Justin Trudeau nas boas graças de Donald Trump. E vice-versa

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2017

Trump reuniu esta segunda-feira com Justin Trudeau e tudo aponta para um encontro amigável e conciliatório entre os dois líderes norte-americanos, que falam em reforçar laços apesar das divergências.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, reuniu esta segunda-feira com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, naquele que foi o primeiro encontro oficial entre os dois líderes norte-americanos. A conferência de imprensa conjunta na Casa Branca fez eco de um encontro amigável e conciliatório, com o magnata a garantir que os Estados Unidos “têm muita sorte em terem um vizinho como o Canadá”, reproduz o National Post.

Num comunicado conjunto, os dois líderes reafirmam “a importância de estreitar a relação existente no comércio e no investimento e aprofundar a relação entre ambos os países, com o objetivo comum de fortalecer a classe média”, cita o The New York Times. Ambos os países herdaram do mandato de Barack Obama uma estreita relação, cuja manutenção está no topo das prioridades de Trudeau. As declarações, sublinha o jornal nova-iorquino, sugerem que o primeiro-ministro canadiano conseguiu alcançar os objetivos.

Uma das declarações deste comunicado a despertar mais atenção mediática é o ponto relativo à NATO: “Nós somos aliados indispensáveis na defesa da América do Norte e outras partes do mundo, através da NATO e de outros esforços multilaterais”, lê-se no comunicado conjunto. Recorde-se que Trump já referiu que a aliança “está a custar demasiado dinheiro” e que os Estados Unidos deveriam “reconsiderar” o papel na organização.

Imigração, um tema fraturante

De acordo com a CNN, na conferência conjunta dos dois líderes, Trump voltou a justificar a decisão de impedir a entrada no país de cidadãos de sete países de maioria muçulmana, uma ordem que foi entretanto bloqueada pelo poder judicial. “Não podemos deixar entrar as pessoas erradas”, disse o presidente norte-americano, apelidando a ordem executiva de “senso comum”.

Trudeau, em contrapartida, optou por tornar explícita a posição mais liberal do Canadá no que toca a políticas de imigração, embora tenha referido que não foi ao Estados Unidos para dar “um sermão” ao magnata no que diz respeito a este tema fraturante. De recordar que Trudeau já tinha dito que o Canadá “vai ser sempre fiel aos valores que tornaram este país extraordinário”, apostando na abertura social e cultural ao exterior. Ao contrário do vizinho sulista, que faz os possíveis por fechar as fronteiras e manter lá dentro apenas os nativos, Trudeau abriu as portas de casa a milhares de refugiados.

Uma mão lava a outra

Trump e Trudeau têm entre si uma das maiores fronteiras terrestres do mundo — e não é a única coisa que os separa. O magnata tem um discurso conservador e tendencialmente machista, é protecionista e quer tornar a América “grande outra vez” através do isolamento em relação ao resto do mundo. Justin Trudeau é um liberal que defende a igualdade de género e os direitos da comunidade LGTB e quer a maior abertura possível do Canadá ao exterior, económica, política e culturalmente.

Além disso, ambos têm uma longa e intensa parceira económica. Só em 2015, as trocas comerciais de bens e serviços entre Estados Unidos e Canadá superaram os 670 mil milhões de dólares (cerca de 630 mil milhões de euros), aproximadamente 3,5 vezes o PIB de Portugal. Em 2015, o Canadá importou 338 mil milhões de dólares (ou 317,5 mil milhões de euros) em bens dos Estados Unidos, ao mesmo tempo em que os Estados Unidos importaram 332 mil milhões dólares (312 mil milhões de euros) em bens do Canadá.

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Wall Street bate recordes pela terceira sessão consecutiva

As principais praças norte-americanas acompanharam o rally das bolsas europeias, encerrando em máximos históricos pela terceira sessão consecutiva. Banca e Apple estiveram em destaque.

As bolsas norte-americanas voltaram a subir a todo o gás e os três principais índices atingiram máximos históricos pela terceira sessão consecutiva. Isto acontece depois de uma temporada de resultados que está a revelar o maior crescimento de lucros desde 2014, num dia em que os holofotes se voltaram para o setor da banca, com ganhos bastante significativos.

Irremediavelmente, Donald Trump foi novamente a principal força motriz para as praças norte-americanas, com os investidores na expectativa de um plano de redução fiscal para as empresas que se espera que dê um impulso ao crescimento económico dos Estados Unidos. Deverá ser apresentado em breve.

Neste contexto, o índice de referência S&P 500 fechou a sessão nos 2.328,12 pontos com ganhos de 0,52%. O industrial Dow Jones avançou 0,7% para 20.410,35 pontos e o tecnológico Nasdaq fechou a valorizar 0,5% para 5.762,89 pontos. As bolsas norte-americanas acompanharam o rally que se verificou esta segunda-feira deste lado do Atlântico, com o Stoxx 600 a subir 0,75%. A bolsa de Lisboa contrariou a tendência e caiu 0,17%.

Esta segunda-feira conheceram-se também dados da Organização dos Países Exportadores de Petróleo, que apontam para uma queda na produção da matéria-prima. A redução pode significar que o acordo alcançado em novembro está a resultar, mas os números não foram suficientes para animar o preço do crude, que está a cair em Nova Iorque para os 52,87 dólares por barril.

A estrela desta sessão foi, sem sombra para dúvidas, a Apple. A fabricante do iPhone mereceu elogios de analistas do Goldman Sachs e da UBS, chegando a disparar 1,3%. Contas feitas, a empresa de Tim Cook encerrou em máximos, com os títulos da companhia a valerem agora 133,29 dólares. No entanto, não foi suficiente para bater os 134,54 dólares com que a empresa fechou uma sessão em abril de 2015.

E por falar em Goldman Sachs, o banco também encerrou o dia com ganhos, na ordem dos 1,46%. Os títulos valem agora 246,27 dólares. Os títulos do banco foram dos que mais contribuíram para a escalada desta sessão. Por fim, de referir que a capitalização bolsista das cotadas no S&P 500 atingiu, pela primeira vez, os 20 biliões de dólares.

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Marcelo reage aos críticos. “É natural que critiquem aquilo de que discordam”

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2017

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que o apoio ao Governo "faz parte da lógica do papel constitucional". É o Presidente "de todos os portugueses, não de um partido".

O Presidente da República percebe a posição dos seus críticos, mas explicou que não é presidente de um partido ou central sindical. E sublinhou que o apoio ao Governo “faz parte da lógica do papel constitucional”.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas à entrada para a antestreia do documentário “Diálogos das Carmelitas”, no Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, e depois de se ter recusado a comentar a polémica do ministro das Finanças e da Caixa Geral de Depósitos, foi questionado sobre as vozes críticas que têm surgido à sua atuação presidencial.

“Ah, a essa eu respondo. Um Presidente da República, por definição, é o Presidente de todos os portugueses. Não é o presidente nem de um partido, nem de uma central sindical. Eu fui dirigente partidário e percebo perfeitamente a posição dos partidos, como percebo a posição das centrais sindicais. Têm que representar os seus interesses, as suas estratégias e as suas táticas e, portanto, é natural que critiquem aquilo de que discordam”, explicou.

E, apesar de dizer perceber “os pontos de vista de cada um dos vários protagonistas da vida política, sindical e patronal portuguesa”, Marcelo Rebelo de Sousa considerou que “têm de perceber a posição do Presidente da República”.

“Mesmo o facto de ser do PSD não é razão para gostar mais ou menos de um Governo que seja ou não da sua área política. Deve tratar da mesma maneira os Governos, quaisquer que sejam os primeiros-ministros”, justificou.

O chefe de Estado socorreu-se ainda da atuação dos seus antecessores: “como se lembrarão mantiveram o apoio anos a fio a Governos que não eram da sua área. Faz parte da lógica do papel constitucional do Presidente, portanto”.

Interrogado sobre se estava à espera destas críticas, Marcelo foi perentório: “Se eu, como líder, fi-las, naturalmente estou à espera”. “Ser-se Presidente é cumprir uma missão nacional, não é um concurso de popularidade”, enfatizou.

Embora reconhecendo que não se pode queixar – porque admite que “é simpático que os portugueses tenham um conceito tão generoso” em relação à sua atuação, “como as sondagens desta semana mostraram” – o Presidente da República assegurou que não atua desta forma “para isso”.

“Se amanhã acontecer como aconteceu com muitos Presidentes portugueses ou estrangeiros terem 6,7,8, 10% de simpatias, se aquilo que fazem, fazem em consciência, estão a fazer muito bem”, garantiu.

Em declarações ao Diário de Notícias, o social-democrata José Eduardo Martins, apoiante de Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que o Presidente da República se “descredibilizou” com a falta de imparcialidade ao proteger o ministro das Finanças.

Ao Sol, o vice-presidente do PSD Marco António Costa disse que por vezes ficava “algo perplexo com as declarações” que Marcelo Rebelo de Sousa produz.

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Marques Guedes acusa Governo de António Costa de “miséria ética”

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2017

Luís Marques Guedes acusa o Governo de António Costa de "miséria ética", apontando para casos como o da CGD. Diz que para o primeiro-ministro "as questões éticas não passam de tricas".

Luís Marques Guedes, ex-ministro do PSD, aconselhou o Presidente da República a desconfiar das boas notícias que lhe são “vendidas pelo primeiro-ministro”, acusando o Governo liderado por António Costa de “miséria ética”.

“O Presidente da República que se cuide”, afirma o deputado social-democrata Marques Guedes, num artigo de opinião publicado hoje na newsletter do PSD intitulado “Um Governo sem honra nem palavra”.

Numa referência a uma passagem do novo livro do anterior Presidente da República Cavaco Silva já divulgada, – e que será lançado na quinta-feira – Marques Guedes diz que “quando as palavras deixam de se conformar com a realidade dos factos, convém passar a olhar com desconfiança para a ‘narrativa’ e as ‘boas notícias’ que lhe são vendidas pelo primeiro-ministro”.

Depois da lamentável versão desportiva de que o fairplay é uma treta, temos agora a vergonhosa versão política do primeiro-ministro para quem as questões éticas não passam de tricas.

Luís Marques Guedes

Ex-ministro do PSD

“É que os portugueses não merecem ser constantemente tomados por parvos, e o país não se aguenta por muito tempo na beira do precipício”, refere o antigo ministro de Pedro Passos Coelho, acrescentando que “este exuberante exemplo de miséria ética” não o surpreende.

“Afinal de contas, este primeiro-ministro e este Governo são legítimos e orgulhosos herdeiros da escola Sócrates”, afirma.

Na newsletter do PSD, Marques Guedes refere-se a vários casos e, em concreto, a recentes declarações do primeiro-ministro a propósito da polémica à volta da Caixa Geral de Depósitos e da correspondência trocada entre o Ministério das Finanças e o ex-administrador do banco público, António Domingues.

“Depois da lamentável versão desportiva de que o fairplay é uma treta, temos agora a vergonhosa versão política do primeiro-ministro para quem as questões éticas não passam de tricas”, disse.

Luís Marques Guedes, que já desempenhou as funções de líder parlamentar do PSD, questiona ainda “a cumplicidade” de PCP e BE, que suportam no parlamento o Governo minoritário do PS.

“Na boa doutrina leninista e estalinista os fins justificam os meios, e desde que continue garantido o seu objetivo último de manter fora do poder quem os portugueses escolheram para governar, tudo engolem e tudo correm, solícitos a branquear”, disse.

“Ver o PS capturado por esta velha cartilha comunista, isso sim é uma triste novidade”, acrescentou.

Ainda sobre o caso da Caixa, Marques Guedes lamenta que o primeiro-ministro tenha dito que não tira conclusões sobre a posição do ministro das Finanças, Mário Centeno, “com base em acordos invocados por terceiros, até que se exiba a prova escrita do compromisso ministerial”.

“Quer isto dizer que, pela sua parte, a negociação feita, os acordos firmados e até a aceitação pelo Conselho de Ministros da lei à medida, redigida pelos interessados, que os concretizaram, não provam nada, não valem nada”, lamenta.

Para Marques Guedes, “a palavra dada por este governo não é palavra honrada, ou há prova escrita, ou nada feito”.

O primeiro-ministro confirmou hoje a confiança em Mário Centeno no exercício das suas funções governativas, após um contacto com o Presidente da República.

“Tendo lido a comunicação do senhor ministro das Finanças e após contacto com Sua Excelência o Presidente da República, entendo confirmar a minha confiança no professor Mário Centeno no exercício das suas funções governativas”, refere o primeiro-ministro, num comunicado enviado à comunicação social, pouco depois de terminar uma conferência de imprensa do ministro das Finanças a propósito da polémica à volta da Caixa Geral de Depósitos.

Em conferência de imprensa, o ministro das Finanças tinha afirmado que o seu lugar “está à disposição” desde que assumiu funções e reiterou que o acordo com António Domingues para a liderança da CGD não envolvia a eliminação da entrega das declarações de rendimentos.

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Municípios de Setúbal contra aeroporto complementar no Montijo

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2017

A Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) anunciou hoje que está contra a solução do aeroporto complementar no Montijo e que vai solicitar uma reunião urgente ao primeiro-ministro.

A Associação de Municípios da Região de Setúbal (AMRS) anunciou hoje que está contra a solução do aeroporto complementar no Montijo e que vai solicitar uma reunião urgente ao primeiro-ministro.

“Perante os dados que existem, a solução de que o país precisa é um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, cuja construção pode ser de forma faseada. O aeroporto complementar no Montijo não serve a região e não é uma alavanca de crescimento económico“, disse o presidente da AMRS, Rui Garcia, que é também presidente da Câmara da Moita (CDU).

"Perante os dados que existem, a solução de que o país precisa é um novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, cuja construção pode ser de forma faseada. O aeroporto complementar no Montijo não serve a região e não é uma alavanca de crescimento económico ”

Rui Garcia

presidente da Associação de Municípios da Região de Setúbal

O responsável falava aos jornalistas numa conferência de imprensa na Câmara Municipal de Alcochete, após uma reunião da associação para discutir o tema do novo aeroporto. Dos municípios associados da AMRS, apenas o Montijo é liderado pelo PS, sendo os restantes presididos por autarcas comunistas. Presentes na reunião estiveram representantes de quase todos os municípios associados – Alcochete, Seixal, Moita, Almada, Palmela, Barreiro, Montijo e Sesimbra -, com exceção de Setúbal, que justificou a ausência com motivos de última hora.

“Setúbal partilha desta opinião de que a solução é a instalação do aeroporto no Campo de Tiro. A Câmara do Montijo também esteve na reunião e participou na discussão, mas não marcou presença nesta conferência por não estar de acordo com a tomada de posição”, afirmou Rui Garcia. O presidente da AMRS lamentou que os municípios não tivessem sido ouvidos durante este processo, com exceção do Montijo, liderado pelo socialista Nuno Canta, e anunciou que vai ser pedida de imediato uma “reunião urgente” com o primeiro-ministro, António Costa.

“Perante os dados que são públicos, não existe fundamento para se alterar a decisão de construir no campo de tiro um novo aeroporto. É possível e é necessário para o desenvolvimento da região. Um terminal na base aérea não é alavanca para coisa nenhuma”, salientou.

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Costa podia legalmente pôr um Decreto na gaveta?

O primeiro-ministro diz que negociações com a Comissão Europeia atrasaram a publicação do Decreto-lei já promulgado. Mas um Governo pode atrasar ou impedir a publicação após a promulgação pelo PR?

O Decreto-lei que altera o estatuto do gestor público e que serviria para isentar António Domingues e a sua equipa de entregar declarações de rendimentos ao Tribunal Constitucional foi promulgado por Marcelo Rebelo de Sousa a 21 de junho, mas só foi publicado a 28 de julho, mais de um mês depois.

No seu espaço de comentário de domingo à noite na SIC, Luís Marques Mendes afirmou que o Governo adiara a publicação para coincidir com o início das férias da Assembleia da República, para “diminuir o risco de os deputados se aperceberem”. António Costa rejeita essa acusação, que considera resultado de “um espírito criativo de ficção policial”, e oferece outra explicação: as negociações com a Comissão Europeia acerca da Caixa Geral de Depósitos obrigaram a atrasar a publicação do diploma.

“Estávamos na altura em plena fase de conclusão das negociações com a Comissão Europeia sobre o processo de recapitalização. Havia várias parcelas, uma tinha a ver com o estatuto do gestor público, outra com a possibilidade de capitalização. Em julho chegámos a uma fase decisiva em que houve acordo quanto ao desenho do sistema”, afirmou.

Mas será que o primeiro-ministro tem o poder de atrasar a publicação de um Decreto-lei que já foi promulgado pelo Presidente da República? E se as negociações com a Comissão Europeia não tivessem chegado a bom porto, poderia o Governo impedir a publicação do Decreto-lei?

Os constitucionalistas consultados pelo ECO não estão de acordo acerca das respostas a esta questão. De um lado, Tiago Duarte, da PLMJ, que afirma que “a Constituição não dá resposta”. Do outro, Domingos Farinho, que considera que a resposta “é bastante clara”.

O que diz afinal a Constituição?

Não está previsto um período de tempo definido para o Governo enviar para publicação um Decreto que já tenha sido promulgado pelo Presidente. Até porque desde logo há uma parte do processo que o Governo não controla, que é o tempo que a Imprensa Nacional Casa da Moeda leva para publicar”, afirma Tiago Duarte. “Depois de o Presidente promulgar, o Governo ainda tem de referendar”, ou seja, é necessária uma espécie de visto do primeiro-ministro, para o Decreto-lei poder ser enviado para publicação, e a Constituição “é omissa” em relação à existência de uma janela de tempo para o fazer.

“Não é vulgar demorar um mês, mas não afeta a validade do decreto-lei”, explica o constitucionalista ao ECO. “Contudo podem retirar-se ilações políticas do facto”. E o Governo pode impedir completamente a publicação de um Decreto-lei após ele já ter sido promulgado? Para o constitucionalista, é possível porque a Constituição “não dá resposta”. E se o Decreto-lei é do Governo, “é o Governo que tem o controlo. Ninguém o poderia obrigar a publicar se não o quisesse”.

Excerto do Diário da República, do Decreto-Lei n.º 39/2016, onde se vê a promulgação do Presidente da República e a referenda ministerial.

Para Domingos Farinho, constitucionalista na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, a resposta é a contrária. O Governo pode atrasar ou impedir a publicação de um Decreto-lei promulgado? “A resposta é negativa em ambos os casos. Isso é bastante claro”, esclarece ao ECO.

O perito admite, como Tiago Duarte, a possibilidade de um atraso “por razões técnicas, o que é muito comum”, no processo da publicação em Diário da República. Mas sublinha que é preciso distinguir este atraso técnico de uma motivação política. Para Domingos Farinho, o Governo não pode atrasar a publicação de um Decreto-lei que o Presidente da República já promulgou. “Não há nenhum ato de controlo político do primeiro-ministro” sobre a publicação de um Decreto-lei, assinala.

Então e a referenda ministerial de que falava Tiago Duarte — o “visto” do primeiro-ministro? Para Domingos Farinho, a Constituição refere-a como um “pro forma“, numa norma “muito lacónica”. Trata-se apenas de validar que o processo legislativo correu normalmente, de acordo com os procedimentos legais previstos, e não pode deixar de ser feita a não ser que haja algo no Decreto-lei que seja “manifestamente contra a Constituição”. O constitucionalista reconheceu, no entanto, não se lembrar de nenhum caso em que tal tenha acontecido.

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Fórum Agricultura: Boas Soluções, Boas Colheitas

  • ECO + Banco BIC
  • 13 Fevereiro 2017

A 17 de fevereiro realiza-se o Fórum Agricultura "Boas Soluções, Boas Colheitas", com foco em áreas de elevado potencial de desenvolvimento no país, em concreto agricultura, pecuária e agro-indústria.

Ciente do seu papel dinamizador na economia atual, o Banco BIC pretende contribuir para o aumento do investimento nestes setores produtivos, potenciando parcerias, oportunidades de negócio e soluções adequadas de financiamento, porque “só assim o futuro trará prosperidade e dará frutos”.

Para a sessão de abertura, a 17 de fevereiro, estão, entre os convidados, o Presidente do Conselho de Administração do Banco BIC S.A. (Angola), Fernando Teles, Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural de Portugal, Luís Capoulas Santos e o Ministro da Agricultura e do Desenvolvimento Rural de Angola, Marcos Alexandre Nhunga.

Conheça aqui o programa:

  • 08h30 Receção dos convidados
  • 08h45 Boas-Vindas, com Fernando Teixeira dos Santos – Presidente da Comissão Executiva do Banco BIC Português
  • 09h00 Abertura, com Luís Capoulas Santos (Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural de Portugal)
  • 09h15 – 10h30 1º Painel: Agricultura, com João Macedo (Agrolider), José Alexandre Silva (Fazenda Santo António), Manuel Monteiro (Fazenda Talala/Fertiangola), Joaquim Pedro Torres (Valinvest), António Silvestre (Vale da Rosa) e José Palha (CAP). Moderado por António Costa (Diretor do ECO).
  • 10h30 – 10h45 Intervalo para café
  • 10h45 – 12h00 2º Painel: Pecuária, com Fernando Teles (Banco BIC), Antas Miguel (Fazenda Ninho M’Babe), Elizabete Dias dos Santos (Fazenda a Pérola do Kikuxi), Cristina Sousa (Raporal), Nuno Correia (Agrupalto), Jorge Fernandes (Zêzerovo). Moderado por Carlos Rosado de Carvalho (Diretor do Semanário Expansão).
  • 12h00 Encerramento, com Marcos Nhunga (Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural de Angola)

 

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Costa: “Centeno continua a ser de grande valia”

O primeiro-ministro reitera confiança no seu ministro das Finanças, no meio da polémica em torno da Caixa Geral de Depósitos.

O contributo do professor Mário Centeno continua a ser de grande valia“. É desta forma que António Costa volta a sublinhar a confiança no seu ministro das Finanças, momentos depois de Centeno ter dado explicações aos jornalistas, a propósito das polémicas em torno da Caixa Geral de Depósitos (CGD).

Em comunicado emitido esta tarde, o primeiro-ministro refere que, sob a responsabilidade de Mário Centeno, “Portugal logrou, em 2016, a estabilização do setor financeiro” e que “as condições do setor bancário são hoje substancialmente melhores” do que aquelas que o atual Governo encontrou em dezembro de 2015, quando tomou posse.

"Mário Centeno conseguiu o melhor exercício orçamental da nossa vida democrática, que permitiu a devolução de rendimentos e a criação de condições para o investimento.”

António Costa

Primeiro-ministro

A isto, soma-se a “melhoria da economia real”. No ano passado, salienta o primeiro-ministro, “Mário Centeno conseguiu o melhor exercício orçamental da nossa vida democrática, no quadro de uma reorientação da política económica, que permitiu a devolução de rendimentos e a criação de condições para o investimento, que se saldou pela aceleração do crescimento e melhorias significativas na criação de emprego”.

“Esclarecida a lisura da atuação do Governo, nada justifica por em causa a estabilidade governativa e a continuidade da sua política, para o que o contributo do professor Mário Centeno continua a ser de grande valia“, conclui António Costa.

Notícia atualizada às 19h17 com mais informação.

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Impeachment de Trump? Já pode fazer as suas apostas

  • ECO
  • 13 Fevereiro 2017

Já há casas de jogos a aceitar apostas sobre a permanência (ou não) de Donald Trump na Casa Branca.

Passaram apenas três semanas desde que tomou posse enquanto Presidente dos EUA e as casas de apostas já antecipam um final abrupto na ainda curta permanência Donald Trump na Casa Branca.

Trump tem colecionado inimigos atrás de inimigos (mesmo dentro do seu próprio partido) desde que passou a morar na Casa Branca e são várias as casas de apostas que estão a aceitar “previsões” dos jogadores quanto ao futuro de Trump. Haverá um processo de impeachment para destituir Trump? O republicano vai apresentar a sua demissão? Faça a suas apostas.

Na casa de apostas PaddyPower, um cenário de impeachment já em 2017 apresenta uma odd de 4/1: por cada euro apostado, recebe cinco euros (ou quatro euros em termos líquidos). Na LadBrokes, uma das maiores casas de apostas no Reino Unido, o abandono de Trump do cargo de Presidente norte-americano — seja por via de um impeachment ou resignação — é encarado como bem mais provável, apresentando uma odd de 11/10.

“De uma perspetiva de apostas, a presidência de Donald Trump desencadeou um boom neste tipo de mercados”, referiu Alex Donohue, responsável da LadBrokes, ao Politico (acesso gratuito/conteúdo em inglês). “Com Donald Trump, tudo o que ele faz, pode tornar-se em especulação e isso pode transformar-se em negócio para nós”, acrescentou.

De acordo com aquele site, tendo em conta o controlo republicano do Congresso, um impeachment parece, na melhor das hipóteses, uma possibilidade remota nos próximos dois anos. Ainda assim, as polémicas decisões de Trump nas últimas semanas, como a proibição de entrada de pessoas oriundas de sete países com maioria muçulmana — e a guerra contra os juízes que contrariam a sua ordem executiva — alimentaram o debate político quanto à possibilidade de o Congresso avaliar a retirada de apoio a Trump.

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PSI-20 cai em dia de Pharol sem brilho

O PSI-20 acabou por cair 0,17% na primeira sessão da semana, arrastado pelo BCP e pela Jerónimo Martins. A maior queda, contudo, foi da Pharol que corrigiu dos ganhos da semana passada.

Depois de ter alcançado máximos de um ano e meio na semana passada, a Pharol corrigiu esses ganhos na sessão desta segunda-feira e acabou por afundar quase 12%. Lá fora, o petróleo está a cair para a casa dos 55 dólares por barril, apesar de um relatório da OPEP que dá conta de que os países do cartel estão a cumprir o corte de produção acordado no final do ano passado.

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O que prevê a Comissão para os países do Euro?

  • Marta Santos Silva
  • 13 Fevereiro 2017

O ECO resume-lhe as Previsões de Inverno 2017 que afetam os parceiros de Portugal. Veja as imagens e fique a saber onde a Zona Euro vai melhorar e piorar.

As Previsões de Inverno de 2017 da Comissão Europeia trazem novidades sobre o que Bruxelas antevê para Portugal — otimista no crescimento económico, a Comissão prevê que a subida nos salários pode travar o crescimento do emprego e critica ainda a falta de reformas estruturais na correção do défice — e também para os restantes países da União Europeia. Se no geral a perspetiva é positiva, com previsões de mais crescimento, maior inflação e mais emprego, de país para país existem nuances a ter em conta.

Quais os principais reparos e previsões que a Comissão deixa para os países europeus? Nas imagens abaixo, os valores a vermelho representam um agravamento em relação ao ano anterior, enquanto o verde representa uma melhoria em relação a 2016 no mesmo país.

  • Espanha com maior défice do que o previsto: A Comissão Europeia reviu em alta o défice espanhol para 2017, para os 3,5% do PIB, quatro décimas acima do objetivo que tinha sido definido. No entanto, o relatório destaca o crescimento espanhol, que fora de 3,2% em 2016 e que deverá desacelerar mas manter-se forte em 2017, nos 2,3%.

  • França continua em rota de “aceleração suave”: O crescimento do PIB francês recuou em 2016 para os 1,2%, mas vai agora retomar a aceleração, para 1,4% em 2017 e 1,7% em 2018. Entretanto, o país surpreendeu a Comissão com os resultados do défice, levando Bruxelas a melhorar as previsões e a sugerir que, em 2017, França cumprirá a meta europeia e ficará abaixo dos 3% do PIB. Mas a incerteza é grande em ano eleitoral: em abril, França escolhe um novo presidente.

  • Itália a braços com “fraquezas estruturais”: Em 2017 e 2018 a economia italiana vai crescer perto de 1%. Pelo meio da instabilidade política que se vive após a demissão de Matteo Renzi, a Comissão antevê agravamento do défice, aumento da dívida e um crescimento fraco. A taxa de desemprego deverá diminuir ligeiramente.

  • Grécia vai crescer 2,7% este ano… após 0,3% em 2016: A economia da Grécia está a melhorar. A Comissão Europeia prevê uma descida da taxa de desemprego para os 20,3% até 2018 quando, no ano passado, se fixou nos 23,4%, e um crescimento sustentado do PIB após o país ter finalmente invertido a tendência recessiva em 2016.

  • Alemanha vai crescer mais do que o esperado: Bruxelas reviu em alta as previsões para o PIB alemão, que crescerá 1,6% em 2017. A maior economia da Zona Euro deverá ver o seu crescimento sustentado pelas melhorias no mercado de trabalho, nas exportações e também no setor da construção.

  • Irlanda desacelera mas mantém crescimento: A expansão da economia irlandesa vai abrandar o ritmo mas vai continuar em alta, antevendo-se que chegue aos 3,4% em 2017 e 3,3% em 2018. O investimento vai aumentar, sustentado sobretudo pela construção, e o défice continua a cair nos próximos anos.

  • Veja ainda abaixo os valores chave para perceber a evolução dos restantes países do euro.

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Funcionários da UE queixam-se de passividade da Comissão no “caso Barroso”

  • Lusa
  • 13 Fevereiro 2017

Os funcionários da União Europeia não estão contentes com a forma como a Comissão tratou o caso de Durão Barroso.

Um grupo de funcionários das instituições europeias anunciou esta segunda-feira que entregou uma queixa à Provedora de Justiça da UE contra a Comissão Europeia devido ao que classificam como passividade face à ida de Durão Barroso para a Goldman Sachs.

A queixa foi depositada pelo grupo denominado “EU employees”, que esteve na origem de uma petição, que reuniu mais de 150 mil assinaturas, entregue na Comissão Europeia em outubro passado, a reclamar “medidas fortes” face à designação de José Manuel Durão Barroso para o cargo de presidente não-executivo da Goldman Sachs, o episódio mais famoso da chamada “porta giratória” em Bruxelas (a passagem de antigos comissários para cargos no setor privado que coloquem em causa a reputação das instituições da UE).

Considerando que a ida do antigo presidente da Comissão para o banco de investimento norte-americano, diretamente envolvido na crise financeira, “desonra a função pública europeia e a UE no seu conjunto”, os funcionários europeus reclamam que o executivo comunitário leve o caso ao Tribunal de Justiça da UE, designadamente para que José Manuel Durão Barroso perca o direito à pensão como antigo presidente da Comissão.

Face à polémica provocada pelo anúncio da ida de Durão Barroso para a Goldman Sachs, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, solicitou no ano passado um parecer ao comité de ética ad hoc do executivo comunitário, que concluiu, em final de outubro, que o antigo presidente não violou as regras dos, ainda que tenha demonstrado falta de “sensatez”.

Segundo o comité de ética, Durão Barroso “não demonstrou a sensatez que se poderia esperar de alguém que ocupou o cargo de presidente durante tantos anos”, mas “não violou o seu dever de integridade e discrição”. No mesmo dia, a Provedora de Justiça europeia, Emily O’Reilly, faz alguns reparos às conclusões e advertiu que iria “refletir” sobre os próximos passos a tomar, “incluindo um possível inquérito”.

Entretanto, no final de novembro passado, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, propôs alterações ao código de conduta da Comissão, designadamente o aumento do ‘período de nojo’ (durante o qual antigos membros do executivo comunitário não podem exercer novos trabalhos), defendendo que deve passar dos atuais 18 meses (que Durão Barroso respeitou) para dois anos no caso dos comissários e para três anos para o chefe do executivo.

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