Quem está online? Cinco novidades do mundo das redes sociais

Descubra o que anda a colar ao ecrã quase 40% da população mundial quando são as redes sociais a iluminar o visor.

Que as redes sociais são cada vez mais populares é novidade. Mas há tendências a moldar o mercado que não serão tão óbvias. Conheça cinco.

O Facebook é a rede preferida dos utilizadores americanos: 79% está nesta rede. Seguem-se o Instagram, Pinterest, LinkedIn e Twitter. Desde 2012 que todas têm crescido em número de utilizadores, com exceção de quebras do LinkedIn e do Twitter em 2015. Mas o estudo do Business Insider sobre o comportamento das redes sociais norte-americanas regista tendências muito mais peculiares, listadas abaixo:

  1. Tic-tac… Quando o relógio está a contar, são os adultos os maiores fãs do Facebook

    O Facebook é a rede social mais utilizada nos EUA, mas quem lá passa mais tempo não são os adolescentes. São os adultos entre os 45 e 54 anos de idade que contribuem para mais de um quinto do tempo que é despendido nesta rede — 21% mais precisamente.

  2. LinkedIn, uma rede de elite

    Não é por opção da rede social, mas é a realidade que se verifica: esta plataforma é utilizada sobretudo pelas camadas sociais que têm um rendimento mais elevado. 45% dos utilizadores do LinkedIn nos EUA têm uma remuneração anual superior a 75.000 dólares, aproximadamente 63.648 euros.

  3. “Sair com os amigos”… agora é online

    Entre os mais novos, há uma nova categoria de rede social que está a ganhar relevância: as plataformas que permitem conversações em vídeo entre vários utilizadores ao mesmo tempo, as chamadas “digital hangouts”. A Houseparty é um exemplo deste tipo de rede social e cerca de 60% dos utilizadores tem idades abaixo dos 24 anos.

  4. O Snapchat tem novos protagonistas para as suas histórias

    O Snapchat começou por conquistar os mais novos, mas tem conseguido alargar o público-alvo. No último ano, a aplicação de partilhas instantâneas tem conseguido a adesão de utilizadores de idades mais dispersas, incluindo um público mais velho.

  5. Quase metade do mundo rendido aos ecrãs

    Não é metade, mas já esteve mais longe. A percentagem da população mundial que se move atualmente no tecido das redes sociais ascendeu aos 2,8 mil milhões, isto é, 37% do total da população está ligado através destas plataformas.

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Dortmund acelera 8% depois da venda de Neymar. Vem aí novo negócio de milhões?

  • Juliana Nogueira Santos
  • 7 Agosto 2017

As ações do clube alemão somam ganhos desde os rumores da transferência de Neymar para o PSG. Estará para breve um negócio de milhões entre o Barcelona e o Dortmund?

As ações do clube alemão Borussia Dortmund estão em alta desde o negócio de 222 milhões de Neymar. Os rumores da venda do ponta de lança brasileiro ao Paris Saint German (PSG) começaram no passado dia 2 e, desde esse dia, o Dortmund já acumulou ganhos de 8% em bolsa. Mas, se Neymar saiu do FC Barcelona para o PSG, como é que o Dortmund está a ganhar?

Na calha pode estar um novo negócio de milhões, desta vez favorável ao clube alemão. Segundo avançou este fim de semana o L’Equipe, o FC Barcelona poderá utilizar 100 milhões dos 222 que recebeu por Neymar para comprar o seu substituto ao Dortmund. O escolhido será Ousmane Dembélé.

No ano passado, o Borussia comprou Dembélé por 15 milhões de euros. Se a compra se efetivar, resultará numa valorização de mais de 600% do jogador, que, na época passada, marcou seis golos, assistiu 12 e fez parte da equipa do ano da liga alemã. As ações do Dortmund fecharam a sessão desta segunda-feira a valorizarem 2,97% para 6,44 euros.

Negócio de Neymar rodeado de perguntas

A venda de Neymar ao PSG por 222 milhões de euros — o valor da sua clausula de rescisão — bateu recordes, tendo sido considerada a mais cara da história do futebol profissional. Com ela surgiram também várias questões em relação ao cumprimento das regras de fair play financeiro.

Segundo o site da UEFA, “em termos rigorosos, os clubes podem gastar até mais cinco milhões de euros do que ganham por período de avaliação (três anos)”. Contudo, existe margem para exceder este limite, “se ele estiver inteiramente coberto por uma contribuição/pagamento por parte do(s) dono(s) do clube ou entidade envolvida”, para não acumular dívida insustentável. Para a época de 2017/2018, o limite é de 30 milhões de euros.

Questionado pela agência noticiosa espanhola EFE, o responsável da UEFA pelo fair play financeiro, Andrea Traverso, considerou esta semana que “o impacto potencial da contratação de Neymar pelo PSG terá efeitos na economia do clube durante anos”. Contudo, ressalvou que “é complicado avaliar este tipo de operação, uma vez que a UEFA desconhece os planos do clube”.

Para não restarem dúvidas, o clube catalão decidiu levar perante os responsáveis da UEFA todos os detalhes do negócio para que, segundo fontes do próprio, “possam apurar as responsabilidades disciplinares que possam derivar deste caso”.

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Só três trabalhadores quiseram ser acionistas da EGF

A EGF conseguiu vender 1.300 ações no âmbito da OPV destinada a trabalhadores. Ou seja, apenas 0,23% do número de ações disponibilizadas nesta operação.

Apenas três trabalhadores aceitaram participar na oferta pública de venda (OPV) de ações da Empresa Geral do Fomento (EGF). Estes trabalhadores ficaram com um total de 1.300 ações no âmbito da privatização da gestora de resíduos correspondentes a um montante total ligeiramente acima de 18 mil euros, segundo anunciou a EGF em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Esta OPV foi anunciada na segunda metade do mês de junho e destinava-se exclusivamente a trabalhadores da empresa, que poderiam adquirir uma participação de 5% da EGF. Durante o período da oferta que decorreu durante um período de 15 dias, os trabalhadores da empresa poderiam adquirir títulos a um valor unitário de 13,896 euros. Este preço representa um desconto de 5% face aos 14,6274 euros que ficaram fixados na venda da EGF ao consórcio Suma, liderado pela Mota-Engil, por um valor de 150 milhões de euros.

Face ao total de 560 mil ações que foram disponibilizadas aos trabalhadores nesta OPV, o número de títulos que acabaram por ser adquiridos representam uma proporção de apenas 0,23%.

Além dos funcionários da EGF, esta oferta estava disponível também para os trabalhadores das participadas Algar, Amarsul, Resiestrela, Resinorte, Resulima, Valnor, Valorlis, Valorminho e Valorsul.

No comunicado enviado à CMVM, a EGF diz que a liquidação física e financeira das ações adquiridas no âmbito desta OPV ocorrerá a 9 de agosto. Ou seja, na próxima quarta-feira. “Não está prevista a admissão à negociação em mercado regulamentado das ações representativas da totalidade ou de parte do capital social da EGF”, informa ainda a empresa ao regulador do mercado de capitais.

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O regresso do Algarve ao boom do turismo

  • Filipe S. Fernandes
  • 7 Agosto 2017

Mais pequena do que outras regiões nacionais, a riqueza do Algarve representa 4,5% do PIB nacional. Turismo tem sido grande motor da região ao longo dos anos.

“As minhas primeiras palavras são para dizer que me sinto bem no Algarve mas, quem é que não se sente bem no Algarve? Qualquer português se sente bem e qualquer forasteiro tem a obrigação de se sentir bem se tiver bom gosto”, referiu o Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa quando presidiu à sessão de encerramento do 1.º Congresso da AlgFuturo – “Pela Excelência da Economia do Algarve – Superar os bloqueios e vencer os desafios”, que decorreu no auditório da Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve em Faro.

Desde os anos de 1960, quando o Algarve chegou ao milhão de turistas, que a vida económica, social e cultural da região é marcada pelo fenómeno turístico. Esta predominância tem os seus aspetos positivos e negativos. Baseou-se na exploração dos recursos naturais (clima e paisagem), que fez do Algarve o destino turístico mais importante do país e um destino de referência na Europa, com base essencialmente no produto “sol e mar”.

O Algarve tem algumas especificidades. A sua estrutura territorial é a mesma desde a Reconquista e, atualmente, é a única região em que a NUTS II e NUTS III coincidem. Constituída por dezasseis municípios — Albufeira, Alcoutim, Aljezur, Castro Marim, Faro, Lagoa, Lagos, Loulé, Monchique, Olhão, Portimão, São Brás de Alportel, Silves, Tavira, Vila do Bispo e Vila Real de Santo António –, a região tem características e recursos distintos, com a estrutura urbana a estar centrada na dinâmica de duas áreas principais (Faro-Loulé-Olhão e Portimão-Lagos-Lagoa) que, de certo modo, concentrou o investimento no turismo e desenvolvimento na região.

Um dos polos de crescimento futuro é o eixo de 144 quilómetros de orla marítima por explorar, como referiu recentemente o Financial Times, que destacou as potencialidades da região entre Olhão e Vila Real de Santo António.

O Algarve é, como referido, uma região de pequenas dimensões em relação às restantes regiões nacionais e às regiões europeias, com uma produção de riqueza (PIB) que representa cerca de 4,5% do total nacional. No entanto, nas últimas décadas a região revelou capacidade de atração de população, tendo sido a NUTS II com o maior crescimento, cerca de 14% (entre os censos de 2001 e 2011) e 16% (entre 1991-2001). Dos 440 mil habitantes, 49% da população vive numa faixa de dois quilómetros ao longo da costa (9% do território) e apresenta índices de envelhecimento elevados na zona do Baixo Guadiana (Alcoutim e Castro Marim), serra (Monchique) e costa vicentina (Aljezur e Vila do Bispo).

O Algarve tem 22% dos 1.945 empreendimentos turísticos existentes em Portugal, 32% das 139.739 unidades de alojamento (quarto ou apartamento) com, juntamente a Madeira, e a maior dimensão média dos empreendimentos turísticos com 103 unidades de alojamento. Em 2016 registou 18,1 milhões de dormidas, o que representa 51% do total de dormidas em solo nacional, segundo dados do Atlas de Hotelaria da Deloitte.

O turismo tornou-se o principal motor económico da região, estimulando outras atividades como, por exemplo, construção e imobiliária, que foram essenciais para o processo de desenvolvimento em termos de emprego, de criação de riqueza, qualificação, competências e qualidade de vida. Por sua vez, o foco nestas atividades condicionou a inovação e a diversificação da economia regional.

Algarve é sol e mar

Este crescimento intenso foi baseado na exploração dos recursos naturais (clima e paisagem), que fez do Algarve o destino turístico mais importante do país e um destino de referência na Europa, com base essencialmente no produto “sol e mar”. Esse crescimento promoveu um setor turístico dinâmico, baseado fundamentalmente em PME que, segundo o Atlas da Hotelaria de 2017 da Deloitte, representam 81% dos alojamentos turísticos (35.787) num total de 44.032 alojamentos turísticos. Os grupos hoteleiros dominam o restante, com o grupo Vila Galé Hotéis, a deter uma quota de 5% (2.140) tal como Pestana Hotels & Resorts / Pousadas de Portugal (2.066), seguindo-se o Tivoli Hotels & Resorts 4% (1.650), NAU Hotels & Resorts 3% (1.309) e MGM Muthu Hotels 2% (1.080).

A estrutura empresarial do Algarve caracteriza-se essencialmente pela existência de grande proporção de microempresas, isto é, empresas com menos de dez empregados, que representavam cerca de 95% do tecido empresarial da região. A reduzida dimensão das empresas regionais está relacionado com o facto de uma maioria significativa corresponder, em termos jurídicos, a empresas individuais, característica que também tem maior peso no Algarve.

O turismo na região é uma atividade altamente sazonal, pouco diversificada, dependente dos mercados externos e com centros de decisão fora da região. Os desafios do turismo algarvio passam por combater a sazonalidade, atrair novos mercados turísticos e não descaracterizar a região. “Os destinos de lazer, de férias e de sol e praia são muito dominados pelos mercados inglês e alemão. O mercado inglês conhece os destinos portugueses e, no verão, o Algarve está ligado pelo transporte aéreo a trinta cidades do Reino Unido”, diz José Theotónio, CEO do Grupo Pestana. Neste segmento assinala que há possibilidades de crescer no mercado alemão, porque os alemães são uns dos principais clientes da Espanha no sol e mar.

Ninguém quer pagar 500 euros no Algarve em tempo de chuva.

José Theotónio

Grupo Pestana

Salientou ainda os sinais positivos do mercado francês, que conhecia pouco Portugal. “Na Madeira, começou por chegar em low cost através de operadores de baixo custo e com preços baixos mas, depois, criou a visibilidade do destino e, em alguns períodos em Lisboa, o mercado francês é o mais forte e foi em cinco a seis anos. Agora vêm os nichos todos”, resume José Theotónio.

O combate da sazonalidade é mais complexo. “A sazonalidade até pode ser reduzida em termos de procura mas há uma sazonalidade de preço porque ninguém quer pagar 500 euros no Algarve em tempo de chuva. A região não tem os atrativos das capitais europeias para quebrar a sazonalidade” diz Jose Theotónio.

O sal do sol a sul

“A atividade económica beneficiou, em larga medida, do aumento do turismo”. No entanto, o turismo tornou-se a atividade dominante focada no produto “sol e mar” levando a uma especialização da base económica regional. Esta forte especialização acabou por criar restrições noutros setores da economia, alguns deles com vitalidade, como era o caso da agricultura e das pescas, uma vez que o turismo absorveu a maior parte da atenção dos decisores políticos e “capturou” a maioria dos investimentos e da capacidade de mobilização e de empreendedorismo dos atores privados.

Essa especialização permitiu ao Algarve sustentar o crescimento — baseado fundamentalmente no turismo e na construção e imobiliária — e teve como consequência “uma forte concentração do emprego e um investimento residual nos setores transformadores e tecnológicos”, refere-se no Estratégia Regional de Investigação e Inovação para a Especialização Inteligente da AMAL. Mas há outro “mar e sol” na economia algarvia que se revela nas pescas, aquacultura, sal e citrinos.

Há mar e mar, há ir e… ficar?

O mar é um recurso estratégico para Portugal e decisivo para o Algarve e tem uma importância na imagem cultural e na identidade regional e peso no emprego nas zonas costeiras. No entanto, a imagem que muitas vezes se tem é a de um “setor improdutivo e que vive em declínio irre­versível, marcado pela diminuição dos stocks de espécies de peixes tradicionalmente capturadas pela frota regional. No Algarve, em particular, existem recursos oceânicos, uma frota pesqueira significativa e conhecimento tácito acumulado”.

Em termos de pescadores licenciados, o Algarve tem 16,6% do todo nacional, tendo o norte 26,1% e o centro 23,1%. Em 2016, a importância relativa dos pescadores mais jovens foi maior nos Açores (34,3%) e na região centro (30,0%, que compara com 29,3% em 2015). Os pescadores mais idosos operaram em Lisboa (29,7%) e no Algarve (26,5%), em comparação com 26,1% e 27,5% em 2015, respetivamente.

As regiões do norte e centro registaram os maiores abates em número de embarcações. Em termos de arqueação bruta e de potência propulsora, os maiores decréscimos ocorreram nas regiões do norte, Algarve e Lisboa que, em conjunto, arcaram com 73% e 64% do GT e potência total abatidos à frota nacional em 2016, considerando que os abates recaíram sobre embarcações de grande porte.

Em 31 de dezembro de 2016 estavam registadas 7.980 embarcações na frota de pesca nacional, com uma arqueação bruta de 93 609 GT e uma potência propulsora de 355 062 kW, que reflete decréscimos face a 2015, quer no número de embarcações (-74 unidades, correspondente a -0,9%), na arqueação bruta (GT) (-1,3%) e na potência (kW) (-0,8%).

A frota licenciada em 2016 (frota com autorização para operar com pelo menos uma arte de pesca, numa zona específica e por um determinado período) totalizou 4.075 embarcações, que equivaleram a 51,1% do número total de embarcações, a 82,0% do total da arqueação bruta e a 80,2% do total da potência da frota registada em 31 de dezembro de 2016. O Algarve tinha 1.749 embarcações (21,9% do todo nacional) com um total de GT de 11.225 e 1.534 com motor

Em termos do volume de descarga em portos nacionais, na distribuição regional das capturas de pescado fresco ou refrigerado, o Algarve reduziu para 15,2% depois de ter registador 17,7% em 2015. Em termos do valor das capturas, manteve-se a relevância da região centro (26,9% do valor total em 2016) e do Algarve (20,0%). Em 2015, as capturas foram de 24.909 toneladas no valor de 54 milhões de euros e, em 2016, 18.901 de toneladas e 54 milhões de euros. As capturas de peixes marinhos foram de 14.523 toneladas e, de moluscos, 3.879 de toneladas, tendo sido a região que liderou na captura de crustáceos com 495 toneladas.

A costa algarvia oferece condições únicas para a exploração em aquicultura. O mar e os recursos hídricos representam um desafio e uma oportunidade para o Algarve. Na aquicultura, o Algarve representou, em 2015, 50% do volume de produção com 4.620 toneladas, e 58,7% do valor da produção aquí­cola de Portugal com 30,754 milhões de euros e Portugal 9 131 toneladas. Estes impressionantes resultados estão ligados as unidades licenciadas que atuam em duas excelentes áreas de lagoa (a Ria Formosa e a Ria de Alvor). Tem ainda a ver com as dificuldades que a unidade de produção de pregado em Mira tem atravessado e tendo sido declarada insolvente recentemente.

O Algarve tem condi­ções naturais favoráveis ao desenvolvimento da aquicul­tura, em particular em modo extensivo e semi-intensivo. A produção nacional continua a não ser suficiente para cobrir as necessidades de consumo, devendo continuar a apostar-se no incentivo à atividade, a racionalização dos custos de produção, a investigação em torno da introdução de novas espécies, e a sensibilização no que se refere a opções e hábitos de consumo.

No Algarve consideram o sal como o seu “ouro branco” que tem como grande centro de produção as salinas tradicionais de sal do mar premium situadas nas reservas naturais da costa atlântica, dentro da protegida Ria Formosa e Sapal de Castro Marim.

A salicultura é outra atividade relevante no Algarve. Em termos de condições edafoclimáticas, é no Algarve que se encontram reunidas as melhores condições para a produção de sal marinho, tendo este salgado representado, em 2016, cerca de 94% da produção nacional, tal como em 2015. A produção média anual em Portugal é de cerca de 2.500 toneladas por lagoa de sal. O Algarve regista uma produti­vidade mais elevada, cerca de 3.500 toneladas. Salienta-se que o número de salinas em 2016 (69 unidades), manteve-se estável em relação a 2015. O número de unidades apuradas em 2016 resultou numa área de produção no Continente de 1.309 hectares (área média das salinas foi de 19 hectares) e em 106 mil toneladas de sal marinho produzidas (117 mil toneladas produzidas em 2015). A produção média anual por salina foi de 1.535 toneladas, enquanto o rendimento por hectare se situou nas 81 toneladas.

O Algarve tem a região de montanha com as serras do Caldeirão e de Monchique e o barrocal algarvio, que constrói um outro universo que está em grande mutação com problemas de desertificação mas também de novas oportunidades para os produtos tradicionais.

A indústria agroalimentar no Algarve tem sido caracterizada por uma baixa incorporação de tecnologia e inovação. No entanto, tem algum potencial de inovação nos seus processos económicos e produtivos, mas tem de oferecer qualidade e certificação das produções. Devem ser adotados sistemas de gestão de qualidade, automação, controlo, certificação e segurança alimentar que garantam que as exigências dos consumidores e a legislação sejam cumpridas.

Como referiu recentemente Fernando Severino, diretor regional da Agricultura e Pescas do Algarve, com o PRODER (2010-2015) — e um investimento de 260 milhões de euros — e do PROMAR, com 100 milhões de euros, permitiram o aparecimento de 500 jovens agricultores com investimentos nos citrinos, frutos vermelhos, horticultura tradicional, floricultura e plantas ornamentais, fruticultura, pomar tradicional – alfarrobeira, figueira, olival, fruticultura de regadio, apicultura (nas vertentes produtivas de mel, pólen e geleia), agro-indústria (adegas de quinta, transformação de alfarroba, centrais citrícolas e hortícolas, etc.).

Em 2016, a produção de citrinos atingiu os 62,4 milhões de euros, os frutos vermelhos, os 30 milhões de euros, a meloa, 928 mil euros, o tomate, 4,5 milhões de euros, a alfarroba, 15 milhões de euros, a apicultura, 15 milhões, os dióspiros, 3,8 milhões e o abacate, 3,2 milhões.

 

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Timidez do Governo não ajuda emigrantes na Venezuela, diz associação

  • Lusa
  • 7 Agosto 2017

A associação Transparência e Integridade defende que o Governo português tem de ser mais assertivo na condenação ao regime venezuelano.

O diretor-executivo da Transparência e Integridade disse esta segunda-feira que a timidez da reação do Governo português face à crise na Venezuela não ajuda a comunidade emigrante naquele país, considerando que Portugal deve ser firme na condenação do regime venezuelano.

“A timidez, a falta de clareza, a falta de assertividade do Governo na reação a esta crise por parte de um país amigo, como é ou deveria ser a Venezuela, não protege, não ajuda a proteger a comunidade portuguesa”, declarou à agência Lusa João Paulo Batalha.

Para o responsável da associação cívica, o Governo português “deve ser firme na sua condenação a este tipo de deriva antidemocrática e, obviamente tem de estar capacitado para dar, se necessário for, o apoio aos portugueses”.

“Sabemos que há, obviamente, muitos portugueses que estão no centro desta crise. Eu acho que isto tem justificado alguma timidez, chamamos-lhe assim, do Governo português na forma como tem reagido a esta crise”, sublinhou o diretor executivo da Transparência e Integridade.

Entretanto, para Batalha, “esta timidez não parece minimamente ajustada à gravidade da situação”.

“Isso faz-me lembrar a cumplicidade que o Governo português teve, na altura, com o Apartheid sul-africano, exatamente com o mesmo argumento da existência de uma grande comunidade portuguesa na África do Sul”, acrescentou.

Lamento que o Governo português não seja mais claro nas suas tomadas de posição e menos ambivalente.

João Paulo Batalha

Diretor-executivo da Transparência e Integridade

“Lamento que o Governo português não seja mais claro nas suas tomadas de posição e menos ambivalente, infelizmente o tem sido, porque é fundamental que a comunidade internacional, neste momento, coloque-se do lado dos cidadãos venezuelanos e da sociedade civil venezuelana na rejeição deste estado de coisas”, disse ainda o responsável da associação cívica.

O Governo português tem seguido as posições da União Europeia no que diz respeito à crise na Venezuela. Na quarta-feira, ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva afirmou que Portugal, tal como os restantes países da União Europeia, não pode reconhecer a Assembleia Constituinte da Venezuela eleita no dia 30 de julho, a qual classificou de “um passo negativo.”

Trata-se de “um passo negativo no processo”, disse o ministro, acrescentando: “É necessário o regresso à normalidade constitucional, com pleno respeito dos poderes dos órgãos eleitos, pela separação de poderes, e é um apelo muito veemente da nossa parte para que as partes recusem e renunciem a qualquer forma de violência e se envolvam num processo político que resulte num compromisso, o regresso à normalidade constitucional na Venezuela e um calendário eleitoral que seja por todos aceite”.

Sobre o pedido do presidente do Parlamento Europeu à União Europeia para que esta imponha sanções aos membros do Governo venezuelano de Nicolás Maduro, como a limitação dos movimentos no território comunitário e o congelamento de ativos económicos, o ministro referiu que ainda não existe uma decisão.

Não ultrapassamos etapas e definimos sempre a nossa posição, o nosso falar e o nosso silêncio a partir da pergunta principal: o que ajuda mais e o que prejudica mais a nossa comunidade portuguesa e luso-venezuelana que reside na Venezuela?

João Paulo Batalha

Diretor-executivo da Transparência e Integridade

“Não ultrapassamos etapas e definimos sempre a nossa posição, o nosso falar e o nosso silêncio a partir da pergunta principal: o que ajuda mais e o que prejudica mais a nossa comunidade portuguesa e luso-venezuelana que reside na Venezuela. Não faço nada que prejudique e faço tudo o que possa ajudar”, garantiu o ministro.

A este propósito, referiu Santos Silva que “o Governo português concorda com a posição da União Europeia, que ainda não considerou a possibilidade de utilização de outras ações políticas e diplomáticas”.

Sobre a comunidade portuguesa e luso-venezuelana que se encontra na Venezuela, Augusto Santos Silva garantiu que esta é a principal preocupação do Governo.

A 30 de julho, foi eleita uma nova Assembleia Constituinte, convocada pelo Presidente Nicolás Maduro e boicotada pela oposição. A Venezuela atravessa uma grave crise política, com manifestações quase diárias contra o Presidente Maduro e que em quatro meses provocaram 120 mortos.

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Universo EDP soma em bolsa e vira página à OPA

As ações da EDP e da EDP Renováveis fecharam com ganhos ligeiros na primeira sessão após o falhanço da OPA. Mas coube ao BCP suportar o avanço do PSI-20.

A praça lisboeta terminou primeira sessão da semana em alta, com o PSI-20 a somar ganhos pela segunda sessão consecutiva. A valorização das ações do BCP foram o principal suporte do índice de referência da bolsa nacional. Mas as cotadas do universo EDP também deram uma pequena ajuda, apesar do falhanço da OPA da EDP sobre a sua participada Renováveis.

O PSI-20 terminou esta segunda-feira, a subir 0,43%, para os 5.275,75 pontos, com 13 das suas 19 cotadas com sinal positivo e a determinar o melhor desempenho entre as principais praças no Velho Continente. O índice foi suportado pela avanço de 0,8%, para os 23,86 cêntimos, das ações do BCP que beneficiaram de mais um dia de recuperação após as acentuadas perdas recentes.

Mas o foco das atenções dos investidores esteve orientado para as cotadas do universo EDP, depois de na passada sexta-feira, já após o fecho da sessão, ter sido conhecido que a empresa liderada por António Mexia apenas conseguiu ficar com uma parcela adicional de 5% da EDP Renováveis no âmbito da OPA. Este resultado inviabiliza a possibilidade de a EDP cumprir com o objetivo de retirar a empresa de energias renováveis da bolsa.

Apesar disso, qualquer das duas cotadas acabou por terminar a sessão em terreno positivo. As ações da EDP avançaram 0,16%, para os 3,15 euros, enquanto as da EDP Renováveis somaram 0,31%, para os 6,818 euros.

Nota positiva também para a Galp Energia, cotada que deu um fôlego adicional ao PSI-20, com as suas ações a terminarem a valorizar 0,6%, para os 14,16 euros. A petrolífera rumou assim em sentido contrário face às cotações do petróleo que seguiam no vermelho nos mercados internacionais.

Entre as maiores subidas do índice bolsista nacional estiveram também os CTT e a Jerónimo Martins. As ações da empresa dos correios encerraram com uma subida de 0,64%, para os 5,35 euros, enquanto as da retalhista fortaleceram em 0,59%, para os 16,96 euros.

Em terreno negativo, destaque para os títulos da Corticeira Amorim e da Ibersol. As ações da empresa liderada por António Rios de Amorim recuaram 1,42%, para os 11,41 euros. Já os títulos da cotada liderada por Alberto Teixeira recuaram 0,46%, para os 14,14 euros. Este deslize das ações da Ibersol acontece apesar de o seu franchisado Burger King ter anunciado que pretende investir 100 milhões de euros em Portugal.

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9 razões para escolher matemática na FCT

  • ECO + FCT
  • 7 Agosto 2017

Investigação, ensino e infra-estruturas. Tome nota de nove razões para escolher a FCT para estudar matemática.

 

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Anacom: 1,7 milhões em multas. Quase um terço é da Nos e Meo

O total de coimas aplicadas no primeiro semestre de 2017 cresceu face ao ano passado. Foram registadas 244 contraordenações.

As contas de um semestre: dos 244 processos que deram entrada, a ANACOM concluiu 209, dos quais 53 resultaram em coimas. O regulador das comunicações conseguiu uma soma de 1,680 milhões de euros pelas infrações, sendo que quase um terço veio só da Nos e da Meo, detida pela Altice.

As contraordenações apontadas pela ANACOM são várias — 244 mais precisamente — mas há dois tipos de infração mais frequentes: violações à lei da oferta de comunicações eletrónicas e às regras de construção de infraestruturas de telecomunicações. Juntam-se ainda acusações relativas a licenciamento e utilização de redes e estações de radiocomunicações.

Desde o início do ano que vários casos foram tornados públicos. A Nos foi multada duas vezes: a primeira, em março, no valor de 158.650 euros. Foi acusada de infringir as normas de portabilidade, tanto na aceitação como rejeição de pedidos, com oito casos identificados. Mais tarde, em abril, a multa foi de 210.000 euros pela prestação de informações falsas e assédio com propostas comerciais a uma mulher idosa e doente. Porém outras operadoras se sentaram no banco dos réus. Também em março foram exigidos 120 mil euros à Meo por falhas no atendimento ao cliente através dos números 1820 e 1896.

O valor das coimas tem crescido de ano para ano. Em 2016, o valor total das coimas aplicadas foi de 965.704 euros, um valor inferior aos 1,7 milhões contabilizados apenas no primeiro semestre deste ano. Já em 2016 a quantia total das coimas aplicadas tinha disparado 51,5% em relação ao ano anterior, 2015.

As várias contraordenações chegaram aos radares da ANACOM não só por ações de fiscalização e supervisão feitas pela própria reguladora mas também através de reclamações recebidas, denúncias de outros reguladores como os tribunais e o Ministério Público ou participações e autos da PSP e GNR.

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“Diferenças biológicas”: Trabalhador da Google dispara contra mulheres na tecnologia

  • Juliana Nogueira Santos
  • 7 Agosto 2017

Um trabalhador da Google, cuja identidade não foi divulgada, fez circular um memorando onde afirma que há menos mulheres na tecnologia por "diferenças biológicas".

Numa altura em que várias empresas do setor tecnológico estão a ser atacadas por se afastarem de políticas de integração e igualdade no trabalho, vem a público uma nota de dez páginas escrita por um engenheiro de software da Google, na qual este avança motivos biológicos para a baixa percentagem de mulheres na tecnologia e em posições de liderança.

O trabalhador, cuja identidade não foi divulgada, fez circular o memorando por todos os seus colegas na sede da tecnológica. Por se terem sentido incomodados com o que era afirmado, alguns trabalhadores da Google serviram-se do Twitter para fazer saber que isto estava a acontecer. “Sexista” e impulsionador de uma “cultura machista e misógina” foram alguns dos adjetivos utilizados.

Na nota, mais tarde divulgada na integra pelo site Gizmodo, o engenheiro da Google garante que a menor percentagem de mulheres no setor tecnológico não se explica apenas pelos fatores culturais e pelos preconceitos de género perpetuados nas empresas, mas porque homens e mulheres “diferem biologicamente em muitas maneiras”, entre as quais:

  • As mulheres preferem posições relacionadas com “áreas artísticas e sociais”, porque têm mais “abertura em relação a sentimentos e estética, em vez de ideias”;
  • Por procurarem “um maior balanço trabalho-vida”, as mulheres focam-se menos no “status“, “empurrando muitos homens para trabalho com salários maiores, [mas] menos satisfatórios”.

Para além disto, o trabalhador serviu-se da nota para criticar os veículos de integração e promoção da diversidade utilizados pela sua empresa, afirmando que estes instauram “intolerância em relação a ideias e provas que não encaixam numa certa ideologia”, “alienando os mais conservadores”.

“Ao contrário das respostas públicas, recebi muitas mensagens privadas de colegas expressando gratidão por trazer estes assuntos importantes com os quais concordam, mas que nunca tinham coragem de divulgar ou defender por causa da nossa cultura de vergonha e a possibilidade de ser despedido”, pode ler-se na nota.

Departamento do Trabalho está atento à Google

Em abril deste ano, o Departamento do Trabalho norte-americano acusou a multinacional tecnológica de praticar “disparidades compensatórias sistémicas” contra trabalhadores do sexo feminino, violando leis federais. Esta conclusão chegou ainda antes do encerramento da investigação, no entanto, ao The Guardian, um responsável do gabinete afirmou que “o departamento já recebeu provas convincentes de discriminação muito significativa contra mulheres nos postos mais comuns” da empresa.

À luz de tais acusações, e com a pressão sobre a empresa a adensar-se, a Google contratou há pouco menos de um mês uma nova vice-presidente para tomar conta da pasta da diversidade, integridade e governação. Danielle Brown, que passou da Intel para a Google, apressou-se a enviar uma nota aos trabalhadores, garantindo que a nota do engenheiro “avança suposições incorretas sobre género” e que este ponto de vista “não é o que a empresa endossa, promove ou encoraja”.

Portuguesas na tecnologia

Um estudo da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género divulgado no passado mês considera que as Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) são uma das áreas em que mais se sente a desigualdade entre géneros, quer seja na formação, quer seja no mercado de trabalho. Entre os jovens que concluíram o Ensino Superior em 2014 na área das TIC, apenas 19,8% eram do género feminino.

Ao ECO, Mariana Moura Santos, designer, empreendedora e fundadora do projeto Chicas Poderosas, afirmou na altura que “a sociedade está distribuída sob a forma de man’s world, quer queiramos quer não, e as próprias mulheres têm isso incutido no ADN”. Contudo, para esta, “temos [as mulheres] de aprender a mexer-nos digitalmente para fazer com que as nossas histórias e a nossa voz cheguem mais longe”.

O mesmo relatório avança ainda que, se o número de mulheres na tecnologia fosse igual ao dos homens, o PIB iria avançar cerca de 9.000 milhões de euros anualmente.

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Compras do BCE em Portugal sobem pela primeira vez em quatro meses

No final de julho, o Banco Central Europeu detinha 28,6 mil milhões de euros em títulos de dívida do governo português. Durante esse mês, a autoridade monetária adquiriu 517 milhões.

Continua a ser tímida a presença do Banco Central Europeu (BCE) no mercado de dívida pública de Portugal. Em julho, o banco central comprou 517 milhões de euros em obrigações do governo português. Embora continue muito aquém do que lhe é permitido comprar, a autoridade aumentou as suas compras em Portugal pela primeira vez em quatro meses.

De acordo com a atualização do programa de compra no setor público (PSPP), a instituição reforçou a sua carteira com dívida portuguesa em 517 milhões de euros no mês passado, isto depois de ter comprado apenas 498 milhões de euros no mês anterior. Tratou-se do primeiro aumento desde abril, embora as regras deste plano permitam a Mario Draghi comprar o triplo de dívida nacional por mês.

Assim, no final de julho, o BCE passou a deter 28,662 mil milhões de euros em dívida, na sequência das compras realizadas nos últimos 29 meses através do plano que tem ajudado a conter a subida do risco da dívida em muitos países.

Desde março de 2015 que a autoridade monetária tem sido um agente ativo na aquisição de obrigações do Tesouro na Zona Euro, como forma de evidenciar a retoma da economia e de puxar pelos preços em torno do seu objetivo de perto de 2%. O BCE esteve a comprar ao ritmo de 80 mil milhões de euros por mês, tendo diminuído para os 60 mil milhões mensais em abril deste ano, naquilo que sinaliza já uma retirada gradual das políticas monetárias menos convencionais por parte da instituição.

Compras do BCE sobem em julho

Fonte: BCE

O programa tem fim previsto para o final do ano e no próximo outono haverá novidades em relação ao seu futuro, segundo anunciou Mario Draghi na última reunião do Conselho de Governadores.

Em entrevista ao ECO, Cristina Casalinho, presidente do instituto que gere a dívida pública, admitiu que nunca se está totalmente preparado para o fim do plano do BCE, embora tenha sublinhado que Portugal se encontra relativamente protegido com essa retirada dos estímulos porque há algum tempo que o banco central tem vindo a diminuir as compras no mercado nacional.

“O BCE ficou sempre a realizar compras abaixo. E, posteriormente, essa diminuição tornou-se até mais acentuada. Portanto, Portugal já está num processo de redução do programa, que decorre da forma como é implementado”, declarou Casalinho.

(Notícia atualizada às 15h35)

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ASAE deteta 30 contraordenações no alojamento local

  • Lusa
  • 7 Agosto 2017

Violação das regras de identificação, falta de cumprimento dos requisitos de segurança e falta de sinalização foram os motivos que levaram a ASAE a instaurar os processos.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) fiscalizou 142 operadores de alojamento local no primeiro mês de cruzamento de dados com as plataformas digitais, tendo instaurado 30 processos de contraordenação e suspendido a atividade de um estabelecimento.

Os 30 processos de contraordenação instaurados tiveram como motivos a “violação das regras de identificação e publicidade dos estabelecimentos de alojamento local, falta de cumprimento dos requisitos de segurança aplicáveis aos estabelecimentos de alojamento local e falta de sinalização no interior dos locais”, disse à agência Lusa fonte da ASAE.

Já a suspensão da atividade de um dos 142 estabelecimentos fiscalizados está relacionada com a “não realização de análises de verificação da qualidade da água aos parâmetros em incumprimento e não sujeitar a água distribuída a um processo de desinfeção”.

Desde 3 de julho que a ASAE iniciou uma operação de fiscalização da atividade de alojamento local com base no cruzamento de dados da oferta existente nas plataformas online de arrendamento de curta duração, bem como os sites de promoção turística, com a informação dos registos oficiais, designadamente o Registo Nacional de Estabelecimentos de Alojamento Local (RNAL) e o Registo Nacional de Turismo (RNT).

Esta operação de fiscalização da ASAE surge no âmbito da alteração do Regime Jurídico da Instalação, Exploração e Funcionamento dos Empreendimentos Turísticos (RJET), que determinou que a partir de 1 de julho deste ano é obrigatório constar das plataformas de oferta e disponibilização de serviços de alojamento turístico a informação relativa aos operadores económicos que procedem à oferta destes serviços, nomeadamente o número do registo oficial do estabelecimento.

“A ASAE, no âmbito das suas competências de fiscalização da atividade de alojamento local e, tendo em consideração a criação de brigadas especializadas direcionadas para este setor, reforçou a fiscalização atendendo ao mercado crescente deste tipo de oferta, que se encontra disponível diretamente em estabelecimentos físicos ou através da disponibilização em plataformas eletrónicas”, reforçou a entidade, em resposta à agência Lusa.

Desde julho deste ano que as plataformas digitais que anunciam alojamento local ou quartos para alugar, como a Airbnb, a Booking ou a Homeaway, habilitam-se a multas até 32.500 euros se omitirem o registo oficial do estabelecimento. “As plataformas eletrónicas que disponibilizem, divulguem ou comercializem alojamento (…) devem exigir e exibir na plataforma o respetivo número de Registo Nacional de Turismo”, lê-se no decreto-lei que implementa a medida Simplex+ «Licenciamentos Turísticos+ Simples», alterando o regime RJET.

Esta obrigação abrange tanto os anúncios de empreendimentos turísticos que prestam serviços de alojamento, mediante remuneração, como as instalações ou os estabelecimentos que, embora destinados a proporcionar alojamento temporário com fins lucrativos, não reúnam os requisitos para serem considerados empreendimentos turísticos, como o alojamento local ou o serviço de alojamento num quarto.

Os proprietários dos alojamentos já tinham a obrigação de registo e de divulgação do registo junto dos turistas, mas as plataformas digitais só a partir de julho deste ano é que passaram a poder ser penalizadas, independentemente dos proprietários, pela sua ausência.

As coimas variam entre 125 euros e 3.250 euros, tratando-se de pessoas singulares, até de 1.250 euros a 32.500 euros para empresas (pessoas coletivas). A Lusa questionou a ASAE sobre o valor das coimas aplicadas no âmbito desta operação de fiscalização, mas não obteve resposta.

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Dow Jones continua exuberante. Novo recorde em Wall Street

Índice industrial Dow Jones volta a mostrar sinal de força com novo recorde na abertura da sessão. Wall Street avança com dados positivos do emprego.

Dez em dez. O índice Dow Jones continua a mostrar exuberância em pleno verão e soma esta segunda-feira um novo recorde na sua história. Na ausência de notícias relevantes, Wall Street continua a beneficiar dos dados positivos do mercado laboral do outro lado do Atlântico.

O destaque vai para o índice industrial. Há nove sessões que fixa um novo máximo histórico e hoje volta a fazê-lo. O Dow Jones avança ligeiros 0,04% para 22.100,65 pontos. Também o índice de referência mundial S&P 500 e o tecnológico Nasdaq ganham 0,03% e 0,13%, respetivamente.

“As bolsas estão a avançar com a relatório de empregos de julho a dar um pequeno impulso ao sentimento neste início de semana”, referiu Craig Erlam, analista da corretora Oanda. “Os números do emprego foram muito bem recebidos na sexta, apesar de revelar a mesma armadilha que tem afetado a retoma económica dos EUA há anos: o crescimento salarial inadequado”, acrescentou.

"Os números do emprego foram muito bem recebidos na sexta, apesar de revelar a mesma armadilha que tem afetado a retoma económica dos EUA há anos: o crescimento salarial inadequado.”

Craig Erlam

Analista da Oanda

O Departamento do Trabalho norte-americano revelou na passada sexta-feira que foram criados 209 mil empregos no último mês, um número que superou a estimativa de 183 mil postos esperados pelos economistas sondados pela Reuters. A taxa de desemprego caiu para 4,3% em junho.

Estes dados deverão dar maior clareza ao rumo da política monetária da Reserva Federal: com a economia da enviar sinais positivos, Janet Yellen deverá voltar a apertar as condições monetárias nos EUA, seja por via de subidas das taxas de juros seja por via da redução do seu balanço de dívida pública.

Fonte: Bloomberg

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