Operação fechada. TAP paga 5,75% para emitir 375 milhões em dívida

A colocação de novas obrigações da companhia aérea ficou fechada esta sexta-feira. Juro foi mais baixo que o esperado e a empresa reviu em alta o montante total da operação.

A TAP pagou 5,75% para emitir 375 milhões de euros em obrigações, apurou o ECO junto de fontes do mercado. A operação de colocação de novos títulos a cinco anos junto de investidores institucionais ficou fechada esta sexta-feira e a companhia aérea pretende usar o encaixe financeiro para refinanciar dívida.

Inicialmente, o juro indicativo era superior — de 5,875%, segundo dados da Bloomberg citados pelo Jornal de Negócios –, mas acabou por descer com a forte procura. O cupão fixou-se em 5,625%, segundo informações depois confirmadas pela empresa em comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Foi também o interesse dos investidores que levou a empresa a rever em alta o montante da emissão, que estava previsto para 300 milhões de euros.

Este juro representa um prémio de 5 pontos percentuais face à dívida pública portuguesa a cinco anos, cujas obrigações registam esta sexta-feira uma yield de -0,075%. O diferencial é explicado pela elevada dívida da TAP e pelo rating atribuído à operação.

A companhia aérea portuguesa contratou duas agências de notação financeira para a avaliarem. A Standard & Poor’s classificou a emissão de dívida da TAP em “BB-“, enquanto a Moody’s atribuiu a categoria de “B2”. Estas notações correspondem a categorias de investimento especulativo, ou seja “lixo”. Situam-se, respetivamente, a três níveis e a cinco níveis abaixo das notações de qualidade.

Por outro lado, a TAP pagou mais nesta emissão dedicada a investidores institucionais do que o juro de 4,375% que pagou ao retalho em meados de junho, quando emitiu 200 milhões de euros em dívida com maturidade de quatro anos. Ou seja, mais curta.

A empresa liderada por Antonoaldo Neves tinha anunciado no prospeto inicial que a operação tem como principal meta a “antecipação do reembolso de determinados empréstimos no âmbito do passivo existente da TAP e extensão do respetivo prazo médio de maturidade”.

A companhia aérea quer diminuir a dependência da banca, a quem deve 651,8 milhões de euros, dos quais 176,3 milhões atingem a maturidade em menos de um ano. Por um lado, os investidores têm menos exigências (nomeadamente no que diz respeito às garantias do Estado) e, por outro, permite alongar a maturidade média da dívida. A emissão de títulos a cinco anos irá ter impacto no prazo médio da dívida, que situa atualmente em quatro anos (contra menos de 24 meses no momento da privatização em 2015).

O Morgan Stanley, o Citi e o JPMorgan foram os bancos responsáveis pela operação.

(Notícia atualizada às 17h)

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TAP quer contratar mil pessoas no próximo ano

Apesar dos prejuízos, a companhia aérea quer fazer face ao crescimento com reforço da equipa e da frota. Há cinco dezenas de aviões a serem entregues nos próximos anos.

A TAP está a contratar e espera reforçar a equipa em mil pessoas até ao final do próximo ano. Numa apresentação enviada esta segunda-feira ao mercado, a companhia aérea explica que vai aumentar o número de contratações. Só em pilotos, espera crescer com 140 novos funcionários, face aos atuais 1.345.

“Somos um dos maiores empregadores nacionais em Portugal”, começa por dizer a TAP. “A 30 de setembro de 2019, o grupo TAP tinha uma força de trabalho agregada e ativa de 10.844 funcionários, incluindo 8.937 funcionários da TAP“. O total representa um aumento de 10% em relação aos 8.145 trabalhadores no final do ano passado.

Mas a empresa não quer ficar por aí. “Temos reforçado a nossa estrutura com novas contratações para responder ao nosso crescimento”, explica. Em 2018, a TAP contratou mais de 300 pilotos e 1.000 assistentes de bordo. Desde o início do ano, foram mais 816 trabalhadores. “Esperamos contratar mais de mil pessoas em 2020, dos quais 140 serão pilotos“, continua.

“Esta estratégia de recrutamento reflete o nosso crescimento, com aumento da frota e lançamento de novas rotas”, refere a TAP. Os dados da apresentação indicam que a empresa — que teve prejuízos de 111 milhões de euros entre janeiro e setembro — aumentou a frota em 31 aviões para um total de 108, bem como o número de passageiros em 47%.

Também neste campo são esperados reforços. “A 30 de setembro de 2019, tínhamos ordens referentes a cinco aviões A330neo a serem entregues em 2022, 11 aviões A321neo-LR a serem entregues em 2023 e 32 aviões A320neo/A321neo a serem entregues em 2025″, acrescenta a TAP.

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Parpública preocupada com “magnitude dos prejuízos” da TAP

Parpública, que gere a participação do Estado na TAP, diz que está a acompanhar "com grande preocupação" o desempenho da TAP, que registou prejuízos de 119 milhões no primeiro semestre.

O presidente da Parpública, Miguel Cruz, afirmou em declarações à Lusa que a holding do Estado está a acompanhar “com grande preocupação” os resultados da sua participada TAP, que fechou o primeiro semestre com prejuízos de cerca de 119 milhões de euros.

As declarações do responsável surgem no dia em que a Parpública, o grupo que gere as participações do Estado em empresas públicas, anunciou lucros de 46,5 milhões de euros na primeira metade do ano. Um resultado para o qual não contribuiu a TAP, dado que a transportadora “não é objeto de consolidação integral porque a Parpública não dispõe do controlo de gestão”, explicou o grupo no relatório e contas semestral.

Ainda assim, a Parpública não deixou de destacar a dimensão das perdas, que vai obrigar a atenção redobrada e a mudanças na relação com a transportadora.

“Apesar de a Parpública não dispor do controlo de gestão da TAP, a magnitude dos prejuízos registados em 2018 e no primeiro semestre de 2019, impõe a necessidade de aprofundar os mecanismos de acompanhamento estratégico e de partilha de informação de gestão, o que será objeto de discussão, nomeadamente no quadro do funcionamento do conselho de administração”, refere a entidade.

Segundo a Parpública, com estas mudanças pretende-se “recolocar a companhia numa trajetória de resultados positivos, e de dar continuidade a uma evolução operacional positiva, o que se afigura não só desejável como possível, graças aos investimentos entretanto efetuados, os quais possibilitaram à TAP obter importantes ganhos de eficiência e expandir-se para novos mercados”.

A TAP é detida em 50% pela Parpública e em 45% pelo consórcio Atlantic Gateway (dos empresários David Neeleman e Humberto Pedrosa), com os restantes 5% nas mãos dos trabalhadores. O Estado tem seis administradores, um dos quais o presidente do conselho de administração, mas são todos não executivos.

De acordo com o ECO Insider — newsletter do ECO exclusiva para assinantes — o Governo já fez contactos com a companhia aérea alemã Lufthansa para substituir David Neeleman, mas defende a manutenção de Humberto Pedrosa, o outro acionista privado da TAP. O Expresso acrescentou outro candidato: a United.

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Governo perdeu a paciência na TAP. “Deveriam demitir-se”

A TAP apresentou prejuízos de 120 milhões de euros no primeiro semestre, depois de prejuízos históricos em 2018. "Deveriam demitir-se", diz fonte do Governo ao ECO sobre a equipa executiva.

A TAP apresentou prejuízos históricos em 2018, mas a gestão executiva da companhia nomeada por David Neeleman prometeu outros voos em 2019. Só que, no final do primeiro semestre, os resultados foram ainda piores, atingindo os 120 milhões de euros. Foi a gota de água na relação, já deteriorada, entre o Governo e o acionista brasileiro David Neeleman que controla o consórcio privado Atlantic Gateway, com 45% da companhia. “Deveriam demitir-se”, diz ao ECO uma fonte do Governo, referindo-se a Antonoaldo Neves, o presidente executivo da TAP.

A companhia antecipou para sexta-feira à tarde a divulgação de resultados do primeiro semestre — depois de aprovados em conselho de administração — quando percebeu que o Expresso iria noticiar o descalabro das contas, o que veio a suceder este sábado. Assim, de surpresa, a TAP enviou um comunicado às redações com os números de janeiro a julho, que o ECO também noticiou no final da tarde de sexta-feira. “As perdas da companhia aérea portuguesa chegaram quase aos 120 milhões de euros: 110,7 milhões referentes ao primeiro trimestre e nove milhões relativos ao segundo trimestre. Os valores comparam com os 26,4 milhões de euros de prejuízos que a empresa registou no período homólogo”, escreveu o ECO.

Oficialmente, ninguém faz comentários, o tema é sensível porque há eleições a 6 de outubro e foi António Costa, há quatro anos, a decidir que o Estado deveria voltar a ter 50% da companhia, o que, à data, para ser efetivado, levou o Estado a assumir a responsabilidade final por toda a dívida da TAP, coisa de que já se tinha livrado. O Governo, queira ou não, sabe que passou a ser corresponsável pelos resultados da TAP, há comités dentro da companhia que são liderados por membros indicados pelo Estado, e os incentivos criados quando foi renegociada a posição do Estado também contribuíram para a “rédea solta” de David Neeleman na companhia.

Por isso, agora, não há só desconforto ou incómodo, o tema TAP passou a ser prioridade deste Governo no dia seguinte às eleições, se o PS ganhar as eleições, como antecipam as sondagens. O objetivo do Governo não é apenas mudar a equipa de gestão, liderada por Antonoaldo Neves. Já depois das eleições, é a demissão da equipa executiva que estará em cima da mesa, mas o Estado não tem poderes formais para o fazer, no quadro do acordo parassocial que assinou com o consórcio privado. O Estado tem seis elementos no conselho de administração, um deles Diogo Lacerda Machado, nomeia o presidente, Miguel Frasquilho, mas a equipa executiva é da responsabilidade exclusiva dos privados e, dentre eles, de David Neeleman.

O objetivo estrutural é mesmo mudar de acionista, forçando a saída de David Neeleman. Há uma semana, o ECO Insider — newsletter do ECO exclusiva para assinantes — revelou que o Governo já fez contactos com a companhia aérea alemã Lufthansa para substituir Neeleman, mas defende a manutenção do empresário português Humberto Pedrosa, o outro acionista privado da TAP. Este sábado, o Expresso confirma a informação e acrescenta outro candidato: a United.

Se os resultados de 2018 foram apresentados como uma “anormalidade” que seria ultrapassada em 2019, a TAP já sabe, e o Governo também, que os prejuízos vão repetir-se este ano. E acabaram-se as desculpas. No comunicado, a TAP esforça-se por mostrar que o segundo trimestre correu menos mal do que o primeiro e, segundo informações apuradas pelo ECO, o verão ultrapassou os números de 2018. Só que há um “pormaior”. Quando os resultados do primeiro trimestre se verificaram, a gestão executiva decidiu dar um “salto em frente” e apostou na estratégia de encher os aviões com preços de arromba, a baixo custo, para garantir receita. Logo, perante a oportunidade, já está vendida uma parte significativa da oferta para o segundo semestre e já não será possível mudar esses preços mesmo que o mercado apresente uma melhoria significativa. A narrativa da equipa executiva da TAP, agora, é outra: ee os resultados serão negativos, os resultados operacionais vão ser melhores do que em 2018.

Agora, em privado, o bode expiatório da gestão liderada por Antonoaldo Neves e pelo goês com nacionalidade portuguesa Elton D’Souza, que até ao fim de julho esteve à frente da gestão de receitas da TAP, era o chief revenue officer, e passou a liderar a NetJets Europa, uma companhia especializada em aviação para executivos. Mas as desculpas da equipa executiva da TAP já não servem para o Governo, que perdeu a confiança com o episódio dos prémios atribuídos a alguns quadros em cima de prejuízos históricos.

Por lapso, foi referido erradamente que Elton D’Souza era brasileiro. Na verdade, o responsável é goês com nacionalidade portuguesa. Ao visado pedimos as nossas desculpas.

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“Nunca existiu” proposta para dar prémios aos gestores da TAP, garante Neeleman

  • ECO
  • 15 Junho 2019

David Neeleman garante que foi Antonoaldo Neves a garantir há alguns meses que nunca aceitaria prémios de gestão relativos a 2018, negando que o Governo tenha travado algo que "nunca existiu".

O empresário David Neeleman, que é o maior acionista privado da TAP, nega que os gestores de topo da TAP tenham pedido para receberem prémios e rejeita, por isso, que os mesmos tenham sido travados pelo Conselho de Administração, como chegou a ser noticiado, porque “não se pode parar uma coisa que nunca existiu”, disse o empresário ao Expresso (acesso pago).

Depois da polémica da atribuição de prémios a trabalhadores da empresa em ano de prejuízos, que deixou Estado e privados de costas voltadas, David Neeleman vem garantir que até foi o próprio líder do comité executivo da empresa a pedir para não serem atribuídos prémios aos gestores: “O CEO [Antonoaldo Neves] ligou-me há meses, antes de qualquer discussão sobre o tema, e disse que eles nunca aceitariam um prémio”.

A TAP fechou 2018 com prejuízos de 118 milhões de euros. Mas, mesmo neste contexto, a empresa pagou mais de 1,7 mil milhões de euros em prémios a quadros de topo, uma decisão que terá sido efetuada sem o conhecimento do Governo e em contraciclo com o que teria sido defendido pelos administradores da TAP em representação do Estado.

David Neeleman, do consórcio Atlantic Gateway, que é o maior acionista privado da TAP.

Na semana passada, em plena polémica dos prémios, o Expresso (acesso pago) noticiou que, apesar da distribuição multimilionária, existiu uma proposta anterior que previa o pagamento de prémios também à própria comissão executiva. Essa proposta, a efetivar-se, teria feito subir o montante global dos prémios atribuídos pela companhia relativos a 2018. De acordo com o jornal, a proposta caiu por oposição dos representantes do Estado no board da empresa.

A TAP é controlada em 50% pela Parpública, empresa da esfera do Estado português, 45% pelo consórcio privado Atlantic Gateway (de David Neeleman e Humberto Pedrosa, dono do grupo Barraqueiro) e 5% por outros pequenos acionistas. A entrada do Estado no capital da empresa deu-se em junho de 2017, por decisão do Governo de António Costa, numa operação que visou a reversão da privatização da companhia, levada a cabo pelo curto Governo anterior, de Pedro Passos Coelho.

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TAP recupera tráfego. Transporta mais 100 mil passageiros do que em 2018

A companhia aérea portuguesa TAP tinha registado uma quebra nos passageiros no primeiro trimestre do ano, mas recuperou o tráfego nos meses de abril e maio.

Depois de uma quebra no tráfego no arranque deste ano, que impediu crescimento no primeiro trimestre, a TAP recuperou em abril e maio. A companhia aérea portuguesa transportou mais 100 mil passageiros desde o início do ano até esta terça-feira, do que no mesmo período do ano passado.

Desde janeiro até 28 de maio, “a TAP transportou no total das suas linhas 4,9 milhões de passageiros”, indica a companhia, em comunicado. Inverte assim a tendência negativa do início do ano, que é justificada com o facto de, em 2018, “a semana da Páscoa, um dos períodos de pico de tráfego anual, ter sido ainda no primeiro trimestre do ano”. Neste ano esta festividade recaiu em abril.

Miguel Frasquilho, chairman da TAP, já tinha apontado ao ECO que o primeiro trimestre não tinha sido fácil para a transportadora, ainda que antecipando que as “perspetivas para o conjunto do ano” era “positivas”. Nos dois primeiros meses do ano, a TAP perdeu cerca de 62 mil passageiros.

A companhia aérea vai abrir, em junho, novas rotas para algumas cidades norte-americanas, como Chicago e S. Francisco, bem como para destinos europeus como Nápoles e Tenerife. Já em julho será possível ir de Lisboa para a capital guineense, e do Porto para Bruxelas. Finalmente, em outubro, vão abrir rotas do Porto para Lyon e Munique e de Lisboa para Banjul.

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Pilotos acusam TAP de os usar como “bode expiatório” para justificar prejuízos

  • Lusa
  • 26 Março 2019

SPAC recusa quaisquer "responsabilidades pelos maus resultados" da TAP e exige à administração da companhia que redima desta "afronta, reconhecendo o papel dos pilotos no sucesso" da empresa.

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) acusou a TAP de usar estes profissionais como “bode expiatório” para justificar os prejuízos de 118 milhões de euros que obteve em 2018.

Numa mensagem enviada aos associados e a que a Lusa teve acesso, o sindicato deu conta da sua “estupefação” face a “uma mensagem emitida pela Comissão Executiva da TAP, SGPS aos trabalhadores, bem como de notícias divulgadas pela Comunicação Social sobre os resultados de 2018 da TAP”.

Nessas comunicações, diz o SPAC, “são atribuídas aos pilotos responsabilidades pelos maus resultados da companhia”. O sindicato reitera que se trata de “afirmações falsas que visam branquear os erros de gestão e usar os pilotos como bode expiatório”.

Durante a apresentação de resultados, na semana passada, a TAP referiu que o total de custos operacionais avançou 14,7% em 2018, devido, sobretudo “à existência de custos de natureza extraordinária e não recorrente”.

“Os custos extraordinários com irregularidades são consequência do cancelamento de 2.490 voos que obrigaram ao aluguer de aviões de substituição com tripulações e ao pagamento de indemnizações a passageiros, no total de cerca de 41 milhões de euros, adiantou a TAP, em comunicado.

Posteriormente, “foram alcançados acordos sindicais que asseguram a paz social na empresa”, acrescenta.

O SPAC, por sua vez, garante que, no ano passado, os pilotos, “com prejuízo das suas vidas pessoais, viabilizaram a operação da TAP assente em pressupostos irrealistas face à dimensão do quadro de pilotos.

Conscientes disso, os pilotos nunca optaram por paralisar a sua atividade, mesmo durante o processo de negociação coletiva. Foi esta negociação que viabilizou a operação da TAP”, avança a estrutura sindical.

O SPAC indica ainda que “a paz social obtida pelos pilotos para os próximos quatro anos está a ser posta em causa por estas afirmações irresponsáveis e desajustadas da realidade”.

O sindicato termina a mensagem salientando que “este é o momento para a Comissão Executiva da TAP se redimir desta afronta, reconhecendo o papel e empenho dos pilotos no sucesso da empresa”.

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Chineses vendem participação na TAP por 49 milhões

  • Lusa
  • 15 Março 2019

O conglomerado chinês HNA anunciou a venda da participação de 9% que detinha na TAP através da Atlantic Gateway por 55 milhões de dólares. Foi vendida à Global Aviation Ventures e à brasileira Azul.

O conglomerado chinês HNA anunciou num comunicado ao mercado bolsista de Xangai a venda da participação de 9% que detinha na transportadora aérea portuguesa TAP através da Atlantic Gateway por 55 milhões de dólares norte-americanos (48,6 milhões de euros).

Mais de metade desta participação indireta na TAP foi vendida à Global Aviation Ventures LLC, um fundo norte-americano de capital de risco especializado no setor da aviação, por 30 milhões de dólares. O restante passou para as mãos da transportadora aérea brasileira Azul S.A. em troca de 25 milhões de dólares, segundo comunicado enviado à bolsa da China.

O grupo HNA explica que o negócio envolveu a venda de uma subsidiária chamada Hainan Airlines Civil Aviation, cujos únicos bens são uma participação de 20% na Atlantic Gateway, consórcio que detém 45% da TAP. O Estado português é dono de 50% da TAP, estando os restantes 5% do capital nas mãos dos trabalhadores.

A Azul foi criada pelo empresário brasileiro David Neeleman, que detém 40% da Atlantic Gateway. O grupo HNA chegou a ser também acionista da Azul, mas vendeu essa participação em agosto do ano passado a investidores institucionais norte-americanos.

O HNA tinha há menos de um mês aumentado de 12% para 20% a sua participação na Atlantic Gateway, numa altura em que já enfrentava problemas de liquidez. O grupo chinês tem vindo a alienar investimentos e a cancelar negócios, incluindo na indústria da aviação, que é o negócio fundamental da empresa.

Uma das subsidiárias do HNA, a Capital Airlines, inaugurou em julho de 2017 o primeiro voo direto entre a China e Portugal. No entanto, pouco depois de celebrar o primeiro aniversário do voo, a empresa anunciou a sua suspensão.

O HNA, que detém ainda importantes participações em firmas como Hilton Hotels, Swissport ou Deutsche Bank, está já sob supervisão de um grupo de credores, liderado pelo Banco de Desenvolvimento da China.

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TAP faturou 20 milhões com vendas online só no fim de semana

"Esse fim de semana a TAP vendeu 132% a mais do que o mesmo período do ano passado", anunciou o presidente da companhia, Antonoaldo Neves, nas redes sociais. Promoções mais agressivas ajudaram.

A TAP faturou perto 20 milhões de euros em vendas online no último fim de semana, anunciou o presidente da companhia aérea portuguesa, Antonoaldo Neves, na sua conta de Instagram, isto depois de ter lançado uma campanha promocional com quatro destinos de última hora com descontos de 20%.

“Esse fim de semana a TAP vendeu 132% a mais do que o mesmo período do ano passado. Vai lá a flytap.com e confere as tarifas excecionais! Vendendo muito. Obrigado, clientes! Parabéns, colaboradores TAP!”, revelou o gestor brasileiro que há pouco mais de um ano “aterrou” em Portugal para ocupar o lugar do compatriota Fernando Pinto na liderança da transportadora nacional.

Há um ano, entre os dias 22 e 24 de fevereiro (quinta-feira a sábado), a TAP tinha faturado apenas 8,6 milhões de euros, extrapolando do valor do aumento das vendas que é possível observar na imagem colocada por Antonoaldo Neves naquela rede social.

Este fim de semana a transportadora lançou uma promoção para quatro voos de última hora com 20% de desconto, com destinos entre Lisboa e Recife (Brasil), Genebra (Suíça), Nova Iorque (EUA) e Luanda (Angola). Por exemplo, um bilhete de avião entre a capital portuguesa e o destino de praia brasileiro que poderia custar 1.005,14 euros, esteve à venda por 815 euros. A promoção esteve disponível até este domingo.

Desde o início do mês que a companhia aérea tem estado bastante “agressiva” do ponto de vista comercial. Já teve bilhetes à venda para qualquer destino europeu ou africano a metade do preço no fim de semana de 8 a 10, também com viagens de última hora. Atualmente, a TAP tem em curso uma promoção na ponte aérea entre Lisboa e Porto com bilhetes desde 36 euros, campanha válida até final do mês.

A companhia prepara-se para apresentar resultados no próximo dia 15 de março. Conforme adiantou o ECO Insider em primeira mão, a TAP voltou aos prejuízos no ano passado, devendo ter apurado um resultado líquido negativo na ordem das dezenas de milhares de euros.

Em 2017, registou um lucro de 21,2 milhões de euros, mas as indemnizações por atrasos nos voos, o preço do petróleo, a contratação de pessoal terão pressionado as contas que à data em que o ECO publicou a notícia não estavam fechadas.

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TAP corta para metade preços dos bilhetes… mas só até domingo

  • ECO
  • 8 Fevereiro 2019

Até domingo, quem reservar viagens na TAP e cujo início aconteça até 28 de fevereiro beneficiará de um desconto de 50%. A campanha está sujeita à disponibilidade de lugares.

A TAP está em saldos. Até domingo, pode comprar passagens aéreas para dezenas de destinos por metade do preço. Isto à boleia da nova promoção da companhia aérea portuguesa, que funciona, contudo, apenas para viagens iniciadas até 28 de fevereiro. A campanha é válida para todas as tarifas e está sujeita à disponibilidade de lugares.

Esta campanha promocional foi lançada esta sexta-feira e estende-se até dia 10, cortando em metade o preço de todos os bilhetes para voos operados pela TAP para qualquer destino na Europa, África, América do Norte e do Sul.

Para aproveitar este desconto, os interessados têm, no entanto, de iniciar a suas viagens até 28 de fevereiro e regressar até 31 de dezembro de 2019. De notar que os cupões têm de ser usados obrigatoriamente aos pares, isto é, não é possível cortar o preço de um regresso sem aplicar o desconto à ida.

Além disso, não são permitidas alterações às reservas feitas à luz desta campanha, cujos descontos não são acumuláveis com outras promoções e estão sujeitos à disponibilidade de lugares e da tarifa pretendida (o corte no preço pode ser aplicado a todas as tarifas).

Nos últimos dias, a TAP já tinha lançado outras promoções: ofereceu vouchers de descontos a alguns passageiros e lançou vários voos europeus a partir de 26 euros (esse preço mínimo aplica-se a viagens para Barcelona ou Madrid a partir da capital ou do Porto).

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TAP compra dois aviões para reforçar ponte aérea entre Lisboa e Porto

  • ECO
  • 15 Novembro 2018

Compra de dois aviões para reforçar a ponte aérea entre Lisboa e Porto, vai permitir aumentar a oferta em quase 280 mil lugares. O objetivo é passar a estacionar na manga do aeroporto.

Em janeiro, a TAP vai passar a operar a ponte aérea entre Lisboa e Porto só com aviões Airbus. A empresa também acabou de comprar dois aparelhos para reforçar a ponte aérea entre Lisboa e Porto, anunciou Antonoaldo Neves, em entrevista ao Jornal de Notícias (acesso pago).

“Vamos fazer uma mudança grande que começou com o aumento do tempo de rotação das aeronaves, de 30 para 45 minutos. A partir de janeiro vamos passar a ponte aérea toda para aviões Airbus. Acabei de comprar duas aeronaves para fazer isso”, revelou Antonoaldo Neves. “Isso representa um aumento de quase 280 mil assentos. Vai melhorar muito o produto, porque a viagem vai diminuir em tempo e melhorar a experiência do cliente, com menos embarque a céu aberto. O nosso objetivo é passar a estacionar na manga do aeroporto, se possível”, acrescentou.

Instado a contabilizar as perdas da TAP devido aos constrangimentos em Lisboa, o responsável garante que são muito altas. “Falamos de dezenas de milhões por ano, de compensações a clientes por conta de atrasos e limitações”, avança. “Por não ter saídas rápidas do aeroporto, perco 0,8 minutos em cada descolagem da TAP e só isso dá mais de quatro milhões de euros por mês. Os nossos estudos mostram que, se houvesse investimento nas infraestruturas podíamos aumentar a pontualidade média em 65%, é muito baixa”, explica Antonoaldo Neves. “Estou a atrasar os meus voos, em média, mais sete minutos de atraso”, acrescenta.

Antonoaldo defende que a Portela ainda tem muito espaço para fazer crescer o terminal e pode aumentar a taxiway, as posições de estacionamento sugere Antonoaldo Neves.

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TAP recuperou mais de metade do capital retido em Luanda

  • ECO
  • 2 Outubro 2018

São cerca de 60 milhões de euros que a transportadora aérea nacional conseguiu repatriar para Portugal. Falta de divisas "prendia" 120 milhões em Angola.

A TAP já conseguiu retirar de Angola cerca de metade dos 120 milhões de euros que estavam retidos, no final do ano passado, por falta de divisas. O Público (acesso condicionado) revela que o processo foi conduzido ao longo de vários meses não tendo sido possível aferir o valor exato que a transportadora nacional conseguiu repatriar para Portugal.

A TAP tinha 80,8 milhões de euros aplicados em dívida de curto prazo do Estado angolano, porque não conseguiu retirar o dinheiro do país. Esta era a solução de ter o dinheiro aplicado num produto financeiro indexado ao dólar e não ao Kwanza. Agora estes pouco mais de 60 milhões de euros representam um alívio de tesouraria para a transportadora, a braços com elevados investimentos, nomeadamente compra de aviões e novas contratações. Recorde-se que a TAP se comprometeu a pagar mensalmente dez milhões de euros à banca para abater a dívida de 600 milhões que tem.

Além do montante investido em dívida pública angolana, a TAP também tinha depositado em Angola o equivalente a 41,6 milhões de euros e, de acordo com o Público, a origem do dinheiro repatriado terá sido maioritariamente dos depósitos já que os títulos do Tesouro têm um calendário próprio, sendo necessário deixar as obrigações chegar à maturidade para não perder o juro que lhes está associado.

Esta expatriação de capitais foi feita antes da visita de António Costa a Angola — a 17 e 18 de setembro –, servindo como um símbolo de desbloqueio das relações entre os dois países. António Costa conseguiu que o Estado angolano reconhecesse parcialmente as dívidas às empresas portuguesas, nomeadamente às construtoras, que no entanto, sofreram perdas avultadas dada a desvalorização do Kwanza.

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