Eleição direta das Áreas Metropolitanas aguarda para não criar entraves à regionalização, diz António Costa

  • ECO e Lusa
  • 30 Novembro 2019

Intenção do Governo é avançar no primeiro semestre de 2020 com eleição, por um colégio de autarcas, das CCDR. Costa saudou o regresso do debate sobre as regiões: “Não pode haver lugar a fantasmas".

O primeiro-ministro recusou este sábado avançar já com a eleição direta para as Áreas Metropolitanas, para evitar “entraves a quaisquer desenvolvimentos futuros no processo de regionalização”, revelando que a eleição das Comissões de Coordenação por um colégio de autarcas avança já em 2020.

“O Governo está disponível para não avançar já com a eleição direta para as Áreas Metropolitanas, para evitar entraves a quaisquer desenvolvimentos futuros no processo de regionalização”, afirmou António Costa, no encerramento do XXIV da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), em Vila Real.

O Governo está disponível para não avançar já com a eleição direta para as Áreas Metropolitanas, para evitar entraves a quaisquer desenvolvimentos futuros no processo de regionalização.

António Costa

Primeiro-ministro

O primeiro-ministro notou que o Governo tem “ponderado a apreensão de muitos autarcas, das próprias Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto e dos seus presidentes, de que as eleições diretas [por sufrágio universal] das Áreas Metropolitanas possam ser entendidas como entrave à regionalização”.

Costa revelou que a intenção do Governo é avançar no primeiro semestre de 2020 com a eleição, por um colégio de autarcas, para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR).

Já no primeiro semestre 2020, queremos que seja possível proceder ao reforço da legitimidade democrática para que as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional [CCDR] possam assumir plenamente o desenvolvimento de estratégias regionais. Este é o momento certo e não deve haver qualquer tipo de adiamento. Este não é o passo que todos anseiam, mas é o que desde já deve ser dado para criar no país a confiança necessária para os passos seguintes”, reconheceu António Costa.

Costa saudou o regresso do debate sobre a criação de regiões, frisando que nele “não pode haver lugar a fantasmas”.

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Municípios pedem fim do “inferno” da contratação pública

  • Lusa
  • 30 Novembro 2019

A Associação Nacional de Municípios defende uma “reforma da contratação pública”, considerando que a atual “nada ajuda à transparência” e transforma o trabalho dos gestores “num inferno”.

A Associação Nacional de Municípios (ANMP) defendeu este sábado, no seu XXIV congresso, uma “reforma da contratação pública”, considerando que a atual “nada ajuda à transparência” e transforma o trabalho dos gestores “num inferno”.

“É preciso uma reforma da contratação pública. Hoje, o trabalho inacreditável dos nossos gestores é um inferno”, sublinhou Ribau Esteves, vice-presidente do Conselho Diretivo da ANMP e presidente da Câmara de Aveiro, durante a apresentação do tema “Financiamento Local”.

No âmbito da “agilidade” pretendida para gestão da administração local, a ANMP defende “a incorporação do saldo de gerência do ano” das autarquias (valor não investido), “na imediata disponibilidade para a gestão”, por oposição à atual incorporação, feita em abril ou maio do ano seguinte.

“A ANMP não compreende como é possível que se questione a legitimidade da Assembleia Municipal para fazer aprovar uma revisão orçamental que incorpore todo o saldo de gerência anterior, tendo que esperar pela sessão ordinária do mês de abril para poder utilizar o saldo de gerência do ano anterior. Não é razoável”, lê-se no documento do congresso dedicado ao “Financiamento Local”.

Para Ribau Esteves, “é preciso criar frentes de simplificação do processo de gestão e uma delas é a incorporação do saldo de gerência do ano na imediata disponibilidade para a gestão”.

O vice-presidente da ANMP observou ainda que a atual contratação pública “nada ajuda à transparência ou ao rigor”.

É preciso dar uma volta ‘à séria’, para que se ganhe agilidade e se acabe com o fundamentalismo. Não é por aqui que fazemos transparência e contenção”, vincou.

Nas propostas do congresso para esta área, defende-se que seja “concretizada uma verdadeira reforma da contratação pública, no sentido da simplificação e desburocratização”.

A intenção, de acordo com o documento, é “uma agilização dos processos, sem prejuízo do rigor e transparência indispensáveis a uma adequada e saudável gestão pública”.

No domínio fiscal, a ANMP aponta “duas medidas que há muito deveriam ter sido tomadas, não podendo o Estado continuar a lucrar à custa dos municípios”.

“Quer no fornecimento de refeições escolares, quando adjudicado, quer na iluminação pública, deve ser aplicada a taxa reduzida de IVA”, alerta a ANMP.

Para a associação, deve ainda ser “eliminada a obrigatoriedade de pagamento da contribuição para o audiovisual”, sendo “ridículo que esta contribuição continue a incidir sobre equipamentos e serviços municipais como a iluminação pública, os semáforos” ou os “programadores de rega de jardins”.

Municípios querem coragem para nova lei das Finanças Locais

A ANMP defendeu ainda “coragem” para fazer uma nova lei das Finanças Locais, com “valor reforçado” e estável, que seja adequada à realidade do país e às suas assimetrias.

“É preciso um ato de coragem. É necessário fazer uma lei nova, com um debate profundo, com a coragem de alterarmos a relação de equilíbrio que vimos alimentando ao longo de muitas décadas. É preciso adequar este instrumento à realidade do país”, observou Ribau Esteves.

O responsável da ANMP apontou ainda a necessidade de “dar à Lei de Finanças Locais um valor reforçado para que ela seja estável e não venha, todos os anos, uma lei do Orçamento de Estado adulterar aquilo que é o pressuposto do financiamento municipal”.

Para Ribau Esteves, só com uma “lei de valor reforçado” é possível alcançar uma “lógica de estabilidade”.

“Temos uma nova lei que não é exatamente uma nova lei”, frisou.

Nas propostas da ANMP para “uma reforma do regime legal”, defende-se uma Lei das Finanças Locais (LFL) que não seja “deixada ao sabor das flutuações e oscilações inerentes às maiorias parlamentares momentâneas”.

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PS quer explicações de candidatos à liderança do PSD sobre redução do IVA da eletricidade

  • Lusa
  • 30 Novembro 2019

Secretário-geral adjunto do PS pediu aos três candidatos à liderança do PSD que expliquem como pretendem compensar a perda de receita, caso a proposta de diminuir o IVA da eletricidade seja aprovada.

O secretário-geral adjunto do PS pediu este sábado aos três candidatos à liderança do PSD que expliquem como pretendem compensar a perda de receita do Estado, caso a proposta de diminuir o IVA da eletricidade seja aprovada.

“O PSD apresentou publicamente a intenção de viabilizar no parlamento a iniciativa que partiu de outros partidos para obter a redução do IVA da eletricidade de 23 para 6%”, lembrou José Luís Carneiro, acrescentando que os candidatos à liderança daquele partido têm o dever de explicar como preveem compensar a receita perdida.

“O Ministério das Finanças estima que o custo desta medida esteja entre 700 mil a mil milhões de euros”, afirmou.

“Entendo que é dever dos candidatos à liderança do PSD que clarifiquem perante a opinião pública portuguesa como é que pretendem garantir a receita que se prevê perder se esta medida for aprovada pelo parlamento”, defendeu, sublinhando que a interpelação se dirige diretamente a Miguel Pinto Luz, Luís Montenegro e Rui Rio.

Considerando a posição do PSD como “irresponsável do ponto de vista político”, o secretário-geral adjunto do PS disse ainda que o Governo ficou surpreendido.

“Nos anos 2012/2013, o PSD, no Governo juntamente com o CDS, aumentou o IVA da eletricidade [de 6 para 23%] e quando propostas da mesma natureza apareceram no parlamento, foram consideradas pelos deputados do PSD como propostas demagógicas e populistas”, explicou.

A aprovação desta redução do IVA da eletricidade “terá efeitos graves naquilo que é a capacidade do PS e do Governo para cumprir outros objetivos de política governativa” como “o reforço do investimento público na Saúde, na Educação, na Habitação e nos Transportes”, sublinhou, lembrando ainda que o país se confronta atualmente com o desafio “de reduzir o consumo de energia com origem nos combustíveis fósseis”.

“Temos hoje três candidatos à liderança social-democrática e julgo que todos têm o dever de explicar por que razão mudaram de posição e como é que, exigindo ao Governo que faça mais investimento na qualificação dos serviços públicos, nomeadamente na Saúde, pretendem justificar e encontrar receita [que compense] esses 700 mil milhões de receita perdida”, concluiu.

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Do RSI aos escalões do abono de família. Tudo o que muda à boleia do IAS

O INE publicou uma estimativa provisória da variação média do IPC nos últimos 12 meses, permitindo prever o novo valor do IAS e à boleia de múltiplas prestações sociais, do RSI ao subsídio de doença.

Quem recebe até 658,2 euros por mês deve ficar isento de IRS no próximo ano, à boleia da subida do mínimo de existência resultante da atualização do Indexante dos Apoios Sociais (IAS). O aumento do IAS previsto para 2020 vai também puxar pelo rendimento social de inserção e pelos subsídios de doença e por morte.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) publicou, esta sexta-feira, a estimativa provisória da variação média nos últimos 12 meses do Índice dos Preços no Consumidor (IPC), sem habitação, tendo ficado nos 0,24%.

Diz a lei que a esse valor acresce 20% da taxa de crescimento médio do PIB dos últimos dois anos, tendo esse “bónus” um limite mínimo de 0,5 pontos percentuais (p.p). Tudo somado, o IAS deverá ser alvo de uma taxa de variação de 0,7%, no próximo ano, passando dos atuais 435,76 euros para 438,8 euros.

Esta subida dita, de resto, a atualização do mínimo de existência. Em causa está uma espécie de rendimento mínimo após a aplicação dos impostos, isto é, sempre que o rendimento depois da tributação é inferior a esse valor o Estado abdica do IRS.

Segundo os cálculos realizados a partir dos dados divulgados sexta-feira, o mínimo de existência deve subir, no próximo ano, para 658,2 euros mensais ou 9.214,8 euros anuais (14 meses), alargando o número de contribuintes que deverão ficar isentos do imposto sobre os rendimentos do trabalho.

Além do mínimo de existência, a atualização do IAS irá puxar ligeiramente pelo subsídio de doença. O limite mínimo diário dessa prestação (que corresponde a 30% do valor diário do IAS) deve subir, em 2020, de 4,36 euros para 4,38 euros.

O subsídio por morte (três vezes o valor do IAS) deve, por sua vez, aumentar de 1.307,28 euros para 1.316,4 euros, ou seja está em causa um reforço de 9,12 euros. Esta é uma “prestação em dinheiro paga de uma só vez aos familiares do beneficiário, que se destina a compensar o acréscimo de encargos decorrentes da morte deste, com o objetivo de facilitar a reorganização da vida familiar”, explica a Segurança Social.

O Rendimento Social de Inserção (43,525% do IAS) também deverá crescer de modo modesto, no próximo ano. A confirmar-se os números da inflação avançados pelo INE e consequentemente o novo valor do IAS, esta prestação deverá subir apenas 1,3 euros de 189,66 euros para 190,99 euros.

Ainda no que diz respeito ao RSI, o valor máximo do património mobiliário considerado para o acesso a este apoio ficará fixado nos 26.328 euros, 60 vezes o valor do IAS e mais 182,4 euros do que o limite atualmente em vigor.

Outra das mudanças trazidas pela subida do IAS reflete-se na definição dos escalões do abono de família. Assim, o escalão mais baixo de rendimentos — aquele que dá direito às prestações mais elevadas — passa a abranger todos os agregados que recebem até 3.071,6 euros por ano, valor que compara com o teto de 3.050,32 euros em vigor atualmente.

Já o segundo escalão passa a compreender as famílias que ganham entre 3.071,6 euros anuais e 6.143,2 euros anuais. No terceiro escalão de rendimentos, os patamares passam, por sua vez, para 6.143,2 e 9.214,8 euros anuais. No quarto escalão, ficam os agregados com rendimentos entre os 9.214,8 e os 15.358 euros anuais.

Tudo somado, o limite máximo do escalão que dá acesso a um abono de família mais significativo deverá subir 21 euros. E o teto a partir do qual começa o escalão que dá direito à prestação mais magra sobe 106 euros, em 2020.

De notar que o abono de família é destinado apenas aos agregados que recebam até 2,5 IAS (os tais 15.358 euros anuais). Para calcular o rendimento de referência de uma família, soma-se o total de rendimentos de cada agregado familiar, divide-se pelo número de crianças e jovens e soma-se um.

A atualização do IAS deverá ainda resultar no aumento do subsídio de desemprego, cujo mínimo deverá passar para 438,8 euros e o máximo para 1.097 euros. Está, portanto, em causa aumentos entre três euros e 7,6 euros.

Também o subsídio social de desemprego deverá subir em 2020, passando o mínimo a estar fixado nos 351,04 euros (80% do IAS) e o máximo nos 438,8 euros (100% do IAS). Esta prestação está disponível para aqueles que já tenham esgotado o subsídio normal ou não tenham descontos suficientes para aceder a esse apoio inicial, variando o valor consoante a situação familiar do beneficiário (se viver sozinho, ganha apenas 80% do IAS).

Outra das alterações resultantes da subida do IAS reflete-se nas pensões. As mais baixas deverão subir 0,7% em 2020 e aquelas que estejam entre os 877,6 euros e os 2.632,8 euros aumentam 0,2%. As pensões acima desse último valor devem ficar estagnadas.

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“A economia não só aguenta como agradece o aumento significativo dos salários”

  • ECO
  • 30 Novembro 2019

Chegar aos 850 euros de salário mínimo, é um objetivo que, segundo Arménio Carlos, que "não pode ultrapassar a legislatura". "Falámos em 850 euros a curto prazo", diz.

Arménio Carlos voltou a destacar a necessidade de Portugal “romper com o modelo dos baixos salários e trabalho precário”, salientando ainda que “a economia não só aguenta como agradece o aumento significativo dos salários”. A garantia foi dada pelo secretário-geral da CGTP, em entrevista ao Dinheiro Vivo (acesso livre), neste sábado.

Arménio Carlos também garante não ter desistido do objetivo de que o salário mínimo chegue aos 850 euros, contra os 635 euros da proposta do Governo para o próximo ano e 750 euros na legislatura. “Não desistimos, até porque essa proposta está cada vez mais atual“, assegurou o sindicalista, justificando o racional por detrás desse objetivo. “Se há mais poder de compra as empresas vão vender mais e ter mais lucros, o que é positivo”, diz.

E em termos de timing para chegar aos 850 euros de salário mínimo, Arménio Carlos assegura que “não pode ultrapassar a legislatura. Falámos em 850 euros a curto prazo”.

Relativamente ao Orçamento do estado de 2020, Arménio Carlos lembra que a fatura da obsessão com o défice foi paga pelos trabalhadores e que agora lhes compete “apresentar o recibo”, dizendo que há pelo menos três áreas a contemplar. “Um: a melhoria significativa dos salários de todos os trabalhadores (não é com base na inflação deste ou do próximo ano, que isso são manobras de distração do governo). Dois: aumentar o investimento público – que corresponde à melhoria do serviço de que as populações precisam. E três: promover uma política fiscal mais justa: com progressividade e combate à fraude e evasão, além de retirar benefícios escandalosos que existem”.

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Atrasos na execução do PT2020 podem levar Portugal a perder fundos de Coesão, alerta Almeida Henriques

"O Estado Central mais não tem feito que adiar os seus investimentos ou financiar políticas correntes através dos fundos de Bruxelas", acusou o antigo secretário de Estado Adjunto da Economia.

Estamos perante o risco muito plausível de Portugal vir a perder fundos da coesão por não utilização dos mesmos, o que, a acontecer, será inédito.” A denúncia foi feita pelo presidente da Câmara de Viseu na sua intervenção no congresso da Associação Nacional de Municípios. Em causa está o ritmo de execução do Portugal 2020 que, no final do terceiro trimestre apresentava uma taxa de execução de 40%, “um ritmo de execução menor” face ao registado no quadro anterior.

“A realização do Portugal 2020 comparada com o QREN, em termos homólogos, evidencia os menores ritmos de execução e de pagamento, apesar de a comparação ser feita com um período em que mais se sentiam os efeitos da crise e as condicionantes impostas pela troika“, sublinhou Almeida Henriques que é também vice-presidente da ANMP. “São menos 1,9 mil milhões de euros de execução acumulada de FEDER e de Fundo de Coesão; menos 1.222 milhões executados em 2019 comparado com 2012; menos 338 milhões executados no terceiro trimestre”, acrescentou o responsável.

Para que não sejam perdidos fundos, a execução média anual até ao final de 2023 deverá duplicar relativamente ao ritmo médio anual verificado até ao presente”, sublinhou na sua intervenção.

O ministro do Planeamento, que tem definida como meta para 2019 a execução de 45% dos fundos comunitários, já anunciou que todos os investimentos — “projetos públicos e privados, em todos os programas operacionais, sejam eles de empresas, de autarquias, de universidades” — que tenham os investimentos parados perderão os apoios comunitários concedidos. Uma forma de libertar verbas para outros projetos, mas também de acelerar a execução.

O Estado Central mais não tem feito que adiar os seus investimentos ou financiar políticas correntes através dos fundos de Bruxelas”, atacou o autarca. “São os casos cada vez mais flagrantes dos Ministérios da Educação e do Emprego que são os principais clientes dos fundos estruturais”, elencou.

Numa intervenção cheia de recados, o antigo secretário de Estado Adjunto da Economia, que teve o pelouro dos fundos comunitários no Governo de Passos Coelho, defendeu que os municípios devem ter “uma palavra” na definição do próximo quadro comunitário, que os apoios de Bruxelas são fundamentais para o desenvolvimento do interior — “a população residente no continente diminuiu em 0,5%; todavia nas NUTS III do Interior diminuiu em 11% e na região de Lisboa cresceu 6%” — e que Portugal se deve bater por um orçamento europeu menos centralista.

“Será um erro definir apenas como objetivo da estratégia negocial de Portugal a defesa do orçamento. É vital defender áreas temáticas e tipologias de investimento para o quadro financeiro que teremos”, frisa o autarca. “Não precisamos de um pronto-a-vestir imposto por Bruxelas“, acrescenta.

 

E num momento em que a regionalização aquece o debate político, Almeida Henriques defende que esta “será a mãe de todas as reformas do
Estado”. “Obrigará a definir uma nova arquitetura de funções e da sua distribuição e a verdadeiras estratégias regionais”, mas “as CCDR não têm força para isso”.

Marcelo Rebelo de Sousa pede para que não seja dado um passo maior do que a perna neste dossier, Almeida Henriques fala de “um Estado Central está cada vez mais de costas voltadas para os cidadãos e para os territórios”. “Precisamos de verdadeira descentralização e de políticas coerentes e não de foguetórios para português ver, como a deslocalização de secretarias de Estado para cidades do interior“, concluiu.

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COP25: Ministro do Ambiente condiciona sucesso a compromissos sobre neutralidade carbónica

  • Lusa
  • 30 Novembro 2019

O ministro do Ambiente defende que a conferência do clima da ONU que começa segunda-feira em Madrid será um sucesso se mais países se comprometerem com a neutralidade carbónica.

O ministro do Ambiente defende que a conferência do clima da ONU será um sucesso se mais países se comprometerem com a neutralidade carbónica, defendendo o papel do ativismo jovem como motor para influenciar decisões.

“Esta será relevante se mais países assumirem o compromisso da neutralidade carbónica, se se perceber que as contribuições que cada país vai entregar para o ano seguinte vão ser mais ambiciosas, se conseguirmos um compromisso expressivo de projetos em continentes como África”, para que os países se possam desenvolver “preservando os seus recursos e não apostando em combustíveis de origem fóssil”, disse João Pedro Matos Fernandes em entrevista à agência Lusa, antes da cimeira da ONU sobre o clima (COP25), que começa na segunda-feira em Madrid.

“Todos os bancos têm que perceber que estes jovens são os seus futuros clientes, todas as empresas têm que perceber que estes jovens são os seus futuros trabalhadores, clientes e acionistas e vão ser certamente cada vez mais exigentes com todos os comportamentos”, declarou.

Por isso, considerou, o ativismo e as manifestações que irão acompanhar a COP25 não são ruído, mas uma forma importante de “sensibilizar e, a partir daí, comprometer não só as gerações mais jovens como todas as outras”, com a questão ambiental que estará no centro do debate da 25.ª Conferência das Partes (COP25) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

“Esta é uma questão que vai ocupar muitas das nossas preocupações durante um bom par de anos”, referiu, considerando que pessoas como a jovem sueca Greta Thunberg, que dinamizou as greves estudantis pelo clima, fazem “um ativismo culto, que lança as questões certas”.

O ministro do Ambiente e Ação Climática afirmou que Portugal, que tem um Roteiro para a Neutralidade Carbónica para cumprir até 2050, está alinhado com a Europa, mas salientou que “é pena” que os atrasos na tomada de posse da nova Comissão Europeia impeçam que a União vá a esta COP25 “com outro estatuto, já com os anunciados “Novo Pacto Verde” e fundo de transição aprovados e tornados públicos.

Para João Pedro Matos Fernandes, a “emergência climática” declarada há dias pelo Parlamento Europeu é indiscutível.

“Em Portugal, não precisamos de nenhuma declaração de ninguém para sabermos que estamos em emergência climática. Perdemos 13 quilómetros quadrados de costa nos últimos anos, o mar está a subir e a seca deixou de ser uma coisa que acontece para ser estrutural no sul do país”, salientou.

Por isso, Portugal vai aparecer em Madrid como um país que reduziu em 18% as suas emissões desde o pico atingido em 2005, que aumentou a eletricidade produzida a partir de fontes renováveis e que conseguiu este ano aumentar em 12% a procura dos transportes públicos.

As duas centrais a carvão existentes em Portugal, Pego e Sines, vão encerrar em 2021 e 2023 respetivamente, mas “na União Europeia não se pode dizer o mesmo”, com países como a Polónia ainda a “viverem energeticamente do carvão”, uma das razões pelas quais a União “ainda não assumiu a uma só voz o compromisso da neutralidade carbónica em 2050“, como Portugal.

“O mundo fala a quase uma só voz, mas ainda há muitos países onde as emissões vão crescer”, como a China, indicou João Pedro Matos Fernandes, considerando que os Estados Unidos são “a maior preocupação neste momento”, com a saída anunciada pela administração do Presidente negacionista Donald Trump do Acordo de Paris sobre redução de emissões de gases com efeito de estufa.

Mas mesmo os Estados Unidos, uma federação de estados, têm vozes divergentes, com a Califórnia a assumir-se como “um dos líderes na descarbonização”.

“Não sei o que é preciso mostrar mais em face do que são as consequências das alterações climáticas já hoje sentidas”, disse, acrescentando que ainda que haja líderes mundiais a desconfiar da ciência – “e fazendo-o, fazem mal” -, “já não é preciso haver nenhuma metafísica, o positivismo é suficiente” e “a constatação destes factos devia levar necessariamente a um compromisso maior”.

Num evento lateral integrado no programa da COP25, que tem fim marcado para dia 12 de dezembro, Portugal vai voltar a apresentar o seu Roteiro e o Pacto de Financiamento Sustentável, “assinado pelas 16 mais importantes instituições financeiras” nacionais, incluindo a banca, seguradoras e entidades reguladoras.

Para que Portugal produza tanto dióxido de carbono como o que as suas florestas têm capacidade para absorver “vai ter que se investir mais dois mil milhões de euros por ano do que seria expectável”, reiterou, indicando que 85% desse dinheiro virá das famílias e das empresas.

Implica “substituir 4,5 milhões de automóveis a combustão por 4,5 milhões de elétricos”, reduzir em 60% as emissões no setor industrial e fazer com que cada prédio seja energeticamente neutro até 2050, com o investimento público a centrar-se nos transportes e mobilidade, indicou.

Quanto a questões centrais da cimeira, como o mercado das licenças de emissões, Matos Fernandes defende que “o preço do carbono e o robustecimento do preço do carbono são fundamentais para uma sociedade produtiva que aposte noutras formas de produzir e se afaste da utilização dos combustíveis fósseis”.

“Esta não é uma COP de grandes decisões. As COP são sobretudo importantes nas decisões concretas a cada cinco anos”, admitiu, considerando que a conferência que começa na segunda-feira tem sobretudo “relevância política”, destacando questões como a igualdade de género, “que vai ter uma fatia importante na discussão e no debate”.

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“Não se pode fazer ligação direta entre pedido de certificado de médicos e emigração”, diz ministra da Saúde

  • Lusa
  • 30 Novembro 2019

Ministra da Saúde diz não se poder fazer uma ligação direta entre um pedido de certificado para exercer medicina fora do país e a emigração de médicos.

A ministra da Saúde, Marta Temido, considerou este sábado não se poder fazer uma ligação direta entre um pedido de certificado para exercer medicina fora do país e a emigração de médicos.

“Há um número de médicos que pedem o certificado para exercício profissional no estrangeiro, mas é importante referir que o acesso a esse certificado não é necessariamente para emigração, pode ser para o exercício temporário para a realização de um estágio ou de um curso”, disse Marta Temido.

A ministra da Saúde falava aos jornalistas à margem do 5.º Encontro Nacional do Primeiro Episódio Psicótico, que decorre este sábado em Lisboa, organizado pela Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental, dedicado ao tema “Priorizar cuidados na doença mental grave: intervenção precoce na psicose”.

O Expresso dá hoje conta que a fuga de médicos para o estrangeiro “é a mais alta dos últimos quatro anos”, referindo que os clínicos procuram “melhores condições.

De acordo com o jornal, o ano deverá terminar com quase 400 pedidos para exercer no estrangeiro, “pouco menos do que o recorde de 475 registado em 2015.

As razões de quem sai são variadas, de acordo com o Expresso, adiantando, no entanto, que há uma comum a todos: “a degradação das condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Marta Temido avançou a importância de um esclarecimento por parte da Ordem dos Médicos de forma a que se explique “o que aconteceu às pessoas que pediram esses certificados”, pois no seu entender “há interesse em conhecer a efetiva emigração dos jovens médicos”.

A ministra reconheceu que o fenómeno existe também em Portugal, “pela procura de médicos de outros países, como Brasil ou de países de língua portuguesa”.

“Estando [Portugal] integrado no mercado global é natural que também sinta o fluxo na saída de profissionais de saúde”, acrescentou.

“Importante é não fazer uma ligação direta, porque ela não existe, entre quem pede o certificado de boas práticas para exercício noutro país e a emigração”, reiterou a ministra.

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Ursula von der Leyen: “Vamos criar benefícios em termos de financiamento verde”

  • ECO
  • 30 Novembro 2019

Em entrevista ao Público, Ursula von der Leyen falou na sua vontade de dirigir uma comissão geopolítica e o seu desejo de pôr a Europa a crescer com o combate às alterações climáticas.

Ursula von der Leyen assume este domingo oficialmente funções como presidente da Comissão Europeia. Em entrevista ao Público (acesso condicionado), a alemã falou na sua vontade de dirigir uma comissão geopolítica e o seu desejo de pôr a Europa a crescer com o combate às alterações climáticas.

O combate às alterações climáticas, visto como sendo o grande desígnio de Ursula von der Leyen nos comandos da Comissão Europeia ao desenvolvimento económico da Europa. Neste campo, esta mostra confiança no novo Pacto Verde Europeu (Green Deal, na designação em inglês) a apresentar em breve e onde assentará essa estratégia de crescimento. “Se o fizermos corretamente, vamos investir maciçamente em ciência, investigação, novas tecnologias… Para isso, vamos criar benefícios em termos de financiamento verde“, explica Ursula von der Leyen.

Já relativamente à possibilidade de, no âmbito das mudanças no Pacto de Estabilidade e Crescimento, os investimentos verdes poderem ser excluídos na avaliação do défice, a governante exclui-a completamente. “Não. Seria demasiado tentador usar o verde para limpar as contas”, assume, acrescentando que as medidas de promoção de forma consistente para cumprir as metas de redução de emissões de CO2 se podem enquadrar muito bem no Pacto de Estabilidade e Crescimento. “Há uma interdependência entre finanças públicas saudáveis e espaço para investimento”, frisa.

No que respeita ao tema dos cortes no orçamento e aos países, incluindo Portugal, que não aceitam contribuir com mais dinheiro, Ursula deixa uma mensagem. Reconhece que “o próximo orçamento tem de ter uma estrutura diferente porque o mundo mudou”. “Quando negociámos o último quadro, a Rússia ainda não tinha anexado a Crimeia; não conhecíamos a palavra Daesh; ainda só estávamos a começar a perceber o que a digitalização significava, e o tópico do ambiente e alterações climáticas não estava no topo da agenda”, começa por contextualizar, acrescentando ser do ” interesse comum que a União Europeia possa investir nos grandes tópicos porque isso vai beneficiar todos os Estados membros”.

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Governo avalia “pertinência” de inquérito à Função Pública suspenso a dias das eleições

  • Lusa
  • 30 Novembro 2019

Ministério da Administração Pública diz que "em função de um conjunto de novas orientações de política pública resultantes do programa de governo" está "a avaliar da pertinência do questionário"

O Governo está a avaliar “a pertinência” de um questionário lançado em julho, que foi suspenso antes das eleições legislativas de 6 de outubro, no qual se perguntava se os funcionários públicos estavam mais motivados do que há cinco anos.

Em causa está a segunda edição de um inquérito sobre fatores motivacionais lançado em julho pela Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) que podia ser respondido pelos funcionários públicos até 30 de setembro, a poucos dias das eleições legislativas de 6 de outubro.

Porém, a 8 de agosto, o Ministério das Finanças, que tutelava então a Administração Pública, anunciou a “suspensão temporária” do inquérito dirigido aos funcionários públicos, por considerar que “a elevada visibilidade” do tema em período pré-eleitoral podia “comprometer a fiabilidade dos resultados”, remetendo a sua continuidade para depois das eleições.

Hoje, em resposta à Lusa sobre o assunto, fonte oficial do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública diz que “em função de um conjunto de novas orientações de política pública resultantes do programa de governo [e da própria orgânica ministerial], aquele serviço encontra-se a avaliar da pertinência do questionário e do próprio estudo que este questionário serviria”.

“Em função de um conjunto de projetos internacionais nos quais a DGAEP participa, o questionário será retomado oportunamente“, acrescenta o gabinete da ministra Alexandra Leitão.

A segunda edição do inquérito gerou alguma polémica não só pelo momento em que foi lançado, mas também pelo teor de algumas perguntas que eram direcionadas aos funcionários públicos e que acabavam por levar a uma comparação entre o impacto de medidas de austeridade tomadas no período da ‘troika’, quando o Governo PSD/CDS estava em funções, e medidas tomadas pelo atual Executivo.

Entre as quatro partes que integravam o questionário, a última convidava os trabalhadores a assinalar o seu grau de acordo ou desacordo relativamente a 38 temas, nomeadamente se “o período da ‘troika’ influenciou negativamente” a sua motivação no trabalho e se a “reposição dos salários afetou positivamente” essa motivação.

As duas últimas questões procuravam saber se “o descongelamento progressivo das carreiras é motivador” e se o trabalhador se sente “hoje mais motivado no trabalho do que há cinco anos”. A 8 de agosto, o inquérito foi então suspenso “temporariamente” pelas Finanças.

“Considerando que a elevada visibilidade do assunto em período pré-eleitoral pode comprometer a fiabilidade dos resultados, inviabilizando todo o inquérito e a comparabilidade com os resultados obtidos em 2015 [na primeira edição], o Governo determinou a suspensão temporária do inquérito e que o preenchimento dos questionários e as fases subsequentes sejam retomados após as eleições legislativas marcadas para dia 06 de outubro”, avançou na altura o gabinete do ministro das Finanças.

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Montenegro escolhe para mandatários nacionais Margarida Balseiro Lopes e gestor Luís Reis

  • Lusa
  • 30 Novembro 2019

A opção de Montenegro com a escolha destes dois mandatários foi apostar “num homem e numa mulher, numa militante do partido e num elemento da sociedade civil, numa jovem e num quadro superior".

O candidato à liderança do PSD Luís Montenegro terá como mandatários nacionais a líder da JSD e o independente Luís Reis, médico de formação e administrador do grupo Sonae, disse fonte da candidatura à Lusa. Margarida Balseiro Lopes e Luís Reis vão ser formalmente apresentados como mandatários nacionais num comício na Alfândega do Porto, marcado para as 17h30 deste sábado.

Segundo fonte da candidatura, Montenegro quis, com a escolha destes dois mandatários, apostar “num homem e numa mulher, numa militante do partido e num elemento da sociedade civil, numa jovem e num quadro superior com vastíssima experiência profissional e cívica”, que pretendem simbolizar o que quer para o PSD: “renovação e regeneração interna e atratividade externa”.

Margarida Balseiro Lopes é presidente da JSD e deputada, tendo sido cabeça de lista nas legislativas em Leiria, um dos círculos em que o PSD venceu.

“Um quadro político seguro do PSD que mostrou na campanha ser capaz de agregar todas as sensibilidades do PSD. Ao contrário da campanha nacional, juntou na sua campanha diferentes nomes, numa demonstração do que é unir o partido na sua diversidade de pensamento”, destaca a candidatura, numa alusão a iniciativas da líder da JSD na campanha com personalidades como o próprio Montenegro, Hugo Soares ou Jorge Moreira da Silva, críticos da direção.

O outro mandatário nacional, Luís Reis, é médico de formação, mas tem feito carreira profissional na área da gestão de empresas. Segundo a candidatura, Luís Reis é doutorado em Ciências Económicas e Empresariais, mestre em Gestão e licenciado em Medicina e é atualmente CEO (presidente executivo) de três empresas do grupo Sonae e presidente do Conselho Geral e de Supervisão da Porto Business School, além de professor associado convidado da Faculdade de Economia da Universidade do Porto.

Luís Reis já presidiu à Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e foi membro do Conselho do EuroCommerce e do Conselho Geral da Associação Empresarial de Portugal (AEP), tendo integrado vários organismos europeus e mundiais ligados ao mundo empresarial.

O objetivo do antigo líder parlamentar do PSD com a escolha de Luís Reis para mandatário nacional é, segundo a mesma fonte, “mostrar que o PSD tem de retomar a sua característica fundadora de chamar para colaborar consigo os melhores e mais dinâmicos protagonistas das várias áreas de atividade”.

Além de Luís Montenegro, são candidatos às eleições diretas para escolher o líder do PSD marcadas para 11 de janeiro — com uma eventual segunda volta uma semana depois –, o atual presidente do partido, Rui Rio, e o vice-presidente da Câmara de Cascais, Miguel Pinto Luz.

O congresso do PSD realiza-se entre 7 e 9 de fevereiro, em Viana do Castelo.

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Jerónimo de Sousa considera que foi “um ano perdido para o investimento público”

  • Lusa
  • 30 Novembro 2019

Jerónimo de Sousa afirmou num comício na Marinha Grande, no distrito de Leiria, que 2019 foi “mais um ano perdido para o investimento público”.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, considerou, na sexta-feira à noite, num comício na Marinha Grande, no distrito de Leiria, que 2019 foi “mais um ano perdido para o investimento público”.

“O ano de 2019 acabará, ao contrário do que foi garantido, como mais um ano perdido para o investimento público. Não cumprirá sequer com a exígua meta do que foi orçamentado, porque se quis garantir as ‘contas certas’ com a União Europeia, em detrimento da solução dos problemas do país”, afirmou Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP sublinhou que “o que vem acontecendo é que o PS em cada ano da sua governação, tem optado por ganhar um ano em relação às metas do défice e o país perde um ano em relação à solução dos problemas”.

O líder comunista apontou que “se arrasta a resposta às carências nas unidades de saúde, à falta de trabalhadores nas escolas” e, “se adia, por exemplo, o necessário investimento na recuperação, reflorestação e valorização da Mata Nacional de Leiria e inclusive se consome e não garante a receita de mais de 13 milhões de euros da venda da madeira ardida que devia ali ser aplicada, e a resposta a muitos outros problemas”.

Jerónimo de Sousa esclareceu ainda que o PCP “não será agora, como não foi na legislatura que findou, parte de uma alegada ‘maioria’, mas sim força de oposição a tudo o que contrarie ou faça retroceder os interesses e direitos dos trabalhadores e do povo, e força indispensável para com a sua iniciativa se avançar na conquista de novos direitos”.

“É assegurando a sua independência que o PCP decidirá e agirá, combatendo ilusões sobre a natureza das opções da atual política, bem como o conjunto de limitações e constrangimentos que limitam e impedem a resposta plena aos problemas do país”, acrescentou.

O líder comunista criticou as opções que o “governo minoritário do PS” tem demonstrado, “mantendo privilégios e condições de domínio dos grandes grupos económicos”.

Jerónimo de Sousa considerou que o programa socialista “dá prioridade ao défice e à dívida em prejuízo da capacitação da Administração Pública e dos seus serviços” e não apresenta “medidas ajustadas ao combate às desigualdades, mas sim a manutenção de um quadro degradado de direitos laborais”.

O líder do PCP afirmou ainda que o governo “insinua que é preciso fazer cortes, porque não há dinheiro para tudo”, mas “há sempre dinheiro para dar cobertura aos desmandos da banca”.

“Está aí mais uma fatura de 1.150 milhões de euros para o Novo Banco. Com este novo rombo são, agora, mais de 7.000 milhões de euros, os custos para o país com a resolução do BES e a venda do Novo Banco”, estimou.

Jerónimo de Sousa avançou ainda que o PCP “estragou a festa” ao PS: “Há quatro anos pensavam que iam ter mais quatro anos para dar cabo do resto”.

“Diziam que estávamos a morrer e que aqui d’el rei que este partido comunista estragou-nos a festa”, notou.

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