Portugal terá crescido ligeiramente acima de 3% no segundo trimestre

A economia portuguesa terá crescido ligeiramente acima de 3% no segundo trimestre do ano, revelou Marques Mendes no seu comentários semanal, um dia antes de o INE divulgar os dados.

A economia portuguesa terá crescido ligeiramente acima de 3% no segundo trimestre do ano, revelou Marques Mendes no seu comentários semanal, um dia antes de o Instituto Nacional de Estatística divulgar os dados. É preciso recuar ao ano 2000 para ter um desempenho idêntico.

Recorde-se que nos três primeiros meses do ano a economia nacional cresceu 2,8% e, no seu comentário semanal na SIC, o comentador garanti que no segundo trimestre o desempenho será superior. “Ao que sei estes resultados são extraordinários”, disse Marques Mendes. “Os resultados apontam para que a economia cresceu mais no segundo trimestre face ao primeiro e terá crescido mesmo ligeiramente acima de 3%. A confirmarem-se estes dados, este será um resultado histórico, porque desde o ano 2000 — há 17 anos — que Portugal não cresce acima de 3%”, sublinha Marques Mendes.

"Os resultados apontam para que a economia cresceu mais no segundo trimestre face ao primeiro e terá crescido mesmo ligeiramente acima de 3%. A confirmarem-se estes dados, este será um resultado histórico, porque desde o ano 2000 — há 17 anos — que Portugal não cresce acima de 3%.”

Marques Mendes

Este resultado reflete o facto de a “Europa estar a ajudar, as exportações estão muito bem e o investimento também, a taxa de desemprego está a diminuir e que o Governo conseguiu incutir um ambiente de paz social e de confiança e isso está ater resultados”, diz. Mas há um mas… Ou melhor quatro.

O comentador sublinha o facto de haver um excesso de crédito ao consumo e ao imobiliário — “se não for com conta peso e medida estamos a repetir os erros do passado” –, por outro lado, há pouco crédito bancário para as empresas, a poupança está em níveis historicamente baixos e o “investimento públicos está níveis mais baixos do que se imaginava, continua a quebrar”, enumera o comentador.

“Convém não repetir os erros do passado”, alerta Marques Mendes recordando que já passaram dez anos sobre o início da crise financeira. Mas reconhece que a banca está muito melhor do que estava, os bancos estão mais sólidos do que estavam.

No capítulo dos impostos, Marques Mendes deixou uma sugestão: Governo e partidos deveriam avançar com a possibilidade de haver uma prorrogação do prazo, até ao final do ano, para o pagamento do adicional ao IMI, o chamado imposto Mortágua. “Isso não prejudicaria ninguém”, garante e defende que “o Fisco tem de ser menos arrogante e mais respeitador dos contribuintes”.

Ministra da Administração Interna deveria tirar consequências

Marques Mendes questiona, na sua intervenção, por que razão a ministra da Administração Interna não tira consequências se, de acordo com a própria Constância Urbano de Sousa, tudo falhou nos incêndios de Pedrógão Grande, que resultaram na morte de pelo menos 64 mortos.

“Segundo ela falhou a Proteção Civil, o Siresp, a PT, a articulação com as forças de segurança e então, se falhou tudo não há ninguém que seja demitido? Não há ninguém que seja afastado ou penalizado? A culpa morre solteira?”, pergunta o comentador.

Mas a “originalidade mais significativa” é o facto de todos os serviços que falharam dependerem da ministra da Administração Interna, sendo de sua responsabilidade nomear os responsáveis de todos esses serviços e organismos. “Se é ela que é responsável por esses serviços, é ela que os nomeia e dirige politicamente, ela não tira consequências, nem tem responsabilidade? Não assume nenhuma culpa?”, questiona. “Temos responsabilidades, mas não temos responsáveis, temos culpas mas não temos culpados. Só em Portugal”, conclui.

"Se é ela que é responsável por esses serviços, é ela que os nomeia e dirige politicamente, ela não tira consequências, nem tem responsabilidade? Não assume nenhuma culpa.”

Marques Mendes

O comentador sublinha ainda a existência de investigações “paralelas e duplicadas” tendo em conta que o Governo já divulgou uma série de relatórios esta semana, antes mesmo da comissão de investigação independente se pronunciar. “Não sei se é para comissão de investigação independente, mas no final vai resultar numa enorme confusão“, diz.

Isaltino vai ser sempre uma vítima

Noutro tema, Marques Mendes defende que o juiz de Oeiras, que excluiu a sua candidatura de Isaltino Morais, deveria ter pedido escusa, mas acabou por beneficiá-lo porque acabou por o fazer de vítima.

Seja qual for o resultado do processo Isaltino Morais — que foi excluído das listas do PSD por Marques Mendes quando este líder do partido — o ex-autarca vai ficar sempre aos olhos do público como uma vítima. Marques Mendes sublinha que este é um caso como o da ‘mulher de César’: não basta ser sério também é preciso parecê-lo.

Marques Mendes lembra ainda que o Tribunal Constitucional vai ter se pronunciar sobre o caso, sendo que, no passado já teve de o fazer relativamente a à exclusão de uma candidatura em Gondomar, por isso dificilmente a decisão poderá ser diferente.

Marques Mendes reconheceu ainda que nestas eleições existe uma grande proliferação de candidatos independentes, que classifica de “falsos independentes”. Para o comentador, estas eleições autárquicas estão a demonstrar alguma fragilidade dos partidos, “todos os partidos estão profundamente divididos com candidatos oficiais e oficiosos”, “além do regresso de muitos ex-presidentes de câmara que há quatro anos tiveram de deixar de ser por força da limitação de mandatos“. “Vamos ver na noite eleitoral como é que as pessoas avaliam esse regresso”, remata Marques Mendes.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Explosão num prédio em Alfama faz pelo menos seis feridos

  • ECO
  • 13 Agosto 2017

Explosão provocada por uma fuga de gás provou pelo menos seis feridos, dois com gravidade, e destruiu um prédio na Rua dos Remédios em Alfama. Entre os feridos há estrangeiros.

Um prédio residencial na rua do Remédios em Alfama explodiu este domingo e começou a arder por volta das 18h00, por causa de uma fuga de gás. A explosão provocou seis feridos, dois deles graves, disse o vereador responsável pelo pelouro da segurança e proteção civil da Câmara de Lisboa, Carlos Castro.

Os feridos estavam todos dentro do edifício e, segundo o vereador, citado pela Lusa alguns são estrangeiros. Isto porque, três andares do edifício eram de Alojamento Local, como explicou a Sic Notícias na reportagem que fez no local.

Em causa está um edifício de cinco pisos, no número 59A da Rua dos Remédios, dentro do qual estavam 13 pessoas. “Sete [pessoas] ficaram desalojadas e seis foram tiradas devido à explosão – estão com queimaduras – e foram para o hospital”, disse o vereador, falando em dois feridos graves.

Carlos Castro, que falava aos jornalistas no local pouco depois das 21h00, disse que há perigo de a fachada do prédio ruir. Questionado se os prédios adjacentes podem ser afetados, indicou que “essa é uma avaliação que terá de se fazer ao longo da noite”. “Vamos garantir as condições de estabilidade desta área, mas vai ser um trabalho complexo”, admitiu.

Pouco depois das explosão, a reportagem da CMTV no local avançou que alguns dos moradores do prédio conseguiram sair pelo próprio pé, enquanto outros tiveram mesmo de ser retirados pelos bombeiros, depois de falar com testemunhas no local.

O vereador especificou que se registaram duas explosões, uma das quais deu origem ao incêndio, mas apontou que ainda não são conhecidas as causas nem se sabe em qual dos andares começou. Isto porque, segundo as informações avançadas inicialmente pela Sic Notícias e recolhidas junto da Proteção Civil, a primeiro explosão foi no último andar do prédio, que rebentou as janelas que vieram embater no chão da rua e o telhado cedeu.

Segundo as testemunhas o cheiro a gás já se fazia sentir com mais intensidade desde as 15h00, mas foi por volta das 18h00 que ocorreu a explosão, no quarto andar do prédio, destruindo toda a parte superior. Também os prédios das traseiras terão sido afetados, segundo as testemunhas ouvidas pela CMTV. Moradores do prédio ouvidos pela Lusa relataram que, desde há cinco meses, se sente um cheiro a gás no edifício, razão pela qual foram várias vezes chamados técnicos da eletricidade e do gás.

Apesar de o fogo ter sido dado pelos bombeiros como extinto pelas 20h13, pelas 21h20 ainda se viam chamas devido a “um reacendimento”, revelou o vereador. No local estão cerca de 60 operacionais, entre sapadores, bombeiros voluntários, INEM, PSP e Polícia Municipal.

Artigo atualizado às 22h30

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Aviões enviados por Espanha estão concentrados em Ferreira do Zêzere

Proteção civil mandou evacuar aldeia de Arcos de Valdevez. Incêndios mais complicados são da Mealha, Alvaiazere, Ferreira do Zêzere que passou já para Vila de Rei e Carvalhosas.

Já chegaram a Portugal as primeiras ajudas resultantes do pedido que Portugal fez na noite de sábado de acionar o Mecanismo Europeu de Proteção Civil. Os meios são todos espanhóis e estão totalmente concentrados a combater o incêndio de Ferreira do Zêzere que entretanto já passou para Vila de Rei. Entretanto, foi necessário evacuar a aldeia de Arcos de Valdevez.

No habitual briefing diário que a Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) foram identificados os incêndios que estão a ser acompanhados com mais atenção por parte das autoridades: os incêndios de Aveiro, na Mealha, Leiria, em Alvaiázere, o incêndio de Ferreira do Zêzere e o incêndio de Carvalhosas em Coimbra. “São os incêndios mais complicados e com o maior número de meios concentrados”, disse Patrícia Gaspar em declarações transmitidas em direto pelos vários canais televisivos de informação.

“Em território nacional já estão três aviões de Espanha, em concreto, um avião Canadair e dois Air tractor, dois aviões médios, assim como dois módulos terrestres de combate a incêndios”, todos eles concentrados no combate ao incêndio de Ferreira do Zêzere e do lado de Vila de Rei, que levou a autarquia a acionar o ativar o Plano Municipal de Emergência. Até agora só Espanha enviou ajuda na sequência do pedido nacional, mas as autoridades encaram esse facto com normalidade, porque os países típicos doadores nestas situações são também os que agora estão a braços com situações complicadas como França, Itália e a Grécia, sendo que Atenas está, neste momento a apoiar a Albânia, que vive também um cenário de incêndios florestais. Mas o pedido de ajuda de Portugal mantém-se.

Mas no combate às chamas os bombeiros não estão sozinhos. Patrícia Gaspar revelou que há vários pelotões militares em vigilância e em operações de rescaldo, nomeadamente, 600 elementos do exército, 100 militares da Marinha e sete militares da Força Aérea. Durante a tarde foi ainda pedido aos militares estabelecessem uma cozinha de campanha, para apoiar os esforços em Ferreira do Zêzere.

Minutos depois de concluído o segundo briefing diários da Autoridade Nacional de Proteção Civil, a Sic Notícias e o CMTV davam conta de que o incêndio de Parada do Pinhão, Sabrosa, em Vila Real, está a consumir várias casas, sem no entanto estarem em perigo quaisquer pessoas. Apesar do fumo intenso há meios aéreos a combater este incêndio que ao longo da tarde foi dado quase como extinto.

A magnitude do incêndio levou ao corte da Autoestrada 4 (A4) entre os nós de Lamares e Parada do Pinhão. Um troço da EN15, entre Parada do Pinhão e o nó da A4, também esteve cortado. Nesta manhã de segunda-feira, o fogo já está em fase de rescaldo.

O fogo deflagrou cerca das 13h00, junto à A4, chegou a ser dado como dominado e reativou-se, depois, com muita intensidade e empurrado pelo vento forte e cruzado, e seguiu em direção a três aldeias: Vilarinho de Parada, Parada do Pinhão e Paredes. O incêndio permanece com duas frentes ativas, Às 22h49, tendo já passado pelas aldeias. Segundo a página da Internet da ANPC, estão mobilizados para este incêndio cerca de 230 operacionais e 60 viaturas.

Fogo obriga a evacuações

Noutra frente de incêndio, a Proteção Civil mandou evacuar o lugar de São Sebastião, freguesia de Cabreiro, Arcos de Valdevez, como medida de precaução devido ao fumo causado pelo incêndio que deflagrou, no sábado às 22h25, em zona de mato.

Segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Viana do Castelo “a decisão foi tomada cerca das 17h48 e comunicada ao vereador da Proteção Civil municipal de Arcos de Valdevez e ao Gabinete Técnico Florestal”. A mesma fonte, citada pela Lusa, adiantou que “o fogo lavra em zona de mato e que não há habitações ameaçadas”.

Segundo a informação disponibilizada na página na Internet da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), às 18h31, o combate aquele incêndio mobilizava 87 operacionais apoiados por 22 viaturas e dois meios aéreos.

Ao longo da tarde também foi necessário retirar um idoso em São Vicente da Beira, no quadro do incêndio do Louriçal e além de dez pessoas das aldeias de Ribas, Matas, Corvelos e Braços, em Coimbra, devido ao incêndio das Carvalhosas, que tiveram de sair por precaução (evacuações preventivas). “São movimentações que esperamos que venham a ser temporárias até que existam novas condições de segurança par que possam regressar às suas casas”, explicou Patrícia Gaspar no briefing ao final da tarde.

A passagem do fogo de Ferreira do Zêzere para Vila de Rei “foi feita de forma extrema”, nas palavras da adjunta nacional de operações, que foi necessário solicitar meios para garantir evacuações, mas também “avaliar a presença das pessoas nas várias aldeias que existem na linha de propagação do incêndio“: Truta, Valadinha, Valadas, Alcaim, Valada, Seada, Cevão. As pessoas que vierem a ser evacuadas serão encaminhadas para a residência de estudantes e a casa paroquial de Vila de Rei. Patrícia Gaspar admite que, ao longo das próximas horas, se assistam a novas movimentações preventivas para que as pessoas não venham a ser apanhadas pelo incêndio.

Com o passar das horas, o fogo em Vila de Rei evoluiu, ameaçando aldeias o que obrigou a autarquia a ativar o Plano Municipal de Emergência. “Há muitas aldeias ameaçadas. Há muitos bombeiros, mas para a força do fogo eles também são poucos”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Vila de Rei, Ricardo Aires, referindo que “algumas dezenas de pessoas” tiveram de ser retiradas, sem conseguir especificar o número concreto. De acordo com o autarca, o Plano Municipal de Emergência foi ativado às 19:30, sendo que “metade do concelho está a arder”.

A ANPC decidiu criar uma ocorrência própria para o fogo que se dirigiu para Vila de Rei, no distrito de Castelo Branco, face à extensão da frente. “O incêndio de Ferreira do Zêzere dividiu-se e uma das frentes foi para Vila de Rei, o que nos está a causar alguns problemas”, afirmou comandante Carlos Pereira, da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), confirmando que tiveram de ser evacuadas “várias aldeias por precaução”. A outra frente do fogo de Ferreira do Zêzere já se encontra no concelho de Abrantes, acrescentou.

De acordo com a página da Proteção Civil, o incêndio de Vila de Rei mobilizava, às 22h45, 228 operacionais e 73 meios terrestres. “Estamos a ativar ainda mais meios para esta ocorrência”, sublinhou o comandante da ANPC.

No distrito, lavra outro incêndio, no concelho de Castelo Branco, em que “há proximidade das chamas às casas” na localidade de Casal da Serra, disse à Lusa o presidente da Câmara, Luís Correia. No entanto, até ao momento, não foi necessário proceder à evacuação da povoação, vincou.

E no esforço de combate às chamas houve alguns feridos menores — 42 vítimas, desde o incêndio de Abrantes — situação que está a ser acompanhada pela proteção civil e pelo INEM. Só três casos inspiram mais cuidados, “uma situação comprometedora”, de uma mulher com queimaduras nos membros inferiores, e dois bombeiros.

Artigo atualizado às 07h06

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Antiga equipa de Obama vai investir 1,5 milhões em startups tech

  • Juliana Nogueira Santos
  • 13 Agosto 2017

A Higher Ground Labs quer acelerar startups que criem ideias progressistas a serem utilizadas em campanhas políticas. Para isso já tem 1,5 milhões de dólares reservados.

Depois das campanhas políticas, vem o empreendedorismo — político. Vários membros de antigas equipas de Barack Obama juntaram-se para pensar no futuro da relação entre a política e tecnologia e criaram a Higher Ground Labs, uma empresa que quer apoiar a próxima geração de tecnologia política progressiva, a ser utilizada em campanhas.

Incluído nesse apoio estão ferramentas como assistência, mentoria, programação e até capital, muito capital. Na passada semana, a empresa fez saber que vai investir 1,5 milhões de dólares em dez startups de tecnologia aplicada à política, incluindo-os no seu programa de aceleração de cinco meses, onde vão ter acesso a tudo o que necessitam para porem o seu negócio a funcionar.

Entre a equipa de fundadores encontram-se Shomik Dutta, diretor financeiro da campanha de 2008 do candidato presidencial Obama, Betsy Hoover, organizadora na mesma, e Andrew McLaughlin, CTO estatal dos dois mandatos de Obama na Casa Branca. “Ainda não construímos uma cultura em torno de investidores que investem na tecnologia política de uma forma séria. Por isso, as pessoas têm tido dificuldades em começar”, afirmou à Wired, Betsy Hoover. “Pensamos que agora é a altura de pensar nisto de uma forma diferente.”

A área de intervenção da tecnologia política é muito extensa e as últimas eleições presidenciais norte-americanas vieram mostrar o quão subdesenvolvidas estão as aplicações desta ciência. Começando pelas suspeitas de intervenção da Rússia nos resultados, efetivados pelos ataques informáticos aos emails de Hillary Clinton e por tantos outros leaks, terminando na suposta precisão das sondagens que davam vitória certa à candidata democrata.

Muito do capital que vai ser distribuído pelas startups foi doado por outras empresas do ramo, como é o caso da Qriously, que utiliza anúncios online em vez de telefonemas para agregar opiniões públicas, a Victory Guide, uma ferramenta de gestão de campanhas que estabelece metas diárias para os candidatos, e a Tuesday Strategies, que permite aos voluntários das campanhas enviarem mensagens personalizadas para os seus amigos, potenciais alvos da campanha. Entre si, estas juntaram 2,5 milhões de dólares.

O nome das empresas ainda não é conhecido, mas estará para breve essa divulgação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sem o JPMorgan da bitcoin, as bolsas têm poucas transações

  • Bloomberg
  • 13 Agosto 2017

Embora os investidores sejam atraídos pelos ganhos registados e pela volatilidade, as maiores instituições estão renitentes em entrar, o que gera mais preocupações em relação à liquidez.

A bitcoin precisa de Josh Brown “Downtown” mais do que ele precisa da bitcoin. Brown, CEO da Ritholtz Wealth Management e autor de um blog financeiro famoso, há muito que tem vindo a mostrar ceticismo em relação à moeda digital. É verdade que comprou alguma, reconheceu, “porque essa coisa maldita não vai desaparecer”, justificou.

Ainda assim, Brown, que ajuda a administrar 500 milhões de dólares, ainda não é um convertido, especialmente no que diz respeito às medidas de segurança das bolsas de bitcoins. Ele estudou várias antes de comprar as suas bitcoins com a Coinbase e não ficou impressionado, disse em entrevista. “Não acho que exista algum serviço mais seguro que o outro. É muito cedo para declarar qualquer uma delas como o JPMorgan da bitcoin. Não acho que exista.”

Estas preocupações são o maior obstáculo ao crescimento do mercado de moedas criptografadas como a bitcoin ou o ether, a segunda maior moeda. Embora os investidores sejam atraídos pelos ganhos registados e pela volatilidade, as maiores instituições estão renitentes em entrar, o que gera mais preocupações em relação à liquidez. O desafio para casas de câmbio como a Coinbase e a Gemini Trust é convencer os grandes atores financeiros de que o mercado de 121 mil milhões de dólares para ativos digitais cumpre os padrões do século XXI.

Os perigos são evidentes. A 21 de junho, o ether caiu de 17,81 dólares para 0,10 dólares nas negociações na Coinbase. O motivo foi uma única negociação de 12,5 milhões de dólares — uma das maiores já realizadas — que desencadeou mais vendas. Tudo aconteceu em apenas 45 milissegundos e depois desse período os algoritmos de computador começaram a comprar, o que elevou os preços novamente para 300 dólares em dez segundos. Algumas casas de câmbio de moedas digitais entraram em colapso e os recursos de alguns clientes desapareceram. Tudo isso assusta e afasta os mesmos investidores que essas casas de câmbio precisam para ter sucesso.

A Cumberland Mining, uma unidade da empresa de negociação de alta frequência DRW Holdings, com sede em Chicago, administra vários pedidos grandes de forma privada “porque as casas de câmbio e outros mercados não conseguem gerir esse tipo de liquidez ou não possuem esse tipo de liquidez”, afirmou Bobby Cho, trader de moedas criptografadas da Cumberland. “O mercado é tão fragmentado que a liquidez é fragmentada.”

No coração do comércio de bitcoin está o blockchain, uma espécie de livro-razão distribuído que também é promovido, alto e bom som e com frequência, como a cura para os mercados que aceleraria as compensações, eliminaria atrasos onerosos por operações contestadas e reduziria os custos de capital para os bancos.

Quando Brown comprou as suas bitcoins não sabia que a compra não era garantida pelo blockchain, e sim realizada apenas internamente na Coinbase. Isso gera uma pressão extra sobre os mercados para manter a segurança contra hackers e ladrões. Depois de Brown escrever sobre a compra de bitcoins no seu blog, “as pessoas começaram a gritar que a ‘Coinbase não é para armazenamento!’”, disse ele. Em resposta, um amigo ajudou-o a montar uma carteira para manter as suas bitcoins que é garantida pelo blockchain.

É como o Velho Oeste, isto ainda é muito incipiente”, disse Richard Johnson, analista de estrutura de mercado da Greenwich Associates especialista em blockchain. Johnson concordou que o tempo necessário e a complexidade da transferência das moedas digitais de uma casa de câmbio para outra “não são aceitáveis” considerando a forma em que os investidores modernos operam, e que embora a Gemini, a GDAX da Coinbase e outras casas de câmbio dos EUA possuam procedimentos sólidos de verificação do cliente, é preciso fazer mais. “Se as pessoas quiserem tornar isto sério para ter transações bancárias reais é preciso que seja melhor e mais fácil de usar.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pagamentos em atraso dos hospitais sobem 195 milhões em cinco meses

  • ECO
  • 13 Agosto 2017

Agravamento das dívidas anulou a redução dos pagamentos em atraso conseguida no final de 2016. Indústria farmacêutica diz que dívida está perto dos valores mais altos de 2012.

Os pagamentos em atraso dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde aos fornecedores externos aumentaram 195 milhões de euros em cinco meses, avança o Diário de Notícias, citando os dados da monitorização mensal da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS). A indústria farmacêutica já fez soar as campainhas de alarme frisando que a dívida dos hospitais estava, em junho, em 930 milhões de euros, valores próximos dos registados em 2012, quando o país teve de recorrer a assistência financeira.

Os pagamentos em atraso dos hospitais passaram de 544 milhões em dezembro do ano passado para 739 milhões em maio deste ano.

Os dados de maio mostram ainda duas realidades preocupantes: os valores da dívida vencida (valor após a data de vencimento da fatura) atingiram 1160 milhões de euros e os pagamentos em atraso (valores em atraso 90 dias após o vencimento da fatura) que atingiram os 739 milhões. Estes dois indicadores refletem um agravamento face ao período homólogo (23,6% e 22,2%, respetivamente). A dívida total dos hospitais aos fornecedores externos é de 1.592 milhões de euros, revela ainda o DN.

Este agravamento das dívidas anulou a redução dos pagamentos em atraso conseguida no final de 2016. Este revés já levou o CDS e o PSD a questionar, por diversas vezes, o ministro da Saúde sobre o tema na comissão parlamentar da Saúde. O DN pediu um comentário ao Ministério da Saúde sobre a situação financeira dos hospitais, mas não obteve resposta.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Castro Mendes: “Quero mais orçamento para a Cultura mas não ponho como meta 1%”

  • ECO
  • 13 Agosto 2017

O ministro da Cultura admite que gostaria de ter 1% do Orçamento do Estado para a Cultura e avança que vai refazer o Plano Nacional de Leitura.

O ministro da Cultura reconhece que gostaria que a Cultura viesse a ter 1% do Orçamento do Estado. Luís Filipe Castro Mendes, em entrevista ao Diário de Notícias disse quer um aumento de verbas, à semelhança do que aconteceu no anterior, mas não impõe o 1% como meta.

O ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, durante a inauguração da exposição “Amadeo de Souza-Cardoso, Porto-Lisboa, 2016-1916”, no Museu Nacional de Soares dos Reis no Porto, 31 de outubro de 2016. Estela Silva/LUSAEstela Silva/LUSA 31 Outubro, 2016

“O importante não é o 1%, mas termos mais investimento na Cultura”, disse. “O raciocínio do 1% esquece que muito investimento público da cultura se faz por outros meios que não o Ministério. Portanto, quero mais orçamento para a Cultura, mas não ponho como meta 1%. Quem me dera ter 1%, mas não é isso que quero porque temos de contar também com todas as entidades públicas que trabalham no setor”, acrescentou.

O raciocínio do 1% esquece que muito investimento público da cultura se faz por outros meios que não o Ministério. Portanto, quero mais orçamento para a Cultura, mas não ponho como meta 1%. Quem me dera ter 1%, mas não é isso que quero porque temos de contar também com todas as entidades públicas que trabalham no setor.

Luís Filipe Castro Mendes

Ministro da Cultura

O responsável da pasta lembrou ainda que a Cultura já teve um aumento “de 2016 para 2017, ficando o orçamento em 200 milhões. O que representa um crescimento de 20 milhões”.

E se o dinheiro é pouco o ministro, que é poeta e já foi diplomata, garante que se podem “fazer muitas coisas”. Desde logo, “zelar pela preservação e utilização ativa e criativa do património, apoiar a criação artística e literária e a internacionalização da cultura”. O ministro deve “ser um facilitador”, defende.

Luís Filipe Castro Mendes sublinha o papel das indústrias criativas enquanto produtoras de riqueza e não como “consumidoras de subsídios”. “As pessoas têm uma ideia da cultura como uns sujeitos que vivem a mendigar subsídios ao Estado sem ver aquilo em que a cultura produz riqueza e o acréscimo que dá ao PIB e que tem efeitos no turismo. Sabemos que o turista de classe média quer conhecer o património e a cultura e ter experiências diferentes”, afirmou o responsável na entrevista ao DN.

As pessoas têm uma ideia da cultura como uns sujeitos que vivem a mendigar subsídios ao Estado sem ver aquilo em que a cultura produz riqueza e o acréscimo que dá ao PIB e que tem efeitos no turismo.

Luís Filipe Castro Mendes

Ministro da Cultura

A arte portuguesa é menos conhecida do que deveria ser no mundo”, lamentou. “Por isso, a defesa e o investimento no património é um dever patriótico porque é fundamental para mantermos esta atratividade que o turismo cultural representa. O turista atual não viaja para ir à praia, beber cerveja e embebedar-se, esse não é o turista que queremos, tal como já não é só o turista que vai para o golf e para o hotel de luxo unicamente. Claro que todos os turismos nos interessam, mas o turismo que verdadeiramente vai desenvolver e está a transformar o país é de classe média culta que quer conhecer”, acrescentou.

Na entrevista, Luís Filipe Castro Mendes revelou ainda que o Executivo vai “refazer o Plano Nacional de Leitura, para ser mais inclusivo e menos restringido à área da educação básica e secundária”. “O propósito é aliar o trabalho das bibliotecas públicas e escolares de uma maneira mais sistemática e apoiada”, justificou. “Porque, de vez em quando, há que mexer nos cânones e voltar a chamar um autor como Branquinho da Fonseca, Ferreira de Castro ou Fernando Namora”, acrescentou.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerónimo de Sousa dá dicas a Passos Coelho e ao PSD

  • Lusa
  • 13 Agosto 2017

O líder do PCP desafiou o PSD a ter uma posição mais "construtiva" relativamente às políticas a implementar no país, porque o posicionamento dos social-democratas tem sido de "negação permanente".

“Não se pode exigir ao PSD que deixe de criticar, consideramos que a ação governativa não é intocável, nós próprios temos assumido posições divergentes, mas temos sempre esta visão positiva, construtiva, que se reflete, designadamente, a partir de hoje”, afirmou Jerónimo de Sousa, referindo-se à atualização extraordinária de pensões.

O secretário-geral do PCP falava aos jornalistas durante uma visita à Feira Medieval de Silves, único concelho no Algarve em que a autarquia é liderada pela CDU, embora tenha frisado que não se tratou de uma ação relacionada com a campanha eleitoral, mas sim uma visita “descontraída”.

Jerónimo de Sousa classificou o posicionamento do PSD como sendo de “negação permanente” e de “crítica sem proposta alternativa”, pois vai falando de reformas “nunca explicando que reformas são”, como é o caso do “corte de 600 milhões de euros na proteção social”.

Considerando que faria bem ao PSD ter uma “posição construtiva”, o líder do PCP acusou ainda os social-democratas de entrarem em contradição ao votarem contra a proposta para baixar o Imposto Municipal dobre Imóveis (IMI) e agora estarem preocupados com “aqueles impostos que são para quem tem património mais elevado ou muito elevado”.

Questionado pelos jornalistas sobre o veto presidencial ao diploma que introduzia alterações à municipalização da Carris, Jerónimo de Sousa disse considerar que a solução encontrada é boa, “desde que se mantenha o princípio da não privatização” da empresa de transportes. “Acho que é possível, tendo em conta a mensagem do Presidente, que não declarou a inconstitucionalidade. Pensamos que é possível de uma forma desdramatizada encontrar a solução adequada”, concluiu.

A Feira Medieval de Silves arrancou na sexta-feira na zona histórica da antiga capital do Algarve e prolonga-se até ao dia 20 de agosto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Período de transição não pode ser usado para travar o Brexit

  • ECO
  • 13 Agosto 2017

Um período transitório limitado no tempo será importante para aumentar o interesse britânico, mas não pode ser uma escapatória para permanecer na União Europeia, alertam os ministros Hammond e Fox.

O Reino Unido necessita de um período de transição para minimizar os efeitos da sua saída da União Europeia. Mas este período não pode ser usado para travar o Brexit, alertam dois ministros britânicos citados pela Reuters. Alertas que revelam tréguas entre as fações rivais no Executivo de Theresa May e que permitem agora avançar nas negociações.

A estratégia de May para o Brexit tem sido alvo de amplos debates entre os principais elementos da sua equipa, desde que a eleições de junho ditaram um enfraquecimento da sua autoridade e acabaram por revelar as diferenças de opinião sobre a forma como o Reino Unido deve gerir a saída do bloco europeu.

Mas os debates e polémicas acesas parecem estar perto do fim com o ministro das Finanças pró-europeu Philip Hammond e o férreo defensor do Brexit, o ministro do Comércio, Liam Fox, assinaram uma posição conjunta num artigo publicado no Sunday Telegraph. “Acreditamos que um período transitório limitado no tempo será importante para aumentar o nosso interesse nacional e dar uma maior certeza aos empresários, mas não pode ser para sempre; não pode ser uma escapatória para permanecer na União Europeia”, dizem Hammond e Fox no artigo conjunto.

"Acreditamos que um período transitório limitado no tempo será importante para aumentar o nosso interesse nacional e dar uma maior certeza aos empresários, mas não pode ser para sempre; não pode ser uma escapatória para permanecer na União Europeia.”

Philip Hammond e Liam Fox

Hammond enfureceu os defensores do Brexit, no Executivo e no eleitorado, ao sugerir que o acordo de saída gerasse poucas mudanças imediatas em questões como a imigração, quando o Reino Unido saísse em março de 2019 e que poderia durar até ao final de 2022. Este tipo de acordo foi duramente criticado pelos eurocépticos e visto como uma traição relativamente à saída rápida que desejam e até levantou preocupações de que o processo fosse totalmente travado.

O artigo agora publicado vem garantir que a estratégia do Governo não se alterou e que o Reino Unido vai deixar a União Europeia no período previsto, ainda que com um período de transição.

Nova unidade permite avançar com as negociações

Depois de publicada esta posição comum, o ministro David Davis, que tem a responsabilidade de conduzir o país para o Brexit, disse que é necessário avançar com as negociações. “Temos de avançar com a negociação das grandes questões em torno da nossa futura parceria para garantir que conseguimos um acordo que fortaleça o Reino Unido e a UE”, disse o ministro num comunicado.

O Reino Unido quer começar a discutir a sua relação pós-Brexit com a Europa, porque precisa dar alguma tranquilidade aos empresários, cidadãos e investidores — a paulatina desvalorização da libra é um sinal dessa ansiedade –, mas Bruxelas insiste que, primeiro, é necessário definir os detalhes do divórcio.

O ministério de David Davis revelou que está a preparar a publicação de uma série de documentos com a posição do país a apresentar na próxima ronda de negociações sobre o ‘Brexit’ no final do mês. Em causa estão detalhes ao nível do novo acordo para as alfândegas e uma proposta de como resolver as dificuldade das inexistência de fronteira física entre a Irlanda e a Irlanda do Norte. “Temos sido claríssimos que questões relacionadas com a nossa saída e a nossa parceria futura estão intimamente relacionadas”, disse uma fonte do Ministério do Brexit, citada pela Reuters (conteúdo em inglês). “Estes documentos mostram que estamos preparados para alargar as nossas negociações”, acrescentou a mesma fonte.

 

As negociações sobre o ‘Brexit’ iniciaram-se em junho com três questões fundamentais: os direitos futuros dos cidadãos europeus que vivem no Reino Unido, o regulamento financeiro do divórcio e a questão da fronteira irlandesa. Resolver a situação da fronteira entre a nação da Irlanda do Norte, que integra o Reino Unido, e a República da Irlanda é essencial para o futuro da economia da ilha e do processo de paz.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Inês Henriques é ouro e bate novo recorde mundial na marcha

  • ECO e Lusa
  • 13 Agosto 2017

A atleta foi cronometrada em 4h05m56s, pulverizando o seu recorde mundial, que estava fixado nas 4h08m25s e datava de 15 de janeiro de 2017.

A portuguesa Inês Henriques conquistou este domingo a medalha de ouro nos 50 quilómetros marcha dos Mundiais de Atletismo, que decorrem em Londres, juntando ao troféu o novo recorde do mundo, que já lhe pertencia.

A atleta do CN Rio Maior, de 37 anos, foi cronometrada em 4h05m56s, pulverizando o seu recorde mundial, que estava fixado nas 4h08m25s e datava de 15 de janeiro de 2017, em Porto de Mós.

A atleta portuguesa Inês Henriques, em ação na prova dos 20 km marcha dos Jogos Olímpicos Rio 2016, disputada no Rio de Janeiro, Brasil, 19 de agosto de 2016. A XXI edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, decorrem no Brasil entre os dias 06 – 21 de agosto. António Cotrim/LUSAAntónio Cotrim/LUSA

“Foi fantástico, não consigo descrever em palavras aquilo que estou a sentir. Isto é a recompensa de 25 anos de trabalho, do meu treinador Jorge Miguel e da minha equipa de Rio Maior”, afirmou, no final da prova. Para a atleta, o feito é “extraordinário”, mas alcançado com dificuldade. “Os últimos quatro quilómetros foram muito duros, mas eu comecei a fazer contas e [pensei]: ‘Só tens de acabar tranquila’. Não podia fazer muito mais esforço em termos musculares, foi mesmo gerir até ao fim”, revelou.

Foi fantástico, não consigo descrever em palavras aquilo que estou a sentir. Isto é a recompensa de 25 anos de trabalho, do meu treinador Jorge Miguel e da minha equipa de Rio Maior.

Inês Henriques

Atleta

A marchadora agradeceu aos vários portugueses que a apoiaram ao longo do circuito, junto ao palácio de Buckingham. “Estava quase em casa, porque ouvia muitos, muito portugueses”, declarou.

Em segundo lugar ficou a chinesa Yin Hang, que cortou a meta três minutos e dois segundos depois de Inês Henriques. Já o bronze foi para outra chinesa, Yang Shuqing com uma marca de 4h20m49s.

Até chegar a Londres, Inês Henriques tinha no currículo três participações olímpicas, a última das quais no Rio2016, onde alcançou o 12.º posto nos 20 km marcha. A atleta conta ainda um sétimo posto nos Mundiais de 2007 e um nono nos Europeus de 2010, sempre na distância dos 20 km.

O ouro de Inês Henriques reveste-se de um caráter duplamente histórico, porque esta é a primeira vez que se disputa a variante feminina da prova de 50 quilómetros marcha em Mundiais de Atletismo. O número de atletas femininas inscritas para disputar a prova era tão pequeno (sete mulheres) que esta acabou por decorrer em simultâneo com a prova masculina.

Primeiro-ministro e Presidente dão os parabéns à atleta

O primeiro-ministro, António Costa, felicitou Inês Henriques considerando “um motivo de orgulho para Portugal” a medalha de ouro conquistada nos mundiais de atletismo que decorrem em Londres. “Ouro e record do mundo nos 50km marcha. Brilhante, Inês Henriques! Mais um motivo de orgulho para Portugal. Muitos Parabéns!”, lê-se na mensagem do primeiro-ministro português divulgada na sua conta na rede social Twitter.

Já antes, quando ainda decorria a prova, e a atleta portuguesa liderava a competição, António Costa tinha divulgado uma mensagem de incentivo. “Força Inês Henriques, que continua na frente nos 50km marcha. Aconteça o que acontecer, já é um orgulho para Portugal”, escreveu António Costa.

Também o ministro da Educação e o secretário de Estado da Juventude e Desporto felicitaram a atleta de marcha pela sua “inesquecível exibição” nos mundiais de atletismo de Londres onde conquistou uma medalha de ouro. “O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, e o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Paulo Rebelo, felicitam a atleta Inês Henriques pela sua inesquecível exibição nos Mundiais de Atletismo de Londres, conquistando a medalha de ouro nos 50km Marcha Femininos”, lê-se numa nota enviada pelo Ministério da Educação.

O Presidente da República também felicitou a atleta pela conquista da medalha de ouro nos Mundiais de atletismo de Londres e pela sua “notável prestação”. Numa curta nota divulgada na página da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa disse: “Mais uma notável prestação de uma atleta portuguesa que eleva o nome de Portugal e projeta o atletismo e o desporto nacional”.

Parte da medalha de ouro dos 50 km masculinos também é portuguesa

Parte da medalha de ouro dos 50 km marcha masculinos nos Campeonatos do Mundo de atletismo, em Londres, é portuguesa, disse o francês Yohann Diniz, que tem ascendência portuguesa. “Estou feliz por oferecer este título à França, mas também um pouco à minha família em Portugal, que me observa em Mirandela“, revelou no final da prova.

Tricampeão europeu, em 2006, 2010 e 2014, e detentor do recorde do mundo, com 3h32m33s, Yohann Diniz sagrou-se pela primeira vez campeão mundial, com o tempo de 3h33m11s, novo recorde dos campeonatos.

Diniz, que é neto de um português, contou que recebeu hoje uma mensagem de familiares que vivem em Trás-os-Montes. “Também lhes quero dedicar esta vitória”, declarou, que considerou este um “bom dia para França e Portugal” graças à vitória de Inês Henriques nos 50 km femininos. “Fico muito contente pela Inês, por ter conquistado o primeiro título de 50 km femininos”, afirmou.

Ana Cabecinha termina em sexto lugar nos 20km de marcha

Numa outra prova, os 20 quilómetros marcha houve outra portuguesa que se distinguiu: Ana Cabecinha classificou-se em sexto lugar. A atleta do Clube Oriental de Pechão terminou a prova em 1h28m57s , numa corrida que foi ganha pela chinesa Jiayu Yang, que se sagrou campeã mundial com o tempo de 1h26m19s.

Na corrida dos 20km, o pódio foi completado pela mexicana Maria Guadalupe González, prata, com 1h26m19s, e a italiana Antonella Palmisano, bronze, com 1h26m36s.

Artigo atualizado às 15h10

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

‘Glamping’ está na moda no Norte e nem incêndios afastam turistas

  • Lusa
  • 13 Agosto 2017

Junção das palavras ‘glamour’ e ‘camping’, o 'glamping' é nova tendência turística no Norte de Portugal, e nem os incêndios afastam os turistas desejosos por descanso.

Tenda do Carmo’s Boutique, Ponte de Lima, 4 de agosto de 2017. O ‘glamping’, junção das palavras ‘glamour’ e ‘camping’, é a nova tendência turística no Norte de Portugal, com taxas de ocupação a roçar os 100%, onde nem incêndios afastam os turistas desejosos por descanso na natureza com luxos. José Coelho/LUSAJosé Coelho/LUSA 13 Agosto, 2017

“Claro que houve clientes preocupados a telefonarem para saber se havia problemas para fazer ‘glamping’ [por causa dos incêndios], mas isso não afetou as reservas”, afiançou à Lusa Maria do Carmo, sócia gerente do Carmo’s Boutique, empreendimento que inaugurou este verão, no Alto Minho, duas tendas de ‘glamping’ rodeadas por jardins e vinhas de casta loureiro e que, desde a abertura, tem estado com lotação esgotada.

As tendas suite ‘deluxe’ do Carmo’s Boutique, suspensas por pequenos pilares em terras de Gemieira, no concelho de Ponte de Lima, fazem parte da cadeia de ‘small luxury hotels’ e estão a ter uma receção “ótima”, com turistas portugueses, mas também oriundos da Bélgica, Holanda, França ou Estados Unidos, a quererem desligar do ‘stress’ e recarregar baterias em camas de ferro minhotas com dossel ou tomar banho com vistas sobre a Serra D’ Arga.

“É um sonho, tem toda a comodidade e há quase uma África junto ao rio Lima”, comenta Maria do Carmo.

É um sonho, tem toda a comodidade e há quase uma África junto ao rio Lima.

Maria do Carmo

Sócia gerente do Carmo’s Boutique

Um pouco mais para o interior minhoto, o ‘glamping’ do Lima Escape, no lugar de Entre Ambos-os-Rios (Ponte da Barca), e inserido no Parque Nacional de Peneda-Gerês, a taxa de ocupação está quase nos 100% tanto nas tendas “Tipi”, de estilo oriental, como nas “Glamour Bell”, com cinco metros de diâmetro.

A Casa da floresta e os ‘bungalows’, antigos contentores marítimos revestidos a madeira, e suspensos no meio de carvalhais à beira do rio Lima, estão também com lotação até ao final de agosto, conta Anna Altshul, sócia-gerente do empreendimento, acrescentando que o denominador comum nos seus hóspedes é a busca pelo “contacto direto com a natureza, mas sem perder os hábitos mais sofisticadas e o conforto que uma habitação oferece”.

Os incêndios registados em 2016 nos distritos de Viana do Castelo, Aveiro, Viseu, Braga e Vila Real, e o de junho deste ano em Pedrógão Grande, que matou 64 pessoas, assustaram alguns clientes do Lima Escape com reservas, designadamente ingleses e holandeses, explicou Anna Altshul. Contudo a anulação de reservas foi residual, sublinhou. “Estavam com medo dos incêndios. O de Pedrógão Grande saiu em todos os canais de televisão e jornais”, recordou Anna Altshul.

O ‘glamping’ da Quinta de Figo Verde nasceu de um amor entre um belga e uma portuguesa há cinco anos em Arcos de Valdevez, no distrito de Viana do Castelo, e a procura turística tem vindo a crescer, com clientes repetentes e reservas pela plataforma na Internet Airbnb, conta Ana Soromenho, sócia gerente de Figo Verde.

Os clientes do Figo Verde são, por norma, informados e as notícias dos incêndios trouxeram “preocupações” e “vários telefonemas para perceber se havia perigo na estadia”, mas, segundo Ana Soromenho, não houve cancelamentos. Figo Verde alia o ‘glamping’ à permacultura (criação de ambientes humanos sustentáveis), para minimizar a pegada ecológica e, por isso, as casas de banho são com compostagem, as águas são tratadas para rega e há painéis solares.

Tomar banho de água quente debaixo das estrelas, comer uma piza em forno a lenha ou ir apanhar amoras para o pequeno-almoço são experiências que os hóspedes daquele ‘glamping’ podem ter para ajudar a “desligar da loucura da cidade”. “As pessoas vêm para aqui mesmo para fazer um ‘break’ (intervalo) e podem vir tomar banho no rio, fazer uma massagem ou uma aula de ioga”, refere Ana Soromenho, acrescentando que todos os clientes anseiam por um “refúgio na natureza”.

As pessoas vêm para aqui mesmo para fazer um ‘break’ (intervalo) e podem vir tomar banho no rio, fazer uma massagem ou uma aula de ioga.

Ana Soromenho

Sócia gerente de Figo Verde

Também no Nomad Planet, em Fiães do Rio (Montalegre, Vila Real), há ‘glamping’ com vistas panorâmicas para o Parque Nacional da Peneda-Gerês a partir de ‘yurts’, tendas da Mongólia tradicionais, ou da casa da árvore ‘Toca do Lobo’, nome em honra do lobo ibérico, espécie em vias de extinção.

A taxa de ocupação do ‘glamping’ do Nomad Planet, criado há cerca de três anos, está quase sempre a 100% nos meses de verão, conta o responsável Vítor Afonso, referindo que regista um aumento de interesse de ano para ano, tanto no mercado nacional, como no mercado internacional, principalmente alemão, holandês, francês e espanhol.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Angola: Veículo para o malparado não anula riscos diz a Moody’s

  • Lusa
  • 13 Agosto 2017

Moody's espera que risco dos ativos se mantenha elevado em Angola devido à redução da despesa pública e aos atrasos nos pagamentos do Estado por causa da queda das receitas petrolífera .

A agência de notação financeira Moody’s considera que a criação de um veículo financeiro em Angola para comprar créditos malparados é positiva para a qualidade dos ativos bancários, mas o risco desses ativos vai continuar elevado.

“Esperamos que o risco dos ativos se mantenha elevado em Angola devido à redução da despesa pública e aos significativos atrasos nos pagamentos do Estado no seguimento da descida das receitas petrolíferas, a maior fonte de rendimento do Governo”, escrevem os analistas da agência de ‘rating’ Moody’s.

"Esperamos que o risco dos ativos se mantenha elevado em Angola devido à redução da despesa pública e aos significativos atrasos nos pagamentos do Estado no seguimento da descida das receitas petrolíferas, a maior fonte de rendimento do Governo.”

Nota da Moody's aos investidores

Numa nota enviada aos investidores sobre a criação de um veículo financeiro para comprar os créditos malparados dos bancos locais, a que a Lusa teve acesso, os analistas lembram que os riscos de desvalorização do kwanza continuam a prejudicar o desempenho dos bancos, cuja exposição a moeda estrangeira vale 30% dos ativos.

“O risco de uma nova desvalorização da moeda local continua a ameaçar o desempenho dos bancos que emprestaram dinheiro em moeda estrangeira, que representa 30% do total dos empréstimos em maio”, escreve a Moody’s.

A sociedade anónima de capitais públicos Recredit foi criada em 2016 e é detida a 100% pelo Ministério das Finanças, com o objetivo de absorver o crédito malparado do Banco de Poupança e Crédito (BPC), um dos maiores do país, mas a missão foi alargada por decisão do Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, em dezembro último, a toda a banca nacional.

O Governo angolano anunciou em julho que vai emitir 790 milhões de euros de dívida pública em moeda nacional para financiar nova compra do crédito malparado na banca, elevando a fatura da operação, desde dezembro último, a mais de 2.000 milhões de euros, já que no final do ano passado já tinha sido feita outra emissão de dívida pública a favor da Recredit, no valor de 231.127 milhões de kwanzas (1.212 milhões de euros), especificamente para comprar crédito malparado no estatal BPC.

Apesar destas iniciativas, a Moody’s considera que o setor bancário angolano continua a atravessar um momento difícil: “A compra de créditos difíceis pela Recredit vai melhorar o rácio de crédito malparado em todo o sistema, mas a magnitude dos melhoramentos sistémicos vai depender dos recursos e do âmbito das operações”, dizem os analistas.

"A compra de créditos difíceis pela Recredit vai melhorar o rácio de crédito malparado em todo o sistema, mas a magnitude dos melhoramentos sistémicos vai depender dos recursos e do âmbito das operações.”

Nota da Mody's aos investidores

Mesmo com estas compras dos ativos mais problemáticos, a Moody’s considera que “o rácio de crédito mal parado em Angola não vai comparar favoravelmente com o de ouros países da África subsaariana no final da compra dos créditos do BPC”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.