Governo coordena fundos para apostar na economia circular

  • Lusa
  • 21 Março 2017

“Devemos estar prontos a utilizar os instrumentos de que dispomos para estimular os vários setores para que possam adotar mais práticas de economia circular”, defendeu o ministro da Economia.

O ministro da Economia está a coordenar esforços para apostar na economia circular. O Executivo está a “coordenar os fundos estruturais da área da economia” para criar programas que “deem mais competitividade às empresas, fazendo-as utilizar melhor as oportunidades que há na economia circular”.

Em causa está um pacote de medidas aprovado pela Comissão Europeia superior a seis mil milhões de euros. As metas são ambiciosas, como criar 400 mil novos postos de trabalho na Europa até 2020. Bruxelas estima ainda que as medidas de prevenção de resíduos, ecodesign, reutilização e outras ações “circulares” possam vir a gerar poupanças líquidas a rondar os 600 mil milhões de euros às empresas europeias, ou seja, cerca de 8% do total do seu volume de negócios anual. Só no setor da gestão de resíduos a aposta é criar 170 mil empregos diretos, para além de reduzir dois a 4% as emissões totais anuais de gases de efeito de estufa.

“Está-se também a promover a utilização dos fundos da área do ambiente para estimular e acelerar essa mudança. O que queremos são empresas mais competitivas e mais sustentáveis em termos económicos e ambientais”, referiu o ministro.

Está-se também a promover a utilização dos fundos da área do ambiente para estimular e acelerar essa mudança. O que queremos são empresas mais competitivas e mais sustentáveis em termos económicos e ambientais.

Manuel Caldeira Cabral

Ministro da Economia

Caldeira Cabral falava no Workshop ECO.PME que juntou no Terminal de Cruzeiros de Leixões PME, em Matosinhos, ‘startups’ (novas empresas com rápido potencial de crescimento), incubadoras, investigadores e institutos públicos na discussão sobre a economia circular aplicada ao setor empresarial.

Devemos estar prontos a utilizar os instrumentos de que dispomos para estimular os vários setores para que possam adotar mais práticas de economia circular”, defendeu Caldeira Cabral.

Para isso, propôs o ministro da Economia, “é preciso obviamente estar atento em cada setor, é preciso organizar e por as empresas a cooperarem mais, é preciso criar os incentivos certos, mas é também preciso que as empresas não fiquem dependentes ou de subsídios ou apenas de boa vontade”.

Sabemos que estas duas vias são muito vulneráveis a conjunturas económicas e sabemos que têm fortes limitações. Um sistema bem montado em que a própria competitividade das empresas sai reforçada é a melhor garantia de que a economia se generaliza e que se está a criar um sistema que contribui não só para a sustentabilidade ambiental, mas que é, ele próprio, sustentável em termos económicos”, sublinhou.

Em seu entender, “a economia circular tem de facto de afetar todo o círculo do produto […] A economia circular deve começar na concessão do produto, na utilização de materiais e na inovação, criando produtos que já estão pensados não apenas para servir um determinado fim, e depois pensa-se como reciclar o que resta desses produtos”.

“É preciso obviamente reduzir a utilização de materiais, quando isso é possível, é preciso aproveitar melhor os resíduos de produção – e temos ainda muitas indústrias com uma quantidade de resíduos não aproveitados muito grande -, é preciso criar toda uma cadeia de aproveitamento”, sublinhou.

O governante realçou que a economia circular é “um dos objetivos centrais” do programa Interface, lançado há pouco mais de um mês. Segundo explicou, este programa visa utilizar melhor o conhecimento das universidades, politécnicos e centros de investigação ao serviço das empresas.

 

Em termos gerais, no âmbito da Economia Circular, a implementação de medidas adicionais para aumentar a produtividade dos recursos em 30% até 2030 poderá aumentar o PIB em cerca de 1%, criando simultaneamente mais de dois milhões de postos de trabalho em comparação com a manutenção do cenário da situação atual, segundo a Comissão Europeia.

 

Já o ministro do ambiente sublinhou que é possível “alcançar um equilíbrio entre qualidade de vida e qualidade ambiental, sem comprometer salários ou padrões sociais, implica transformar o modo como fazemos, usamos e valorizamos os bens e serviços disponíveis”.

“A essa transformação chamamos economia circular”, disse Matos Fernandes. “Numa economia circular, os produtos são concebidos com zero desperdício e eliminando componentes tóxicos, podendo integrar materiais reciclados, desenhados para que seja fácil a reparação, a separação e reciclagem, uma e outra vez”, disse o ministro do Ambiente.

Numa economia circular, os produtos são concebidos com zero desperdício e eliminando componentes tóxicos, podendo integrar materiais reciclados, desenhados para que seja fácil a reparação, a separação e reciclagem, uma e outra vez.

Matos Fernandes

Ministro do Ambiente

Sublinhou que numa economia circular, devemos “fazer mais com menos” – mas garantir que o “menos” possa voltar à fábrica e ser atualizado ou remanufaturado, e colocado, outra vez, numa circulação rentável.

“Seremos mais produtivos, vendendo a qualidade, o desempenho e a durabilidade: ganha o produtor – que reduz custos e riscos com a aquisição de materiais, rentabiliza investimento, consegue a fidelização de clientes; ganha o consumidor, que obtém o melhor desempenho, pagando efetivamente por aquilo de que necessita”, salientou.

O ministro lembrou que as PME são 98% do tecido empresarial e, por isso, “uma força motriz de crescimento e emprego. E, apesar de muitas vezes existirem dificuldades técnicas ou financeiras que adiam a visão de longo prazo, é também entre as PME que emergem os novos modelos de negócio, inovação, flexibilidade e adaptabilidade”.

“Portugal deve agarrar esta ambição e não esperar que outros o façam primeiro para irmos atrás; quem começar hoje, irá, sem dúvida, liderar no amanhã. E nós estamos a fazer esse caminho”, frisou.

Referiu que o portal eco.nomia.pt tem informação sobre as políticas, exemplos, oportunidades de financiamento e ferramentas, e quer espoletar o diálogo através destes ‘workshops’ em áreas chave – na agricultura, construção, cidades ou consumo.

Apoiamos a I&D na conceção ecológica de produtos e serviços das empresas, majorando em 110% estas despesas para efeitos de IRCO Fundo Ambiental tem assegurado um milhão de euros em 2017 para apoiar a capacitação técnica na identificação destas oportunidades, conduzindo a planos de negócio que possam ser apoiados em fases subsequentes ou por outros mecanismos financeiros”, sustentou.

Segundo Matos Fernandes, “o FITEC tem 15 milhões de euros para projetos de interface entre centros tecnológicos, universidades e empresas para também acelerar esta transição”.

“Estamos a trabalhar com os ministérios da Economia, da Agricultura e da Ciência num plano de ações concretas para o curto prazo, que possam apontar o caminho e fazê-lo desde já. Queremos que este plano seja composto por medidas que possam ser adaptáveis e revistas periodicamente para rapidamente poder integrar as exigências e conhecimento desta matéria, em permanente evolução”, salientou.

O ministro do Ambiente acrescentou que “mais cedo ou mais tarde teremos de repensar a fiscalidade, o valor do capital natural, o modo como são feitas as demonstrações financeiras ou mesmo a forma como medimos o desenvolvimento económico”.

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Caldeira Cabral: 2017 arranca com “curva ascendente” devido à procura interna

  • Lusa
  • 18 Fevereiro 2017

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, garantiu que Portugal arrancou 2017 numa "curva ascendente" devido à procura interna e exportações.

O ministro da Economia disse hoje no Algarve que o ano de 2017 arranca com uma “curva ascendente” devido à procura interna, mas também à aceleração das exportações, que aumentaram nos últimos meses do ano passado. “Os dados de 2016 não estão ainda fechados, mas os dados até novembro dão uma melhoria na balança de bens e serviços de 900 milhões” de euros, o que corresponde a um aumento de 28%, referiu Manuel Caldeira Cabral, sublinhando que se trata de um crescimento que está a ser “puxado” não só pela procura interna, como externa.

Segundo aquele governante, que discursava durante o V Fórum Empresarial do Algarve, em Vilamoura, as exportações terão “um papel muito importante no reforço do crescimento em 2017” e o ano arranca “com uma curva ascendente, com um reforço, com uma aceleração e não com uma desaceleração”. O ministro da Economia sublinhou que este “ritmo de crescimento diferente” está a corresponder não a um desequilíbrio, mas “a um reforço do saldo positivo dos bens e serviços”, observando que os dados das exportações do ano passado indicam um crescimento de 7,8% em novembro e de 11,7% em dezembro.

Manuel Caldeira Cabral observou que os setores tradicionais de exportação voltaram a crescer – como a indústria agroalimentar, têxteis e calçado -, embora também tenham surgido novos setores, nomeadamente, as indústrias química e farmacêutica. O ministro da Economia atribui os resultados e as perspetivas positivas para 2017 ao facto de as empresas estarem a conseguir compensar as perdas que tiveram em alguns mercados com a entrada em novos mercados e de haver novas empresas a exportarem.

Apontando o turismo como um dos setores com grande peso neste crescimento, considerou que 2017 “tem todas as condições para ser um bom ano turístico”, com uma procura mais distribuída ao longo do ano e de todo o território.

“A retoma do crescimento que estamos a ter é uma retoma sólida, porque é uma retoma que tem uma parte de componente de procura interna (…) mas que tem também uma componente externa muito forte, com a aceleração das exportações e com perspetivas de crescimento das exportações e do investimento na indústria transformadora muito positivas para 2017″, concluiu.

O V Fórum Empresarial do Algarve decorre até domingo, com a presença dos ministros da Economia e das Finanças, dos secretários de Estado da Indústria e da Inovação, assim como de dirigentes de bancos e representantes do patronato e da Indústria, entre outros.

António Saraiva: Dívida Pública deve ser reestruturada, mas nas instâncias próprias

No mesmo evento, o presidente da Confederação Empresarial de Portugal (CIP) defendeu também a necessidade de a dívida pública portuguesa ser “reestruturada”, mas advertiu que isso deve ser feito longe do meio mediático e da luta político-partidária.

“Esta dívida tem que ser gerível. O problema é que temos uma enorme e pesada mochila às costas, chamada dívida pública, a par de outra, que é a dívida privada. Temos que tratar da dívida privada, reestruturando empresas, capitalizando-as, dando-lhes tempo, tornando viáveis as que são viáveis, mas que têm estruturas financeiras debilitadas neste momento, aliviando o [crédito] malparado da banca simultaneamente, e a dívida pública, que tem o peso de juros que estamos a pagar e tem que ser gerida”, afirmou António Saraiva.

O presidente da CIP fez estas afirmações aos jornalistas, à margem do Fórum Empresarial Algarve, e considerou que a dívida pública deve “ser resolvida de uma forma sensata, razoável, e se se quiser empregar o termo, reestruturada”, “Não na comunicação social, não na luta político-partidária, mas nas sedes próprias, com os interlocutores próprios e com a discrição que estas medidas exigem”, alertou.

António Saraiva disse que, quando se fala da reestruturação da dívida, “ela de alguma maneira tem vindo a ser feita, com os alongamento e de outras formas, por isso não se deve ter medo de dizer que esta pesada mochila nos está a arrastar para baixo”. “Temos que corajosamente a discutir e encontrar as melhores soluções. Não discutir o problema é manter o problema, se todos sentimos que o problema existe, vamos corajosamente enfrentá-lo”, propôs.

O dirigente da CIP voltou a insistir na necessidade de essa negociação com os credores internacionais “não ser feita debaixo das luzes dos holofotes e com ruídos à sua volta”. “Nos locais próprios, vamos discutir o problema e aliviar Portugal desta pesada mochila”, acrescentou.

Questionado sobre se nesta sua posição está mais próximo dos partidos da esquerda parlamentar, António Saraiva respondeu que “Portugal deve estar à frente de questiúnculas dessa natureza” política. “É Portugal que tem problemas e é para os problemas que temos que encontrar soluções”, disse.

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PME: Governo quer aumentar acesso às linhas de crédito

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2017

O Governo português quer abrir linhas de crédito para capitalizar empresas de maior dimensão. Agora só estão abrangidas as PME até 250 trabalhadores.

Tentar alargar os apoios do Portugal 2020 a empresas com mais de 250 trabalhadores é um dos objetivos que o Executivo fixou para a reprogramação do quadro comunitário, que vai acontecer este ano, anunciou o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, em declarações ao DN/Dinheiro Vivo. Mas esta intenção tem de ser negociada com Bruxelas.

É pena que este quadro atual não tenha conseguido manter o preceito em que 20% do apoio ia para empresas maiores. Temos de lutar para alargar estes apoios”, disse Caldeira Cabral, à margem de uma visita a empresas portuguesas na feira Ambiente, em Frankfurt. O Governo quer “lutar para que essas empresas possam ter pelo menos uma parte dos apoios, como existia no passado”, disse o responsável referindo-se às novas regras europeias que determinam que empresas a partir de 250 colaboradores já não são Pequenas e Médias Empresas (PME) e, como tal, não podem candidatar-se livremente ao Portugal 2020.

No âmbito do quadro comunitário agora em vigor, as grandes empresas apenas podem aceder ao Portugal 2020 para tentar obter apoios para projetos de inovação. Por exemplo, a Navigator, uma grande empresa que integra o PSI-20, está a investir em Cacia 121 milhões de euros na criação de uma nova linha de produção para papel tissue (para guardanapos, lenços de papel ou papel higiénico), incluindo a transformação em produto final — um montante totalmente elegível para apoios comunitários (42,16 milhões de euros).

O problema são as empresas que estão no limiar, ou seja, já não são médias empresas, mas ainda não têm um volume de negócios que lhes permita ter o correspondente desafogo financeiro.

Caldeira Cabral explicou que este alargamento de âmbito seria ao nível das linhas de financiamento do Programa Capitalizar exclusivamente reservadas para PME. A linha foi lançada em janeiro com uma dotação de 1,6 mil milhões de euros. “As empresas com mais de 250 trabalhadores não podem ser consideradas PME mas têm, no entanto, uma faturação inferior a 50 milhões de euros, que é o outro critério“, disse o ministro, o que deixa algumas empresas portuguesas de fora destas candidaturas a investimentos.

 

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Caldeira Cabral: “Janeiro foi um bom mês em termos de exportações”

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, garantiu esta sexta-feira que existem indicadores que apontam para que janeiro tenha sido "um bom mês em termos de exportações".

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, garantiu esta sexta-feira que, para Portugal, “janeiro foi um bom mês em termos de exportações”. “O crescimento das exportações em novembro e em dezembro do ano passado, mas já em todo o segundo semestre do ano passado, demonstram sinais muito positivos que se continuam a verificar, por exemplo, em janeiro deste ano”, indicou, à margem do 11º Encontro COTEC Europa, a decorrer em Madrid.

Declarações que surgem depois de o Instituto Nacional de Estatística ter divulgado esta quinta-feira que as exportações de bens aumentaram 0,9% no ano passado, uma desaceleração face ao crescimento de 3,7% que tinha sido registado em 2015. O valor ficou também aquém do das importações, que cresceram 1,2%, o que também corresponde a uma desaceleração face aos 2,2% que tinham crescido em 2015. Os dados mostram que este foi o pior crescimento das exportações portuguesas de bens desde 2009, ano em que contraíram 18,4%.

Questionado sobre a viabilidade de acelerar o crescimento económico, Caldeira Cabral disse ser “possível crescer mais”. “O crescimento já subiu para 1,6% no terceiro trimestre. Tivemos um dos maiores crescimentos em cadeia da União Europeia e no quarto trimestre, os números são muito promissores e demonstram que está a continuar a haver uma aceleração do crescimento ao longo de 2016 que queremos que se prolongue por 2017″, avançou.

Recorde-se que o próprio Presidente da República, na sua primeira grande entrevista após um ano de mandato, admitiu que Portugal iria superar a meta de crescimento fixada pelo Executivo em 1,2%. O crescimento, o ano passado poderá ter ficado em 1,3 ou 1,4%, porque tudo aponta para que, no quarto trimestre de 2016, a tendência de aceleração da economia se consolide.

No quarto trimestre, os números são muito promissores e demonstram que está a continuar a haver uma aceleração do crescimento ao longo de 2016.

Manuel Caldeira Cabral

Ministro da Economa

Acerca da saída do Reino Unido da União Europeia, o ministro da Economia salientou que “as empresas portuguesas têm relações há muito tempo com o Reino Unido e vão continuar a tê-las”, adaptando-se às “novas circunstâncias”. “As empresas estão atentas, estão a preparar planos de contingência como também no Governo estamos a trabalhar nesse sentido, mas há muito por definir e é um trabalho que tem de ser feito entre o Reino Unido e a União Europeia”, concluiu.

O ECO viajou para Espanha a convite da COTEC Portugal

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Ministro da Economia reitera que desemprego vai estar “claramente abaixo dos 10%”

  • ECO e Lusa
  • 7 Fevereiro 2017

Já não é só Mário Centeno que revê em baixa a previsão do desemprego para o ano de 2017. O ministro da Economia reiterou que o desemprego vai ficar abaixo dos dois dígitos já este ano.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, reiterou, esta terça-feira, em Paris, que “o desemprego deverá estar, ainda em 2017, claramente abaixo dos 10%”. Esta meta já tinha sido apontada esta segunda-feira pelo ministro das Finanças, tal como o ECO noticiou, já com a confirmação oficial do Ministério das Finanças.

“Todas as indicações que tivemos são de que o desemprego vai baixar dos 10%, deverá estar, ainda em 2017, claramente abaixo dos 10% e isso foi também o que aconteceu ao longo de 2016. A diminuição do desemprego e a criação de emprego surpreendeu todas as agências internacionais e é isso que está a acontecer neste momento”, declarou o ministro aos jornalistas, ao final da manhã.

Um documento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), divulgado esta segunda-feira, reconhece que o desemprego tem estado a cair, mas continua em “níveis desconfortavelmente elevados”, nos 10,5%, uma proporção que é de 26,1% entre os jovens.

Tendo em conta o “baixo crescimento”, mas também um salário mínimo mais elevado e a continuação da rigidez do mercado de trabalho, a OCDE antecipa que a queda do desemprego seja “muito mais lenta do que nos últimos dois anos” e que “é provável que o desemprego continue nos dois dígitos, entre os mais altos da União Europeia”.

Manuel Caldeira Cabral, que visitou a feira de matérias-primas para a fileira da moda Première Vision, que começou hoje e decorre até quinta, no Parque de Exposições de Paris-Nord Villepinte, nos arredores de Paris, afirmou, ainda assim, que o relatório sobre a evolução da economia portuguesa da OCDE “muito positivo para Portugal” e “destaca a evolução fantástica” nas contas públicas.

Todos os institutos internacionais estão a rever o crescimento português, mas estão a rever em alta. Há um ano, quando entrámos para o Governo, estavam todos a rever em baixa, estavam todos a reconhecer que havia uma desaceleração da economia portuguesa. Neste momento, estão a reconhecer que há uma aceleração da economia portuguesa”, disse.

A OCDE considera, ainda, que as reformas estruturais já feitas permitiram um “reequilíbrio da economia para as exportações”, sublinhando que Portugal exporta agora mais de 40% do Produto Interno Bruto (PIB), quando em 2005 as exportações representavam apenas 27%, mas alerta para que as exportações “vão crescer menos” do que nos anos anteriores, em parte devido à queda da procura da China e de Angola, ainda que “continuem a ser a força por trás do crescimento neste ano e no próximo”.

O titular da pasta da Economia sublinhou que “nas primeiras páginas” do relatório se “destaca muito a performance das exportações portuguesas” e se “demonstra claramente” que esse desempenho “desde 2005, portanto nos últimos dez anos, foi melhor do que, por exemplo, a performance das exportações alemãs”.

“Portugal conseguiu com essa performance das exportações passar de um país que tinha um défice externo bastante importante para um país que hoje tem um ‘superavit’ externo importante, 4 mil milhões, um ‘superavit’ que cresceu quase 30% face ao do ano passado”, declarou. O ministro da Economia visitou a feira Première Vision, esta manhã, a convite da Associação Têxtil de Vestuário de Portugal (ATP).

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Caldeira Cabral: Perguntas sobre Portugal mudaram radicalmente

O ministro da Economia revelou a "curiosidade que alguns investidores" revelaram em Davos em relação a Portugal e "uma visão mais positiva das perspetivas de crescimento" do país.

O ministro da Economia afirmou hoje que, entre a edição de 2016 e a de este ano do Fórum Económico Mundial, em Davos, a visão externa sobre Portugal mudou radicalmente e agora é “completamente positiva”, havendo confiança dos investidores.

“Estive aqui [em Davos] o ano passado e estive aqui este ano e as perguntas mudaram radicalmente. Enquanto no ano passado havia dúvidas, apreensão e algumas questões sobre estar a haver um arrefecimento económico, este ano de facto há uma visão completamente positiva sobre Portugal”, disse Manuel Caldeira Cabral em entrevista à agência Lusa, no balanço da participação portuguesa no Fórum Económico Mundial, que termina hoje na cidade suíça de Davos.

Enquanto no ano passado havia dúvidas, apreensão e algumas questões sobre estar a haver um arrefecimento económico, este ano de facto há uma visão completamente positiva sobre Portugal.

Caldeira Cabral

Ministro da Economia

De acordo com o ministro da Economia “há uma confiança grande no trabalho que foi feito nas contas públicas, mas há também uma visão mais positiva das perspetivas de crescimento do país com os dados que temos das exportações, do turismo, do emprego”.

Caldeira Cabral destacou ainda a mudança de clima em Davos com questões mundiais como o Brexit, Donald Trump como Presidente dos Estados Unidos e as várias eleições que vão ocorrer na Europa, sendo evidente a visão que Portugal “apresenta uma solução governativa estável e é um país aberto”.

“Essa foi a mensagem que passámos, mas que aparecia no tipo de perguntas que era feito, na curiosidade que alguns investidores demonstravam e isso de facto é muito diferente do clima que encontrámos o ano passado, que ainda era um clima em que de Portugal falava-se principalmente ainda do ajustamento, da crise”, recordou.

Na opinião do ministro, Portugal veio “a Davos num momento muito bom” e “numa altura muito positiva para a economia portuguesa”, tendo estado o Governo representado nesta cimeira ainda pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos.

Na quinta-feira, em entrevista à agência Lusa, António Costa tinha revelado que na reunião bilateral que manteve com a diretora-geral do FMI, o Governo recebeu uma mensagem de congratulação pelos resultados obtidos e trabalho desenvolvido.

Caldeira Cabral explicou que ao longo dos dias que esteve neste fórum — que começou na terça-feira e termina hoje — manteve “encontros muito interessantes”, que agora terão consequências práticas.

“Alguns convidámos a vir a Portugal, outros ficámos de enviar dossiês com informação e a outros despertámos o interesse em investir em áreas tão diferentes como o turismo, as empresas de tecnologia ou a área de biotecnologia farmacêutica. Alguns destes encontros que tivemos aqui vão ter já ‘follow up’ marcado com encontros em Lisboa com investidores que vêm ao nosso país”, revelou.

Alguns convidámos a vir a Portugal, outros ficámos de enviar dossiês com informação e a outros despertámos o interesse em investir em áreas tão diferentes como o turismo, as empresas de tecnologia ou a área de biotecnologia farmacêutica. Alguns destes encontros que tivemos aqui vão ter já ‘follow up’ marcado com encontros em Lisboa com investidores que vêm ao nosso país.

Caldeira Cabral

Ministro da Economia

No entanto, para Caldeira Cabral “há uma outra parte, mais ampla, dos investidores que investem em dívida, no capital das empresas portuguesas”, sendo importante ter visibilidade com uma imagem positiva.

Já na entrevista que deu esta quarta-feira à Bloomberg, o ministro sublinhou, precisamente, os números positivos que a economia portuguesa registou: “O défice mais baixo dos últimos 40 anos, o crescimento do último trimestre [terceiro trimestre] de que temos dados foi o mais elevado da União Europeia, devemos focar-nos nos números positivos”.

Questionado sobre se Portugal vai cumprir a exigência de Donald Trump para que todos os países membros da NATO gastem 2% do PIB em defesa., Caldeira Cabral fugiu à questão lembrando que Portugal tem “de trabalhar com a nova Administração, tal como trabalhou com a anterior” — uma mensagem repetida depois pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augustos Santos Silva. “Somos aliados dos Estados Unidos há muito tempo“, acrescentou o ministro da Economia. “Portugal colaborou muito com os estados Unidos na NATO, mas também no comércio e no investimento”.

“Estamos apenas a começar. Vamos esperara para ver”, rematou Caldeira Cabral.

Estamos apenas a começar. Vamos esperara para ver [sobre Donald Trump]

Caldeira Cabral

Ministro da Economia

Grande parte da entrevista foi dedicada aos efeitos do Brexit e às declarações de Theresa May, que clarificou a posição do Reino Unido a favor de um hard brexit. Caldeira Cabral explicou que “a posição de Portugal está a ser negociada e depende da posição do Reino Unido”. “A liberdade de circulação de bens tem de estar ligada à liberdade de circulação de pessoas. As liberdades do mercado comum são parte de um todo e não podem ser separadas: quero isto não quero aquilo”, alerta o responsável português.

Caldeira Cabral defende que “é positivo para o Reino Unido que, mesmo fora da UE, se mantenha dentro do mercado comum”.

Confrontado com o aumento do populismo na Europa, Caldeira Cabral defendeu que “a UE tem de ter um papel importante no mundo, tem de ser uma força estabilizadora”, “uma base para a luta pela liberalização comercial”.

 

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Caldeira Cabral vai a Davos contar a história de um Portugal sem défice excessivo e a crescer

  • Margarida Peixoto e Lusa
  • 15 Janeiro 2017

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, quer levar uma mensagem positiva sobre Portugal ao Forum de Davos. Vai dizer que Portugal deixará de ter défice excessivo e que cresceu acima da Europa.

Um Portugal sem défice excessivo e no topo do crescimento da União Europeia. É esta a história que o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, vai contar ao Fórum de Davos, onde estará entre 18 e 20 de janeiro.

“Este ano vamos a Davos com uma mensagem mais positiva, de um país que está a sair de um problema de défice excessivo, uma mensagem do país que teve no terceiro trimestre do último ano o melhor crescimento da União Europeia, uma mensagem do país que também está a desenvolver políticas de atração de investimento, políticas de apoio ao empreendedorismo e às startups”, revelou Caldeira Cabral, à Lusa.

Em 2016, quando o Executivo também esteve em Davos pouco depois de tomar posse, a estratégia foi apresentar as linhas do Programa do Governo, apontando para a promessa de um país futuro. Agora, Caldeira Cabral quer mostrar dados que suportem essa visão do país.

“Nessa altura tínhamos um Governo novo, foi importante apresentar o que eram as linhas do programa do nosso Governo, quais eram as apostas, dar confiança aos investidores em Portugal”, relembrou o ministro.

O objetivo, garante Caldeira Cabral, é “atrair para Portugal mais investimento”. Até porque o ministro estará com os presidentes executivos de algumas das maiores empresas mundiais.

O primeiro-ministro, António Costa, e o secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, também vão estar presentes, para dar mais força à ida de Portugal a Davos. Caldeira Cabral adiantou que Costa terá “uma série de encontros muito interessantes com outros líderes mundiais”.

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Para 2017, Caldeira Cabral quer “um ano ainda melhor”

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2016

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, indicou que o Governo vai "continuar a trabalhar para que 2017 possa ser melhor do que 2016". Fala de investimento, de fundos comunitários e de turismo.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, apontou esta sexta-feira para o maior equilíbrio do crescimento da economia portuguesa este ano, assente no aumento da procura interna mas também das exportações, considerando que 2017 pode ser um ano ainda melhor. “Estamos a continuar a trabalhar para que 2017 possa ser melhor do que 2016. 2016 foi melhorando ao longo do ano e o que queremos é que 2017 seja um ano ainda melhor”, afirmou o governante em declarações à Lusa.

E realçou: “Em 2016 conseguimos ter uma aceleração do crescimento ao longo do ano: no segundo trimestre crescemos mais do que no primeiro e no terceiro trimestre crescemos mais do que no segundo. Tivemos um crescimento mais equilibrado, que foi puxado pela procura interna, mas também pelas exportações. E neste terceiro trimestre as exportações tiveram um papel muito importante”.

Caldeira Cabral apontou também para “a forte afirmação do investimento em alguns setores como o automóvel, com novos projetos de quase todas as grandes empresas que” estão no país, como a Volkswagen, o Grupo PSA, a Renault, todos a anunciarem grandes investimentos, e com empresas como a Bosh e a Continental, também dessa fileira, a fazerem grandes investimentos”.

Segundo o ministro, “há também um padrão de investimento diferente”, que assenta não só na produção, mas também na inovação, com Caldeira Cabral a apontar para os investimentos significativos em centros tecnológicos feitos por empresas como a Bosh, a Siemens ou a Altice.

“São investimentos que trazem para Portugal não só produção, mas também a parte da conceção, inovação e desenvolvimento de produtos, e que demonstram que Portugal neste momento não é visto como um país de mão-de-obra barata, mas antes como um país que pode ser muito competitivo e ser um lugar muito atraente para produzir para o mundo em setores mais exigentes, em áreas de produção que requerem engenharia e capacidade de inovação. Portugal está a dar uma boa resposta”, assinalou.

Caldeira Cabral também salientou o reforço dos fundos comunitários, feito para acelerar o investimento, considerando que o ministério que tutela deu “uma boa resposta”. De acordo com o responsável, o Governo estava empenhado em ter até ao final do ano 450 milhões de euros destes fundos nas empresas e essa meta já foi ultrapassada. “Já ultrapassámos 460 milhões de euros e estamos a continuar a dar apoios às empresas”, destacou.

“O que é importante é verificar que as empresas estão de facto a confiar em Portugal e a investir em áreas tão diferentes como o setor automóvel ou o setor aeronáutico, o setor do calçado, o setor têxtil, no agroalimentar também há muitos investimentos interessantes e alguns de origem estrangeira e com volumes consideráveis”, acrescentou. E salientou também a importância do setor do turismo para a economia portuguesa, isto, num ano em que todos os recordes vão ser batidos.

“No turismo, temos centenas de hotéis neste momento a serem construídos ou renovados, e estamos a ter um ano recorde. 2016 vai ser o melhor ano de sempre e vai ser um ano com um crescimento muito forte e que, como se viu nos últimos números de outubro, está a haver um crescimento principalmente no que era a época baixa”, vincou. Mais, o ministro realçou que o turismo “está a crescer também em regiões que não tinham tanta intensidade turística”, apontando para a região Norte e a Região Autónoma dos Açores.

“É interessante ver que o turismo se está a espalhar ao longo de todo o ano, invertendo um pouco a tendência de sazonalidade que existe no setor, e isso é muito importante para a estabilidade no emprego, para o reforço da formação e para o investimento. Mas está também a espalhar-se por todo o território”, rematou.

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Celtejo investe 85,3 milhões na fábrica de Vila Velha de Ródão

  • ECO
  • 22 Dezembro 2016

A fábrica de pasta de papel da Altri, em Vila Velha de Ródão, vai investir 85,3 milhões de euros num novo projeto para introdução de inovações no processo de produção de pasta de papel ‘tissue'.

Instalações da Celtejo em Vila Velha de Ródão.
Instalações da Celtejo em Vila Velha de Ródão.António José/LUSA 22/03/2007

O investimento de 85,3 milhões de euros na fábrica de Vila Velha de Ródão, no distrito de Castelo Branco, prevê a criação, até 2020, de 11 postos de trabalho altamente qualificados, cerca de 400 postos de trabalho indiretos e a manutenção de 197 postos de trabalho na empresa.

A minuta do contrato de investimento foi publicada esta quinta-feira em Diário da República e revela os detalhes deste investimento que foi aprovado no Conselho de Ministros da semana passada em conjunto com outros cinco investimentos de grandes empresas — 215 milhões de euros no total.

“O montante de investimento em causa ascende a cerca de 85,3 milhões de euros, prevendo-se com este projeto alcançar, no ano de 2025, um volume de vendas de pasta de papel, expresso em toneladas, de cerca de 2,5 milhões, e um valor acrescentado bruto de cerca de 331,9 milhões de euros, ambos em valores acumulados desde de 1 de janeiro de 2016“, lê-se no documento, assinado pelo ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, e pelo secretário de Estado da Internacionalização, Jorge Costa Oliveira.

O projeto de investimento é feito ao abrigo do Sistema de Incentivos à Inovação Empresarial e Empreendedorismo (Inovação Produtiva Não PME), para a introdução de inovações no processo de produção de pasta de papel ‘tissue’, sendo que o objetivo passa pelo aumento da eficiência produtiva e melhoria da performance e monitorização industrial. Isto significa que o projeto é financiado por fundos europeus, que no caso da Celtejo são de 21,37 milhões de euros, tal como o ECO avançou ontem.

“A introdução destas inovações ao nível do processo de produção contribuirá para aumentar a capacidade produtiva da Celtejo, que passa de 218 mil toneladas/ano de pasta de papel em 2014 para 267 mil toneladas/ano em 2020, o ano pós-projeto”, lê-se no despacho.

As inovações a aplicar vão ainda permitir que a fábrica fique dotada, na fase de conclusão do investimento, de um dos cinco equipamentos de topo a nível mundial no que respeita à eficiência energética e ao impacto da atividade nas emissões de dióxido de carbono, óxido de nitrogénio e dióxido de enxofre.

“Dado o seu impacto macroeconómico, considera-se que o projeto reúne as condições necessárias à concessão de incentivos financeiros previstos para os grandes projetos de investimento, o que justificou a obtenção, em 19 de abril de 2016, da pré-vinculação (…) ao Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (COMPETE 2020) quanto ao incentivo máximo a conceder”, refere o despacho.

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), em representação do Estado, e a Celtejo, concluíram a negociação do contrato de investimento e acordaram a minuta final.

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EUA interessados em investir em startups portuguesas de saúde

  • Lusa
  • 21 Dezembro 2016

Há empresas norte-americanas interessadas em investir em startups portuguesas da área da saúde, anunciou o ministro da Economia. Alguns negócios podem ser concretizados em janeiro.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirma que há empresas norte-americanas interessadas em investir em ‘startups’ portuguesas da área da saúde, devendo alguns negócios estar concretizados em janeiro do próximo ano.

Este é o resultado de uma deslocação de Manuel Caldeira Cabral a Boston, nos Estados Unidos, na qual se fez acompanhar de cinco empresas portuguesas do ramo da biotecnologia para participar no Portugal Day at Mass Bio, organizado pelo Massachussetts Biotechnology Council.

Numa resposta escrita enviada à Lusa, Caldeira Cabral fez um balanço muito positivo deste evento, que “despertou um forte interesse nas empresas de Boston para investir na área da saúde em Portugal, tendo servido para divulgar os projetos das ‘startups’ portuguesas da área da saúde no que é o maior centro mundial de investigação e de empresas na área da saúde e biotecnologia”.

Segundo o membro do Governo, “o encontro entre as empresas portuguesas e investidores abriu ainda perspetivas para a concretização de investimentos de empresas americanas em empresas portuguesas da área da biotecnologia, havendo já empresas americanas a concretizarem e a avançar para a fase final de negociações”.

Esta foi também, segundo Caldeira Cabral, “uma oportunidade para divulgar o trabalho que está a ser feito nas universidades e hospitais portugueses e das perspetivas que se abrem de colaboração com os Estados Unidos de projetos conjuntos de valorização do conhecimento transformando-o em produtos e serviços inovadores”.

Nesta viagem a comitiva visitou ainda empresas que estão a considerar investir em Portugal, nomeadamente, na área laboratorial e de inovação, “tendo sido revelados alguns casos que podem ser concretizados já no início de janeiro, quer de entrada de capital norte-americano em empresas portuguesas, quer de segundas rondas de investimento em empresas que já contam com investimento de fundos dos Estados Unidos”, revelou o ministro da tutela.

Este evento foi organizado em parceria com o Ministério da Economia, a embaixada dos Estados Unidos em Portugal, a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) e a Portugal Ventures.

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Ministro da Economia justifica imposto sobre refrigerantes com “razões de saúde”

  • Lusa
  • 16 Outubro 2016

Ministro da Economia justifica que os impostos sobre refrigerantes "têm a ver com razões de saúde e que têm sido adotados em muitos países".

Manuel Caldeira Cabral escusou-se a fazer comentários sobre o Orçamento do Estado de 2017 (OE/2017), justificando que a sua presença em Paris visa “apoiar os exportadores do setor agroalimentar” e que “não há nenhuns novos impostos às empresas que estão a exportar neste setor”.

“Aqui estamos a falar de exportação e estamos a falar de impostos que vão afetar uma gama de produtos muito pequena e não são propriamente produtos agroalimentares. São produtos da área das bebidas e que têm a ver com razões de saúde e que têm sido adotados em muitos países”, declarou o ministro da Economia aos jornalistas na feira internacional do setor agroalimentar SIAL, que começou hoje e decorre até 20 de outubro, em Paris.

O ministro da Economia acrescentou que se trata de impostos “sobre o consumo em Portugal e que afetam um conjunto de bebidas que são, até a maior parte delas, importadas, mas algumas serão também portuguesas”.

De acordo com a proposta de Orçamento do Estado de 2017, apresentada na sexta-feira, o Governo quer taxar os refrigerantes através do Imposto sobre o Álcool e Bebidas Alcoólicas (IABA), encarecendo as bebidas açucaradas até 16,5 cêntimos por litro, e consignar a receita obtida com este imposto à “sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde”.

Amândio Santos, presidente da Portugal Foods, uma associação formada por empresas e outras entidades que representam o setor agroalimentar português, disse, à Lusa, que o imposto penaliza as empresas que já têm “uma consciencialização em adaptar os produtos aos níveis de açúcar e sal adequados às preocupações da saúde”.

“Um imposto – quando existe um investimento das empresas para adaptar os produtos a estas preocupações de alimentação e da saúde – naturalmente vem penalizar este processo que, por si só, já é um esforço importante das empresas ao nível da inovação e do desenvolvimento dos produtos”, considerou o presidente da associação que representa 50 expositores portugueses numa feira que conta com uma centena de participantes lusos.

O Governo apresentou na sexta-feira o Orçamento do Estado para 2017 que prevê um crescimento económico de 1,5%, um défice de 1,6% do Produto Interno Bruto (PIB), uma inflação de 1,5% e uma taxa de desemprego de 10,3%.

Para este ano, o executivo liderado por António Costa piorou as estimativas, esperando agora um crescimento económico de 1,2% e um défice orçamental de 2,4% do PIB.

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Governo ainda não sabe o que fazer com ex-gestor do Compete

O Supremo Tribunal Administrativo decidiu que demissão de Vinhas da Silva foi ilegal. Governo ainda não decidiu o que fazer porque ainda não foi formalmente informado.

O Supremo Tribunal Administrativo confirmou que o ex-presidente do Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (Compete), Rui Vinhas da Silva, foi demitido ilegalmente pelo Executivo, avançou hoje o jornal i. Mas o Governo ainda não sabe o que vai fazer porque não foi formalmente informado da decisão, confirmou o ECO.

“Temos de olhar para a decisão e para os argumentos antes de tomar uma decisão”, disse ao Eco fonte oficial da Presidência do Conselho de Ministros, acrescentando que “o Executivo ainda não foi formalmente informado da decisão”. Apesar de o Compete estar sob a tutela do Ministério da Economia, e de Vinhas da Silva se ter recusado a abandonar o cargo até o ministro Manuel Caldeira Cabral lhe comunicar a decisão formalmente, o tema é tratado por Maria Manuel Leitão Marques, já “que a demissão de Vinhas da Silva foi decidida em Conselho de ministros”, explicou ao ECO fonte oficial do Ministério da Economia.

O ex-gestor do Compete — nomeado na sequência de um parecer da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) pelo Executivo de Pedro Passos Coelho — soube da decisão do seu afastamento pela comunicação social e, como se recusou a sair, acabou por se ver impedido de entrar no edifício, conta o i na sua edição desta sexta-feira. Para o seu lugar foi promovido Jaime Andrez, que já ocupava o lugar de vogal no Compete 2020. Houve um momento em que o organismo público chegou a ter dois presidentes. Rui Vinhas da Silva estava num gabinete e Jaime Andrez noutro.

O Executivo ainda não foi formalmente informado da decisão.

Fonte da Presidência do Conselho de Ministros

A designação de Jaime Andrez foi oficializada num despacho publicado em Diário da República, onde também constavam os dois novos vogais (Fernando Lopes Alfaiate e Alexandra Vilela, que foi reconduzida). Também no site do organismo eram já estes os nomes que figuravam na comissão diretiva.

Paulo Graça, advogado do gestor, explicou ao i que está agora em causa uma indemnização “avultada” e garantiu que o próximo passo vai ser “apresentar a conta”. “O Supremo Tribunal Administrativo confirmou que não houve nenhum ato de demissão. Ou seja, é evidente que foi nomeado um novo gestor sem que o professor Rui Vinhas da Silva tenha sido demitido”. E acrescentou: “O Conselho de Ministros não tinha fundamentos para o demitir. Não havia nenhum motivo legal para a demissão. E a indemnização ainda vai ser maior por isso.”

Segundo o texto da resolução, a principal razão para substituir o responsável pela estrutura que gere 6,2 mil milhões de fundos comunitários do Portugal 2020 foi garantir que a gestão, acompanhamento e execução deste programa operacional se desenvolvessem num quadro favorável à prossecução dos objetivos e prioridades vertidas no Acordo de Parceria Portugal 2020, “designadamente de estímulo ao crescimento e à criação de emprego, de relançamento da economia e de reforço da capacidade de investimento das empresas portuguesas”.

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