Tesla derrapa 6% e atira Wall Street para fora da estrada

Ações da fabricante de automóveis afundam na bolsa americana depois de ter apresentado prejuízos mais graves do que os analistas esperavam, abalroando Wall Street.

A Tesla afunda mais de 6% no arranque da bolsa norte-americana, depois de a fabricante de automóveis liderada por Elon Musk ter reportado prejuízos mais expressivos do que esperava o mercado.

As ações da empresa cedem dos 321,08 dólares para os 300,23 dólares, traduzindo uma queda de 6,5%, a maior desde 5 de julho, isto na sequência dos resultados mais negativos face às previsões dos analistas. No último trimestre, apresentou um prejuízo de 2,92 dólares por ação, um resultado bem mais negativo do que os 2,26 dólares esperados.

A fabricante de automóveis registou um volume de negócios de 2,98 mil milhões de dólares, ficando ligeiramente acima do previsto pelos analistas. Ainda assim, o aumento da faturação acabou por não ser suficiente para travar os prejuízos da companhia.

O mau desempenho da Tesla está a condicionar a abertura de Wall Street. Tanto o índice de referência mundial S&P 500 como o tecnológico Nasdaq perdem 0,25%. Também o industrial Dow Jones cede 0,16%.

No plano macroeconómico, o dia fica marcado pela divulgação dos dados relativos à evolução dos pedidos de subsídio de desemprego na última semana. Aqui as notícias foram positivas: caíram para o nível mais baixo dos últimos 44 anos.

Além disso, os investidores vão estar atentos à provável nomeação de Jerome Powell para liderar a Reserva Federal, o que deverá acontecer no final do dia de hoje.

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Equipas de combate aos fogos vão ter mais 16,2 milhões nos próximos dois anos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 2 Novembro 2017

O aumento da despesa das equipas de combate a incêndios foi aprovada em Conselho de Ministros e prevê que estas estejam dotadas dos equipamentos "imprescindíveis" à sua atividade.

O Governo aprovou o aumento da despesa para a compra de veículos por parte das equipas de combate aos incêndios, desde os sapadores aos vigilantes e agentes florestais, dotando o Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas de 8,1 milhões de euros anuais para tal.

A Resolução aprovada esta quinta-feira em Conselho de Ministros “autoriza a realização de despesa com a aquisição de veículos para a constituição e reequipamento de equipas de sapadores florestais, de vigilantes da natureza, do corpo nacional de agentes florestais e de coordenadores de prevenção estrutural”, no valor máximo de 16.260.162,60 euros mais IVA, entre 2018 e 2019.

Esta decisão surge no âmbito da reforma do setor florestal, que prevê a constituição de quinhentas equipas de sapadores florestais, que estarão em plena operacionalização em 2019, e a renovação dos corpos de vigilantes e agentes. Para que estes sejam “dotados dos necessários meios de vigilância, de primeira intervenção e de apoio ao combate de incêndios”, estes corpos poderão então comprar mais equipamento operacional, “imprescindíveis para o normal funcionamento destas estruturas e para cumprimento dos objetivos e metas”.

“Orgulho-me muito de ter feito parte do Governo que, há 20 anos, com o já então ministro da Agricultura Capoulas Santos, criou as equipas de sapadores florestais. Orgulho-me de, há dez anos, de ter criado as zonas de intervenção florestais. E orgulho-me agora de ser primeiro-ministro e descongelar o programa de sapadores florestais. Desde 2009 que não havia nenhuma nova equipa de sapadores florestais”, disse António Costa, em agosto, quando foram apresentadas 20 novas equipas de sapadores florestais.

O encargo financeiro que decorrerá da dotação e renovação das equipas de prevenção e combate fará parte do orçamento do Fundo Florestal Permanente e do Fundo Ambiental que ficarão sob a alçada do ICNF.

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Vieira Monteiro: Comprar ativos do Novo Banco? “Estou mais interessado em vender os meus”

O presidente do Santander Totta não exclui a hipótese de vir a comprar ativos vendidos pelo Novo Banco. Mas, até lá, Vieira Monteiro diz estar "mais interessado em vender os meus".

Presidente do Santander Totta, António Vieira Monteiro. Paula Nunes/ECOPaula Nunes/ECO

António Vieira Monteiro não põe de lado a possibilidade de vir a comprar ativos que o Novo Banco possa pôr à venda. Mas, até lá, o presidente do Santander Totta está mais “interessado” em vender os ativos da instituição financeira que lidera. As declarações são feitas no dia em que o banco revelou lucros de 332 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, um aumento de 13% em relação ao período homólogo. Resultados que ainda não refletem a aquisição do Banco Popular Portugal, concluída em setembro.

“Se houver alguma coisa que tenha capacidade e se possa comprar”, o banco irá considerar uma oferta, afirma Vieira Monteiro na apresentação dos resultados da instituição financeira. Mas, para que estes ativos possam ser adquiridos pelo Santander Totta, terão de vir acompanhados das “devidas provisões”. Até lá, o presidente do Totta diz que está “mais interessado em vender os meus”, isto numa altura em que o banco aguarda pela luz verde para a integração do Popular.

Ainda sem contar com o banco espanhol, os lucros do Totta aumentaram para 332 milhões de euros. Um crescimento de 13% que tem por base a descida dos custos operacionais para 422,5 milhões de euros (uma quebra homóloga de 7,3%) e a redução em 53% das imparidades e provisões, para 67,7 milhões, que compensaram a quebra do produto bancário.

Questionado sobre se o produto bancário pode vir a melhorar com a integração do Popular, Vieira Monteiro explica que esta queda do produto deve-se sobretudo ao “reajustamento que fazemos na carteira de dívida pública”.

Integração do Popular? Ainda faltam duas autorizações

Sobre quando é que o Popular será integrado no Santander Totta, Vieira Monteiro mantém a perspetiva de que isto acontecerá até ao final do ano. Mas o que é que falta? São, ao todo, duas autorizações. A primeira é a autorização de compra do Totta e de venda do Santander Espanha. A outra é o ‘ok’ à fusão, “que leva à integração”, explica o presidente do banco. No primeiro caso, “o processo passa pelo Banco de Portugal e depois BCE. No segundo, é direito no BCE”, acrescenta. “A documentação pedida está entregue.”

Foi em setembro que o Banco Santander Totta aprovou a compra do Popular Portugal. Esta integração acontece depois de o Grupo Santander ter comprado o Banco Popular por um euro no âmbito da medida de resolução. Falta a “luz verde” dos reguladores.

Totta “não tem intenção” de integrar plataforma do malparado

Relativamente ao malparado, o banco apresentou um rácio de 6,5% em setembro — a cobertura destes créditos em incumprimento “por provisões situou-se em 58,7% –, abaixo da média do sistema financeiro português. Revelou uma melhoria no rácio, isto numa altura em que está assinado o memorando de entendimento para a criação de uma plataforma de gestão destes créditos. CGD, BCP e Novo Banco vão integrar esta solução que só vai gerir créditos individuais acima de cinco milhões numa fase inicial. E não deve contar com o Santander Totta.

“Não conheço os pormenores [sobre a plataforma] para além daqueles que são indicadores pelos vários jornais. Não lhe posso dar informação sobre o que conheço pouco”, responde Vieira Monteiro aos jornalistas na apresentação dos resultados. “O Totta não faz parte desta plataforma, nem tem a intenção de vir a fazer parte dela”, salienta.

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Deco cria petição para acabar com comissões bancárias sem serviço prestado

  • Lusa
  • 2 Novembro 2017

O objetivo é acabar com comissões bancárias nos casos em que não há serviço prestado, como a manutenção das contas à ordem e o pagamento dos créditos habitação.

A Defesa do Consumidor criou uma petição para exigir o fim das comissões bancárias nos casos em que não há serviço prestado, como a manutenção das contas à ordem e o pagamento dos créditos habitação.

Numa nota hoje divulgada, a Associação para a Defesa do Consumidor (Deco) lembra que os consumidores pagam aos bancos por dia cinco milhões de euros em comissões, considera que “nem todas são legítimas” e exige o fim imediato de duas delas.

“Cobrar comissões pela manutenção de contas à ordem, que não requerem manutenção alguma, está longe de ser uma prática aceitável. Menos, ainda, quando estas custam, em média, 63 euros/ano aos consumidores e as isenções antigamente concedidas vão desaparecendo”, sublinha a Deco.

Outro dos exemplos dados é o pagamento de comissões nas prestações dos créditos habitação: “Obrigar os clientes com créditos à habitação a pagarem uma comissão que, em média, ronda os 30 euros/ano para poderem pagar as prestações mensais de um contrato que prevê como única opção esses mesmos pagamentos é totalmente descabido”, considera.

Diz ainda que chamar a este pagamento extra da comissão de processamento da prestação “é assumir a bizarria”.

A lei tinha resolvido já o problema das comissões bancárias, ao vir dizer que as instituições só podiam cobrar quando houvesse um “serviço efetivamente prestado”, mas não definiu o que são “serviços bancários”.

“Os bancos trataram de entender, com assinalável criatividade, que todas as ações (e até inações) dos seus clientes podem ser objeto de cobrança por via das comissões. E do Banco de Portugal nem uma palavra”, lamenta a Deco.

A Defesa do Consumidor sugere que se defina, “sem margem para dúvidas”, o que corresponde a um “serviço efetivamente prestado”, para acabar com “uma infinidade de comissões que vão sendo criadas com base na livre (e parcial) interpretação da lei”.

“A proporcionalidade entre o que se cobra e o serviço que se presta e a definição de critérios objetivos para o comissionamento bancário são outros pontos a ter em conta”, acrescenta.

A Deco lamenta igualmente que, apesar de a Assembleia da República ter criado um grupo de trabalho para estudar alternativas às comissões, “há mais de um ano” não tenha sido produzido trabalho sobre o assunto.

A comissão pode ser assinada no endereço www.comissoesfora.ptco e a De pretende que até ao dia 31 de janeiro de 2018 ela possa recolher o número suficiente de assinaturas para depois ser entregue no parlamento.

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Un/signed, o palco dos artistas desconhecidos no Web Summit

Web Summit associa-se à startup portuguesa Tradiio para criar um palco de "celebração dos talentos musicais portugueses" ainda sem contrato com editora.

É o mais recente palco do Web Summit. A organização do maior evento de empreendedorismo e tecnologia do mundo, que se realiza em Lisboa entre 6 e 9 de novembro, acaba de anunciar a criação de um novo palco no Night Summit, a programação das noites do evento. Construído em parceria com a startup portuguesa Tradiio, o Un/signed é um palco de uma noite só — a de 8 de novembro — e tem como objetivo celebrar os talentos nacionais portugueses “que ainda não têm um contrato com nenhuma editora”, avança o Web Summit em comunicado.

A partir das 20h, a organização “toma” o Lx Factory, em Lisboa: o palco vai encher-se de performances eletrónicas e acústicas “de alguns dos artistas musicais portugueses mais promissores”. Entre os nomes no palco estarão Rita Maia, Gume, Batida e Shakalion.

“Estamos muito satisfeitos por apresentar o Un/signed, que acreditamos que será uma noite incrível para os participantes do Web Summit celebrarem o talento musica português. O Night Summit é uma parte muito importante dentro do Web Summit, até porque acreditamos que o melhor networking muitas vezes se faz fora do horário das 9 às 5″, explica Paddy Cosgrave, CEO do Web Summit, citado em comunicado.

Construído em parceria com a Altice, o palco Un/signed tem a programação completa aqui.

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Incêndios: Governo aprova projetos de prevenção para áreas protegidas

  • Lusa
  • 2 Novembro 2017

As áreas em questão são os Parques Naturais do Douro Internacional, de Montesinho e do Tejo Internacional, a Reserva Natural da Serra da Malcata e o Monumento Natural das Portas de Ródão.

Os Parques Naturais do Douro Internacional, de Montesinho e do Tejo Internacional, a Reserva Natural da Serra da Malcata e o Monumento Natural das Portas de Ródão vão ter projetos de “prevenção estrutural” contra incêndios e de restauro.

De acordo com uma resolução do Conselho de Ministros publicada esta quinta-feira em Diário da República e que entra em vigor na sexta-feira, a aprovação destes projetos visa “replicar” o plano piloto implementado no Parque Nacional da Peneda-Gerês (PNPG), na sequência dos fogos do verão de 2016, com “o restauro das áreas percorridas por incêndios, a criação de condições para o desenvolvimento de ações de prevenção estrutural e o reforço de recursos humanos para uma intervenção de maior proximidade”.

“Convictos do bom resultado das soluções em execução, interessa replicar, com as devidas adaptações, este plano em duas áreas protegidas atingidas por fogos durante o ano de 2017 – o Parque Natural do Douro Internacional e o Monumento Natural das Portas de Ródão – e levar a efeito uma intervenção de caráter preventivo em três outras áreas – os Parques Naturais do Tejo Internacional e de Montesinho e a Reserva Natural da Serra da Malcata”, lê-se no diploma.

O envolvimento das comunidades locais e dos seus representantes são um pressuposto indispensável para que se alcancem os resultados esperados

Conselho de Ministros

Datada de 21 de outubro deste ano, esta resolução do Conselho de Ministros aprova projetos em cinco áreas integradas na Rede Nacional de Áreas Protegidas, que têm “elevado interesse para a conservação da natureza e biodiversidade pela sua representatividade, raridade e diversidade dos valores que encerram”, pelo que “merecem realce as ações para a proteção de habitats e espécies, nomeadamente através de ações de restauro e conservação, de prevenção e vigilância contra incêndios, assim como de reabilitação de infraestruturas existentes”.

Neste âmbito, as intervenções previstas visam a projeção destas cinco áreas classificadas “enquanto ativos estratégicos para o desenvolvimento nacional”, cumprindo a Estratégia Nacional da Conservação da Natureza e Biodiversidade e, ao mesmo tempo, materializando “um contributo efetivo para a contenção dos processos de perda de biodiversidade que decorrem das alterações climáticas”.

Segundo o diploma, os procedimentos administrativos necessários para a concretização das medidas previstas nos projetos aprovados são considerados “urgentes e de interesse público”, para que se encontrem operacionais antes da época de maior risco de incêndio de 2018, designadamente as que se traduzem na contratação de equipamentos e meios humanos para reforço do Corpo Nacional de Agentes Florestais, a atuar em cada uma das áreas afetadas.

“O envolvimento das comunidades locais e dos seus representantes são um pressuposto indispensável para que se alcancem os resultados esperados”, determinou o Conselho de Ministros, explicando que os projetos vão ser concretizados numa relação próxima com as autarquias e com os gestores dos baldios.

Uma vez que as áreas onde se pretende intervir são maioritariamente de propriedade privada, vão ser adotados “modelos participativos e de cogestão”. A execução dos projetos vai ser acompanhada por um grupo de trabalho, que será criado por despacho dos membros do Governo responsáveis pelas áreas das finanças e da conservação da natureza.

 

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BdP quer autoridade autónoma para a resolução de bancos

O Banco de Portugal propõe alterações à reforma da supervisão bancária, sendo a principal uma autoridade autónoma para a resolução. Quanto ao CSEF, pede que o poder fique só nos três reguladores.

O Banco de Portugal (BdP) reconhece que o modelo de supervisão financeira em Portugal pode ser “aperfeiçoado”, mas não concorda com parte da proposta do grupo de trabalho liderado por Carlos Tavares que vem mudar a arquitetura de supervisão nacional. O banco central pretende que seja criado uma autoridade nacional de resolução autónoma, liderada pelo ministro das Finanças — e que teria a última palavra em casos de liquidação de bancos. Além disso, quer que o Conselho de Supervisão e Estabilidade Financeira (CSEF) tenha a presidência repartida entre BdP, CMVM e ASF, sem a intervenção de elementos externos, ao contrário do que prevê a proposta do Governo que se encontra em consulta pública.

“O Banco de Portugal reconhece existirem, no atual modelo, oportunidades de significativo aperfeiçoamento dos instrumentos e procedimentos de coordenação e partilha de informações entre as autoridades de supervisão setorial, assim como concorda com o reforço do papel do Ministério das Finanças na arquitetura nacional de preservação da estabilidade financeira”, refere o BdP no seu contributo para a reforma do modelo de supervisão lançado nos últimos meses pelo Executivo. Mas a proposta não acautela tudo.

“O Relatório elaborado pelo grupo de trabalho não acautelou suficientemente nas suas recomendações a evolução recente da arquitetura europeia da supervisão financeira, a qual, no quadro da União Bancária, permitiu já recolher uma relevante experiência nacional nesta sede, o que não deve deixar de ser valorado”, salienta.

O que quer o Banco de Portugal

Uma das divergências em relação à proposta do grupo de trabalho liderado por Carlos Tavares tem a ver com a entidade que terá o poder de resolver bancos — neste momento está na esfera do próprio BdP. Carlos Costa vê com bons olhos a participação do Ministério das Finanças no processo de resolução, propondo que o ministro lidere um conselho de resolução dentro de uma autoridade nacional de resolução que pretende ver criada. Ao lado deste conselho de resolução, seria ainda criado uma comissão executiva assegurada pelo BdP.

Esta solução permitiria, na opinião do banco central, garantir que os responsáveis públicos pudessem ter voto e poder de decisão em casos de medidas de resolução a bancos que tenham impacto nas contas públicas, ao mesmo tempo que dotaria esta autoridade de competências técnicas e expertise que o BdP já possui nestas matérias, sobretudo de prevenção. Adicionalmente, passaria para a alçada desta autoridade de resolução nacional a gestão do Fundo de Resolução, que seria uma espécie de braço financeiro da autoridade.

No modelo proposto por Carlos Tavares, as funções de resolução seriam da responsabilidade de um departamento autónomo que seria criado dentro do CSEF, o super regulador que está em cima da mesa. Este departamento seria liderado por um administrador independente e nomeado pelo ministro das Finanças.

De resto, o banco central nacional rejeita a presença de qualquer elemento externo a este CSEF. Para a instituição, faz sentido criar este super regulador que vem substituir o atual Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF), sobretudo porque poderá ajudar a ultrapassar um vazio jurídico que vem impedindo os três reguladores setoriais (BdP, CMVM e ASF) de partilhar de forma mais segura informações entre si. Mas não quer a existência um conselho de administração que seja liderado por um presidente nomeado pelo Presidente da República nem a presença de dois administradores nomeados pelo Governo, tal como prevê a proposta de Carlos Tavares, para salvaguardar a independência dos reguladores.

Ao invés, propõe o BdP que este CSEF tenha uma liderança rotativa com CMVM e ASF — atualmente, cabe ao governador do BdP liderar o CNSF –, com paridade de representação e direitos de voto.

Macroprudencial fica no banco central

Com a proposta de Carlos Tavares, a supervisão macroprudencial — que tem a ver com decisões de política para o sistema financeiro como um todo, como níveis de liquidez a exigir aos bancos, por exemplo — transita do BdP para um comité dentro do CSEF. Também neste ponto há discordância da instituição liderada por Carlos Costa, que pretende manter na sua esfera as funções de autoridade de supervisor macroprudencial, tal como o ECO avançou em primeira mão.

O BdP justifica a necessidade de manter estas competências na sua alçada com a arquitetura de supervisão europeia, nomeadamente com a necessidade de harmonização de competências com a indicação de responsáveis nacionais para órgãos de decisão europeus como o European Systemic Risk Board.

(Notícia atualizada às 13h45)

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Setor industrial na zona euro em máximos de seis anos

  • Lusa
  • 2 Novembro 2017

A elevada procura tem ditado aumentos nas encomendas, que disparam ao ritmo mais alto desde janeiro deste ano. Alemanha, Holanda e Áustria lideram na subida.

O setor industrial na zona euro acelerou em outubro para o valor mais alto desde fevereiro de 2011, com as empresas a receberem mais encomendas e o emprego a crescer, segundo o índice PMI publicado pela consultora Markit.

Photographer: Brent Lewin/Bloomberg

O índice que mede a saúde da indústria subiu para 58,5 pontos em outubro, o valor mais alto em seis anos, com o “forte” crescimento das novas encomendas a disparar ao ritmo mais alto desde janeiro deste ano, motivado pela procura dos países europeus.

Esta subida, liderada pela Alemanha, Holanda e Áustria, traduziu-se numa subida da produção, o que ajudou as empresas a aumentarem os seus ‘stocks’ de produtos finais, refere a Markit.

A consultora destaca também que este aumento da produção animou as empresas a contratar pessoal adicional, fazendo o emprego no setor subir intensamente. Face a esta melhoria, registou-se uma escassez de matérias-primas, o que fez elevar os seus custos. O otimismo empresarial manteve-se igualmente positivo.

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Neste mercado português é tudo ecológico

Organii Eco Market decorre entre 3 e 5 de novembro, na Lx Factory, em Lisboa.

Cátia e Rita Curica, fundadoras do Organii Eco Market.D.R.

Sim, leu bem. Neste mercado tudo é ecológico, feito a pensar em si e no bem do planeta que habitamos. O Organii Eco Market está de volta ao Lx Factory nos dias 3, 4 e 5 de novembro, e vai encher dois pavilhões com propostas para miúdos e graúdos.

O programa conta com mais de 20 oradores, 15 palestras, dez workshops e mais de 80 empresas que desenvolvem produtos com o objetivo de zelar pelo bem-estar dos consumidores e do planeta. O mercado vai estar aberto entre as 19h e as 23h na sexta-feira, no sábado das 10h às 23h e, no domingo, das 10h às 19h.

“Para quem gosta de compras originais, aprender a fazer coisas novas, comer bem, e saber mais sobre todo este universo onde o planeta é a prioridade, este é sem dúvida um excelente programa de fim de semana e um evento incontornável na programação de Lisboa”, explica Cátia Curica, uma das fundadoras do projeto, em comunicado.

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uberPOOL está de volta a Lisboa. mytaxi oferece 50% de desconto

A partir desta sexta-feira e, até 12 de novembro, a Uber regressa ao serviço POOL. Tarifas são 25% mais económicas. Na mytaxi os descontos chegam aos 50%.

O serviço de viagens partilhadas uberPOOL vai voltar a Lisboa a tempo do Web Summit. A partir desta sexta-feira e, até 12 de novembro, o uberPOOL vai permitir aos clientes Uber que se deslocam na mesma direção partilharem as viagens de forma instantânea. A opção, garante a empresa em comunicado, permite uma poupança de 25% relativamente ao serviço uberX.

Lisboa vai receber milhares de pessoas durante o Web Summit, o que terá um impacto na mobilidade da cidade. Com o uberPOOL, queremos ajudar a manter Lisboa em movimento, incentivando a que mais pessoas possam viajar em menos carros”, explica Rui Bento, diretor-geral da Uber para a Península Ibérica, em comunicado.

Acreditamos que soluções como o uberPOOL serão cada vez mais importantes para o futuro da mobilidade das cidades, e queremos trazer opções de mobilidade mais partilhadas às cidade portuguesas.

Rui Bento

Diretor-geral da Uber Península Ibérica

Esta é a terceira vez que a Uber oferece o serviço POOL em Lisboa. A primeira, há um ano, fez com que utilizadores de 60 nacionalidades partilhassem as viagens na capital portuguesa. A segunda foi em julho, durante os festivais de verão, e envolveu utilizadores de 90 nacionalidades.

Já para os clientes que se desloquem ao Parque das Nações a partir da plataforma mytaxi, os descontos podem chegar aos 50%. A empresa líder europeia em serviços digitais de reserva de táxis vai lançar uma campanha especial para os assistentes do Web Summit: dá 50% de desconto a todos os clientes que optem pelos seus serviços via app, durante o evento que decorre entre 6 e 9 de novembro.

“A frota mytaxi está reforçada para os dias do evento e os parceiros devidamente informados sobre a importância e desafio que este evento representa para a mobilidade na cidade de Lisboa. Ninguém conhece melhor os recantos da cidade que os taxistas, e é por isso que preparámos a nossa frota para dar resposta aos pedidos e contamos com os motoristas da mytaxi para facilitar a deslocação dos milhares de visitantes nacionais e internacionais deste evento”, explica Pedro Pinto, general manager da mytaxi.

A campanha está ativa entre 1 e 12 de novembro, 24 horas por dia.

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Santander Totta aumenta lucros para 332 milhões até setembro

O banco liderado por Vieira Monteiro reduziu os custos em mais de 7% e as imparidades e provisões em 53%.

O Santander Totta alcançou lucros de 332 milhões de euros no conjunto dos primeiros nove meses do ano, um aumento de 13% em relação ao período homólogo, que ainda não reflete a aquisição do Banco Popular Portugal, concluída em setembro. O banco liderado por Vieira Monteiro reduziu os custos em mais de 7% e as imparidades e provisões em 53%, anunciou, esta quinta-feira, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

No período de janeiro a setembro, o produto bancário do Santander Totta, equivalente às receitas do banco, reduziu-se em 4,6%, para um total de 899,1 milhões de euros. Contudo, a descida dos custos operacionais para 422,5 milhões de euros (uma quebra homóloga de 7,3%) e a redução em 53% das imparidades e provisões, para 67,7 milhões, compensaram esta quebra do produto bancário.

Por outro lado, a margem financeira recuou em 6%, para 515,8 milhões de euros, “consequência, principalmente, de reajustamentos na carteira de dívida pública”, e as comissões líquidas aumentaram em 4,7%, totalizando 248,9 milhões de euros. Já os depósitos caíram 1,3%, para 27,6 mil milhões de euros e a carteira de crédito ascendeu a 35,3 mil milhões de euros, um aumento de 4,6%.

O banco conseguiu ainda reduzir o rácio de crédito malparado em 2,5 pontos percentuais, para 6,5%, e aumentar o rácio de core tier I em 0,8 pontos percentuais, para 16,6%. “Os níveis de capitalização do Santander Totta permanecem bastante elevados, claramente acima dos requisitos mínimos exigidos pelo Banco Central Europeu”, salienta o banco.

Feitas as contas, o resultado líquido do banco fixou-se em 331,9 milhões de euros no final de setembro, mais 13% do que em setembro do ano passado.

Notícia atualizada às 12h24 com mais informação.

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Banco de Inglaterra sobe juros pela primeira vez em 10 anos. Libra afunda

  • Juliana Nogueira Santos
  • 2 Novembro 2017

O banco central britânico decidiu subir a taxa de juro diretora para 0,5%, apesar das preocupações em torno da economia. Ao contrário do esperado, a libra segue a cair mais de 1%.

O Banco de Inglaterra decidiu subir a taxa de juro diretora, algo que não fazia há mais de uma década, isto apesar dos alertas para a economia perante o cenário de saída da União Europeia. A decisão dos vice-governadores não foi unânime, com dois deles a votarem para manter a taxa inalterada, mas a esta acabou por aumentar de 0,25% para 0,50%.

A subida da taxa de referência, pela primeira vez em dez anos, tem como objetivo dar resposta à subida dos preços. No mês de setembro, a inflação britânica avançou para os 3%, bem acima da meta estabelecida pela instituição liderada por Mark Carney que era de 2%.

Ainda assim, o banco central voltou atrás nas recomendações expressada na última reunião de política monetária, em que afirmava que a taxa poderia subir mais depressa do que estaria previsto. Estará fora dos planos de Mark Carney subir a taxa nos próximos tempos. A culpa é da economia, por causa do Brexit.

A maior preocupação do Banco de Inglaterra prende-se com a saída da União Europeia, uma decisão que segundo o banco central britânico terá “um impacto notável nas perspetivas económicas”. “As incertezas associadas ao Brexit estão apesar na atividade doméstica, que tem abrandado ainda que o crescimento global tenha aumentado significativamente”, pode ler-se no relatório de política monetária do banco central. “Os constrangimentos no investimento e na oferta de mão-de-obra relacionados com o Brexit parecem reforçar o abrandamento marcado que se tem tornado mais evidente nos últimos anos”.

Libra afunda com alertas à economia

Apesar da decisão de subir os juros ter tendencialmente um efeito positivo no mercado cambial, tanto o facto de Carney ter abandonado a referência a uma subida mais rápida da taxa de juro daqui para a frente como os alertas do Banco de Inglaterra para a economia estão a levar a divisa britânica a deslizar.

Um euro compra 0,88889 libras

Fonte: Bloomberg

A moeda britânica está a cair 1% face à divisa americana, com uma libra a comprar 1,3112 dólares. Face ao euro, o cenário é idêntico, com a libra a cair 1,33%. Um euro está a comprar 0,88889 libras, ainda assim mantém-se aquém do máximo de mais de 0,92 libras registado no final de agosto.

(Notícia atualizada às 12h50 com mais informações)

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