Hoje nas notícias: CP, EMEF e atividades ilegais

  • ECO
  • 26 Agosto 2019

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

A CP ainda não tem um contrato de serviço público, o que, devido às regras europeias, impede a empresa de receber indemnizações compensatórias. O grupo Barraqueiro queixa-se de que as falhas da EMEF no Metro do Porto podem custar quase um milhão de euros num ano. O peso das atividades ilegais no PIB português é já de 0,5%, mais do que em 2014, a primeira vez que foi contabilizado. Veja estas e outras notícias que marcam as manchetes nacionais.

CP impedida de receber 80 milhões

Estavam previstas indemnizações compensatórias para a CP de 80 milhões de euros neste ano, mas a empresa ainda não pode receber este valor porque ainda não tem um contrato de serviço público, como ditam as regras europeias. Foi há cerca de oito meses que a liberalização do transporte ferroviário de passageiros da União Europeia entrou em vigor. Em julho, o ministro Pedro Nuno Santos disse que o contrato de serviço público com a CP, que está a ser trabalhado em conjunto com as Finanças, deveria ficar fechado “a breve prazo”.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Grupo Barraqueiro refere que falhas na EMEF no Metro do Porto custam quase um milhão de euros

A ViaPorto, que tem a concessão do Metro do Porto, acusa a Empresa de Manutenção e de Equipamento Ferroviário (EMEF) de falta de capacidade para assegurar um boa manutenção dos comboios e refere que as falhas provocam avarias, atrasos e supressões, que podem custar 900 mil euros num ano. A título de exemplo, a empresa do grupo Barraqueiro refere que em maio de 2019 foram contabilizadas 125 avarias, quando no mesmo mês de 2014 se registaram 57.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Atividades ilegais valem 0,5% do PIB

A partir de 2014, as atividades ilegais passaram a ser contabilizadas no PIB dos Estados-membros da União Europeia, altura em que o peso em Portugal era de 0,4%. O contributo de atividades como a prostituição, a droga e o contrabando aumentou ligeiramente nos últimos anos e, em 2018, cifrou-se nos 0,5% do PIB português, o que corresponde a aproximadamente 804 milhões de euros. Existem, no entanto, algumas reservas relativamente à forma de calcular este valor.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

Exploração de lítio divide o país

A exploração de lítio está a dividir o país. Sete autarquias, entre as quais Braga e Oliveira do País, deram pareceres desfavoráveis à exploração por temerem “prejuízos irreparáveis” para o ambiente. Já as câmaras municipais de Montalegre, Nelas e Boticas assumem uma posição mais ponderada e preferem esperar por estudos ambientais. Estudo da Quercus conclui que lítio põe em causa plano nacional de neutralidade carbónica.

Leia a notícia completa no Jornal i (acesso pago)

Emprego no imobiliário disparou 80% em quatro anos mas deverá cair em 2020

O emprego no setor imobiliário tem vindo a crescer nos últimos anos, sendo que existem já 50 mil pessoas a trabalhar na área, mais 22 mil do que em 2015. É atualmente o setor mais ativo na criação de emprego em Portugal, mas a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária prevê um abrandamento neste ritmo, devido principalmente à “falta de ligação entre a oferta e a procura” de casas, que pode provocar uma queda já em 2020.

Leia a notícia completa no Dinheiro Vivo (acesso pago).

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Comissão Von der Leyen começa a ganhar forma

  • Lusa
  • 26 Agosto 2019

A maioria dos Estados-membros já remeteu a Von der Leyen as suas propostas de nomes, mas permanecem dúvidas sobre os comissários de alguns dos países com mais peso na UE, casos de França e Itália.

A nova Comissão Europeia, presidida por Ursula von der Leyen, deverá começar a ganhar forma esta semana, mas em vésperas do início das entrevistas formais aos potenciais comissários subsistem dúvidas, incluindo sobre quem será designado por Portugal.

Nesta segunda-feira chega-se à data-limite informal para a apresentação dos candidatos a comissários e a maioria dos Estados-membros já remeteu a Von der Leyen as suas propostas de nomes, mas permanecem interrogações sobre os comissários de alguns dos países com mais peso na UE, casos de França e Itália, o Reino Unido nem sequer apresenta um candidato para o caso de novo adiamento do ‘Brexit’, e muitos países ignoraram o pedido expresso da recém-eleita presidente da Comissão para que submetessem também nomes de mulheres.

Confirmada pelo Parlamento Europeu, em 16 de julho passado, por uma curta margem, como a primeira mulher a presidir ao executivo comunitário, Von der Leyen anunciou como uma das suas primeiras prioridades formar uma equipa totalmente paritária em termos de género, e solicitou aos Estados-membros que lhe apresentassem nomes de dois candidatos (um homem e uma mulher, cada) de entre os quais pudesse escolher, mas Portugal foi dos poucos países a fazê-lo.

Há cerca de duas semanas, em 8 de agosto, o porta-voz da presidente eleita da Comissão confirmou à agência Lusa que Ursula Von der Leyen já tinha mantido nessa semana encontros informais com os dois candidatos apresentados por Portugal.

Contudo, o Governo ainda não confirmou oficialmente que se trate da ex-eurodeputada e atual vice-governadora do Banco de Portugal, Elisa Ferreira, e do eurodeputado e antigo ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, os nomes avançados nesse dia pelo jornal Público.

A data de 26 de agosto fixada pelo Conselho para apresentação, pelas capitais, dos nomes propostos para comissários, não é vinculativa, dado não haver prazos legais para a designação dos comissários europeus, mas o calendário é ‘apertado’.

Isto porque Ursula von der Leyen terá de se reunir com todos os candidatos para fazer as suas escolhas, de nomes e de pastas, obedecendo a complexos equilíbrios, não só os de género – que a própria assumiu, embora também não haja nada escrito nos Tratados -, mas também geográficos e partidários.

O ‘elenco’ final de 26 comissários e respetivas pastas – excluindo a Alemanha, que já tem a presidência, e o Reino Unido, que conta sair em 31 de outubro, na véspera da entrada em funções da nova Comissão – deverá por isso ser ‘fechado’ imperiosamente nas próximas semanas, a tempo para as audições nas respetivas comissões do Parlamento Europeu, que deve pronunciar-se sobre o colégio como um todo em 22 de outubro (e que, regra geral, ‘torce o nariz’ a um ou mais nomes, obrigado a alterações num curto espaço de tempo).

Se algum ou alguns dos comissários indigitados não “passarem” no crivo dos eurodeputados, poderão ser agendadas audições adicionais na semana de 14 de outubro.

O mandato de Ursula von der Leyen, que terá uma duração de cinco anos, deverá começar no dia 1 de novembro.

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Quanto ganha um deputado?

Os deputados da Assembleia têm um salário bruto de 3.624,41 euros e um conjunto de apoios que engordam a remuneração final que levam ao fim do mês para casa.

Um deputado tem uma remuneração base fixa de 3.624,41 euros. A este valor é ainda preciso descontar o montante pago à Segurança Social e o IRS. No entanto, há outras parcelas que engordam o salário de um parlamentar e que o podem aumentar para lá dos cinco mil euros líquidos.

No site do Parlamento surgem algumas informações sobre o salário dos deputados. O vencimento ilíquido de um deputado é de 3.624,41 euros, um valor que é pago a qualquer deputado independentemente de exercer funções adicionais dentro do Parlamento, tais como vice-presidente da Assembleia, secretário de mesa da Assembleia ou presidente de Comissão Parlamentar.

Isto significa que o salário base é igual para José Manuel Pureza (deputado do Bloco de Esquerda e vice-presidente da AR), Duarte Pacheco (deputado do PSD e secretário de mesa) e para Ascenso Simões, deputado socialista que não acumula qualquer outra função dentro do Parlamento.

Apenas o presidente do Parlamento, Eduardo Ferro Rodrigues, tem direito a um vencimento ilíquido superior, de 5.799,05 euros.

A estes valores há que juntar as despesas de representação. Neste caso, já há diferenças conforme o cargo. Um deputado que não esteja em regime de exclusividade não recebe qualquer valor para pagar despesas de representação. Um parlamentar em regime de exclusividade aufere 370,32 euros, um montante que vai em crescendo até aos 2.370,07 euros pagos a título de despesas de representação ao presidente do Parlamento.

O salário dos deputados foi um dos temas mais polémicos esta legislatura, o que levou precisamente o socialista Ascenso Simões a publicar na sua conta privada nas redes sociais um recibo de vencimento. Um trabalho publicado pelo Observador analisava parcela a parcela e concluía que apesar de a base ser uma remuneração ilíquida de pouco mais de 3.600 euros havia um conjunto de parcelas que elevavam o salário líquido para um valor acima de 5.500 euros.

Para chegar a este número, somava-se ao salário base e às despesas de representação as ajudas de custo que financiam a presença em trabalho parlamentar e que dependem se o deputado é residente nos concelhos de Lisboa e limítrofes ou se é de fora desses municípios. São 69,19 euros por dia para os deputados que vem de longe ou 23,05 euros por dia para quem reside em Lisboa e concelhos limítrofes. O pagamento destes montantes depende da verificação da presença do deputado no Parlamento.

O recibo de vencimento de Ascenso Simões revelava ainda outras três parcelas que engordavam o que o deputado levava para casa ao final do mês: 376 euros por subsídio de deslocação fixo para compensar o facto de os deputados terem de se deslocar a vários pontos do país, os quilómetros pagos pela deslocação entre o local de residência e a AR (0,36 euros por quilómetro) e deslocações em trabalho político que servem para compensar os quilómetros feitos dentro do círculo eleitoral (0,36 cêntimos por quilómetro).

Estes valores não incluem os subsídios de férias e de Natal e ainda estão sujeitos à redução excecional de 5%, no vencimento mensal, decidida em 2010.

Na próxima legislatura entram em vigor novas regras com implicações no estatuto remuneratório dos deputados e que obrigam à apresentação de comprovativos nas despesas de deslocação.

Quanto custa carregar a bateria do seu telemóvel? Quantas árvores são precisas para fazer uma resma de papel? Quanto custa fazer uma prancha de surf? Quantos casamentos se fazem em agosto? De segunda a sexta-feira, até ao final de agosto, o ECO dá-lhe a resposta a um “Sabia que…”.

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Motoristas só vão cumprir 40 horas por semana e em dias úteis. “Greve cirúrgica, mínimos cirúrgicos”, pedem especialistas

Ao contrário da leitura da Antram, motoristas só vão cumprir as 40h definidas como horário normal no CCT e não as 48 horas admitidas como máximo. Serviços mínimos sim, mas com proporcionalidade.

A nova greve dos motoristas de matérias perigosas que arranca a 7 de setembro não se trata de uma greve às horas extraordinárias, — “instituto jurídico” que não se aplica à profissão, — mas sim uma paralisação a todo o trabalho que vá além do definido como “horário normal de trabalho” na cláusula 19ª do contrato coletivo do setor (CCTV).

Assim, e tal como define esta cláusula, os motoristas vão cumprir “quarenta horas semanais divididas por cinco dias de oito horas” e não mais do que isso. E se por um lado esta interpretação complica a vida às empresas de transporte, até porque a Antram lê de forma diferente o aviso prévio dos motoristas, por outro facilita a vida a quem tiver que decretar os serviços mínimos.

O recurso a serviços mínimos nesta nova greve é encarado com relativa normalidade pelos advogados especialistas em Direito Laboral ouvidos pelo ECO. Desde logo porque a paralisação não só implica a não realização de serviços a fins de semana e feriados, como porque as tais “necessidades sociais impreteríveis” que dependem do trabalho destes profissionais fazem-se sentir tanto durante o horário normal de trabalho em dia útil, como fora desse mesmo horário. Contudo, os especialistas em direito laboral deixam alertas para Governo e patrões: cumpram os princípios da necessidade, adequabilidade e proporcionalidade nos serviços mínimos. A greve é cirúrgica, logo os serviços mínimos também o devem ser.

Na análise aos serviços mínimos a decretar, um dos pontos mais importantes a ter em conta passa então por perceber o real âmbito da greve e, neste particular, houve um erro no entendimento mais imediato do anúncio de Francisco São Bento, que levou a que se entendesse a greve de setembro como uma “greve às horas suplementares”. Este entendimento mudou assim que o aviso prévio foi entregue. O documento não fala em “horas suplementares” mas, antes, numa greve às “horas de trabalho acima das oito horas nos dias úteis, sobre o trabalho aos fins de semana e feriados”, isto é, os motoristas vão apenas garantir “todo o trabalho nos dias úteis durante o período normal de trabalho de 8 horas diárias”.

Ou seja, e apesar de não ser referido taxativamente, o que está em causa neste protesto é assim uma greve não às horas suplementares, mas uma greve aos “limites da duração de trabalho” e aos “tempos de trabalho suplementar” previstos na cláusula 21 e 26 do contrato coletivo, as que permitem esticar o trabalho de um profissional até 48 horas semanais, com um limite de 60 horas, num período de quatro meses. Durante a greve convocada para setembro, os motoristas vão passar apenas a reger-se pela cláusula 19ª, a que determina como “período normal de trabalho” as “40 horas semanais divididas por cinco dias de oito horas, sem prejuízo de outros de menor duração em vigor”.

A diferença entre este tipo de protesto e um que visasse em concreto as horas suplementares é enorme. Desde logo, porque invalida a interpretação que a Antram fez do aviso prévio — de que os motoristas têm de cumprir a média diária de 9h30 implícitas numa semana de 48 horas de trabalho — e, por arrasto, os cálculos que esta fará aos impactos previsíveis da paralisação e, logo, ao nível de serviços mínimos que vai pedir — além de tirar força ao pedido de impugnação da greve anunciado por algumas empresas. Mas há uma outra diferença: um protesto nestes termos facilita o avanço desses mesmos serviços mínimos, ou até uma maior amplitude de mínimos.

Greve cirúrgica, mínimos cirúrgicos

Questionado sobre esta diferença, Pedro da Quitéria Faria, advogado especialista em Direito Laboral e Sócio da Antas da Cunha ECIJA, realçou que em causa “não está apenas uma questão de ‘jogo de palavras'”, antes “coisas totalmente distintas”. E explicou: “Entendo que se trata de uma greve a todo o trabalho acima das 8h em dias úteis e feriados, desde logo, porque é precisamente essa a forma de greve (cuja modalidade é, de facto, cirúrgica) que o sindicato refere no seu pré-aviso e, também, por outro lado, porque aqui está em causa precisamente, como refere, o regime da cláusula 21.ª do CCTV, relativo à adaptabilidade, e não apenas o regime do trabalho suplementar da cláusula 26.ª do CCTV.”

Para Quitéria Faria, apesar de estar previsto que num regime de adaptabilidade um motorista possa trabalhar em média as tais 48 horas por semana, tal fasquia “não pode ser considerada a duração ‘normal’ do dia de trabalho dos motoristas, uma vez esse o período normal de trabalho é tratado, antes, na cláusula 19.ª” — atrás citada. Portanto, e para quaisquer efeitos, “o período normal” destes motoristas “é de 40 horas semanais – divididas por cinco dias de oito horas”. E é isto que o aviso prévio diz que os motoristas vão cumprir.

Esta é também a razão para este advogado entender “que o Governo pode decretar serviços mínimos ao período que excede as oito horas“, salienta, lembrando que “não obstante a greve constituir um direito fundamental dos trabalhadores, não se trata de um direito absoluto, devendo ser articulado com outros direitos, também consagrados na Constituição, nomeadamente os que se prendem com a satisfação de necessidades essenciais de uma comunidade”.

Além disso, salienta o advogado da Antas da Cunha ECIJA, há também que ter em conta a especificidade do setor em causa, onde a satisfação destas necessidades “tanto se fazem sentir aquando da prestação de trabalho normal, como na prestação de trabalho extraordinário”, sendo esta uma área onde já “bem se sabe que não se prestam apenas oito horas por dia e 40 horas por semana” de forma regular. Um entendimento que transporta igualmente para a greve ao trabalho em fins de semana e feriados, dias que deverão igualmente ser alvo de serviços mínimos.

Já para Isabel Araújo Costa, advogada especialista em Direito Laboral e Sócia da Vieira Advogados, a definição de serviços mínimos para os dias úteis da greve “é uma questão que não permite, nesta fase, uma resposta categórica”, começou por apontar ao ECO. Porém, diz, “nada impede o Governo de avaliar casuisticamente a hipótese de decretar serviços mínimos”, ainda que a paralisação agora em causa seja “à partida mais balizada e controlada”, já que não foi convocada por tempo indeterminado e visa apenas parte dos serviços.

Mas sendo esta greve um protesto por tempo determinado — 7 a 22 de setembro — e apenas a parte do horário do trabalho que é exigido a estes motoristas, os dois advogados chamam a atenção para a necessidade de os serviços mínimos serem igualmente contidos. Afinal, ainda estamos no rescaldo de uma paralisação onde os mecanismos legais a que o Governo recorreu criaram situações no mínimo atípicas — registando-se taxas de cumprimento de serviços mínimos superiores a 100% –, acabando criticado por diversos sindicatos por estar a atacar o direito à greve.

Em relação ao trabalho em fins de semana e feriados, sendo dias que o CCTV admite que sejam de trabalho, Isabel Araújo Costa aponta que “pode sempre o Governo considerar a necessidade de decretar serviços mínimos nos fins de semana e feriados”, desde que “sopesando aquilo que é o interesse público com o incontestável direito à greve”. A sócia da Vieira Advogados, olhando já para a questão de forma mais alargada e tendo em atenção a ação que algumas empresas vão intentar para pedir a impugnação da greve, sublinha que “não é aceitável a pretensão de cercear um direito que é um dos pilares do direito laboral coletivo ao acionar mecanismos judiciais”.

Também Pedro da Quitéria Faria, da Antas da Cunha ECIJA, alerta para a necessidade de se lidar com as greves e respetivos serviços mínimos com respeito e proporcionalidade, recomendando uma reflexão séria sobre os serviços mínimos antes de serem decididos.

“Não havendo acordo entre as partes, o governo deve refletir seriamente se os serviços mínimos são necessários”, até porque podem não ser, “ainda para mais porque se trata de uma greve com este objeto e duração temporal”. Mas mais do que isso, esta reflexão deve sobretudo servir para o Executivo perceber quais os serviços mínimos “adequados e ainda a proporcionalidade dos mesmos, na medida em que estes 3 princípios são fulcrais do ponto de vista legal para o decretamento: necessidade, adequação e proporcionalidade”.

Esta segunda-feira, sindicatos e patrões sentam-se à mesma mesa para tentar chegar a acordo sobre os serviços mínimos. Se falhar o consenso, será o Governo a defini-los.

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Marques Mendes: “António Costa atacou forte e feio o Bloco”

O comentador da SIC diz que António Costa “não gosta do Bloco e gosta do PCP”. E deixou esse sentimento “vir ao de cima” na entrevista ao Expresso.

Marques Mendes comentou na SIC o caso político que marcou o fim de semana: a troca de palavras entre António Costa e Catarina Martins. Diz que “Costa atacou forte e feio o Bloco, mas teve-o como parceiro nos últimos quatro anos. E isso é um pouco deselegante”.

O comentador afirmou que a entrevista “é uma espécie de guião eleitoral, com o objetivo da maioria absoluta”.

O primeiro ponto da entrevista destacado por Marques Mendes e para o comentador da SIC, “menos falado, é a ideia de dramatizar a situação económica internacional. Por isso, precisamos de um governo forte, ou seja, de maioria absoluta. Fez isso porque sabe que quando há uma ameaça de crise, as pessoas valorizam a estabilidade”.

O segundo ponto da entrevista, o mais badalado, é um “ataque muito forte ao Bloco, quando dá a entender que o Bloco é um partido leviano, que só se preocupa com a imagem. É uma crítica muito exagerada”.

Então porquê este ataque ao Bloco?

  1. “Porque o Bloco está forte nas sondagens”;
  2. “O Bloco forte trava uma maioria absoluta” do PS;
  3. “Porque o centro-direita assusta-se com o Bloco de Esquerda. Logo, é preferível um PS maioritário”, afirmou Marques Mendes.

São estas três razões que, segundo o comentador, justificam um “ataque forte e exagerado ao Bloco”. Por contraste, “deu elogios exagerados ao PCP, o que também é incómodo, já que faz o PCP parecer um apêndice do PS”.

Este sábado,
em entrevista ao Expresso, António Costa lançou uma farpa política ao Bloco de Esquerda: “Há um amigo meu que compara o PCP ao Bloco de uma forma muito engraçada: é que o PCP é um verdadeiro partido de massas, o Bloco é um partido de mass media. E isto torna os estilos de atuação diferentes”.

O Bloco não gostou e Catarina Martins respondeu, em declarações ao ECO, que “o desejo de uma maioria absoluta pode levar à arrogância e à tentação de fazer caricatura”.

Já este domingo, quando estava a percorrer um novo troço da N2, o primeiro ministro foi confrontado com a polémica, mas adotou um tom mais conciliatório: “A N2 é uma boa fonte de inspiração de como juntos podemos fazer mais e melhor”.

Perante a insistência dos jornalistas, António Costa recomendou a leitura da “entrevista toda” e não apenas de uma resposta “que tirada fora de contexto pode ter outra leitura”.

Também este domingo, Catarina Martins confirmou aos jornalistas ter lido a entrevista toda e pediu “humildade” ao primeiro-ministro.

“As escolhas ficam com quem as faz em cada momento. Eu acho normal que os partidos nesta altura mostrem as diferenças que têm, mas é bom que também tenhamos a humildade de reconhecer o que foi feito em conjunto – sem apagar as diferenças, claro – e apresentarmos o que queremos para o país”, afirmou Catarina Martins em declarações aos jornalistas à margem de uma visita à 40.ª edição da Agrival – Feira Agrícola do Vale do Sousa, em Penafiel.

No Twitter, Marisa Marias, a propósito desta polémica, publicou este post:

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“O sagaz” Mr. Costa recebe elogios do Financial Times

No editorial deste domingo, o jornal britânico apresenta Portugal como um exemplo para a Europa e diz que Costa deve continuar o caminho de “prudência orçamental”, mas sem uma “austeridade punitiva”.

Portugal’s bright outlook offers Europe some hope”. A tradução será qualquer coisa como “Perspetivas brilhantes para Portugal oferecem à Europa alguma esperança”. Este é o título do editorial do Financial Times [conteúdo pago] que tece rasgados elogios a Portugal, a António Costa e à coligação à esquerda que governa o país.

O jornal britânico começa por traçar um cenário negro na Europa: a Alemanha que se prepara para entrar em recessão, a Itália que está de candeias às avessas com Bruxelas e o Reino Unido que se prepara para uma “desastrosa” saída sem acordo da União Europeia, isto tudo num contexto de intensa guerra comercial entre os EUA e a China.

O Financial Times olha para o lado à procura de algo positivo na Europa e descobre Portugal que, ainda na semana passada, foi alvo de um “upgrade” na qualidade da dívida por parte da agência Moody’s. O que de bom se passa em Portugal, considera o FT, é um mix de “escolhas políticas acertadas” e “uma boa dose de sorte”.

Lembra o jornal que o primeiro-ministro ainda tem um problema grave para resolver — um rácio da dívida pública superior a 100% do PIB, — mas escreve que António Costa “tem razões para estar mais otimista do que muitos outros líderes europeus”.

O FT refere que a aliança com o Bloco de Esquerda para assegurar a governação foi vista com desconfiança por muitos em 2015 mas, “contrastando com a Itália, a coligação permanece estável e funcional”. Recorda que o défice orçamental deverá chegar a zero no final do ano e que o desemprego caiu para 6,7%, o que compara com os 14% da vizinha Espanha. Lembra ainda “a baixa taxa de criminalidade no país” e o bom clima, fatores apelativos para imigrantes e investidores estrangeiros.

A publicação, contudo, não dá os créditos todos à geringonça. Afirma que o boom no turismo teve um papel importante na recuperação do país e sublinha o trabalho do governo anterior de centro-direita que tomou “as medidas difíceis, mas necessárias”, tendo implementado um programa de austeridade entre 2011 e 2014, em troca de um resgate de 78 mil milhões de euros.

O Financial Times defende que o “sagaz” Mr. Costa beneficiou da herança do centro-direita, apesar de ele próprio se apresentar como um candidato anti-austeridade. Lembra que os críticos de António Costa o acusam de ter cortado no investimento e de ter aumentando os impostos indiretos para baixar os impostos diretos sobre o rendimento.

Nem tudo é um mar de rosas no editorial do FT que recorda as reivindicações dos funcionários públicos que exigem uma melhoria de salários e até a recente greve de camionistas que quase esvaziou as bombas de combustíveis em Portugal.

O jornal britânico antecipa uma vitória de Costa nas legislativas de outubro, em coligação, ou mesmo com maioria absoluta.

“Ele [António Costa] deve continuar o caminho da prudência orçamental, mas sem a austeridade punitiva. O primeiro-ministro também deve encetar reformas mais profundas na Administração Pública”, acrescendo também que “ainda há trabalho a fazer no setor bancário”. São estes os conselhos do FT para Portugal que conclui que, “numa altura de tempestade na economia mundial, Portugal deve ter uma visão clara do seu futuro e da sua estratégia económica”.

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Estes são os 50 maiores grupos seguradores ibéricos

  • ECO Seguros
  • 25 Agosto 2019

VidaCaixa, Mapfre e Mutua Madrilena lideram a lista dos maiores grupos seguradores ibéricos por volume de prémios emitidos. Os negócios portugueses destacam a Fidelidade.

O grupo segurador VidaCaixa, empresa mãe da BPI Vida e Pensões e parte do grupo Caixabank que inclui o BPI, é o maior a operar na Península Ibérica. O ranking foi estabelecido pelo volume de prémios emitidos em 2018 e a Fidelidade, ou Fosum Insurance Group, como é designado em Espanha, é o maior sediado em Portugal com cerca de metade da dimensão da VidaCaixa e em 4º lugar no ranking ibérico.

A análise das atividades em Portugal e Espanha permitem concluir:

  • Existem 136 grupos seguradores ou empresas individualizadas na Iberia, 32 em Portugal e 104 em Espanha cujo valor de prémios emitidos foi de 62,5 mil milhões de euros em Espanha e de 13,1 mil milhões em Portugal. Este volume de prémios é superior 4,7 vezes em Espanha relativamente a Portugal.
  • Não existem grandes diferenças em relação a penetração e volume de prémios per capita. Se em Espanha foram emitidos 4,7 vezes o valor de prémios, a população é 4,5 vezes maior, mas o PIB é 6 vezes maior. Em valores e rácios, em Portugal a penetração de seguros é de 6,5% do PIB e os prémios emitidos per capita são de 1279 euros. Em Espanha os mesmos indicadores são 5,2% e 1332 euros.
  • A concentração em Espanha é menos notória que em Portugal. Os três maiores grupos espanhóis têm uma quota de mercado de 33% (em Portugal 60%), Os cinco maiores têm, em Espanha, 45% do mercado (72% em Portugal). Finalmente as 10 maiores dispõem em Espanha de 65% enquanto em Portugal representam 88%. É de notar que em Portugal a concentração aumentou com a recente aquisição da Seguradoras Unidas pela Generali.
  • Segundo o estudo da Fundación Mapfre “The spanish insurance market in 2018”, existiam, no final de 2017, 54 entidades seguradoras espanholas a operar no Espaço Económico Europeu. Portugal, com 12 sucursais, era o maior destino, seguido pela Itália com sete e Reino Unido com cinco. Em regime de prestação de serviços Portugal e Reino Unido eram os países mais significativos para empresas espanholas, com França e Alemanha nos lugares seguintes. Para a indústria espanhola, Portugal continua a ser o destino europeu mais natural.

VidaCaixa: líder ibérica gere mais de 88 milhões de euros

A VidaCaixa é a companhia de seguros do ramo vida detida a 100% pelo Caixabank e centra a sua atividade no negócio de seguros de vida e fundos de pensões em Espanha tendo obtido prémios no valor de 8,2 mil milhões de euros em 2018. Em Portugal controla o BPI Vida e Pensões desde dezembro de 2017, quando o Banco BPI vendeu a totalidade da participação, após integração do banco português no grupo espanhol Caixabank.

Sede da VidaCaixa em Madrid. O grupo segurador é especializado em Vida e Pensões

Com cerca de 500 funcionários, a VidaCaixa geria no final do primeiro trimestre um património superior a 88,5 mil milhões de euros, detendo neste domínio uma quota de mercado de 27,4% do mercado ibérico, dos quais cerca de 7,8 milhões de ativos geridos em nome do BPI Vida. A VidaCaixa detém ainda uma participação estratégica de 49% na SegurCaixa Adeslas, assegurando a sua produção nos ramos Não Vida. A Adeslas é controlada a 50% pela Mutua Madrilena que é o terceiro maior grupo ibérico, funcionando como uma parceria fundamental aos dois grupos em seguros gerais.

O desempenho no primeiro semestre deste ano foi de 5,84 mil milhões de euros de prémios emitidos, um valor quase 3% inferior ao de igual período de 2018. No entanto, a totalidade do mercado baixou 5,1% nesse período.

A VidaCaixa nasceu em 1992 com a atividade seguradora da Caja de Pensiones para la Vejez y de Ahorros, cuja origem remonta a 1904 quando lançou o primeiro plano de pensões em Espanha.

Os canais de distribuição usados pela VidaCaixa são os escritórios próprios e os escritórios locais com exclusividade. Também usa “laCaixa” como canal bancaseguros, agentes exclusivos monoramo ou multiramo, corretores, mediadores e agentes gestores de carteira.

Os 50 Maiores Grupos Ibéricos

Focando apenas em dimensão, medida por valor em euros dos prémios emitidos em 2018, doze grupos portugueses – mesmo com predominância de capital estrangeiro – estão entre os 50 maiores grupos ibéricos.

  • VidaCaixa é o maior grupo ibérico com 8,7 mil milhões de faturação em prémios emitidos em 2018, resultantes da atividade da VidaCaixa e BPI Vida e Pensões, significando a empresa portuguesa 6% do total.
  • Mapfre é o segundo maior grupo com 7,3 mil milhões através as participações em Mapfre Espana, Vida, Bankia Mapfre Vida, CCM Vida y Pensiones, Bankinter Vida, Verti, Mapfre Global Risks e Bankinter Seguros Generales. Em Portugal, o grupo conta com Mapfre Seguros Gerais, Mapfre Seguros de Vida e Mapfre Assistência, significando, em conjunto, 2% do total do grupo Mapfre a nível ibérico.
  • Mutua Madrilena é o terceiro grupo com 5,27 mil milhões, através da SegurCaixa Adeslas (onde VidaCaixa detém 49% do capital), MM Hogar e a própria MM. Revelou interesse na aquisição da Seguradoras Unidas à Apollo numa primeira fase, mas manteve-se sem interesses diretos em Portugal.
  • Fidelidade é o primeiro grupo português com 4,77 mil milhões, embora Espanha – onde o grupo é conhecido por Fosun Insurance Group – conte apenas 1,7% para o total.
  • A Allianz ocupa o 5º lugar dos grupos Ibéricos com 4,3 mil milhões, embora em final de 2018, ainda estivesse presente no Allianz Popular Vida, participação que já este ano vendeu ao Santander. Usa as seguradoras Allianz e a Fénix Direto para além da Allianz Portugal que representa 16% dos prémios ibéricos. A seguradora alemã esteve interessada na Seguradoras Unidas e é apontada para a compra da BBVA Seguros, a 11ª do ranking espanhol com 1,66 mil milhões de prémios.
  • A Zurich é o sexto grupo com quase 4 mil milhões de euros representando as portuguesas Zurich Insurance e a Zurich Vida cerca de 11% deste volume. Em Espanha detém a Bancasabadell Vida, Zurich Insurance, Zurich Vida e Bancasabadell Seguros Generales.
  • A Generali passou a ser o sétimo maior grupo ibérico, com 3,4 mil milhões a valores de 2018, após a Compra da Seguradoras Unidas. Os interesses portugueses pesam agora 30% através da Generali, Generali Vida e Europ Assistance. Em Espanha tem a Generali Seguros, Cajamar, Europ Assistance e Cajamar Seguros Generales.
  • Também para o Santander o negócio português tem um peso relevante nos prémios emitidos na Iberia. São 35% dos 3,07 mil milhões que são obtidos através do Santander Totta Vida, Aegon Santander Vida, Aegon Santander Não Vida e Popular Seguros. Em Espanha conta o Santander Seguros e a totalidade do Allianz Popular, realidade nascida já em 2019, ainda não contabilizada neste ranking.
  • Os seguintes grupos classificados por dimensão de prémios são em 9º lugar a Catalana Occidente, com 2,8 mil milhões e um negócio de apenas 17 milhões de euros em Portugal seguindo-se seguradoras que só operam em Espanha: AXA e Santalucia.
  • Em 12º lugar entre os grupos ibéricos está a Ageas, com negócios apenas em Portugal e 2,14 mil milhões de euros de prémios emitidos através da Ocidental Vida, Ocidental, Ageas Não Vida, Ageas Vida e Médis.

A listagem dos maiores grupos ibéricos, de Espanha e de Portugal

O ranking ibérico foi estabelecido adicionando o volume de prémios emitidos em Portugal e Espanha pelos grupos ou empresas atuando nos dois mercados. Os dados, respeitantes ao ano de 2018, foram recolhidos junto da organização independente Asociación ICEA – Investigación Cooperativa entre Entidades Aseguradoras y Fondos de Pensiones, que junta 200 entidades representativas de 95% dos prémios de seguros emitidos em Espanha e por estatísticas da APS – Associação Portuguesa de Seguradores para os valores de empresas que operam em Portugal.

O tratamento da informação na constituição de grupos em Espanha foi realizado pela própria ICEA, enquanto em Portugal os agrupamentos foram elaborados por ECOseguros.

A lista segue:

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Allianz cresce na América Latina

  • ECO Seguros
  • 25 Agosto 2019

A seguradora alemã está a reforçar a sua posição no mercado latino-americano, designadamente no brasileiro, onde irá ficar com parte do negócio da SulAmérica.

A Allianz está a adquirir a operação do ramo automóvel e a carteira de seguros de imóveis e de acidentes pessoais à seguradora brasileira SulAmérica por 667 milhões de euros (3 mil milhões de reais) com vista ao reforço da sua posição na América Latina.

Com esta transação a Allianz torna-se uma das três principais seguradoras no mercado brasileiro, com uma quota de cerca de 15% no setor automóvel e de 9 por cento no seguro de imóveis e acidentes pessoais. A operação irá ainda permitir um maior investimento em tecnologias digitais e disruptivas.

Os prémios emitidos em 2018 pelas unidades de negócio adquiridas à seguradora brasileira totalizaram 806 milhões de euros, com o ramo automóvel a atingir 762 milhões e as operações relacionadas com os seguros de imóveis e de acidentes pessoais 45 milhões.

A seguradora de origem alemã acentua que, com um volume de prémios emitidos de 16 mil milhões de euros e uma taxa de crescimento de 6% em 2018, o mercado de seguros de imóveis e acidentes pessoais no Brasil é muito atrativo.

“Com a aquisição das operações de seguro de imóveis e de acidentes pessoais da SulAmérica, demos mais um grande passo no reposicionamento estratégico do nosso negócio na América Latina”, refere Oliver Bäte, diretor executivo da Allianz SE, citado num comunicado da seguradora. “Estamos a alcançar uma clara posição de liderança que nos permite competir efetivamente no mercado de seguros de imóveis e de acidentes pessoais, o qual se encontra em crescimento da maior economia da América do Sul”.

A transação deverá ser concluída nos próximos 12 meses, aguardando aprovações regulatórias.

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Entrei na faculdade, e agora? Que opções de alojamento têm os estudantes?

Um quarto privado ou partilhado, uma residência de estudantes privada ou pública ou até viver com um idoso. São várias as opções que os estudantes têm, mas nem todas são acessíveis a qualquer bolso.

Com o arranque das aulas à porta, é altura de os universitários começarem à procura de um quarto. Não só pelo convívio, mas principalmente por ser a opção mais barata. Ainda assim, cada vez é mais caro encontrar um quarto acessível ao bolso de qualquer família, principalmente em Lisboa e no Porto. A solução podia ser uma residência de estudantes pública, mas há falta de camas. Quais são, então, as opções que os estudantes têm?

Lisboa recebeu, no ano passado, mais de dez mil estudantes universitários, enquanto pouco mais de oito mil rumaram ao Porto, de acordo com os dados da Direção-Geral de Ensino Superior (DGES). Este ano, os números devem ser um pouco superiores, já que as faculdades das duas cidades vão aumentar em 15% as vagas de cursos com médias mais altas, como é o caso de medicina.

Ou seja, Porto e Lisboa deverão receber, este ano, cerca de 20 mil alunos, dos quais a esmagadora maioria precisa de um lugar para ficar. As candidaturas ao ensino superior arrancaram a 17 de julho, com mais de 51 mil vagas em todo o país, e encerraram esta terça-feira. A primeira fase recebeu 51.291 candidaturas, o que representa um aumento de 1.666 candidatos face ao ano anterior. Os resultados só começam a ser conhecidos no início de setembro, mas há quem prefira não esperar até lá para começar a procurar alojamento.

A corrida aos quartos. Preços rondam os 410 euros em Lisboa e 310 no Porto

A opção mais comum dos estudantes é arrendar um quarto. Grupos no Facebook, Olx ou Custo Justo são alguns dos recursos mais utilizados para encontrar alojamento. Mas há também quem recorra à Uniplaces, plataforma fundada em 2012 por Miguel Amaro que verifica todos os alojamentos antes de os anunciar online.

De acordo com dados cedidos pela empresa ao ECO, o preço médio dos quartos na Invicta, no primeiro semestre, foi de 310 euros, mas há zonas onde os preços são bastante superiores. A zona da Sé é a mais cara, com um custo médio de 532 euros, à frente de Santa Marinha (377 euros) e Massarelos (360 euros). Mas também há zonas mais baratas, como Lordelo do Ouro (251 euros) e Pedrouços (276 euros).

Mais a sul, em Coimbra, os quartos são mais baratos, em média custam 208 euros. Assim como no Porto, há também zonas onde o valor médio é superior ao da própria cidade. Montes Claros é a mais cara, com uma média de 255 euros, à frente do Cidral, com 237 euros. Depois há zonas mais baratas, como os Olivais e Boavista onde o valor médio é de 150 euros por quarto.

Por fim, em Lisboa, o valor médio da cidade é 100 euros superior ao do Porto — 410 euros. Contudo, também há zonas que ultrapassam essa fasquia, como o Marquês de Pombal, com um custo médio de 519 euros por quarto, e o Saldanha (483 euros). As zonas mais baratas para arrendar um quarto na capital são a Ajuda (343 euros), Campolide e Arroios (ambos com uma média de 369 euros).

Quarto partilhado para arrendar a raparigas no centro histórico de Lisboa, por 200 euros por mês, por pessoa.Idealista

Uma visita pelo portal Olx, Custo Justo e até mesmo na Uniplaces mostra que há quartos com mensalidades de 800 ou até 1.000 euros, e não são necessariamente nos centros das cidades. As despesas podem, ou não, estar incluídas, assim como o contrato e os respetivos recibos de arrendamento podem não ser uma opção — uma consulta em vários grupos de arrendamento de quarto/casa no Facebook mostra que muitos senhorios praticam arrendamentos ilegais para evitarem as tributação sobre as rendas.

Encontrar um quarto abaixo dos 200 euros é raro mas, quando estes existem, são partilhados com duas ou três pessoas. Esta é uma opção cada vez mais comum usada pelos senhorios, que optam por colocar no mesmo espaço várias camas ou beliches, de forma a rentabilizar o espaço.

Residências privadas: Mais conforto… e mais caras

Com o mercado ao rubro, começaram a entrar no país empresas com o objetivo de construir e implementar residências estudantis. O problema é que, na maior parte delas, embora os quartos tenham melhores condições, os preços são superiores aos praticados pelo mercado. Exemplo disso é a Inlife, em Lisboa, que oferece quartos entre os 350 e os 500 euros, mas também apartamentos T1 a custar cerca de 700 euros. Por uma taxa de 24,5 euros, o estudante vai com os responsáveis visitar três hipóteses de imóveis, o chamado Housing Trip.

Outro exemplo é a LivinLisbon, com uma residência no Marquês de Pombal e outra no Bairro Alto, que oferece quartos entre os 320 e os 670 euros por mês, incluindo despesas. Outra opção é a Lisbon Rooms, com quartos entre os 325 e os 385 euros. Já a ChaletJulia tem quartos entre os 560 e os 600 euros mensais, com casa de banho privativa e que podem ficar mais baratos quando partilhados com alguém.

ChaletJulia: Quarto com 17 metros quadrados a partir de 150 euros por semanaChaletJulia

A SPRU Residências Universitárias oferece alojamento em Lisboa, mas também no Porto. São quartos e estúdios, individuais ou duplos, e apartamentos T0 para duas pessoas. Enquanto na capital os preços variam entre os 470 e os 710 euros mensais, no Porto são um pouco mais baixos — dos 385 aos 796 euros por mês.

Outra opção é a Residência Universitária COFRE, do Cofre de Previdência dos Funcionários e Agentes do Estado, que visa acolher estudantes, desde que sejam associados. Há duas residências, uma no Porto e outra em Lisboa, com preços diferentes e onde os alunos são separados por sexo. Na capital, o edifício tem capacidade para 28 estudantes e os preços variam entre os 290 euros (quarto triplo) e os 370 euros (quarto individual). Já no Porto, onde há apenas quartos individuais, as mensalidades são de 370 euros, exceto em dois quartos mais pequenos onde o valor cai para os 250 euros.

Depois há opções mais luxuosas, com por exemplo a britânica Collegiate, presente no Reino Unido e em Espanha. Localizada no Marquês de Pombal (vai em breve para o Porto), arrenda estúdios por semestre ou por um ano letivo completo. A residência, inaugurada em janeiro do ano passado, oferece aos estudantes uma sala de fitness, piscina e cinema, um lounge com sala de jantar, lavandaria, zonas de estudo e uma biblioteca.

No caso do primeiro semestre, um estúdio com cerca de 15 metros quadrados, casa de banho privativa, kitchenette e televisão começa nos 994,5 euros mensais. A opção mais cara é o estúdio penthouse, no topo do edifício e com terraço, com cerca de 30 metros quadrados, e todas as condições do anterior, que custa cerca de 1.634 euros mensais.

Collegiate: Estúdio com cerca de 15 metros quadrados, casa de banho privativa, kitchenette e televisão tem um custo de 994,5 euros mensais.

Estas são algumas das residências de estudantes disponíveis nas duas principais cidades do país mas, em breve, vão juntar-se outras. A espanhola Nexus quer ter em Portugal dez residências até 2021, em Lisboa, Porto, Coimbra e Braga. Reabilitar edifícios é uma hipótese, mas construir também está em cima da mesa, disse ao ECO Christopher Holloway, managing director da Nexo Residencias em Espanha.

No final do ano passado, a TPG Real Estate e a Round Hill Capital adquiriram um terreno na zona do Campo Pequeno onde vão construir habitações, mas também uma residência para estudantes. O projeto vai ter capacidade de 390 camas para estudantes, onde estarão incluídas áreas de estudo e de lazer para os estudantes. Depois de construída, esta vai ser gerida pela Nido Student.

Na alta de Lisboa está também a nascer um novo projeto, pelas mãos da Solyd, que vai investir 200 milhões de euros. A empresa vai lá construir 500 apartamentos, mas haverá ainda residências para estudantes e coliving.

Fazer companhia a um idoso a troco de um quarto

Outra opção mais peculiar, e pouco conhecida pelos estudantes, é a possibilidade de partilhar casa com um idoso. No Porto e em Coimbra já há programas próprios criados para esse efeito. A ideia é o idoso disponibilizar a casa ao estudante e este contribui, através da sua companhia, para a “diminuição do sentimento de solidão e de isolamento”.

A Câmara do Porto juntou-se à Associação Académica do Porto (FAP) para criar o Programa Aconchego, uma iniciativa que visa “apoiar e promover o bem-estar dos mais velhos, através do alojamento de estudantes universitários nas suas casas”, lê-se no site da FAP. Podem inscrever-se seniores até aos 60 anos e estudantes entre os 18 e os 35 anos, que não residam no concelho do Porto.

Ao ECO, a Câmara do Porto adiantou que, entre 2004 e 2019, integraram o Programa Aconchego 212 pares, dos quais 17 dizem respeito ao ano letivo de 2018/2019.

Em Coimbra, nasceu em 2009 o Projeto Lado-a-Lado, coordenado pelo Centro de Acolhimento João Paulo II em parceria com a Associação Académica de Coimbra (AAC). Contudo, no site da Universidade de Coimbra, lê-se que, “apesar de o projeto estar a ser muito bem recebido” desde que foi criado, não há idosos suficientes “para dar resposta a todos os estudantes”. Nesse sentido, apela-se à “urgente colaboração” de sete pessoas idosas que queiram acolher e receber estudantes como companhia.

Faculdades têm residências mais baratas. Mas só 9% conseguem entrar

Para quem não tem possibilidades de pagar por um quarto nas residências já referidas, há sempre a possibilidade de ficar alojado na residência da própria faculdade, cujos preços são bastante mais em conta. A Universidade Nova de Lisboa (UNL), por exemplo, oferece aos estudantes três residências universitárias. A Residência Alfredo de Sousa, em Campolide, tem 180 camas disponíveis com mensalidades que variam entre os 212 euros (quarto duplo com WC partilhado) e os 395 euros (quarto individual com WC privado).

Na Alta de Lisboa, a Residência do Lumiar disponibiliza 70 camas, cujos preços variam entre os 212 e os 395 euros. Já no Monte da Caparica, a Residência Fraústo da Silva disponibiliza 210 camas com mensalidades entre os 179 euros e os 330 euros. No caso da UNL, estes alojamentos destinam-se a alunos da licenciatura e mestrado, investigadores e professores. Na atribuição dos quartos é dada prioridade aos alunos bolseiros e de Erasmus.

Residência Alfredo de Sousa, UNLUNL

No caso do ISCTE, que conta apenas com uma residência estudantil, há menos de 100 camas disponíveis e os preços variam entre os 175 euros (quartos quádruplos com WC privado) e os 250 euros (quarto duplo com WC privado). A faculdade oferece ainda a possibilidade de ter um desconto de 5% quando o estudante efetuar o pagamento do semestre ou do ano letivo na totalidade.

Já a Universidade de Lisboa oferece 19 residências universitárias, desde o Lumiar, a Benfica, passando pelo Campo Grande. De acordo com o site da própria universidade, os preços dos quartos nestas unidades começam nos 75,06 euros para alunos bolseiros e nos 140 euros para não bolseiros.

Mais a norte, a Universidade do Porto oferece nove residências, cujos preços começam nos 75 euros para estudantes bolseiros e nos 160 euros para não bolseiros. Os estudantes de doutoramento, pós-doutoramento, mestrado e investigares têm de pagar valores superiores.

O Instituto Politécnico do Porto conta com cinco residências, uma delas feminina e outra masculina, cujos quartos variam entre os 76 euros (quarto triplo) e os 85 euros (quarto individual) para alunos bolseiros e os 105 e os 125 euros para não bolseiros.

Residência do Rio Bom, Instituto Politécnico do PortoD.R.

A Escola Superior de Enfermagem do Porto (ESEP) é um exemplo de uma faculdade que não dispõe de residência universitária, contudo, oferece aos estudantes bolseiros deslocados um complemento de alojamento de entre 25 a 35% do salário mínimo nacional. Os alunos devem apresentar uma cópia do contrato e dos recibos de arrendamento.

Apesar de praticamente todas as faculdades terem uma residência universitária, o problema é que estes números continuam a ser insuficientes para dar resposta às necessidades de todos os estudantes. De acordo com um estudo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), citado pelo Diário de Notícias, apenas 9,2% conseguem ficar alojados numa residência estudantil em Lisboa e 9,7% no Porto.

Governo reconhece falta de camas. Solução? Reabilitar edifícios

Tendo em conta esta baixa taxa de colocação, e dado que os preços praticados pelo mercado são elevados para os estudantes, continua a haver uma carência de camas, um problema que já foi admitido pelo próprio Governo e para o qual já estão a ser tomadas medidas.

Até 2030, o Ministério do Ensino Superior quer duplicar o número de camas para estudantes até às 30.000, através do Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior (PNAES), que prevê a criação de 11.500 camas para estudantes universitários em 42 concelhos do país. Para Lisboa irão mais de 6.000 camas, cerca de dois terços, ficando o Porto com 1.650. Já este ano letivo, a capital vai ter mais 186 camas numa primeira fase, instaladas na recentemente inaugurada Residência Universitária da Ajuda, e 120 numa segunda fase.

Outra medida que integra o PNAES é a reabilitação e reconversão de edifícios devolutos do Estado em residências para estudantes. Na lista de imóveis identificados pelo Governo em 18 concelhos estão edifícios como as pousadas da juventude da Guarda, Leiria, Portalegre e Vila Real, o antigo edifício do Instituto de Meteorologia, em Lisboa, e as cavalariças do Palácio das Laranjeiras, em Lisboa. Destaque ainda para a prisão de Lisboa, propriedade da Estamo, que vai receber uma residência para estudantes.

À lista somam-se ainda imóveis como o Quartel da Trafaria, em Almada, a antiga Escola Secundária D. Luís de Castro em Braga, a antiga Casa dos Jesuítas em Coimbra, o ex-palácio da família Guerreiro e a antiga Escola Superior de Saúde da Universidade do Algarve, ambos em Faro.

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Costa aligeira tom na polémica com o Bloco: “É com todos que iremos trabalhar”

Este domingo, o primeiro-ministro voltou a ser confrontado com a polémica com o Bloco de Esquerda. Pediu para que se leia a entrevista toda ao Expresso e não só uma resposta.

“A N2 é uma boa fonte de inspiração de como juntos podemos fazer mais e melhor”. O primeiro-ministro estava a percorrer um novo troço da N2 quando foi confrontado com a polémica deste fim de semana com o Bloco de Esquerda.

O tom do primeiro-ministro foi mais conciliatório, afirmando que “é com todos que iremos trabalhar”. Deu como exemplo de trabalho conjunto precisamente a estrada N2 que uniu “autarcas de Chaves até Faro”, que se juntaram “para valorizar este recurso que é a Nacional 2”.

Perante a insistência dos jornalistas, António Costa recomendou a leitura da “entrevista toda” e não apenas de uma resposta “que tirada fora de contexto pode ter outra leitura”.

Este domingo, em entrevista ao Expresso, António Costa lançou uma farpa política ao Bloco de Esquerda: “Há um amigo meu que compara o PCP ao Bloco de uma forma muito engraçada: é que o PCP é um verdadeiro partido de massas, o Bloco é um partido de mass media. E isto torna os estilos de atuação diferentes.”

O Bloco não gostou e Catarina Martins respondeu, em declarações ao ECO, que “o desejo de uma maioria absoluta pode levar à arrogância e à tentação de fazer caricatura”.

No Twitter, Marisa Marias, a propósito desta polémica, publicou este post:

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Trump admite ter tido ‘second thoughts’ na guerra comercial contra a China

  • ECO
  • 25 Agosto 2019

Numa rara confissão de dúvida, o presidente norte-americano admitiu este domingo que “pensou duas vezes” antes do escalar da guerra comercial com a China. Mas acha que os chineses vão ceder primeiro.

No cimeira do G7, que está a decorrer em Biarritz, Donald Trump falou sobre a guerra comercial com a China momentos antes de se encontrar com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, a quem prometeu um “grande acordo” comercial.

Sobre a guerra comercial com a China, Trump admitiu, numa confissão inédita, que “pensou duas vezes” e que terá tido dúvidas quando impôs novas tarifas que levaram à retaliação por parte da China.

No entanto, o presidente norte-americano continua a dizer que a China “quer chegar a um acordo mais do que nós [os EUA]”.

Donald Trump anunciou, esta sexta-feira à noite, na rede social Twitter, o aumento das tarifas alfandegárias sobre a quase totalidade dos produtos chineses exportados para os EUA, em resposta a uma retaliação comercial dos chineses, conhecida também na sexta-feira.

Numa sucessão de ‘tweets’, o presidente norte-americano revelou que os EUA vão aumentar as tarifas já aplicadas a 250 mil milhões de dólares de importações chinesas de 25% para 30% já a partir do próximo dia 1 de outubro, além de agravar de 10% para 15% as tarifas planeadas para ser impostas a partir de 1 de setembro sobre outras classes de produtos no valor de 300 mil milhões de dólares.

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França propõe um fundo internacional para a Amazónia

  • Lusa
  • 25 Agosto 2019

A Guiana Francesa e a ministra francesa dos Territórios Ultramarinos, Annick Girardin, propuseram hoje a criação de um fundo internacional “contra incêndios florestais e para reflorestamento”.

“A França, país da Amazónia. Preserve esse bem comum da humanidade”, é o título de um artigo publicado hoje pelo Journal du Dimanche, assinado pela governante francesa e pelos representantes políticos da Guiana, território francês da América do Sul, fronteiriço com o Brasil e que é tocado diretamente por estes incêndios.

Esta proposta surge na sequência do “fracasso” do fundo brasileiro, explicam os responsáveis.

A floresta amazónica, que se estende por nove países, incluindo a França, perdeu mais de 550.000 km2 [quilómetros quadrados] nos últimos dez anos”, e após uma moratória de vários anos, o desmatamento começou a acelerar, “principalmente no Brasil”, lamentam.

“Esses hectares perdidos são todos sumidouros de carbono aniquilados, é uma biodiversidade excecional que desaparece pouco a pouco”, acrescentam, aplaudindo a recusa de Macron de ratificar o atual acordo comercial da UE-Mercosul.

Por isso, “face ao fracasso do Fundo Amazónia, do Brasil,” sugerem um “fundo internacional, que não dependesse diretamente dos Estados, e que pudesse lançar ações de luta concretas, pontuais, dirigidas diretamente aos atores locais, contra incêndios florestais e para o reflorestamento”.

Os signatários também pedem “à União Europeia que duplique o seu fundo de desenvolvimento inter-regional dedicado à biodiversidade e ao desenvolvimento da Amazónia”.

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