conferência de imprensa, Miguel Maya adiantou que o banco mudou de foco em tempos de pandemia. “Mudámos o foco do crescimento para a defesa do balanço. A defesa do banco passou a ser principal preocupação“, sublinhou. Sem as provisões, o resultado do BCP teria sido de cerca de 104 milhões de euros.

“Por prudência e antecipando uma crise severa, o banco pôs de parte 78,8 milhões. São provisões genéricas e consideramos que são as adequadas numa perspetiva prudente. Vai depender muito da situação de confinamento e da retoma económica”, referiu ainda.

Miguel Maya sublinhou ainda que “o banco parte para esta crise de forma muito distinta da anterior crise”, apontando para um rácio de capital CET1 de 12%, mais 3,2 pontos face aos requisitos regulatórios.

Também ao nível da liquidez, o CEO disse que o BCP “está preparado para uma fase de maior aperto de liquidez”, com o banco a apresentar um rácio de transformação de 86%. Além disso, tem mais de 16 mil milhões de euros em ativos elegíveis para pedir financiamento junto do banco central.

A margem financeira do banco cresceu 6,3% para 385,5 milhões de euros. As receitas com comissões cresceram quase 8% para 179,8 milhões de euros, com Miguel Maya a justificar este desempenho com o alargamento da base de clientes. Ainda assim, o produto bancário estabilizou nos 597,8 milhões de euros.

O banco adianta ainda que o crédito a clientes aumentou 8,1% para atingir uma carteira de 52,5 mil milhões de euros no final de março. Isto enquanto os depósitos subiram 8,9% para 62 mil milhões.

Frankowicz obriga a provisões na Polónia

Em Portugal, o negócio registou um lucro de 16,2 milhões de euros, abaixo dos 94,3 milhões alcançados no mesmo período de 2019, “devido maioritariamente ao impacto da constituição da provisão para riscos associados à pandemia Covid-19, no montante de 60 milhões de euros”.

Lá fora, a atividade internacional lucrou 19,1 milhões de euros, um resultado que compara com os 46,1 milhões, “devendo-se esta evolução em grande parte à constituição da provisão para riscos relacionados com a pandemia Covid-19, no montante de 18,8 milhões de euros (13,8 milhões de euros na subsidiária polaca e cinco milhões de euros na subsidiária em Moçambique)”.

Na Polónia, de resto, o caso do Francowicz, relacionado com os empréstimos para a compra de casa concedidos na década passada em francos suíços levou o banco a provisionar mais de 12 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 17h39)

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Bancos querem reforço das linhas de crédito e moratórias mais longas

Não há visibilidade sobre o que vai acontecer à economia nos próximos tempos, mas os bancos já sabem que vai ser necessário um reforço das medidas de apoio às famílias e às empresas.

Os apoios do Governo para famílias e empresas são suficientes? Na opinião dos principais bancos nacionais são uma importante ajuda nesta fase inicial da crise, mas vão se revelar insuficientes à medida que os efeitos da pandemia vão agudizando as dificuldades da economia. Terá de haver ajustes no futuro, nomeadamente através de um reforço das linhas de crédito já anunciadas (no valor de 6,2 mil milhões de euros) e de um prolongamento das moratórias dos empréstimos para lá dos seis meses.

Os presidentes dos grandes bancos portugueses foram chamados esta semana ao Parlamento para explicarem as medidas que estão no terreno para ajudar as famílias e as empresas afetadas pela pandemia.

Do lado dos deputados, havia um rol de críticas que foram recebendo sobre a atuação das instituições: excesso de documentação exigida, atrasos na canalização do dinheiro das linhas para as empresas, problemas nas moratórias, entre outras questões.

Um a um, os bancos foram rejeitando responsabilidades relativamente à demora na disponibilização das linhas e também quanto à “papelada”. Mas também deixaram sinais de que será necessário um reforço das garantias do Estado. Mas há margem para o Governo alargar as garantias?

Miguel Maya, presidente do BCP, foi claro no que está em causa neste momento: “Se conseguíssemos encontrar um mecanismo, chamem-lhe coronabonds ou fundo de recuperação europeu, em que esta dívida fosse tratada autonomamente de forma a não prejudicar a dívida pública, eu não teria dúvidas de que estas ajudas eram insuficientes“. Caso contrário, vai ter impacto no rating da República e, consequentemente, no dos bancos.

Relativamente aos atrasos, a banca rejeitou culpas. O BPI esclareceu que só na passada quinta-feira é que se fecharam as regras do protocolo com a Sociedade de Garantia Mútua e que o sistema informático para carregar as operações só ficou operacional na sexta-feira, isto apesar de as linhas terem sido anunciadas pelo Executivo no início do mês.

Mais: o sistema foi-se abaixo poucas horas depois com tantas operações submetidas pelos bancos, e só voltou a estar online esta terça-feira.

António Ramalho, presidente do Novo Banco, sublinhou que geralmente estas linhas costumam ter um prazo processual de dois meses até o dinheiro chegar às empresas. Com o estado de emergência na economia, o tempo encurtou-se para três semanas.

Campeões da Europa no spread

Os bancos fizeram também questão de dizer aos deputados que apenas solicitam os elementos que a Sociedade de Garantia Mútua está a exigir agora. São nove os documentos exigidos às empresas nas novas linhas Covid, mais do que os dois documentos que eram pedidos na linha inicial de 400 milhões.

Neste ponto, Miguel Maya referiu que o BCP só pedirá mais informação em caso de dúvida na aprovação de crédito. “Por uma regra de prudência, rejeitámos sempre quando estamos na dúvida. Se pedimos informação adicional, é para ajudar as empresas”, notou o CEO do BCP.

Sobre o preço das linhas, com os bancos a cobrarem taxas de spread à volta de 1,25%, os banqueiros disseram que não é sequer um tema em cima da mesa. “São os melhores spreads da Europa”, sublinhou Pedro Castro e Almeida, do Santander. Paulo Macedo, da Caixa Geral de Depósitos (CGD), lembrou que se os bancos nunca se financiaram a um custo tão baixo, o mesmo se passa com as empresas.

Ainda sobre os financiamentos às empresas, os banqueiros alertaram para o facto de serem necessárias soluções alternativas para as empresas viáveis e que não conseguem aceder às linhas porque já tinham prestações em falta antes do início da crise. E ainda para a necessidade de manter os apoios às empresas durante um longo período em que não vão ter receitas. “Os hotéis não vão ter receitas este ano. Mas vão estar cá em 2021 e 2022 e nós queremos apoiá-los”, lembrou Macedo.

Moratórias mais longas

Não há grande visibilidade sobre o impacto da crise a médio prazo. Mas os bancos já sabem que vai ser preciso alongar os prazos da carência de crédito para lá dos seis meses que estão instituídos na moratória pública, que cobre créditos à habitação e às empresas. “Não é em seis meses que a situação da economia se vai resolver”, considerou Paulo Macedo.

A procura tem sido muita: a banca já concedeu mais de 210 mil moratórias em apenas um mês a famílias e empresas, correspondentes a quase 19 mil milhões de euros.

Os bancos não têm mãos a medir. No BCP, por exemplo, trabalha-se ao fim de semana para dar seguimento a todos os pedidos de moratórias que chegam ao banco e há 80 robôs que estão a ajudar a analisar os documentos recebidos.

Se há atrasos e o banco acaba por liquidar a prestação? Os bancos reconheceram que sim, por haver situações como essas. Ainda assim, garantiram a devolução do dinheiro aos clientes que solicitaram a moratória.

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BCP já deu 80 mil moratórias no crédito no valor de 4,5 mil milhões

Miguel Maya, CEO do BCP, revelou esta terça-feira que o banco já concedeu cerca de 80 mil moratórias a clientes, num montante global de 4,5 mil milhões de euros.

Miguel Maya adiantou esta terça-feira que o banco já concedeu cerca de 80 mil moratórias aos seus clientes, num montante global de 4,5 mil milhões de euros. O CEO do BCP revelou ainda que tem 80 robôs a ajudarem os funcionários a dar seguimento aos pedidos.

“Em termos de moratórias, o BCP tem 25 mil moratórias, números redondos, no montante de cerca de 2,2 mil milhões. A particulares, entre a moratória do Estado e a moratória da Associação Portuguesa de Bancos, tem 55 mil moratórias no montante de 2,3 mil milhões”, declarou Miguel Maya.

“Ou seja, o BCP tem um total de 80 mil moratórias — estão a ver a carga operacional — no valor de 4,5 mil milhões de euros“, adiantou o presidente executivo do BCP, um dos maiores bancos em Portugal

Miguel Maya está a ser ouvido numa audição na Comissão de Orçamento e Finanças no âmbito de um requerimento apresentado pelo CDS sobre a resposta dos bancos à pandemia do coronavírus.

Sobre eventuais atrasos, o CEO explicou aos deputados que conceder uma moratória é um processo relativamente simples para os bancos. Mas quando se está perante milhares de pedidos para processar, a carga acaba por ser muito pesada.

“O banco está a trabalhar 24 sobre 24 horas para processar as todas as moratórias”, frisou. “Tenho pessoas que trabalham ao fim de semana para por isto em dia“, adiantou mais tarde.

“Com 55 mil pedidos, se entrarem 20 mil pedidos num dia, é humanamente impossível executá-las todas ao mesmo tempo”, acrescentou. “Ainda ontem tinha mais de 80 robots a fazerem as operações. Em vez de ter um trabalhador a fazer a leitura dos documentos, são os robôs que fazem essa leitura”, explicou.

Há dois regimes de moratórias: um regime público, que foi criado pelo Governo, e abrange os créditos de habitação permanente das famílias e ainda os créditos a empresas; um regime privado, desenvolvido pela APB, que serviu para complementar a moratória pública e inclui créditos pessoais, segunda habitação e não residentes.

Miguel Maya disse que ficaria “mais confortável com uma moratória do Estado para as componentes que não estavam incluídas pela moratória pública“. Isto porque, adiantou, “quando as coisas normalizarem, estaríamos melhor protegidos se houvesse uma moratória do Estado”.

(Notícia atualizada às 18h09)

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BCP avança com ação contra Moçambique em tribunal de Londres

  • Lusa
  • 16 Abril 2020

O BCP colocou uma ação no tribunal de Londres contra o Estado de Moçambique e a empresa pública Mozambique Asset Management (MAM) para ser ressarcido de parte da chamada "dívida oculta".

O BCP colocou uma ação no tribunal de Londres contra o Estado de Moçambique e a empresa pública Mozambique Asset Management (MAM) para ser ressarcido de parte da chamada “dívida oculta” comprada no mercado secundário.

Questionado pela Lusa sobre os objetivos da ação e o montante que o banco português espera ver devolvido por via judicial, uma fonte oficial do BCP respondeu apenas que “o banco preserva as melhores relações institucionais com o Estado moçambicano e nada tem a comentar relativamente ao mencionado processo”, escusando-se a fazer mais comentários.

Em outubro do ano passado, no julgamento que decorreu em Nova Iorque sobre o esquema de corrupção e subornos conhecido como o processo das “dívidas ocultas”, uma testemunha disse que o BCP participou com cerca de 100 milhões de dólares, cerca de 90 milhões de euros, no empréstimo de 535 milhões de dólares (480 milhões de euros) contraído pela MAM junto da sucursal londrina do banco russo VTB.

Segundo a testemunha, o BCP teve uma sub-participação (“funded sub-participation”) no empréstimo estruturado pelo banco VTB Capital de Londres que entregou uma soma total de 535 milhões de dólares à MAM em 2014.

O depoimento foi prestado em outubro do ano passado, no tribunal, por Cicely Leemhuis, diretora-adjunta do departamento legal do banco VTB em Londres e uma das responsáveis do acordo de empréstimo do VTB à MAM.

Em 2014, o banco VTB Capital de Londres assegurou 435 milhões de dólares do empréstimo à MAM e recebeu mais 100 milhões do banco português como “sub-participante”.

Neste tipo de acordo, o banco português teve de entregar o dinheiro ao credor do empréstimo, o VTB. Assim, a devolução do dinheiro ao BCP depende do banco VTB, embora a ação intentada no tribunal de Londres tenha sido entregue contra o Governo de Moçambique enquanto avalista do empréstimo original e contra a MAM, enquanto detentora do empréstimo.

A garantia do Governo de Moçambique foi assinada pelo então ministro das Finanças, Manuel Chang, e obrigava que qualquer disputa entre as partes seja exclusivamente da jurisdição da Inglaterra, porque o banco VTB tem sede em Londres.

Segundo a responsável, a garantia dá o direito ao credor de avançar com uma ação judicial contra o Estado de Moçambique para conseguir reaver o dinheiro emprestado à MAM.

O caso refere-se a empréstimos contraídos de forma ilegal pelas empresas moçambicanas MAM, Ematum e Proindicus, com garantias assinadas pelo Ministério das Finanças de Moçambique, mas sem conhecimento ou autorização do parlamento.

As empresas deixaram de pagar aos credores e abriram, desta forma, uma dívida escondida de 2,2 mil milhões de dólares (dois mil milhões de euros) nas contas do Estado.

O Governo de Moçambique intentou também no tribunal de Londres uma ação para ser ressarcido não só do valor em falta, mas igualmente pelos danos económicos causados por estas operações financeiras que originaram que o país entrasse em Incumprimento Financeiro (default) aos olhos das agências de rating e visse a ajuda financeira ser suspensa pelos doadores internacionais, desequilibrando o orçamento do país.

Vários analistas e instituições internacionais têm defendido que o Estado não deve pagar estas dívidas ocultas, já que foram ilegais na medida em que não foram aprovadas pelo parlamento.

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BCP antecipa pagamentos a fornecedores. Agora paga à semana

O BCP vai deixar de pagar aos fornecedores a 30 dias, passando a pagar à semana. O banco assume-se "ciente das dificuldades" pelas quais estão a passar muitas empresas.

O Covid-19 tem gerado criado dificuldades económicas para muitas empresas, nomeadamente ao nível da tesouraria. Nesse sentido, o BCP decidiu antecipar o pagamento de faturas aos fornecedores “dos atuais 30 dias para apenas uma semana”, informou o banco num comunicado.

“Cientes das dificuldades de tesouraria que muitos fornecedores enfrentam neste momento, o Millennium BCP decidiu antecipar o pagamento de faturas dos atuais 30 dias para apenas uma semana. O novo prazo conta a partir da data em que a fatura é registada”, indicou a empresa na referida nota.

De acordo com estimativas do próprio BCP, a medida vai abranger os mais de 6.500 fornecedores da empresa, “que originam um número médio mensal superior a 10 mil faturas e um valor médio mensal de cerca de 37 milhões de euros”.

Para Miguel Maya, presidente executivo desta instituição bancária, o objetivo é contribuir para melhorar a liquidez das empresas que fornecem o grupo. “Os fornecedores contam connosco e nós vamos ajudá-los a superar este momento mais exigente”, garantiu o gestor, citado no comunicado.

Esta medida de apoio à economia acontece numa altura em que todos os bancos estão obrigados a dar uma moratória de seis meses no crédito contratado por famílias e empresas. A medida foi aprovada em Conselho de Ministros no passado dia 26 de março, sendo que os bancos têm cinco dias para dar resposta aos pedidos.

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Salários na gestão do BCP subiram para 3 milhões em 2019. Banco voltou a pagar prémios

Equipa executiva liderada por Miguel Maya recebeu uma remuneração fixa de três milhões em 2019, mais uma remuneração variável de 470 mil euros.

Os salários na comissão executiva do BCP subiram 11% em 2019, tendo totalizado os três milhões de euros, num ano em que o banco voltou a pagar prémios. Há mais de uma década que o banco não dava bónus.

Os seis membros da equipa executiva do BCP receberam 3,054 milhões de euros em termos brutos no ano passado, no que diz respeito à remuneração fixa. Já a remuneração variável em função do desempenho do banco voltou a aparecer na folha de pagamentos do banco, que atribuiu cerca de 478 mil euros entre pagamentos em dinheiro e ações na parte não diferida. Já os prémios diferidos (a serem apenas pagos no futuro) ascenderam a 267,8 mil euros mais ações.

O CEO Miguel Maya auferiu o maior salário: 650 mil euros de remuneração fixa, mais 100 mil euros de remuneração variável. Seguem-se Miguel Bragança (CFO) e João Nuno Palma, que receberam 611 mil euros entre fixo e variável.

Desde 2008, pelo menos, que o BCP não atribui qualquer remuneração variável aos gestores, devido ao contexto da crise financeira e que afetou o próprio banco durante vários anos.

Desta vez, por causa da pandemia de Covid-19, o Banco Central Europeu (BCE) está a recomendar que os bancos “exerçam extrema moderação no que diz respeito a remuneração variável”, disse Andrea Enria, presidente do conselho de supervisão, ao Financial Times.

Não se sabe qual a posição do BCP em relação a esta recomendação — contactado, não quis fazer comentários –, mas já se sabe que o banco não vai pagar dividendos. Essa decisão foi tomada na passada quinta-feira, ainda antes de o BCE ter recomendado aos bancos a suspensão do pagamento de qualquer remuneração aos acionistas devido ao impacto económico do vírus. Ao mesmo tempo, o banco anunciou que vai pagar 5,3 milhões pelos trabalhadores, como compensação pelos cortes.

No conselho de administração, foram pagos salários na ordem dos 1,39 milhões de euros, com o chairman Nuno Amado a receber 690 mil euros. Mais uma vez não estão contabilizados os descontos de IRS que foram retidos na ordem dos 556 mil euros.

Destes montantes também não estão incluídos os complementos de reforma no valor de 700 mil euros que foram atribuídos a vários administradores.

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BCE pede aos bancos para congelarem dividendos por causa do vírus

Supervisor liderado por Christine Lagarde pretende que os acionistas dos bancos também sejam chamados a participar no "esforço coletivo" de ajudar famílias e empresas durante a pandemia.

O Banco Central Europeu (BCE) disse aos bancos que não devem pagar dividendos aos acionistas pelo menos até 1 de outubro, isto para aumentar a sua capacidade de resposta à crise do coronavírus.

“O BCE atualizou sua recomendação aos bancos sobre distribuição de dividendos. Para aumentar a capacidade de absorver perdas e conceder empréstimos a famílias, pequenas empresas e corporações durante a pandemia de coronavírus, os bancos não devem pagar dividendos para os exercícios de 2019 e 2020 até pelo menos 1 de outubro de 2020“, anunciou esta sexta-feira o regulador europeu.

Os bancos também devem abster-se de recompras de ações destinadas a remunerar os acionistas, acrescentou.

Vários bancos já cancelaram ou reduziram dividendos que previam pagar. Por cá, o BCP anunciou esta quinta-feira que não vai remunerar os acionistas para reforçar os seus capitais, justificando a decisão com a recente crise provocada pelo surto do coronavírus no país. Em contrapartida, o banco vai compensar os trabalhadores com 5,3 milhões de euros pelos cortes salariais entre 2014 e 2017.

O BCE pede aos acionistas dos bancos que participem no “esforço coletivo” de apoiar a economia. “O capital conservado também pode ser usado para apoiar famílias, pequenas empresas”, assinala a entidade liderada por Christine Lagarde.

Esta nova recomendação não cancela retroativamente os dividendos já pagos por alguns bancos para o exercício de 2019, diz ainda o BCE.

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BCP tem medidas de 4,7 mil milhões para apoiar famílias e empresas

Miguel Maya assegurou que o banco vai dar moratórias aos clientes imediatamente no dia em que as autoridades publicarem as regras que permitam o adiamento das prestações nos empréstimos.

Miguel Maya adiantou que o BCP está pronto para ajudar os seus clientes nesta crise, com um conjunto de medidas que totalizam os 4,7 mil milhões de euros. Assegurou que o banco está pronto para dar moratórias aos clientes imediatamente “no dia” em que o Governo publicar as regras que permitam o adiamento das prestações nos empréstimos.

“Temos preparado um conjunto de medidas para apoiar a economia, estas medidas totalizam mais de 4,7 mil milhões de apoio, é um pacote muito significativo“, disse o presidente executivo do BCP no programa Negócios da Semana, na Sic Notícias.

“Ainda não as anunciamos ao mercado porque entendemos que o devemos fazer de uma forma muito rigorosa, quando tivermos condições de ajudar. O que quero dizer com isso? Nós avançarmos e colocarmos as medidas, começarmos a fazer as reestruturações ao abrigo da tal moratória, que ainda não conhecemos”, explicou.

Miguel Maya afirmou que o que falta neste momento é o diploma legal que vai “permitir que essas reestruturações se enquadrem numa moratória (…) que faça com que esses clientes não fiquem marcados como clientes em dificuldades e a seguir possam continuar a aceder ao sistema financeiro”.

Assim que for publicado esse regime, o BCP começará a fazer reestruturações dos empréstimos “no dia”, assegurou o presidente do banco.

“A minha expectativa é que essa negociação [do Governo] com autoridades europeias seja concluída esta semana e que, o mais tardar, no início da próxima semana estejam cá as medidas que permita de imediato apresentar soluções”, disse.

Já vários bancos em Portugal anunciaram medidas nesse sentido, incluindo a Caixa Geral de Depósitos, Santander, BPI e Crédito Agrícola. Esta quarta-feira, o supervisor europeu — a Autoridade Bancária Europeia (EBA) — deu luz verde aos bancos para concederem moratórias. Mário Centeno assegurou que o regime das moratórias estará pronto até final da semana.

Para Miguel Maya, o governo está a fazer um diagnóstico correto nesta matéria. “O governo português está a fazer o que deve fazer”, disse. E rejeitou que haja qualquer atraso neste processo. “As autoridades não estão a atrasar, estão a fazer trabalho profundo e complexo”.

O presidente do BCP começou a sua intervenção agradecendo a ajuda dos contribuintes durante a crise da dívida soberana, lembrando que o Estado emprestou 3.000 milhões de euros através das obrigações contingentes.

O BCP sabe muito bem o que é ser ajudado e agradece a ajuda aos contribuintes. Sem essa ajuda não teríamos sobrevivido”, afirmou. Acrescentou depois que o banco foi capaz de devolver esse empréstimo e que pagou juros de 1.000 milhões.

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BCP prepara-se para cancelar dividendos e dá prioridade ao reforço dos rácios de capital

O conselho de administração do BCP deverá decidir esta semana o cancelamento do pagamento de dividendos. A prioridade é conservar o capital para proteger a solidez dos rácios do banco.

O mundo mudou nas últimas semanas, e isso vai obrigar os bancos a mudarem decisões já anunciadas ao mercado. O BCP deverá decidir esta semana o cancelamento do pagamento de dividendos aos acionistas relativos aos lucros de 2019, apurou o ECO junto de fontes próximas do banco. A decisão formal não está tomada, tem de ser aprovada em conselho de administração, mas já haverá um entendimento de que, neste contexto de incerteza, é importante reter os dividendos e fortalecer a base de capital do banco.

Oficialmente, o BCP não faz quaisquer comentários, mas em privado, Miguel Maya faz questão de repetir que a sua prioridade, “em primeiro lugar, é o o banco e o seu futuro”. Palavras curtas que dizem quase tudo. Falta a aprovação em conselho de administração.

No dia 20 de fevereiro, em conferência de Imprensa, o que disse o presidente executivo do BCP? Miguel Maya adiantou que apresentaria ao conselho de administração do banco uma proposta para distribuição de lucros pelos acionistas “muito, muito conservadora”. “Aprovámos os resultados [302 milhões de euros] e em momento oportuno apresentaremos a proposta para o dividendo. Será proposta de prudência. Será conservadora, muito conservadora, tendo em conta o contexto”, disse Miguel Maya durante a apresentação de resultados. À data, as preocupações eram outras. O ambiente operacional dos bancos “está mais volátil e mais imprevisível”, fruto do ambiente de juros baixos do Banco Central Europeu (BCE) e da guerra comercial, entre outras razões, dizia o gestor. Agora, as razões são outras, mais profundas e sem data para terminar.

O Conselho de administração do BCP, presidido por Nuno Amado, reunirá ainda esta semana para uma decisão, que será posteriormente comunicada ao mercado. De qualquer forma, segundo apurou o ECO, os principais acionistas “representados” no conselho estão alinhados com a comissão executiva na decisão de cancelamento dos dividendos. Os principais acionistas do BCP são a Fosun (27,25%), a Sonangol (19,49%), BlackRock (3,39%) e EDP (2,08%).

A discussão sobre a distribuição de dividendos no BCP tem outro enquadramento de fundo: o valor da ação, que está em níveis historicamente baixos e tem sido particularmente penalizado pela crise do coronavírus, e está ligeiramente acima dos 10 cêntimos. O BCP vale hoje em bolsa pouco mais de 1,6 mil milhões de euros. Mas a prioridade agora é outra. O ‘dividend yield’ já seria baixo e há por isso a convicção de que os investidores vão valorizar a mensagem de que é preferível, neste quadro, reforçar o capital face aos riscos do novo coronavírus. Aquando da apresentação de resultados, o BCP comunicou ao mercado que tinha rácios de capital robustos face às exigências regulatórias, com o rácio total fixado nos 15,6% — 2,3 pontos percentuais acima do exigido.

As orientações para os bancos não distribuírem dividendos já têm uma dimensão europeia. Esta quarta-feira, a sugestão partiu do CEO do UniCredit, Jean Pierre Mustier, enquanto presidente da Federação Bancária Europeia (EBF na sigla inglesa), e foi dirigida aos outros bancos da região: não paguem dividendos este ano e conservem o capital para fazer face à crise provocada pelo surto do coronavírus.

Aquela associação está a tentar obter um consenso entre os seus membros para que não remunerem os seus acionistas. Ao invés, Mustier pediu aos bancos que fiquem com o capital para poderem acudir os seus clientes, famílias e empresas, que atravessam agora maiores dificuldades por causa do travão da economia devido à propagação do novo vírus na região.

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Nuno Amado compra meio milhão de ações com BCP em mínimos

Chairman do banco aproveitou a baixa da cotação do BCP para investir 66 mil euros para comprar 500 mil ações do banco.

Nuno Amado, presidente do conselho de administração do BCP, aproveitou a baixa da cotação do banco na bolsa de Lisboa para investir 66 mil euros na aquisição de 500 mil ações da instituição financeira.

De acordo com um comunicado partilhado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Nuno Amado comprou esta segunda-feira meio milhão de títulos do BCP ao preço de 0,131668 euros cada, o que significa um investimento global de 65,8 mil euros.

A operação aconteceu num dia de forte correção do banco no PSI-20: os títulos cederam 15,18% para 0,1201 euros, um novo mínimo de sempre. Foi o segundo pior desempenho em Lisboa, apenas atrás da Galp, que afundou 16,52% para 9,584 euros, na sequência do crash do preço do petróleo. Só na sessão de hoje o PSI-20 perdeu mais de cinco mil milhões de euros.

Quando um membro do conselho da administração compra ações da própria empresa, dá a entender ao mercado que a empresa se encontra em melhor estado do que o valor da ação poderá refletir.

Tanto o setor financeiro como o setor petrolífero em todo o mundo foram os mais penalizados esta segunda-feira.

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Bancos lucram 2,4 milhões de euros por dia em 2019

Novo Banco voltou a apresentar prejuízos acima dos mil milhões. CGD foi quem mais lucrou: 776 milhões. 2019 foi ano para limpeza de balanço e redução de atividade.

Os cinco principais bancos em Portugal lucraram 2,4 milhões de euros por dia em 2019, num ano em que a Caixa Geral de Depósitos (CGD) viu os resultados dispararem com a venda de operações internacionais e o Novo Banco voltou a registar prejuízos acima dos mil milhões de euros. À exceção dos “espanhóis” Santander e BPI, o ano passado serviu sobretudo para limpar o banco.

No seu conjunto, CGD, BCP, Santander, BPI e Novo Banco tiveram lucros 874 milhões de euros, uma subida de 130% face a 2018. Mas este desempenho foi fortemente influenciado pelas contas do Novo Banco. Esta sexta-feira, António Ramalho anunciou prejuízos de 1.058,8 milhões de euros, impacto pela reestruturação e limpeza do legado do BES. Sem o Novo Banco, os quatros grandes bancos do sistema registaram lucros de 1.933 milhões de euros, o que representa uma subida de 8% em relação ao ano anterior.

Há fatores específicos que explicam os resultados de cada instituição. Por exemplo, o banco público viu o lucro disparar 57% para 776 milhões de euros no ano passado. Foi o melhor resultado em 12 anos para a CGD, à boleia sobretudo da venda dos bancos em Espanha e África do Sul. Por outro lado, o resultado líquido do BPI caiu 33% para 328 milhões de euros, explicado também por fatores não recorrentes — em 2018, tinha registado um lucro de 491 milhões por causa da venda do negócio de cartões e da posição na Super Bock (Viacer).

Com o Banco Central Europeu (BCE) a pressionar o negócio bancário, a margem financeira (diferença entre juros cobrados e os juros pagos) subiu quase 4% para 1.500 milhões de euros, com o BCP (8,7%) e o Novo Banco (19%) a registarem subidas expressivas. As comissões líquidas também subiram à volta de 2%. É um tema que tem preocupado o Parlamento, que se prepara para aplicar um travão às intenções dos bancos. As receitas líquidas com comissionamento ascenderam a 2.156,4 milhões de euros.

Os bancos estão contra a iniciativa legislativa que visa impor restrições na política de comissões bancárias. Sobre este assunto, Miguel Maya, presidente do BCP, lembrou que quando vamos ao restaurante, se nos oferecem o prato com entradas, sabemos que vamos pagar depois no prato principal ou na sobremesa, isto para lembrar que se há um serviço, ele tem de ser pago. António Ramalho (Novo Banco) diz que “de boas intenções está o inferno cheio” e alertou para a redução da qualidade do serviço.

No lado do balanço, o crédito a clientes decresceu no conjunto dos cinco bancos 0,6%, com o stock a quase estabilizar nos 194 mil milhões de euros. Os depósitos subiram 5% para 211,5 mil milhões de euros. O BCP, com a aquisição do EuroBank na Polónia, desempenhou um papel relevante: impediu a quebra maior nos empréstimos (que continua a ser pressionado sobretudo pelas vendas de carteira de malparado no setor) e contribuiu para o aumento dos depósitos.

No que diz respeito à qualidade dos ativos, 2019 foi ano de limpezas de balanços, em cumprimento das exigências dos reguladores. A CGD baixou o rácio de ativos não produtivos (NPE) de 6,7% para 3,9%, enquanto o BCP reduziu o rácio NPE de 7,6% para 5,3%. Os rácios mais baixos são do BPI (2,5%) e Santander (3,3). No Novo Banco, o rácio de NPL (crédito malparado) caiu para metade, baixando de 22,8% para 11,2%.

Além disso, os bancos voltaram a ficar mais pequenos em termos de agências e trabalhadores: foram eliminados 919 postos de trabalho e 95 balcões naquilo que é a atividade doméstica dos bancos. O BCP foi a exceção: registou a entrada de 109 novos colaboradores.

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Em dois dias, coronavírus passa fatura de 3,7 mil milhões à bolsa de Lisboa

Investidores nacionais tiraram 3,7 mil milhões de euros da bolsa lisboeta nas últimas duas sessões, perante os receios com a propagação do coronavírus na Europa.

Cresce o medo com a propagação do coronavírus na Europa, avolumam-se as perdas nos mercados acionistas. A bolsa de Lisboa não foi exceção. Em apenas duas sessões — esta segunda e terça-feira — as principais cotadas portuguesas “encolheram” 3,67 mil milhões de euros, tal foi a dimensão da aversão ao risco no PSI-20. É uma perda superior ao valor de mercado do BCP (vale hoje 2,6 mil milhões), por exemplo.

Esta terça-feira, o pânico regressou aos mercados com mais países europeus a registarem os primeiros casos. Itália, onde reside o principal foco de tensão no Velho Continente, já soma mais de 320 infetados e lamenta a morte de dez pessoas. Em Espanha, mil turistas estão isolados num hotel em Tenerife, como medida de precaução porque havia hospedado um doente com o Covid-19. Por cá, não se confirmou ainda nenhuma das suspeitas.

As bolsas europeias voltaram a registar perdas acentuadas. O PSI-20, o principal índice português, cedeu mais de 2%. Isto depois de ter registado esta segunda-feira a pior sessão desde o referendo britânico sobre o Brexit, em junho de 2016.

Nestes dois dias, o principal perdedor na bolsa de Lisboa foi a EDP. As ações da elétrica liderada por António Mexia tinham acabado de atingir máximos de sempre na semana passada. Mas, um ápice, tudo mudou. Tombam mais de 7% esta semana, o equivalente a 1,2 mil milhões de euros do valor em bolsa da utility nacional, atualmente nos 16,5 mil milhões.

EDP perde 1,2 mil milhões em dois dias

Fonte: Reuters

EDP Renováveis e Galp viram os respetivos market caps cederem na ordem dos 500 milhões de euros. A empresa de renováveis contrai 4,6% desde segunda-feira. A petrolífera cede quase 5%.

A Jerónimo Martins, quarta maior cotada da bolsa, registou uma desvalorização de 360 milhões de euros em dois dias. A retalhista é atualmente a quarta maior cotada, com um valor de mercado de 10,44 mil milhões de euros.

Outra grande cotada, o BCP “encolheu” 250 milhões de euros, ficando avaliado em 2,6 mil milhões de euros após perder 8,75% nas últimas duas sessões.

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