“Ainda é cedo para avaliar impacto” da proposta do supervisor polaco sobre os créditos em francos suíços, diz Bank Millennium

O CEO do Bank Millennium, João Brás Jorge, diz que ainda é cedo para avaliar impacto da proposta do supervisor polaco relativamente a acordos sobre os créditos hipotecários em francos suíços.

O banco polaco do BCP diz que “ainda é cedo para avaliar o impacto” da proposta do supervisor polaco relativamente a acordos sobre os créditos em francos suíços. “É ainda mais cedo [falar] de qualquer aumento de capital”, referiu o CEO do Bank Millennium, em conferência com os analistas, citado pela Reuters, no dia em que a instituição apresentou lucros de 5,1 milhões de euros em 2020.

“É uma visão comum que este processo tenha de ir à assembleia geral de acionistas, portanto, estamos a falar de um processo que será mais formal e veremos o primeiro impacto no segundo trimestre”, acrescentou João Brás Jorge. Para o responsável, é “crucial” não apenas o banco estar alinhado, mas também as outras instituições como o banco central, autoridade da concorrência, Governo e tribunais devem ter uma “reação positiva” na procura de uma “solução social”.

“O nosso objetivo é encontrar uma solução que cubra a grande maioria dos clientes”, frisou o CEO do Bank Millennium.

O banco tem vindo a colocar dinheiro de lado para fazer face a eventuais faturas com este caso dos créditos hipotecários em francos suíços. Na semana passada, a instituição anunciou que constituiu provisões de 84 milhões de euros no quarto trimestre, que teve impacto nos resultados trimestrais.

Além do Bank Millennium, detido pelo BCP, outros bancos do sistema financeiro polaco têm vindo a realizar provisões para se precaverem de eventuais derrotas na justiça por causa dos empréstimos em francos suíços contraídos por milhares de famílias polacas, em 2008, que viram os seus empréstimos agravarem-se quando o franco suíço começou a valorizar face à divisa polaca.

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Supervisor europeu leva Caixa e BCP aos testes de stress à banca

Reguladores vão colocar os maiores bancos europeus à prova da pandemia. Foram chamados a Caixa e o BCP de Portugal. Resultados dos testes de stress serão conhecidos até julho.

Caixa Geral de Depósitos (CGD) e BCP foram incluídos na amostra de bancos para a realização de testes de stress que vão ser conduzidos pela Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês) no decurso deste ano, anunciou o regulador europeu esta sexta-feira. O exame à banca europeia irá permitir avaliar o impacto da pandemia de Covid-19 na resiliência do sistema.

Os dois bancos nacionais fazem parte de uma lista de 50 grandes instituições financeiras da União Europeia que vão ser submetidas a testes de esforço num cenário macroeconómico adverso. Esta amostra de meia centena de bancos cobre cerca de 70% do total de ativos dos bancos na região comunitária.

“Depois de adiado o exercício de 2020, devido à pandemia de Covid-19, os testes de stress desde ano irão fornecer um input valioso sobre a resiliência do setor bancário europeu”, anunciou esta sexta-feira a EBA.

“Assim, o cenário adverso é baseado numa narrativa de um cenário Covid-19 prolongado e num ambiente de taxas de juros ‘mais baixas por mais tempo’, em que choques de confiança negativos prolongariam a contração económica”, acrescenta o regulador. Os resultados dos testes de stress serão conhecidos até 31 de julho.

O BCP não integrava a lista original da EBA, mas foi adicionado, juntamente com outros dois bancos, o espanhol Bankinter e o italiano Mediobanca, devido à exclusão do BFA Tenedora De Acciones e do CaixaBank (dono do BPI), por motivos de fusão.

Este exercício irá avaliar o impacto de um cenário macroeconómico adverso na solvência dos bancos. Os testes permitirão aos supervisores avaliar se as almofadas de capital dos bancos, que foram acumulando nos últimos anos, são suficientes para cobrir perdas e apoiar a economia em tempos de stress.

Será tido em conta a crise pandémica nestes testes. Será assumido que em 2023, a nível da União Europeia, o PIB real diminuiria 3,6% cumulativamente, a taxa de desemprego aumentaria 4,7 pontos percentuais, os preços das casas diminuiriam 16,1% e os preços dos imóveis comerciais diminuiriam 31,2%. Por outro lado, os preços das ações nos mercados financeiros globais afundariam 50% nas economias avançadas e 65% nas economias emergentes no primeiro ano.

“O cenário adverso de 2021 é muito grave, tendo em vista o ponto de partida macroeconómico mais fraco em 2020 como resultado da severa recessão induzida pela pandemia”, sinaliza a EBA.

Do total de 50 bancos, 38 (incluindo os dois portugueses) estão sob supervisão do Banco Central Europeu, que será responsável pelos testes.

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Bolsa perde 2% em janeiro. É o pior arranque de ano desde 2017

"Como vai janeiro, vai o ano inteiro", diz o ditado popular. O PSI-20 caiu mais de 2% no primeiro mês do ano. Más notícias para os investidores nacionais?

“Como vai janeiro, vai o ano inteiro”, diz o ditado popular. Para a bolsa portuguesa, a sabedoria popular não traz propriamente boas notícias. O PSI-20 fechou o primeiro mês do ano a cair mais de 2%, no pior arranque desde 2017. Vai ser assim 2021?

Na última sessão de janeiro, mês que ficou marcado pelo regresso do país ao confinamento devido à pandemia, o principal índice português recuou 1,26% para 4.794,55 pontos, agravando as perdas mensais para 2,12%. Há quatro anos que o primeiro mês do ano não terminava com perdas no PSI-20.

Entre os “pesos pesados”, apenas a EDP escapa às perdas este ano, apresentando uma variação mensal de 0,31%. Foi o mês em que os acionistas elegeram a nova equipa de gestão, liderada por Miguel Stilwell, que sucedeu ao histórico António Mexia. Esta sexta-feira, porém, a elétrica nacional registou perdas de 0,5%

Por outro lado, as outras quatro grandes cotadas nacionais entraram em 2021 com o “pé esquerdo”: o BCP acumulou uma desvalorização de 7% e a Galp perdeu mais de 5%. Já as cotações da EDP Renováveis e Jerónimo Martins registaram quebras menos expressivas em janeiro, cedendo 1,75% e 2,5%, respetivamente.

Esta sexta-feira todas estas ações tiveram perdas. O banco liderado por Miguel Maya caiu mesmo mais de 3% e a petrolífera (que anunciou este mês uma troca de CEO, com a saída de Carlos Gomes da Silva por troca com Andy Brown, ex-Shell), perdeu mais de 2,5%.

Piores desempenhos em Lisboa

Fonte: Reuters

Janeiro ficou marcado por novos receios com a propagação do vírus, potenciada por novas variantes mais eficazes e que levou o Governo português a implementar um novo confinamento generalizado. Outros países europeus também têm em cima da mesa medidas de restrição sérias face à evolução do vírus, isto apesar de já terem iniciado os planos de vacinação.

Na Europa, o índice de referência Stoxx 600 teve uma perda mensal de 0,68%. Outras importantes praças europeias também registam perdas desde o início do ano, com o alemão Dax-30 a cair mais de 2% e o espanhol Ibex-35 a derrapar quase 4%.

(Notícia atualizada às 17h05)

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Ao sétimo dia, bolsa de Lisboa prova primeiros ganhos

PSI-20 quebrou série de seis sessões em baixa à boleia dos bons desempenhos do banco BCP e das duas EDP.

A bolsa nacional avançou esta quinta-feira pela primeira vez em sete sessões, suportada pelos bons desempenhos do BCP, que disparou mais de 4%, e da família EDP, com a EDP Renováveis a somar mais de 3%.

O PSI-20, o principal índice português, avançou 1,47% para 4.855,56 pontos, interrompendo assim um ciclo negativo de seis sessões no vermelho.

Com este registo, a bolsa nacional superou os desempenhos registados por outras importantes praças europeias. O Stoxx 600, que agrega as 600 principais cotadas do Velho Continente, ganhou apenas 0,1% e o alemão Dax-30 ganhou 0,3%. Os ganhos em Madrid e Paris situaram-se na ordem dos 0,7% e 1%, respetivamente.

Por cá, 11 cotadas tiveram um desfecho positivo. O BCP liderou os ganhos com uma subida de 4,16% para 11,78 cêntimos. Na EDP, a EDP Renováveis valorizou 3,39% para 22.9 euros e as ações da casa-mãe somaram 2,0% para 5,198 euros.

BCP em alta

Por outro lado, a travar os ganhos na praça nacional estiveram sobretudo a Jerónimo Martins e a Galp, que observaram quedas de 0,94% e 0,91%, respetivamente.

A subida desta quinta-feira não apaga as perdas que as bolsas acumulam desde o início do ano. O PSI-20 perde quase 1% e as ações europeias atingiram esta quinta-feira mínimos de mais de um mês com os investidores mais cautelosos com as vagas da pandemia em todo o mundo potenciadas por novas variantes mais contagiosas.

(Notícia atualizada às 16h53)

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Banca europeia vai despedir mais de 80 mil trabalhadores até 2023

Portugal não escapa à vaga de despedimentos que os trabalhadores do setor bancário enfrentarão nos próximos anos. Maiores bancos europeus vão abrir a porta de saída a mais de 80 mil funcionários.

Vem aí uma nova vaga de despedimentos na banca, acelerada pelo impacto da pandemia. Os maiores bancos europeus têm em marcha planos que vão levar à saída de mais de 80 mil trabalhadores nos próximos três anos. Estes números não incluem Portugal, mas o ajustamento também irá acontecer por cá.

Com mais de 46 mil trabalhadores (e após terem cortado mais de 10 mil empregos na última década), os bancos nacionais já deixaram indicações de que vão reduzir o pessoal, embora não se conheçam números. Apenas o Banco Montepio revelou (internamente) que pretende cortar até 900 postos de trabalho até 2023, cerca de 20% do pessoal do banco, e conta, para isso, com o estatuto de empresa em reestruturação aprovado pelo Governo e que facilita as rescisões por mútuo acordo com acesso ao subsídio de desemprego até ao limite de 400 trabalhadores, tal como revelou o ECO esta semana.

O espanhol Santander já anunciou que pretende levar a cabo 4.000 saídas, sendo que o ajustamento irá abranger não só a operação no mercado vizinho, mas vai incluir ainda as operações britânicas e portuguesas. Mas não foram divulgados números sobre o impacto por cá.

Este está longe de ser o maior ajustamento de pessoal na banca europeia, de acordo com os dados compilados pela agência de notação financeira DBRS. O britânico HSBC tem em curso uma redução de pessoal que irá abranger 15% da sua força de trabalho, ou 35 mil trabalhadores, até ao final do próximo ano. E o alemão Deutsche Bank vai cortar 18 mil empregos (20% dos quadros) num processo que termina em 2022.

“Na ausência de consolidação significativa, esperamos que os custos operacionais se mantenha em 2021, na melhor das hipóteses, com os bancos a continuarem à procura de oportunidades para reduzir os custos enquanto prosseguem com os investimentos necessários para responder aos requisitos de regulação e compliance, mas também à concorrência”, dizem os analistas da DBRS Morningstar.

“Ao mesmo tempo, a experiência acumulada durante os confinamentos com a utilização crescente dos canais digitais pelos clientes e com o trabalho remoto pode ser um catalisador para uma maior eficiência”, acrescentam.

De acordo com os planos já revelados por alguns dos maiores bancos do Velho Continente, está em curso a saída de 80.965 trabalhadores. A lista elaborada pela DBRS inclui 14 instituições financeiras que vão desde Espanha até à Dinamarca e Suécia, mostrando que o processo de redução de pessoal é transversal a toda a banca europeia.

Num comentário às perspetivas de evolução do negócio, a agência de rating considera que os bancos vão enfrentar tempos desafiantes ao longo deste ano, perante a pressão nas receitas. “Tendo em conta o ambiente de receitas difícil e de baixa rentabilidade, reduzir os custos operacionais continua a ser uma prioridade clara, e a pressão para melhorar os retornos deverá levar a maior consolidação bancária em alguns países”, sublinham os analistas da DBRS.

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BCP dispara mais de 9% em sessão efusiva para a banca europeia

Banco liderado por Miguel Maya registou um dos melhores desempenhos do dia em toda a banca europeia. BCP disparou mais de 9% e regressou a níveis pré-pandemia.

O BCP disparou mais 9% na sessão desta quarta-feira, num dia efusivo para a banca europeia. O banco liderado por Miguel Maya soma três sessões positivas nas três sessões já realizadas em 2021. Com isso, já apagou as perdas que registou durante a pandemia e está agora a cotar ao valor mais elevado desde 5 de março.

Os títulos do único banco português cotado em bolsa somaram 9,18% para 0,1427 euros. Foi um dos melhores desempenhos em toda a banca europeia, apenas superado pelos bancos britânicos HSBC e Standard Chartered (mais expostos à China), que registaram avanços de 9,92% e 9,38%, respetivamente.

“Estas fortes reações de alta estão a ser impulsionadas pelas notícias que chegam dos EUA, uma vez que existe a possibilidade de que os democratas possam vencer os dois assentos do Senado e caso se verifique estas previsões, então ficarão com a maioria”, explica Henrique Tomé, analista da XTB, em declarações ao ECO.

“Ora, o partido de Joe Biden ao ter maioria no Senado poderá avançar com alguns projetos que tinha defendido ao longo da sua campanha eleitoral. A nomeação de Joe Biden tem sido vista com bons olhos nos setores que têm sido mais prejudicados ao longo da pandemia e o setor da banca não é exceção”, acrescenta o analista.

BCP dispara para máximos de março de 2020

O índice Stoxx 600 Banks, que inclui os maiores bancos do Velho Continente, avançou 5,72%, no melhor desempenho desde 12 de novembro, refletindo a rotação do mercado para os setores mais cíclicos.

A tendência também está a acontecer em Wall Street, com as quedas no setor tecnológico a serem compensadas por subidas dos bancos como o JPMorgan ou Citigroup, que disparam mais de 5%, perante a expectativa de que os democratas venham a ter a maioria dos assentos no Senado e Congresso dos EUA, o que ajudaria o Presidente eleito Joe Biden a avançar com a sua agenda, que inclui estímulos à economia e maior aperto da regulação às grandes tecnológicas.

Outros bancos europeus como o ABN Amro, Barclays, ING e Natwest também tiveram valorizações expressivas, somando mais mais de 7%, enquanto os bancos espanhóis Santander, Sabadell e Bankinter ganharam mais de 6%.

Bolsa de Lisboa em máximos de 11 meses

Regressando a Lisboa, com o BCP em alta rotação, o PSI-20 fechou em alta de 3,19% para 5.168,32 pontos, o valor mais elevado desde fevereiro do ano passado. Apenas a Ibersol encerrou com perdas de 0,38%.

Entre os pesos pesados, as ações da EDP e da EDP Renováveis ganharam 3,73% e 3%, respetivamente. A Galp também valorizou quase 3%.

(Notícia atualizada às 17h06)

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BCP muda liderança do ActivoBank após renúncia de CEO

Ricardo Campos liderava banco digital do BCP desde maio de 2019, mas saiu no final do ano passado para iniciar negócio pessoal. Administrador António Bandeira será o sucessor.

Há mudanças na liderança do ActivoBank, o banco digital do BCP BCP 0,03% . Ricardo Campos, que tinha sido nomeado CEO em 2019, renunciou ao cargo no final do ano passado para desenvolver um negócio em nome pessoal, dois anos antes do fim do mandato. Para o seu lugar vai ser indicado António Bandeira, que já é administrador do ActivoBank.

“Ricardo Campos saiu por sua iniciativa, com o propósito de iniciar um projeto empresarial próprio. Quem o substituirá será António Bandeira, que já é administrador do ActivoBank”, adiantou o BCP em resposta a questões colocadas pelo ECO.

Após a saída de Dulce Mota para o Banco Montepio, no final de 2018, o banco liderado por Miguel Maya designou o nome de Ricardo Campos para liderar o ActivoBank em maio de 2019. Com o mandato dos atuais órgãos sociais a terminar apenas em 2022, o responsável decidiu agora antecipar o seu final por sua decisão.

O ActivoBank é uma espécie de “ponta-de-lança” do BCP para captar clientes do segmento mais jovem e com maior utilização das novas tecnologias. Nos últimos três anos, o capital do banco digital foi aumentado em 83 milhões de euros, passando dos 17,5 milhões em 2018 para os atuais 101 milhões, para acompanhar forte crescimento do negócio (e necessidade de reforçar os rácios) e em função da própria aposta do BCP.

Evolução do capital do ActivoBank

Fonte: ActivoBank

Aliás, o banco mantém a ideia de criar o valor com ActivoBank, encontrando-se a avaliar “o seu potencial de internacionalização”, de acordo com o que afirma no relatório e contas trimestrais.

Contudo, antes de ser a bandeira do BCP no mercado de retalho digital, o ActivoBank passou por um período de maior indefinição. Em 2014, quando o BCP estava em profunda reestruturação na sequência da crise da dívida, esteve perto de ser vendido, mas as negociações com o fundo Cabot Square acabaram por não chegar a um bom porto.

O banco digital chegou a setembro de 2020 com lucros de cerca de 8,6 milhões de euros, acima dos 8,3 milhões alcançados no mesmo período de 2019.

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BCP vende malparado ao fundo que comprou “Nata 2” ao Novo Banco

BCP prepara a venda do "Projeto Ellis" ao fundo Davidson Kempner (que comprou o Nata 2 ao Novo Banco) e do "Projeto Webb" à Arrow. O Novo Banco também vendeu carteira "Carter" à Arrow.

Davidson Kempner: foi este o fundo de private equity que comprou a carteira de malparado “Nata 2” ao Novo Banco em 2019 e se prepara agora para adquirir outra carteira de NPL (non performing loans), o “Projeto Ellis”, ao BCP, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Ambas as carteiras têm uma coisa em comum: o facto de incluírem créditos de grupos empresariais, os chamados devedores “high profile”. Inicialmente, o “Projeto Ellis” tinha o valor de 300 milhões de euros, mas com a retirada de alguns créditos o valor da carteira reduziu-se para cerca de 170 milhões de euros, segundo fonte próxima do processo.

O BCP também já selecionou o vencedor da outra carteira que tinha colocado à venda nos últimos meses. O “Projeto Webb”, uma carteira mais granular e cujo valor inicial era de 450 milhões de euros, vai ser vendida à Arrow (detém em Portugal a White Star e a Norfin) e ao fundo CRC. O Jornal Económico avançou no mês passado que o valor desta carteira também poderá ter sido ajustado para metade.

Resta saber quando se fará o closing das duas operações. O CEO do banco, Miguel Maya, tinha apontado para o fecho de uma operação este ano. O ECO contactou o banco sobre estes processos, que não quis comentar.

Na mesma ocasião, falando na apresentação de resultados trimestrais, Miguel Maya frisou que a tomada de decisão em relação às vendas de ativos problemáticos terá sempre por base uma “lógica de custo/benefício” e que o banco quer preservar capital nestes processos.

Novo Banco fecha primeira venda após polémica

Como o ECO revelou, os bancos portugueses inundaram o mercado de malparado nos últimos meses, depois de a pandemia ter paralisados os processos que tinham previsto realizar ao longo do ano, e num esforço para “limpar” o balanço perante a expectável subido do malparado, por causa da crise. Cerca de 2.000 milhões de euros destes ativos de NPL e imobiliários foram colocados à venda.

Além do BCP, também o Novo Banco tem processos no mercado. Um deles também já está perto de um desfecho: o “Projeto Carter” vai ser vendido ao fundo CRC em consórcio com a Arrow, segundo adiantou a mesma fonte. Trata-se de uma carteira composta por pequenos créditos secured e unsecured, isto é, inclui contratos de empréstimo com colateral e sem colateral, no valor de 100 milhões de euros.

É ainda a primeira operação de venda de malparado realizada por António Ramalho depois de toda a polémica gerada em torno destes processos e que levou o Governo e António Costa a solicitar ao banco que parasse com as vendas de ativos até que a Procuradoria-Geral da República analisasse as dúvidas levantadas.

O banco tem em curso mais um processo: o “Projeto Wilkinson”, no valor de 200 milhões. Há três fundos na corrida: a Davidson Kempner, a Atena Equity Partners (em consórcio com a Blantyre) e o Bank of America Merrill Lynch passaram à segunda fase. O mercado espera que a instituição financeira lance uma nova carteira no mercado no início do próximo ano.

Tanto as carteiras do BCP como do Novo Banco têm nomes ligados ao râguebi. Ramalho já teve a oportunidade de esclarecer porque razão de deu o nome de jogadores de râguebi: “É a simbologia dos lutadores que nunca desistem e que querem assegurar no mercado a eficácia e o cumprimento dos seus objetivos”.

(notícia atualizada às 15h10 para acrescentar fundo CRC na aquisição do Projeto Carter, em consórcio com a Arrow)

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“País tem de cumprir contratos, mas não pode prescindir de escrutínio ao Novo Banco”, diz presidente do BCP

  • ECO
  • 19 Dezembro 2020

O presidente do BCP, Miguel Maya, defende que o Governo tem de cumprir o contrato assinado com o Novo Banco, mas considera que os portugueses não podem prescindir de escrutinar o banco.

O presidente executivo do BCP considera que o Governo deve cumprir o contrato assinado com as autoridades europeias e Lone Star em relação ao Novo Banco, depois de o Parlamento ter travado novas injeções. Ainda assim, o país tem o direito a escrutinar o banco e não deve prescindir desse escrutínio, frisa Miguel Maya.

O país tem que cumprir os contratos que assinou, mas também não pode prescindir do escrutínio ao Novo Banco. E pelo que percebi o que está em cima da mesa é que quando chegar ao momento de libertar o dinheiro, se o contrato estiver a ser cumprido, o PSD aprovará. E se o escrutínio [do Tribunal de Contas] ainda não estiver finalizado, o dinheiro será libertado, e depois, face ao resultado, serão tiradas as ilações”, disse Miguel Maya em entrevista ao jornal Público (acesso pago).

Em causa está a decisão do Parlamento no final do mês passado de impedir de novas transferências do Fundo de Resolução para o Novo Banco, ao abrigo do acordo de capital contingente. Até hoje, o Fundo de Resolução já injetou 3.000 milhões de euros no banco para repor os rácios afetados pelas perdas com um conjunto de ativos. Sobram 900 milhões que o banco pode pedir até 2026, sendo que o Orçamento do Estado para 2021 previa uma injeção de cerca de 476 milhões.

Para Miguel Maya, não está em causa o contrato em si, são antes os incentivos que foram criados. “Mais do que o contrato, o que me preocupa é perceber quais são os incentivos que a gestão tem para defender o interesse público. É a única coisa que eu quero perceber. Os incentivos reproduzem comportamentos”, disse.

Acrescentou ainda que o dossiê Novo Banco já está a ter consequências políticas, manifestadas no “mal-estar na sociedade portuguesa”.

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Banca inunda mercado com malparado e acelera limpeza dos balanços

Cerca de 2.000 milhões de euros em ativos problemáticos estão no mercado. Na indefinição europeia quanto ao que fazer com a subida de incumprimentos, banca nacional acelera trabalho de casa.

Nos últimos meses, os bancos colocaram no mercado 2.000 milhões de euros em ativos tóxicos, entre crédito malparado e imobiliário. São negócios que já estavam previstos antes de a pandemia ter paralisado os processos de venda, mas que regressaram em força com o setor num derradeiro esforço de limpeza dos seus balanços antes de estes voltarem a ser contaminados pela subida do incumprimento que se espera após o fim do regime das moratórias.

Embora os valores sejam pequenos, a lista de carteiras no mercado é relativamente extensa:

  • o Santander Totta acabou de vender à Arrow dois portefólios (Pool 52 e Pool 53) no valor de 150 milhões de euros;
  • há duas carteiras no mercado do BCP (Webb e Ellis) no valor de 750 milhões de euros e que tinham atraído o interesse de oito fundos internacionais;
  • no Novo Banco partiu-se a carteira Nata 3 às fatias e 300 milhões de euros em créditos tóxicos e estão à venda nos portefólios Carter e Wilkinson, sendo que o mercado espera mais uma carteira no próximo ano;
  • o BPI colocou no mercado o Projeto Lime, no valor de 400 milhões de euros, com contratos sem colateral;
  • um conjunto de bancos tem ainda à venda o Projeto Zip, uma carteira gerida pela Norfin e com 4.400 casas avaliadas em 360 milhões, que está a prestes a ser vendido a um destes fundos: Albatross e Tikehau, e Cerberus;

Ainda durante o confinamento, a Davidson Kempner ensaiou uma primeira operação em mercado secundário num negócio (Projeto Cavacas) que acabou por dar um sinal positivo aos bancos que reabriram os processos após o verão para tentar recuperar algum do atraso e fazer o “trabalho de casa” também de olho no que o futuro poderá reservar.

“Os bancos, na sua generalidade, estão a aproveitar os rácios de capitais confortáveis, ainda vão tendo espaço de capital para porem carteiras à venda e fazerem alguma limpeza antes de os riscos se materializarem”, resume Manuel Macedo Santos, head da Alantra Portugal, que tem assessorado os bancos em muitas operações de venda de ativos problemáticos nos últimos anos.

Desde 2016, o setor realizou um longo caminho de redução da exposição a estes ativos tóxicos. O rácio de empréstimos em incumprimento (NPL, non performing loans) passou de 17,9% em junho daquele ano para os 5,5% no segundo trimestre deste ano. Paralelamente, os bancos foram reforçando os capitais e estão hoje em melhor posição para afrontar a crise, como já tiveram oportunidade de sublinhar banqueiros, reguladores e analistas. Mas estão sólidos o suficiente?

Malparado com queda vertiginosa

Fonte: Banco de Portugal

Para já, ainda não se assiste a um aumento do malparado, o que em grande parte se explica com as medidas colocadas no terreno pelo Governo para suportar o choque inicial. As linhas de crédito Covid deram uma preciosa ajuda, mas há uma medida que tem centrado todas as atenções: as moratórias, que estarão a camuflar a real dimensão da crise que já vai afetando famílias e empresas e que se encontram sem condições de pagarem os seus créditos.

Não se conhecendo a dimensão do problema, sabe-se, porém, que Portugal é o terceiro país com mais moratórias (mais de 20% do crédito está com moratória) e que os bancos têm grande exposição a setores duramente afetados pela pandemia, designadamente o turismo e pequenas e médias empresas.

Os bancos, na sua generalidade, estão a aproveitar os rácios de capitais confortáveis, ainda vão tendo espaço de capital para porem carteiras à venda e fazerem alguma limpeza antes de os riscos se materializarem

Manuel Macedo Santos

Head da Alantra Portugal

Os analistas não têm dúvidas de que após o fim das moratórias será uma questão de meses até os bancos assistirem a um aumento da taxa de incumprimentos nos empréstimos e, consequentemente, do malparado.

“Em Portugal, a maior parte do malparado está resolvida ou em via de se resolver, mas há de vir uma nova vaga”, alerta António Nogueira Leite, economista e ex-administrador da Caixa. “As moratórias estão a adiar essa vaga em todo o lado, mas o fenómeno é especialmente importante em Portugal tendo em conta a percentagem de crédito que está abrangida por esta medida”, antecipa.

Se é verdade que os bancos chegaram em melhor condição nesta crise, cada um vive uma realidade diferente. A Caixa surge bem capitalizada e poderá superar o problema com maiores ou menores dificuldades. O BPI e Santander apresentam dos rácios de malparado mais baixos do sistema e surgem numa posição também de maior segurança também por estarem inseridos em grupos financeiros bem maiores.

Mas também há casos mais complexos como do Novo Banco e do Banco Montepio, com níveis de ativos problemáticos mais elevados. No primeiro caso, o banco ainda goza da proteção conferida pelo mecanismo de capital contingente que permite acomodar algum impacto do malparado nos seus rácios. O Montepio é “o elefante na sala”, segundo Manuel Macedo Santos. O banco tem cerca de 1.500 milhões de euros em ativos problemáticos e os rácios podem não ser suficientes para absorver mais problemas, como já alertaram as agências de rating. O acionista, a Associação Mutualista Montepio Geral, também não se encontra na melhor condição financeira para acudir o banco, embora esteja a estudar a criação de um veículo que absorva parte destes ativos.

As moratórias estão a adiar essa vaga em todo o lado, mas o fenómeno é especialmente importante em Portugal tendo em conta a percentagem de crédito que está abrangida por esta medida.

António Nogueira Leite

Economista e ex-gestor da Caixa

Enquanto se assiste à limpeza dos balanços, os bancos vão também reforçando as imparidades e provisões para fazer face à crise pandémica. Até setembro, deixaram de lado mais de 800 milhões de euros tendo em vista um aumento do número de incumprimentos.

Nogueira Leite considera que o setor vai ter de continuar a guardar dinheiro de lado nos próximos trimestres. “O embate será maior do que os 800 milhões”, diz.

A este propósito, o professor da Nova SBE recorda o recente relatório da estabilidade financeira do Banco Central Europeu (BCE) e no qual o regulador mostrou as preocupações com o insuficiente nível de provisões que as instituições financeiras têm feito até agora. “Os reguladores acham que a situação é pior do que aquela que bancos acreditam”, explica.

Rácio de non performing no final de setembro

Fonte: Bancos; *Rácio NPL

Por causa da falta de preparação dos bancos face a um eventual aumento do malparado, o BCE enviou cartas aos bancos com avisos de que muitos deles terão de fazer mais para superarem a crise que se avizinha. “Vamos apresentar aquilo que designamos de carta “Caro CEO” aos bancos sob a nossa supervisão e na qual vamos destacar algumas questões que queremos que eles abordem em termos da sua abordagem ao risco de crédito”, disse Andre Enria, presidente do conselho de supervisão do BCE, citado pelo Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

Essas cartas seguiram na passada sexta-feira também para os CEO dos bancos portugueses que estão sob alçada direta de Frankfurt: Paulo Macedo (Caixa), Miguel Maya (BCP), António Ramalho (Novo Banco) e João Pedro Oliveira e Costa (BPI). Nelas, Andrea Enria sublinhou a necessidade de os bancos fazerem um acompanhamento regular sobre improbabilidade de os créditos serem pagos, incluindo aqueles que estão “abrigados” pelas moratórias.

Em estimativas divulgadas em julho, o BCE revelou que a crise pandémica poderá dar origem a 1,4 biliões de euros em empréstimos problemáticos para os maiores bancos da Zona Euro, mais do que na anterior crise, e é necessário que eles se preparem para o “tsunami” que poderá vir aí.

Banca à espera da imunidade da vacina

Para Portugal, estimativas de julho da Euler Hermes apontavam, num cenário mais adverso, para um aumento do malparado de novo para perto dos 17%, no que se traduziria em 29 mil milhões de euros de malparado na sequência da crise.

Não há consenso entre os altos responsáveis europeus para lidar com o problema de incumprimentos da crise pandémica. Enria já sugeriu a criação de bancos maus a nível nacional para lidar com esta questão, algo que foi prontamente posto de parte pela presidente do Conselho Único de Resolução da UE, Elke König, a autoridade de resolução europeia, que quer que os bancos façam o “trabalho de casa”.

Nesta indefinição, Nogueira Leite põe a ênfase naquilo que Portugal deve fazer em termos domésticos, sem depender daquilo que venham a ser decisões europeias. E não é pouco.

É muito importante que a economia cresça no próximo ano senão as piores perspetivas serão materializadas. É importante que se resolva a questão da saúde pública e que a economia possa recuperar”, frisa o economista, lembrando que os recursos ao dispor do Governo para apoiar diretamente as empresas “não são ilimitados”.

Nessa medida, também a vacina contra a Covid-19 poderá ser a proteção tão desejada para os bancos também, considera Nogueira Leite. “Não pode haver falhas na resolução da crise sanitária, nomeadamente no plano da vacinação. Portugal não se pode atrasar porque isso terá depois consequências na vida das famílias, das empresas e da sociedade”, atira. Isto sob pena de, mais uma vez, colocarem os bancos portugueses em desvantagem face aos concorrentes europeus.

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BCP cumpre rácios prudenciais exigidos para 2021

  • ECO
  • 7 Dezembro 2020

O BCP diz que cumpre "confortavelmente os rácios mínimos exigidos" pelos reguladores para o início do próximo ano.

O BCP assegura que cumpre os mínimos prudenciais exigidos pelo Banco Central Europeu (BCE) para o próximo ano. “Tendo em conta os rácios observados em 30 de setembro de 2020, o BCP cumpre confortavelmente os rácios mínimos exigidos em matéria de CET1 (Common Equity Tier 1), Tier 1 e rácio total”, segundo adiantou o banco em comunicado enviado ao mercado.

A instituição bancária informou que recebeu a decisão do BCE sobre “os requisitos mínimos prudenciais que deverão ser respeitados em base consolidada a partir de 1 de janeiro de 2020, decisão que se baseia nos resultados do Supervisory Review and Evaluation Process (SREP)”.

Nestes testes SREP, o BCE faz uma avaliação banco a banco e analisa variáveis como o modelo de negócio, fundos próprios e liquidez para determinar os requisitos de capital.

Paralelamente, o Banco de Portugal informou o BCP acerca da “reserva de fundos próprios que lhe é exigida na qualidade de outra instituição de importância sistémica”, ou O-SII. “Todos os requisitos se mantêm inalterados face aos estabelecidos para 2020“, sublinha o banco.

De acordo com o BCP, os buffers (almofadas de capital) “incluem a reserva de conservação de fundos próprios (2,5%), a reserva contracíclica (0%) e a reserva para outras instituições de importância sistémica (O-SII: 0,563%)”. O banco lembra ainda que o Banco de Portugal lhe concedeu um ano adicional (1 de janeiro de 2023) para o cumprimento gradual do requisito futuro de reserva O-SII de 1,00%.

Também o BPI anunciou na passada sexta-feira os requisitos mínimos prudenciais. Segundo o banco, também cumpre os rácios previsto para o próximo ano.

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Sonangol confirmou ao BCP que pode vender se “fizer sentido” para banco e acionistas

Administração da Sonangol adianta ao BCP que mantém a estratégia em relação ao banco, mas está disponível para analisar um eventual desinvestimento ou um processo de fusão se "fizer sentido".

Se a operação fizer sentido para banco e acionistas, a Sonangol poderá analisar um eventual desinvestimento no BCP BCP 0,03% ou até um processo fusão, segundo os esclarecimentos prestados pela administração da petrolífera angolana à instituição financeira portuguesa.

“O BCP confirmou hoje junto da administração da Sonangol que esta, embora mantenha a sua estratégia em relação ao banco, está atenta a eventuais movimentos de consolidação bancária na zona euro e em Portugal, e que, como investidor, analisará, sempre em estreita articulação com o banco e os demais acionistas estratégicos, eventuais oportunidades de criação de valor que possam fazer sentido para a Sonangol, para o banco e para os seus acionistas“, refere o banco liderado por Miguel Maya em comunicado enviado ao mercado.

É esta a reação do BCP após o CEO da Sonangol, que detém cerca de 20% do banco português, ter admitido que os angolanos admitem vender a sua posição ou analisar processos de fusão com outros bancos mediante as oportunidades e as necessidades da petrolífera.

“Se se apresentar uma boa oportunidade para desinvestimento, iremos avaliá-la e fazer as recomendações que se afigurarem as mais acertadas para o contexto e necessidades da Sonangol”, afirmou Sebastião Gaspar Martins, em entrevista à agência Reuters. Também disse que “está a acompanhar os movimentos eventuais de consolidação bancária em Portugal” e que, “caso surja alguma oportunidade, o assunto será avaliado com os outros parceiros investidores no BCP”.

As ações do BCP acabaram por registar uma subida superior a 1% na sessão desta quarta-feira, deixando o banco com uma capitalização bolsista de 1,8 mil milhões de euros. Ou seja, a posição dos angolanos encontra-se avaliada, a preços de mercado, em 350 milhões de euros.

A Sonangol tem em curso um programa de alienação de ativos não estratégicos. Não é a primeira vez que a presença no banco português é abordada por responsáveis da petrolífera. Em fevereiro de 2018, o então presidente da estatal angolana Carlos Saturnino disse que a participação no BCP era para manter dado tratar-se de um “investimento estratégico”.

Os chineses da Fosun são o maior acionista do banco, com uma participação de 29,01%. A Sonangol detém 19,45%, enquanto BlackRock e o Grupo EDP, os outros dois acionistas qualificados, assumem posições de 2,99% e 2,06%, respetivamente.

(Notícia atualizada às 18h09)

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