Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

Theresa May tenta a todo o custo acalentar os conservadores britânicos, enquanto a Ryanair diz 'chega' aos paninhos quentes e enfrenta os pilotos. Coreia do Sul diz que foi roubada por Kim.

Um divórcio duro ou suave? A resposta a essa questão pode valer a Theresa May o cargo de primeira-ministra britânica… mas a conservadora não se deixa cair tão facilmente e já dá passos para garantir a sua continuidade nessa posição. De modo oposto trata a Ryanair os seus pilotos. Depois de ter iniciado conversações com os sindicatos para evitar greves em Portugal, Itália e Irlanda, a irlandesa diz ‘chega’ às concessões e agarra o touro pelos cornos. Na Ásia, a Coreia do Sul queixa-se do desaparecimento de milhares de milhões de won em criptomoedas e acredita que a Coreia do Norte seja a autora do crime. Ainda na península, o herdeiro da Samsung despede-se da prisão e pela Europa, Berlusconi pode estar perto de um regresso estrondoso.

The Guardian

Ryanair não cede às exigências dos pilotos

Depois de ter cedido e reconhecido os sindicatos dos pilotos para evitar uma greve em Portugal, em Itália e na Irlanda, a Ryanair avisa que não se curvará perante as exigências “risíveis” desses profissionais. As conversações atingiram, assim, um novo impasse e Michael O’Leary já adiantou mesmo aos investidores que a transportadora aérea deve ser alvo de paralisações, durante a Páscoa. O representante da irlandesa reforçou que prefere esse cenário a “reduzir a produtividade da companhia”. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso livre / conteúdo em inglês).

Bloomberg

Berlusconi mais perto da maioria, do que sondagens fazem crer

A coligação de centro-direita representada por Silvio Berlusconi pode estar mais próxima de conseguir uma maioria, nas eleições de 4 de maio, do que as sondagens têm feito crer. O antigo primeiro-ministro poderá conquistar assentos parlamentares suficientes para formar um Governo se o “fator de timidez” — que faz as intenções de voto em partidos de direita não serem tão prontamente reveladas — se confirmar e se a nova nova lei eleitoral que dá preferência às coligações surtir o efeito esperado. Leia a notícia completa na Bloomberg (acesso livre / conteúdo em inglês).

Reuters

Coreia do Sul acusa Norte de lhe roubar milhares de milhões em criptomoedas

A Coreia do Sul acredita que a Coreia do Norte não só lhe roubou, no ano passado, milhares de milhões de wons (moeda sul-coreana) em criptomoedas, como também está a tentar invadir as suas plataformas de compra e venda deste tipo de moedas digitais. A notícia foi avançada por um membro do Parlamento liderado por Chung Sye-kyun. Leia a notícia completa na Reuters (acesso livre / conteúdo em inglês).

Independent

Pressionada, May distancia-se da UE

Depois do divórcio estar concretizado, o Reino Unido deixará “categoricamente a união aduaneira” europeia. O anúncio foi feito por Theresa May para acalentar os conservadores britânicos, numa altura em que tem crescido a especulação em torno da sua continuidade na liderança do partido, caso escolha “suavizar” a saída. Há mesmo relatos de que, nesse cenário, será lançada uma campanha para a retirar das funções que atualmente ocupa. Leia a notícia completa no Independent (acesso livre / conteúdo em inglês).

CNN Money

Suspensa pena de prisão doherdeiro da Samsung

Depois de, em agosto, ter sido considerado culpado de corrupção e condenado a cinco anos de prisão, Lee Jae-yong acaba de ver a sua pena reduzida para dois anos e meio e suspensa por cinco. O herdeiro da Samsung, que estava há quase um ano na prisão, pode agora voltar ao seu papel de vice-presidente da Samsung Electronics. Leia a notícia completa na CNN Money (acesso livre / conteúdo em inglês).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mário Morgado: “O segredo de justiça é um entrave à comunicação”

Mário Morgado, vice-presidente do Conselho Superior da Magistratura, dá uma entrevista em exclusivo à Advocatus de fevereiro em que admite que concorda, sem hesitar, com a delação premiada.

O número dois dos juízes em Portugal dá uma entrevista em exclusivo à Advocatus de fevereiro em que admite que concorda, sem hesitar, com a delação premiada, em que acredita que os juízes têm de largar o papel de uma vez por todas e defende que ninguém deve ficar fora do acesso ao direito, mas “quem pode pagar, deve pagar”. Quer abrir a Justiça aos cidadãos mas não quer “escancarar as portas” à comunicação social e admite que o segredo de Justiça é um entrave a essa mesma comunicação. Leia parte da entrevista.

É um homem já habituado aos holofotes da comunicação social. Que contributos pode dar para a abertura da Justiça ao mundo?

A linguagem jurídica, que é incontornavelmente uma linguagem técnica, e os tempos próprios da justiça, que têm a ver com imperativos de reflexão, contraditório, recato e rigor, são elementos que dificultam a comunicação da justiça. Diria que o meu contributo passa pela compreensão de que, apesar de tudo, temos que comunicar, em prol da cidadania e da transparência. O caminho faz-se caminhando… É o que temos tentado fazer e vamos aprofundar, quer no âmbito do Conselho, quer no plano das Comarcas.

O segredo de justiça não ajuda a essa comunicação?

À partida, é verdade que o segredo de justiça é um limite à comunicação. Mas o segredo de justiça visa, antes do mais, proteger a investigação e significa, essencialmente, proibição de acesso ilimitado ao processo por parte do arguido. Daí que a própria lei permita que a autoridade judiciária proceda aos necessários esclarecimentos públicos, desde que não prejudiquem a investigação. Pode, por exemplo, divulgar-se a existência de determinado processo, bem como o respetivo objeto, ou a identidade dos envolvidos. O mesmo acontece em matéria disciplinar, uma vez que o Código de Processo Penal é subsidiariamente aplicável.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mais de 80% das casas vendem-se em menos de seis meses

O período que demora atualmente para vender casas compara com os cerca de dois a três anos que eram necessários há dois anos para concretizar um negócio, revela a APEMIP.

O setor imobiliário está ao rubro, com o aumento dos preços e do número de transações, mas também da aceleração do tempo de venda. Mais de 80% dos imóveis já levam menos de seis meses até serem vendidos.

A conclusão surge nos dados divulgados no barómetro Imobiliário da APEMIP, relativo ao mês de dezembro, permitindo atestar a forte dinâmica do mercado imobiliário. “É absolutamente fabuloso assistir a esta dinâmica, sobretudo quando comparada com aquela que existia há cerca de dois/ três anos, em que os ativos em carteira levavam até dois anos a ser transacionados”, explica o Luís Lima, Presidente da APEMIP.

Tempo médio de venda das casas

Fonte: APEMIP

Mas mais de um terço das vendas são concretizadas num ritmo ainda mais acelerado. De acordo com este barómetro da associação das imobiliárias, 37,78% das transações acontecem num período inferior a três meses. Apenas 4,44% dos imóveis necessitam de mais de 12 meses para serem vendidos, revela ainda esta estudo que tem por base um inquérito realizado junto de empresas imobiliárias e o cruzamento com dados de entidades públicas e privadas.

O levantamento da APEMIP permite concluir ainda que cerca de 55,6% das vendas realizadas foi de imóveis com preços até 175 mil euros, valores que, nas palavras do representante das imobiliárias “espelham o grosso das vendas feitas no mercado doméstico”.

Já no que diz respeito às tipologias mais vendidas, mais de metade (61%) recaiu sobre T1 e T2, seguindo-se os T3 no topo das preferências dos portugueses com 31% das transações efetuadas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CTT substituem 19 de 22 lojas por pontos de acesso

Os correios vão substituir 19 das 22 lojas que vão fechar em pontos de acesso nas proximidades. Empresa entende que "limita assim a três" a redução dos pontos de acesso.

Francisco de Lacerda, presidente executivo dos CTT.INÁCIO ROSA/LUSA 12 Março, 2014

Os CTT anunciaram que vão assegurar 19 novos postos de correio na rede de atendimento, depois de anunciarem o fecho de 22 balcões em sítios onde exista uma alternativa nas proximidades. A medida, diz a empresa, “limita a três a redução dos pontos de acesso” considerando o fecho anunciado no início do ano das mais de duas dezenas de lojas.

A abertura dos novos postos de correio é um trabalho que está a ser desenvolvido pela companhia em conjunto com “as autoridades e particulares nos diversos locais”. Quando o ECO avançou em exclusivo com a intenção do fecho de 22 balcões até ao fim do trimestre, os CTT ficaram debaixo de fogo, com autarcas e populações a contestarem a decisão. Em causa, receios de que a empresa possa comprometer o fator da proximidade que é contemplado no contrato público de concessão do serviço postal universal.

“Os CTT têm estado a trabalhar com as autoridades e particulares nos diversos locais, tendo já aberto ou assegurado a abertura de 13 novos estabelecimentos postais (postos de correios) nas envolventes das 22 lojas cujo encerramento foi anunciado, encontrando-se ainda em negociação seis [postos] adicionais”, afirma a empresa num comunicado enviado esta segunda-feira às redações — dia em que a administração liderada por Francisco de Lacerda se reuniu com autarcas sobre este mesmo assunto.

Os postos de correio não são iguais às lojas que os CTT pretendem fechar. Enquanto a loja é um estabelecimento dedicado exclusivamente à empresa, um posto é como um ponto de acesso que se poderá localizar, por exemplo, numa papelaria. A própria empresa faz a distinção entre os dois conceitos: “A rede de atendimento dos CTT é atualmente composta por um número total de 2.366 estabelecimentos postais (pontos de acesso), correspondentes a 598 lojas e a 1.768 postos de correio”, lê-se na mesma nota.

Aliás, esta segunda-feira, a agência Lusa, a título de exemplo, deu conta de que uma estação de correios que vai ser encerrada em Paços de Brandão (Santa Maria da Feira) vai ser substituída por um balcão de atendimento numa loja de materiais de construção nas proximidades. Segundo a empresa, 49 estabelecimentos foram abertos nos últimos quatro anos.

Não é claro porque é que a empresa está a fechar as lojas para abrir pontos de acesso em localizações próximas das originais, mas o corte nas despesas é uma forte hipótese. Apesar de já ter garantido que não vai despedir trabalhadores em funções nas lojas a encerrar, a empresa tem em curso um plano de reestruturação que prevê a saída de 1.000 pessoas até 2020, a maioria pessoas já perto da idade da reforma. Em causa, a diminuição do volume do correio causada pela digitalização das comunicações.

Por fim, a empresa sublinha ainda que assegura “a prestação dos serviços postais às populações, com proximidade e qualidade especificada e mantendo sempre os direitos e continuando sujeitos às obrigações” do contrato público em vigor com o Estado português.

Como noticiou o ECO, os CTT já tinham indicado que pretendiam avançar com a instalação de 14 novos pontos de acesso em localidades que irão ficar sem loja dos CTT. Também não fica claro se estes 19 postos se somam aos 14 já anunciados, ou se se trata apenas da garantia de cinco postos adicionais aos que estavam a ser negociados a 17 de janeiro. O ECO está a tentar esclarecer alguns pontos junto da empresa, mas não tinha recebido resposta à hora de publicação deste artigo.

A justificação dada pela empresa no comunicado esta segunda-feira também é vaga neste aspeto. A empresa de Francisco de Lacerda indica apenas que “a cada momento, tendo sempre presente critérios de proximidade, analisa as oportunidades de proceder a alterações na sua rede de atendimento, promovendo formas alternativas de atender às legítimas necessidades das populações e dos seus clientes, com o objetivo de proporcionar sempre uma melhor qualidade global nos serviços que presta às populações”.

Situação vai ser discutida caso a caso

À saída da reunião com a administração dos CTT, os autarcas frisaram uma vez mais o seu descontentamento. “São razões economicistas”, defendeu Bernardino Soares, presidente da câmara de Loures. “Há municípios que deixam de ter uma estação de correios de todo”, garantiu, em declarações aos jornalistas, transmitidas pela RTP3.

“O serviço público não esta a ser bem prestado”, somou o autarca do Seixal, antecipando que a administração “não vai ficar por aqui” na lista de encerramentos. Joaquim Santos adiantou que ficaram planeadas “reuniões específicas para tratar cada caso”, mas notou que “o problema do Seixal é o mesmo de Loures, Odivelas ou Alpiarça”.

(Notícia atualizada às 12h32)

 

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Ex-líder do PSD/Lisboa desafia Rui Rio a rever moção de estratégia

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

Miguel Pinto Luz escreveu ao novo líder do PSD, a quem diz que a moção que apresentou durante a campanha tem "omissões", desafiando-a a revê-la para a apresentação no congresso do partido.

Miguel Pinto Luz, ex-líder do PSD/Lisboa e atual vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, enviou uma carta a Rui Rio, deixando-lhe sete perguntas e algumas linhas vermelhas que considera que o novo líder do PSD não pode ultrapassar. Pinto Luz desafia Rio a rever a sua moção, que contém “omissões”, e exige uma vitória nas próximas legislativas.

“Ao contrário do que alguns têm tentado afirmar publicamente, o mandato agora conquistado não lhe permite não vencer as próximas eleições legislativas. Pelo contrário, tem o dever de conduzir o partido à terceira vitória consecutiva nas eleições legislativas”, refere o social-democrata, na carta a que a Lusa e o Público (acesso condicionado) tiveram acesso.

O social-democrata aponta também as “omissões” na moção de Rui Rio: “O mandato agora conquistado não lhe permite viabilizar o próximo Orçamento do Estado“; “não lhe permite estabelecer contactos, ou encontros informais e discretos, com a liderança do Partido Socialista com o propósito de abordar a reedição do Bloco Central“; “também não lhe permite que o processo de descentralização seja aproveitado para fazer uma regionalização administrativa e opaca”; “nem abalar os pilares da política externa portuguesa construída com o determinante contributo do PSD”.

"O mandato agora conquistado não lhe permite não vencer as próximas eleições legislativas. Pelo contrário, tem o dever de conduzir o partido à terceira vitória consecutiva nas eleições legislativas.”

Miguel Pinto Luz

Vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais

Assim, considera Pinto Luz, “rever a moção só enriquecerá o congresso e a própria liderança”. E sublinha: “os líderes não têm o direito, nem o dever, de se comportarem como se fossem Messias”.

Por fim, Pinto Luz deixa a Rio “questões sobre o futuro do nosso país”:

  1. O que pensa sobre a sustentabilidade do Estado social em Portugal? Como deve ser reformado?
  2. O PSD vai defender o aprofundamento da liberdade de escolha para as famílias, nomeadamente na educação e na saúde?
  3. Como garantir a sustentabilidade do sistema de pensões, respeitando os pensionistas sem penalizar as novas gerações?
  4. Qual a sua proposta para harmonizar o contexto laboral num país com milhares de trabalhadores com vínculos precários?
  5. Que medidas vai apresentar para reter o talento dos nossos jovens, produzido pelas universidades?
  6. Qual o papel do Estado no apoio à Ciência e à Inovação?
  7. A atividade cultural deve merecer apoio público?

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tribunal de Contas diz que continua a haver procedimentos inadequados na ANPC

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2018

Continua a haver procedimentos inadequados no sistema de gestão e controlo dos apoios financeiros concedidos pela Autoridade Nacional de Proteção Civil às associações humanitárias de bombeiros.

O Tribunal de Contas (TdC) concluiu que continua a haver procedimentos inadequados no sistema de gestão e controlo dos apoios financeiros concedidos pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) às associações humanitárias de bombeiros (AHB).

“Continuou a verificar-se inadequação de diversos procedimentos, quer na ANPC, quer no sistema de gestão e controlo dos apoios financeiros concedidos pela ANPC às AHB (e aos seus corpos de bombeiros)”, refere o relatório de seguimento das recomendações formuladas pelo Tribunal de Contas nas auditorias à Autoridade Nacional de Proteção Civil, divulgado esta segunda-feira.

Continuou a verificar-se inadequação de diversos procedimentos, quer na ANPC, quer no sistema de gestão e controlo dos apoios financeiros concedidos pela ANPC às AHB (e aos seus corpos de bombeiros).

Relatório do Tribunal de Contas

Os procedimentos inadequados estão “relacionados com a reduzida integração e eficiência dos meios informáticos, insuficiência de controlos e falta de fiabilidade dos dados, bem como situações novas que carecem de enquadramento e desenvolvimento regulamentar”, concluiu o TdC.

A auditoria visou aferir o grau de acolhimento das recomendações formuladas pelo TdC nos relatórios de 2016, sobre as transferências financeiras da ANPC para as associações humanitárias de bombeiros, e de 2014, à Empresa de Meios Aéreos (EMA) que foi extinta, tendo a gestão do dispositivo passado para a ANPC.

O Tribunal de Contas avança que há um conjunto de recomendações que não foram acolhidas e outras que o foram apenas parcialmente. Nesse sentido, o TdC verificou que “continua a existir um inadequado sistema de controlo da prestação de contas das associações humanitárias de bombeiros, que não comporta a realização de ações sistemáticas de acompanhamento que assegurem o cumprimento das obrigações legais das AHB”.

O TdC concluiu também que “o exame dos sistemas contabilísticos das AHB continuou a revelar insuficiente normalização de procedimentos, ausência de critérios uniformes de classificação e contabilização”.

O exame dos sistemas contabilísticos das AHB continuou a revelar insuficiente normalização de procedimentos, ausência de critérios uniformes de classificação e contabilização.

Relatório do Tribunal de Contas

O Tribunal detetou igualmente divergências na composição do universo das AHB, entre a informação publicitada pela ANPC (412) e o registo no Instituto de Registo e Notariado IRN (437), que “evidenciam falhas na articulação entre estas entidades e, consequentemente, na garantia de que a ANPC fiscaliza o cumprimento do RJAHB [Regime Jurídico das Associações Humanitárias de Bombeiros] por todas as AHB”.

A tribunal constatou ainda que na ANPC existiu “uma grande rotatividade dos cargos de direção e de coordenação [comandantes] que se refletiu na operacionalidade dos serviços e na delegação de competências, cuja publicação ocorreu vários meses após a designação do titular para o cargo”, considerando que tal “consubstancia práticas desadequadas à gestão dos serviços”.

O TdC refere também que nas “áreas administrativa, financeira e patrimonial da sede da ANPC, continuam a não existir manuais de procedimentos”. “A documentação de prestação de contas apresentada pela ANPC, referente ao triénio 2014-2016 revelou inconsistências nos registos, insuficiente e inadequada informação nos anexos às demonstrações financeiras, não permitindo a compreensão do conteúdo das mesmas e das operações efetuadas”, refere o TdC, sublinhando que, em 2014, não foram contabilizados no património, os bens provenientes da EMA, nomeadamente, os meios aéreos.

A auditoria dá ainda conta que os recursos humanos da ANPC integravam elementos vinculados à Escola Nacional de Bombeiros que exerciam funções no Comando Nacional de Operações de Socorro e nos Comandos Distritais de Operações de Socorro, remunerados através de protocolos, “que carecem de adequado enquadramento e regulamentação”.

Perante as situações detetadas, o TdC recomenda ao presidente da ANPC que “promova melhorias no sistema de controlo interno” e “determine a realização de ações de acompanhamento e controlo da atividade da ANPC e das AHB”.

A ANPC deve também emitir “orientações urgentes” às AHB, tendo em vista “a uniformização da classificação, dos registos contabilísticos e dos procedimentos associados aos apoios públicos” e que, nas empreitadas e nas aquisições de bens e serviços com recurso a dinheiros públicos, “respeitem os princípios da concorrência, publicidade, transparência, igualdade, imparcialidade, proporcionalidade e boa gestão”.

O TdC recomenda ainda ao ministro da Administração Interna que providencie “a urgente regularização da afetação de pessoal das AHB em funções na ANPC”.

O Tribunal de Contas exclui desta auditoria a operacionalidade dos meios aéreos e respetiva execução contratual, o modelo de prevenção e combate a incêndios e o SIRESP, bem como a legislação recentemente aprovada.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sonangol só garantiu 85% das receitas que o Estado angolano pretendia para 2017

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2018

Angola exportou 595.604.870 barris de crude, cerca de 70 milhões de barris abaixo do estimado no Orçamento Geral do Estado de 2017.

A petrolífera angolana Sonangol garantiu cerca de 5.750 milhões de euros em receitas fiscais decorrentes da exportação de crude em 2017, o equivalente a 85% da meta que tinha sido traçada pelo Governo.

Segundo dados dos relatórios mensais do Ministério das Finanças sobre as receitas com a venda de petróleo, compilados pela Lusa, entre janeiro e dezembro Angola exportou 595.604.870 barris de crude, cerca de 70 milhões de barris abaixo do estimado no Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2017.

Já em termos de receitas fiscais com a venda de petróleo, o Governo angolano previa angariar 1,695 biliões de kwanzas (9.100 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de dezembro), tendo garantido 1,615 biliões de kwanzas (8.670 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de dezembro) em 12 meses, pelo que também falhou a meta orçamentada, por cerca de 400 milhões de euros.

Especificamente para a Sonangol, que foi liderada por Isabel dos Santos entre junho de 2016 e novembro de 2017, o Governo estipulou no OGE uma previsão de encaixe com receitas fiscais de 1,216 biliões de kwanzas (6.527 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de dezembro), enquanto direitos da concessionária. Contudo, essa receita arrecadada pela Sonangol, segundo os dados mais recentes do Ministério das Finanças, rondou em todo o ano os 1,063 biliões de kwanzas (5.750 milhões de euros, à taxa de câmbio de 31 de dezembro). A Sonangol falhou assim a meta estipulada pelo Governo em quase 800 milhões de euros.

O Presidente angolano, João Lourenço, pediu a 16 de novembro, aos novos administradores da Sonangol, após a exoneração de Isabel dos Santos, para que “cuidem bem” da concessionária estatal petrolífera, por ser a “galinha dos ovos de ouro” de Angola.

Menos de 24 horas depois de a Casa Civil do Presidente da República ter anunciado a exoneração do conselho de administração da Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol), o Chefe de Estado deu posse naquele dia à nova equipa da petrolífera estatal, que passa a ser liderada por Carlos Saturnino. “Continue a ser, para a nossa economia, a galinha dos ovos de ouro. Eis a razão porque fazemos este apelo, para que cuidem bem dela”, disse João Lourenço.

Angola é atualmente o segundo maior produtor de petróleo em África, atrás da Nigéria, com 1,6 milhões de barris de petróleo, produto que tem um peso de mais de 95% nas exportações angolanas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Japonesa Hitachi reforça aposta em Portugal. Quer contratar mais 100 colaboradores

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

Em Portugal desde 2006, consultora Hitachi quer agora reforçar a sua presença em território nacional, com a contração de mais 100 colaboradores -- um investimento superior a um milhão de euros.

Instalada em terras lusitanas desde 2006, a Hitachi Consulting quer agora reforçar a sua presença em Portugal e praticamente duplicar a sua força de trabalho, em território nacional, com a contratação de cem novos colaboradores, em 2018. A consultora escolheu Lisboa para construir o centro de video intelligence, que vai analisar imagens recolhidas por vários dispositivos e dar apoio às regiões da Europa, Médio Oriente e África, avança o Dinheiro Vivo.

“Estamos a viver um momento extraordinário em termos tecnológicos e a Web Summit ajudou-nos. As pessoas que temos cá são ávidas em fazer coisas novas. É incontornável e não há como não o sentir”, sublinha o responsável de serviços de consultoria da Hitachi em Portugal, Constantino Almeida.

Os novos colaboradores serão recrutados na área de sistemas de informação (para funções de consultoria e gestão, com diferentes níveis de experiência), ficando responsáveis pelo “desenvolvimento de software e de algoritmos especializados, como, por exemplo, de machine learning“. Será, assim, feito um investimento “superior a um milhão de euros, para contratar engenheiros, matemáticos e físicos”.

Foi no final do ano passado, durante o Web Summit, que ficou fechada a instalação do novo centro de video intelligence da Hitachi em Lisboa, único na Europa e um dos três em funcionamento a nível mundial (além do Japão e Estados Unidos). O escritório já custou à japonesa meio milhão de euros e assume como foco a criação de soluções de negócio para a inovação social que possam ser utilizadas por organismos públicos e empresas, nomeadamente para resolver o problema de congestionamento das grandes cidades.

Emprego atingirá novo recorde?

Segundo a Michael Page, 2018 será um ano sorridente, no que diz respeito ao emprego em Portugal. A consultora antecipa não só o reforço das contratações (em várias áreas de negócio), como também a escalada da pressão para aumentar os salários.

“Os centros de serviços partilhados, os centros tecnológicos e de I&D, e as áreas de tecnologias de informação (TI) e indústria [serão os setores com mais vagas de emprego este ano]”, adianta a empresa ao Dinheiro Vivo.

No caso da área tecnológica, os conhecimentos mais populares este ano passarão pelas ferramentas de inteligência empresarial, Internet das Cosias e machine learning. Já na indústria, a grande procura de profissionais qualificados fará pressão no sentido da subida dos salários, sendo a retenção desses trabalhadores um desafio para as empresas. A última nota vai para o Porto, que deverá conseguir atrair e manter mais talento, no futuro.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Bitcoin cai 14%. Já vale menos de 8.000 dólares

Os radares de alerta soam em torno da moeda digital que sofre mais um tombo até mínimos de 15 de novembro. Reguladores estão alerta e bancos também.

Se janeiro foi o pior mês de sempre para a Bitcoin, os primeiros dias de fevereiro não parecem querer contrariar essa tendência. A moeda virtual segue em forte queda nesta sessão, perto de 10%, voltando a negociar abaixo da fasquia dos 8.000 dólares.

Com a regulação a apertar e vários olhos postos no fenómeno das moedas virtuais, a pressão vendedora que assola a bitcoin tem vindo a intensificar-se, sendo que esta segunda-feira segue a desvalorizar em torno de 14% para 7.391 dólares. Já não se comprava moeda a um preço tão baixo desde 15 de novembro de 2017, segundo as cotações da Reuters. O máximo registado foi de 18.690 dólares a 18 de dezembro do ano passado.

Bitcoin em mínimos de novembro

Fonte: Reuters

A quebra de valor da bitcoin acontece depois de na passada sexta-feira, o economista Nouriel Roubini, conhecido por ter previsto a crise financeira global de 2008, ter classificado o fenómeno das criptomoedas como “a mãe de todas as bolhas”.

Já nesta segunda-feira, o banco central chinês afirmou que vai apertar a regulação relativamente à participação de investidores nacionais em operação de emissões iniciais de moeda (ICO) internacionais e de moeda virtual, considerando que o risco no setor ainda é elevado.

Também na sexta-feira, pelo menos três bancos anunciaram que já não vão permitir que os seus clientes comprem bitcoin usando cartões de crédito. JP Morgan, Bank of America e Citigroup estão entre este conjunto de instituições. Já nesta segunda-feira, foi a vez do Lloyds Bank revalr que tomou uma decisão idêntica.

A ordem de proibição entra em vigor esta segunda-feira e aplica-se a todos os clientes do Lloyds e entidades do grupo: Bank of Scotland, Halifax e MBNA, sendo que a medida não se aplica aos cartões de débito.

O Lloyds receia que, caso o valor do bitcoin baixe de forma acentuada, tenha de assumir as dívidas dos clientes. “No Lloyds Bank, no Bank of Scotland, Halifax e MBNA não aceitamos cartões de crédito para transações (compra) da criptomoeda”, disse um porta-voz do grupo.

Desde o início do ano, a moeda digital já desvalorizou mais de 45%.

(Notícia atualizada às 15h50 com novas cotações)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Antiga Triumph e Ricon são “infeliz coincidência” quando o têxtil bate recordes, diz a ATP

  • Lusa
  • 5 Fevereiro 2018

Diretor-geral da ATP avança que estimativa da associação é chegar aos 5.200 milhões de euros de exportações, que é o maior número de sempre, superando o recorde de 5.087 milhões de 2001.

A Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) classifica os recentes encerramentos da ex-Triumph e da Ricon como “uma infeliz coincidência” num dos “períodos mais positivos” do setor, que em 2017 atingirá exportações recorde de 5.200 milhões de euros.

As insolvências da antiga Triumph (Loures) e da Ricon (Vila Nova de Famalicão) “acontecem precisamente num dos períodos mais positivos que o setor tem tido nos últimos anos: em 2017 a nossa estimativa é que vamos chegar aos 5.200 milhões de euros de exportações, que é o maior número de sempre, superando o recorde de 5.087 milhões de euros de 2001, que foi o pico antes das crises e dos choques competitivos que sofremos no início da década”, afirmou o diretor-geral da ATP, Paulo Vaz, em declarações à Lusa.

“Só que – acrescentou – nessa altura tínhamos o dobro das empresas e dos trabalhadores que temos hoje, pelo que temos atualmente níveis de produtividade muito maiores”.

Em 2017 a nossa estimativa é que vamos chegar aos 5.200 milhões de euros de exportações, que é o maior número de sempre, superando o recorde de 5.087 milhões de euros de 2001, que foi o pico antes das crises e dos choques competitivos que sofremos no início da década.

Paulo Vaz

Diretor-geral da ATP

De acordo com o dirigente associativo, as dificuldades da antiga Triumph e da Ricon “não eram de hoje, vinham-se arrastando e tiveram agora o seu desfecho”, sendo apenas “uma infeliz coincidência” que não reflete, de todo, a atual situação do setor têxtil e vestuário português.

No caso do grupo Ricon, constituído por oito empresas cujo encerramento e liquidação foi decretado na semana passada pelo Tribunal de Comércio de Vila Nova de Famalicão, deixando no desemprego 800 trabalhadores, Paulo Vaz admite que a excessiva dependência face a um único cliente – a Gant – terá sido um, mas não o único, problema.

E, embora admita que esta dependência face a um quase exclusivo cliente já terá vitimado algumas empresas têxteis nacionais – sendo disso exemplo a fabricante de malhas Thor, que fechou no final dos anos 90 após perder as encomendas da inglesa Next – o responsável acredita que este “não é, hoje, um problema” que ameace o setor em Portugal.

“Por muitas vantagens que em determinadas circunstâncias possa parecer ter uma relação de grande exclusividade com um só cliente, a verdade é que o mundo muda muito depressa, as circunstâncias alteram-se, e de repente estamos com um problema. Mais do que uma regra de gestão, diria que é uma regra de bom senso não colocar os ovos todos no mesmo cesto e fazer uma dispersão, tanto quanto possível, entre vários clientes e mercados. E nós, enquanto associação, estimulamos as empresas para que não caiam nessa armadilha”, afirmou.

Por muitas vantagens que em determinadas circunstâncias possa parecer ter uma relação de grande exclusividade com um só cliente, a verdade é que o mundo muda muito depressa, as circunstâncias alteram-se, e de repente estamos com um problema.

Paulo Vaz

Diretor-geral da ATP

Neste contexto, a ATP vem desenvolvendo desde 2002 um programa de internacionalização apostado em “estimular o contacto e conhecimento de mercados alternativos”, no âmbito do qual a indústria têxtil e vestuário nacional participa atualmente em feiras no Japão, China, Argentina, Colômbia, Brasil, Canadá, Taiwan, Singapura ou Coreia do Sul. O objetivo é “que as empresas tenham consciência de que há mais mundo para lá daquele que conhecem e que é um ato de boa gestão e de prudência diversificarem os seus clientes e destinos de exportação”.

“De uma maneira geral”, Paulo Vaz considera que “as empresas compreendem isso e procuram corresponder”: “As tendências que temos continuam no bom sentido e acreditamos que ainda vamos ter bons anos para diante, que procuraremos explorar da melhor maneira. Até porque hoje as empresas têm claramente uma governance muito mais adequada, uma agressividade comercial muito maior e um conjunto de suportes, nomeadamente no sistema científico e tecnológico, que lhes permite criar a inovação e a diferenciação que agarram os clientes”, sustenta.

Questionado sobre se, em relação ao grupo galego Inditex (dono de marcas como a Zara, Massimo Dutti, Stradivarius e Uterque) não poderá ser considerada excessiva a dependência por parte de algumas empresas nacionais, nomeadamente do norte do país, o diretor-geral da ATP admite que tal aconteça, mas destaca que “Portugal é tão importante para a Inditex quanto a Inditex é importante para Portugal”. “Diria que há aqui uma relação de simbiose que é difícil cortar de cada um dos lados, porque esta relação de proximidade e de trabalho em conjunto também é o segredo e a razão de ser do modelo de negócio da Inditex, que se baseia muito na proximidade e na rapidez de resposta que os modelos de ‘fast fashion’ exigem”, afirmou.

Salientando que, “nisto, Portugal é quase imbatível, já que tem o lead time mais rápido do mundo”, Paulo Vaz aponta ainda a “grande proximidade geográfica, já para não dizer cultural, com a Galiza e com as empresas que aí estão sediadas”. “E é isso que nos dá alguma tranquilidade ou poderíamos ter aí um problema complicado, mas acho que está claramente mais atenuado por esta realidade”, disse.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ADSE quer mais acordos com prestadores “privilegiados”

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

ADSE quer celebrar mais acordos com prestadores de serviços de saúde "privilegiados". Além disso, quer passar a prestar diretamente esse tipo de cuidados através de compras ou de novas unidades.

A ADSE quer celebrar mais acordos com prestadores de saúde “privilegiados” ou “preferenciais”, que garantam preços mais baixos ao instituto e aos seus beneficiários. No seu Plano Estratégico para os próximos três anos, a entidade pública considera “cruciais” esses novos elos e realça a intenção de passar a prestar ela mesma cuidados de saúde, através da participação em unidades já existentes, ou da construção e gestão de novas unidades próprias. O documento a que o Negócios teve acesso é discutido, esta segunda-feira, pelo Conselho Geral e de Supervisão (CGS).

De acordo com o Plano Estratégico da ADSE, estas propostas justificam-se pela “forte dependência” de um número reduzido de prestadores de cuidados de saúde de grande dimensão, pela necessidade de controlar e de reduzir custos e pela vontade de oferecer serviços mais baratos aos beneficiários.

“Este caminho começou a ser feito em 2017, com a celebração de dois acordos com prestadores preferenciais na área oncológica reconhecidos pelo seu serviço de excelência, os quais oferecem valores mais económicos por ato, quer para o beneficiário, quer para a ADSE”, esclarece o documento.

Por outro lado, a possibilidade da ADSE se assumir ela mesma como prestadora direta de serviços de saúde surgiu em 2016, quando o diploma que a transformou num Instituto Público autorizou a sua participação “em entidades de direito privado com ou sem fins lucrativos, bem como a aquisição de participações nessas entidades”.

O Conselho Geral e da Supervisão da ADSE já se mostrou descontente com estas propostas, considerando que o documento deveria ser mais orientado para os beneficiários e mais concreto quanto à previsível evolução da situação financeira. O órgão pede ainda a garantia de que os descontos dos beneficiários não voltem a aumentar.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Câmaras vão poder decidir quais as empresas que pagam derrama

  • ECO
  • 5 Fevereiro 2018

Maior liberdade para decidir a isenção ou redução da derrama. É esse o objetivo do Governo. Decisão vai depender dos postos de trabalho, volume de negócios e setor de atividade das empresas.

Através da revisão da Lei das Finanças Locais, as câmaras vão poder decidir dar isenções ou simplesmente reduzir as taxas de derrama às empresas usando como critérios o volume de negócios da empresa beneficiária, o setor de atividade da mesma ou ainda os postos de trabalho que criam no município, revela o Jornal de Negócios (acesso pago) esta segunda-feira.

O objetivo do Executivo é alargar a margem que as autarquias têm para decidi os níveis de derrama, uma taxa que hoje vai até 1,5% do lucro tributável das empresas. Presentemente existe apenas a possibilidade de de isenção total ou uma taxa reduzido no caso de as empresas terem um volume de negócios no ano anterior inferior a 150 mil euros.

De acordo com o anteprojeto da proposta, a que o Negócios teve acesso, esta baliza desaparece e as assembleias municipais, sob proposta da câmara, passam a decidir tendo apenas o limite dos chamados “auxílios de minimis”, que já se aplicam a todos os benefícios fiscais, fundos comunitários ou quaisquer apoios do Estado. Ou seja, uma empresa pode receber de cada Estado membro no máximo 200 mil euros, num período de três anos consecutivos, claro que há exceções, como por exemplo par as pescas ou agricultura.

Por outro lado, as isenções ou reduções da derrama podem ser atribuída no máximo por cinco anos, mas com possibilidade de renovação por mais cinco. Mas esta renovação só poderá ser feita uma vez.

De acordo com a proposta, as câmara passam a ser obrigadas a aprovar em assembleia municipal um regulamento, que se aplicará à derrama, mas também “a todos os impostos ou tributos próprios” e que “contenha os critérios e condições para o reconhecimento de isenções totais ou parciais, objetivas ou subjetivas”. O objetivo é garantir que fica definido quem tem direito à isenção ou redução da taxa e em que condições.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.