MAI abre novo inquérito. Agora às refeições dos bombeiros

  • Lusa e ECO
  • 28 Agosto 2017

O Ministério da Administração Interna ordenou um inquérito sobre as refeições fornecidas aos bombeiros durante o combate aos incêndios.

O Ministério da Administração Interna ordenou esta segunda-feira um inquérito à Autoridade Nacional de Proteção Civil sobre as condições de fornecimento de refeições aos bombeiros que, este mês, têm participado nas operações de combate aos grandes incêndios.

Numa nota enviada à agência Lusa é referido que o inquérito à ANPC foi ordenado pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, e que deverá ser entregue à tutela até ao dia 30 de setembro.

O inquérito, segundo o comunicado, “tem por base várias denúncias, segundo as quais as refeições são inapropriadas, face ao desgaste a que os operacionais são sujeitos neste tipo de missão“.

Na ordem dada pelo secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, o Governo explica que “a Autoridade Nacional de Proteção Civil suporta financeiramente as refeições dos operacionais que participam no combate aos incêndios, nos seguintes valores: almoço e jantar (7 euros por refeição); pequeno-almoço, lanche e dois reforços (1,80 euros), a que corresponde um total diário de 21,2 euros por operacional”.

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Huubster coloca um travão nas más compras de veículos usados

  • ECO
  • 28 Agosto 2017

A plataforma desenvolvida pela Huubster aposta num serviço de compra de veículos usados com a ajuda de especialistas que avaliam as ofertas disponíveis.

Lisboa vai ter uma nova plataforma para a compra de veículos usados. O lançamento da startup Huubster, que liga especialistas e compradores, está previsto para o próximo dia 4 de setembro. A empresa espera estender o serviço para o Porto dentro de um ano.

A startup pretende juntar especialistas e potenciais compradores de veículos usados. Os clientes poderão receber uma avaliação do veículo feita por um especialista. A revisão é feita em termos do exterior, do interior, parte mecânica e elétrica, e inclui um valor aproximado para possíveis arranjos e uma opinião relativa ao valor do veículo com base nos valores de mercado. Os compradores podem avaliar as opiniões dos especialistas.

A má experiência de compra de automóveis usados levou um grupo de empreendedores a criar a Huubster. Os objetivos da empresa passam por “trazer transparência e confiança” num contexto de mercado marcado por “muitos enganos e compras desinformadas”, pode ler-se em comunicado de imprensa enviado às redações.

Números divulgados pela Huubster apontam para um crescimento do mercado de veículos usados, com um aumento de 11% em 2015 face ao ano anterior, registando-se mais de 100 mil novos pedidos numa base mensal. No mesmo ano foram vendidos 213.645 automóveis, dos quais os automóveis novos representam 18% dos registos. No ano seguinte foram vendidos 500 mil automóveis usados em Portugal.

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Felicitação de Marcelo ao MPLA deixa UNITA “escandalizada”

  • Lusa
  • 28 Agosto 2017

A UNITA recebeu com "estupefação" e "desilusão" a felicitação de Marcelo Rebelo de Sousa ao MPLA, afirmando que os resultados ainda não são definitivos.

A direção da UNITA afirma que recebeu, “escandalizada”, com “estupefação” e “desilusão”, a declaração do chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitando o candidato do MPLA pela vitória nas eleições gerais de quarta-feira.

“A UNITA reafirma que, até este momento, em Angola não existe nenhum Presidente da República eleito, como também ainda não existem quaisquer deputados eleitos“, lê-se no comunicado que o secretariado executivo da comissão política do partido enviou esta segunda-feira à Lusa.

Os resultados provisórios das eleições gerais de 23 de agosto, divulgados na sexta-feira pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana, apontam a vitória do MPLA, com 61% dos votos, e a eleição de João Lourenço como próximo Presidente da República de Angola, colocando a UNITA no segundo lugar, com 26,7%. Em simultâneo, os principais partidos da oposição, UNITA e CASA-CE, já anunciaram que estão a fazer contagem paralela e que aponta, até ao momento, para resultados diferentes dos divulgados pela CNE.

"Os angolanos também querem que no seu país impere o Estado de direito, pelo que a UNITA apela a todos os interessados no dossiê angolano a terem calma e paciência até que os resultados definitivos, reconhecidos por todos, sejam disponíveis. ”

UNITA

No sábado, o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, felicitou João Lourenço (MPLA), numa mensagem publicada na página da Presidência na Internet. Nas felicitações ao “Presidente eleito da República de Angola”, o chefe de Estado português sublinhou os laços fraternais que unem os dois países e os dois povos.

Também no sábado, o líder e cabeça-de-lista da UNITA às eleições gerais, Isaías Samakuva, numa declaração ao país feita em Luanda, foi perentório: “O país ainda não tem resultados eleitorais válidos. O país ainda não tem um Presidente eleito nos termos da lei”.

No comunicado de hoje, a UNITA volta a afirmar que nos dias 24 e 25 de agosto – dias seguintes à eleição – “não houve qualquer reunião dos órgãos provinciais da CNE para apurar resultados eleitorais” e que “nenhuma” dessas 18 comissões tinha iniciado os trabalhos de apuramento provisório, “nem produziu qualquer ata, nem enviou qualquer informação que pudesse servir de base para Luanda divulgar resultados”.

O partido diz que, conhecendo a “sensibilidade acrescida aos fenómenos sociais e aos valores da democracia” com que o Presidente da Republica Portuguesa “tem vindo a interpretar o seu mandato”, “mais escandalizados ficamos com o seu posicionamento de reconhecimento de um Presidente, numa altura em que ainda se está a proceder ao escrutínio dos votos”.

Acrescenta a UNITA que Marcelo Rebelo de Sousa “tem ao seu dispor todos os mecanismos que lhe permitem saber de toda a realidade que envolve o processo eleitoral angolano”, pelo que não entende a “forma precipitada e desavisada como o Presidente da República Portuguesa felicita um suposto Presidente Eleito de Angola”.

“Os angolanos também querem que no seu país impere o Estado de direito, pelo que a UNITA apela a todos os interessados no dossiê angolano a terem calma e paciência até que os resultados definitivos, reconhecidos por todos, sejam disponíveis. Logo que terminarem os trabalhos de apuramento que se iniciaram no dia 26 de agosto, e a CNE proclamar o presidente eleito, os angolanos todos terão a oportunidade de o felicitar. Nessa altura serão certamente bem-vindas todas as demais felicitações legítimas”, concluiu o comunicado do partido.

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Pagar em moeda estrangeira? Há um cartão que não cobra comissão

  • ECO
  • 28 Agosto 2017

O Cash4Travel Titanium permite carregamentos em quatro moedas estrangeiras sem custos, facilitando levantamentos além fronteiras e compras online.

Pode carregar quatro moedas estrangeiras diferentes no Cash4Travel Titanium mas nenhum carregamento terá custos apenas se for feito em euros. Para não haver surpresas negativas, a taxa de câmbio vai manter-se inalterada — desde o momento de carregamento até à compra.

Os viajantes podem usar o Cash4Travel Titanium para pagamentos com Dólar Americano, Libra Esterlina, Real Brasileiro, Franco Suíço ou Euro. Somente o carregamento em euros acarreta custos, uma comissão de 2% sobre o montante carregado. O processo vem facilitar as aquisições aos viajantes mas também a quem costuma fazer compras online. É um cartão multidivisas e pré-pago, criado pela Unicâmbio com o selo Mastercard.

A Unicâmbio, que é também agência de câmbios, garante que a taxa de câmbio utilizada será aquela em vigor no momento em que o cartão é carregado, independentemente de quando for feito o pagamento. Apesar de o cartão não estar associado a qualquer conta bancária, o cliente poderá consultar os movimentos online.

Este cartão pode ser utilizado em qualquer terminal de pagamento ou ATM que aceite cartões Mastercard — ou seja, tem cerca de 36 milhões de postos disponíveis por todo o mundo. O Cash4Travel Titanium está disponível em qualquer loja Unicâmbio ou no site da marca e custa 50 euros.

(Notícia atualizada às 15h41 do dia 29 de agosto)

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Academia de Código_Junior: Programação para escolas de todo o país

  • ECO
  • 28 Agosto 2017

Projeto da startup Academia de Código disponibiliza 50.000 vagas gratuitas para estudantes do 1º e 2º ciclos e pretende colocar Portugal mais perto de países como Finlândia, Inglaterra e Irlanda.

A Academia de Código deixou de ser apenas uma coisa “para graúdos”. Agora, a startup portuguesa acaba de criar a <Academia de Código_Júnior>, que conta com o apoio da Direção-Geral da Educação e pretende levar o ensino gratuito de Programação a alunos dos seis aos 12 anos de praticamente todo o país.

A iniciativa disponibiliza uma plataforma para alunos e professores, com conteúdos inspirados nos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas tais como vídeos, jogos, debates e programação que abrangem temas relacionados com tecnologia, energias renováveis, preservação ambiental e igualdade de género, entre outros.

As escolas que pretendam juntar-se ao projeto devem dispor de computadores ligados à internet (um equipamento para dois estudantes). Os professores terão uma formação acreditada de 25 horas para acompanhar os alunos. Das 50.000 vagas disponíveis, a <Academia de Código> avança que já foram preenchidas 20.000, num total de 150 escolas.

A iniciativa <Academia de Código_Júnior> começou como um projeto-piloto em escolas de Lisboa, com aulas de programação informática, com o intuito de combater o insucesso escolar. Segundo um estudo desenvolvido pela Nova SBE, os estudantes progrediram no seu raciocínio lógico e nas notas de Matemática. Em 2016, um novo projeto-piloto foi aplicado em escolas do Fundão, Sta. Maria de Lamas, Lisboa, bem como em Itália, Grécia e Polónia.

Em dois anos de existência, a <Academia de Código> afirma dispor de uma taxa de empregabilidade de 94%. Num contexto de uma crescente procura de programadores, a startup já passou pelo currículo de mais de 5.000 crianças através do projeto <Academia de Código_Júnior>. O programa já recebeu dois prémios, nomeadamente o primeiro Título de Impacto Social em Portugal e no Sul da Europa e um World Summit on the Information Society (WSIS) Prize 2017.

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BES: Emigrantes lesados estão a aderir “massivamente” à proposta

  • Lusa
  • 28 Agosto 2017

A vice-presidente da AMELP garantiu que "as pessoas estão a aceitar massivamente” a proposta do Novo Banco. Os emigrantes lesados têm até esta segunda-feira para dizerem se aceitam ou não.

Os emigrantes lesados pelo BES estão a aderir “massivamente” à proposta do Novo Banco, que termina esta segunda-feira, que lhes permite recuperar parte do dinheiro perdido, disse à Lusa a vice-presidente da Associação Movimento Emigrantes Lesados Portugueses (AMELP).

Em 08 de agosto, a AMELP, o Novo Banco e o Governo chegaram a acordo quanto a uma solução que permite a emigrantes que investiram em produtos do ex-BES, e que nunca recuperaram o dinheiro, receberem até 75% do capital investido em três anos. Em causa estão mais de 1.000 clientes emigrantes que investiram dinheiro em oito produtos financeiros do ex-BES — Euro Aforro 8, Poupança Plus 1, Poupança Plus 5, Poupança Plus 6, Top Renda 4, Top Renda 5, Top Renda 6 e Top Renda 7 — e que não aderiram à proposta comercial feita pelo Novo Banco em 2015.

Nas últimas duas semanas, o Novo Banco esteve então a contactar estes emigrantes individualmente para lhes apresentar esta proposta, e têm até esta segunda-feira para dizerem se aceitam ou não, e entregarem os documentos respetivos. Segundo disse à Lusa Helena Batista, as informações que dispõe de associados e de advogados indicam que “as pessoas estão a aceitar massivamente” a proposta do Novo Banco.

Contudo, recordou, mesmo que aceitem, a concretização desta solução está dependente do sucesso da recompra de dívida própria do Novo Banco, atualmente em curso. Por resolver estão ainda as soluções para os veículos denominados EG Premium e EuroAforro 10, que pela complexidade dos produtos financeiros envolvidos já levou a que em 2015 o Novo Banco não tivesse feito qualquer proposta comercial.

A vice-presidente da AMELP afirmou que o Novo Banco tem garantido que continua a estudar o mecanismo que usará para compensar os 628 clientes que investiram 75 milhões de euros no EG Premium e os 1.216 clientes que investiram 71 milhões no Euroaforro10.

Após a resolução do BES, em 03 de agosto de 2014, cerca de 8.000 emigrantes de França e Suíça (o equivalente a 12 mil contas, uma vez que há clientes que têm mais do que uma conta) vieram reclamar mais de 720 milhões de euros, acusando o banco de lhes ter vendido produtos arriscados (ações de sociedades veículo), quando lhes tinha dito que se tratavam de depósitos a prazo para não residentes.

A responsabilidade sobre estes produtos ficou, na resolução do BES, no Novo Banco – o banco de transição então criado -, que apresentou, em 2015, aos emigrantes (subscritores dos produtos Poupança Plus, Euro Aforro e Top Renda) uma proposta comercial que teve a aceitação de cerca 80% do total, que detinham em conjunto 500 milhões de euros. No entanto, houve 1.440 clientes que não aceitaram a solução, por considerarem que não se adequava ao seu perfil e não era justa, incorporando obrigações do Novo Banco com vencimento apenas daqui a 30 anos e sem cupão anual.

A solução para recuperação do investimento aplica-se a estes 1.440 clientes que não aceitaram a proposta do Novo Banco de 2015, sendo que o banco vai transferindo faseadamente o dinheiro para depósitos a prazo até aos 75% de recuperação de capital acordados. A AMELP diz que, caso a solução se concretize, 60% do capital em causa será transferido para os clientes ainda este ano e o restante até 2020.

Quanto aos mais de 6.000 clientes que aceitaram a proposta de há dois anos, fontes das negociações disseram à Lusa no início de agosto que o Novo Banco deverá trocar por capital as obrigações com vencimentos em 2049 e 2052, ainda que com perdas, em condições semelhantes à oferta em curso do Novo Banco para recompra de dívida própria. Contudo, não foi possível saber, para já, mais informações sobre como está a evoluir esta parte da negociação.

O Novo Banco está em processo de venda ao fundo de investimento norte-americano Lone Star, sendo que para o negócio se concretizar uma das condições é o sucesso da recompra de dívida própria, atualmente em curso, com que espera poupar 500 milhões de euros.

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Cinco razões para viver no Chiado, segundo o Financial Times

  • ECO
  • 28 Agosto 2017

O jornal britânico assinalou cinco razões pelas quais deve escolher viver no Chiado, no centro de Lisboa.

O Financial Times [acesso pago] recorda o incêndio de 1988 para elogiar a reconstrução levada a cabo na zona pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira. Publicado na secção Property Listings, o artigo refere o renascimento da vizinhança que tornou um espaço “tão morto como Wall Street à noite” para um “refúgio residencial”. O FT destaca a abertura de novos espaços públicos e os apartamentos nos andares superiores dos edifícios.

O jornal britânico sugere cinco espaços a visitar: o restaurante com duas estrelas Michelin — Belcanto –, a livraria da Bertrand, o Teatro Nacional de São Carlos, o Purista Barbière e o Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.

O restaurante do chef português José Avillez tem, neste momento, duas estrelas Michelin — foi o primeiro restaurante em Portugal a atingir essa meta. Além disso, a revista Restaurant considerou o Belcanto o 85º melhor restaurante do mundo. Além do Belcanto, o artigo aponta para o Bairro do Avillez como outro dos locais no Chiado que se deve visitar.

Com a barriga já conquistada, o FT segue para a cultura. O texto destaca a histórica livraria da Bertrand — criada em 1732, a livraria mais antiga do mundo. Em frente, o café A Brasileira é um lugar a visitar também por ter sido um frequente poiso do poeta Fernando Pessoa.

A ligação entre os escritores e o Chiado vem desde o século XVI. O jornal britânico escreve que aquela zona da cidade chama-se Chiado por causa de um escritor que lá morava, António Ribeiro Chiado.

Passando para o teatro, o artigo destaca o Teatro Nacional São Carlos, aberto em 1793, como o espaço ideal para ouvir ópera ou bailado, mas também para assistir ao Festival ao Largo. Quanto à arte, o FT sugere a coleção do Museu Nacional de Arte Contemporânea do Chiado.

A terminar, o Financial Times sugere uma visita ao Purista Barbière para um toque de modernidade. A fusão entre uma barbearia e um bar faz com que os clientes possam, simultaneamente, desfrutar de uma cerveja, ouvir jazz ao vivo e, claro, um corte de cabelo renovado.

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Caso Huawei: NOS pagou viagens de altos quadros da Saúde à China

Cinco quadros da Serviços Partilhados do Ministério da Saúde viajaram para a China a convite da NOS e com as viagens pagas pela operadora, parceira da Huawei. Empresa abriu auditoria interna.

A empresa parceira da Huawei que convidou e pagou as viagens a altos cargos do Estado à China foi a NOS, apurou o ECO, e não a empresa chinesa de tecnologia. A viagem, que foi noticiada pelo Expresso (acesso pago) na edição deste sábado, envolveu 14 pessoas, das quais cinco são funcionários da empresa Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS). Os outros eram representantes dos três maiores grupos nacionais privados de saúde.

O ECO tem mais pormenores: A viagem foi na Emirates, em classe económica, e decorreu entre os dias 2 e 15 de junho de 2015. Os 14 convidados da NOS partiram de Lisboa no dia 2, chegaram ao Dubai na madrugada de 3 e aterraram em Hong Kong nesse mesmo dia, durante a tarde. Entre os convidados, estão cinco quadros da SPMS: Rui Gomes, da Direção de Sistemas de Informação; Nuno Lucas, do departamento de Comunicações, Infraestruturas, Produção e Segurança; Rute Belchior, da Direção de Compras Transversais; Ana Maurício d’Avó, responsável de Comunicação e Relações Públicas; e Artur Trindade Mimoso, vogal executivo do conselho de administração da SPMS.

Para além destes, foram ainda na viagem outros nove convidados, entre colaboradores da NOS e representantes dos grupos privados Lusíadas Saúde, Luz Saúde e José de Mello Saúde. No fim, a NOS acabou por pagar 12.516 euros pelas viagens.

O ECO contactou a NOS e fonte autorizada respondeu que a operadora está “a apurar internamente o respetivo enquadramento e todo o detalhe associado a esta visita”.

Ainda assim, confirma que “em junho de 2015, colaboradores da NOS acompanharam um grupo de representantes de entidades públicas e privadas do setor da saúde, numa visita de trabalho à Huawei na China“. A Huawei, por seu lado, já tinha garantido ao ECO durante a manhã desta segunda-feira que não tinha pago qualquer viagem a estes responsáveis da Saúde, nem sequer a tinha organizado.

Entretanto, a empresa abriu uma auditoria interna por causa do caso, avançou o Expresso, notícia entretanto confirmada pelo ECO.

Inicialmente, a viagem estava marcada para os dias 2 a 7 de junho. Contudo, os convidados pediram para prolongar este período e acabaram por ficar até dia 15, confirmou ao ECO fonte de um dos grupos privados. Não foi possível saber o motivo deste prolongamento, mas não consta qualquer outra visita integrada na viagem, portanto, restará outro motivo: férias, confidenciam outras fontes.

A parceria da NOS com a Huawei foi estabelecida a 7 de outubro do ano passado, em Shenzen, na China. Miguel Almeida, presidente executivo da operadora portuguesa, e Chris Lus, diretor-geral da Huawei Portugal, assinaram o acordo que visa o desenvolvimento de soluções tecnológicas para infraestruturas de comunicações, data-centers, vídeo e soluções empresariais.

Na edição deste fim de semana, o Expresso refere, citando fonte da SPMS, que a viagem à China se tratou de um evento para “adquirir e partilhar conhecimentos sobre os recursos, modelos e estratégias diferenciadoras utilizados no âmbito da telemedicina“. Estes responsáveis visitaram o hospital de Zheng Zhou para observar como funciona o sistema de telemedicina daquela unidade de Saúde e também a sede da Huawei, em Shenzhen, perto de Hong Kong. O ECO também contactou a SPMS sobre este assunto e ainda aguarda resposta.

Entretanto, o Ministério da Saúde já confirmou que pediu a intervenção da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS) para averiguar os factos relacionados do Estado e apurar “eventuais responsabilidades”. E espera-se uma decisão do ministro Adalberto Campos Fernandes nas próximas horas ou dias em relação ao referidos altos quadros. Também a Autoridade Tributária (AT) está a investigar o caso, uma vez que Carlos Santos, quadro da AT, também foi à China a convite de uma empresa privada.

Quadros da Saúde colocam lugar à disposição

Os quadros da SPMS envolvidos nesta polémica colocaram, entretanto, os lugares à disposição, noticia o Expresso esta segunda-feira. Em comunicado, o Ministério da Saúde adiantou esta segunda-feira que os dirigentes do SPMS, “em particular” o presidente e vogal do Conselho de Administração, colocaram à disposição os respetivos lugares.

Segundo o semanário, esta segunda-feira houve várias reuniões no Ministério da Saúde para apurar o que aconteceu. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, decidiu esperar pelos resultados da investigação da IGAS para tomar decisões finais. A investigação deverá estar concluída em setembro, adianta ainda o Expresso.

Ministério Público investiga caso Huawei

Este caso ganha relevância depois do que sucedeu com os secretários de Estado que foram ao Europeu de Futebol a expensas da Galp e acabaram por se demitir, depois da abertura de um processo do Ministério Público e de serem constituídos arguidos. Em causa está a suspeita de prática de crimes de recebimento indevido de vantagem. O próprio Governo, há cerca de um ano, aprovou um código de conduta para cargos políticos, no qual define a proibição de recebimento de presentes de valor superior a 150 euros.

Dias depois das demissões provocadas pelo chamado caso Galpgate, o Observador avançou com uma nova polémica, desta vez envolvendo a Huawei, que pagou viagens à China a vários políticos. Um deles foi Nuno Barreto, adjunto do secretário de Estado das Comunidades, que, segundo noticiou o Observador, viajou à China em janeiro deste ano, com estadia paga pela Huawei, e que já foi afastado pelo Governo. Isto porque as despesas pagas pela Huawei foram superiores a 150 euros. O Ministério Público abriu um inquérito a estas viagens.

Além de Nuno Barreto, noticiou ainda o Observador, também Paulo Vistas, presidente da Câmara de Oeiras, Sérgio Azevedo, vice-presidente da bancada parlamentar do PSD, Ângelo Pereira, vereador do PSD na Câmara de Oeiras, e Luís Newton, presidente da Junta de Freguesia da Estrela, estão envolvidos no caso Huawei.

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Uber quer o líder da Expedia. Terá de pagar 200 milhões por ele

Dara Khosrowshahi, líder da dona da Trivago, foi o escolhido pela Uber para ocupar o cargo de CEO na era pós-Travis. Nome poderá custar até 200 milhões de dólares à empresa de transporte privado.

Dara Khosrowshahi é o líder da Expedia desde 2005D.R./LinkedIn

A Uber escolheu Dara Khosrowshahi, atual CEO da Expedia, para ocupar o cargo de presidente executivo. É uma aposta cara por parte da empresa norte-americana de transporte, e que lhe poderá custar qualquer coisa como 200 milhões de dólares, de acordo com contas feitas pela Bloomberg.

Khosrowshahi comanda a dona da Trivago há 12 anos, tendo passado pelo grupo que comprou a própria Expedia, o conglomerado IAC. Durante esse tempo, catapultou as receitas da companhia e acumulou regalias como opções de compra de ações no valor de 184,4 milhões de dólares, pelas cotações de fecho da última sexta-feira.

Segundo a agência, é hábito das grandes empresas pagarem aos altos quadros uma bonificação por terem de rescindir os contratos de trabalho antes do estipulado. A Uber deverá ainda ter de pagar um salário anual mais os bónus em ações conseguidos pelo gestor ao longo de mais de uma década de serviço na plataforma. Contas feitas, o valor deverá rondar os 200 milhões de dólares.

Poderemos nunca saber o valor real, já que a Uber, enquanto empresa de capital privado, não é obrigada a revelar o montante. Mas sabe-se que a empresa ofereceu a Anthony Levandowski um pacote de ações no valor de 250 milhões de dólares quando foi buscá-lo à Google. Levandowski acabou despedido alguns meses depois.

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BCP em mínimos de três meses pressiona bolsa de Lisboa

O banco liderado por Nuno Amado soma nova quedas nas últimas dez sessões. Lá fora, as praças europeias caem em reação à forte valorização do euro.

A praça lisboeta voltou a fechar em queda no arranque desta semana, pressionada pelas perdas do BCP, que está a negociar em mínimos de mais de três meses. Lisboa acompanhou a tendência negativa das pares europeias, que estão a reagir à forte valorização do euro.

O PSI-20 recuou 0,7%, para os 5.129,53 pontos, com quatro cotadas em alta, uma inalterada e as restantes em queda.

A penalizar a bolsa esteve o BCP, que perdeu 1,68%, para os 22,20 cêntimos por ação. Nas últimas dez sessões, o banco liderado por Nuno Amado só fechou a valorizar uma vez, estando já a negociar em mínimos de maio. É um movimento de correção, mas também de receios dos investidores quanto ao impacto financeiro que a eventual compra da unidade polaca do Deutsche Bank possa ter nas contas.

A pesar no principal índice acionista nacional estão também os títulos do setor energético, num dia em que os preços do petróleo desvalorizam nos mercados internacionais. A matéria-prima está a ser penalizada com o impacto da tempestade Harvey, a maior que se faz sentir nos Estados Unidos desde 2005. Por cá, a Galp caiu 0,11%, para os 13,74 euros por ação, enquanto a REN perdeu 0,79%, para os 2,78 euros por ação.

A família EDP contrariou a tendência e evitou maiores quedas do PSI-20. A EDP subiu 0,4%, para os 3,23 euros por ação, e a EDP Renováveis avançou 0,4%, para os 6,85 euros.

No resto da Europa, a tendência também foi de quedas. As principais praças fecharam no vermelho, numa altura em que o euro está a negociar em máximos de dois anos relativamente ao dólar, aproximando-se da fasquia de 1,20 dólares. Esta escalada surge após o silêncio de Mario Draghi sobre o desempenho da divisa na reunião de bancos centrais em Jackson Hole, nos EUA.

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Afinal, o balcão da CGD em Almeida não é bem um balcão

A autarquia anunciou a 'reabertura' do balcão da CGD, mas com nuances. Questionada pelo ECO, a Caixa explica que não há reabertura, mas sim a prestação de serviços bancários nas instalações da Câmara.

A agência da Caixa Geral de Depósitos em Almeida já não existe e assim continuará, segundo o banco público. O fecho do balcão em maio levou a protestos da população e, mais tarde, à celebração de um acordo entre a Câmara Municipal de Almeida e a CGD. Esse protocolo passa pela prestação de diversos serviços bancários através da presença de uma funcionária do banco nas instalações da autarquia.

“A CGD esteve, desde o início, disponível para encontrar soluções que pudessem assegurar diversos serviços da Caixa em Almeida”, esclarece fonte oficial do banco liderado por Paulo Macedo, assinalando que “o acordo alcançado entre a Caixa Geral de Depósitos e a Câmara Municipal de Almeida vai exatamente nesse sentido”. “Este acordo contudo não implica a reabertura da agência de Almeida, que foi definitivamente encerrada”, assegura a CGD.

Questionado pelo ECO, o vice-presidente da autarquia, Alberto Morgado, confirma que a administração da CGD tem razão. “A agência não reabre, mas o que nós também dizemos, paralelamente, é que através do protocolo negociado — partindo do pressuposto que o código está extinto — conseguimos manter recursos humanos da CGD permanente e a capacidade de ter operações complementares à área automática”. “Vão permanecer serviços que inicialmente não estavam previstos“, garante o autarca.

Ao início desta tarde, o vice-presidente da autarquia tinha avançado que o balcão iria reabrir “brevemente”, segundo a Lusa. Contudo, o próprio autarca explicou as nuances do acordo com a CGD: “A colaboradora em funções passará a exercer a sua atividade nas atuais instalações da CGD, ainda que provisoriamente, uma vez que o protocolo contempla uma solução acordada entre as partes e as [futuras] instalações da Caixa serem concebidas nas instalações da Câmara Municipal de Almeida“.

A agência não reabre. Vão permanecer serviços que inicialmente não estavam previstos.

Alberto Morgado

Vice-presidente da Câmara Municipal de Almeida

Ou seja, o balcão da CGD que já existia e foi fechado continuará sem atividade. Os serviços bancários serão, por isso, prestados nas instalações da autarquia, na presença de uma funcionária “diária e permanentemente”.

Desde abril, quando foi anunciado o encerramento da agência do banco público em Almeida, que a população da autarquia se manifestou contra. Os protestos tiveram eco e levaram Marcelo Rebelo de Sousa a reunir-se com o presidente da autarquia, António Baptista Ribeiro, e ainda com a administração da CGD.

Em maio, a Caixa Geral de Depósitos reafirmou a vontade de encerrar o balcão, mas admitiu a prestação de serviços aos clientes “noutros moldes”. Entre essas hipóteses estava a criação de um acompanhamento aos clientes nas instalações do município. Mais tarde, a CGD disse estar disponível para instalar uma caixa multibanco da CGD que permite a utilização de cadernetas.

(Atualizado às 17h51 com declarações do vice-presidente da Câmara Municipal de Almeida)

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O vinho do Porto que é do Douro

  • Filipe S. Fernandes
  • 28 Agosto 2017

Das serranias ao planalto mirandês e aos vales de Chaves, passando pelas encostas abraçadas ao rio Douro, a história de luta e aproveitamento dos recursos escassos no Alto Douro e Trás-os-Montes.

“Sempre disse que há uma grande afinidade entre vinho e famílias. Uma empresa com ações em bolsa tem de justificar a cada três meses os seus resultados porque o investidor quer um retorno imediato do seu dinheiro. Numa empresa familiar, a pergunta é se se plantaram cepas novas, pois só dentro de cinco ou dez anos começará a dar bons vinhos”, disse Paul Symington ao El País em 2015. Acrescentou que, quando começou na empresa da família, dominavam as multinacionais como a Bacardi, Seagram, Domecq: “Os maiores do mundo estavam no Douro. Perguntava-me como poderíamos competir. Quase 40 anos depois, eles não estão e nós continuamos aqui. Justifica-se esta missão de ter calma e olhar para o longo prazo. Família e vinho é uma combinação imbatível”.

Como diz na sua apresentação, a família Symington, com ascendência escocesa, inglesa e portuguesa, está no Douro desde 1882. Há cinco gerações, quando Andrew James casou com Beatriz de Carvalhosa. Mas, se “seguirmos a linhagem da família através da bisavó da atual geração, a ligação dos Symington aos vinhos do Douro recua no tempo 14 gerações, transportando-nos até meados do século XVII e aos próprios primórdios da história do vinho do Porto” e ao tempo de Walter Maynard, o primeiro inglês que enviou vinho para Inglaterra (1652).

A família Symington tem cerca de 1.000 hectares de vinhas no Douro e possui marcas tão diversas como Graham’s, Cockburn’s, Dow’s, Warre’s, Quinta do Vesúvio, Altano e o de que se produzem apenas 2.400 caixas a mais de 50 euros a garrafa porque a sua produção, em vinhas junto ao rio, exige muita mão-de-obra. “A única solução é produzir vinho de alta qualidade. Não podemos fazer vinho barato com estas condições climatológicas e geográficas”.

Nesta família reúnem-se as duas condições que fizeram a história e a saga do vinho que, feito no Douro, viu o nome ser arrebatado pelo Porto, destino final dos barcos rabelos que levavam as pipas pelo rio para serem exportadas para Inglaterra.

O grupo Fladgate Partnership tem marcas como a Taylor’s, a Fonseca ou a Croft, tendo faturado em 2016, 102 milhões de euros (61 milhões na área do vinho, 21 no turismo e 20 na Porto Rosé. Segundo o seu CEO, Adrian Bridge, “uma empresa com 325 anos tem pessoas que podem recontar a história, não só do vinho do Porto mas também da nossa cidade. É uma lógica para o investimento no turismo. O investimento no turismo implica que os nossos consumidores mundialmente nos possam visita”

Também por isso, em 2010 lançaram o hotel The Yeatman, um cinco estrelas em Gaia, com 82 quartos em 2,7 hectares e um investimento de quase 40 milhões de euros. Depois seguiu-se a compra do Hotel do Infante Sagres no Porto e da recompra do Vintage Hotel, no Pinhão no Douro, agora estão a projetar uma Cidade do Vinho para Gaia. Assim se liga o Porto, Gaia e o Douro num negócio e num modo de vida em que a busca de excelência se faz paradigma.

Em abril de 2017, o Barca Velha 2008 da Casa Ferreirinha – Sogrape recebeu 100 pontos na avaliação da Wine Enthusiast, tendo sido o primeiro vinho português não fortificado a atingir a pontuação máxima numa publicação norte-americana de referência. Em 2014, a Wine Spectator elegeu como melhor vinho do mundo o Dow’s Vintage de 2011 da Symington. Anos antes, tinham sido os vinhos do Porto da Symington como Dow’s 2007 Vintage Port com 100 pontos da Wine Spectator e o Dow’s 1955 Vintage Port com 100 pontos de James Suckling. Numa lista da revista norte-americana Wine Enthusiast, o Porto Quinta do Noval 2011 Nacional Vintage lidera a tabela dos 100 vinhos “para guardar e desfrutar” no futuro. Em 2017, o número de turistas no Douro ultrapassará o milhão pois, em 2016, pela via navegável do Douro — 201 quilómetros desde Barca d’Alva até ao Porto –, passaram 946.728 passageiros grande parte dos quais em cruzeiros com destino ao Douro, nomeadamente a Régua.

O Douro possui a região vitícola demarcada e regulamentada mais antiga a nível mundial, tendo sido criada no reinado de D. José I, pelo Marquês de Pombal, no ano de 1756 e que, em 2016, tinha 42.079 hectares de vinha. O rio Douro e respetivos vales, encostas e patamares surgem como os elementos geográficos estruturante de todo este território, sendo o centro de uma densa rede hidrográfica que apresenta importantes afluentes (na margem direita, os rios Sabor, Tua, Corgo, Pinhão e Sabor e, na margem esquerda, os rios, Varosa, Tedo, Távora, Torto e Côa). A cultura da vinha e do vinho constitui-se como a base fundamental do sustento económico da região, possuindo uma marca e imagem de relevo à escala nacional e internacional, desde do vinho generoso ao vinho de mesa, passando pela elevada qualidade dos espumantes naturais.

Campeã na produção

A região do Douro é a região nacional com maior produção de vinho, com 1.333.613 hectolitros em 2016/17, correspondente a 22% da produção nacional de vinho, e tem a Via Navegável do Douro, inaugurada em toda a sua extensão de 210 quilómetros desde Barca d’Alva até ao Porto em 1990. Os produtores e os comerciantes da Região Demarcada do Douro acordaram, para a vindima de 2017, a sexta subida anual consecutiva do benefício, para um total de 118.000 pipas (de 550 litros cada) de mosto generoso para produção de vinho do Porto, um aumento de 3.100 pipas em relação ao ano passado. Em 2011, o benefício teve uma quebra ficando-se pelas 85.000 pipas. O “benefício” é a quantidade de mosto generoso que, somando a aguardente que é preciso adicionar, fixa a quantidade de vinho do Porto que pode ser produzida na vindima seguinte. Até maio de 2017, as vendas de vinho do Porto ultrapassaram os 117 milhões de euros, mais 2,6% face ao período homólogo. A França, com uma quota de quase 25%, continua a ser o melhor mercado para este produto, seguindo-se Portugal com 17,5% do total.

A Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP) reúne 14 empresas que representam cerca de 90% da comercialização de Vinho do Porto e 35% dos vinhos de mesa do Douro. São estas as empresas mais influentes do Douro e que se contam a Ramos-Pinto, C. da Silva (Vinhos), Gran Cruz Porto, J.H. Andresen, Manoel Poças Junior, Niepoort, Porto Réccua Vinhos, Grupo Symington, Quinta do Noval, Fladgate Partnership, Vinhos Borges, Sogevinus, Rozés e Sogrape.

Os últimos números do IVDP de 2016 registavam 357 vitinicultores/engarrafadores e 481 produtores que são também engarrafadores ou armazenistas. Para Adrien Bridge, CEO da Fladgate Partnership, “no Douro quem faz grandes investimentos, quem cria empregos, são uns 600 lavradores profissionais. As outras pessoas que vivem no Douro, que fazem meia pipa anualmente, precisam de emprego. Ou o arranjam nas grandes quintas, ou em outros setores, como no turismo”. Por isso, este gestor defende a liberalização do mercado, uma reivindicação que vai contra o status quo duriense que pretende defender os pequenos proprietários e produtores e para que o benefício é a sua maior fonte de receita e mesmo a sua única fonte de rendimento.

Se fizéssemos um Simplex para o Douro, haveria novos investidores e os investidores precisam de trabalhadores – de técnicos, de engenheiros –, isto criaria mais emprego e gerava-se uma bola de neve importante que poderia regenerar o vale do Douro.

Adrien Bridge

CEO da Fladgate Partnership

“Se eliminássemos o benefício, qualquer dono podia fazer o que quisesse, o valor das quintas aumentava, atraíam-se outros investidores estrangeiros – eles não entendem estes regulamentos todos, que dizem o que se pode ou não podem fazer. Se fizéssemos um Simplex para o Douro, haveria novos investidores e os investidores precisam de trabalhadores – de técnicos, de engenheiros –, isto criaria mais emprego e gerava-se uma bola de neve importante que poderia regenerar o vale do Douro”, disse Adrien Bridge numa entrevista ao jornal Público.

As acessibilidades e o turismo

A região do Douro é um território unido em torno do rio e é fronteira, a sul, das regiões do Alto Tâmega e das Terras de Trás-os-Montes, marcadas pela regressão demográfica, que é característica dos territórios de baixa densidade e de interioridade e pelo crescente envelhecimento populacional. A região do Douro possui uma área de aproximadamente 4.112 Km2 e é composta por dezanove concelhos. A Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega (CIM AT) abrange os municípios de Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar, a CIM AT apresenta uma superfície de 2.922 km2 e compreende um total de 94.143 residentes. O município mais populoso é o de Chaves, com mais de 40.000 habitantes. A CIM-TTM estende-se por cerca de 4.370 km², sendo geograficamente limitada a Norte e Este por Espanha (Galiza e Castela e Leão), a Sul pela CIM do Douro e a Oeste pela CIM do Alto do Tâmega. Os níveis de formação e qualificação em Trás-os-Montes e Douro são comparativamente inferiores aos da média nacional mas têm acompanhado a tendência nacional de aumento dos níveis de qualificação da população.

O sistema urbano do Douro destaca-se pela expressão funcional exercida pelo eixo urbano – Lamego, Peso da Régua e Vila Real, com uma extensão de cerca de 40 Km e que concentra cerca de 44% da população residente na comunidade intermunicipal do Douro e estende-se para o Alto Tâmega no eixo Chaves – Vila Real – Régua e de Lamego a Viseu e Mirandela e Bragança. Trata-se de um eixo estruturante para a consolidação de uma malha urbana coesa no nordeste português, articulando o litoral e o interior transmontano. Este eixo agrega a totalidade dos estabelecimentos de ensino superior existentes da região (Universidade da Trás-os-Montes e Alto Douro e a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego). Verifica-se ainda que a Área Metropolitana do Porto (AMP) exerce sobre o Douro um efeito de polarização e de influência funcional, desde logo, por se constituir como a segunda centralidade do sistema urbano nacional e o maior polo urbano do Norte do país.

Estas regiões têm características morfológicas e geográficas que dificultaram o acesso às principais vias de comunicação nacionais, e a levada distância dos principais centros de decisão políticos e económicos contribuíram para um relativo isolamento da região. Hoje, a malha de acessibilidades assenta essencialmente em três eixos viários principais: A4/IP4 (relação Porto/ Vila Real/ Mirandela/ Bragança), A24/ IP3 (relação Viseu/ Lamego/ Peso da Régua/Vila Real/Vila Pouca de Aguiar) e, ainda, de um itinerário principal: IP2 (relação Guarda/ Vila Nova de Foz Côa/ Pocinho/ Bragança). No Alto Tâmega, a A24 faz a ligação entre a A25 (em Viseu) e Chaves, possibilitando ainda a ligação ao IP4 ou à A4 em Vila Real, à A7 ou ainda à A52 que começa em Benavente e termina em O Porriño, em Espanha. A A7 inicia-se na Póvoa de Varzim, na ligação com a A28 e termina em Vila Pouca de Aguiar no nó com a A24, e assume-se como a via mais relevante na ligação ao litoral, nomeadamente à Área Metropolitana do Porto através da A3 ou da já referida A28. Estes nós com a A24 e A4 melhoraram substancialmente o panorama com as principais ligações a serem ligações rodoviárias: IP2, A4/IP4 e IC5 na região de Bragança. Esta cidade conta ainda com um aeródromo com uma ligação aérea a Lisboa. Terá também breve uma ligação à rede ferroviária de alta velocidade europeia, quando estiver concluída a linha do AVE — o TGV espanhol — que ligará Zamora a Puebla de Sanabria, que fica a cerca de 40 quilómetros.

No que se refere à rede ferroviária destaca-se a importância da linha do Douro, que se desenvolve entre a cidade do Porto e Barca d’Alva, que gera fluxos de turismo e visitação. Neste contexto importa ainda destacar a relação entre os operadores turísticos e a companhia Comboios de Portugal, que permite articular os cruzeiros de barcos turísticos com a rede ferroviária.

Em termos portuários e aeroportuários, estão mais próximas destas estruturas através do Porto – Leixões e Aeroporto Sá Carneiro. O Alto Tâmega dispõe da Plataforma Logística de Chaves, desenhada em função da estratégia da rede logística nacional/internacional e beneficiando das relações estabelecidas no Noroeste Peninsular em função da acessibilidade potenciada pela A24. Esta estrutura abrange uma área de terreno de aproximadamente 99.000 m2 e desenvolve-se em diferentes setores com objetivos distintos, concretizando-se em armazéns e atividades logísticas, edifícios de serviços e comércio, áreas verdes e infraestruturas comuns.

Estas novas ou renovadas vias de comunicação promoverem novas dinâmicas de desenvolvimento local e empresarial, ainda que a comunicação entre aldeias e localidades intramunicipais seja ainda deficitária.

Em 1990 o Douro passou a ser navegável do Porto até Barca de Alva o que permitiu criar uma nova indústria de turismo de cruzeiro e hoje são mais de cem barcos a sulcar o rio. Em 1993 Mário Ferreira começou com o seu primeiro barco a navegar no Douro, tendo pouco depois adquirido a marca Douro Azul. Hoje a sua holding Mystic ystic Invest – é um dos principais operadores europeus no segmento de cruzeiros fluviais com a DouroAzul que tem uma frota de 11 navios-hotel que realizam cruzeiros de luxo no rio Douro, Nicko Cruises, com 19 navios-hotel, que realizam cruzeiros em 12 países e três continentes distintos e os cruzeiros internacionais no rio Amazonas. Este é apenas um exemplo de um mercado que se expandiu em pouco mais de trinta anos. Em julho de 2015, a Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL) apresentou o Via Navegável do Douro (VND) – Douro’s Inland Waterway 2020, um projeto orçado em 74 milhões de euros, com a duração de cinco anos, que visa potenciar o transporte de mercadorias e permitir que o rio seja utilizado 24 horas por dia.

Segundo dados fornecidos pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), desde 2001 e nos diversos ciclos comunitários que foram implementados até ao mais recente, o Portugal 2020, foram aprovados 7.106 projetos para o Alto Douro Vinhateiro, com um investimento de 1.650 milhões de euros e um apoio da União Europeia de 1.050 milhões de euros.

Parte destas verbas foi aplicada em unidades hoteleiras, empresas de dinamização turística, na navegação do rio Douro, na construção de infraestruturas rodoviárias como o Túnel do Marão ou a Autoestrada Transmontana, ainda em instituições de investigação e ensino, ou com o projeto de erradicação de manchas de inertes — o Douro Limpo.

O enoturismo é um produto turístico estrutural da região, porque é um fator de conjugação entre ambiente/paisagem e cultura/património, que interessa potenciar sobretudo quando se está na presença de dois patrimónios mundiais (UNESCO), como o Alto Douro Vinhateiro atribuído em 2001 pelo facto de se tratar de uma região única que associa as virtudes do solo de xisto, a exposição solar e as características singulares de um microclima e em que a paisagem, moldada pelo homem (paisagem cultural) é feita da cultura do vinho, da oliveira, da amendoeira, com elementos de interesse arquitetónico e patrimonial. Anteriormente, em 1998, os sítios de Arte Rupestre do Vale do Coa considerados um dos locais mais importantes de arte rupestre do mundo, nomeadamente de arte rupestre paleolítica de ar livre. No Vale do Coa existem 265 locais arqueológicos e 31 sítios com gravuras na pedra, espalhados numa área de 200 Km2, uma parte significativa que se encontra inacessível.

Existe uma rede de património construído — desde igrejas, capelas, mosteiros dos séculos XII/ XIII como S. João de Tarouca e Salzedas, solares, edifícios e pontes medievais e renascentistas, museus — como é o caso do Museu do Douro e os museus municipais e os edifícios da região do Barroco, como é o do Palácio de Mateus ou o Solar da Rede, Santuário da Nossa Senhora dos Remédios.

Do ponto de vista das estruturas de apoio turístico existe ainda a rede de Aldeias Vinhateiras com Barcos, Favaios, Provesende, Salzedas, Trevões e Ucanha, a rede de miradouros como os miradouros de São Leonardo da Galafura, de São Salvador do Mundo e de Penedo Durão e as vias panorâmicas que consistem na estrutura de corredores viários que proporcionam um sistema de vistas panorâmicas sobre o rio Douro, sendo de destacar a EN222, a denominada “via romântica”.

Tem ainda um conjunto significativo de áreas de salvaguarda e proteção ambiental, como é o caso do Parque Natural do Alvão e o Parque Natural do Douro Internacional e espaços afetos à Rede Natura 2000, como Alvão/Marão e a Serra de Montemuro.

Para Norte, no Alto Tâmega, a oferta passa pelo turismo termal e em espaço rural com as Termas de Chaves, com uma longa tradição de exploração que remonta aos Romanos, as Termas de Vidago; as Termas de Pedras Salgadas com quatro nascentes com águas hipotermais e as Termas de Carvalhelhos.

A Unicer, que tem a empresa VMPS — que explora as águas minerais das Pedras Salgadas –, recuperou hotel histórico e de luxo, o Vidago Palace, reconvertido num complexo de cinco estrelas com SPA, centro de congressos, espaço cultural e um campo de golfe com dezoito buracos apto para competições internacionais e investiu 20 milhões de euros em Pedras Salgadas, concretizado numa unidade hoteleira de 12 eco-houses para alojamento turístico no parque termal de Vila Pouca de Aguiar, o Pedras Salgadas Spa & Nature Park. O grupo Solverde investiu cerca de 50 milhões de euros para criar o complexo turístico Hotel Casino Chaves, de quatro estrelas com 72 quartos e um casino.

Esta região oferece ainda um relevo acidentado como as Serras do Larouco, do Gerês, da Cabreira, do Alvão, com quedas de água entre as maiores da Europa, da Padrela, do Barroso e da Falperra com 1134 metros de altitude. A Serra da Padrela não alcança os 1200 metros de altitude e divide-se entre os concelhos de Valpaços e Vila Pouca de Aguiar. Existe ainda a Rota do Azeite que se distribui um pouco por toda a região.

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