Lei das plataformas de transporte só é votada em setembro

  • Lusa
  • 24 Julho 2017

Entre as medidas previstas na nova lei, o horário máximo de condução não deverá ultrapassar seis horas e os veículos não poderão ter mais de sete anos.

A aprovação do diploma para regular as plataformas eletrónicas de transporte ficou adiada para a próxima sessão legislativa, que arranca em setembro, por falta de tempo para fazer todas as audições.

De acordo com o presidente da comissão parlamentar de Economia, o deputado Hélder Amaral, o diploma das plataformas eletrónicas de transporte de passageiros em veículos descaracterizados, como a Uber ou a Cabify, “não foi aprovado porque é preciso fazer um conjunto de audições”, pedidas por partidos, nomeadamente as associações de táxis, os utilizadores das plataformas, municípios e especialistas.

“Não havia tempo para fazer a especialidade ouvindo toda a gente que devia ser ouvida, o que adiou para setembro o início dos trabalhos”, acrescentou.

O diploma proposto pelo Governo tem merecido a contestação das associações que representam os taxistas.

“O que nós dizemos é que este atraso é resultado de uma má gestão, em termos políticos, por parte do Ministério do Ambiente. E, da leitura que fazermos das várias propostas e das várias alterações à proposta do Governo, ou não sai nada ou não sai naturalmente o que o Governo queria. Isso, repito, satisfaz-nos”, disse à Lusa o presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos.

Já o responsável da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóvel Ligeiro (ANTRAL), Florêncio Almeida, acrescentou que este adiamento demonstra que “os próprios partidos políticos e todas as instituições que podem intervir neste problema das plataformas não se entendem”.

“Porque este é um assunto bastante melindroso, vem colidir com outros setores que estão legalizados e os seus objetivos e, por isso, tem demorado algum tempo”, disse, salientando que na próxima quinta-feira vai iniciar-se um grupo de trabalho para a modernização do setor e que vai analisar todos estes problemas novamente.

“Isso um dia vai ter de ser resolvido, de uma maneira ou de outra. Agora como, não sei. Estou convencido de que não vai ser muito fácil nesta legislatura haver alguma progressão neste sentido”, acrescentou.

O projeto de lei do Governo para regulamentar a atividade de transporte de passageiros em veículos descaracterizados, como a Uber e a Cabify, foi discutido na Assembleia da República a 17 de março. No seu projeto de lei, o Governo defendeu que os operadores (de transporte individual) deixem de poder ser entidades individuais e passem a ser coletivas, que o horário máximo de condução não ultrapasse as seis horas em contínuo, que os veículos não tenham mais de sete anos de idade, que os motoristas tenham formação própria e que não haja contingentes, entre outros.

O diploma não foi votado no Parlamento e baixou à comissão de Economia, Obras Públicas e Inovação para debate na especialidade.

Além do diploma do Governo, o Bloco de Esquerda apresentou uma proposta própria e, mais recentemente, o PSD apresentou uma outra distinta. Já o PCP optou por apresentar sugestões de alterações ao diploma do Governo.

A principal diferença da proposta do BE em relação à do Governo prende-se com a fixação de contingentes pelos municípios para estas viaturas e com uma periodicidade não inferior a cinco anos, indo mais de encontro às reivindicações da Federação Portuguesa do Táxi e da Associação Nacional dos Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), que não abdicam da contingentação.

O PCP manifestou-se contra a aprovação do projeto-lei do Governo tal como está redigido, defendendo também, à semelhança do BE, a criação de contingentes.

A proposta social-democrata — que foi aprovada a 1 de junho, juntando-se às outras na discussão na especialidade — pretende aplicar uma taxa de 5% às plataformas eletrónicas, que se destina a “compensar os custos administrativos de regulação e acompanhamento das respetivas atividades e estimular o cumprimento dos objetivos nacionais em matéria de mobilidade urbana”.

 

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Plano Juncker financia dois novos projetos em Portugal

O primeiro projeto é promovido pela Águas de Portugal e o segundo pela Suma Capital, um fundo de infraestruturas, sediado em Espanha.

O Fundo Europeu de Investimentos Estratégicos (FEIE) deverá impulsionar, até julho, um investimento adicional de 4,9 mil milhões de euros em Portugal, de acordo com o balanço mais recente feito pela Comissão Europeia, a que o ECO teve acesso. Esta revisão em alta resulta da aprovação de dois novos investimentos que receberam luz verde para serem financiados pelo Plano Juncker: um na área do ambiente e outro da eficiência dos recursos. Assim, são agora 16 os projetos financiados por este plano.

O primeiro projeto é promovido pela Águas de Portugal, com um financiamento de 420 milhões de euros, destina-se a melhorar a qualidade da água para os consumidores, avançou o Observador. O segundo é da responsabilidade da Suma Capital e representa um investimento de 20 milhões. Trata-se de um fundo de infraestruturas, sediado em Espanha, que promove a eficiência energética e a economia circular.

Estes 16 projetos aprovados para obter financiamento do Plano Juncker, um financiamento concedido através do Banco Europeu de Investimento (BEI), já receberam mais de mil milhões de euros. Em causa estão projetos de infraestruturas e inovação e a expectativa da Comissão Europeia é de que este projetos resultem num investimento de 3,1 milhões de euros, sabe o ECO, em antecipação dos valores que vão ser divulgados em Bruxelas esta manhã.

Em termos de financiamento de PME, o Fundo Europeu de Investimento financiou quase 600 milhões de euros através de oito acordos com bancos intermediários ou fundos, sendo expectável que estes acordos impulsionem investimentos em torno dos 1,8 mil milhões de euros e beneficiem mais de 1500 PME e empresas de média capitalização.

“Mais de dois anos após a Comissão Juncker ter lançado o FEIE, que está no cerne do Plano, prevê-se que mobilize agora mais de 225 mil milhões de euros em investimentos” nos 28 Estados-membros, avança a Comissão Europeia em comunicado. “As operações aprovadas ao abrigo do FEIE representam um volume de financiamento total de 43 mil milhões de euros e estão localizadas em todos os 28 Estados-membros”, acrescenta o mesmo documento.

O ‘plano Juncker’ foi apresentado no final de 2014 pelo atual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e tem como objetivo ajudar à retoma da economia europeia através da mobilização de 315 mil milhões de euros de investimentos no conjunto da União Europeia. Dois terços deste Plano é assegurado pelo FEIE

O plano tem como suporte o Fundo Europeu de Investimento Estratégico, dotado de 21 mil milhões de euros, sendo 16 mil milhões de euros de garantias do orçamento da União Europeia e cinco mil milhões de euros de dinheiro do BEI.

Artigo atualizado às 14h22 com o comunicado da Comissão Europeia

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Quais são os municípios com maior eficiência financeira?

  • Margarida Peixoto
  • 24 Julho 2017

Marinha Grande, Vila Velha de Ródão e Sintra são os municípios com maior eficiência financeira, de acordo com a dimensão. Faro destaca-se como o distrito com maior índice de imposto por habitante.

Marinha Grande, Vila Velha de Ródão e Sintra são os três municípios que apresentam maior eficiência financeira, de acordo com a sua dimensão. O ranking foi publicado esta segunda-feira no Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses, referente a 2016.

A cerca de três meses das eleições autárquicas, chega uma fotografia completa da situação financeira dos municípios portugueses, com o apoio da Ordem dos Contabilistas Certificados, em colaboração com o Tribunal de Contas, o Centro de Investigação em Contabilidade e Fiscalidade do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave e a Universidade do Minho.

De entre os 308 municípios portugueses, há três que se destacam pela positiva. A Marinha Grande, distrito de Leiria, é o município com maior eficiência financeira, tanto entre o grupo das autarquias de média dimensão, como considerando o total de autarquias do país. De um universo possível de 1.900 pontos, este município arrecadou 1.704, subindo de posição face a 2015.

De entre o grupo dos municípios de pequena dimensão, e o segundo do ranking total, destaca-se Vila Velha de Ródão, distrito de Castelo Branco. Aqui a subida foi muito significativa, já que a autarquia ocupava a 12.ª posição em 2015. Sintra é o município mais eficiente de entre o grupo dos de grande dimensão — tal como já era, aliás, em 2015. Mas com 1.531 pontos, no ranking total ainda se deixa ultrapassar por três municípios mais pequenos: Santa Cruz das Flores, na região dos Açores, Murtosa, no distrito de Aveiro, e Mealhada, também distrito de Aveiro.

De forma global os municípios de pequena dimensão são os que têm mais dificuldades em integrar o ranking dos 100 melhores municípios em termos financeiros, justificado essencialmente pelo baixo valor de receitas provenientes de impostos.

Anuário Financeiro dos Municípios Portugueses 2016

Santa Cruz das Flores e Mealhada estão no segundo lugar dos rankings dos municípios de pequena e de média dimensão, respetivamente. Murtosa está no terceiro lugar do ranking das autarquias mais pequenas. Mas, ainda assim, olhando para os resultados globais verifica-se que são os municípios de maior dimensão que conseguem mais facilmente atingir a eficiência financeira.

Desde logo, são os maiores municípios que têm mais independência face ao Orçamento do Estado: nestes, em média as receitas próprias pesam 67% no total de receitas. Para este resultado contribui fundamentalmente o volume da receita fiscal, destacando-se o IMI, IMT e ainda as derramas lançadas sobre os lucros das empresas, através do IRC. No caso dos municípios de média dimensão, o peso das receitas próprias é de 52%.

Ora, como explica o relatório, considerando que os pequenos municípios representam 60,1% do total de autarquias do país, a sua presença no ranking global dos 100 mais eficientes é ainda curta: apenas 51 conquistaram pontos suficientes para ser incluídos. “De forma global os municípios de pequena dimensão são os que têm mais dificuldades em integrar o ranking dos 100 melhores municípios em termos financeiros, justificado essencialmente pelo baixo valor de receitas provenientes de impostos,” lê-se no documento.

Por distrito, verifica-se que Faro e Leiria são os que integram mais municípios, proporcionalmente, na lista dos 100 mais eficientes.

Faro: onde o índice de impostos por habitante é mais alto

Aliás, Faro destaca-se como o distrito com mais municípios na lista dos 20 com maior índice de impostos por habitante. O relatório mostra que é Loulé que apresenta um valor mais elevado de impostos arrecadados por habitante, com 956,7 euros, seguido de Albufeira, Lagos, Lagoa e Castro Marim, todas autarquias em Faro. Só na sexta posição chega Lisboa, para ser seguida por Portimão, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António, mais quatro autarquias de Faro. Ou seja, nos dez primeiros municípios, nove são do distrito de Faro. Contudo, ressalva o documento, esta liderança “pode não significar que os residentes pagam mais impostos” do que os habitantes de outros concelhos. Pode ser antes um sinal de que “existem receitas significativas de não residentes, nomeadamente de IMI e IMT,” frisa o relatório.

Mas este é apenas um dos dez indicadores que contam para o ranking global. Aqui fica a lista completa dos dez:

  1. Índice de liquidez;
  2. Resultado operacional deduzido de amortizações e provisões sobre os proveitos operacionais;
  3. Peso do passivo exigível no Ativo;
  4. Passivo por habitante;
  5. Taxa de cobertura financeira da despesa realizada no exercício;
  6. Prazo médio de pagamentos;
  7. Grau de execução do saldo efetivo;
  8. Índice de dívida total;
  9. Grau de execução da despesa relativamente aos compromissos assumidos;
  10. Impostos diretos por habitante.

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OPA em risco. Acionistas americanos da Renováveis rejeitam oferta da EDP

A Massachusetts Financial Services não aceita o preço oferecido pela EDP. Insta os outros acionistas minoritários a acompanhar a decisão. Mexia tem até quinta-feira para rever contrapartida da OPA.

Posição de força da Massachusetts Financial Services (MFS). Os acionistas americanos da EDP Renováveis não aceitam o preço da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da EDP e pedem a António Mexia uma revisão em alta da contrapartida de 6,75 euros porque devia pagar o dobro. Sem isso, a MFS rejeita a OPA e o objetivo de retirar a subsidiária de bolsa fica condenado ao fracasso.

“A MFS não pretende aceitar a oferta sobre as nossas ações na EDP Renováveis ao preço de 6,75 euros nas circunstâncias atuais. Instamos os outros acionistas minoritários a analisar nossa análise na carta aberta da MFS e nesta declaração de posição quando fizerem a sua avaliação sobre os méritos da oferta pública”, diz aquele acionista minoritário num statement datado de 21 de julho (passada sexta-feira) a que o ECO teve acesso.

A MFS detém 4,08% da EDP Renováveis e 18,3% do total do capital alvo da oferta por parte da EDP. Ou seja, com esta rejeição, ficam por cumprir os dois critérios determinantes para a retirada da subsidiária da bolsa: superar 90% dos direitos de votos da sua subsidiária e, simultaneamente, comprar 90% dos direitos de voto que estão no objeto da oferta.

No final da operação, a EDP vai ter de assumir uma participação de 97,5% da EDP Renováveis se quiser retirá-la da bolsa. Um cenário que se perspetiva como impossível com a posição demonstrada pela MFS.

"A MFS não pretende aceitar a oferta sobre as nossas ações na EDP Renováveis ao preço de 6,75 euros nas circunstâncias atuais. Instamos os outros acionistas minoritários a analisar nossa análise na carta aberta da MFS e nesta declaração de posição quando fizerem a sua avaliação sobre os méritos da oferta pública.”

MFS

Declaração de posição

Esta decisão surge na semana em que termina o prazo para a EDP rever a contrapartida de 6,75 euros que oferece por cada ação que ainda não detém na EDP Renováveis. António Mexia tem até ao dia 27 para o fazer.

Contactada pelo ECO, a EDP não faz comentários sobre este assunto, uma vez que o processo da OPA ainda está a decorrer.

Prospeto lança dúvidas

Além de manter que as ações da EDP Renováveis deveriam valer o dobro daquilo que a EDP paga, a MFS acredita que “há vários problemas com os termos finais da oferta pública tal como descrita no prospeto”.

1. Fusão transfronteiriça

“O prospeto parece omitir detalhes críticos em relação à proposta de retirar a EDP Renováveis de bolsa através de uma fusão transfronteiriça e não explica claramente os direitos dos acionistas minoritários sob um cenário como este”, argumentam os norte-americanos, queixando da “informação desadequada” que não permite tomar uma decisão sobre os méritos da proposta.

Além disso, acrescenta a MFS, há um potencial efeito de diluição para os acionistas da EDP que não foi discutido, com uma pequena parte da fusão a ser realizada através de numerário.

"O prospeto parece omitir detalhes críticos em relação à proposta de retirar a EDP Renováveis de bolsa através de uma fusão transfronteiriça e não explica claramente os direitos dos acionistas minoritários sob um cenário como este.”

MFS

Declaração de posição

2. Receio de liquidez

Ao argumentar que as ações da EDP Renováveis sofrem de reduzida liquidez, a EDP parece “não estar a levar em consideração certos acionistas da EDP Renováveis (como a MFS) que desejam manter a ação a longo prazo, quando há muitas poucas formas para investir num empresa global de produção puramente renovável com uma forte equipa de gestão”, defende a MFS.

3. Avaliação Valor da Empresa/Megawatt

Sobre a contrapartida, depois das explicações de António Mexia que estiveram na base da formação do preço da oferta, a MFS considera que a equipa de gestão da EDP Renováveis, liderada por Manso Neto, “parece ter abandonado, e está efetivamente a desacreditar, a sua própria metodologia de avaliação Valor da Empresa/Megawatt (EV/MW)”.

“O CEO da EDP Renováveis identificou o método EV/MW como sendo “a melhor forma de avaliar a empresa” — conference call de 24 de fevereiro de 2016″, observa o acionista. “A utilização desta metodologia aplicada apenas às transações da EDP Renováveis deveriam resultar num preço mínimo de 11,73 euros por ação”.

4. Impacto das eleições americanas

Em relação ao preço, a MFS indica que a EDP ignora o facto de as cotações da EDP Renováveis terem sido afetadas pelas eleições norte-americanas “por causa das incertezas que rodeavam a indústria das renováveis nos EUA e das potenciais mudanças na política fiscal”. “A EDP quer que os acionistas minoritários aceitem o preço da oferta que está abaixo do nível a que a ação estava a negociar antes das eleições”, expõe.

Em conclusão, a MFS argumenta que o prospeto apresentado pela EDP “não fornece uma visão equilibrada e precisa acerca do valor subjacente da EDP Renováveis”. “O abandono da metodologia de avaliação que a EDP Renováveis recomendou aos investidores levanta a questão legítima sobre o que mudou”, sublinha.

(Notícia atualizada às 12h15)

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Aumento do capital vai tornar Montepio mais sólido? “Creio que foi esse o objetivo”, diz Vieira da Silva

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 24 Julho 2017

Vieira da Silva acredita que foi com o objetivo de tornar o Montepio mais sólido que os acionistas decidiram um aumento de capital.

O ministro do Trabalho acredita que o aumento de capital do Montepio teve o objetivo de tornar o banco mais sólido. Já quanto ao primeiro “entendimento” entre a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e a Associação Mutualista, Vieira da Silva avisa que ainda há muito trabalho pela frente.

O ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social falava à margem da Universidade de Verão Montepio-UAL, sobre Economia Social e Mutualismo. Os jornalistas quiseram saber se o aumento de capital do Montepio vai tornar o banco mais sólido e Vieira da Silva, embora notando que não lhe compete a si comentar, adiantou: “creio que sim, creio que foi esse o objetivo que os acionistas resolveram prosseguir”.

Já quanto à entrada de um eventual novo acionista e à conclusão de todo o processo, Vieira da Silva não avança novidades, já que estas decisões “são do foro das instituições que estão a discutir” e “não do Governo”, embora o Executivo acompanhe o assunto “com atenção”, sublinhou.

No mesmo sentido, o ministro diz que a Santa Casa não tem que dar respostas ao Governo. “A resposta que tenho é a que é conhecida de todos, a existência de um primeiro entendimento. Agora, há muito trabalho pela frente, ainda está a ser feito“, avisa o governante.

Vieira da Silva realçou que o Montepio “está a sofrer um processo de transformação”, mas lembra que “é uma velha instituição do setor da economia social” e “uma das mais representativas”. “Sofreu também como outras um processo difícil durante os anos mais duros da crise económica e financeira mas eu tenho a expectativa positiva que possa vir a desempenhar cada vez mais um papel muito relevante neste setor da economia social”, respondeu o ministro quando os jornalistas perguntaram se estava tranquilo com a situação.

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Ryanair ameaça retirar aviões do Reino Unido se não houver acordo pós-Brexit

A companhia aérea irlandesa quer ter a garantia de que há um acordo entre o Reino Unido e a União Europeia para o setor da aviação. Se não houver, ameaça sair dos aeroportos britânicos.

Depois da easyJet, que decidiu criar uma subsidiária na Áustria para fugir ao impacto do Brexit na sua operação, é a Ryanair que vem tomar uma posição: se não houver um acordo entre o Reino Unido e a União Europeia para o setor da aviação, até ao próximo ano, a companhia aérea irlandesa poderá retirar os quase 90 aviões que tem baseados em aeroportos britânicos.

“Continuamos preocupados com a incerteza em torno dos termos da saída do Reino Unido da União Europeia, em março de 2019. Continuamos a fazer campanha para que o Reino Unido se mantenha dentro do acordo de Céu Aberto da União Europeia, mas avisamos que, se o Reino Unido deixar este acordo, poderá não haver tempo suficiente, ou boa vontade de ambos os lados, para negociar um acordo que o substitua“, refere a maior lowcost da Europa, em comunicado enviado às redações.

A verificar-se esse cenário, poderá haver uma “perturbação dos voos entre o Reino Unido e a Europa, de abril de 2019 em diante”, prevê a Ryanair. Assim, deixa o aviso:

“Se não tivermos a certeza sobre a base legal para a operação de voos entre o Reino Unido e a União Europeia até ao outono de 2018, poderemos ser forçados a cancelar voos e a mover alguns, ou todos, os nossos aviões baseados no Reino Unido para a Europa Continental, a partir de abril de 2019”.

Lucros sobem 55% para 397 milhões

No trimestre terminado a 30 de junho, o primeiro do ano fiscal da Ryanair, a companhia aérea registou lucros de 397 milhões de euros, o que representa um aumento de 55% face ao período homólogo.

A contribuir para os resultados esteve o “efeito Páscoa”, que este ano foi em abril e no ano passado tinha sido em março, ou seja, num trimestre diferente.

A lowcost irlandesa aumentou o tráfego em 12%, transportando 35 milhões de passageiros entre abril e junho e fechando o trimestre com uma taxa de ocupação de 96%.

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Impresa cai 5% após cancelar emissão de dívida. “Não são boas notícias”, diz BPI

Grupo de media cancelou emissão de obrigações porque não encontrou interesse da parte do mercado. "Não são boas notícias", dizem analistas do BPI. Ações recuam 5%.

Pressão vendedora em torno das ações da Impresa, depois do grupo de media ter cancelado a emissão de obrigações no valor de 35 milhões de euros na passada sexta-feira. O ECO apurou que não houve apetite do mercado. O que só vem sublinhar os receios dos credores com a liquidez da dona da televisão SIC, diz o BPI.

Os títulos do grupo fundado por Pinto Balsemão cedem 5,37% para 0,37 euros. É a sexta sessão de quedas que a Impresa regista, atirando o título para o valor mais baixo do último mês. Para se ter um noção da onda vendedora: quase 500 mil papéis da Impresa já trocaram de mãos apenas na primeira hora de negociação, um volume que fica já perto de média diária de 575 mil títulos negociados por dia nos últimos 12 meses.

Isto acontece depois de o grupo de media ter cancelado na passada sexta-feira uma emissão de obrigações no montante de 35 milhões de euros, numa operação que serviria sobretudo para refinanciar a dívida anterior, mas também para financiar a expansão da sede.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Impresa justificou essa retirada com as alterações recentes de que o setor de media foi alvo, mas fontes de mercado contactadas pelo ECO garantem que o motivo foi outro: a operação falhou porque não houve procura por parte dos investidores.

Numa nota publicada esta segunda-feira, os analistas do BPI consideram que o cancelamento desta emissão “não são boas notícias” dado que “poderá levantar preocupações junto dos credores e desafios de liquidez à Impresa”. Em novembro de 2018 há uma linha de obrigações no valor de 30 milhões de euros que vence, lembra.

"O cancelamento desta emissão de obrigações não são boas notícias dado que poderá levantar preocupações junto dos credores e desafios de liquidez à Impresa.”

BPI Research

Os títulos da Impresa encontram-se também a corrigir dos ganhos acentuados do último mês, com os rumores de que poderá ser alvo de uma oferta por parte da Nos, na sequência da compra da TVI pela Altice.

Impresa cede após cancelar dívida

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Revista de imprensa internacional

Bruxelas está pronta para retaliar possíveis novas sanções dos Estados Unidos contra a Rússia. Já os britânicos negoceiam com os norte-americanos um acordo para o comércio transatlântico.

As autoridades europeias preparam-se para responder a eventuais novas sanções dos Estados Unidos sobre a Rússia, enquanto o Reino Unido vai negociar com os norte-americanos um acordo de comércio transatlântico no pós-Brexit. Ainda numa resposta ao Brexit, a Ryanair ameaça retirar os aviões que tem baseados em aeroportos britânicos. Em Espanha, as empresas catalãs lidam com as exigências dos investidores, que se protegem da ameaça da independência.

Financial Times

Europa pronta para retaliar sanções contra a Rússia

A Casa Branca fez saber, este domingo, que Donald Trump está recetivo a um projeto de lei apresentado pelo Congresso, que prolonga as sanções aplicadas pelos Estados Unidos à Rússia e limita a capacidade do presidente norte-americano de levantar estas sanções. Por cá, as autoridades europeias já se preparam para a aprovação deste diploma. Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia, pediu que se fizesse uma revisão urgente das respostas que Bruxelas pode dar, caso as empresas europeias sejam afetadas por estas sanções, e declarou que as autoridades europeias “devem estar prontas para atuar dentro de dias”, se o diploma norte-americano for aprovado “sem levar em consideração as preocupações da União Europeia”.

Leia a notícia completa no Financial Times (conteúdo em inglês / acesso pago).

The Independent

Ryanair avisa: ou há acordo, ou tira os aviões do Reino Unido

Depois da easyJet, que decidiu criar uma subsidiária na Áustria para fugir ao impacto do Brexit, é a Ryanair que vem deixar o aviso: se não houver um acordo entre o Reino Unido e a União Europeia para o setor da aviação, até ao próximo ano, a maior companhia aérea lowcost da Europa poderá retirar os quase 90 aviões que tem baseados em aeroportos britânicos. “Se não tivermos a certeza sobre a base legal para a operação de voos entre o Reino Unido e a União Europeia até ao outono de 2018, podermos ser forçados a cancelar voos e a mover alguns, ou todos, os nossos aviões baseados no Reino Unido para a Europa Continental, a partir de abril de 2019”, adiantou a companhia aérea.

Leia a notícia completa no The Independent (conteúdo em inglês / acesso gratuito).

Cinco Días

Investidores estrangeiros protegem-se da independência da Catalunha

As operações de fusão e aquisição estão a disparar no mercado catalão, mas os investidores estão cada vez mais receosos com a ameaça da independência e querem planos de contingência para se protegerem. Antes de assinarem contratos, os investidores exigem cláusulas que prevejam a mudança de sede, por exemplo, caso a Catalunha venha a conseguir a independência. Fontes do setor indicam ao Cinco Días que esta é uma tendência que começou a verificar-se no início do ano e que não tem ainda grande relevância. Mas as mesmas fontes revelam que já há investidores que pedem a reversão da operação caso a independência venha a ser conseguida.

Leia a notícia completa no Cinco Días (conteúdo em castelhano / acesso gratuito).

Bloomberg

Reino Unido prepara acordo de comércio transatlântico

Liam Fox, secretário de Estado do Comércio britânico, encontra-se com os homólogos norte-americanos, esta segunda-feira, para preparar um acordo de comércio transatlântico, a entrar em vigor após a saída do Reino Unido da União Europeia. O governante britânico vai reunir-se com Robert Lighthizer e Wilbur Ross, responsáveis pelas pastas do comércio no governo norte-americano, e irá ainda encontrar-se com membros do Congresso. Depois disso, segue para o Texas e para o México, à procura de parceiros comerciais para o pós-Brexit. “A nossa saída da União Europeia oferece uma oportunidade sem precedentes para reformular as nossas ambições de comércio independente e fortalecer a relação, já forte, com o nosso maior parceiro comercial — os Estados Unidos”, comentou Liam Fox, admitindo que as discussões serão “difíceis”.

Leia a notícia completa na Bloomberg (conteúdo em inglês / acesso gratuito).

The Wall Street Journal

Noruega prepara-se para apresentar navios de carga autónomos

Duas empresas norueguesas preparam-se para construir o primeiro navio de carga autónomo. O navio elétrico, de seu nome Yara Birkeland, ou o “Tesla dos mares”, deverá ficar pronto no final de 2018, para carregar fertilizante de uma unidade de produção para um porto em Larvik (Noruega). Será um percurso de perto de 60 quilómetros, operado sem qualquer tripulação e recorrendo a GPS, radar, câmaras e sensores. Vai custar 25 milhões de dólares, cerca de três vezes mais do que um navio de carga com o mesmo tamanho; mas, sem a necessidade de combustível, os operadores poderão poupar até 90% em custos por ano.

Leia a notícia completa no The Wall Street Journal (conteúdo em inglês / acesso gratuito).

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Haitong corta avaliação da EDP por causa dos CMEC

Questões regulatórias em Portugal e Espanha levam Haitong a rever em baixa o preço-alvo da elétrica liderada por António Mexia. Ainda assim, diz que EDP mantém-se a um preço atrativo.

O banco de investimento Haitong cortou a avaliação que atribui às ações da EDP EDP 0,45% em 7% porque considera que elétrica liderada por António Mexia “enfrenta acontecimentos regulatórios importantes no curto prazo em Portugal”, nomeadamente “a revisão dos contratos CMEC com a ERSE” e ainda “os novos parâmetros para a distribuição de eletricidade no próximo período regulatório que deverão ser conhecidos em outubro”.

Com efeito, o banco reviu em baixa o preço-alvo do título dos 3,55 euros para os 3,30 euros, “com o impacto de -0,06 euros com o nosso novo cenário de maiores restrições regulatórias na distribuição em Portugal e Espanha”. Mantém, ainda assim, a recomendação de compra, dado que acredita que tem um potencial de valorização de 10% face à cotação de fecho da última sexta-feira.

O Haitong estima um corte de receitas na ordem dos 50 milhões de euros em 2018. Por outro lado, em relação aos contratos energéticos, que deram origem a investigação por parte do Ministério Público, o banco considera que “há o risco de que, durante as negociações, o regulador imponha ajustamentos negativos” para a EDP.

“Estimamos que esses ajustamentos, juntamente com as questões regulatórias pendentes relacionadas com o mercado de serviços auxiliares, possam representar um impacto negativo superior a 350 milhões de euros“, argumenta o banco, que sublinha ainda riscos regulatórios em Espanha.

Apesar da revisão em baixa do preço-alvo, o Haitong diz que a EDP continua a ser “o título mais barato no setor”. “Vemos as métricas de avaliação a melhorar assim que os riscos regulatórios começarem a desvanecer e por isso reiteramos a recomendação de Compra, suportado pelo nosso preço-alvo de 3,30 euros por ação”, sublinha.

As ações da EDP recuam 0,17% para 2,99 euros esta segunda-feira. Desde o início do ano valorizam 3,4%. A empresa apresenta resultados na quinta-feira. Os analistas sondados pela Bloomberg apontam para subida do lucro para os 213 milhões de euros no segundo trimestre do ano.

EDP em queda

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Ganhos tímidos no arranque em Lisboa

Semana preenchida com resultados empresariais começa com pouco gás em Lisboa. Depois da temporada de resultados, "bolsa vai de férias", dizem analistas.

Numa das semanas mais preenchidas na bolsa por causa da apresentação dos resultados de empresas e bancos nacionais, o início da negócio acontece a meio gás. Lisboa alcança ganhos tímidos na abertura da sessão, com BCP e EDP a darem o melhor contributo. Estas duas cotadas apresentam contas esta quinta-feira.

O PSI-20, o principal índice português, abriu a ganhar 0,08% para 5.300,52 pontos. Trata-se de um despertar tímido do benchmark nacional e que acontece sobretudo graças ao desempenho das ações do BCP e da EDP, que somam 0,4% e 0,1%, respetivamente.

Os analistas esperam lucros de 41 milhões de euros no segundo trimestre para o banco liderado por Nuno Amado depois de prejuízos no ano passado. Quanto à elétrica nacional, a pool de analistas sondados pela Bloomberg aponta para um resultado líquido de 213 milhões de euros, acima do mesmo período do ano passado.

“A envolvente externa continuará a ser a variável central da tendência do PSI-20. Durante esta semana, o reporte de contas trimestrais irá ser mais intenso, embora o seu impacto deverá cingir-se às ações da respetiva empresa”, dizem os analistas do BPI no seu Diário de Bolsa. “Após a publicação de resultados, que irá realizar-se na sua maioria até à primeira semana de agosto, a bolsa nacional deverá entrar em modo de férias, devendo-se assistir a uma redução assinalável do volume”, acrescentaram.

No total, eram apenas cinco as cotadas que seguiam em terreno negativo, com as ações da Pharol a evidenciarem o melhor desempenho: subiam 0,6% para 0,332 euros.

Do lado negativo, a Ibersol cai 1% para 14,55 euros. E o peso pesado Galp perdia 0,74% para 13,41 euros.

Lá por fora, há algum sentimento de aversão ao risco, depois da pressão vendedora registada na última sexta-feira. Em Madrid e Paris, as perdas não iam além de 0,1%. Mas em Frankfurt, o Dax-30 desce 0,3% depois de revelado no final da semana passada que as autoridades alemãs estão a investigar eventuais práticas ilegais de anti-concorrência entre os fabricantes de automóveis BMW, Volkswagen e Daimler (Mercedes).

(Notícia atualizada às 8h38)

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Bloomberg: Credores resistem à troca de obrigações no Novo Banco

  • ECO
  • 24 Julho 2017

Governo espera por respostas dos fundos internacionais para finalizar proposta de troca de obrigações até final do mês. Bloomberg adianta que muitos investidores estão a resistir à operação.

Alguns credores planeiam rejeitar a oferta de troca de obrigações no Novo Banco que envolva perdas, isto numa semana que será decisiva para o futuro do banco de transição. Se esta operação de troca de dívida por títulos com mais risco falhar, a instituição não será vendida ao fundo Lone Star, seguindo o caminho da liquidação. Para a agência Bloomberg, “Governo e credores estão a jogar o jogo da galinha no banco mais fraco do país”.

Em causa está uma oferta voluntária de troca de dívida que permita reforçar os capitais do Novo Banco em 500 milhões de euros. Esta é uma das condições vitais para fechar o acordo de venda do banco aos americanos seja concretizada. O ECO avançou que a proposta genérica de troca de obrigações já foi comunicada aos principais investidores depois de uma maratona de reuniões que decorreram em Lisboa na semana passada. Até quinta-feira o Banco de Portugal e a administração do Novo Banco vão aguardar respostas dos fundos internacionais antes de apresentar uma proposta final. Que, ao que tudo indica, deverá encontrar a resistência de alguns investidores.

De acordo com a Bloomberg, a Pimco, o maior fundo de obrigações do mundo e que moveu um processo contra Portugal por causa da transferência de cinco séries de obrigações para o “BES mau”, no valor de 2,2 mil milhões de euros, vai rejeitar qualquer acordo que inflija mais perdas, disse fonte próxima do assunto à agência.

Mas os encontros tidos na semana passada revelaram “discussões construtivas”, referiu um porta-voz do grupo de credores, incluindo a Pimco. As partes estão a “trabalhar no sentido de encontrar algo que proteja os nossos investidores e o banco”, revelou a mesma fonte.

Incluída no grupo de credores que colocou o país em tribunal, a gestora XAIA Investment está à espera para ver. “Vamos ver se a vende cai ou se é realmente um bluff“, disse Jochen Felsenheimer, diretor do fundo. “A questão decisiva é saber o que é que eles querem dizer por voluntária”, acrescentou.

A XAIA detém obrigações e credit default swaps (seguros da dívida) do Novo Banco. Felsenheimer não indicou se vai ou não participar nesta oferta. Mas este é um dos investidores que mantêm dívida do banco nas suas carteiras ao mesmo tempo que têm contratos de hedging que os proteja de perdas.

Para Tom Kinmonth, estratego do ABN Amro Group, trata-se de “uma questão de princípio”. “Estamos a falar de um montante relativamente pequeno, mas tornou-se numa coisa maior de quem cede primeiro“. Filippo Alloatti referiu que o “risco é de ver o Lone Star saltar fora do negócio e o acordo de resgate falhar”.

Jerome Legras, investidor da Axiom Alternative Investments, fala na probabilidade de o acordo ser dificultado pela avaliação que o Novo Banco faz das obrigações no seu próprio balanço, abaixo do valor facial, e que pressiona os obrigacionistas a aceitar preços ainda mais baixos na oferta de troca. “É muito mais difícil gerar capital quanto o valor que está no balanço já está com desconto”, frisou Legras.

No caso da Ever Capital Investments, a sociedade vai manter as obrigações de longo prazo no seu portefólio à espera que valorizem assim que a venda do Novo Banco esteja finalmente fechada.

(Notícia atualizada às 14h31 com declarações do porta-voz do grupo de obrigacionistas que inclui a Pimco)

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Pedidos de asilo a Portugal crescem 64% para maior número dos últimos 15 anos

  • Lusa
  • 24 Julho 2017

Ao todo, foram feitos quase 1.500 pedidos de asilo a Portugal. A maior parte dos pedidos de asilo foi apresentada por cidadãos asiáticos, seguindo-se africanos e europeus.

Os pedidos de asilo a Portugal aumentaram 64% em 2016, face a 2015, registando o maior número de solicitações dos últimos 15 anos, revela o Relatório de Imigração, Fronteiras e Asilo (RIFA), apresentado esta segunda-feira.

O documento do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) adianta que se registou, em 2016, um “acréscimo do número de pedidos de proteção internacional face ao ano transato (64,0%), ascendendo a 1.469 pedidos, sendo o ano em que se registou o maior número de pedidos dos últimos 15”. Segundo o relatório, a maior parte dos pedidos de asilo foi apresentada por cidadãos asiáticos (642), seguindo-se dos africanos (611) e dos europeus (169).

Entre os cidadãos de origem asiática destaca-se os nacionais da Síria (428), Iraque (117) e Paquistão (25), enquanto 84% dos pedidos de asilo formulados por europeus foram de ucranianos. Quanto aos pedidos apresentados por cidadãos africanos, o documento realça os nacionais da Eritreia (248), da Guiné (52), do Congo (51), da República Democrática do Congo (42) e Angola (30).

O relatório adianta que 1.198 pedidos foram feitos em Portugal (81,6%) e 271 em postos de fronteira (18,4%), sublinhando que 67% dos requerentes de asilo em 2016 era do sexo masculino.

De acordo com o SEF, no ano passado foram reconhecidos 104 estatutos de refugiado a cidadãos de países africanos e asiáticos e concedidos 267 títulos de autorização de residência por razões humanitárias, maioritariamente a nacionais de países europeus (191), asiáticos (63) e africanos (10);

Em 2016, foram concedidos mais 106 títulos de autorização de residência por razões humanitárias do que em 2015.

O RIFA 2016 destaca também os 24 pedidos de asilo feitos por menores desacompanhados, 21 dos quais originários de África, sendo apresentados maioritariamente por jovens com idades entre os 16 e os 17 anos.

No ano passado, manteve-se o contexto europeu de dificuldades na gestão das fronteiras gregas (terrestre e marítima) e italiana (marítima), em consequência da chegada massiva de migrantes, por via marítima, na região do Mediterrâneo oriental, e por via terrestre que procuram proteção internacional ou melhores condições de vida em países da União Europeia, o que levou a uma definição da agenda europeia para as migrações, sendo solicitada aos Estados-membros uma resposta para esta crise.

A resposta de Portugal foi concretizada através do compromisso assumido de promover o acolhimento e integração de 4.574 requerentes de proteção internacional e refugiados reinstalados no espaço de dois anos.

Neste âmbito e até ao final de 2016, Portugal recebeu e acolheu 781 requerentes de proteção internacional provenientes da Itália e da Grécia, indica ainda o RIFA.

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