Tribunal aceita analisar providência cautelar da ACP que trava injeção do Estado na TAP

O Supremo Tribunal Administrativo aceitou analisar a providência cautelar da Associação Comercial do Porto. Estado fica inibido de injetar dinheiro na TAP até decisão judicial em relação a este caso.

O Supremo Tribunal Administrativo aceitou analisar a providência cautelar apresentada na passada sexta-feira pela Associação Comercial do Porto (ACP) para suspender o empréstimo do Estado na TAP. A notícia foi avançada pelo Expresso (acesso livre) e confirmada pelo ECO. Desta forma, o Estado fica inibido de proceder à injeção de dinheiro na companhia aérea portuguesa, num montante que pode ir até 1,2 mil milhões de euros, até que haja uma decisão judicial em relação a esta ação.

“A Justiça está a seguir o seu caminho”, disse ao ECO Nuno Botelho, presidente da ACP, sem prestar mais declarações sobre o assunto.

De acordo com o jornal, citando o despacho da decisão do tribunal, o Governo será citado com a “proibição de execução do ato administrativo relativo à injeção de até 1,2 mil milhões de euros na TAP”.

Além disso, o Executivo será ainda notificado para juntar ao processo vários documentos “até agora não públicos”, entre eles o Acordo de Venda Direta, o Acordo de Compromissos Estratégicos e o Acordo Relativo à Estabilidade Económica e Financeira da TAP.

Também serão solicitados documentos relativos à reversão da privatização e recompra da companhia aérea em 2017, nomeadamente o “Acordo de Compra de Ações, o Acordo Parassocial e de Compromissos Estratégicos, o Acordo de Revogação relativo à estabilidade económico-financeira da TAP e o Acordo de Adaptação e Monitorização de Passivo do Grupo TAP“, acrescenta o Expresso.

Conforme explicou Nuno Botelho ao ECO no passado sábado, a providência cautelar visa “impedir que o Estado, de forma absolutamente errada, injete 1,2 mil milhões de euros numa empresa que não é viável e que não serve o todo nacional“.

“Pretendemos obter uma possibilidade que nos está a ser negada que é a de discutir, de negociar outras fórmulas de apoiar a TAP e de tornar a TAP viável, porque não queremos o mal da TAP, mas queremos também o bem do resto do país”, acrescentou o responsável.

ACP tem plano B

Em alternativa, a ACP vai apresentar “nos próximos dias” um plano B para que o dinheiro que o Estado vai injetar na TAP seja usado para garantir a viabilidade da companhia aérea, mesmo que opere apenas no hub de Lisboa, e, ao mesmo tempo, seja distribuído “equitativamente” para as outras regiões poderem, elas próprias, “captar rotas e trazerem riqueza”.

“A TAP teve sempre umas contas que não conseguimos compreender e em que nos diz que as rotas a partir do Porto, Faro, Madeira e Açores não são rentáveis. Se não são rentáveis, então vamos discutir como é que nós podemos torná-las rentáveis. Se eles não querem rotas rentáveis, então, numa segunda opção, concentrem toda a operação em Lisboa e, por favor, deixem-nos trabalhar a partir dos nossos aeroportos, mas para isso também (…) deem às regiões o proporcional dos valores para poderem atuar e captarem elas próprias os voos”, disse Nuno Botelho.

(Notícia atualizada às 17h00)

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TAP desvia passageiros do aeroporto do Porto para Lisboa

  • ECO
  • 5 Junho 2020

O plano de retoma de voos internacionais da TAP para o mês de agosto contém quatro rotas do Porto e 55 de Lisboa, avança o Jornal de Notícias.

O plano de retoma de rotas da TAP em agosto prevê o restabelecimento de 55 ligações internacionais em Lisboa e quatro no Norte. A informação foi avançada esta sexta-feira pelo Jornal de Notícias (ligação indisponível), que salienta também que a companhia aérea está a desviar passageiros do Porto para Lisboa porque clientes com bilhete até Genebra a partir do aeroporto do Porto irão “encher aviões que saem da Portela” em Lisboa.

O plano de retoma de voos da TAP até julho gerou polémica e forçou a companhia aérea a recuar, devido ao que os críticos consideram ser uma desproporcionalidade entre o restabelecimento de voos na capital do país e na região Norte de Portugal. As críticas e preocupações partiram de figuras como o Presidente da República e o primeiro-ministro (que disse que o plano da TAP não tinha “credibilidade”), mas também do líder da oposição, Rui Rio, que considerou que a TAP iria passar a ser uma “empresa regional”.

A confirmar-se o plano de retoma também para agosto, com um número de ligações bastante mais significativo em Lisboa comparativamente com o Porto, poderão subir de tom as críticas à empresa, que tem enfrentado dificuldades desde que a pandemia paralisou o turismo e as deslocações entre países. Além disso, o plano poderá também ser um obstáculo à ajuda que o Governo está a preparar para a TAP, detida parcialmente pelo Estado, um consórcio privado e os trabalhadores, numa altura em que o ministro da tutela, Pedro Nuno Santos, já disse que todos os cenários estão em cima da mesa, incluindo “o da insolvência” da companhia.

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AEP critica TAP e desafia Governo a apoiar só se empresa mudar de estratégia

  • Lusa
  • 27 Maio 2020

A Associação Empresarial de Portugal acusa a TAP de "não olhar para o país como todo" e desafiou o Executivo a "apoiar só se a empresa assumir outra opção estratégica" na reabertura de rotas.

A Associação Empresarial de Portugal (AEP) criticou o plano de retoma de voos da TAP, acusando-a de “não olhar para o país como todo” e desafiando o Governo “a apoiar só se a empresa assumir outra opção estratégica”.

“A atuar assim, a TAP não está a merecer o empenho do país e o empenho do Estado. O Governo deve exigir da TAP que para receber qualquer apoio tem de ser uma companhia aérea nacional e tem de considerar o país como todo e tem de ter uma opção estratégica que olhe para os interesses do país”, disse o presidente da AEP, Luís Miguel Ribeiro.

O responsável considerou que “não adianta manter a TAP a qualquer custo ou com um custo elevadíssimo” se esta “não der ao país a devida contrapartida” e mostrar “empenho”.

Luís Miguel Ribeiro considerou, falando aos jornalistas à margem de uma sessão com a Ordem dos Médicos e a administração do Hospital de São João, no Porto, que “infelizmente a TAP não olha para a região [Norte] da forma como deve olhar e não valoriza a região [Norte] como deveria valorizar por aquilo que ela representa”.

Isto não é um problema do Norte ou de uma região, é do país. A região Norte contribui com um superavit, um excedente comercial, de 5.000 milhões para a balança comercial nacional. Se a região Norte não fizer este contributo, a balança comercial nacional tem um desempenho muito pior”, disse o presidente da AEP.

O plano de retoma das operações da transportadora aérea foi conhecido na segunda-feira e prevê 27 voos semanais até ao final de junho e 247 no mês seguinte, sendo a maioria de Lisboa.

A companhia aérea já tem a informação disponível no seu ‘site’, avisando que as rotas podem vir a ser alteradas caso as circunstâncias o exijam.

Depois de anunciado o plano de retoma de voos, vários autarcas nortenhos, bem como partidos políticos, criticaram as opções da companhia aérea e exigiram que o Governo tomasse uma posição.

O Presidente da República afirmou na terça-feira à agência Lusa que “acompanha a preocupação manifestada por vários partidos políticos e autarcas relativamente ao plano de retoma de rotas da TAP, em particular no que respeita ao Porto”.

Já esta quarta-feira o primeiro-ministro afirmou que a comissão executiva da TAP tem o dever legal de “gestão prudente” e “não tem credibilidade” um plano de rotas sem prévia informação sobre a estratégia de reabertura de fronteiras de Portugal.

Estas posições foram transmitidas por António Costa à agência Lusa, em reação ao anúncio feito pela Comissão Executiva da TAP sobre o plano de retoma de rotas a partir de junho.

Para Luís Miguel Ribeiro “num momento destes em que as dificuldades provocadas por esta situação pandémica são conhecidas”, este plano de retoma mostra que a TAP “está a prestar um mau serviço ao país”.

“Se num momento como este em que as empresas estão com dificuldades enormes, uma companhia nacional de bandeira, na qual o Estado português tem 50% do capital social, se não está ao lado das empresas e do país, está a prestar um mau serviço ao país”, disse o presidente da AEP, frisando que “a mobilidade é um fator importantíssimo na competitividade das empresas”.

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Presidente da República acompanha preocupação sobre plano de rotas da TAP

  • Lusa
  • 26 Maio 2020

O Presidente da República diz que "acompanha a preocupação" que vários partidos e autarcas já manifestarem em relação ao plano de retoma de rota da TAP, nomeadamente em relação ao Porto.

O Presidente da República afirmou à agência Lusa que “acompanha a preocupação manifestada por vários partidos políticos e autarcas relativamente ao plano de retoma de rotas da TAP, em particular no que respeita ao Porto”.

Marcelo Rebelo de Sousa transmitiu esta posição em resposta à agência Lusa, questionado sobre o plano de rotas áreas para os próximos dois meses tornado público pela TAP na segunda-feira, composto maioritariamente por voos de ligação a Lisboa, que tem recebido críticas.

Este plano foi criticado pelo presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, e autarcas de municípios como Gondomar, Valongo e Vila Real e por dirigentes do PS, do PCP e do BE, entre outros.

Em conferência de imprensa, Rui Moreira acusou hoje a TAP de “impor um confinamento ao Porto e Norte”, acrescentando que com este plano de rotas a companhia aérea “abandona o país, porque estar só em Lisboa representa abandonar o país”.

Entretanto, também em conferência de imprensa, o secretário-geral adjunto do PS, José Luís Carneiro, desafiou a TAP a corrigir o plano de rotas aéreas tornado público, considerando que a decisão da comissão executiva da transportadora aérea de reduzir voos e destinos “lesa o interesse nacional”.

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Governo espera injeção de dinheiro na TAP em meados de junho

O Governo e a TAP estão a trabalhar na fundamentação de um pedido para capitalização pública da companhia, um trabalho que espera estar fechado "em meados de junho".

O Governo está a trabalhar com a administração da TAP para fundamentar uma operação de capitalização da companhia que é detida em 50% pelo Estado, em 45% pela Atlantic Gateway e por 5% nas mãos de trabalhadores. A expectativa é a de que esta tarefa esteja concluída em “meados de junho”. Numa sessão no Parlamento, o secretário de Estado do Tesouro, Álvaro Novo, confirmou que o Governo já recebeu “um pedido inicial” que “versava sobre várias matérias”, entre elas “a garantia de Estado a um empréstimo que a TAP pretende obter”.

Porém, segundo Álvaro Novo, “este tipo de garantias pessoais do Estado está devidamente enquadrado na lei portuguesa e europeia”. “Portanto, precisam de uma fundamentação que não se coaduna com receber uma carta a fazer o pedido”, salientou.

“Já tive oportunidade, pessoalmente, de transmitir à administração da TAP que era necessário reforçar a fundamentação desse pedido”, continuou o secretário de Estado do Tesouro. Isso está a ser feito no âmbito de um grupo de trabalho criado para o efeito e que conta com “pessoas de elevada competência técnica” no setor, garantiu.

Assim, a expectativa do Governo é concluir a fundamentação do pedido em maio e de encetar negociações com a Comissão Europeia para que tudo esteja alinhavado em “meados de junho”.

“A nossa expectativa é a de que, destas interações, até ao final de maio haja uma fundamentação técnica por parte da comissão executiva da TAP sobre as necessidades financeiras e as alterações estratégicas operacionais que têm de ser feitas para garantir não só o curto prazo na TAP, mas também o que vai ser o médio e longo prazo na TAP neste contexto de elevada incerteza”, disse.

“Estando este trabalho previsivelmente concluído no final de maio, esperamos, depois, falando com a Comissão Europeia, porque a isso estamos obrigados, ter uma decisão prática de injeção de dinheiro mediante condições que serão estabelecidas ao longo deste processo negocial em meados de junho”, explicou o secretário de Estado do Tesouro, reforçando que “esta é a perspetiva”.

Governo prepara já ajuda de emergência

Como já noticiou o ECO, além deste empréstimo e da capitalização através de vários instrumentos como capital e obrigações subordinadas, o Governo está a preparar uma ajuda de emergência à TAP, que está a ser negociada por João Nuno Mendes, ex-presidente das Águas de Portugal, e que conta com assessoria da sociedade de advocacia Vieira de Almeida e da consultora Deloitte.

A intenção é a de transferir, já nas próximas semanas, uma primeira tranche de emergência, para evitar que a TAP entre em incumprimento das suas obrigações, numa ajuda total que deverá superar os 1.000 milhões de euros.

A pandemia do coronavírus colocou a TAP em severas dificuldades financeiras, depois de as restrições às deslocações em todo o mundo terem forçado a empresa a, praticamente, parar toda a operação e a avançar para um lay-off alargado. A empresa planeia agora testar a retoma de alguns voos a partir de 18 de maio, sobretudo para o Porto, mas também para Madeira e Açores, Brasil e dois destinos da Europa.

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Acionistas privados da TAP tentam empréstimo de banco chinês

  • ECO
  • 17 Abril 2020

O Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) é um dos bancos estrangeiros aos quais os privados da TAP vão recorrer para se financiar, mas querem uma garantia de Estado. Governo tem outra opção.

O Banco Industrial e Comercial da China (ICBC) poderá ser um dos bancos internacionais aos quais a TAP vai recorrer para se financiar em até 375 milhões de euros, consequência da crise provocada pelo coronavírus, avança o Jornal Económico (acesso pago). Esta operação é a operação que os acionistas privados defendem, por oposição ao aumento de capital, mas como o ECO já avançou, o Governo inclina-se para uma operação diferente: Uma emissão obrigacionista da TAP a ser tomada pelo Estado e que pode ser convertida em ações.

“O empréstimo entre 350 milhões e 375 milhões de euros vai ser negociado com dois ou três bancos estrangeiros”, escreve o jornal. Ainda esta quinta-feira, o chairman da TAP, Miguel Frasquilho, disse no Parlamento que o Governo já recebeu o pedido da transportadora aérea nacional para que o Estado dê uma garantia a um empréstimo. E um dos bancos aos quais a gestão executiva da TAP vai recorrer é mesmo o gigante ICBC, apontado como “a melhor solução do ponto de vista das Finanças Públicas” face ao empréstimo obrigacionista convertível em ações.

A Atlantic Gateway — dominada por David Neeleman e Humberto Pedrosa — considera que um empréstimo obrigacionista “não é tão favorável”, escreve o jornal, devido ao acréscimo de responsabilidades financeiras para o Estado. E defendem um modelo de empréstimo bancário garantido pelo Estado.

A TAP precisa de 350 milhões a 400 milhões de euros nas próximas semanas, para assegurar “a caixa” depois do mês de junho.

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TAP avança com lay-off para 90% dos trabalhadores. Gestão reduz salários em 35%

  • ECO
  • 31 Março 2020

A TAP já oficializou aos trabalhadores a decisão de avançar para o regime de lay-off de 90% dos cerca de 10 mil funcionários. Salários dos gestores vão ser cortados em 35%.

A TAP oficializou junto dos colaboradores a decisão de avançar para lay-off de 90% das cerca de 10 mil pessoas que trabalham no grupo, mantendo os restantes 10% num regime de carga horária reduzida. Além disso, os gestores da companhia aérea vão ser alvo de um corte de 35% no valor dos respetivos salários. A informação faz parte de uma carta do Conselho de Administração, enviada aos funcionários esta terça-feira.

“Tendo em conta as características operacionais da nossa atividade drasticamente reduzida, […] as medidas a adotar são: 1) a suspensão temporária da prestação do trabalho para cerca de 90% dos colaboradores; e 2) uma redução do período normal de trabalho, em 20%, para os restantes 10% dos colaboradores”, lê-se na carta, a que o ECO teve acesso.

Estas medidas extraordinárias da TAP, que visam responder ao severo impacto da pandemia do coronavírus no negócio, “entram em vigor a 2 de abril por um período de 30 dias”. Mas o período poderá “vir a ser estendido”, tal como prevê o próprio decreto-lei do Governo, que estabelece o regime do “lay-off simplificado”.

Desta forma, com o apoio da Segurança Social, os trabalhadores em lay-off poderão continuar a receber, parcialmente, o respetivo salário: “As condições remuneratórias definidas contemplam o pagamento de 2/3 das remunerações fixas mensais para os colaboradores em suspensão temporária da prestação do trabalho e o pagamento de 80% da remuneração fixa mensal para os colaboradores em redução de horário de trabalho, porque estes continuam a trabalhar para assegurar a retoma”.

Ainda segundo a administração da companhia aérea, “ao abrigo destas medidas, que impactam todos os colaboradores […], de acordo com a lei e independentemente da função ou cargo, os postos de trabalho estão garantidos, durante 60 dias, no fim do período da suspensão ou redução do horário de trabalho”. O que acontecerá daí para a frente é, para já, uma incógnita, e deverá depender da evolução da pandemia.

Adicionalmente, a equipa de gestão cortou os próprios salários numa proporção maior. “Os administradores executivos e não executivos propuseram, de forma voluntária, uma redução maior da sua remuneração, no valor de 35%”, lê-se na carta enviada ao conjunto dos trabalhadores da TAP.

Estas medidas visam proteger os postos de trabalho numa altura em que a operação da TAP foi reduzida a mínimos. “A partir de 1 de abril e pelo menos até 4 de maio, a TAP estima apenas poder operar para a Terceira e Ponta Delgada, nos Açores, e para o Funchal, na Madeira, para assegurar a continuidade territorial, suspendendo todas as demais rotas. Este plano operacional poderá ser ajustado sempre que as circunstâncias assim o permitam”, refere a administração.

A par disso, “a TAP procurará ainda garantir pontualmente uma operação extraordinária, focada exclusivamente na missão específica de garantir voos de repatriamento e de transporte de carga humanitária”.

A carta da administração confirma a notícia avançada na segunda-feira, que indicava que a TAP iria pedir ao Governo o acesso ao lay-off. E como revelou o ECO, o “ok” do Executivo chegou esta terça-feira. Surge numa altura em que as companhias aéreas mundiais estão sob forte pressão das restrições às deslocações, exigidas pelos países como forma de travar a propagação do surto.

(Notícia atualizada pela última vez às 19h41)

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Presidente da TAP diz que surto do Covid-19 provocou “crise sem paralelo”

  • Lusa
  • 14 Março 2020

TAP completa este sábado 75 anos. "Deveria ser dia de júbilo e festa" mas é, afinal, "um momento de preocupação e incerteza causados pela Covid-19", disse Antonoaldo Neves, presidente da companhia.

O presidente executivo da TAP assinalou este sábado os 75 anos da empresa, aludindo à crise “sem paralelo” causada pela pandemia de Covid-19, afirmando que as consequências negativas na saúde financeira da indústria se repercutirão por muito tempo.

O dia em que se assinalam os 75 anos da TAP “deveria ser de júbilo e festa” mas é, afinal, “um momento de preocupação e incerteza causados pela Covid-19”, pandemia que gerou “uma crise sem paralelo”, afirmou o presidente executivo (CEO) da companhia, Antonoaldo Neves, numa mensagem aos trabalhadores, a que a agência Lusa teve acesso.

Na missiva, Antonoaldo Neves sublinha que, “além das profundas consequências na aviação e no turismo”, o novo coronavírus provocou “a nível global uma crise com forte impacto na saúde dos povos e na sua economia”.

A reprogramação da operação da companhia, face às indicações das autoridades de saúde nacionais e dos países onde opera, tem obrigado todos a um esforço adicional, reconhece o presidente executivo da TAP, considerando a “união de todos” fundamental para vencer as dificuldades e regressar à normalidade.

Porém, alerta para que o desafio que a TAP tem pela frente “é enorme”, pois tão importante como salvaguardar o interesse dos acionistas, públicos ou privados, e dos trabalhadores, a companhia assume-se como “a mais importante empresa nacional” convocada “para defender os interesses de Portugal”.

Antonoaldo Neves afirma estar consciente de que “os sacrifícios não acabam no momento do regresso à normalidade sanitária global” e que “será ainda necessário que haja um regresso aos níveis de procura normais, sem esquecer que as consequências negativas na saúde financeira da indústria se repercutirão por muito tempo”.

Ainda assim, a empresa diz-se empenhada em, logo que possível, retomar o caminho que tem trilhado com “renovação e crescimento da frota, reforço da rede, crescimento do número de destinos (…) e reforço do número de trabalhadores”, visando a melhoria do serviço.

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TAP cria nova empresa de logística para transporte de carga e correio

Transportadora portuguesa quer reforçar aposta no transporte de mercadorias e correio aéreo e criou uma nova empresa para dinamizar negócio: a TAP Logistics Solutions.

Há mais uma empresa a “voar” na TAP, que registou prejuízos de 105 milhões de euros em 2019. A transportadora área nacional tem crescido no número de passageiros transportados, tendo atingido um recorde no ano passado. Mas também pretende reforçar a aposta no transporte de mercadorias e correio aéreo. Para tal, criou uma nova companhia já nos primeiros dias do novo ano: a TAP Logistics Solutions.

A nova empresa foi constituída no dia 2 de janeiro, o primeiro dia útil do ano. Tem como líder Antonoaldo Neves, o presidente da TAP, com o conselho de administração a integrar mais dois administradores: Raffael Alves e David Pedrosa.

De acordo com o registo publicado no Portal da Justiça, a TAP Logistics Solutions vai dedicar-se à “prestação de serviços postais, de transporte e recolha de documentos, produtos, encomendas, carga ou outros bens, ao nível nacional e internacional, bem como a prestação de serviços de desembaraço aduaneiro, as respetivas atividades conexas, complementares ou subordinada”.

Ao ECO, a TAP confirmou a constituição da empresa. “Um dos objetivos estratégicos da TAP é desenvolver e potenciar o seu negócio de carga e correio, como forma de maximizar a capacidade das suas aeronaves e aproveitando a sua vasta rede de destinos. Na prossecução deste objetivo e por motivos regulamentares foi constituída a TAP Logistics”, indicou a transportadora aérea. Deixou mais pormenores sobre nova empresa para mais tarde.

A TAP obteve receitas de 3.298 milhões de euros em 2019. Quase toda a faturação está concentrada no segmento de transporte de passageiros: representa quase 90% das receitas da companhia aérea, cerca de 2.914 milhões (+4,7% do que no ano anterior).

Receitas da TAP por negócio

Fonte: TAP

Quanto ao segmento de cargas e correio, trata-se do terceiro maior negócio da transportadora nacional, representando 4,5% da faturação: 137,4 milhões de euros (+2,0% face a 2018). A manutenção gerou receitas de 211 milhões.

Apesar do crescimento das receitas, a companhia aérea teve prejuízos acima dos 100 milhões de euros pelo segundo ano consecutivo. Segundo a TAP, o reforço do investimento com os novos aviões, fatores externos, como as condições no aeroporto de Lisboa, explicam as perdas avultadas.

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TAP acompanha surto do coronavírus e está preparada para reagir, assegura presidente

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2020

O presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, assegurou que a companhia aérea está a acompanhar o surto de pneumonia por coronavírus e que está preparada para reagir.

O presidente do Conselho de Administração da TAP, Miguel Frasquilho, assegurou que a companhia aérea está a acompanhar o surto de pneumonia por coronavírus e que está preparada para reagir.

A TAP não voa diretamente para a China, mas é evidente que estamos atentos a acompanhar o problema”, disse Miguel Frasquilho aos jornalistas, em declarações à margem da cerimónia de batismo do novo avião A320, que recebeu o nome do poeta José Carlos Ary dos Santos. “Seguimos com muita atenção todas as recomendações. Estaremos preparados para reagir”, acrescentou o responsável.

A China elevou para 132 mortos e mais de 5.900 infetados o balanço de vítimas do novo coronavírus detetado no final do ano em Wuhan, capital da província de Hubei (centro).

As quase 6.000 infeções confirmadas mostram que já foi ultrapassado na China o número de pessoas afetadas durante a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, na sigla em inglês), que atingiu 5.327 pessoas entre novembro de 2002 e agosto de 2003, segundo dados oficiais.

Além do território continental da China, foram reportados casos de infeção em Macau, Hong Kong, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul, Estados Unidos, Singapura, Vietname, Nepal, Malásia, Austrália, Canadá, Alemanha, França e Emirados Árabes Unidos.

Já sobre a entrada da transportadora aérea na bolsa de valores, Miguel Frasquilho disse apenas que tal “acontecerá quando for o momento oportuno”.

Sabe-se que é um dos objetivos que provavelmente acontecerá [a entrada em bolsa], mas não está nada escrito que obrigue a que seja este ano ou no próximo”, acrescentou.

Durante a cerimónia de batismo do novo avião da TAP, que contou com momentos musicais de Fernando Tordo e Simone de Oliveira, Miguel Frasquilho realçou a importância de Ary dos Santos no panorama cultural português, justificando, assim, a escolha do nome para a aeronave.

“Ary dos Santos marcou indelevelmente Portugal. O nome do poeta voará ainda mais longe, voará ainda mais alto”, sublinhou.

Segundo a TAP, foram encomendadas “dezenas de aviões à Airbus, entre A330neo, A321neo e A320neo, para voos de médio e de longo curso, que começaram a chegar em 2018”.

A rede TAP cobre, atualmente, 90 destinos em 36 países a nível mundial, operando em média cerca de 3.000 voos por semana, dispondo de uma frota de 106 aeronaves: 85 aviões Airbus e 21 ao serviço da TAP Express, a marca comercial da companhia para a sua rede regional.

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Governo diz que não está prevista qualquer alteração societária na TAP

  • Lusa
  • 27 Novembro 2019

O ministro Pedro Nuno Santos desconhece informação sobre a saída do acionista privado David Neeleman do capital da companhia aérea portuguesa.

O ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos, assegurou que não está prevista nenhuma alteração societária na TAP, desconhecendo informação sobre a eventual saída do acionista privado David Neeleman.

“Não sei de nenhuma saída do nosso acionista privado […], não existe nenhuma alteração societária, neste momento, prevista”, afirmou Pedro Nuno Santos, em declarações aos jornalistas à margem de uma visita de trabalho ao porto de Lisboa.

Esta terça-feira, o Jornal de Negócios noticiou que a saída do empresário da TAP está preparada para o primeiro trimestre do próximo ano, estando a desenvolver contactos com a Lufthansa, British Airways, Air France e United para o substituir.

No mesmo dia, ao final da tarde, David Neeleman disse em comunicado que está “cada vez mais entusiasmado com o futuro” da companhia aérea de bandeira. “Hoje, tal como em 2015, quando ninguém acreditava, estou cada vez mais entusiasmado com o futuro da TAP”, afirmou o empresário no comunicado.

Rejeitando fazer conjeturas sobre o futuro da empresa e o reforço do papel do Estado, Pedro Nuno Santos disse que a reversão da privatização que estava decidida em 2015 permitiu garantir que “a TAP é uma empresa portuguesa, que não sai de Portugal e continuará a servir a economia portuguesa”.

O Estado português participa e tem “uma posição muito determinante, aliás maioritária, na definição da estratégia da empresa”, sublinhou o governante, acrescentando que a gestão corrente da empresa “está 100% sob a responsabilidade do privado”.

Não está prevista nenhuma alteração desta relação entre o Estado e o privado, portanto tudo o resto, notícias que ouvi e li são notícias, neste momento, não tenho qualquer tipo de confirmação e, por isso, qualquer juízo sobre essa matéria é meramente especulativo e não era correto da minha parte estar a fazê-lo”, declarou o responsável pela pasta das Infraestruturas.

Pedro Nuno Santos frisou que o Estado não coloca um cêntimo na TAP há 20 anos, recusando preocupações de que se anda a pôr dinheiro na companhia. “Na realidade, somos acionistas da TAP, portanto deveríamos ter essa responsabilidade, efetivamente, como acionista, mas a verdade é que não metemos um cêntimo na TAP há 20 anos e é preciso que toda a gente tenha consciência disso”.

Quanto aos resultados negativos da empresa, o governante disse que, “infelizmente, essa é a história da TAP”. “Os resultados positivos em toda a história da TAP contam-se pelos dedos de uma mão, aliás são menos que os dedos de uma mão”, apontou, destacando o investimento que tem sido feito nos últimos anos.

Considerando que a TAP em 2015 estava “no chão”, Pedro Nuno Santos defendeu que, hoje, é uma empresa “com mais aviões, com mais pessoal, a abrir rotas, a crescer”. “Obviamente que há aqui uma fase de crescimento que lança desafios. Olhamos, obviamente, com muita atenção para o que está a acontecer”, realçou, rejeitando o “mito” de que a falência técnica da empresa se deva à participação do Estado, que “tem a maioria no Conselho de Administração”, mas “na Comissão Executiva a gestão é, absolutamente, privada”.

A TAP é demasiado importante para que o Estado não tenha uma presença. Obviamente que queremos que a TAP tenha saúde financeira, económica, operacional, e essa é uma preocupação que temos, que acompanhamos com muita atenção”, declarou o ministro.

A TAP registou, nos primeiros nove meses deste ano, prejuízos acumulados de 111 milhões de euros que atribui a “variações cambiais sem impacto na tesouraria”. “Excluindo esta variação cambial, o lucro líquido consolidado do grupo TAP, no terceiro trimestre de 2019, foi de 61 milhões de euros positivos, compensando em mais 50% o prejuízo gerado no primeiro semestre de 2019”, avançou a companhia, em comunicado.

(Notícia atualizada às 17h43 com mais informação)

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Neeleman prepara saída do capital da TAP no início de 2020

  • ECO
  • 26 Novembro 2019

O empresário David Neeleman estará a negociar com outras companhias aéreas a venda da sua posição no consórcio Atlantic Gateway, que controla 45% da TAP. Operação pode acontecer no primeiro trimestre.

A TAP deverá ser alvo de mudanças na estrutura acionista no primeiro trimestre de 2020, entre as quais a saída de David Neeleman do capital da empresa. A notícia foi avançada pelo Jornal de Negócios (acesso pago), que não indica como obteve a informação, mas o ECO também já tinha avançado em setembro que o objetivo do Estado era afastar David Neeleman tendo em conta os maus resultados da companhia aérea, que apresentou prejuízos de 111 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano.

O empresário David Neeleman é acionista da TAP através do consórcio Atlantic Gateway, que controla em parceria com Humberto Pedrosa. Juntos, controlam 45% da TAP. Mas a relação com o acionista Estado tem vindo a degradar-se a olhos vistos, somando-se à equação os sucessivos resultados negativos apresentados pela empresa.

Neste contexto, Neeleman tem desenvolvido contactos com outras companhias aéreas, explorando a hipótese de ser substituído na TAP. Entre elas, Lufthansa, British Airways, Air France e United. O Governo tem acompanhado estas conversações.

A informação não é uma surpresa, avaliando pela estratégia de Neeleman noutras companhias aéreas, como a WestJet no Canadá, a JetBlue nos EUA e a Azul no Brasil. A permanência de Neeleman na TAP sempre foi, por isso, vista como uma realidade a prazo.

O acordo feito com o Governo em 2016 pressupõe que a Atlantic Gateway não poderá vender a posição durante cinco anos. Mas a venda que estará a ser preparada por Neeleman não compromete esta obrigação, uma vez que, a acontecer, o empresário fará a venda da sua posição no próprio consórcio. Ou seja, a Atlantic Gateway manter-se-á como acionista.

A TAP encerrou os nove primeiros meses do ano com prejuízos, que ascenderam a 111 milhões, com a companhia aérea liderada por Antonoaldo Neves a justificar esse desempenho com “variações cambiais”. O resultado alcançado pela TAP nos nove primeiros meses do ano representa um desagravamento face aos 120 milhões de prejuízos acumulados até junho.

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