Dívida pública recua pela primeira vez em oito meses

  • Margarida Peixoto
  • 2 Dezembro 2016

A dívida pública na ótica de Maastricht recuou 1,2 mil milhões de euros depois de ter batido um recorde em setembro. Contudo, líquida de depósitos, a dívida voltou a subir.

A dívida pública portuguesa recuou 1,2 mil milhões de euros em outubro, para 243,2 mil milhões de euros. Esta é a primeira vez em oito meses que o número cai. Os dados foram revelados esta sexta-feira pelo Banco de Portugal.

Depois do recorde registado em setembro, quando o peso da dívida no PIB atingiu os 133,2% (o valor foi hoje revisto em alta, em uma décima, pelo Banco de Portugal), outubro trouxe um ligeiro alívio. Os 243,2 mil milhões de euros correspondem à dívida apurada na ótica de Maastricht, a que importa para a Comissão Europeia e um dos referenciais mais importantes para os mercados.

Contudo, se a análise for feita líquida de depósitos da administração central, os sinais já são menos positivos, mostrando que a diminuição do total da dívida contou com o efeito da redução da liquidez do Tesouro. Segundo o banco central, a dívida líquida de depósitos até aumentou face ao mês passado, em 1,4 mil milhões de euros, atingindo os 224,6 mil milhões de euros.

A primeira descida em oito meses

Fonte: Banco de Portugal (Valores em milhões de euros)
Fonte: Banco de Portugal (Valores em milhões de euros)

Tendo em conta que o PIB é apurado pelo Instituto Nacional de Estatística a cada três meses, o Banco de Portugal só apura o rácio da dívida sobre o PIB também trimestralmente. Usando a estimativa mais recente do Ministério das Finanças para o PIB de 2016 (a que consta do Orçamento do Estado para 2017) verifica-se que o peso da dívida continua muito acima da meta definida pelo ministro Mário Centeno. O valor fica nos 131,2%, quando é suposto terminar o ano em 129,7%.

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Eduardo dos Santos diz que restruturação na Sonangol “está no bom caminho”

Eduardo dos Santos garante que a reestruturação da petrolífera estatal Sonangol, liderada desde junho por Isabel dos Santos, "está no bom caminho".

A implementação do programa de adequação do Banco Nacional de Angola e do sistema bancário nacional à legislação nacional e internacional e boas práticas universais está no bom caminho, assim como a reorganização e melhoria da gestão da Sonangol”, afirmou hoje o Chefe de Estado e líder do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).

A posição foi transmitida no discurso de abertura da segunda reunião ordinária do Comité Central do MPLA, que hoje se realiza em Luanda, com José Eduardo dos Santos a abordar a evolução da situação económica do país.

A presidente da Sonangol e filha do Chefe de Estado, Isabel dos Santos, disse quinta-feira, em conferência de imprensa, que a petrolífera angolana precisa de uma reestruturação financeira e de 1.569 milhões de dólares (1.476 milhões de euros) para fazer face às necessidades de pagamentos até final do ano.

Face à queda das receitas, a concessionária já não prevê entregar dividendos ao Estado em 2016, mesmo após poupanças já contabilizadas de 240 milhões de dólares (225 milhões de euros). Após análise e diagnóstico do grupo, nos últimos cinco meses, Isabel dos Santos afirmou mesmo que a situação da Sonangol “é bastante mais grave do que o cenário inicialmente delineado”, obrigando a “decisões de gestão com caráter de urgência”.

Na intervenção de hoje, perante os membros do Comité Central, José Eduardo dos Santos disse que a execução da estratégia governamental “para saída da crise”, que assenta no aumento da produção nacional para incrementar e diversificar as exportações, essencialmente ainda à base de petróleo, e para cortar nas importações, “ganhou um novo fôlego”.

Tendo em conta o desempenho do primeiro semestre, influenciado pela forte quebra na cotação internacional do barril de crude, acrescentou que os preços dos produtos da cesta básica “baixaram em mais de 50%”.

“E verificou-se a retoma da atividade das empresas que estavam a paralisar, o restabelecimento dos contratos de investimento público, em vários domínios, e o aumento do emprego”, apontou.

O Comité Central do MPLA conta desde agosto último com 363 membros e da ordem de trabalhos da reunião de hoje, a segunda do atual mandato, consta a apreciação da estratégia do partido para as eleições gerais de 2017. Os trabalhos do congresso ficaram marcados pelas notícias que de que João Lourenço, o atual ministro da Defesa e um ex-comissário político das FAPLA, o antigo exército do MPLA, vai suceder a José Eduardo dos Santos.

Na abertura da reunião, José Eduardo dos Santos pediu ainda um minuto de silêncio em homenagem ao líder cubano Fidel Castro, falecido há uma semana e aliado histórico do MPLA.

O presidente do partido destacou que Fidel Castro “foi o maior amigo de Angola” e uma “figura histórica” do movimento revolucionário.

“Ajudou o povo angolano a conquistar a independência. A defender essa independência. A defender a integridade territorial e todas as conquistas então alcançadas”, enfatizou José Eduardo dos Santos.

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Governo admite limitar duração dos contratos a prazo

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 2 Dezembro 2016

Esta não é a única medida em avaliação. O Governo já disse que quer diferenciar a TSU aplicada aos empregadores de acordo com o tipo de contrato celebrado.

O Governo admite mexer na duração dos contratos a prazo mas esta não é a única hipótese em cima da mesa. As mudanças deverão ser discutidas no início do próximo ano em concertação social, para que pelo menos algumas cheguem ao terreno ainda em 2017. A diferenciação das contribuições das empresas consoante o tipo de contrato também vai a debate.

“É possível que a questão da duração possa ser avaliada, ela já foi mexida várias vezes. Já chegámos a ter uma duração máxima dos contratos a termo de seis anos, voltaram a ser três anos, mas também durante os últimos anos eles foram estendidos várias vezes”, afirmou o ministro do Trabalho esta sexta-feira, à margem do II Congresso Europeu de Direito do Trabalho que decorre na reitoria da Universidade Nova de Lisboa.

Porém, o governante também salientou que este não é “o único caminho, talvez nem sequer o mais importante”. Vieira da Silva espera “encontrar um conjunto de fatores que reequilibrem um pouco esta relação“, até porque “quando se aposta só numa dimensão”, há tendência para procurar “outras formas” de trabalho, “às vezes ainda mais penalizadoras”, indicou.

De acordo com o Código do Trabalho, os contratos a termo certo podem ser renovados até três vezes, sem exceder três anos na generalidade dos casos. Mas também há situações em que a duração pode ser inferior, nomeadamente quando estão em causa pessoas à procura do primeiro emprego. O Governo já tinha admitido, no documento entregue ao Parlamento no âmbito da discussão do Orçamento do Estado, que vai “revogar a norma do Código do Trabalho que permite a contratação a prazo para postos de trabalho permanentes de jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração”.

Para Vieira da Silva, os contratos a prazo não podem ser uma forma de “alargar o período experimental”. Questionado sobre se o Governo poderia então limitar a duração ou as renovações dos contratos a prazo ou, por outro lado, alterar os critérios que justificam este tipo de vínculo, Vieira da Silva disse que as “duas dimensões são possíveis”. Mas acrescentou que “tudo isto tem que ser feito num quadro um pouco mais alargado”, indicando que “há outras formas de intervir que não é tanto mudar a legislação mas criar os incentivos para que os agentes económicos escolham as relações que são mais adequadas e não aquelas que são no curto prazo aparentemente as mais interessantes”.

O governante apontou então para a proposta que já tinha sido assumida pelo Ministério, de diferenciar as contribuições das empresas para a Segurança Social em função do tipo de contrato. O Código Contributivo já prevê um aumento, em três pontos percentuais, da taxa contributiva a cargo do empregador quando estão em causa contratos a prazo (excluindo situações específicas) e, em contrapartida, também define uma descida dos descontos, em um ponto, no caso de contratos permanentes. A medida foi desenhada pelo ministro Vieira da Silva mas nunca chegou a ser aplicada porque ainda está por regulamentar.

Hoje, o ministro salientou que esta mudança levanta outros desafios, porque há situações em que é “difícil fugir” ao contrato a termo certo, em particular nos casos “fortemente” marcados pela sazonalidade. Vieira da Silva sublinha, aliás, que há “fenómenos” que obrigam “a um tipo de relação contratual distinta”.

De acordo com o governante, a avaliação técnica do mercado de trabalho está feita, seguindo-se a fase de proposta. “Creio que o início de 2017 verá uma aceleração desse processo de discussão em concertação social” para que “no próximo ano” possam existir “algumas mudanças, que desejavelmente devem ser mudanças produzidas com maior consenso social possível”, disse.

 

Uber: Ministro defende “atitude” de “enquadramento legislativo”

Na abertura do Congresso, Vieira da Silva salientou que existem hoje relações de trabalho cada vez mais diversificadas, entendendo que isso aconselha a uma “maior formalização”. Aos jornalistas, o ministro explicou que já foram dados passos nesse sentido, apontando para o contrato de muito curta duração, que se aplica a atividades sazonais agrícolas ou eventos turísticos. No fundo, tratou-se de trazer para a “legalidade aquilo que era feito no plano informal”, referiu.

A Uber poderá ser um dos próximos passos? “Devemos estar atentos e ter uma atitude mais de enquadramento legislativo dessas formas de trabalho porque o pior de tudo é elas funcionarem à margem da lei”, frisou Vieira da Silva.

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Governo avança com estudos para extensão do oleoduto até ao Porto de Sines

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2016

Governo vai avaliar e tomar os procedimentos para o prolongamento do oleoduto que liga Aveiras à refinaria da Galp até ao Porto de Sines, para aumentar a concorrência no mercado dos combustíveis.

De acordo com a proposta do PS, aprovada no Parlamento, “durante o ano de 2017, o Governo procede à avaliação e à aprovação dos atos necessários à criação das condições com vista a assegurar a ligação do oleoduto – que liga atualmente a refinaria de Sines ao armazenamento de Aveiras – ao Porto de Sines“.

Questionado sobre a proposta, o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, confirmou à Lusa que “o Governo vai iniciar em 2017 os procedimentos para assegurar a ligação entre a refinaria e o porto, o que permitirá ao mercado dos combustíveis funcionar de forma mais aberta e será importante para o Porto de Sines”.

O oleoduto de 147 quilómetros que abastece o parque de armazenamento de combustíveis de Aveiras de Cima termina precisamente na refinaria da Petrogal, pelo que o troço de quase oito quilómetros que o separa do Porto de Sines continua a ser um obstáculo às importações de produtos petrolíferos por barco.

Para o Governo, o prolongamento do oleoduto só fará sentido se acompanhado por uma mudança das regras de utilização das infraestruturas, que estão a cargo da CLC, empresa cujo maior acionista (65%) é a Galp e onde se encontram também a Repsol (15%), a BP (15%) e a Rubis (5%).

De acordo com Jorge Seguro Sanches, estas medidas regulatórias serão da responsabilidade da Entidade Regulatória dos Serviços Energéticos (ERSE), que passa a ter a regulação do setor dos combustíveis, na sequência de alterações previstas no Orçamento do Estado para 2017 (OE2017).

Na prática, trata-se de continuar o trabalho iniciado pelo anterior Governo com a publicação da nova lei de bases do sistema petrolífero, que declarou as instalações da CLC como sendo de interesse público, justamente para aumentar a concorrência no mercado de combustíveis.

Segundo o Público, a CLC avançou para a Justiça para contestar esta obrigatoriedade de abrir o oleoduto à concorrência, argumentando que “a nova lei de bases cria significativas limitações à atividade da CLC que a empresa pretende que sejam declaradas ilegais”.

A Autoridade da Concorrência (AdC) tem defendido que não existem em Portugal alternativas economicamente viáveis à CLC para o transporte de produtos petrolíferos e que, por isso, o acesso de terceiros ao oleodutos e ao parque de armazenamento de Aveiras é “a medida estrutural com mais impacto no mercado dos combustíveis”.

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Bosch assina protocolo com Universidade de Aveiro num investimento de 19M€ que cria 150 empregos

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2016

A Bosch assina hoje um protocolo com a Universidade de Aveiro para o desenvolvimento de soluções para casas inteligentes, num investimento de 19 milhões de euros.

A Bosch assina hoje um protocolo com a Universidade de Aveiro para o desenvolvimento de soluções para casas inteligentes, num investimento de 19 milhões de euros, estando prevista a criação de cerca de 150 postos de trabalho.

“Vamos assinar um protocolo, um projeto consórcio com a Univesidade de Aveiro para constituir uma equipa Bosch/Universidade de Aveiro dedicada ao desenvolvimento de soluções de software e conectividade para a casa inteligente”, explicou à Lusa o vice-presidente sénior de engenharia de produto da Bosch Termotecnologia em Aveiro, Sérgio Salústio.

O investimento é cerca de 19 milhões de euros, mais ou menos repartidos em 10 milhões de euros na Bosch e quase nove milhões na universidade, que visa essencialmente a criação de equipas de competências, investigadores altamente qualificados, e a criação de algumas infraestruturas da área de negócio de produtos inteligentes para casas inteligentes”, acrescentou.

Este protocolo vai permitir criar cerca de 150 postos de trabalho, dos quais 70 novos empregos na Bosch, 40 já foram contratados em meados deste ano, e do lado da universidade está prevista a contratação de 72 novos investigadores, disse.

“Num universo de 300 investigadores que vão estar envolvidos [no projeto], metade são novos”, sublinhou Sérgio Salústio.

Também hoje, a Bosch vai inaugurar formalmente o novo centro de competências para o desenvolvimento de software e soluções de conectividade mundial, um investimento de cinco milhões de euros que corresponde ao novo edifício e equipamento de laboratório.

“O que estamos aqui a investigar vai ser aplicado no mundo inteiro, não só em Portugal”, salientou.

Relativamente ao protocolo, o responsável adiantou que este é feito no âmbito do Portugal 2020 e “pressupõe a instalação de equipas mistas” da Bosch e da Universidade de Aveiro e a criação de algumas infraestruturas.

Com duração de quatro anos, já que a Bosch pretende “estabelecer uma parceria de longo prazo” com a Universidade de Aveiro, este protocolo permite à multinacional alemã considerar a “formação de novos recursos humanos”, sendo que alguns deles deverão transitar para a empresa “numa fase posterior” ao projeto e “estabelecer bases para uma cooperação que se pretende que vá mais longe”.

Para Sérgio Salústio, é importante envolver a comunidade académica e científica neste tipo de projetos.

“É o grande foco: aproximar as universidades das empresas de modo mais efetivo por um tempo que permite cimentar essas relações”, sublinhou.

No fundo, este projeto pretende desenvolver e construir dispositivos eletrónicos que sejam integrados em esquentadores ou caldeiras de climatização e que permitam aos consumidores interagir com os mesmos, permitindo controlá-los de uma forma mais eficiente.

Com esta relação com a universidade, a Bosch espera que antes do fim do projeto já seja possível ver os primeiros benefícios das soluções em desenvolvimento.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, vai estar presente na assinatura do contrato de investimento do projeto de inovação Smart Green Homes.

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Jerónimo Martins resiste à proibição de comércio ao domingo na Polónia, diz Haitong

Para os analistas do Haitong, a decisão do Governo polaco de proibir o comércio ao domingo vai afetar bastante o setor do retalho do país. Mas Jerónimo Martins vai resistir ao impacto.

O setor do retalho polaco vai ser o mais afetado com a intenção do Governo de Varsóvia de proibir o comércio ao domingo, prevendo-se um impacto negativo de 2,1 mil milhões de euros nas vendas a retalho, de acordo com a PwC. Ainda assim, para a Haitong, a operação polaca da Jerónimo Martins — opera com a Biedronka — deverá passar relativamente incólume a esta decisão, dado que os consumidores “vão adaptar os seus hábitos” de compra de bens alimentares.

Pensamos que a decisão terá um pequeno impacto negativo, pelo menos numa fase inicial até que os consumidores ajustem os seus hábitos. No caso da Biedronka, a maior parte do seu negócio continua relacionado com bens alimentares básicos, o que deverá levar a um impacto ainda mais neutro nas vendas do que no caso de hipermercados e supermercados, com os consumidores a transferirem as compras de domingo para outros dias da semana”, referiram os analistas do Haitong, que se mantêm “Neutros” em relação ao título da Jerónimo Martins, a quem atribui um preço-alvo de 16,7 euros.

Na sessão desta sexta-feira, as ações da Jerónimo Martins seguiam a cair mais de 1% para 14,35 euros.

Segundo um estudo da consultora PwC, o setor do retalho deverá ser particularmente afetado com a proibição de comércio ao domingo. O impacto deverá atingir os 2,1 mil milhões de euros, o que representa 1,4% do total de vendas a retalho. Adicionalmente, o setor deverá perder 36 mil postos de trabalho, perante a quebra do negócio.

Face a este cenário negativo, o Haitong lembra que o governo polaco já por várias vezes pensou em terminar com o comércio ao domingo mas que desistiu sempre de levar a ideia em diante devido ao impacto que terá no mercado de trabalho e nas receitas fiscais. “Contudo, é também verdade que há pressões sobre o aumento dos salários devido à taxa de desemprego historicamente baixa e poderá ser uma boa altura para o Parlamento aprovar a proibição, dado que seria mais fácil de absorver quaisquer potenciais redundâncias”, justificam os analistas da casa de investimento.

“Este será definitivamente um tema para acompanhar nas estimativas para 2017 sobre o setor do retalho polaco”, referiu.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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A CGD tem nova gestão. Conheça os 5 mandamentos do BCE para ser um bom gestor

  • Marta Santos Silva
  • 2 Dezembro 2016

O Banco Central Europeu chumbou parte dos nomes propostos inicialmente para a administração da CGD. Com nova administração, o ECO explica os critérios para a aprovação do BCE.

Pelo meio da polémica da Caixa Geral de Depósitos uma coisa já se tornou clara: o Governo vai ter de escolher uma nova equipa de administradores para liderar o banco público, após a demissão do presidente do conselho administrativo António Domingues e da maior parte dos restantes gestores. Paulo Macedo é a escolha do Governo mas vai ter ainda uma prova de fogo: ser aprovada pelo Banco Central Europeu (BCE).

Para decidir se um candidato é adequado para exercer funções de administrador numa instituição bancária, o BCE apoia-se em cinco critérios principais — critérios esses que já serviram para chumbar oito das 19 escolhas iniciais do Governo para a Caixa Geral de Depósitos. Ficaram 11 administradores, dos quais três teriam de cumprir um curso adicional na renomada escola superior INSEAD para poderem garantir o lugar.

O Banco Central Europeu disponibiliza neste momento um guia (a ligação abre um PDF) para a avaliação da adequação dos membros dos órgãos de administração que se encontra num período de consulta — ou seja, trata-se de uma versão inicial acerca da qual as instituições financeiras ou outras partes interessadas podem submeter propostas de alteração até 20 de janeiro. No entanto, fonte oficial do BCE confirmou ao ECO que os critérios no documento são muito semelhantes aos que estão atualmente em uso.

O gestor tem de ser experiente

O primeiro critério parece óbvio: “Os membros do órgão de administração têm de possuir conhecimentos, competências e experiência suficientes para desempenhar as suas funções”. A questão só se complica quando é preciso avaliar o que constitui experiência “suficiente”. O Banco Central Europeu inclui indicações de limiares mínimos da experiência necessária, e como avaliá-la.

"A experiência prática inclui cargos anteriormente ocupados, tendo em conta a duração do exercício do cargo, a dimensão da entidade, as responsabilidades assumidas, o número de colaboradores afetos, a natureza das atividades desenvolvidas, a relevância efetiva da experiência adquirida, etc.”

Banco Central Europeu

Projeto de guia sobre a avaliação da adequação dos membros dos órgãos de administração

Para uma posição de presidente do conselho de administração, é necessário ter pelo menos dez anos de experiência prática recente em áreas relacionadas com serviços bancários e financeiros, e grande parte dela em cargos de topo. A outro administrador executivo pedem-se pelo menos cinco anos. No caso dos administradores não executivos, cuja função deve ser principalmente fiscalizadora, pedem-se três anos de experiência em gestão e alguma experiência teórica acerca da banca — ou dez, se for para presidente não executivo.

No entanto, é possível que a pessoa nomeada possa ser considerada adequada mesmo que não cumpra precisamente os requisitos mínimos de experiência, por exemplo se se comprometer a frequentar um programa de formação ou se suprir uma necessidade particular do órgão de administração.

O gestor tem de ser idóneo

O Banco Central Europeu também tem em conta a idoneidade de um candidato. Se a pessoa nomeada estiver envolvida em processos penais ou administrativos, “pendentes ou já encerrados”, estes podem ter impacto na idoneidade da pessoa e na reputação da entidade supervisionada, pelo que a nomeação do candidato deve ser acompanhada de informação detalhada sobre esses processos.

"A pessoa nomeada será considerada idónea se não existirem provas que sugiram o contrário ou motivos para ter dúvidas razoáveis sobre a sua idoneidade (presunção de inocência).”

Banco Central Europeu

Projeto de guia sobre a avaliação da adequação dos membros dos órgãos de administração

“Mesmo que a nomeação seja num país diferente daquele onde ocorreram os eventos relevantes”, e mesmo que o processo já esteva concluído e a pessoa não tenha sido condenada, a autoridade de supervisão decidirá se existe ou não impacto na idoneidade do candidato.

O gestor não deve ter conflitos de interesses

Não deve mas, se tiver, talvez não seja o fim da linha. No guia do BCE para a avaliação dos candidatos, indica-se que a instituição supervisionada deve ter o cuidado de evitar que existam conflitos de interesses, mas não se fica por aí.

Os procedimentos da entidade devem incluir a “revelação, mitigação, gestão e prevenção” dos conflitos de interesses, sendo que, se um membro do órgão de administração tiver um conflito de interesses, este poderá ser mitigado ou gerido “adequadamente”, de forma a não ser obstáculo à manutenção do posto.

O BCE também avalia a “independência de espírito” dos candidatos. “A inexistência de um conflito de interesses não significa necessariamente que um membro agirá com independência de espírito”, lê-se no documento, que explica que o critério pode ser avaliado se o supervisor tiver informação “que sugira que, no passado, a pessoa nomeada não atuou com independência de espírito em cargos atuais ou anteriores”.

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O gestor tem de ter tempo para o cargo

Os membros escolhidos para o órgão de administração têm de ter tempo “suficiente” para cumprir as suas funções na instituição. Em parte, esse tempo disponível é medido pela quantidade de cargos que o candidato exerce, havendo limites para o número de cargos administrativos que pode acumular — foi o que excluiu Leonor Beleza da lista de selecionados do Governo na proposta inicial de administradores para a CGD.

Mas há outros aspetos a serem tomados em conta, como o local onde as entidades estão estabelecidas e outras circunstâncias profissionais ou pessoais do candidato (como o facto de estar ou não envolvida num processo judicial, por exemplo).

O gestor tem de ser uma parte de um todo

Este último critério do BCE é aquele que serve para minimizar certas lacunas na experiência de um administrador se ele se enquadrar bem no resto da equipa, fornecendo experiência ou conhecimento que possa faltar aos outros membros. No fundo, o Banco Central Europeu tem em conta que um administrador, mesmo que seja o presidente do conselho de administração, não vai fazer o seu trabalho sozinho.

Sendo assim, a entidade supervisionada pode fundamentar a seleção de um determinado administrador com uma declaração breve “sobre o modo como a pessoa nomeada contribuirá para as necessidades de adequação do conjunto do órgão de administração“, estando identificadas determinadas lacunas que precisam de ser eliminadas.

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Holanda também está na corrida pela fábrica da Tesla

Ministro da Economia holandês confirmou interesse do país em receber fábrica da Tesla.

Também o Governo holandês está a tentar atrair a fábrica da Tesla Motors, segundo avançou o ministro da Economia Henk Camp numa carta dirigida ao Parlamento do país, citada pela Bloomberg.

O facto de a empresa de Elon Musk já estar presente na Holanda, onde tem um pequeno centro de montagem de carros em Tilburg pode ser um trunfo na manga para o governo holandês ganhar a corrida a outros países interessados como Portugal e Espanha e outros países.

De resto, é nesta unidade de produção em Tilburg que a Tesla está a montar o seu modelo Tesla Model S, que é comercializado na Europa com componentes e peças que são despachadas diretamente dos EUA, da fábrica principal da marca em Freemont, Califórnia.

A decisão final quanto à localização da fábrica que a Tesla pretende instalar na Europa só deverá ser tomada no próximo ano. Até lá, os vários governos europeus vão tentar convencer Musk de que o seu país é o melhor para receber este investimento.

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Governo espanhol e PSOE de acordo para subida de 8% do salário mínimo

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2016

Governo espanhol e o PSOE chegaram a acordo para um aumento de 8% do salário mínimo em 2017, o que significa mais 52,4 euros por mês e uma remuneração que passa para os 707,6 euros.

O Governo espanhol e o PSOE chegaram a acordo para um aumento de 8% do salário mínimo em 2017, o que significa mais 52,4 euros por mês e uma remuneração que passa para os 707,6 euros.

A medida, noticiada hoje pela imprensa espanhola, deve ser aprovada no Conselho de Ministros que tem lugar esta manhã em Madrid.

A decisão faz parte das negociações sobre o teto de despesas do Orçamento Geral do Estado para 2017 que terá de cumprir o objetivo negociado com a Comissão Europeia para que a Espanha alcance um défice público de 3,1 % do PIB (produção anual).

Depois de conhecerem a proposta, os sindicatos espanhóis reconheceram que se trata de um “avanço”, mas também se manifestaram descontentes, considerando-a “absolutamente insuficiente”.

Os sindicatos criticam também o processo utilizado pelo Governo de situar as negociações do salário mínimo interprofissional (SMI) no âmbito político e parlamentar e de “ferir” o diálogo social.

O governo espanhol é apoiado pelo Partido Popular (direita), que foi o partido mais votado nas eleições de 26 de junho último, mas sem maioria absoluta, sendo o PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol) a principal força política da oposição.

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As melhores dicas para um networking eficaz

  • ECO + SAGE
  • 2 Dezembro 2016

O networking é fundamental para o sucesso do vosso negócio: a ideia é ter uma forte e extensa rede de contactos dos quais o vosso negócio pode beneficiar.

É importante ir a eventos de networking para fortalecer e alargar a vossa rede de contactos. Nestes encontros, a ideia é falar com o maior número de pessoas possível que possam vir a ser úteis.

Um contratempo que pode vir a encontrar nestes eventos é ser monopolizado pela conversa de uma pessoa, o que o impede de estabelecer outros contactos e aumentar a rede.

Aqui estão algumas dicas que podem ser úteis para sair de uma conversa sem estragar a ligação com essa pessoa.

  • Podem sempre dar uma desculpa discreta, como ter ir buscar algo para comer ou beber, por exemplo.
  • Se já conhecerem algumas pessoas nesse evento, tirem partido disso. Apresentem a pessoa com quem estão a conversar a alguém que já conheçam e que seja uma ligação útil: para além de sair da conversa, também ajuda a pessoa com quem estava a conversar a aumentar a sua rede de contactos.
  • Mas também podem terminar a conversa de uma forma bastante sincera: agradeçam à pessoa pelo seu tempo, dizendo-lhe que foi bom conhecê-la, e que pretendem ir falar com determinada pessoa a propósito do vosso negócio – estão num evento onde é suposto fazerem isso.

A mobilidade que um software de faturação como Sage One vos traz, num mundo ligado em rede e onde o tempo se tornou num recurso disputado, permite-vos terem mais disponibilidade para se concentrarem em fazer contactos importantes para o vosso negócio.

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Revista de imprensa internacional

Na Europa, o primeiro-ministro finlandês meteu-se numa polémica de liberdade de imprensa depois da divulgação de mails que enviou a um jornalista da televisão estatal.

Do outro lado do Oceano Atlântico continuam a chegar notícias de Donald Trump. Desta vez é um aviso para as empresas que queiram emigrar: vaiv haver consequências. O México é o destino de muitas dessas empresas, um país que entrou em incerteza depois da eleição de Trump. Além disso, esta semana soube-se que o atual governador do banco central do México vai abandonar o cargo. Mais a sul no continente americano as notícias não são melhores: no Brasil continua a polémica entre a justiça e a política, desta vez por causa de uma nova lei.

Financial Times

Primeiro-ministro finlandês abre polémica com jornalista

Juha Sipila, um empresário milionário, foi eleito primeiro-ministro da Finlândia no ano passado, numa coligação dos partidos de centro-direita do país. Em pouco tempo já conseguiu arrecadar uma polémica: uma empresa da família ganhou um contrato com uma empresa mineira que está em dificuldades financeiras e é apoiada pelo Estado. Em causa está a influência de Sipila no negócio, mas o assunto agravou-se quando foram divulgados mails “emocionais” do primeiro-ministro sobre a cobertura do escândalo a um jornalista da televisão estatal. Escândalo soma a escândalo e agora Juha Sipila é acusado de querer intervir demasiado e, por isso, estar a pôr em causa a liberdade de imprensa.

Leia a notícia completa em Financial Times. (Acesso pago / Conteúdo em inglês)

The New York Times

Governador do Banco do México está de saída

Agustín Carstens está de saída do banco central do México. Em julho, o atual governador vai abandonar o cargo, o que traz mais incerteza ao país desde a eleição de Donald Trump e a vontade do próximo presidente dos Estados Unidos da América de construir um muro na fronteira entre os dois países. Carstens é o governador do Banco do México há sete anos. Agora vai transitar para a direção do Bank for International Settlements, uma entidade sediada na Suíça que é o “banco” dos bancos centrais. Após o anúncio desta saída esta quinta-feira, os mercados reagiram mal e o peso mexicano desvalorizou.

Leia a notícia completa no The New York Times. (Acesso gratuito parcial / Conteúdo em inglês)

CNBC

Trump: Empresas que abandonem EUA vão ter “consequências”

Já não existe um dia sem uma notícia de Donald Trump. O ataque continua, desta vez às empresas que querem sair do territórios dos Estados Unidos da América para instalaram a sua sede e operações noutro país. O recente acordo com a The United Technologies permitiu-lhe salvar 1.100 empregos, impedindo a empresa de rumar ao México. Ainda assim, há uma outra fábrica da empresa que deve mesmo fechar e acabar com 700 postos de trabalho ao mover as instalações para outro país. Em resposta a estes acontecimentos, Donald Trump fez um aviso às empresas que estejam a pensar sair do país: “As empresas não vão abandonar os EUA sem sofrerem consequências“. Falta saber quais.

Leia a notícia completa na CNBC. (Acesso gratuito / Conteúdo em inglês)

Financial Times

Brasil: nova lei opõe justiça e política

A confusão ainda não acabou no Brasil. Atualmente o assunto quente é uma lei que permitira os procuradores e os juízes também a serem alvo de acusações de abuso de poder. A guerra entre o Congresso, o Governo e a justiça brasileira continua: os procuradores dos grandes casos de corrupção estão com medo que, ao ser aprovada, a lei vá dar o sinal errado ao povo brasileira numa altura em que grandes casos de justiça estão em curso. É esta a opinião de Sérgio Moro, o juiz anticorrupção que está a cargo do caso da Petrobras. Alguns procuradores do caso ameaçaram a demissão caso a lei passe e o presidente Michel Temer a publique.

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The New York Times

SpaceX vai tentar (novamente) lançar um foguetão

Três meses depois da explosão de um foguetão, a SpaceX vai voltar à carga nas próximas semanas. O jornal norte-americano avança que a Iridium Communications, uma empresa que controla os serviços de comunicação de mais de 60 satélites, anunciou esta quinta-feira que quer lançar os satélites da próxima geração no foguetão da SpaceX, o Falcon 9, a 16 de dezembro. Ou seja, têm 14 dias para se preparar e evitar uma nova catástrofe. No entanto, há obstáculos: o lançamento tem de ser aprovado pela autoridade competente da área, a Federal Aviation Administration, e ainda existe uma investigação sobre a explosão do foguetão a 1 de setembro deste ano, o que poderá atrasar os planos de Elon Musk.

Leia a notícia completa no The New York Times. (Acesso gratuito parcial / Conteúdo em inglês)

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Economia suíça surpreende com estagnação

De forma inesperada, a Suíça registou um crescimento nulo no terceiro trimestre do ano. Fraca procura doméstica e menos consumo público condicionaram economia helvética.

A economia da Suíça estagnou terceiro trimestre do ano, naquele que foi o primeiro trimestre sem expansão económica em mais de um ano, com a fraca procura doméstica e a queda dos gastos públicos a pressionaram as contas helvéticas.

A estagnação observada no último trimestre segue-se a um crescimento da riqueza em 0,6% nos três meses até junho, e compara com a média de 0,3% que os economistas sondados pela Bloomberg esperavam de taxa de expansão económica na Suíça. Apesar do crescimento nulo, o gabinete de estatísticas do país não considera que o fraco desempenho seja um sinal de que a retoma económica esteja em causa.

“Este lento crescimento não tem tanto a ver com o franco suíço forte, mas tem a ver com fatores especiais — como por exemplo, não houve um impulso de crescimento da parte do setor da Saúde, o que é pouco habitual”, referiu Ronald Indergrand, diretor do departamento de economia da SECO, à Bloomberg. “Acreditamos que se tratou de um trimestre isolado e que a recuperação da economia não está em risco por causa do franco suíço forte“, acrescentou.

Se o setor exportador de bens deu um forte contributo à criação de riqueza na Suíça, apresentando um crescimento de 1,2% face ao trimestre anterior, graças sobretudo à forte procura estrangeira pela indústria farmacêutica, já os serviços viram as vendas ao exterior cair 0,8%.

"Este lento crescimento não tem tanto a ver com o franco suíço forte, mas tem a ver com fatores especiais — como por exemplo, não houve um impulso de crescimento da parte do setor da Saúde, o que é pouco habitual. Acreditamos que se tratou de um trimestre isolado e que a recuperação da economia não está em risco por causa do franco suíço forte.”

Ronald Indergrand

Diretor do departamento de economia da SECO

Enquanto isso, o gastos das famílias cresceu apenas 0,1%, ao passo que o investimento em equipamento (indicador que serve para medir os gastos das empresas) registou uma subida de 0,5%. Já a despesa pública caiu 0,1%, sendo a primeira vez que esta rubrica cai desde o início de 2014.

“A maior surpresa foi mesmo a fraca situação doméstica. A produção das fábricas foi relativamente sólida. Outros setores como a indústria do turismo que tem estado sob pressão por causa do franco forte também não se comportaram assim tão mal”, frisou Indergrand.

O Banco Nacional da Suíça, que foi um dos principais responsáveis pela forte apreciação da moeda suíça quando abandonou o objetivo de taxa de câmbio mínima em 2015, vai apresentar a sua visão da economia helvética para 2017 no próximo dia 15 de dezembro.

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