Conversas Soltas: “Super-comercial que não é um comercial” precisa-se

Na segunda edição do Conversas Soltas discute-se a gestão comercial das empresas. Onde se cruzam os objetivos comerciais e a retenção de clientes? Meo, Cisco e Polopique respondem.

As empresas precisam de um “super-comercial que não é um comercial“, defendeu a diretora geral da Cisco, Sofia Tenreiro, na segunda edição do Conversas Soltas. Juntou-se ao painel João Epifânio, da Meo, e Isabel Carneiro, da Polopique, que concordaram. Seja na relação com o consumidor final, no caso da Meo, ou no papel de fornecedor, como é o caso da têxtil Polopique, a conclusão é unânime: as funções que cabem à gestão comercial das empresas são cada vez mais amplas.

Pela segunda vez, o ECO e o Banco Popular reuniram executivos em torno de um tema transversal a todas as empresas. Em julho, as conversas centraram-se no Marketing e Comunicação. Esta quinta-feira, o tema escolhido foi a gestão comercial. Carla Santos, coordenadora executiva de comunicação do Popular, salientou que as equipas comerciais “têm sabido adaptar-se às mutações constantes que têm existido no mercado” mas mantêm-se questões sobre a abordagem futura. As prioridades das empresas convidadas estão definidas: a Cisco fala em “confiança e flexibilidade”, a Meo em “proximidade e conhecimento” e a Polopique num “acompanhamento próximo e chegar primeiro”. Quanto ao caminho para lá chegar, é o que se segue.

Cisco: “Confiança e flexibilidade”

A conversa começou com uma certeza de Sofia Tenreiro: “Hoje o papel do comercial não é o do típico vendedor“. Segundo a diretora geral da Cisco, as empresas precisam de um “super-comercial que não é um comercial“, que consiga agregar as funções que habitualmente se dividem pelos departamentos de pré-venda, consultoria e comercial para dar o melhor apoio ao cliente. Isto é, “ter a propriedade de saber as soluções técnicas mas também saber fazer as perguntas corretas para perceber as necessidades e finalmente gerir a colaboração externa“. Uma separação destas funções não é desejável: obriga o cliente a repetir-se e “perde-se muita informação”, afirma Sofia.

"Hoje o papel do comercial não é o do típico vendedor.”

Sofia Tenreiro

Diretora Geral da Cisco

As necessidades de agregação vão mais longe: até à coopetition, a cooperação entre concorrentes para satisfazer o cliente comum. Cada vez mais os clientes querem uma simplificação da parte dos fabricantes e esperam que “haja um que consiga aliar vários”, explica Sofia com base na experiência da Cisco.

Sofia Tenreiro, diretora geral da CiscoPaula Nunes / ECO 21 Setembro, 2017

Dentro da empresa, os objetivos comerciais estão muito presentes dado que “cada pessoa tem um pensamento muito focado nos resultados da empresa“, embora não se pretendam “bons resultados a qualquer preço”, ressalva. No horizonte, a Cisco tem como prioridade para a gestão comercial estabelecer a “confiança e flexibilidade” necessárias para incorporar as mudanças. “É necessária muita formação para as novas tendências” — desde cibersegurança a cidades inteligentes — para fomentar a confiança entre os colaboradores. A Cisco preocupa-se ainda em dar compensações ajustadas ao perfil de cada colaborador tendo em conta a fase da vida em que se encontra e as necessidades próprias de cada um. A flexibilidade estende-se ao ritmo de trabalho: “Podem estar na praia se quiserem desde que sejam entregues os objetivos”, ilustrou Sofia. A executiva acredita que estes benefícios “complementam muito bem” a remuneração mais direta.

Acredito numa tecnologia com alma, acompanhada pelo fator humano.

Sofia Tenreiro

Diretora Geral da Cisco

A Cisco, como empresa de referência no setor tecnológico, já conseguiu aperceber-se de que os consumidores não se importam de comprar online produtos mais indiferenciados, embora Portugal seja uma exceção. Por cá, é preciso o contacto, um “aspeto consultivo muito mais forte do que noutros países” e vendem-se essencialmente serviços, observa. Contudo, “acredito numa tecnologia com alma, acompanhada pelo fator humano”, assinala Sofia Tenreiro. “Não basta vender tecnologia: tem de se perceber que vai ser utilizada pessoas e cada um tem a sua interpretação“, acrescenta. A diretora geral da Cisco descreve o envolvimento das equipas humanas como “uma abordagem necessária e que tem de continuar a existir”. “O cliente ainda gosta de saber quem está do outro lado para o caso de surgirem problemas”, justifica.

Meo: “Proximidade com conhecimento”

Hoje quando se dirigem a um ponto de venda [os clientes], não se limitam às perguntas básicas“, comenta João Epifânio, diretor de Vendas B2C da Meo. Isto obriga os comerciais a apresentar soluções diferentes para diferentes perfis. Neste sentido, as vendas estão incluídas na gestão comercial e mesmo a pré-venda, o suporte mais técnico, funciona de modo integrado.

A prioridade da gestão comercial é desta forma atingir a proximidade ao cliente com um conhecimento elevado do mesmo e dos produtos. Os comerciais têm de saber os diferentes meios de cobertura à disposição, o perfil de consumo do cliente e só depois fazer a sugestão do produto, pois “um produto melhor também vai deixar os clientes mais satisfeitos” e que portanto vai permitir que “rodem menos entre operadores”. Às vezes um incremento de dois ou três euros ao preço pode garantir uma qualidade substancialmente melhor — e é o papel do comercial saber quando o deve aconselhar.

A preocupação de como vender tem de existir muito antes de chegar ao comercial.

João Epifânio

Diretor de Vendas B2C da Meo

Como conjugar vendas e receitas com consultoria e serviço? A “preocupação de como vender tem de existir muito antes de chegar ao comercial”, defende João Epifânio. Os pacotes de serviços, cada vez mais alargados, são um exemplo de desenho do produto que vem precisamente ajudar à eficácia das vendas. Isto sem desvalorizar o papel do comercial que tem “uma função muito exigente, diria talvez a função mais exigente”, arrisca o diretor de vendas da Meo.

João Epifânio, Diretor de Vendas B2C da Meo.Paula Nunes / ECO 21 Setembro, 2017

A “função mais exigente” tem que ser devidamente compensada, até porque “comercial sem dinheiro no bolso não vende“, afirma o líder de vendas. Neste sentido, a remuneração variável poderá ser superior à fixa, mas tenderá a ser equivalente. Outra componente da motivação é, à semelhança do que acontece na Cisco, a formação. “Não se pode vender sempre com a mesma metodologia” e a aprendizagem contribui para que os níveis de confiança saiam reforçados. Por fim, as políticas de rotação de quadros estão a ser afinadas com a nova dona, a Altice, pois “funcionam particularmente bem em termos de retenção” de acordo com o executivo, que deteta ainda a presença de “cada vez mais portugueses na estrutura corporativa da empresa”.

"Comercial sem dinheiro no bolso não vende.”

João Epifânio

Diretor de vendas B2C da Meo

A digitalização também simplifica os processos, mas “ainda não estamos lá”, assume João, referindo-se mais especificamente à subscrição online de serviços. A empresa encontra-se contudo a “trabalhar fortemente nestes processos”. Entretanto, a redistribuição da rede de lojas para evitar que os clientes tenham que se deslocar mais de 50 quilómetros é outra forma de aproximação. Os canais telefónicos, a transição de tarifários… tudo tem de ser simplificado.

Polopique: “Acompanhamento próximo e chegar primeiro”

A Polopique está dimensionada para grandes distribuidores, como “não existem muitos no mundo”, diz Isabel Carneiro, a diretora geral da Polopique. É o caso do grupo Inditex. Por esta razão “não nos interessa ir a todos”, afirma a diretora, mas mantém-se consistente no tratamento: proximidade. As equipas vão frequentemente ao encontro do cliente. “Se tiverem de estar a trabalhar uma semana com o cliente estão”, reitera. E as instalações da empresa têxtil de Santo Tirso também recebem várias vezes os clientes.

Qualquer criador gosta de ver o trabalho valorizado. Quando o produto sai há um estímulo [para as equipas que o desenham].

Isabel Carneiro

Diretora Geral Polopique

Entre os tecidos, a equipa de desenvolvimento e a do departamento comercial “entrelaçam-se” pois “qualquer criador gosta de ver o trabalho valorizado” e a venda do produto é um estímulo para as equipas que o desenham. As equipas têm uma informação trimestral da evolução do negócio, e reúnem frequentemente com a direção para receber um feedback mais direto do cliente e “poderem reagir”. A capacidade de reação é particularmente importante numa indústria como a da moda em que “todas as semanas estamos a propor coisas” conta a diretora.

A digitalização tem acelerado o passo ao setor, pois quando o site é a montra, “passado uma semana queremos ver uma coisa diferente”, explica ainda. A Polopique consegue atualmente responder no passo de duas a três semanas a uma nova tendência ou à reposição de um artigo. A verticalidade da empresa, isto é, a participação em várias fases da cadeia de valor, ajuda à agilidade. Neste momento exportam a maioria da produção: enviam para Espanha e a partir de lá se faz a distribuição.

Isabel Carneiro, a Diretora Geral da Polopique.Paula Nunes / ECO 21 Setembro, 2017

Num mercado em crescimento e “cada vez mais aguerrido” nas palavras de Isabel, a executiva acredita que a Polopique oferece as melhores condições aos colaboradores. “As pessoas sabem que são reconhecidas em função do desempenho”. Para além do mais, os rendimentos dos trabalhadores situam-se sempre “acima do ordenado mínimo”, garante, e têm especial atenção a assuntos de segurança social pois dão “tranquilidade” aos trabalhadores. Dificuldades no recrutamento são poucas uma vez que “Portugal tem boas escolas de moda” e a empresa também investe na formação aos seus profissionais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo adverte que ciclos económicos estão “mais curtos” e pede acordo no plano social

  • Lusa
  • 21 Setembro 2017

Presidente da República pediu um "acordo generalizado" no plano das políticas sociais como resposta ao envelhecimento da população. E alertou para o facto dos ciclos económicos estarem "mais curtos".

O Presidente da República advertiu esta quinta-feira que os ciclos de crescimento económico estão “mais curtos”, dizendo que será bom se durarem cinco anos, e pediu “um acordo generalizado” no plano das políticas sociais de resposta ao envelhecimento.

“Temos de ter cuidado, porque sabemos que atualmente os ciclos económicos são mais curtos, não há ciclos de dez anos de crescimento económico e de emprego – não, isso acabou. Mas, se houver cinco anos, três, quatro, cinco anos, isso já são boas notícias”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa, numa conferência da Comissão Económica das Nações Unidas para a Europa (UNECE) sobre envelhecimento, no Centro de Congressos de Lisboa.

Na sua intervenção, quase toda em inglês, o chefe de Estado elogiou o papel das instituições particulares de solidariedade social (IPSS) e, embora ressalvando que “sem um orçamento equilibrado é impossível viver”, apelou aos ministros da área social para que se batam por verbas em Conselho de Ministros: “Não deem demasiado poder aos ministros das Finanças”.

À saída, com o ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva, ao seu lado, o chefe de Estado escusou-se a falar diretamente sobre o Orçamento do Estado para 2018, mas considerou que o grupo de economistas que apresentou um estudo propondo uma estratégia de maior despesa pública e menor ambição na redução do défice “traz uma reflexão muito interessante“.

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que esse grupo de economistas – entre os quais se inclui o deputado independente eleito pelo PS Paulo Trigo Pereira – defende “por exemplo, que o chamado défice estrutural tem de ser visto de uma maneira diferente”, para que seja “possível, ao mesmo tempo, controlar o défice e ter despesas públicas a pensar em problemas sociais”.

“Portanto, é uma tomada de posição que tem a ver com uma reflexão europeia. E essa é uma das reflexões importantes que a Europa pode vir a fazer no futuro próximo”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Brasileira Oi na mira da China Mobile

Perante o impasse na recuperação da operadora brasileira, regulador pretende encontrar um novo acionista para a Oi. Chineses da China Mobile estão interessados. Mas têm condições.

A operadora China Mobile tem mantido conversas preliminares com responsáveis do regulador brasileiro de telecomunicações no sentido de comprar a Oi, avança a revista brasileira Exame.

Encontrar um novo investidor para Oi é a “solução dos sonhos” para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), escreve aquela publicação esta quinta-feira. E, nesse sentido, os conselheiros do regulador têm realizado reuniões com os executivos da empresa estatal chinesa para discutir investimentos no Brasil, incluindo na problemática operadora brasileira detida em 27% pela portuguesa Pharol.

Os chineses estão interessados no negócio. Mas há pontas soltas que querem definir antes de tomar qualquer decisão: pretendem comprar apenas a divisão de telefonia móvel da Oi (não quer o negócio da telefonia fixa) e querem ver a telecom brasileira livre das multas em atraso.

Juarez Quadros, presidente da Anatel, reuniu-se no dia 11 de setembro com os responsáveis da China Mobile e também com o Banco de Desenvolvimento da China.

A Exame lembra que a companhia chinesa abriu em setembro um escritório em São Paulo. Na China, a operadora estatal detém 837 milhões de clientes, mais de três vezes o número total de telemóveis que existem no Brasil.

A possibilidade de os chineses entrarem na Oi surge num contexto de impasse em torno do plano de recuperação da operadora. A Oi entrou com um pedido de recuperação judicial em junho do ano passado por não conseguir negociar um total de 65,4 mil milhões de reais (17,5 mil milhões de euros) em dívidas. Desde então, os acionistas e obrigacionistas têm tentado encontrar um consenso em torno da reestruturação da operadora.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street arranca no vermelho com subida de juros à vista

As ações norte-americanas estão a reagir à possibilidade de ocorrer anda este ano mais uma subida dos juros nos EUA, bem como ao plano de a Fed começar a reduzir o seu balanço em outubro.

As ações norte-americanas arrancaram a sessão no vermelho, apesar de apresentar perdas ligeiras. A desvalorização dos principais índices bolsistas norte-americanos acontece um dia depois de a Reserva Federal (Fed) ter sinalizado que poderá subir os juros ainda este ano, bem como irá dar o pontapé de saída à retirada dos estímulos económicos. O anúncio apanhou de surpresa o mercado, condicionando assim o desempenho das ações.

O índice S&P 500 arrancou a desvalorizar 0,04%, para os 2.507,16 pontos, enquanto o Nasdaq abriu a perder 0,12%, para os 6.448,57 pontos, respetivamente. Os principais índices bolsistas norte-americanos cedem terreno após o banco central ter indiciado esta quarta-feira que poderá avançar ainda este ano com a terceira subida da taxa de juro de referência, apesar da baixa inflação, ao mesmo tempo que vai reduzir o programa de estímulos económicos, já em outubro.

“Ontem foi um dia decisivo — o início do fim do quantitative easing“, afirmou a este propósito Bhanu Baweja, estratega do UBS, em entrevista à Bloomberg TV.

A decisão dos políticos dos EUA de deixar a taxa de juro de referência inalterada era totalmente esperada, mas as suas previsões relativamente aonde vão estar no final do ano apanharam o mercado de surpresa. O mercado aponta agora para uma probabilidade de 70% de a Fed anunciar uma subida dos juros na reunião de dezembro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Parlamento Europeu ouve FIFA e UEFA sobre Football Leaks

Representantes da FIFA, da UEFA e da Associação Europeia de Agentes de Futebol (EFAA) vão ao Parlamento Europeu na próxima semana para serem ouvidos sobre a investigação Football Leaks.

A comissão de inquérito que está a investigar os Panama Papers vai realizar uma audição com os representantes da FIFA, da UEFA e da Associação Europeia de Agentes de Futebol (EFAA). A sessão decorre na próxima terça-feira no Parlamento Europeu, em Bruxelas.

Sob o tema “Planeamento fiscal: Estão as celebridades e as empresas a violar o direito europeu?”, os representantes das associações que controlam o futebol europeu vão ter de responder perante os eurodeputados. Esta comissão de inquérito conta com a eurodeputada socialista, Ana Gomes, como vice-presidente e ainda com a presença dos eurodeputados portugueses Nuno Melo (CDS), José Manuel Fernandes (PSD) e Miguel Viegas (PCP).

Os tópicos da sessão passam pela transparência do mercado de transferências dos jogadores, o financiamento dos clubes europeus e os direitos de imagem dos profissionais. A sessão começará com uma introdução do jornalista Merijn Rengers, do jornal holandês NRC Handelsblad, que integrou o consórcio de jornalistas European Investigative Collaborations (EIC) — a entidade responsável pela investigação do Football Leaks.

Este caso afetou também vários futebolistas portugueses. A investigação divulgada no final do ano passado refere os nomes de Cristiano Ronaldo, Fábio Coentrão, Jorge Mendes, Ricardo Carvalho e José Mourinho. O caso mais mediático foi o de Ronaldo: o internacional português foi acusado pela justiça de defraudar o fisco espanhol em 14,7 milhões de euros.

O jogador recusou-se a pagar o valor reivindicado pelo fisco antes de ir a tribunal. A sessão aconteceu a 31 de julho e teve cobertura mundial. Em comunicado após a audição de hora e meia, Ronaldo garantiu que “nunca houve a mínima intenção de evasão de impostos”. “Quem me conhece sabe o que peço aos meus assessores: que tenham tudo em dia e corretamente pago, porque não quero problemas”, acrescentou o jogador.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Google vai ajudar três grandes jornais a captarem novos subscritores

A gigante tecnológica estará em conversações com a News Corp (dona do jornal WSJ), o FT e o NYT para encontrarem novas formas de captar subscritores. Método recorrerá à inteligência artificial.

A Google vai esforçar-se por ajudar três grandes grupos de media internacionais a angariarem novos subscritores. Com recurso a inteligência artificial, a gigante tecnológica vai encontrar novas formas de motivar o público a adquirir subscrições nos jornais The Wall Street Journal (grupo News Corp), The New York Times e Financial Times, numa altura em que aumenta a pressão dos criadores de conteúdo sobre as plataformas de distribuição, que reclamam uma maior fatia dos lucros gerados por estas empresas com a publicidade.

Segundo o Financial Times [acesso pago], o projeto colaborativo deverá ser anunciado nas próximas semanas. A ideia é tornar mais fácil a venda de subscrições online, identificando utilizadores mais abertos a pagar por informação e criando anúncios personalizados para os impactar e cativar. Eventualmente, o programa que está a ser criado poderá ser alargado a outros grupos de media, para além dos três envolvidos nesta fase inicial.

O setor dos media tem levado a cabo um braço de ferro com gigantes tecnológicas como a Google e o Facebook, que detêm quotas de mercado bem acima dos 90%. É que uma parte do negócio destas plataformas assenta no conteúdo que as empresas de media disponibilizam nelas, mas os publishers queixam-se de que não recebem uma parcela justa das receitas obtidas com venda de publicidade. Em contrapartida, as empresas de media dependem destas plataformas para captarem audiência e tráfego para os seus sites.

Esta nova parceria entre a Google e três dos maiores jornais do mundo com forte presença digital abrange novas formas de pagar pelas subscrições, como os pagamentos com um simples clique. Os publishers passarão também a ter maior controlo sobre que tipo de acesso é dado aos não subscritores que entram nos sites a partir de pesquisas no Google, segundo informações apuradas pelo próprio Financial Times.

Google, News Corp e a administração do Financial Times recusaram comentar as informações. Já o presidente executivo do The New York Times, Kinsey Wilson, disse: “Estamos a ser encorajados pela disponibilidade da Google em encontrar novas soluções para os publishers ao nível das subscrições e vamos continuar a trabalhar com eles durante os testes e o desenvolvimento do produto.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lisboa, Porto e Sintra é onde mais se reclama da Câmara

Estudo do Portal da Queixa mostra que Lisboa, Porto e Sintra lideraram no número de reclamações dirigidas à Câmara Municipal. Aumento das queixas é ainda proporcional ao poder de compra.

As Câmaras de Lisboa, Porto e Sintra são os municípios alvo de mais reclamações no Portal da Queixa, uma plataforma na internet onde os cidadãos podem apresentar reclamações contra entidades públicas ou privadas. A conclusão faz parte de um estudo que abrangeu as reclamações feitas na plataforma entre setembro de 2013 e setembro de 2017, a duração deste mandato autárquico que está prestes a chegar ao fim.

Numa nota enviada à comunicação social, o Portal da Queixa destaca que Lisboa (com 204 reclamações no período), Porto (alvo de 129 queixas) e Sintra (com 126 reclamações) lideram o ranking das 20 autarquias com mais reclamações, seguindo-se Seixal, Vila Nova de Gaia e Matosinhos.

Mas o trabalho foi ainda mais longe. Com o apoio da Social Data Lab, o Portal da Queixa olhou para as estatísticas em detalhe, recorrendo à variável do número de reclamações per capita, isto é, o número de queixas por cada 100.000 habitantes, uma vez que a dimensão das autarquias é diferente. A conclusão é a de que as reclamações “não se distribuem de forma uniforme pelo território português”, indica o portal.

Concretamente, o Portal da Queixa descobriu que o número de queixas é diretamente proporcional ao grau de urbanização e do poder de compra de determinado concelho, assim como em função do nível médio de instrução dos munícipes. “Ou seja, aumentam em função do grau de desenvolvimento das populações”, refere a entidade. Além do mais, “as reclamações diminuem nos concelhos onde a percentagem de população sem o ensino secundário é maior. Ou seja, diminuem nos concelhos onde há menos instrução”, acrescenta.

Outros dados curiosos: a média é a de 16 queixas por 100.000 habitantes e só Lisboa e Porto excedem esse valor. “Este resultado conduz à ideia de existir uma correlação positiva entre o grau de urbanização e a variável em estudo, sendo as zonas mais urbanizadas do país aquelas que apresentam uma incidência de reclamações per capita superior” explica o Portal da Queixa.

E conclui: o estudo evidencia “uma atitude moderna, de maturidade civilizacional e de consciência cívica, atestando o impacto social da plataforma no seio da sociedade portuguesa”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Soares dos Santos: “Sou a favor de um salário mínimo mais alto do que este”

  • ECO
  • 21 Setembro 2017

O líder histórico da Jerónimo Martins defende que o salário mínimo em Portugal deva ser mais alto do que os atuais 557 euros.

Alexandre Soares dos Santos foi o convidado do novo programa ECO24.Paula Nunes / ECO

Alexandre Soares dos Santos é a favor de um salário mínimo “muito mais alto” do que o atual, ainda que não tenha especificado o valor exato. Atualmente, o salário mínimo está nos 557 euros, após ter aumentado em 2017, e prevê-se que chegue aos 600 euros até ao final da legislatura.

“Sou a favor de um salário mínimo mais alto do que este porque as pessoas têm de viver com dignidade”, afirmou esta quarta-feira à noite na estreia do programa de televisão ECO24, emitido na TVI24. Contudo, o líder histórico da Jerónimo Martins avisa que o aumento do salário mínimo “impõe uma maior responsabilidade” aos trabalhadores portugueses.

Nunca falamos em Portugal na taxa de absentismo. A taxa de absentismo na maior parte das empresas é enorme”, criticou Soares dos Santos na mesma entrevista. No entanto, tal não acontece na Jerónimo Martins, a multinacional que detém a cadeia de supermercados Pingo Doce. Na ótica do empresário isso deve-se a uma política salarial diferente.

Sou a favor de um salário mínimo mais alto do que este porque as pessoas têm que viver com dignidade.

Alexandre Soares dos Santos

Líder histórico da Jerónimo Martins

Essa estratégia passa por um salário, mas também por prémios. “Os prémios são pelas vendas mensais, pela presença, pela queda de inventários ser reduzida“, explicou Soares dos Santos, assinalando que, no mínimo, um operador de caixa do Pingo Doce recebe 800 euros.

No entanto, admitiu que nos primeiros seis meses é normal que os trabalhadores ganhem o salário mínimo. “É o ponto de partida para vermos quem é o candidato”, classificou. Soares dos Santos alertou que a “mão-de-obra não qualificada acabou” e, por isso, o Estado e as empresas devem investir cada vez mais em educação especializada e técnica.

Uma das sugestões deixada por Alexandre Soares dos Santos é a distribuição de dividendos aos trabalhadores. “Sou a favor de um dividendo. Isto tem de ser regulado fiscalmente. Já propusemos a dois governos para que quem investe os dividendos distribuídos possa ter um IRS mais baixo“, explicou o empresário. Contudo, Soares dos Santos admite que estas “novas ideias” vão contra o “conservadorismo” presente no país.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tem um Tesla? A primeira oficina já abriu em Espanha

  • ECO
  • 21 Setembro 2017

Marca automóvel de Ellon Musk quer acelerar a transição para as energias renováveis, desmistificando o veículo elétrico.

Depois de ter chegado a Barcelona e a Madrid com dois concessionários temporários, a Tesla, empresa americana de automóveis elétricos, acaba de abrir a sua primeira oficina em Espanha. O centro de manutenção fica localizado na capital da Catalunha.

“Inaugurámos este centro com a missão de acelerar a transição para as energias renováveis, desmistificar o veículo elétrico e democratizá-lo”, anunciou Jorge Milburn, diretor da Tesla em Espanha, ao El País.

Em todo o mundo, a Tesla, que tem 200 mil veículos na estrada, conta com 300 oficinas. A oficina de Barcelona oferece mudanças de pneus e para-brisas, bem como atualizações do software dos carros.

A inauguração da oficina deverá ser seguida pela abertura de dois concessionários fixos da empresa de Ellon Musk, na capital espanhola e em Barcelona. Nos novos pontos de venda, estarão disponíveis os modelos S (90.000 euros) e X (100.000 euros) da Tesla. O modelo 3, o mais recente da marca, ainda só está disponível nos Estados Unidos.

Parte do processo de expansão da empresa integra, também, uma parceria com o El Corte Inglés. Em Lisboa, a Tesla já abriu, assim, uma loja temporária (com duração de seis meses) nesse centro comercial, garante o Intereconomia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pagamentos digitais continuam a ganhar terreno em Portugal

  • ECO
  • 21 Setembro 2017

Faz pagamentos ou transferências de dinheiro através do seu smartphone? Saiba que integra uma maioria. Embora as preocupações permaneçam, o mobile money continua a conquistar os portugueses.

Em Portugal, 75% dos consumidores utiliza os seus dispositivos móveis para pagamentos ou gestão de contas bancárias, revela um estudo anual de pagamentos digitais da Visa. O país segue, portanto, a acompanhar a tendência europeia, com uma percentagem de adesão de 77%.

O mesmo estudo dá conta de que 59% dos portugueses utilizam dispositivos como smartphones, tablets e werables para acederem a aplicações bancárias, 48% efetua pagamentos e 42% transfere dinheiro para amigos e familiares, tudo a partir desses equipamentos.

Os millennials são o grupo que mais aderem ao mobile money, sendo que na Europa, 86% dos inquiridos com idades entre os 18 e os 34 anos afirmam utilizarem a modalidade de pagamento. Em Portugal, 94% dos millennials pretendem aderir ao mobile money dentro de três anos. O grupo etário mantém-se acima da média nacional no que toca às transferências de dinheiro online, com 52% a aderirem.

As preocupações com a segurança e a privacidade dos dados pessoais continua a ser uma constante: o nível de conforto com a tecnologia móvel em Portugal é de 50%, acima dos 46% médios em toda a Europa. Já a segurança é uma preocupação para 64% dos portugueses. No entanto, os métodos biométricos como a leitura de impressões digitais e scan da íris estão a ganhar a confiança entre 84% dos consumidores europeus. Em Portugal a percentagem é de 86%. Os baby boomers e os millennials são os maiores confiantes nos novos métodos.

Paula Antunes da Costa, Country Manager da Visa em Portugal comenta os resultados do estudo: “Estamos entusiasmados com os resultados deste estudo e com a confiança e entusiasmo que os consumidores”, afirma, salientando o contexto dos millennials portugueses.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sporting pagou 8,6 milhões em comissões no último verão

SAD do Sporting gastou mais de oito milhões de euros em comissões no último mercado de transferências. Arrecadou mais de 50 milhões com a venda de jogadores. Mas investiu 30 milhões.

Entre entradas e saídas de jogadores, o Sporting gastou 8,6 milhões de euros em comissões a empresários, atletas e outras partes, de acordo com o comunicado da SAD leonina divulgado na Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Só com a contratação do defesa francês Jeremy Mathieu, a custo zero, o Sporting pagou uma comissão de dois milhões de euros. A comissão foi paga à Team Spirit Football Consulting e pode aumentar em mais um milhão de euros caso Mathieu renove o contrato por mais um ano.

No lado das vendas, a transferência de Rúben Semedo para o Villareal de Espanha por 14 milhões de euros implicou uma comissão de 1,4 milhões. Também a venda de Adrien Silva para o Leicester City por 24,5 milhões (pode aumentar em mais cinco milhões) incluiu uma comissão de um milhão de euros.

Contas feitas, o Sporting alcançou rendimentos de mais de 50 milhões de euros com a venda de atletas (receitas brutas). Por outro lado, investiu 28,3 milhões de euros na compra de jogadores. Bruno Fernandes e Marcos Acuña custaram aos cofres leoninos 8,5 milhões e 9,67 milhões de euros, respetivamente.

Ainda esta semana, o Benfica revelou que obteve receitas de 123 milhões de euros com transferências de jogadores este verão, o que permitiu alcançar lucros recorde de 44 milhões.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Restaurantes de Lisboa faturam 187 milhões de euros com hóspedes da Airbnb

  • ECO
  • 21 Setembro 2017

Os hóspedes gastaram mais 79 milhões de euros nos restaurantes de Lisboa do que no período anterior. Em Portugal, o impacto foi de 1,07 mil milhões de euros em 2016.

Os hóspedes do Airbnb gastaram 187 milhões de euros nos restaurantes de Lisboa, desde setembro de 2016. A nível mundial, foram gastos 5,4 mil milhões de euros em restaurantes espalhados por todo o mundo.

A plataforma de alojamento Airbnb revelou que os seus hóspedes gastaram 187 milhões de euros nos restaurantes da cidade de Lisboa, nos últimos doze meses, mais 79 milhões face ao período homólogo anterior. Os dados foram divulgados esta quinta-feira, num relatório enviado pela empresa, que envolveu 44 cidades do mundo.

A Airbnb adianta que, em 2016, os seus hóspedes tiveram um impacto económico de 1,07 mil milhões de euros em Portugal e que no primeiro trimestre de 2017, a plataforma contribuiu com 1,1 milhões de euros de taxa turística ao município de Lisboa. Em média, um português que partilhe a sua casa durante 39 noites por ano, lucra uma média de 3,6 mil euros por mês de rendimento extra.

Nas dez cidades europeias incluídas no relatório, onde constam Paris, Londres e Lisboa, os hóspedes gastaram mais de 2,5 mil milhões de euros, um aumento de 700 milhões face ao período anterior.

A Airbnb adianta que os hóspedes estão cada vez mais dispendiosos, gastando em média entre 33 e 83 euros por noite. Quase metade (43%) dos gastos são feitos nas zonas onde estão alojados e 56% deles que poupam dinheiro ao reservar um alojamento pela Airbnb gasta mais em comida e compras. A maioria dos hóspedes (75%) prefere ficar alojado fora dos principais bairros de hotéis, beneficiando os cafés locais e os negócios familiares.

"Quando as pessoas viajam utilizando a Airbnb, ajudam a assegurar que os benefícios do turismo são desfrutados por muita gente e não ficam apenas nas mãos de alguns, apoiando assim as comunidades locais.”

Arnaldo Muñoz

Diretor geral da Airbnb para Espanha e Portugal

A Airbnb iniciou recentemente uma parceria com a aplicação de reservas de restaurantes Resy, onde os hóspedes vão poder fazer reservas nos melhores restaurantes diretamente através da aplicação e do website da Airbnb. O serviço de reservas entra em funcionamento a partir desta quinta-feira e está disponível em 16 cidades dos Estados Unidos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.