Wall Street avança com ajuda da Fed e Trump

Banca esteve em grande destaque, beneficiando da expectativa do mercado de que a Fed volte a subir juros em dezembro. O plano de redução dos impostos de Trump também ajudou Wall Street.

Dia bastante positivo em Wall Street e em particular para o setor financeiro, que foi impulsionado pelas expectativas de que uma subida das taxas de juro da Reserva Federal norte-americana em dezembro vai ajudar o negócio dos bancos. A reforma fiscal de Trump também contribuiu para o sentimento positivo do outro lado do Atlântico.

Neste cenário, o índice de referência mundial S&P 500 valorizou 0,41%, enquanto o industrial Dow Jones somou 0,25%. Melhor desempenho registou o tecnológico Nasdaq, que avançou 1,15%.

“A notícia é que a Fed vai continuar a subir as taxas de juro gradualmente”, referiu Art Hogan, estratega da Wunderlich Securities, citado pela agência Reuters.

Esta terça-feira, a presidente da Fed, Janet Yellen, disse que o banco central americano precisa de continuar a subir os juros de forma gradual e que seria imprudente deixar as taxas inalteradas até que a inflação atinja os 2%.

“Isto significa que dezembro ainda está em cima da mesa e essa expectativa está a ser considerada pelos investidores. Tens a yield das obrigações a 10 anos a subir provavelmente para perto dos 2,5% e isso é bom para o setor financeiro”, sublinhou Hogan.

As ações do Bank of America subiram 2,42%. Também o JPMorgan Chase e o Citigroup avançaram 1,57% e 1,87%, respetivamente.

"A notícia é que a Fed vai continuar a subir as taxas de juro gradualmente. Isto significa que dezembro ainda está em cima da mesa e essa expectativa está a ser considerada pelos investidores. Tens a yield das obrigações a 10 anos a subir provavelmente para perto dos 2,5% e isso é bom para o setor financeiro.”

Art Hogan

Estratego da Wunderlich Securities

Por outro lado, o presidente norte-americano Donald Trump apresentou esta quarta-feira uma proposta de reforma fiscal que inclui uma descida do IRC para 20%, o fim do imposto de sucessão e a redução para três dos escalões no IRS. O programa tem como título ‘Plano unificado para corrigir o nosso falido código fiscal’, e foi apresentado como a maior reforma fiscal desde 1980.

“É melhor do que um documento de uma página mas não é claramente um plano fiscal abrangente”, sublinhou o mesmo analista à Reuters.

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Trump diminui impostos para os mais ricos… e para as empresas

  • ECO
  • 27 Setembro 2017

Depois de falhar na substituição do Obamacare, a prioridade de Donald Trump passa a ser a reforma fiscal que prometeu na campanha. Esta quarta-feira divulga os pormenores.

O presidente dos Estados Unidos deverá anunciar esta quarta-feira quais são os seus planos para a reforma fiscal. Segundo a imprensa norte-americana, a ideia é apresentar a reforma como um “grande corte de impostos” para os norte-americanos. Contudo, as medidas avançadas até ao momento passam por diminuir a carga fiscal aos contribuintes com mais rendimentos e às empresas, agravando-a nos contribuintes com menos rendimentos.

De acordo com o site Axios, medida passa por aumentar o imposto de 10% para 12% para os contribuintes com menos rendimentos e diminuir a taxa mais alta do imposto de 39,6% para 35% nos contribuintes com mais rendimentos. Quanto às empresas, o IRC pode cair dos atuais 35% para os 20%a ideia inicial era de 15%. Além disso, os dividendos dos acionistas serão menos taxados: os atuais 39,6% vão passar para 25%, avança a Bloomberg.

Já a Reuters avança que o presidente mostrou interesse em conseguir uma reforma bipartidária, ou seja, de conseguir o apoio do Partido Democrata. Esta seria uma forma de conseguir garantir uma vitória legislativa, depois de ter falhado na substituição do Obamacare.

A reforma fiscal foi desenvolvida durante os últimos seis meses entre a Casa Branca e os congressistas republicanos, excluindo a participação dos democratas. Segundo a agência de notícias, Trump terá dito que a reforma fiscal será “uma grande diminuição de impostos” para a classe média e que seria melhor ter o apoio dos democratas nesta mudança.

O sistema fiscal norte-americano não sofreu nenhuma reforma profunda desde 1986, altura em que a presidência era ocupada pelo republicano Ronald Reagan. Esta reforma de Donald Trump tem, no entanto, ainda uma falha: não se sabe como é que a Casa Branca pretende compensar a esperada queda da receita fiscal nos próximos anos de forma a ter Orçamentos de Estado equilibrados.

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Trump diz que pode ser preciso destruir totalmente a Coreia do Norte

  • ECO e Lusa
  • 19 Setembro 2017

Se for necessário para defender os EUA ou os seus aliados, Trump diz que não haverá alternativa que não "destruir totalmente a Coreia do Norte", num discurso perante as Nações Unidas.

Na sua primeira intervenção perante as Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump ameaçou vir a “destruir totalmente” a Coreia do Norte se for necessário para se proteger ou aos seus aliados. Num discurso que durou mais de 40 minutos, o presidente dos EUA afirmou que o “mundo inteiro” está ameaçado pela Coreia do Norte.

“Se os muitos bons não confrontarem os poucos malévolos, o mal vai triunfar”, acrescentou Donald Trump, apelando aos outros Estados-membros das Nações Unidas para se juntarem no combate ao regime de Kim Jong-Un. Reforçando que esperava que não fosse necessário destruir o país, repetiu que o faria.

O presidente dos Estados Unidos também repetiu o seu discurso habitual dentro de fronteiras: iria sempre pôr “a América primeiro”, e aconselhou os outros países a fazerem o mesmo.

Guterres alerta para risco de guerra nuclear

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou antes da intervenção de Donald Trump que a ameaça nuclear está “ao nível mais alto desde a Guerra Fria” e avisou as partes envolvidas na crise da Coreia do Norte que “conversa inflamável pode conduzir a mal-entendidos fatais”. “As ansiedades globais sobre armas nucleares estão ao nível mais alto desde a Guerra Fria”, disse Guterres no seu primeiro discurso como secretário-geral da ONU durante uma Assembleia-Geral da organização.

Sobre a Coreia do Norte, disse que o uso das armas nucleares é “impensável”, mas que o medo “não é abstrato”. Sublinhou que “apenas a unidade pode conduzir à desnuclearização da Península da Coreia e criar uma oportunidade para uma relação diplomática que resolva a crise”. Sobre a retórica de guerra entre os EUA e o país de Kim Jong-un, o português avisou que “conversa inflamável pode conduzir a mal-entendidos fatais”.

“O nosso mundo está em problemas. As pessoas estão a sofrer e zangadas. Veem a insegurança a aumentar, a desigualdade a crescer, o conflito a espalhar-se e o clima a mudar”, disse o secretário-geral. “Somos um mundo em pedaços. Precisamos de ser um mundo em paz”, continuou, num discurso em que foi alternando entre inglês, francês e espanhol. “A confiança entre os nossos países está a ser levada para baixo por aqueles que demonizam e dividem”, defendeu.

Guterres enumerou depois as sete grandes ameaças que o mundo enfrenta: o risco de conflito nuclear, o terrorismo internacional, conflitos por resolver e violações da lei humanitária internacional, mudanças climáticas, aumento da desigualdade, insegurança cibernética e a crise de refugiados.

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Donald Trump: “A política de apaziguamento com a Coreia do Norte não funcionará”

  • ECO e Lusa
  • 3 Setembro 2017

Segundo a KCTV, o ensaio nuclear, o sexto conduzido pelo regime de Pyongyang, foi ordenado pelo líder norte-coreano, Kim Jong-un. China, Rússia, França, Alemanha e EUA já reagiram.

O presidente dos Estados Unidos defendeu este domingo que “a política de apaziguamento com a Coreia do Norte não funcionará“. “Eles só percebem uma coisa”, escreveu Donald Trump, no Twitter, em reação ao teste nuclear de Pyongyang.

“A Coreia do Norte é uma nação desonesta que se tornou uma grande ameaça e um embaraço para a China, que está a tentar ajuda mas com pouco sucesso”, acrescente o Trump, confirmando que estas ações dos norte-coreanos são hostis e perigosas para os Estados Unidos.

Trump adiantou ainda que os EUA estão a ponderar suspender “todo o comércio” com qualquer nação que faça trocas comerciais com a Coreia do Norte. “Os Estados Unidos estão a considerar, para além de outras opções, suspender todo o comércio com qualquer país que faça negócios com a Coreia do Norte”, escreveu Donald Trump no Twitter.

A mensagem surge horas depois de o chefe de Estado norte-americano ter respondido “vamos ver” à pergunta sobre se estaria disposto a atacar o país que esta madrugada anunciou ter testado, com sucesso, uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental.

Já antes o Governo dos Estados Unidos tinha admitido avaliar a criação de novas sanções contra a Coreia do Norte, na sequência do último teste nuclear realizado pelo regime norte-coreano, afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin. “Podemos fazer muito para isolá-los [à Coreia do Norte] economicamente, muito mais do que já fizemos”, frisou Steven Mnuchin, numa entrevista à cadeia televisiva americana Fox.

UE considera “grande provocação” novo teste nuclear da Coreia do Norte

A União Europeia considerou uma “grande provocação” e uma “grave ameaça à segurança regional e internacional” o novo teste nuclear feito pela Coreia do Norte. Em comunicado, a chefe da diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, disse que o ensaio nuclear é uma violação “direta e inaceitável” das obrigações internacionais de Pyongyang, que não pode produzir nem testar armas nucleares, segundo as resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A chefe da diplomacia da União Europeia reiterou que a Coreia do Norte deve pôr fim a todas as atividades relacionadas com armas de destruição maciça e adiantou que, esta segunda-feira, se reúne com Yukiya Amano, o líder da Agência Internacional de Energia Atómica, para debater o tema.

Macron pede reação “com maior firmeza”

O presidente de França, Emmanuel Macron, apelou este domingo à comunidade internacional para reagir “com a maior firmeza”, após o novo ensaio nuclear da Coreia do Norte, que considera que “afeta a paz e a segurança”.

“O Presidente da República apela aos membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas a reagir rapidamente a esta nova violação pela Coreia do Norte do direito internacional (…)”, disse o Eliseu em comunicado, que pede também uma reação “unida e clara” da União Europeia.

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o Presidente francês, Emmanuel Macron, defenderam o “endurecimento” das sanções da União Europeia à Coreia do Norte na sequência do sexto ensaio nuclear realizado por Pyongyang, indicou o governo germânico. No decorrer de uma conversa telefónica, os líderes alemão e francês concordaram que “a última provocação lançada pelo dirigente de Pyongyang atingiu uma nova dimensão”, refere o comunicado.

China “condena vigorosamente” novo ensaio nuclear da Coreia do Norte

O Governo chinês “condena vigorosamente” o ensaio nuclear realizado este sábado pela Coreia do Norte e desafia o regime de Pyongyang a “parar de agravar a situação” com “gestos que não servem os seus interesses”.

A Coreia do Norte “ignorou a oposição generalizada da comunidade internacional e efetuou um novo teste nuclear. O Governo chinês expressa a sua oposição e condena vigorosamente” esta ação, sublinha um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros do executivo de Pequim.

A Coreia do Norte anunciou ter testado, com sucesso, este sábado uma bomba de hidrogénio desenvolvida para ser instalada num míssil balístico intercontinental. O anúncio do “total sucesso” do teste de uma bomba de hidrogénio, conhecida como ‘bomba H’, foi feito pela pivô da televisão estatal norte-coreana, horas depois de Seul e Tóquio terem detetado uma invulgar atividade sísmica na Coreia do Norte.

O anúncio tem lugar depois de, na noite de sábado, a agência oficial norte-coreana KCNA ter garantido que a Coreia do Norte conseguira desenvolver com êxito uma bomba de hidrogénio passível de ser instalada num míssil balístico intercontinental (ICBM).

A KCNA divulgou então uma fotografia de Kim Jong-un junto a uma suposta ‘bomba H’, acompanhado por cientistas nucleares e altos oficiais do Departamento da Indústria de Munições do Partido dos Trabalhadores, apesar de, como é habitual, não ter facultado detalhes sobre o local nem a data do acontecimento.

Rússia condena novo ensaio nuclear da Coreia do Norte e apela ao diálogo

A Rússia condenou este domingo o sexto ensaio nuclear realizado pela Coreia do Norte, que considerou representar “uma séria ameaça para o mundo”, e insistiu que todas as partes implicadas no conflito na península coreana devem voltar ao diálogo. “O enésimo desprezo ostentatório por parte de Pyongyang das resoluções do Conselho de Segurança da ONU e das normas do direito internacional merece uma firme condenação”, refere um comunicado emitido pelo Ministério das Relações Exteriores russo.

O executivo de Moscovo sublinha que “as autoridade da Coreia da Norte, com as suas ações dirigidas para sabotar o regime global de não proliferação (de armas nucleares), geram uma séria ameaça para o mundo, para a segurança na península coreana e na região”. “Seguir esta linha pode ter sérias consequências para a própria Coreia do Norte”, alerta o comunicado da diplomacia russa, defendendo ainda que “todas as partes interessadas devem voltar sem mais delongas ao diálogo e às negociações”.

Para os russos, essa será “a única forma para alcançar uma solução integral para os problemas da península da Coreia, incluindo a questão nuclear”.

(Atualizado às 19h08)

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Nobel da Economia Paul Krugman antecipa dificuldades para Donald Trump em “apagar” NAFTA

  • Lusa
  • 2 Setembro 2017

Na perspetiva de Krugman, o obstáculo da atual renegociação do NAFTA prende-se com todos os problemas que afetam a relação bilateral entre os Estados Unidos e o México.

O Nobel da Economia Paul Krugman afirmou, na sexta-feira, que o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, vai ter dificuldades em “apagar” o Tratado de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA), com Canadá e México.

“Não é possível que o Presidente dos Estados Unidos apague o NAFTA mesmo que queira”, sustentou Paul Krugman, prémio Nobel da Economia de 2008, no discurso principal do “Fórum de Discussão com Especialistas 2017: NAFTA e o Crescimento Económico do México”, que decorreu na cidade de Monterrey.

Diante de audiência composta por estudantes, académicos, membros do Governo e representantes da indústria automóvel, Paul Krugman defendeu que, independentemente “do poder” que o Presidente dos Estados Unidos tem, os acordos comerciais dependem do Congresso e no caso do NAFTA está em jogo uma grande quantidade de empregos e exportações de empresas norte-americanas.

Não é possível que o Presidente dos Estados Unidos apague o NAFTA mesmo que queira.

Paul Krugman

Nobel da Economia

O economista qualificou ainda de simplista a visão de Trump relativamente ao NAFTA de que o défice comercial é mau e as exportações são boas, argumentos que o Presidente dos Estados Unidos utilizou para sustentar que se trata “do pior tratado na história dos Estados Unidos”.

Krugman afirmou que os assessores de Trump estão a aperceber-se de que não vai ser tão fácil como se pensava alterar o NAFTA, atendendo à quantidade de empresas que têm destacado que os setores aos quais pertencem e os empregos dependem da relação comercial com o vizinho México.

O académico da Universidade de Princeton (Nova Jersey, EUA) afirmou que, num determinado momento, quando havia otimismo relativamente ao crescimento da economia mexicana, o NAFTA foi “vendido” como um instrumento para os Estados Unidos aumentarem as suas exportações e postos de trabalho.

Contudo, realçou, “nada disso aconteceu”: “Isso caiu tudo por terra com a chegada da crise de finais de 1994 e 1995 que provocou o colapso dos mercados emergentes”. Na perspetiva de Krugman, o obstáculo da atual renegociação do NAFTA prende-se com todos os problemas que afetam a relação bilateral entre os Estados Unidos e o México, entre os quais a questão em torno da imigração ilegal e o narcotráfico.

Donald Trump advertiu, há duas semanas, que “provavelmente vai acabar” com o Tratado de Livre Comércio da América do Norte, com o México e o Canadá, cujas negociações começaram no mês passado. “Tenho de ser honesto (…) pessoalmente não creio que podemos alcançar um acordo porque se aproveitaram de nós e de uma forma muito má. Eles fizeram grandes negócios: os dois países, especialmente o México. Não creio que possamos alcançar um acordo”, disse, num comício em Phoenix, no Arizona. “Creio que provavelmente terminaremos com o tratado”, sublinhou então o Presidente dos Estados Unidos.

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Harvey: Trump pede 6,6 mil milhões ao Congresso

  • Lusa
  • 2 Setembro 2017

O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, informou na quinta-feira que aproximadamente 311 mil afetados tinham solicitado ajuda financeira ao Governo.

A administração norte-americana pediu esta sexta-feira ao Congresso a aprovação de um pacote de 7.850 milhões de dólares (6.617 milhões de euros) para os afetados pela tempestade Harvey, que provocou inundações sem precedentes na história dos EUA. O pedido, endereçado por carta ao presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, foi feito pelo diretor do Orçamento da Casa Branca, Mick Mulvaney.

Mick Mulvaney pediu 7.400 milhões de dólares (6.238 milhões de euros) para um fundo da Agência Federal de Gestão de Emergências (FEMA, na sigla em inglês) e outros 450 milhões de dólares (379,3 milhões de euros) para financiar empréstimos para a Administração de Pequenas Empresas (SBA, na sigla em inglês).

Em comunicado, Mulvaney afirmou que o pedido submetido ao Congresso constitui “um pagamento inicial do compromisso do Presidente de ajudar os estados afetados a recuperarem dos efeitos da tempestade”, antecipando a apresentação de novos pedidos no futuro. O governador do Texas, Greg Abbott, indicou que só aquele estado do sul dos Estados Unidos vai precisar de cerca de 125.000 milhões de dólares (105.379 milhões de euros) para se recompor após a passagem do Harvey.

O Harvey – que chegou como furacão de categoria 4 numa escala de 5 no passado fim de semana, convertendo-se dias depois numa tempestade tropical, e finalmente, esta quarta-feira, numa depressão – provocou direta ou indiretamente 46 mortos, de acordo com o mais recente balanço oficial.

O Harvey foi o furação mais forte a chegar os Estados Unidos desde 2005, ano em que o Katrina atingiu Nova Orleães, fazendo 1.800 mortos. As inundações provocadas pelo Harvey no Texas, as maiores na história dos Estados Unidos, que causaram milhares de desalojados, deixaram um enorme rasto de destruição na costa daquele estado.

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PIB ajuda Wall Street. Tweet de Trump nem por isso

Desde o terceiro trimestre de 2014 que a economia norte-americana não crescia tanto. Contudo, os investidores ainda não se esqueceram da ameaça da Coreia do Norte.

É uma revisão em alta: a segunda estimativa do gabinete de estatísticas económicas dos EUA aponta para um crescimento da economia na ordem dos 3%, acima dos 2,6% da primeira estimativa. Wall Street respondeu de forma positiva nos primeiros momentos de transação, mas as bolsas estão em rumo incerto. Um novo tweet de Donald Trump sobre a Coreia do Norte está a preocupar de novo os mercados.

Conversações não são a resposta“, declarou o presidente dos Estados Unidos no seu Twitter. Num momento em que as bolsas europeias recuperam de um dia de perdas, Wall Street abriu mista, sem rumo certo, alternando entre pequenas quedas e valorizações. Às 14h42, o Dow Jones permanecia praticamente inalterado nos 21.865,51 pontos. Já o S&P 500 valorizava 0,05% para os 2.447,59 pontos e o Nasdaq subia 0,31% para os 6.321,40 pontos.

Esta terça-feira Donald Trump tinha dito que “todas as opções estão em cima da mesa”. Na análise de Brian Jacobsen, estratega citado pela Reuters, “quando o presidente diz que ‘todas as opções estão em cima da mesa’, a melhor estratégia para os investidores é, por vezes, não fazer nada”. Jacobsen diz que, apesar da turbulência geopolítica e do desastre no Texas, a economia está “resiliente”.

A puxar pelos mercados estão os números económicos mais positivo face ao esperado. A economia norte-americana cresceu através do aumento do consumo interno e do investimento de não residentes. Em contrapartida, a despesa dos Estados federais foi revista em baixa, contribuindo menos para a recuperação económica.

Além de aumentar o passo do crescimento face ao primeiro trimestre, a economia dos EUA no segundo trimestre superou o ritmo de recuperação dos últimos dois anos. Para ver um número superior a 3% é preciso recuar ao segundo e ao terceiro trimestre de 2014, quando a economia subiu mais de 4%. O desempenho da economia é um dos principais fatores que vai pesar na decisão da Fed de aplicar um novo aumento da taxa de juro ainda este ano.

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Trump põe “todas as hipóteses em cima da mesa” após míssil da Coreia do Norte

Um dia depois do lançamento de mais um míssil por parte do regime norte-coreano, o Presidente dos Estados Unidos deixou um alerta a Pyongyang: "Todas as hipóteses estão em cima da mesa."

Donald Trump tem “todas as hipóteses em cima da mesa” após lançamento de mais um míssil por parte da Coreia do Norte Pete Marovich/Bloomberg

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já reagiu ao lançamento de mais um míssil por parte do regime da Coreia do Norte. Num comunicado oficial, emitido pela Casa Branca, Donald Trump deixa um alerta: “Todas as hipóteses estão em cima da mesa.”

“O mundo escutou perfeitamente a última mensagem da Coreia do Norte: este regime sinalizou o seu desprezo pelos vizinhos, por todos os membros das Nações Unidas, e pelos padrões mínimos de aceitável comportamento internacional”, refere. E conclui: “Ações de ameaça e destabilização apenas vão aumentar o isolamento do regime da Coreia do Norte na região e entre todas as nações do mundo. Todas as opções estão em cima da mesa.”

A posição de Donald Trump é conhecida cerca de 13 horas após a notícia do novo lançamento de um míssil por parte da Coreia do Norte. As tensões entre as duas nações têm vindo a aquecer nos últimos meses, com direito a ameaças de parte a parte. Desta vez, Kim Jong-Un, o líder norte-coreano, justificou mais esta manobra dizendo que os Estados Unidos estão a levar a península coreana a um “nível extremo de explosão”.

O “projétil não identificado”, como o classificaram as autoridades da Coreia do Sul, foi disparado perto das 21h57 de segunda-feira, hora de Lisboa — seis da manhã locais. O míssil sobrevoou o Japão e está a provocar grande desconforto internacional, com a ONU a convocar mais uma reunião de emergência após este incidente.

O míssil foi recebido com estrondo nos mercados internacionais, face aos receios da iminência de guerra nuclear. As bolsas pintaram-se de vermelho, com o PSI-20 e restantes congéneres europeias a desvalorizarem acima de 1%. Em contrapartida, a procura pelos ativos de refúgio aumentou, com o ouro a superar a fasquia dos 1.300 dólares a onça. Já o euro está em máximos de mais de dois anos, valendo 1,20 dólares.

Euro em máximo de dois anos

Marcelo condena lançamento do míssil

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também condenou o lançamento do míssil pela Coreia do Norte, afirmando tratar-se de uma violação do direito internacional e de deliberações das Nações Unidas. “Não posso deixar de condenar energicamente atuações que se traduzam (…) em violações do direito internacional e contra deliberações das Nações Unidas”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O chefe de Estado português lembrou que “não é a primeira vez que isso [lançamento de mísseis] acontece da parte da República da Coreia do Norte”. “Que fique claro que Portugal não pode deixar de condenar energicamente esse tipo de atuações”, afirmou.

(Notícia atualizada às 13h04 com mais informação)

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Como Penha Longa tirou palco a Jackson Hole

Yellen e Draghi vão centrar atenções no simpósio económico anual em Jackson Hole, nos EUA. Mas os analistas não esperam grandes novidades, apesar da vertigem dos mercados com a retirada dos estímulos.

Janet Yellen e Mario Draghi vão centrar atenções em Jackson Hole, mas os investidores não esperam grandes novidades.Tomohiro Ohsumi/Bloomberg

“Jackson Hole é o lugar perfeito para enviar uma forte mensagem de política monetária, porque todo o mundo económico e financeiro está atento. Mas não tenho a certeza de que isso será necessário este ano”, diz David Wessel, analista do think tank Brookings Institution. A opinião de Wessel é mais ou menos consensual entre os analistas. Depois do que foi dito no Fórum do Banco Central Europeu (BCE) na Penha Longa, em Sintra, os discursos do banqueiros centrais que reúnem a partir desta sexta-feira na localidade de Jackson, no Wyoming, não deverão trazer grandes novidades. Desta vez.

No passado, muitas novidades de política monetária foram preanunciadas nestes simpósios organizados pelo Fed de Kansas. Foi a partir de Jackson Hole que, por exemplo, Ben Bernanke abriu a porta em 2010 à segunda ronda de quantitative easing, após a crise financeira. Em 2014, foi Mario Draghi quem sinalizou que o BCE ia enveredar pelo mesmo caminho de compra de obrigações, na sequência das crises das dívidas na Zona Euro. Desta vez será diferente.

“As expectativas de que será um grande discurso de política monetária de Draghi estão erradas”, comentava à Reuters uma fonte próxima do presidente do BCE.

Jackson Hole é o lugar perfeito para enviar uma forte mensagem de política monetária, porque todo o mundo económico e financeiro está atento. Mas não tenho a certeza de que isso será necessário este ano.

David Wessel

Brookings Institution

Mesmo assim, o italiano deverá concentrar todas as atenções no simpósio dedicado ao tema “Promover uma Economia Global Dinâmica”. Por duas razões: 1) há dois meses, em Sintra, se as palavras de Draghi provocaram a confusão nos mercados, percebeu-se como os investidores estão muito sensíveis em relação ao tema da retirada dos estímulos; 2) apesar desta hipersensibilidade dos mercados, o anúncio do fim do quantitative easing deverá mesmo ocorrer em breve, depois de na última reunião de política monetária, há um mês, Mario Draghi ter anunciado que uma decisão surgirá num dos próximos encontros do Conselho de Governadores do BCE: em setembro ou outubro. Até lá, quer perceber em que ponto está a inflação e não será em Jackson Hole que irá provocar nova turbulência nos mercados.

“Draghi tem margem para não anunciar nada para já, o que diminui o impacto nos movimentos de mercado que só aconteciam perante um anúncio surpresa do BCE”, refere João Tenente, da corretora XTB.

O que esperar de Jackson Hole?

Um ponto em comum: os banqueiros centrais reúnem-se em Jackson Hole numa altura em que as economias mais avançadas começam a reverter as políticas expansionistas que adotaram para fazer face à crise financeira de 2007 nos EUA e às crises das dívidas soberanas na Zona Euro a partir de 2010.

Para o Fed, essa reversão já começou no ano passado, quando o banco central norte-americano começou a subir as taxas de juro. Em 2017, Yellen já promoveu duas subidas das taxas e os analistas antecipam mais um agravamento até final do ano, à medida que o duplo objetivo do emprego e dos preços vai sendo atingido. Ainda assim, também há um grande ponto de interrogação em torno do que a presidente da Fed poderá revelar em relação à redução do seu balanço de dívida pública avaliado em 4,5 biliões de dólares.

“Se tivermos uma manifestação de mudança coordenada e gradual no posicionamento dos bancos centrais em relação à retirada dos estímulos, é provável que assistamos a uma pressão altista sobre os juros das obrigações e uma subida da volatilidade do mercado face aos atuais níveis mínimos”, escrevia o diretor de investimentos do Credit Suisse, Michael O’Sullivan, no Financial Times.

Yellen também poderá deixar algumas notas sobre a estabilidade financeira, numa altura em que os mercados acionistas atingem máximos históricos e a volatilidade está em mínimos. “Contudo, parece irrealista esperar qualquer tipo de momento de exuberância irracional“, sublinha Cameron Rise, estratega da Bloomberg. Michael O’Sullivan junta a volatilidade política em Washington como eventual ponto de interesse no discurso de Yellen.

Se tivermos uma manifestação de mudança coordenada e gradual no posicionamento dos bancos centrais em relação à retirada dos estímulos, é provável que assistamos a uma pressão altista sobre os juros das obrigações e uma subida da volatilidade do mercado face aos atuais níveis mínimos.

Michael O'Sullivan

Diretor de investimentos do Credit Suisse

Mark Carney será a grande ausência deste simpósio. Mas, também no resort da Penha Longa em Sintra, o governador do Banco de Inglaterra já havia sinalizado que as condições monetárias vão começar a apertar no Reino Unido, tal como ficou sublinhado no último encontro.

O que esperar de Draghi em Jackson Hole?

Momentos que marcaram Jackson Hole

  1. Uma truta para dar visibilidade à conferência. Criado em 1978, a primeira conferência teve lugar em Kansas City, no Missouri, onde o banco central está sediado, com temas mais relacionados com a agricultura. Mas, em 1982, numa tentativa de atrair Paul Volcker, o presidente da Fed na altura e um grande entusiasta da pesca, as conferências passaram a ter lugar em Jackson Hole, um retiro de montanha que reúne bons spots para a pesca de truta. Mas Volcker seria o isco para dar visibilidade. Com sucesso. Banqueiros centrais e economistas participam nestes encontros anuais desde então.
  2. Antecipação à crise do subprime. Em 2005, o então professor da Universidade de Chicago e antigo governador do Reserve Bank of India Raghuram Rajan alertou em Jackson Hole para os riscos que o sistema financeiro tinha absorvido com a criação de produtos derivados. Foi no simpósio da Fed do Kansas que apresentou o paper “Has Financial Development Made the World Riskier”, onde sinalizava as suas preocupações. Três anos depois, rebentou a crise do subprime nos EUA, cujos efeitos se sentiram à escala global.
  3. Abrir a porta aos estímulos. Ben Bernanke usou o palco de Jackson Hole para abrir a porta à segunda ronda de estímulos em 2010, na sequência da grave crise financeira mundial. Em 2012, no mesmo local, também preanunciou a terceira janela de compra de ativos no setor público que se manteve nos anos seguintes e permitiram à economia norte-americana recuperar de uma das maiores crises de sempre. Em 2014, foi a vez Mario Draghi indicar que também o BCE iria seguir um caminho menos convencional para apoiar a economia da Zona Euro após as crises das dívidas soberanas. Em 2017, o tom é diferente.

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Teto da dívida não cresce? Wall Street baixa

O ultimato que a Casa Branca fez ao Congresso está a preocupar os investidores. Donald Trump ameaçou paralisar o Governo se não tiver verba para construir o muro.

Um dia depois do ultimato, a administração norte-americana continua empenhada em aumentar o teto da dívida, desde que dentro desse financiamento esteja também dinheiro para a construção do prometido muro entre os EUA e o México. No briefing desta quinta-feira, a nova porta-voz de Trump reforçou a mensagem. As bolsas acabaram por se ressentir perante a incerteza de ter o país paralisado.

Este impasse levou Wall Street a registar mais um dia de quedas. O S&P 500 foi o que mais sofreu com uma queda de 0,19% para os 2.439,33 pontos. Seguiu-se o Dow Jones com uma desvalorização de 0,13% para os 21.783,26 pontos e ainda o Nasdaq com uma descida de 0,11% para os 6.271,33 pontos.

A polémica teve novos episódios esta quinta-feira. “O nosso trabalho é informar o congresso sobre o teto da dívida e o trabalho deles [congressistas] é aumentá-lo“, afirmou Sarah Sanders, a nova porta-voz da Casa Branca, num briefing. “Temos de ter a certeza que vamos pagar as nossas dívidas”, acrescentou, referindo que a administração continua “empenhada” em fazer com que o teto da dívida aumente.

Também na quarta-feira, as bolsas tinham sido penalizadas pelo ultimato de Donald Trump aos membros do Congresso. O presidente dos Estados Unidos quer ver aprovado o financiamento para a construção do muro entre os EUA e o México, tendo ameaçado com uma paralisação total do Governo.

Acresce que também esta quinta-feira Donald Trump decidiu atacar os republicanos, cujo apoio necessita, por não terem seguido o seu conselho de aprovar o aumento do teto de dívida. O prazo de semana pode ser curto para que o atual presidente dos Estados Unidos consiga um acordo no Congresso.

Contudo, esta sexta-feira as atenções dos investidores vão estar em Jackson Hole. Janet Yellen e Mario Draghi vão falar no encontro dos bancos centrais. Em causa estará a retirada dos estímulos na economia de ambos os lados do Atlântico. Ainda assim, segundo a Bloomberg, os investidores não preveem que existam grandes novidades relativas à política monetária dos próximos meses.

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Muro ou Governo? O Congresso é que decide

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Agosto 2017

Trump esgotou todas as opções para financiar o muro. Agora só resta um ultimato ao Congresso: ou financiam o muro ou o Governo paralisa.

Esta terça-feira, Donald Trump fez um ultimato ao Congresso: ou os congressistas aprovam o financiamento estatal do muro, ou o próprio presidente poderá paralisar todo o Governo. Depois de ter esgotado todas as opções que avançou durante a campanha, nomeadamente obrigar o México a pagar todas as despesas, o presidente dos Estados Unidos aumenta a pressão dentro do seu próprio país para garantir que uma das promessas mais repetidas da campanha é cumprida.

“Se tivermos de parar o nosso Governo, vamos construir aquele muro”, afirmou Trump num discurso aceso proferido em Phoenix. “De uma forma ou de outra, vamos ter aquele muro”. O ultimato terá sido dirigido especialmente para os democratas, que desde o princípio estiveram contra o projeto do muro que marcaria a fronteira entre o México e os Estados Unidos.

Para iniciar essa grande infraestrutura, Donald Trump precisa de 1,6 mil milhões de euros, que o Congresso terá de encontrar maneira de arranjar, antes de 30 de setembro. E ainda que o maior desafio pareça ser a bancada dos democratas, a bancada republicana também não estará de acordo com esta despesa.

Charlottesville? A culpa é dos media

Com uma atitude desafiadora, Donald Trump fez questão de se dirigir àqueles que criticaram a forma como encarou os protestos de Charlottesville. O foco foi especialmente para os meios de comunicação social que, segundo o mesmo, retrataram erradamente as suas palavras.

“Já é tempo de expor as fraudes dos media corruptos. São pessoas muito desonestas”, afirmou o presidente dos Estados Unidos. “As únicas pessoas que dão plataforma a estes grupos de ódio são os media e os ‘fake news’“, dizendo respeito aos meios de comunicação liberais.

Do lado de fora do centro de convenções, as vozes que protestavam não foram menos desafiadoras. Manifestantes anti-Trump entoaram cânticos e envergaram cartazes com palavras de ordem como “Demite-te Trump” e “Presidente Falso”. A polícia acabou por dispersar a multidão utilizando gás pimenta.

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“Realismo de princípios” leva Trump a manter tropas no Afeganistão

  • Juliana Nogueira Santos
  • 22 Agosto 2017

Era um acérrimo crítico da presença militar no Afeganistão mas a presidência trouxe-lhe "realismo de princípios". Os Estados Unidos vão manter e, provavelmente reforçar, o corpo militar no país.

Enquanto empresário, Donald Trump sempre advogou que a presença das tropas norte-americanas no Afeganistão era um desperdício de recursos que deveriam estar a ser canalizados para as infraestruturas nacionais e para a melhoria das condições de vida dos norte-americanos. Uma espécie de “Make America Great Again”, mas ainda antes de se antever uma carreira política. No entanto, a mudança da Trump Tower para a Casa Branca trouxe — mais — uma mudança nos paradigmas defendidos pelo republicano.

Neste tweet de 2013, Trump garantia concordar com o presidente Obama na questão da presença no Afeganistão, afirmando que as tropas deviam executar “uma retirada apressada”. “Porque é que continuamos a desperdiçar o nosso dinheiro”, perguntava. Nesta segunda-feira, o próprio respondeu a esta pergunta: por causa dos terroristas.

Num aguardado discurso sobre o futuro das operações militares na região, o presidente dos Estados Unidos afirmou que as consequências de uma retirada apressada, como aquela que defendia em 2013, seriam “previsíveis e inaceitáveis”, na medida em que “iria criar um vácuo que os terroristas, incluindo o Daesh e a al Qaeda, iriam preencher instantaneamente”. Manter-se no território será “lutar para ganhar”.

“O meu instinto original era retirar e, historicamente, gosto de seguir os meus instintos, mas as decisões são muito diferentes quando se está atrás da secretária da Sala Oval”, justificou Trump, a partir de uma base militar na Virgínia. Aclamando que a realidade de ser presidente é diferente do que pensava, deixou um recado aos seus antecessores, afirmando que “não podemos repetir no Afeganistão os erros que os nosso líderes fizeram no Iraque”.

Assim, e para além de manter os mais de 8.000 militares destacados para o terreno, poderá estar à vista um reforço do corpo militar. Estes planos não foram confirmados pelo presidente, contudo, antes de Trump se dirigir ao país, James Mattis, secretário da Defesa dos EUA, apontou que “vários” aliados se tinham comprometido “em aumentar o número de tropas no Afeganistão”.

Nova estratégia estende-se aos parceiros

Estabelecida ficou a mudança de abordagem para com o Paquistão que, segundo o presidente, é “um posto seguro para as organizações terroristas”. Os Estados Unidos passarão então a canalizar as ajudas monetárias para a Índia, num esforço de reconstruir o Afeganistão.

“Em último caso, compete ao povo do Afeganistão assegurar o seu futuro, governar a sua sociedade e atingir uma paz permanente”, conclui o presidente, afirmando-se disponível para ser parceiro do país no alcance destas metas. Para trás ficam as ideias protecionistas reiteradas durante a campanha eleitoral, com o próprio afirmar que esta decisão foi influenciada por “um realismo de princípios”.

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