Produtividade vai ajudar economia pela primeira vez em 22 anos

Entre 2018 e 2021, a produtividade vai explicar 15% do crescimento económico. Ainda assim, o emprego continua a ser o motor.

A produtividade vai explicar 15,2% do crescimento económico projetado para os anos de 2018 a 2021. Esta ajuda acontece pela primeira vez em 22 anos. No entanto, continua a ser o emprego o que mais conta para a subida do PIB.

Esta é uma das conclusões que se retira de uma análise feita pelo Banco de Portugal aos fatores de crescimento da economia portuguesa e que acompanha o Boletim Económico, conhecido esta terça-feira, e que atualiza as projeções até 2021.

Neste período, o emprego per capita continua a ser o principal motor do crescimento económico, contribuindo com 43,7% para o crescimento da economia. Em segundo lugar surge como principal fator de crescimento o capital humano (28,9%), uma variável que está ligada ao nível médio de escolaridade. A produtividade dos vários fatores aparece em terceiro lugar na contribuição para o crescimento do PIB e, por fim, o stock de capital é o que menos ajuda a explicar o crescimento económico (com um peso de 12,2%).

Face ao período anterior, entre 2014 e 2017, o peso do emprego baixa, o do capital humano fica praticamente igual, o do stock de capital aumenta e o da produtividade também, já que nesse período o seu contributo tinha sido negativo.

 

O contributo positivo da produtividade para o crescimento económico — algo inédito desde 1999, ano em que começa a análise do banco central — é uma boa notícia para a economia portuguesa.

Na base deste avanço, ainda que sujeito a confirmação e ainda modesto, deverão estar uma melhor afetação dos recursos na economia, numa altura em que os recursos foram dirigidos para setores mais expostos à concorrência e, por isso, mais sujeitos à inovação tecnológica. Também as reformas feitas nos últimos anos terão contribuído para esta evolução.

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Agosto perdeu importância e abril ganhou. Peso do turismo na economia duplica desde a crise

O turismo já não é só sol e praia. Agosto perdeu peso e abril ganhou. A preferência pelo Algarve reduziu e a opção por Lisboa aumentou.

Se as previsões do Banco de Portugal se confirmarem, o peso das exportações de turismo no PIB vai duplicar no espaço de dez anos. Esta é uma das conclusões de uma análise feita pelo Banco de Portugal sobre os desenvolvimentos recentes e as perspetivas futuras das exportações de turismo e que foi divulgada esta terça-feira, juntamente com o Boletim Económico.

Neste documento, o banco central atualizou as suas projeções para 2017-2021. E segundo as contas dos economistas do Banco de Portugal, o peso das exportações de turismo no PIB deverá chegar a 9,3% no último ano do horizonte de projeção. Em 2011, o turismo valia apenas 4,6% do PIB. Um valor muito próximo do registado em 1999, quando valia 4,1%. O que significa que todo o avanço feito pelo setor do turismo aconteceu na última década.

Esta evolução mostra que o Banco de Portugal acredita que, apesar do boom recente no turismo, o setor vai continuar a marcar pontos na economia portuguesa.

Os dados conhecidos até 2017 levam o Banco de Portugal a concluir que os fatores usuais para explicar o crescimento do turismo — como a procura externa e a competitividade através do preço — não foram determinantes. Aliás, o banco admite que os fatores não considerados no modelo de análise usado terão tido “um papel relevante”. Ou seja, o crescimento do turismo em Portugal não teve a ver com uma política de preços baixos.

Um dos pontos analisados pelo banco relaciona-se com o alojamento local. O total de registos de alojamento local [até dez camas] realizados em 2016-2017 totaliza mais de 20% do stock de camas da restante oferta de alojamento turístico. Em 2017, eram 94 mil camas em alojamentos até dez camas num total de 497 mil camas.

Para o futuro, as perspetivas são positivas. “Existe evidência de alterações estruturais no setor que deverão continuar a sustentar um crescimento forte no horizonte de projeção: i) diversificação da proveniência de turistas estrangeiros, ii) distribuição geográfica mais abrangente dos turistas no território nacional, iii) sinais de uma menor sazonalidade dos indicadores e, iv) do lado da oferta, forte aumento da capacidade de alojamento turístico e da presença de companhias aéreas de baixo custo no mercado português”.

Os principais mercados que procuram Portugal para fazer turismo continuam a ser Reino Unido, Alemanha, Espanha e França, com um peso à volta de 60%. No entanto, Brasil, Canadá e EUA começam a procurar Portugal, bem como Ásia e Oceânia, nomeadamente Cinha e Coreia do Sul.

Além disso, os estrangeiros que visitam Portugal já vêm menos no verão e mais outros meses. Em 2017, 12,6% dos turistas fizeram férias em agosto, contra 14% em 2010. Em contraposição está o mês de abril, a ganhar adeptos: 9% em 2017 contra 7,8% em 2010.

Também ao nível das regiões de destino são visíveis alterações. O Algarve perdeu importância. Em 2005, 44,6% dos turistas não residentes iam para aquela região, mas em 2017 já eram só 33,9%. Já a Área Metropolitana de Lisboa passou de 21,5% para 28% no número de dormidas de não residentes face ao total.

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Empresas estrangeiras veem menos obstáculos no investimento em Portugal do que as nacionais

Com base em dados do BEI, o Banco de Portugal analisou a leitura que as empresas fazem sobre investir em Portugal, consoante o seu capital é nacional ou estrangeiro.

As empresas estrangeiras que estão em Portugal relatam menos obstáculos ao investimento do que as empresas domésticas. A conclusão consta de uma análise do Banco de Portugal, que acompanha o Boletim Económico divulgado esta terça-feira, e que parte de uma base de dados do Banco Europeu de Investimento (BEI) para os anos de 2016, 2017 e 2018.

O inquérito feito pelo BEI abrangeu um total de 480, 525 e 535 empresas em cada um dos anos analisados. E analisa alguns obstáculos ao investimento para o longo prazo.

Uma das principais conclusões é que quando querem investir, as empresas de capital estrangeiro em Portugal (ou seja, as que têm mais de 50% de capital estrangeiro) veem menos entraves, quando se compara esta diferença de comportamento na média da União Europeia.

Por exemplo, um dos obstáculos observados no inquérito é a incerteza sobre o futuro. Neste ponto, 49,54% das empresas em Portugal consideram que este é um entrave ao investimento. Ao passo que na média da UE uma percentagem menor, de 34,87% olham para este aspeto como um obstáculo na hora de investir.

No entanto, quando se desagrega as empresas pelo tipo de capital, ou seja, entre doméstico e estrangeiro, as diferenças são grandes. Em Portugal, as empresas de capital estrangeiro responderam menos 17,52 pontos percentuais dos que as de capital nacional que a incerteza sobre o futuro é um obstáculo ao investimento. Esta diferença baixa para 7,11% pontos percentuais quando se olha para a média da UE.

Este é aliás o obstáculo onde a diferença entre o tipo de capital é maior dentro de Portugal. No entanto, as empresas nacionais identificam como principal entrave ao investimento os custos da energia, com 50,43% das empresas a apontar para este fator. Porém, o capital da empresas não tem tanto influência, já que as de capital estrangeiro responderam menos 5,11 pontos percentuais do que as de capital nacional que os custos da energia são um obstáculo.

O mesmo inquérito permite ainda concluir que as empresas de capitais domésticos são mais dependentes de financiamento bancário do que as de capital estrangeiro.

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Lisboa cede pelo quarto dia à pressão da energia e BCP

A bolsa nacional acompanha as quedas das pares europeias num período marcado pelo agudizar dos receios sobre a economia global. A Galp e o grupo EDP, bem como o BCP condicionam o rumo do PSI-20.

A bolsa nacional volta a negociar no vermelho pela quarta sessão consecutiva. Acompanha as quedas das pares europeias num período marcado pelo agudizar dos receios sobre a economia global. A Galp Energia e o Grupo EDP, bem como o BCP, condicionam o rumo do PSI-20.

O índice bolsista de referência nacional abriu a perder 0,35%, para os 4.714,06 pontos, com a maioria dos títulos negativos. Na Europa, o Stoxx 600 iniciou a sessão a perder 0,17%, rumo seguido pelos principais índices um pouco por toda a Europa, depois de também de o índice norte-americano S&P 500 ter encerrado a última sessão em mínimos de um ano.

“Os receios em relação à economia global, a inexistência de avanços materiais nas negociações entre os EUA e a China e algumas incertezas em diversas áreas do globo têm alterado a psicologia dos investidores em diversos aspetos”, diz o BPI no seu Diário de Bolsa desta terça-feira, relativamente ao sentimento que impera nos mercados.

Por cá, o setor da energia é o que mais pressiona o rumo da praça bolsista nacional. A Galp lidera as perdas, com as suas ações a desvalorizarem 1,6%, para os 13,845 euros, num dia marcado por perdas acima de 2% para as cotações do petróleo nos mercados internacionais.

Já no grupo EDP, as ações da elétrica liderada por António Mexia recuam 0,56%, para os 3,01 euros, enquanto as da sua participada EDP Renováveis caem 0,52%, para os 7,6 euros.

O deslize dos títulos da cotada liderada por Manto Neto acontece apesar de a EDP Renováveis ter anunciado na manhã desta terça-feira, antes da abertura do mercado, a venda de uma participação de 13,5% em dois projetos offshore situados em França ao grupo japonês Sumitomo. Com esta operação, a empresa de energias renováveis arrecadou pelo menos 42 milhões de euros, passando agora a deter 29,5% desses negócios.

A pesar no sentimento em torno da EDP poderá estar o facto de a empresa liderada por António Mexia ter chegado a acordo com o Governo no sentido de voltar a pagar a contribuição extraordinária sobre a energia (CESE).

Referência ainda para o recuo do BCP. As ações do banco liderado por Miguel Maya recuam 0,76%, para os 23,54 cêntimos.

Em alta há poucas referência, com a Pharol a ser o principal destaque ao ver os seus títulos somarem 0,55%, para os 18,18 cêntimos, a maior subida do PSI-20.

(Notícia atualizada às 8h21 com mais informação)

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Hoje nas notícias: Polémica da CP, juros da casa e Tancos

  • ECO
  • 18 Dezembro 2018

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Metade do crédito aos consumidores já é contratada nas lojas e os comerciantes recebem comissões pelas vendas. Na imprensa nacional, continua ainda em destaque a polémica em torno da CP. Agora sabe-se que a empresa terá imposto um código de conduta que impede os funcionários de revelar problemas.

Metade do crédito ao consumo aos consumidores é contratado nas lojas

Cerca de metade do crédito ao consumo já é feito no ponto de venda. Os dados são do Relatório de Estabilidade Financeira de dezembro, do Banco de Portugal, que dão conta de que o peso das sete maiores instituições financeiras é de cerca de 50%. Em 2017, os intermediários de crédito vinculativo colocaram 45% do montante de crédito ao consumo. Os aumentos dos acordos com as entidades comerciais e o desenvolvimento de produtos financeiros partilhados, como os cartões de crédito próprios, são algumas das explicações para o aumento de cerca de 10% face a 2016.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Erro administrativo tira quatro milhões aos salários da Polícia Judiciária

Um erro administrativo tira quatro milhões aos salários da Polícia Judiciária. O Centro de Arbitragem confirma o lapso e o sindicato processa o Estado tendo em vista a recuperação do dinheiro. O subsídio de risco é liquidado por valores abaixo da lei pelo menos há oito anos. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (edição impressa)

CP impõe silêncio a trabalhadores

A empresa ferroviária impôs um código de conduta que impede os trabalhadores de denunciar problemas. A notícia avançada pelo Jornal de Notícias surge um dia depois de se ter ficado a saber que o diretor de material circulante da CP, José Pontes Correia, foi exonerado no início deste mês. Em causa, segundo o jornal Público, o facto de ter demonstrado desacordo com um ato de gestão da administração da empresa. Face à falta de material, a CP decidiu prolongar o ciclo de manutenção dos rodados das automotoras elétricas o que levou o diretor a levantar questões de segurança para os passageiros. Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (edição impressa).

Juros da casa negativos até final de 2020

Os contratos futuros da Euribor a três meses colocam os juros da casa em níveis negativos até setembro de 2020, apesar dos últimos meses terem sido marcados pelo fim das quedas das Euribor. Trata-se de uma reação ao tom cauteloso de Mario Draghi na última reunião do BCE, que revelou uma revisão em baixa das projeções de crescimento na zona euro. Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Tancos: ex-militar escapou à operação e não foi ainda detido

Na operação levada a cabo na manhã de segunda-feira pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) e pela Polícia Judiciária (PJ) foram detidos oito civis, mas o objetivo era terem sido nove. Segundo o Diário de Notícias, o nono suspeito que fugiu às autoridades será um cabo a quem o comandante do Regimento de Engenharia 1 instaurou um processo disciplinar depois do processo de averiguações internas após o furto nos paióis. Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago).

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Construtora MSF vai à falência com 157 milhões por receber

  • ECO
  • 18 Dezembro 2018

A empresa diz nos documentos relacionados com a insolvência entregues ao tribunal que "a única solução que viabilizaria a empresa seria o início de um processo de recebimento da dívida de Angola".

A construtora MSF Engenharia viu-lhe ser declarada a insolvência no início de dezembro, mas “cai” com um total de 156,7 milhões de euros de créditos por receber, dá conta o Jornal de Negócios (acesso pago) nesta terça-feira. Este valor é ainda assim aquém face aos 280 milhões de euros de dívidas que a construtora tem a bancos, trabalhadores e fornecedores.

O jornal cita a documentação entregue em tribunal para requerer a declaração de insolvência, onde sobressai que, só em obras realizadas em África e no mercado nacional, a empresa tem mais de 55 milhões de euros a receber.

A empresa diz, aliás, nos documentos entregues ao tribunal que “a única solução que viabilizaria a empresa seria o início de um processo de recebimento da dívida de Angola“. Esse pagamento permitiria ultrapassar a falta do desembolso de 12,75 milhões de euros do financiamento que ficou previsto no âmbito do Processo Especial de Revitalização (PER) de 2017, assim como garantiria “as operações de 2019” e “uma verba substancial para utilização como colateral na emissão de garantias bancárias para futuros concursos”.

Só o gabinete de reconstrução nacional de Angola terá uma dívida 46,4 milhões de euros à MSF, com uma antiguidade de oito anos. Também haverá dívidas a receber da Guiné Equatorial, Omã, Cabo Verde e Senegal.

Já em Portugal, a empresa terá, entre outros, um crédito de 37,9 milhões sobre acionistas seus, direta e indiretamente, relativos a suprimentos.

Os créditos que a MSF tem a haver são, contudo, insuficientes face às suas dívidas que ascendem a mais de 280 milhões de euros. À Segurança Social a dívida é superior a um milhão de euros e aos fornecedores é de cerca de 21,3 milhões. Mas os bancos são os maiores credores da empresa.

O Novo Banco é o maior credor, tendo, entre créditos vencidos e não vencidos, 114,6 milhões a receber. Segue-se a Caixa Geral de Depósitos, com cerca de 58,4 milhões de euros, e o BCP, com 23,2 milhões.

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Parlamento francês reviu em alta défice orçamental para 2018 e 2019

  • Lusa
  • 18 Dezembro 2018

Assembleia Nacional francesa atualizou o projeto de Orçamento do Estado, onde se reveem em alta os valores do défice orçamental para o equivalente a 2,7% do produto interno bruto (PIB) em 2018.

A Assembleia Nacional francesa atualizou esta segunda-feira o projeto de Orçamento do Estado, onde se reveem em alta os valores do défice orçamental para o equivalente a 2,7% do produto interno bruto (PIB) em 2018 e 3,2% em 2019.

Os valores iniciais eram respetivamente de 2,6% do PIB em 2018 e 2,8% em 2019.

Na abertura dos debates em nova leitura do projeto de orçamento, os deputados aprovaram uma proposta governamental de ajustar estas taxas.

O próprio primeiro-ministro Edouard Philippe tinha anunciado ao jornal Les Échos este agravamento do défice para 3,2% do PIB, apesar de a França estar sob vigilância estreita da Comissão Europeia.

O Governo considerou algumas medidas anunciadas para responder à crise dos designados “coletes amarelos”. É designadamente o caso da supressão integral da subida da taxa interna de consumo sobre os produtos energéticos, que deveria vigorar a partir de 1 de janeiro de 2019, e do aumento do salário mínimo em 100 euros.

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Metade do crédito ao consumo já é contratado diretamente na loja

  • ECO
  • 18 Dezembro 2018

Contratos de empresas com grandes cadeias de distribuição asseguram a venda dos produtos e, simultaneamente, o crédito para os comprar.

As entidades financeiras especializadas estão a “roubar” negócio à banca. Isto porque metade do crédito ao consumo já é contratado diretamente nas lojas, escreve esta terça-feira o jornal Público (acesso condicionado). O crescimento é explicado pelos acordos destas empresas com as grandes cadeias de distribuição, que asseguram ao mesmo tempo a venda dos produtos e do crédito para os comprar.

De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira de dezembro do Banco de Portugal, o peso dos sete maiores bancos nas novas operações de crédito a particulares é cerca de 50%, o que compara com cerca de 90% nos outros segmentos. A publicação explica que as pessoas optam por fazer já metade dos contratos de crédito nos pontos de venda dos produtos ou serviços, o que retira muitas vezes aos consumidores a compreensão de todas as condições dos empréstimos.

Adianta ainda que uma parte substancial das novas operações de crédito ao consumo é feita por instituições pertencentes a grupos internacionais.

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EDP Renováveis arrecada 42 milhões de euros com venda de eólicas em França

A empresa de energias limpas vendeu 13,5% da sua participação nos projetos eólicos offshore Yeu-Noirmoutier e Dieppe-Le Trépor, em França. Ficou com 29,5%.

A EDP Renováveis fechou mais um negócio, desta vez em França. A energética liderada por Manso Neto vendeu uma participações de 13,5% de dois projetos eólicos offshore naquele país a um grupo japonês, operação que lhe permitiu arrecadar para já 42 milhões de euros, deu conta em comunicado enviado ao mercado.

“A EDP Renováveis anuncia a venda de uma participação de 13,5% nos projetos eólicos offshore Yeu-Noirmoutier e Dieppe-Le Tréport, ambos em França, a duas empresas controladas pela Sumitomo Corporation (”Sumitomo”), a SRPN SAS e a SRPT SAS”, começa por adiantar o comunicado publicado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários nesta terça-feira.

A Sumitomo é um grupo industrial japonês que opera no setor de energia eólica no Japão, na Europa, nos Estados Unidos, na África do Sul e na China.

A EDP Renováveis adianta ainda que a venda se concretizou através de um primeiro pagamento de 42 milhões de euros, valor que explica “poderá aumentar no futuro se certas condições contratualizadas ocorrerem“, sem concretizar quais.

Com esta alienação, a EDP Renováveis reduz a sua participação naqueles projetos eólicos, para 29,5%. Os projetos eólicos offshore Yeu-Noirmoutier e Dieppe-Le Tréport têm cada um capacidade esperada de 496 MW e, em abril de 2014, foram selecionados pelo Governo francês para serem desenvolvidos, construídos e operados.

“Atualmente ambos os projetos encontram-se em desenvolvimento e espera-se que o início das operações ocorra na primeira metade da próxima década”, explica ainda a empresa liderada por Manso Neto.

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5 coisas que vão marcar o dia

BdP revê projeções para a economia nacional, no dia em que a AR vota medidas para a habitação e ouve João Manso Neto sobre os CMEC. Lá fora, destaque para as empresas alemãs e o imobiliário dos EUA.

O Banco de Portugal irá dar novas indicações sobre o que esperar da economia portuguesa, no novo Boletim Económico, que será publicado esta terça-feira. No mesmo dia, também a OCDE, o BCE e o Ifo divulgam dados estatísticos que irão prender a atenção dos mercados. No Parlamento português, estarão em destaque o pacote de medidas para a habitação e a comissão parlamentar de inquérito às rendas excessivas da energia.

Banco de Portugal revê projeções para a economia

O Banco de Portugal revê, esta terça-feira, as projeções para a economia portuguesa, no Boletim Económico que deverá ser publicado por volta das 9 horas. O regulador estima, atualmente, que o Produto Interno Bruto (PIB) português cresça 2,3% este ano. Em outubro, o BdP reviu em baixa a evolução do aumento das exportações e investimento e em alta o consumo privado. No mesmo dia, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulga estatísticas do PIB do G20 e o Banco Central Europeu (BCE) publica dados da Situação Financeira Consolidada na Zona Euro.

Pacote de habitação votado na especialidade

As propostas do Governo e as propostas de alterações do PS e do PSD para o pacote legislativo sobre a habitação serão votadas pelos deputados na especialidade, após vários adiamentos que têm feito a data derrapar desde setembro. Depois de revisões para aproximar os projetos do partido do Governo e do partido da oposição (com vista a fazer frente à oposição do BE e PCP), os três diplomas a votos deverão ser aprovados. Estes dizem respeito ao programa de arrendamento acessível, a incentivos fiscais ao arrendamento longa duração e ao regime de arrendamento urbano. Na sexta-feira, os diplomas serão votados na Assembleia da República, em plenário.

Comissão às rendas da energia regressa com Manso Neto

A Comissão Parlamentar de Inquérito ao Pagamento de Rendas Excessivas aos Produtores de Eletricidade vai retomar os trabalhos, esta terça-feira, após a pausa para as discussões do Orçamento do Estado de 2019. Será a vez de João Manso Neto, atual administrador da EDP e presidente executivo da EDP Renováveis, ser ouvido pelos deputados. A audição acontece depois de, em setembro, o antigo administrador executivo da EDP, Pedro Bastos Rezende, ter garantido na mesma comissão que Manso Neto era responsável pela negociação dos Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) com os governos.

Economia alemã em desaceleração ajuda a medir pulso da Zona Euro

A desaceleração da economia alemã — a acompanhar a tendência global — tem causado receios em relação a uma inversão no ciclo económico e dado mais importância a qualquer sinal vindo do país. Esta terça-feira, é divulgado o índice de clima de negócios na Alemanha, relativo a dezembro, pelo instituto Ifo. A publicação acontece após uma quebra do indicador no mês passado e num contexto de desaceleração da taxa de crescimento da Zona Euro, no terceiro trimestre deste ano, para 0,2%, o pior desempenho em quatro anos.

Mercado imobiliário reforça nos Estados Unidos

Na economia norte-americana vai estar em destaque o mercado imobiliário. São, esta terça-feira, divulgadas estatísticas da variação de licenças de construção, da variação da habitação, de inícios de residência e de permissões de construção, todos relativos a novembro. A sondagem realizada pela agência Bloomberg aponta para uma aceleração do mercado imobiliário, com 1,23 mil milhões de novas construções (face a 1,22 mil milhões em outubro) e 1,27 mil milhões de novas licenças de construção (face a 1,26 mil milhões em outubro). Os dados são especialmente importantes dados os riscos — do aumento dos custos com terrenos, mão-de-obra e materiais, aliados à contração da construção nos anos da crise — para a estabilidade do sistema financeiro.

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Bain e Waterfall na corrida pelo malparado do Novo Banco em Espanha

As duas entidades entregam na semana passada as propostas para comprarem a carteira de 400 milhões de euros de crédito problemático que o banco liderado por António Ramalho está a vender em Espanha.

A Bain Capital e a Waterfall Asset Management estão na reta final para comprar a carteira de crédito malparado no valor de 400 milhões de euros que o Novo Banco está a vender em Espanha, tendo já apresentado as suas propostas ao banco liderado por António Ramalho, apurou o ECO junto de fonte do mercado.

Com o projeto “Nata” praticamente fechado, num concurso para a compra dos 1.750 milhões de euros em NPL (Non Performing Loans) que teve como vencedor o fundo de private equity americano KKR, tal como o ECO avançou, o Novo Banco ultima agora a alienação de outro portefólio de empréstimos problemáticos em Espanha, designado “Albatros”. António Ramalho já recebeu as propostas da Bain e da Waterfall e a conclusão deste processo pode acontecer ainda este ano.

No caso da Bain, não é a primeira incursão deste fundo americano no mercado de malparado português. É apontado como o comprador de uma carteira de 476 milhões de euros em NPL (Non Performing Loans) que a Caixa Geral de Depósitos alienou no ano passado. Já a Waterfall adquiriu recentemente malparado na Grécia.

O ECO contactou o Novo Banco, que não quis confirmar esta informação.

Em relação ao projeto “Nata”, o contrato deverá ser assinado até final desta semana. Os americanos do fundo KKR venceram a corrida ao Deutsche Bank e ao fundo Cerberus no fim-de-semana, e vão ser acompanhados pelos servicers Hipoges e LX Partners, que vão fazer a gestão da carteira. Uma fonte próxima do processo revelou ao ECO que a KKR ainda não tinha fechado completamente a estrutura de financiamento para a operação quando foi conhecido o vencedor.

Tanto a operação “Nata” como a operação “Albatros” incluem-se na política de desinvestimento que António Ramalho está a implementar no sentido de limpar o balanço do banco detido em 75% pelo fundo Lone Star e em 25% pelo Fundo de Resolução. Recentemente, o banco também vendeu uma carteira de 9.000 imóveis aos americanos do Anchorage Capital Group por 716 milhões de euros, isto depois das alienações de várias operações, como o negócio dos seguros vida ou o Véniété em França.

No que toca ao crédito malparado, o Novo Banco comprometeu-se junto do Banco de Portugal a reduzir a sua exposição a este tipo de ativos problemáticos nos próximos anos que tem provocado prejuízos volumosos. Até setembro, o Novo Banco registou os prejuízos de 420 milhões de euros, perante o impacto negativo de quase 160 milhões de euros com a alienação da carteira de imóveis. Isto depois dos prejuízos de 1.400 milhões no ano passado, que levaram o Fundo de Resolução a injetar dinheiro na instituição ao abrigo do Mecanismo de Capital Contingente que foi criado aquando da venda do Novo Banco ao Lone Star.

De acordo com as últimas contas apresentadas pela instituição, o banco detinha cerca de 8,5 mil milhões de euros em NPL no final de setembro deste ano, menos 784 milhões de euros face ao final do ano passado. Este montante correspondia a um rácio de crédito não produtivo de 27,7%, com a instituição a apresentar um rácio de cobertura de 63,5%.

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Wall Street dá trambolhão e toca mínimos de 14 meses

Wall Stret começou a semana com uma valente queda. Recuou mais de 2%, tocando em mínimos de 14 meses. Isto por causa do receio de que a Fed volte a aumentar as taxas de juro.

Na primeira sessão da semana, Wall Street deu um trambolhão e tocou mínimos de 14 meses. A pesar sobre a praça norte-americana esteve o receio de que a Reserva Federal volte a subir as taxas de juro, bem como os comentários do conhecido “Bond King”. Em declarações à CNBC, o investidor Jeffrey Gundlach defendeu que o aumento das taxas de juro não é a decisão certa e sublinhou que Wall Street está a entrar em mercado urso (bear market).

No fecho da sessão desta sexta-feira, o índice de referência, o S&P 500, recuou 2,08% para 2.545,83 pontos. Também o industrial Dow Jones e o tecnológico Nasdaq terminaram abaixo da linha de água, tendo desvalorizado 2,11% para 23.592,78 pontos e 2,27% para 6.753,73 pontos, respetivamente.

Este desempenho negativo é explicado pelo receio de que a Reserva Federal norte-americana anuncie, na quarta-feira, uma nova subida das taxas de juro. A concretizar-se, esse seria o quarto aumento do ano e poderia provocar o abrandamento da economia global, o que abalou a confiança dos investidores.

Sobre essa decisão, Donald Trump já disse: “É incrível que com um dólar muito forte e praticamente sem inflação, com o mundo a explodir à nossa volta, Paris a arder e a China em queda, a Fed esteja sequer a considerar mais uma subida de juros”.

Em declarações à CNBC, o investidor Jeffrey Gundlach também considerou essa uma escolha errada. O conhecido “Bond King” reforçou, contudo, que o principal problema não se prende com essa subida em concreto, mas com o facto de que a Reserva Federal manteve as taxas de juro muito baixas durante demasiado tempo.

Além disso, a pesar sobre a bolsa norte-americana estiveram os títulos da Amazon, que recuaram 4,46% para 1.520,91 dólares. Isto depois das ações da britânica Asos terem desvalorizado 40% face ao receio de que o poder de compra esteja a “arrefecer”. “Por causa do profit warning, coloca globalmente em dúvida os gastos que serão feitos na época festiva”, explica o analista Kim Forrest, citado pela Reuters.

Também abaixo da linha de água fecharam as ações da Johnson & Johnson, que caíram 2,90% para 129,14 dólares, depois de uma investigação ter revelado que a empresa sabia, durante décadas, que o seu famoso pó palco continha amianto.

Destaque, por fim, para os títulos do Goldman Sachs, que desvalorizaram 2,72% para 168,01 dólares, no dia em que a Malásia processou esse grupo por suspeitas de corrupção e lavagem de dinheiro.

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