Como a melhor Academia da Europa chegou a Portugal

Inovação e empreendedorismo são pilares fundamentais do banco e da European Innovation Academy, prestes a arrancar pela 1ª vez em Portugal.

É uma espécie de história de amor que só atinge personalidades com muito em comum. A inovação e o empreendedorismo, tal como o investimento na comunidade — sobretudo nas universidades — “sempre fizeram parte da identidade do grupo Santander em todo o mundo”, explica a administradora Inês Oom de Sousa. Por isso, quando os olhares do banco e da European Innovation Academy (EIA) se cruzaram, fez-se magia. É que os caminhos por onde andam os dois são comuns.

“Uma parceria como esta faz parte de um compromisso maior, que confirma o ADN do Santander Totta: o de apostar em projetos que promovam o contacto entre o Ensino Superior e o mundo empresarial e que resulte cada vez mais numa transferência direta de resultados de investigação e de conhecimento para a comunidade”, explica Inês Oom de Sousa, administradora do banco Santander Totta.

Foi assim que esta história começou: interesses comuns, uma conjugação de vontades e datas específicas para levar a cabo o plano. A estreia da academia — o maior programa universitário de aceleração em Inovação Digital da Europa — em Portugal é fruto dessa atração. Pela primeira vez no país, o programa conta com a participação de aceleradoras de Silicon Valley, e com a colaboração com instituições de topo como a UC Berkeley, a Stanford University e a Google.

A EIA vai reunir reunir os melhores estudantes universitários de universidades de todo o mundo: os participantes terão de formar equipas de empreendedores que vão trabalhar durante essas três semanas com formadores, mentores e empresas de capital de risco. “Será um programa intensivo, onde cada equipa irá criar um projeto para ser apresentado aos investidores. É uma oportunidade única para os participantes, que podem aproveitar todo este know how para lançar a sua startup no mercado. O impacto que poderá ter nas suas vidas pessoais e profissionais é imensurável – será seguramente uma experiência transformadora”, garante Inês Oom, em entrevista ao ECO.

Este é, em nossa opinião, o primeiro passo na garantia de geração de riqueza futura para o nosso país.

Inês Oom

Administradora Santander Totta

“As universidades e os projetos a elas associados sempre foram uma das nossas maiores prioridades. Continuaremos a fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para integrar projetos inovadores como este, que acrescentam valor ao país e a quem nele vive”, assegura a administradora do banco.

No final, o banco vai atribuiu 35 bolsas aos estudantes de maior potencial para que participem nas três semanas da Academia.

"Se olharmos para o nosso país, vemos que estamos a posicionar-nos com um dos países europeus mais dinâmicos na área do empreendedorismo e inovação, e isso deve-se à excelente formação dos nossos jovens, aliada à criatividade e vontade necessárias ao desenvolvimento deste potencial de inovação e empreendedorismo.”

Inês Oom

Administradora Santander Totta

A parceria com a academia europeia de inovação e empreendedorismo tem ainda outro objetivo em vista: desenvolver projetos que tornem o banco numa referência para a banca digital. “Lançámos um plano de transformação multicanal, que está a mudar a forma como o Banco se relaciona com os Clientes, com o lançamento de produtos e serviços digitais, que visam facilitar o dia-a-dia das pessoas”, esclarece ainda Inês Oom.

 

Inês Oom de SousaD.R.

Ao nível da Responsabilidade Social, o Santander Totta vai continuar também a investir em Formação, Ensino e Conhecimento – cerca de 5,9 milhões de euros por ano, através dos cerca de 50 convénios que tem atualmente com Instituições de Ensino Superior em Portugal. O Empreendedorismo e Inovação, a Mobilidade e a Empregabilidade concentram grande parte do investimento, com o desenvolvimento e apoio a vários projetos.

A EIA é um programa de empreendedorismo, que reúne os melhores estudantes universitários de conceituadas universidades americanas, asiáticas e europeias. O programa contará com 400 participantes, de 63 nacionalidades, oriundos de 40 universidades.

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Amazon já vale mais de mil dólares. Wall Street não acompanha subida

As ações da gigante do comércio eletrónico registaram um novo máximo de sempre. Contudo, as ações norte-americanas seguem no vermelho, com os investidores a digerirem dados económicos.

As ações norte-americanas abriram a sessão em terreno negativo, após uma pausa de três dias, com os investidores a olharem para os dados económicos em busca de pistas sobre a saúde da maior economia do mundo. Mas há cotadas que se destacam pela positiva. É o que acontece com a Amazon, que viu as suas ações superarem pela primeira vez a fasquia dos 1.000 dólares, nível exclusivo a muito poucos títulos cotados nas bolsas norte-americanas.

Ações da Amazon batem os 1.000 dólares

Fonte: Bloomberg (evolução nas duas últimas sessões)

O Nasdaq recua 0,05%, para os 6.206,82 pontos, seguindo assim o rumo do S&P 500, índice que cai 0,18%, para os 2.411,47 pontos. A Amazon está em destaque no índice tecnológico no dia em que as suas ações superaram pela primeira vez a fasquia dos 1.000 dólares (895,2 euros). As ações da gigante norte-americana do comércio eletrónico seguem a valorizar 0,21%, para os 997,841 dólares, mas já estiveram a negociar no máximo de 1.001,20 dólares. Este preço permite elevar para 478 mil milhões de dólares o valor de mercado da Amazon. Ou seja, o dobro da concorrente Wal-Mart. De acordo com dados da Bloomberg, a subida para quatro dígitos do valor das ações da Amazon torna-as numa raridade, já que apenas quatro outras cotadas norte-americanas negoceiam acima dos 1.000 dólares.

A ultrapassagem deste marco histórico acontece depois de, em abril, a Amazon ter surpreendido pela positiva na sua apresentação de contas relativas ao trimestre anterior. A empresa reportou 35,7 mil milhões de dólares de receitas, e anunciou também um aumento de 23% nas suas vendas.

A pesar também no sentimento dos investidores estão as reticências relativamente a desenvolvimentos políticos em Washington. Dados revelados esta terça-feira indicam que os gastos em consumo dos EUA registaram a maior subida no intervalo de quatro meses, em abril. Já a inflação recuperou, apontando no sentido de uma robusta procura doméstica nesta primeira parte do segundo trimestre.

Entre as cotadas que mais contribuem para o recuo das ações norte-americanas estão as do setor das matérias-primas, isto no dia em que o petróleo segue em queda nos mercados internacionais. O barril de crude recua 1,14%, para os 49,23 dólares, em Nova Iorque. Já o barril de brent desliza 1,66%, para os 51,42 dólares.

(Notícia atualizada às 15h25)

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Banca e o Estado responsáveis por dois terços do capital de risco

Nos últimos dez anos, foram levantados cerca de 3,4 mil milhões de fundos de capital de risco em Portugal. A banca e o Estado foram responsáveis por mais de dois terços dos fundos levantados.

Uma indústria com elevado potencial e crescimento, elevadas rentabilidades, mas com um problema estrutural ao nível das fontes de financiamento. O setor do capital de risco, que tem sob gestão cerca de 4,2 mil milhões de euros em ativos, é uma solução testada para o financiamento das empresas, mas está atrasado, sofre de uma excessiva concentração na banca e no Estado e beneficiaria de uma maior estabilidade fiscal.

A análise é feita ao ECO por Nuno Gaioso, presidente da Associação Portuguesa de Capital de Risco e Desenvolvimento (APCRI), que esta terça-feira organiza um congresso onde vai ser apresentada a evolução do setor na última década. “No horizonte de uma década duplicaram os fundos e os operadores de capital de risco”, sublinhou o também fundador da Capital Criativo. De acordo com o estudo da Deloitte, que vai apresentar esta terça-feira sobre o estado e a evolução deste setor, “nos últimos dez anos, foram levantados cerca de 3,4 mil milhões de fundos de capital de risco em Portugal”, sendo que “a banca e o Estado foram responsáveis por mais de dois terços dos fundos levantados, ao contrário do que acontece na Europa”, acrescenta a consultora, no documento a que o ECO teve acesso parcial.

Nos últimos dez anos, foram levantados cerca de 3,4 mil milhões de fundos de capital de risco em Portugal. A banca e o Estado foram responsáveis por mais de dois terços dos fundos levantados.

Estudo da Deloitte

Os dados mais recentes revelam que, no final de 2015, “os operadores nacionais de capital de risco tinham cerca de 4,2 mil milhões de euros em ativos sob gestão”, o que representa um aumento de 5,5% (218,4 milhões) face ao ano anterior. No entanto, este valor, que corresponde a 2,3% do PIB, peca por defeito. Isto porque, segundo Nuno Gaioso, se forem considerados os fundos sediados no exterior — operadores que têm veículos de investimento fora de Portugal e investidores estrangeiros que operam no país — poderá chegar aos seis mil milhões de euros.

O Relatório Anual da Atividade de Capital de Risco de 2015, divulgado em agosto do ano passado, revela ainda que o total de empresas com participações de capital de risco era de 681 e que, neste setor, operavam 34 sociedades gestoras de fundos de investimento, sociedades de capital de risco e bancos (num total de 41 sociedades).

Ultrapassar bloqueios

Apesar de estes dados revelarem uma evolução positiva de uma indústria, que tem pouco mais de duas décadas, como sublinha a Deloitte, há constrangimentos que é necessário ultrapassar.

“O nosso mercado tem tido progressos significativos (em ativos sob gestão e novos operadores), mas ainda é estruturalmente atrasado, o que está muito relacionado com a inexistência de financiadores e com alguns bloqueios na indústria doméstica. Ainda temos um trabalho longo pela frente“, sublinhou Nuno Gaioso.

"O nosso mercado tem tido progressos significativos (em ativos sob gestão e novos operadores), mas ainda é estruturalmente atrasado, o que está muito relacionado com a inexistência de financiadores e com alguns bloqueios na indústria doméstica.”

Nuno Gaioso

Presidente da APCRI

Bloqueios que passam pelas dificuldades de financiamento da atividade, demasiado concentrada no Estado e na banca. “Um dos maiores investidores do mundo são fundos de pensões. Em Portugal há muito poucos fundos de pensões e os poucos que existem investem muito marginalmente na nossa atividade. E o Fundo de Estabilização da Segurança Social não investe nesta atividade”, exemplifica. “É um constrangimento grande que temos de ultrapassar enquanto setor.”

“O mercado em Portugal é muito reduzido e conservador neste tipo de investimento”, lamenta o presidente da APCRI lembrando que a indústria de capital de risco tem, na Europa, taxas de retorno em torno dos 10%. Mas se a análise se concentrar no quartil em termos de performance, então esse retorno sobe para 20%.

"O mercado em Portugal é muito reduzido e conservador neste tipo de investimento.”

Nuno Gaioso

Presidente da APCRI

A conjuntura de descapitalização e sobre-endividamento das empresas nacionais é uma oportunidade para “robustecer a indústria que é uma parte da solução da solução da capitalização das PME portuguesas”, defende Nuno Gaioso. “As empresas têm dívida a mais e capital a menos“, diz.

Políticas públicas podiam fazer mais

Questionado sobre se o programa Capitalizar poderia ter feito mais para dinamizar esta indústria, o responsável admite que, “do ponto de vista das políticas públicas, há muito mais que se pode fazer” e que “a oferta disponível em Portugal ainda é muito reduzida”. Nuno Gaioso lembra o peso dos fundos de reestruturação nos 4,2 mil milhões de ativos sob gestão, “fundos importantes, mas que cobrem apenas uma franja do mercado — empresas a precisar de reestruturação financeira”. “Há hoje franjas de mercado que não estão cobertas, franjas muito significativas e para as quais não há fundos com capacidade“, acrescenta.

"Do ponto de vista das políticas públicas, há muito mais que se pode fazer. A oferta disponível em Portugal ainda é muito reduzida.”

Nuno Gaioso

Presidente da APCRI

A Instituição Financeira de Desenvolvimento, mais conhecida por banco de fomento, assume aqui um papel relevante. Nuno Gaioso lamenta o facto de, até agora, só ter sido aberto um concurso, num montante muito inferior aos 750 milhões de euros que lhe estão inicialmente destinados.

A IFD lançou um concurso para Business Angels que já está no terreno e um outro para capitais de risco, cujos fundos ainda não foram constituídos. Um atraso que Nuno Gaioso lamenta, porque os 750 milhões que a IFD tem para investir resultam dos fundos comunitários que têm de ser investidos até 2020. O responsável defende que o Estado, “dentro da sua capacidade de investimento”, tem de “criar instrumentos que incentivem os investidores privados a coinvestir”. Mas também tem de ser mais rápido a colocar esse capital nas entidades gestoras, acrescenta.

A reprogramação do Portugal 2020 e a possível redução dos montantes reservados para os instrumentos financeiros também é vista pelo gestor com preocupação. E, para aqueles que apontam o dedo à capacidade do mercado absorver estas verbas, Nuno Gaioso apenas diz: “Com a dimensão da subcapitalização e do endividamento que têm as empresas portuguesas, se não há absorção de recursos para investimento é porque há uma segmentação errada ou porque a formatação desses recursos não está bem feita”.

"Com a dimensão da subcapitalização e do endividamento que têm as empresas portuguesas se não há absorção de recursos para investimento é porque há uma segmentação errada ou porque a formatação desses recursos não está bem feita.”

Nuno Gaioso

Presidente da APCRI

O responsável sublinha a necessidade de “cobrir os vários segmentos” do mercado, isto porque a IFD disponibilizou investimentos com um limite máximo de dez milhões de euros e “há fundos que podem ter uma dimensão de 5, 20 outros 50 outros 100”. “É uma função do Estado utilizar alguns desses recursos para estimular o coinvestimento com o setor privado quer para estimular segmentos diferentes de procura, de mercado”, frisa.

Tratamento fiscal mais vantajoso

Para estimular esta indústria, o Estado poderia ainda agir do ponto de vista fiscal. Nuno Gaioso não só defende uma maior estabilidade, como sugere um tratamento mais benéfico para os operadores de capital de risco.

“Poderia ter muito interesse ter um sistema fiscal mais atrativo. Temos um problema de estabilidade fiscal“, diz o responsável. “Muitos investidores não olham para a nossa jurisdição porque temem a alteração sistemática das regras. E preferem jurisdições menos vantajosas mas com uma maior estabilidade fiscal, isto porque os fundos investem a dez a 12 anos”, justifica.

Por outro lado, haveria vantagens em não ter um regime de tributação das sociedades gestores igual a qualquer ao da generalidade das empresas, como acontece em Portugal. Nuno Gaioso lembra que, noutros países, esse regime é mais atrativo.

O que é o Capital de Risco?

O Capital de Risco é uma forma de investimento, que visa financiar empresas, apoiando o seu desenvolvimento e crescimento constituindo uma das principais fontes de financiamento para jovens empresas, ‘startups’ e investimentos de risco com elevado potencial de rentabilização, dado que proporciona às empresas meios financeiros estáveis para a gestão dos seus planos de desenvolvimento.

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Marcelo aponta para revisão do rating português em setembro

O Presidente da República revelou que responsáveis internacionais elogiaram a evolução económica portuguesa, sinalizando que seria justa uma melhoria do rating da República.

O Presidente da República afirmou esta terça-feira que, se a economia continuar a evoluir como atualmente, é “justo” haver uma revisão do rating da República por parte das agências de notação financeira. Em visita ao Centro de Desenvolvimento do Hospital Garcia da Horta, em Almada, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que vários responsáveis internacionais elogiaram a evolução da economia portuguesa. Marcelo espera um reconhecimento desse crescimento principalmente pelas agências que têm a notação mais baixa.

“Ainda ontem estive nas conferências do Estoril e estavam lá responsáveis internacionais financeiros e europeus, e todos eles elogiavam a evolução económica portuguesa”, confessou o Presidente da República, acrescentando que “vários deles diziam — para não dizer todos — que esperavam que isso viesse a ser reconhecido pelas agências de rating, em particular por aquelas que têm a notação mais baixa”. Em declarações transmitidas pela SIC Notícias, Marcelo admitiu que essa revisão possa acontecer em setembro.

“Se a evolução [da economia] continuar a que tem sido, até setembro, parece justo haver aquilo que vai reforçar a confiança dos investidores na economia portuguesa”, afirmou o Presidente da República, assinalando a redução da taxa de desemprego, algo que está “consolidado”, mas pela qual é preciso esperar até final do ano para tirar conclusões. Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar que o momento “francamente bom” da economia portuguesa continue, em termos de investimento, crescimento, exportações e de emprego.

Também esta terça-feira, António Costa argumentou que “é manifesto que a avaliação de hoje de Portugal é muito diferente da situação que era em 2011”, Na XXIX Cimeira entre Portugal e Espanha, em Vila Real, o primeiro-ministro defendeu que “manter a notação financeira hoje como se nada tivesse acontecido desde 2011 não faz muito sentido”. “Não há dado económico que não diga o óbvio: que o rating deve ser revisto”, concluiu.

A mesma visão foi partilhada pelo atual comissário europeu responsável pelos Assuntos Económicos. Em audição no Parlamento Europeu, em Bruxelas, Pierre Moscovici afirmou esta quarta-feira “que há boas razões de confiar mais em Portugal hoje, o que não era o caso no passado”. Quando o desempenho macroeconómico melhora, e é esse o caso, e quando as finanças públicas estão mais em ordem, mesmo que subsistam problemas de dívida que não podem ser subestimados, então não será ilógico que aqueles que avaliam a economia portuguesa se deem conta de que os riscos não podem ser olhados hoje com os óculos de ontem”, considerou Moscovici.

A esperança das instituições nacionais é que as agências de notação como a Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s atribuam à dívida do país um grau de investimento. Também o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirmou este domino que “os números do défice, do crescimento económico e do emprego este ano justificam, naquilo que é a análise normal dos ratings [avaliação], uma revisão”.

Esta possível revisão da notação financeira do país ainda este ano também foi sinalizada pelo deputado socialista João Paulo Correia, coordenador do PS na Comissão de Orçamento e Finanças, em entrevista ao ECO em abril: “Julgo que por altura do início do segundo semestre poderá ser o primeiro momento em que as agências de rating poderão fazer uma reclassificação da notação que dão ao nosso país”.

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Imshare: análise de dados, informação e conhecimento em Portugal

  • ECO
  • 30 Maio 2017

Terceira edição da conferência conta com 20 painéis e mais de 60 oradores. Organização espera mais de 1600 participantes.

Vão ser três dias de debates, 20 painéis, mais de 60 oradores e perto de 1.650 participantes. A Imshare Conference volta a Lisboa nos dias 31 de maio e 1 e 2 de junho para a 3.ª edição da conferência. Em cima do palco serão debatidos temas relacionados com Costumer Experience, Social Media Analytics, Big Data, IoT, Machine Learning, Digital Transformation e Digital Organization.

Luís Moniz, da SAS Portugal, Celso Martinho, da Bright Pixel, Inês Salgado, da Nestlé Portugal e Joana Martins, gestora de projetos web da RTP são alguns dos nomes que fazem parte dos painéis desta edição da conferência. Este ano, uma das novidades é a aplicação com foco no networking dos participantes, que permite aos moderadores ter acesso a perguntas da audiência in loco, para que possam ser respondidas em tempo real.

Debates da Imshare duram três dias.D.R.

“Começou pela necessidade em procurar esclarecimento junto de empregadores e hoje tornou-se a única conferência que junta análise de dados, informação e conhecimento em Portugal. Temos uma maioria esmagadora de profissionais de topo, designadamente managers, que participam na nossa conferência com fim de renovar conhecimentos”, explica Tiago Marques, cofundador e CEO da conferência, em comunicado.

O bilhete diário para a Imshare custa 40 euros. Para mais informações, consulte o site do evento.

Temas centrais da 3ª edição da conferência Imshare.D.R.

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Passos teme mais cortes nas despesas correntes da saúde

Passos Coelho disse esta terça-feira que "quando certo tipo de investimento não é feito, é muito difícil que as pessoas não sintam isso no dia-a-dia", referindo ao setor da saúde.

O ex-primeiro-ministro afirmou esta terça-feira, em visita ao Hospital de Faro, que se o Governo não vai cortar no investimento público para cumprir o défice de 2017, há a possibilidade de vir a cortar a despesa corrente, nomeadamente na área da saúde. Acompanhado por deputados do PSD, Pedro Passos Coelho defendeu que essa despesa ao nível dos serviços correntes “não são coisas que podem ficar à espera”. O líder da oposição criticou o Governo por fazer cortes em “circunstâncias de maior normalidade como aquela que vivemos hoje”.

O atual Executivo acertou numa coisa para Passos Coelho: cumpriu a meta do défice. “É importante para o país, não me canso de dizê-lo”, admitiu esta terça-feira, em declarações ouvidas através da SIC Notícias. Contudo, o líder do PSD alertou que, se o Governo não fizer corte no investimento público para alcançar a meta orçamental — tal como fez em 2016 –, pode vir a fazê-lo ao nível dos serviços correntes, com especial incidência no setor da saúde.

“Se o Governo quiser cumprir a meta do défice — e espero que a possa cumprir — e os resultados de execução orçamental seguirem o mesmo padrão do ano passado — e até à data há sinais de que isso pode acontecer — então o Governo vai ter de ajustar de outra maneira“, afirmou Passos Coelho. O líder dos sociais-democratas teme que esse corte seja feito na despesa corrente. À saída de uma reunião de três horas com a administração do Hospital de Faro, acompanhado por uma comitiva social-democrata, Pedro Passos Coelho argumentou que essa despesa “é serviço, não são coisas que podem ficar à espera”.

Passos Coelho considerou que “quando certo tipo de investimento não é feito, é muito difícil que as pessoas não sintam isso no dia-a-dia”, referindo-se a exemplos como o tempo de espera nos hospitais. Além disso, o líder da oposição disse existirem custos acrescidos com a reversão do horário de trabalho semanal de 40 para 35 horas. “Quando não há dinheiro para as pagar, contrata-se um serviço externo mais e fica-se a dever“, acusou, aumentando a dívida para fazer um serviço.

Confrontado com os cortes que executou no setor da saúde e no menor investimento feito entre 2011 e 2015, Passos Coelho admitiu que na altura não existia dinheiro para o fazer. “Canalizámos os recursos que tínhamos para melhorar os serviços“, justificou-se.

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“Isto vai mudar”. É a resposta de Trump a Merkel

  • Lusa
  • 30 Maio 2017

"Temos um défice comercial ENORME com a Alemanha, além de que eles pagam MUITO MENOS do que deveriam na NATO e militarmente. Muito mau para os EUA. Isto vai mudar", escreveu Trump no Twiter.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, considerou esta terça-feira que a política comercial e militar da Alemanha é “muito má” para os Estados Unidos e alertou que esta situação “vai mudar”.

“Temos um défice comercial ENORME com a Alemanha, além de que eles pagam MUITO MENOS do que deveriam na NATO e militarmente. Muito mau para os EUA. Isto vai mudar”, escreveu Trump na sua conta no Twitter.

Os comentários de Trump surgem dois dias depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, ter assegurado – num comício no domingo – que “os tempos em que se podia confiar nos outros ficaram para trás”, numa referência aos Estados Unidos e ao Reino Unido.

O Reino Unido oficializou há poucos meses o início do processo para sair da União Europeia e os Estados Unidos, sob a nova presidência de Donald Trump, tem questionado o papel da NATO e dos aliados que a compõem.

Na cimeira da Aliança, na semana passada em Bruxelas, Trump nunca referiu – como é habitual – o artigo 5 do Tratado do Atlântico Norte, que indica que um ataque contra um dos membros da NATO é um ataque contra todos. Na prática, é o artigo que garante a intervenção, especialmente do aliado mais forte, os Estados Unidos, em caso de agressão.

Merkel explicou que chegou a essa conclusão após as cimeiras do G7 e da NATO, nas quais ficaram bem patentes as diferenças entre as políticas da nova Administração norte-americana e os seus parceiros europeus e ocidentais.

“Nós, os europeus, temos que ser donos do nosso próprio destino”, disse a chanceler no domingo, dois dias depois de Trump ter qualificado os alemães como “maus, muito maus” num encontro com a cúpula da União Europeia.

Os seus assessores afirmaram posteriormente que o Presidente americano se referia exclusivamente ao comércio entre os dois países.

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Mundial de 2022: mau negócio para a FIFA, o melhor para a TV

  • ECO
  • 30 Maio 2017

O mundial no Qatar já trouxe vários problemas à FIFA, mas o último deixou as cadeias de televisão Fox e Telemundo particularmente felizes: conseguiram direitos televisivos num negócio de sonho.

A FIFA já tinha fechado negócio com a FOX e a Telemundo para a transmissão do Mundial no Qatar. Contudo, a organização foi obrigada a mudar as datas do mundial para o outono, dadas as temperaturas de verão insustentáveis. Para que as coisas não aquecessem com as cadeias televisivas, a FIFA fez uma proposta irrecusável que já recebe críticas dos concorrentes que ficaram de fora.

O processo de seleção do Qatar como anfitrião foi controverso, mas as polémicas continuaram muito para lá desta decisão. Uma das maiores críticas é a incompatibilidade do desporto com as elevadas temperaturas, de cerca de 50 graus, que podem até afetar a saúde dos jogadores e do público.

Inicialmente, o acordo da FIFA com a FOX e a Telemundo, as cadeias que irão transmitir tanto o Mundial de 2018 como o de 2022, previa o pagamento de 1,1 mil milhões de euros pelos direitos. Agora, a FIFA decidiu ceder às pressões das críticas e remarcar o torneio do Qatar para o outono. Esta decisão implica que as cadeias televisivas terão os torneios de basquetebol e hoquéi a desviar a atenção que estaria completamente concentrada nos jogos do Mundial caso este se realizasse em junho e julho, tal como previsto.

Para evitar mais conflitos, a FIFA decidiu atribuir a exclusividade da transmissão do Mundial de 2026 à FOX e à Telemundo sem ouvir sequer as propostas de outros concorrentes. Mais: os direitos foram vendidos pelo mesmo preço do Mundial de 2022, quando se espera que sejam disputado entre 46 equipas em vez de 32— o que traz muito mais jogos — e a partir da América do Norte, pela primeira vez desde 1994. A FOX pagará 300 milhões e a Telemundo 350 milhões de dólares.

Não é certo que o Mundial se concretize na América do Norte, aliás, o contrato entre a FIFA, a FOX e a Telemundo prevê que as cadeias paguem um bónus de 180 milhões e 115 milhões de doláres, respetivamente, no caso do local se confirmar. Até agora, o grupo norte-americano, que inclui os EUA, México e Canadá, é o único candidato.

Apesar destas condições, Frank Dunne, especialista de mercados desportivos, considera que a FIFA “teria conseguido bastante mais se tivesse optado por um processo aberto”. A cadeia desportiva ESPN, um negócio da Disney, já demonstrou o seu descontentamento após tomar conhecimento da decisão através de um comunicado de imprensa. O Ministério da Justiça americano está a investigar a possibilidade de corrupção.

Este acordo é especialmente relevante para as cadeias televisivas numa altura em que os eventos ao vivo são dos mais valiosos na transmissão e o preço dos direitos tem ascendido continuamente.

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Joseph Stiglitz: Trata-se o limite do défice “como se fosse dado por Deus”

  • Marta Santos Silva
  • 30 Maio 2017

"De onde vieram os [limites europeus para] o défice e a dívida? Não há base económica para eles", afirma Joseph Stiglitz, prémio Nobel da Economia e crítico do euro. "São falíveis. Estavam errados".

Joseph Stiglitz criticou esta terça-feira a organização da zona euro, em especial a forma como foram criados os limites para o défice, a dívida ou a inflação. O antigo laureado com o Nobel da Economia afirmou, nas Conferências do Estoril, que o euro foi “resultado dos tempos”, e que se tivesse sido criado “depois da crise de 2008, não haveria tanta fé no mercado”.

Joseph Stiglitz, economista norte-americano, criticou duramente o euro nas Conferências do Estoril.Paula Nunes/ECO

Joseph Stiglitz fala esta terça-feira nas Conferências do Estoril enquanto vencedor do prémio Estoril Global Issues Distinguished Book Prize 2017, pela sua obra O Euro e a sua ameaça ao Futuro da Europa. O prémio foi-lhe apresentado pelo reitor da NOVA School of Business & Economics, Daniel Traça.

O economista norte-americano afirmou que o euro “foi desenhado para restringir o Governo” e limitar decisões nacionais sobre défice, dívida ou política monetária. Mas, referiu, de onde vieram os números usados para as limitar? O limite de 3% no défice, o de 60% do PIB para a dívida ou o de que a inflação não deve ultrapassar os 2% foram alguns dos exemplos dados por Stiglitz. “De onde vieram estes números?”, perguntou na sua intervenção no Centro de Congressos do Estoril, ao receber o prémio. “Não há base económica para eles. Mas hoje, na Europa, tratam-se como se fossem dados por Deus. Como se fosse uma violação das leis básicas da natureza quebrar essas regras”.

“Mas são feitos por pessoas, e são falíveis”, acrescentou. “Na verdade, estavam errados”. E o problema, afirma ainda o economista, está na zona euro em si. “Era suposto trazer prosperidade”, referiu, e criar um sistema em que os países mais pobres eram elevados ao nível dos mais ricos. “Em vez disso, levou a um sistema divergente com os mais ricos a ficarem mais ricos e os mais pobres a ficarem mais pobres“, acrescentou.

No seu livro que lhe valeu esta terça-feira o prémio, Stiglitz critica a moeda e apresenta três caminhos possíveis para salvar a Europa dos problemas do euro, que incluem reformas fundamentais na zona euro e nas imposições aos países que pertencem à moeda única, um fim da moeda, ou um novo sistema a que chamou o ‘euro flexível’.

A zona euro, disse esta segunda-feira, foi um projeto que resultou de uma perspetiva um pouco ingénua da época. “Alguns anos após a queda do Muro de Berlim, muitas pessoas interpretaram o fim do Império Soviético como testemunho da forma do sistema capitalista ocidental. Mas não era. Era testemunho da fraqueza do sistema comunista, que não poderia resultar”, afirmou o economista premiado. “Se o euro tivesse sido fundado uns anos mais tarde, depois da crise de 1997 ou 1998, ou depois da crise de 2008, não haveria tanta fé no mercado”, acrescentou.

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Costa: “Ninguém deixa de ser ministro para ser presidente do Eurogrupo”

  • Lusa
  • 30 Maio 2017

António Costa afirmou que uma eventual presidência do Eurogrupo pelo ministro das Finanças não o retira do seu ministério, porque as regras obrigam a que seja um governante o presidente da entidade.

O primeiro-ministro, António Costa, afirmou esta terça-feira que uma eventual presidência do Eurogrupo pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, não o retira do seu ministério, porque as regras obrigam a que seja um governante o presidente da entidade.

“A regra é que o presidente do Eurogrupo é ministro. Ninguém deixa de ser ministro para ser presidente do Eurogrupo”, assinalou Costa, que falava em conferência de imprensa no final da cimeira entre Portugal e Espanha, em Vila Real.

O chefe do Governo português foi questionado sobre uma eventual candidatura portuguesa à liderança das reuniões de ministros da zona euro, e lembrou que “o ministro Centeno já disse que se a questão se puser está disponível”.

O importante, disse António Costa, é que haja no caso ibérico uma “visão coincidente” dos interesses e do futuro da zona euro.

O chefe do Executivo espanhol, Mariano Rajoy, foi também questionado sobre um eventual apoio de Madrid a uma candidatura portuguesa, e respondeu: “Sempre preferimos os amigos aos desconhecidos“.

A 29.ª cimeira bilateral entre Portugal e Espanha arrancou na segunda-feira e terminou hoje, em Vila Real, com os executivos de ambos os países a assegurarem reforço da cooperação transfronteiriça em áreas como energia, infraestruturas e ambiente.

As cimeiras ibéricas são reuniões anuais bilaterais lideradas pelo chefe do Governo de Espanha e pelo primeiro-ministro de Portugal e nas quais se discutem questões de interesse para ambos os executivos e projetos de cooperação entre os dois países.

Esta foi a primeira reunião do género com António Costa como chefe do Governo de Portugal, já que em 2016 não decorreu a cimeira devido à conjuntura política de Espanha, na altura com um executivo de gestão.

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Costa: “Não há dado económico que não diga o óbvio: o rating deve ser revisto”

Para António Costa, "não faz muito sentido" que as agências mantenham a mesma avaliação de rating hoje como se nada tivesse acontecido desde 2011.

É o tema da ordem do dia para o Governo: a notação financeira das agências de rating, que continuam a manter Portugal num nível lixo. Mas para António Costa, essa avaliação que fazem de Portugal deve ser revista. “Manter a notação financeira hoje como se nada tivesse acontecido desde 2011 não faz muito sentido”, declarou o primeiro-ministro. “Não há dado económico que não diga o óbvio: que o rating deve ser revisto”, reforçou ainda.

“É manifesto que a avaliação de hoje de Portugal é muito diferente da situação que era em 2011”, começou por declarar Costa depois da XXIX cimeira entre Portugal e Espanha, em Vila Real.

Para o primeiro-ministro, Portugal encontra-se hoje em dia numa posição económica e financeira muito mais favorável. Razão pela qual agências de notação como a Moody’s, Fitch e Standard & Poor’s devem atribuir à dívida do país um grau de investimento.

“O facto de a comissão europeia ter proposto que Portugal saia do Procedimento por Défice Excessivo só reforça esta ideia, é a própria Comissão europeia que reconhece que há confiança no futuro da economia portuguesa para de um modo duradouro e sustentável termos um défice que cumpra as regras europeias e que mantenhamos uma trajetória sustentada da redução da nossa dívida”, sublinhou Costa.

E exemplificou com vários indicadores económicos que conferem ao país margem para exigir um melhor rating das agências, algo que iria permitir baixar os custos de financiamento do país.

“Tivemos um bom saldo primário no ano passado. Vamos ter o maior saldo primário da zona euro este ano. Vamos continuar a reduzir o défice e vamos sobretudo continuar a reduzir sustentadamente a dívida”, considerou o governante português. “Temos hoje um sistema financeiro o estabilizado. Estamos a crescer a um ritmo acentuado. Crescemos 2,8% no primeiro trimestre. Todos os sinais que temos é que este trimestre vamos acelerar outra vez o ritmo do nosso crescimento. Hoje foi anunciado que num ano foram criados 164 mil postos de trabalho em termos líquidos. Baixamos a taxa de desemprego em mais de dois pontos percentuais. Estamos finalmente abaixo da fasquia dos 10%“, argumentou.

Deste modo, António Costa concluiu que não há indicador que não infira o óbvio, que o rating deve ser melhorado. “Quando for revisto, não será necessariamente uma surpresa”, disse.

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Credores da Oi têm dez dias para reclamar

Já começou o prazo de dez dias úteis para impugnação da lista de credores da Oi, bem como o de 30 dias úteis para apresentação de objeções ao plano de recuperação judicial da empresa.

O prazo para impugnação da lista de credores da Oi já começou. Numa nota enviada aos mercados esta segunda-feira, a operadora brasileira informa que a partir dessa data começa o prazo legal de dez dias úteis para a apresentação de “impugnações à relação de credores” da empresa ao juízo da recuperação judicial.

Como o ECO noticiou há duas semanas, a lista de credores já foi tornada pública pelo administrador judicial. Trata-se de um vasto documento de 356 páginas sob a forma de tabelas em letras miúdas. Entre as linhas inscreve-se um conjunto bastante alargado de particulares, empresas e instituições, perante o qual a Oi tem uma dívida que alcança os 17 mil milhões de euros.

Recorde-se também que a assembleia-geral de credores da Oi está apontada para setembro. Na última semana, Luís Palha da Silva, o presidente executivo da Pharol PHR 0,00% , acionista maioritária da Oi, disse ao ECO ser “um prazo que obriga a uma intervenção muito apertada de toda a gente”. Mas acrescentou: “Continua-nos a parecer possível”.

Nessa altura, Palha da Silva recordou também: “Esta assembleia-geral de credores tem de contar com os processos que já estão em curso, nomeadamente de definição de uma lista mesmo final de credores. Há também o período que está a contar neste momento de reclamações por parte daqueles que eventualmente se sintam prejudicados pela lista final de credores.” É esse que foi agora definido.

Decorre também, desde esta segunda-feira, o prazo de 30 dias úteis “para o oferecimento de objeções ao plano de recuperação judicial”. Recorde-se que a empresa está ao abrigo desse processo desde meados do ano passado, com vista a evitar a falência. Recentemente, em março, a empresa aprovou ajustes ao plano de recuperação, como a conversão de dívida em ações.

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